os quadrinhos como linguagem: com vocabulário e terminologia

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OS QUADRINHOS COMO LINGUAGEM: COM VOCABULÁRIO E TERMINOLOGIA Pós-graduando Lato Sensu em Design e Gestão de Marca (Branding) pela Unochapecó, Chapecó, SC. Bacharel em Design pela ULBRA, Carazinho, RS. 13 de fevereiro de 2013. Fernando Busch Imagem: arte do autor.

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Sabemos que há a leitura verbal e a leitura visual e que ambas constituem as histórias em quadrinhos. Desse modo, a fim de se considerar os quadrinhos como linguagem própria, se faz necessária a estruturação de um vocabulário com uma terminologia específica. Diversos autores reúnem termos, significados, usos, práticas e descrições dos elementos que compõem a linguagem dos quadrinhos. Os principais são apresentados aqui.

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Page 1: Os Quadrinhos Como Linguagem: Com Vocabulário e Terminologia

Os QuadrinhOs

COmO Linguagem:

COm VOCabuLáriO

e TerminOLOgia

Pós-graduando Lato Sensu em Design e Gestão de Marca (Branding) pela Unochapecó, Chapecó, SC. Bacharel em Design pela ULBRA, Carazinho, RS.

13 de fevereiro de 2013.

Fernando Busch

Imagem: arte do autor.

Page 2: Os Quadrinhos Como Linguagem: Com Vocabulário e Terminologia

Imagem: arte do autor.

Os QuadrinhOs sãO uma Linguagem?

Segundo Eisner (1999, p. 7), quando se examina uma obra de quadrinhos como um todo, a disposição dos seus elementos específicos assume a característica de uma linguagem “que se vale da experiência visual comum ao criador e ao público”. O’Neil (2005, p. 10) reforça a consideração afirmando que os quadrinhos não são uma “coleção de palavras e imagens”, isto, para o autor, definiria os livros ilustrados: “para ser uma história em quadrinhos, essas palavras e imagens devem trabalhar juntas da mesma maneira que partes de uma linguagem trabalham juntas”.

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Imagem: arte do autor.

Os processos psicológicos envolvidos na compreensão de uma palavra e de uma imagem podem ser tidos como análogos (WOLF apud EISNER, 1999, p.7-8):

Durante os últimos cem anos, o tema da leitura tem sido diretamente vinculado ao conceito de alfabetização; (...) aprender a ler, (...), tem significado aprender a ler palavras, (...). Mas, (...), gradualmente a leitura foi se tornando objeto de um exame mais detalhado. Pesquisas recentes mostram que a leitura de palavras é apenas um subconjunto de uma atividade humana mais geral, que inclui a decodificação de símbolos, a integração e a organização de informações, (...). Na verdade, pode-se pensar na leitura - no sentido mais geral - como uma forma de atividade da percepção. A leitura de palavras é uma manifestação dessa atividade; mas existem muitas outras leituras - de figuras, mapas, diagramas, circuitos, notas musicais, (...).

Page 4: Os Quadrinhos Como Linguagem: Com Vocabulário e Terminologia

Imagem: arte do autor.

Por apresentar uma sobreposição de palavra e imagem, a linguagem dos quadrinhos gera interpretação visual e verbal. De acordo com Eisner (1999, p. 8), as regências da arte visual (como a perspectiva, o estilo, a simetria e os materiais) e as regências da literatura (como a gramática, a sintaxe e o enredo) superpõem-se de forma mútua. Sendo assim, a leitura se torna um ato de percepção estética e de esforço intelectual.

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Imagem: foto de Brewbooks.

regênCia da LiTeraTura:

a Linguagem VerbaL

A linguagem verbal é definida como aquela que emprega palavras, escritas ou faladas. Ela apresenta diversas funções, que estão associadas às intenções do autor da mensagem. São elas, segundo Faraco e Moura (1999, p. 28):

1. Poética2. Emotiva3. Referencial4. Apelativa5. Metalinguística6. Fática

Page 6: Os Quadrinhos Como Linguagem: Com Vocabulário e Terminologia

Função poéticaFoca a mensagem e busca sua elaboração de modo criativo.

Função emotivaManifesta uma emoção, uma expressão ou opinião do emissor.

Função referencialBusca apresentar um conteúdo livre de ambiguidade.

Função apelativaAtua a fim de interferir no receptor, através de um apelo, de uma ordem ou sugestão.

Função metalinguísticaUtiliza o seu código como assunto ou explanação de sí mesma.

Função fáticaIntuito de iniciar, prolongar ou encerrar um contato.

(FARACO e MOURA, 1999)

Imagem: foto de Brewbooks.

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Imagem: Guernica de Picasso, disponível em: http://www.cultorweb.com/Picasso/IMG/guernica_pablo_picasso.jpg

regênCia da arTe VisuaL:

a Linguagem VisuaL

A linguagem visual, assim como a verbal, gira em torno de uma mensagem. Segundo Dondis (2007, p. 85), nós expressamos e recebemos mensagens visuais em três níveis: representacional, abstrato e simbólico. Onde o nível representacional engloba aquilo que vemos e identificamos com base no meio e na experiência; o abstrato representa a qualidade cinestésica de um fato visual reduzido a seus componentes visuais elementares, enfatizando os meios mais emocionais e primitivos da criação de mensagens; o nível simbólico, por sua vez, compreende o vasto universo de sistemas de símbolos codificados que o homem criou arbitrariamente e ao qual atribui significados (DONDIS, 2007).

Page 8: Os Quadrinhos Como Linguagem: Com Vocabulário e Terminologia

Dondis (2007) afirma que o conceito de linguagem visual deveria receber maior importância, fazendo referência a uma “alfabetização visual”:

Para ser visualmente alfabetizado, é extremamente necessário que o criador da obra visual tenha tenha consciência de cada um desses três níveis individuais, mas também que o espectador ou sujeito tenha deles a mesma consciência. Cada nível, o representacional, o abstrato e o simbólico, tem características específicas que podem ser isoladas e definidas, mas que não são absolutamente antagônicas. Na verdade eles se sobrepõem, interagem e reforçam mutuamente suas respectivas qualidades. (p. 103)

Imagem: Guernica de Picasso, disponível em: http://www.cultorweb.com/Picasso/IMG/guernica_pablo_picasso.jpg

Page 9: Os Quadrinhos Como Linguagem: Com Vocabulário e Terminologia

O sistema de leitura visual de Gomes Filho (2000), recebendo embasamento científica das leis da Gestalt, sugere, da mesma forma a existência de uma linguagem a ser lida, composta e interpretada de acordo com regras formais.

Ramalho e Oliveira (2005), porém, afirma que não existem regras para a linguagem visual e que esta, por sua vez, inexiste. Para a autora, o que há é a leitura visual, enquanto que a expressão “linguagem” visual carece de reparo:

(...) devemos ter cuidado ao fazer a transposição ou as analogias entre texto verbal e visual. (...) Porque não existe gramática visual; não existindo gramática, inexiste uma sintaxe; não existindo gramática nem sintaxe, inexiste uma linguagem visual... existe apenas uma “linguagem” visual, (...), uma espécie de linguagem que não exatamente o que se pensa quando se diz linguagem. (...) o uso já consagrou a expressão “linguagem” visual. No entanto, esta “ falta de cerimônia” ao nos apropriarmos de uma terminologia importada de outro sistema, (...), merece, no mínimo um reparo. (p. 56-57)

Imagem: Guernica de Picasso, disponível em: http://www.cultorweb.com/Picasso/IMG/guernica_pablo_picasso.jpg

Page 10: Os Quadrinhos Como Linguagem: Com Vocabulário e Terminologia

Segundo Wong (1998), cada teórico pode ter um conjunto de descobertas completamente diferentes no que se refere a linguagem visual:

Há inúmeras maneiras de interpretar a linguagem visual. Diversamente da linguagem falada ou escrita, cujas regras gramaticais são mais ou menos estabelecidas, a linguagem visual não tem nenhuma lei evidente. Cada teórico do desenho pode ter um conjunto de descobertas completamente diferentes. (p. 41)

Imagem: Guernica de Picasso, disponível em: http://www.cultorweb.com/Picasso/IMG/guernica_pablo_picasso.jpg

Page 11: Os Quadrinhos Como Linguagem: Com Vocabulário e Terminologia

Independentemente destes posicionamentos, sabemos que há a leitura verbal e a leitura visual (mesmo que o uso do termo “linguagem” possa ser indevido para a última), e que ambas constituem as histórias em quadrinhos. Desse modo, levando em consideração tais definições, a fim de se considerar os quadrinhos como linguagem própria, se faz necessária a estruturação de um vocabulário próprio com uma terminologia específica.

Diversos autores reúnem termos, significados, usos, práticas e descrições dos elementos que compõem a linguagem dos quadrinhos. Os principais são apresentados a seguir.

Imagem: Guernica de Picasso, disponível em: http://www.cultorweb.com/Picasso/IMG/guernica_pablo_picasso.jpg

Page 12: Os Quadrinhos Como Linguagem: Com Vocabulário e Terminologia

Imagem: Diagrama de abstração do vocabulário dos ícones pictóricos de McCloud (2005, p. 51)

O VOCabuLáriO e

a TerminOLOgia

dOs QuadrinhOs

Segundo Zugliani (2007, p. 110), o vocabulário dos quadrinhos é baseado nos ícones (qualquer imagem que represente uma pessoa, local, coisa ou ideia). McCloud (2005, p. 51) apresenta um diagrama de abstração do vocabulário dos ícones pictóricos para arte visual:

Page 13: Os Quadrinhos Como Linguagem: Com Vocabulário e Terminologia

O vocabulário dos quadrinhos é baseado em ícones que “flutuam” na pirâmide de McCloud (2005). Alguns mais próximos da linguagem escrita, outros mais próximos da representação gráfica da realidade e outros mais próximos da representação abstrata, figurativa.

Imagem: Diagrama de abstração do vocabulário dos ícones pictóricos de McCloud (2005, p. 51)

Page 14: Os Quadrinhos Como Linguagem: Com Vocabulário e Terminologia

Os prinCipais eLemenTOs

Page 15: Os Quadrinhos Como Linguagem: Com Vocabulário e Terminologia

Imagem: Roteiro de Devin Grayson para história que apareceu em Batman: Gotham Knights. Apresentado por O’Neil (p. 132, 2005).

Página de históriaÉ a página em seu roteiro (O’NEIL, 2005, p. 10)

Page 16: Os Quadrinhos Como Linguagem: Com Vocabulário e Terminologia

Imagem: Exemplo de Splah Page. Página 98 de Ex Machina: Marcha à Guerra.Brian K. Vaughn, Tony Harris, Tom Feister, Chris Sprouse, Karl Story, JD Mettler. Vol. 4.Panini Brasil LTDA. 2010.

Splash PageGeralmente a primeira página, sendo a que incorpora, em uma ou duas imagens de impacto, título, créditos e outras informações de identificação (O’NEIL, 2005, p. 10)

Page 17: Os Quadrinhos Como Linguagem: Com Vocabulário e Terminologia

Imagem: Exemplo de quadro de página inteira. A Morte de Superman, volume 1. -- Barueri, SP: Panini Books, 2009. p. 170.

Quadro de Página InteiraUma página, um desenho (O’NEIL, 2005, p. 10)

Page 18: Os Quadrinhos Como Linguagem: Com Vocabulário e Terminologia

Imagem: Exemplos de requadros de Eisner (1999, p. 44).

QuadroTambém conhecido como tomada (O’NEIL, 2005, p. 10), são a decomposição de certas imagens no espaço em segmentos sequenciados (EISNER, 1999, p. 38). Possuem uma moldura chamada requadro, que pode ser útil como recurso narrativo, intensificando as emoções da trama (EISNER, 1999, p. 44-59)

Page 19: Os Quadrinhos Como Linguagem: Com Vocabulário e Terminologia

Imagem: Exemplo de Quadro de Apresentação. Página 56 de Neon Genenis Evangelion.Yoshiyuki Sadamoto, Gainax – Khara. Vol. 20. Conrad Editora do Brasil LTDA. 2006.

EnquadramentoConota ao conteúdo do desenho. Se refere à distância entre a “câmera” e o assunto ( JANSON, 2005, p. 99-100):

1. Quadro de apresentação2. Panorâmica3. Plano geral4. Enquadramento de corpo inteiro5. Plano médio ou americano6. Close7. Hiperclose

Page 20: Os Quadrinhos Como Linguagem: Com Vocabulário e Terminologia

Imagem: Exemplo de Panorâmica. Página 44 de Avenida Dropsie: A Vizinhança.Will Eisner. Editora Devir. 2009.

EnquadramentoConota ao conteúdo do desenho. Se refere à distância entre a “câmera” e o assunto ( JANSON, 2005, p. 99-100):

1. Quadro de apresentação2. Panorâmica3. Plano geral4. Enquadramento de corpo inteiro5. Plano médio ou americano6. Close7. Hiperclose

Page 21: Os Quadrinhos Como Linguagem: Com Vocabulário e Terminologia

Imagem: Exemplo de Plano Geral. Página 8 de Predadores. Jean Dufaux, Enrico Marini. Vol. 2. Editora Devir. 2008.

EnquadramentoConota ao conteúdo do desenho. Se refere à distância entre a “câmera” e o assunto ( JANSON, 2005, p. 99-100):

1. Quadro de apresentação2. Panorâmica3. Plano geral4. Enquadramento de corpo inteiro5. Plano médio ou americano6. Close7. Hiperclose

Page 22: Os Quadrinhos Como Linguagem: Com Vocabulário e Terminologia

Imagem: arte do autor.

EnquadramentoConota ao conteúdo do desenho. Se refere à distância entre a “câmera” e o assunto ( JANSON, 2005, p. 99-100):

1. Quadro de apresentação2. Panorâmica3. Plano geral4. Enquadramento de corpo inteiro5. Plano médio ou americano6. Close7. Hiperclose

Page 23: Os Quadrinhos Como Linguagem: Com Vocabulário e Terminologia

Imagem: arte do autor.

EnquadramentoConota ao conteúdo do desenho. Se refere à distância entre a “câmera” e o assunto ( JANSON, 2005, p. 99-100):

1. Quadro de apresentação2. Panorâmica3. Plano geral4. Enquadramento de corpo inteiro5. Plano médio ou americano6. Close7. Hiperclose

Page 24: Os Quadrinhos Como Linguagem: Com Vocabulário e Terminologia

Imagem: Exemplo de Close. Página 51 de O Curioso Caso de Benjamin Button.F. Scott Fitzgerald, Nunzio DeFilippis, Christina Weir, Kevin Cornell. Ediouro. 2009.

EnquadramentoConota ao conteúdo do desenho. Se refere à distância entre a “câmera” e o assunto ( JANSON, 2005, p. 99-100):

1. Quadro de apresentação2. Panorâmica3. Plano geral4. Enquadramento de corpo inteiro5. Plano médio ou americano6. Close7. Hiperclose

Page 25: Os Quadrinhos Como Linguagem: Com Vocabulário e Terminologia

Imagem: Exemplo de Hiperclose. Página 68 de GUNNM: Hyper Future Vision.Vol. 18. Yukito Kishiro. Editora JBC. 1991.

EnquadramentoConota ao conteúdo do desenho. Se refere à distância entre a “câmera” e o assunto ( JANSON, 2005, p. 99-100):

1. Quadro de apresentação2. Panorâmica3. Plano geral4. Enquadramento de corpo inteiro5. Plano médio ou americano6. Close7. Hiperclose

Page 26: Os Quadrinhos Como Linguagem: Com Vocabulário e Terminologia

Imagem: Exemplo de Ângulo Inclinado. Página 196 de Mulher-Gato: Um Crime Perfeito.Darwyn Cooke. Editora Panini do Brasil LTDA. 2007.

ÂngulosEnquando que os enquadramentos são diferenciados pela “câmera” e o assunto, os ângulos dela se diferenciam com base na sua posição em relação às linhas horizontais e verticais de seu quadro ( JANSON, 2005, p. 102-103).

1. Ângulo inclinado2. Enquadramento com visão inferior3. Enquadramento com visão superior

Page 27: Os Quadrinhos Como Linguagem: Com Vocabulário e Terminologia

Imagem: Exemplo de Enquadramento com Visão Inferior. Página 9 de Coringa.Brian Azzarello, Lee Bermejo. Editora Panini do Brasil LTDA. 2009.

ÂngulosEnquando que os enquadramentos são diferenciados pela “câmera” e o assunto, os ângulos dela se diferenciam com base na sua posição em relação às linhas horizontais e verticais de seu quadro ( JANSON, 2005, p. 102-103).

1. Ângulo inclinado2. Enquadramento com visão inferior3. Enquadramento com visão superior

Page 28: Os Quadrinhos Como Linguagem: Com Vocabulário e Terminologia

Imagem: Exemplo de Enquadramento com Visão Superior. Página 144 de Fábulas: A Marcha dos Soldados de Madeira. Bill Willingham, Mark Buckingham, Craig Hamilton, Steve Leialoha, P. Craig Russel. Vol. 4. Editora Panini do Brasil LTDA. 2009.

ÂngulosEnquando que os enquadramentos são diferenciados pela “câmera” e o assunto, os ângulos dela se diferenciam com base na sua posição em relação às linhas horizontais e verticais de seu quadro ( JANSON, 2005, p. 102-103).

1. Ângulo inclinado2. Enquadramento com visão inferior3. Enquadramento com visão superior

Page 29: Os Quadrinhos Como Linguagem: Com Vocabulário e Terminologia

Imagem: Exemplo de Balão de Fala (O’NEIL, 2005, p.14).

Balão de fala, balão de palavras ou balãoO que contém palavras que permitem ao leitor saber o que o personagem está falando (O’NEIL, 2005, p. 14).

Page 30: Os Quadrinhos Como Linguagem: Com Vocabulário e Terminologia

Imagem: Exemplo de Rabicho ou Seta (O’NEIL, 2005, p.14).

Rabicho ou setaApêndice que salta do balão e aponta para o personagem que está falando (O’NEIL, 2005, p. 14)

Page 31: Os Quadrinhos Como Linguagem: Com Vocabulário e Terminologia

Imagem: Exemplo de Explosão, Elétrico ou Balão Elétrico (O’NEIL, 2005, p.14).

Explosão, elétrico ou balão elétricoBalão com extremidades pontiagudas para indicar volume/estresse ou uma transmissão de rádio/telefone (O’NEIL, 2005, p. 14)

Page 32: Os Quadrinhos Como Linguagem: Com Vocabulário e Terminologia

Imagem: Exemplo de Balão de Sussurro (O’NEIL, 2005, p.14).

Balão de sussurroCujo contorno é quebrado em diversos traços (O’NEIL, 2005, p. 14)

Page 33: Os Quadrinhos Como Linguagem: Com Vocabulário e Terminologia

Imagem: Exemplo de Balão de Pensamento (O’NEIL, 2005, p.14).

Balão de pensamentoEnevoado que indica que o personagem está pensando. Em vez de setas, balões de pensamento tem pequenas bolhas escapando em direção à cabeça do personagem (O’NEIL, 2005, p. 14)

Page 34: Os Quadrinhos Como Linguagem: Com Vocabulário e Terminologia

Imagem: Exemplo de Legenda ou Recordatório (O’NEIL, 2005, p.14).

Legenda ou recordatórioUma frase ou um fragmento de frase que aparese em um quadro, não em um balão (O’NEIL, 2005, p. 14)

Page 35: Os Quadrinhos Como Linguagem: Com Vocabulário e Terminologia

Imagem: Exemplo de sarjeta. Página 186 de Watchmen. Edição Definitiva. Alan Moore, Dave Gibbons. Panini Editora do Brasil LTDA. 2009.

SarjetaEspaço existente entre um quadro e outro (MCCLOUD, 2005, p. 66).

Page 36: Os Quadrinhos Como Linguagem: Com Vocabulário e Terminologia

HistóriaNarrativa única com começo, meio e fim. Classificada para quadrinhos como (EISNER, 2008, p. 27):

1. Narrativa2. “Como Fazer”/Instrucional3. Sem trama4. Ilustrada5. Simbolista6. “Um pedaço da vida”7. De vida

Arco de históriaUma história que leva várias edições para ser contada (O’NEIL, 2005, p. 16).

Page 37: Os Quadrinhos Como Linguagem: Com Vocabulário e Terminologia

Imagem: foto de graphic novel de Sandman. Disponível em: http://vozdoeste.files.word-press.com/2010/05/absolute-sandman1.jpg

Graphic NovelUma história longa, geralmente em formato especial, com capa dura, mais páginas e qualidade de impressão superior (O’NEIL, 2005, p. 16).

Page 38: Os Quadrinhos Como Linguagem: Com Vocabulário e Terminologia

MinissériesUm título que tem um númeo pré-determinado de edições (O’NEIL, 2005, P. 16).

FlashbackDramatização de um evento que ocorreu anteriormente à ação principal da história (O’NEIL, 2005, p. 16).

Page 39: Os Quadrinhos Como Linguagem: Com Vocabulário e Terminologia

Imagem: Exemplo de Linhas de Ação. Página 111 de Mulher-Maravilha Especial: A Ascensão dos Olimpianos. Gail Simone, Aaron Lopresti, Bernard Chang. Editora Panini do Brasil LTDA. 2010.

Linhas de açãoLinhas que indicam movimento (O’NEIL, 2005, p. 16).

Page 40: Os Quadrinhos Como Linguagem: Com Vocabulário e Terminologia

Imagem: Exemplo de Linhas Radiais. Página 108 de Skreemer. Peter Milligan, Brett Ewis, Steve Dillon. Brainstore Editora. 2003.

Linhas radiaisMostram que um personagem está passando por uma agitação emocional ou que um objeto é quente/radioativo (O’NEIL, 2005, p. 16)

Page 41: Os Quadrinhos Como Linguagem: Com Vocabulário e Terminologia

Imagem: Cascão tendo uma ideia. Fonte: http://peregrinacultural.files.wordpress.com/2010/06/ideia-15-uma-ideia-comum-cascao.jpg

Lâmpada acesaClichê visual para representar uma ideia brilhante (O’NEIL, 2005, p. 18).

Page 42: Os Quadrinhos Como Linguagem: Com Vocabulário e Terminologia

Imagem: Exemplo de Multiimagem. Página 51 de Liga da Justiça. Vol. 81. Tom Peyer, Freddie E. Williams II. Panini Editora do Brasil LTDA. 2009.

MultiimagemDiversas imagens do mesmo personagem em um mesmo quadro, a fim de traçar a trilha do personagem ou indicar que este está executando várias ações em um curto período de tempo (O’NEIL, 2005, p. 18).

Page 43: Os Quadrinhos Como Linguagem: Com Vocabulário e Terminologia

Imagem: arte do autor.

TipografiaEstilos de desenhos das letras, podem sugerir diferentes tipos de fala (O’NEIL, 2005, p. 18).

Page 44: Os Quadrinhos Como Linguagem: Com Vocabulário e Terminologia

ComposiçãoProcesso de combinar elementos ou partes que formem uma unidade completa, de modo que o leitor leia a página de uma maneira específica, direcionando o olho do leitor ( JANSON, 2005, p. 85). Tipos de composição ( JANSON, 2005, p. 88-93):

1. Pelo movimento do olho2. Pelo contraste3. Pelo equilíbrio

Imagem: arte do autor.

Page 45: Os Quadrinhos Como Linguagem: Com Vocabulário e Terminologia

Imagens: Representação visual, através de exemplo, de tempo e timingem arte sequencial (EISNER, 1999, p.25).

Tempo e timingFormas de transmitir a ideia de tempo para obtenção de uma mensagem ou emoção específica (EISNER, 1999, p. 26).

Page 46: Os Quadrinhos Como Linguagem: Com Vocabulário e Terminologia

Imagem: Exemplo de transição Momento-a-momento. Página 186 de Watchmen.Edição Definitiva. Alan Moore, Dave Gibbons. Panini Editora do Brasil LTDA. 2009.

Transições quadro-a-quadroForma como uma imagem de um quadro leva a outro para contar a história. Podem ser classificadas como (MCCLOUD, 2005, p. 70-72):

1. Momento-a-momento2. Ação-para-ação3. Tema-para-tema4. Cena-a-cena5. Aspecto-para-aspecto6. Non-sequitur

Page 47: Os Quadrinhos Como Linguagem: Com Vocabulário e Terminologia

Imagem: Exemplo de transição Ação-pra-ação. Página 90 de Batman: Morte em Família.Jim Starlin, Marv Wolfman, Jim Aparo, George Pérez. Panini Editora do Brasil LTDA. 2009.

Transições quadro-a-quadroForma como uma imagem de um quadro leva a outro para contar a história. Podem ser classificadas como (MCCLOUD, 2005, p. 70-72):

1. Momento-a-momento2. Ação-para-ação3. Tema-para-tema4. Cena-a-cena5. Aspecto-para-aspecto6. Non-sequitur

Page 48: Os Quadrinhos Como Linguagem: Com Vocabulário e Terminologia

Imagem: Exemplo de transição Tema-pra-tema. Página 67 de O Ladrão da Eternidade.Clive Barker, Kris Oprisko, Gabriel Hernandez, Sulaco Studios. Ediouro. 2006.

Transições quadro-a-quadroForma como uma imagem de um quadro leva a outro para contar a história. Podem ser classificadas como (MCCLOUD, 2005, p. 70-72):

1. Momento-a-momento2. Ação-para-ação3. Tema-para-tema4. Cena-a-cena5. Aspecto-para-aspecto6. Non-sequitur

Page 49: Os Quadrinhos Como Linguagem: Com Vocabulário e Terminologia

Imagem: Exemplo de transição Cena-a-cena. Página 83 de A Vida de Jesus em Quadrinhos.Oswaldo Talo, Eugênio Colonnese. Mythos Editora. 2009.

Transições quadro-a-quadroForma como uma imagem de um quadro leva a outro para contar a história. Podem ser classificadas como (MCCLOUD, 2005, p. 70-72):

1. Momento-a-momento2. Ação-para-ação3. Tema-para-tema4. Cena-a-cena5. Aspecto-para-aspecto6. Non-sequitur

Page 50: Os Quadrinhos Como Linguagem: Com Vocabulário e Terminologia

Imagem: Exemplo de transições aspecto-pra-aspecto. Página 104 de O Espinafre de Yukiko.Fréderic Boilet. Conrad Editora do Brasil. 2005.

Transições quadro-a-quadroForma como uma imagem de um quadro leva a outro para contar a história. Podem ser classificadas como (MCCLOUD, 2005, p. 70-72):

1. Momento-a-momento2. Ação-para-ação3. Tema-para-tema4. Cena-a-cena5. Aspecto-para-aspecto6. Non-sequitur

Page 51: Os Quadrinhos Como Linguagem: Com Vocabulário e Terminologia

Transições quadro-a-quadroForma como uma imagem de um quadro leva a outro para contar a história. Podem ser classificadas como (MCCLOUD, 2005, p. 70-72):

1. Momento-a-momento2. Ação-para-ação3. Tema-para-tema4. Cena-a-cena5. Aspecto-para-aspecto6. Non-sequitur Sem sequência lógica

Page 52: Os Quadrinhos Como Linguagem: Com Vocabulário e Terminologia

Imagem: Exemplo de estereótipos (EISNER, 2008, p. 22).

EstereótiposUtilizados como ferramentas que possibilitam a fácil assimilação de informação através das imagens dos personagens (EISNER, 2008, p. 21).

Page 53: Os Quadrinhos Como Linguagem: Com Vocabulário e Terminologia

Imagem: Exemplo de símbolos (EISNER, 2008, p. 25).

SímbolosEisner (2008), p. 25) afirma que, da mesma forma que os esterótipos empregam imagens de pessoas que podem ser facilmente identificadas nos quadrinhos e nos filmes, os objetos tem um vocabulário simbólico próprio na linguagem dos quadrinhos.

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E muito mais! O vocabulário dos quadrinhos está em constante crescimento.

O mapeamento constante dos elementos que compõem os quadrinhos busca facilitar a assimilação e contribuir com o planejamento de narrativas gráficas tanto para revistas e livros de ficção, como na publicidade, na pedagogia ou qualquer área do conhecimento que queira se valer dos potenciais comunicativos da linguagem.

Page 55: Os Quadrinhos Como Linguagem: Com Vocabulário e Terminologia

referênCias

DONDIS, Donis A.. Sintaxe da linguagem visual. São Paulo, SP: Martins Fontes, 2007.

EISNER, Will. Narrativas gráficas. 2ª ed. São Paulo, SP : Devir, 2008.

EISNER, Will. Quadrinhos e arte sequencial. São Paulo, SP: Martins Fontes, 1999.

FARACO, Carlos Emílio; MOURA, Francisco Marto. Língua e literatura. São Paulo, SP: Editora Ática, 1999.

GOMES FILHO, João. Gestalt do objeto: sistema de leitura visual. São Paulo, SP: Escrituras Editora, 2000.

JANSON, Klaus. Guia oficial DC comics: desenhos. São Paulo, SP: Opera Graphica Editora, 2005.

MCCLOUD, Scott. Desvendando os quadrinhos: história, criação, desenho, animação, roteiro. São Paulo, SP: M. Books do Brasil Ltda, 2005.

O’NEIL, Dennis. Guia oficial DC comics: roteiros. São Paulo, SP: Opera Graphica Editora, 2005.

RAMALHO E OLIVEIRA, Sandra. Imagem também se lê. São Paulo, SP: Edições Rosari, 2005.

WOLF, Tom. Harvard Educational Review. 1977.

WONG, Wucius. Princípios de forma e desenho. São Paulo, SP: Martins Fontes, 1998.

ZUGLIANI, Jorge Otávio. O circo de Lucca. São Paulo, SP: Devir, 2007.

Page 56: Os Quadrinhos Como Linguagem: Com Vocabulário e Terminologia

ObrigadO!

Pós-graduando Lato Sensu em Design e Gestão de Marca (Branding) pela Unochapecó, Chapecó, SC. Bacharel em Design pela ULBRA, Carazinho, RS.

13 de fevereiro de 2013.

Fernando Busch