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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

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Page 1: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · sobre o Teatro Ocidental e Teatro Brasileiro Exercicios de sociabilização integração do grupo 04 h 2º Encontro Apresentação

Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO - SEED

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO – SUED

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS – DPPE

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

Produção Didático-Pedagógica

AUGUSTO BOAL E A EDUCAÇÃO:

proposta para uma emancipação social através do Teatro-Fórum.

Autor: Sérgio Luís Borges

Disciplina: Arte

Núcleo Regional de Educação: Ponta Grossa

Orientador: Prof. Ms. Nelson Silva Junior

Instituição de Ensino Superior: Universidade Estadual de Ponta Grossa

PONTA GROSSA

2013

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PRODUÇÃO DIDÁTICO – PEDAGÓGICA

1. IDENTIFICAÇÃO

Título: Augusto Boal e a educação: proposta para um a emancipação social através do Teatro Fórum

Autor Sérgio Luis Borges Disciplina/Área (ingresso no PDE)

Arte

Escola de Implementação do Projeto e sua localização

Instituto de Educação Estadual Professor César Prieto Martinez - Ensino Fundamental, Médio, Normal e Profissional

Município da escola Ponta Grossa

Núcleo Regional de Educação

Ponta Grossa

Professor Orientador Nelson Silva Junior Instituição de Ensino Superior

Universidade Estadual de Ponta Grossa - UEPG

Relação Interdisciplinar (indicar, caso haja, as diferentes disciplinas compreendidas no trabalho)

Resumo (descrever a justificativa, objetivos e metodologia utilizada. A informação deverá conter no máximo 1300 caracteres, ou 200 palavras, fonte Arial ou Times New Roman, tamanho 12 e espaçamento simples)

O Projeto será realizado por uma pesquisa-ação, analisando quais as possibilidades educativas e sociais que podem ocorrer através da técnica do Teatro-fórum, desenvolvidas com as alunas e alunos do Curso de Formação de Docentes - Integrado do Instituto de Educação, possibilitando a se tornarem mais críticos. Este trabalho terá como fundamentação teórica a Pedagogia do Oprimido, do educador Paulo Freire e O Teatro do Oprimido de Augusto Boal. Sendo feita a realização de um questionário com as alunas e alunos, sobre o conhecimento teórico e prática de atividades teatrais. A metodologia utilizada se dividirá em teoria e prática. Estudo teórico do Teatro do Oprimido, focando no Teatro-fórum, onde na sequência acontecerá as atividades práticas, que abordaram as questões das ações docentes, através das práticas de ensino realizadas no Estágio Supervisionado.

Palavras-chave ( 3 a 5 palavras)

Teatro; Augusto Boal; Formação de Docentes

Formato do Material Didático

Unidade Didática

Público Alvo (indicar o grupo para o qual o material didático foi desenvolvido: professores, alunos, comunidade...)

Alunas e alunos do Curso de Formação de Docentes - Integrado

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2. APRESENTAÇÃO

O material didático pedagógico feito para a intervenção pedagógica terá o

formato de uma Unidade Didática, desenvolvido em 2013 e 2014, através do Programa de

Dsenvolvimento Educacional - PDE, mantido como politica pública pelo Governo do

Estado do Paraná. Através deste material pretende-se oferecer conhecimento

teórico/prático na área do Teatro, trazendo possibilidades emancipatórias educativas e

sociais através da técnica do Teatro Fórum.

O Teatro Fórum é uma técnica desenvolvida pelo dramaturgo brasileiro Augusto

Boal, onde se encontra fundamentada na metodologia do Teatro do Oprimido, utilizada

atualmente em mais de 50 países.

A intervenção será feita em contraturno, com as alunas e alunos do 4º ano do

Curso de Formação de Docentes - Integrado do Instituto de Educação Estadual Professor

César Prieto Martinez, através do processo formal teórico/prático, do Teatro Fórum

apontando assim para a desmistificação do docente na educação infantil e nas séries

iniciais do ensino fundamental enquanto sujeito autoritário e opressor, mas como agente

que também sofre opressões em seu exercício docente.

O Projeto de Intervenção Pedagógico Augusto Boal e a educação: proposta

para uma emancipação social através do Teatro Fórum , visa proporcionar

possibilidades que através da reflexão critica e práticas teatrais para que as alunas(os)

possam desenvolver uma formação social e educativa quanto futuras docentes.

Ampliando assim a compreensão sobre a importância do Teatro no processo de

emancipação do pensamento social, estimulando a potencialidade expressiva dos alunos.

Para que ocorra o processo de ensino e aprendizagem, a Unidade Didática está

estrutura em 08 encontros com duração de 04 horas cada, sendo trabalhados os

seguintes tópicos: breve história do Teatro Ocidental e Brasileiro, vida e obra de Augusto

Boal e Paulo Freire, relações entre a Pedagogia do Oprimido e o Teatro do Oprimido,

seguidos de vídeos que falam dos respectivos assuntos citados, exercícios e jogos

teatrais e práticas da técnica do Teatro Fórum.

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3. INTRODUÇÃO

O objetivo desta Unidade Didática é considerar a importância de Augusto Boal e

seu Teatro do Oprimido (TO), optando-se pela técnica do Teatro Fórum, onde a mesma é

citada como conteúdo para o ensino de Arte nas Diretrizes Curriculares da Educação

Básica - Arte da SEED/PR e também na Lei de Diretrizes e Bases (LDB) 9394/96.

Segundo a LDB 9.346/96, Art. 35, III: "[...] o aprimoramento do educando como

pessoa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento de autonomia intelectual

e do pensamento crítico."

Sendo assim, pretende-se através da aplicação do projeto possibilitar o

desenvolvimento da autonomia intelectual e crítica das alunas do Curso de Formação de

Docentes, através da técnica do Teatro Fórum. Estabelecendo uma relação com a

formação de docentes, dialogando e ilustrando conflitos ou opressões, no Estágio

Supervisionado.

Tendo em vista a importância do ensino do Teatro, na formação de futuros

docentes e cidadãos com autonomia e pensamento críticos, fez-se necessário a

elaboração de um questionário, composto de duas perguntas objetivas e quatro perguntas

discursivas em relação a trajetória dos estudantes na participação em atividdes teatrais,

sua importância e contribuição no processo de ensino aprendizagem e na formação de

futuros profissionais da educação infantil e da séries iniciais do ensino fundamental.

Considerando-se que muitas vezes, o ensino de Teatro, na escola ainda é visto

como supérfluos e um mero entretenimento, analisaremos através dos questionários

respondidos pelas alunas e alunos do Curso de Formação de Docentes sobre as

perguntas citadas acima.

Optou-se pelo Teatro Fórum, por apresentar técnicas propicias para as questões

que envolvam conflitos, opressores e oprimidos. Para Augusto Boal:

O Teatro Fórum - talvez a forma do TO mais democrática e, certamente, a mais conhecida e praticada em todo o mundo, usa ou pode usar todos os recursos de todas as formas teatrais conhecidas, a estas acrescentando uma caracteristica essencial: os espectadores - aos quais chamamos de Spect-atores - são convidados a entrar em cena e, atuando teatralmente e não apenas usando palavra, revelar seus pensamentos, desejos e estratégias que podem sugerir, ao grupo o qual pertencem, um leque de alternativas possíveis por eles próprios inventadas: o teatro deve ser um ensaio para a ação da vida real, e não um fim em si mesmo. (BOAL, 2012, p. 19)

O Teatro é uma das linguagens artísticas que nos oferece ampla possibilibilidade

educativa. Contribuindo na formação de nossos alunos e alunas na sociabilização,

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interação e comunicação, em especial na formação de futuos docentes da educação

infantil e nas séries iniciais do ensino fundamental. Pois podemos perceber também sua

importância nos Parâmetros Curriculares Nacionais:

O teatro, no processo de formação, cumpre não só função integradora, mas dá oportunidade para que o aluno aproprie crítica e construtivamente dos conteúdos sociais e culturais de sua comunidade mediante trocas com os seus grupos [...] No plano individual (o teatro), possibilita o desenvolvimento de capacidades expressivas e artísticas (1997, p. 57).

Outro grande obstáculo a ser trabalho durante o Projeto, é a compreensão por

parte dos alunos envolvidos, sobre a importância significativa que o Teatro pode trazer na

área da educação. Pois as vezes percebemos que o conhecimento teatral no âmbito

escolar é distorcido, como já foi mencionado acima visto somente como um mero

entetenimento ou até mesmo como supérfluo. Com base nessa realidade que

presenciamos dia a dia na escola, pretende-se após a Intervenção Pedagógica deste

Projeto, possibilitar reflexões que auxiliem na emancipação do pensamento, tornanando-

os assim mais críticos e compreender o ensino de Teatro na escola como uma ferramenta

pedagógica, ajudando no processo ensino aprendizagem de seus futuros alunos.

No desenvolvimento do Projeto, será utilizada as técnicas de Augusto Boal, porém

vale ressaltar que o objetivo de sua teoria não se fundamenta para encontrar ou formar

atores. Nem tampouco é o objetivo de se ensinar Teatro na escola. As atividades

realizadas através da Metodologia do Teatro do Oprimido, enfatizando-se a técnica do

Teatro Fórum terá como foco principal de expandir e emancipar o pensamento reflexivo e

crítico, desenvolvendo o sentido de liberdade para a contrução de novos conhecimentos.

O Teatro do Oprimido, em todas as suas formas, busca sempre a transformação da sociedade no sentido da libertação dos oprimidos. É ação em si mesmo, e é preparação para ações futuras. "Não basta interpretar a realidade: é necessário transformá-la!" - disse Marx, com admirável simplicidade. (BOAL, 2012, p.19)

Augusto Boal adota a fundamentação teórica da metodologia e Paulo Freire, para

quem o ensino é democracia e diálogo. Denonimando ses método de intervenção social e

política através do Teatro do Oprimido, inspirando diretamente no título do livro

"Pedagogia do Oprimido", e no pensamento de Freire, de que todo ser humano pode

ensinar a todo mundo. Adotando um dos princípios freireano, de uma pedagogia

elaborada pelos oprimidos e não para os oprimidos, exercendo uma prática teatral que

conscienti os oprimidos a lutarem pela libertação: "A ficção antes da realidade, a repetição

antes da revolução". (BOAL. 1980, p.90)

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4. METODOLOGIA

O Projeto de Intervenção Pedagógica Augusto Boal e a educação : proposta para

uma emancipação social através do Teatro Fórum, seá desenvovlido em 08 encontros,

com duração de 04 horas cada, totalizando 32 horas, sendo trabalhadas em contra turno.

Abaixo temos um quadro demonstrativo das atividades em cada encontro, e na sequência

o detalhamento de cada encontro.

Encontros para a realização da Intervenção Pedagógica

Atividades realizadas na Intervenção Pedagógica

Carga

Horária

1º Encontro

Introdução ao Projeto de Intervenção Pedagógica. Breve história do Teatro Grego, Romano, Medieval e Renascentista. História do Teatro Brasileiro. Vídeos sobre o Teatro Ocidental e Teatro Brasileiro Exercicios de sociabilização integração do grupo

04 h

2º Encontro

Apresentação sobre a vida e a obra do dramaturgo Augusto Boal e sua importância para o Teatro Brasileiro. Vídeos sobre Augusto Boal e o Teatro do Oprimido. Exercícios de aquecimento físico e vocal.

04 h

3º Encontro

A importância do educador Paulo Freire na educação brasileira.Relações pedagógicas entre educador Paulo Freire o dramaturgo Augusto Boal (Pedagogia do Oprimido X Teatro do Oprimido). Vídeos sobre a vida e obra de Paulo Freire Contemporâneo. Exercícios teatrais de máscaras e rituais e quebra de repressão.

04 h

4º Encontro

Estudo teórico sobre a técnica do Teatro Fórum, fundamentação, objetivos e metodologia. Vídeo sobre a origem do Teatro Fórum e sua aplicação em diversos lugares. Ensaios para a preparação de um modelo do Teatro Fórum. (sugestão do Livro Jogos para atores e não atores)

04 h

5º Encontro Prática da Técnica do Teatro Fórum

04 h

6º Encontro Prática da Técnica do Teatro Fórum

04 h

7º Encontro Prática da Técnica do Teatro Fórum

04 h

8º Encontro Prática da Técnica do Teatro Fórum. Avaliação do Projeto e atividades desenvolvidas. A importância do Projeto na construção dos futuros docentes.

04 h

Observação: Os vídeos,exercícios e jogos teatrais serão intercalados entre as atividades teóricas.

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Figura 01

O teatro grego surgiu das cerimônias e rituais gregos como as Dionisíacas que

eram celebrações de caráter religioso ao deus Dionísio, o deus do vinho, do entusiasmo,

da fertilidade e do teatro. Os

tinham vontades e humores. Uma coisa curiosa nas encenações é que só os homens

podiam atuar, já que as mulheres não eram consideradas cidadãs, por isso as peças eram

encenadas com grandes máscaras.

Foi na Grécia que surgiu a dramaturgia com Téspis que também representou pela

primeira vez o deus Dionísio, criando o ofício de ator. Também na Grécia antiga surgiram

dois gêneros do teatro: a tragédia e a comédia.

Nas tragédias gregas os temas eram ligados

gênero eram contadas histórias que quase sempre terminavam com a morte do herói. Os

autores de tragédia grega mais famosos foram Ésquilo, Sófocles e Eurípedes. Ao

contrário da tragédia, na comédia grega as histórias

formas engraçadas de perceber a vida chamadas sátiras. Um grande autor de comédia

grega foi Aristófanes. Todos esses autores influenciaram muito o teatro que veio depois e

suas peças são encenadas até hoje.

O teatro grego surgiu das cerimônias e rituais gregos como as Dionisíacas que

eram celebrações de caráter religioso ao deus Dionísio, o deus do vinho, do entusiasmo,

deuses gregos eram muito parecidos com os homens, pois

tinham vontades e humores. Uma coisa curiosa nas encenações é que só os homens

podiam atuar, já que as mulheres não eram consideradas cidadãs, por isso as peças eram

encenadas com grandes máscaras.

i na Grécia que surgiu a dramaturgia com Téspis que também representou pela

primeira vez o deus Dionísio, criando o ofício de ator. Também na Grécia antiga surgiram

dois gêneros do teatro: a tragédia e a comédia.

Nas tragédias gregas os temas eram ligados às leis, à justiça e ao destino. Nesse

gênero eram contadas histórias que quase sempre terminavam com a morte do herói. Os

autores de tragédia grega mais famosos foram Ésquilo, Sófocles e Eurípedes. Ao

contrário da tragédia, na comédia grega as histórias visavam o riso do espectador, eram

formas engraçadas de perceber a vida chamadas sátiras. Um grande autor de comédia

grega foi Aristófanes. Todos esses autores influenciaram muito o teatro que veio depois e

suas peças são encenadas até hoje.

O teatro grego surgiu das cerimônias e rituais gregos como as Dionisíacas que

eram celebrações de caráter religioso ao deus Dionísio, o deus do vinho, do entusiasmo,

deuses gregos eram muito parecidos com os homens, pois

tinham vontades e humores. Uma coisa curiosa nas encenações é que só os homens

podiam atuar, já que as mulheres não eram consideradas cidadãs, por isso as peças eram

i na Grécia que surgiu a dramaturgia com Téspis que também representou pela

primeira vez o deus Dionísio, criando o ofício de ator. Também na Grécia antiga surgiram

às leis, à justiça e ao destino. Nesse

gênero eram contadas histórias que quase sempre terminavam com a morte do herói. Os

autores de tragédia grega mais famosos foram Ésquilo, Sófocles e Eurípedes. Ao

visavam o riso do espectador, eram

formas engraçadas de perceber a vida chamadas sátiras. Um grande autor de comédia

grega foi Aristófanes. Todos esses autores influenciaram muito o teatro que veio depois e

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Figura 02

O teatro romano não é um reflexo do teatro grego. Eles importaram a cultura

grega, porém tinham seu próprio estilo. O teatro romano perde o caráter de sagrado e

visa à diversão e ao prazer, a comédia toma o lugar da tragédia. Os espetáculos de circo

romanos eram violentos, se baseavam em competições entre os romanos e os cristãos os

quais eram sacrificados publicamente.

Figura 03

Período de intensa atividade católica. Durante as missas eram representadas

passagens da bíblia, porém as autoridades católicas, com medo da perda do caráter

sagrado da missa, proibiram as exibições e as peças foram para as praças públicas.

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Também na Idade Média surgem as comédias bufas com temas políticos e sociais

e a farsa com uso de estereótipos que ironizavam acontecimentos do dia a dia. Aparecem

os Saltimbancos, companhias de teatro que iam de cidade em cidade apresentando seus

espetáculos.

Figura 04

Na Itália, no final da Idade Média e início do Renascimento, surge a Commedia

Dell'Arte, que se baseava em espetáculos teatrais populares, apresentados nas ruas, com

textos improvisados e personagens de destaques como Arlequim, Pierrot, Colombina,

Polichinelo, Pantaleão, Briguela.

Na Ingleterra, a rainha Elizabeth I deu proteção ao teatro da época pois apreciava

muito os espetáculos populares. Contava com a ajuda de alguns dramaturgos ingleses

para contar a história de seus heróis reforçando o sentimento do nacionalismo. O principal

deles era Sheakespeare que também idealizou e construíu o mais famoso teatro inglês: o

Globe.Também vale destacar o francês Moliére, patrono dos atores franceses. Moliére foi

um comediógrafo, ou seja, se dedicou a escrever comédias e, em suas histórias,

explorava as fraquezas e ridículos do ser humano.

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Figura 05

Uma das primeiras manifestações do teatro no Brasil ocorreu no século XVI como

forma de catequização. O teatro era utilizado pelos jesuítas para instruir religiosamente os

índios e colonos. O padre Anchieta é um dos principais jesuítas que utilizou estes tipos de

representações que eram chamadas de teatro de catequese. Esse teatro possuía uma

preocupação muito mais religiosa do que artística, os atores eram amadores e não

existiam espaços destinados à atividade teatral, as peças eram encenadas em praças,

ruas, colégios entre outros.

Já no século XVII, além do teatro de catequese emerge outros tipos de teatros

que celebram festas populares e acontecimentos políticos, alguns lembram muito o

carnaval como conhecemos hoje, as pessoas saíam às ruas para comemorações vestidas

com adereços, desfilando mascaradas, dançando, cantando e tocando instrumentos.

Com a chegada da família real no Brasil, em 1808, o teatro dá um grande salto. D. João

VI assina um decreto de 28 de maio de 1810 que reconhece a necessidade da construção

de "teatros decentes" para a nobreza que necessitava de diversão. Grandes espetáculos

começaram a chegar no Brasil porém, além de serem estrangeiros e refletirem os gostos

europeus da época eram somente para os aristocratas e o povo não tinha qualquer

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participação, o teatro não tinha uma identidade brasileira.

No século XIX o teatro brasileiro começa a se configurar e um grande marco foi a

representação da tragédia Antônio José ou O Poeta e a Inquisição de Gonçalves

Magalhães em 13 de março de 1838. Esse drama foi encenado por uma companhia

genuinamente brasileira, com atores e propósitos nacionalistas formado pelo ator João

Caetano. Nessa época surgem as Comédias de Costume com o escritor teatral Luíz

Carlos Martins Pena que buscava em fatos da época situações para arrancar da plateia

muitos risos. Muitos autores teatrais surgiram como Antônio Gonçalves Dias, Manuel

Antônio Àlvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Castro Alves, Luís Antônio Burgain,

Manuel de Araújo Porto Alegre, Joaquim Norberto da Silva, Antônio Gonçalves Teixeira e

Souza, Agrário de Menezes, Barata Ribeiro, Luigi Vicenzo de Simoni e Francisco José

Pinheiro Guimarães.

Em 1855 surge o teatro realista no Brasil, o teatro deixa de lado os dramalhões e

visa o debate de temas atuais, problemas sociais e conflitos psicológicos tentando

mostras e revelar o cotidiano da sociedade, o amor adúltero, a falsidade e o egoísmo

humanos. Um dos mais importantes autores dessa época é Joaquim Manoel de Macedo,

autor da obra-prima A Moreninha, de Arthur Azevedo.

A Semana de Arte Moderna de 1922, que foi um marco para as artes não

abrangeu o teatro que ficou esquecido, adormecido por longos anos. A renovação do

teatro brasileiro veio em 1943, com a estreia de Vestido de Noiva, de Nelson Rodrigues,

sob a direção de Ziembinski, que escandalizou o público e modernizou o palco brasileiro.

Vestido de Noiva fez um grande sucesso assim como o Auto da Compadecida, de Ariano

Suassuna.

Vale destacar que o Teatro Brasileiro de Comédia (TBC) foi formado por grandes

artistas como Cacilda Becker, Tônia Carrero, Sérgio Cardoso, Paulo Autran, Fernanda

Montenegro, entre outros.

Em 1948, Alfredo Mesquita funda, dentro da Universidade de São Paulo (USP), o

primeiro curso Técnico para atores, a Escola de Arte Dramática, escola que ele dirigiu por

21 anos, enquanto Franco Zampari (1898-1966) organiza então o TBC.

O TBC encerrou suas atividades em 1964, mas dele resultaram outras

companhias, entre elas, a de Maria Della Costa (1926), a de Nydia Licia (1926) e Sérgio

Cardoso (1925-1972).

De 1953 a 1970, São Paulo conhece o Teatro de Arena, que introduz novos

elementos na dramaturgia brasileira, principalmente espetáculos em que desaparece a

noção de protagonista, como Arena conta Zumbi e Arena conta Tiradentes.

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No final dos anos 1960, Ruth Escobar (1936) inovou a estética teatral,

desmontando teatros para criar espetáculos como Cemitérios de automóveis e O balcão,

ambos dirigidos por Victor Garcia (1958).

Com o golpe militar em 1964 veio a censura e um número enorme de peças foram

proibidas e somente a partir dos anos 70 o teatro novamente ressurge mostrando

produções constantes. Surgindo diversos grupos formados por jovens diretores e atores.

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Cacilda Becker (1921 - 1969) Derci Gonçalves (1907 Dulcina de Morais (1911 - 1996) Fernanda Montenegro (1929 Paulo Autran (1922 - 2007)

1969) Derci Gonçalves (1907

1996) Eva Wilma (1933

1929 - ) Ruth de Souza

2007) Gianfrancesco Guarnieri

1969) Derci Gonçalves (1907 - 2008)

(1933 - )

(1921 - )

Gianfrancesco Guarnieri (1934 - 2006)

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Vídeo 01 Teatro Grego 03 minutos

Vídeo 02 Teatro Romano 05 minutos

Vídeo 03 Coliseu 10 minutos e 39

Vídeo 04 Idade Média 05 minutos

Vídeo 05 Teatro no Renascimento

Vídeo 06 Teatro - O Globo 05 minutos

Vídeo 07 Teatro Brasileiro - Parte I

Vídeo 08 Teatro Brasileiro - Parte II

minutos e 32 segundos

05 minutos e 06 segundos

10 minutos e 39 segundos

05 minutos e 06 segundos

Teatro no Renascimento 08 minutos e 16 segundos

05 minutos e 52 segundos

Parte I 08 minutos e 43 segundos

Parte II 05 minutos e 49 segundos

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São especialmente indicados quando se inicia um novo grupo de não-atores, isto

é estudantes. São jgos de salão ( e não exercícios de laboratório) que ajudam as pessoas

a aceitar a possibilidade de tentar "representar" como no teatro; ajudam a perder a

vergonha.

1 . Mímica - É o conhecido jogo "diga isso por mímica", no qual se formam duas equipes.

A primeira propõe a um dos elementos da segunda o título de um filme, o nome de um

político ou uma frase recentemente pronunciada por um demagogo qualquer ou um

político popular. O elemento do segundo grupo tem que fazer, para os seus

companheiros, a mímica das frases ou do nome, e estes tem que descobrir o que é. Cada

ator tem dois minutos para fazer a mímica. Com atores mais experientes, este jogo pode

fazer-se dando o tema ou a ideia central de uma cena ( o ator não pode fazer nenhuma

demonstração óbvia nem reproduzir qualquer marcação; apenas pode corporizar a ideia

central segundo as suas possibilidades e imaginação).

2 . Jogo do Assassino - Este jogo foi tirado de uma história de suspense. No salão de

um hotel, com as comunicações para o exterior completamente cortadas, descobre-se um

cartão que diz; "sou um assassino e vou matá-los a todos". Todos os participantes tem

que descobrir o mais rapido possível o assassino (prévia e secretamente designado pelo

encenador). O assassino pode, a um sinal convencionado (que podem ser, por exemplo,

dois pequenos toques no ombro), "matar" os outros depois de um período de 10 minutos

durante o qual todos procuram estuda-se e reconhecer-se mutuamente. Os demais atores

podem, mediante votação majoritária "matar" os suspeitos. Este jogo de salão também

pode ser feito como exercício de laboratório, quer dizer, com atores criando realmente

personagens e desenvolvendo as suas emoções. Neste caso, os "mortos" não saem de

cena, morrem realmente. De qualquer forma, a "morte" do que foi assassinado não pode

ser rápida; pelo contrário, o ator deve esperar uns minutos antes de "morrer", para não

denunciar o assassino.

Este tipo de jogo é ótimo para ativar a capacidade de percepção do ator. Em

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geral, os nossos sentidos selecionam o que vamos conscientizar; o jogo amplia a área de

conscientização e cada ator começa a analisar com muito mais pormenor todos os seus

companheiros, visto que, potencialmente, todos são "assassinos". O encenador pode

escolher um assassino, vários, ou até nenhum, e assim o suspense mantém-se,

obrigando a uma tensão e a uma atenção muito maior por parte de todos.

3 . Frase Feita - Pensa-se em duas ou mais frases feitas, refrões, ditos populares. Cada

ator recebe uma palavra de cada uma dessas frases. Durante o jogo, cada ator deve

responder às perguntas que lhe fazem os outros, encontrando sempre maneira de incluir

na resposta a sua palavra-chave. Estabelecem-se várias conversações ou uma só. O jogo

acaba quando um grupo de atores consegue descobrir todos os que possuem as palavras

que formam a sua frase feita. É importante que cada ator, ao responder, o faça com frases

compatíveis com a ideologia que julga relaciona-se com a frase que inclui a sua palavra-

chave. Por exemplo: "Só o povo salvará o povo". Um ator terá a palavra "só", o segundo

"o", o terceiro "povo", etc. Ninguém sabe quem pertence ao seu grupo: cada qual tem que

descobrir através da utilização, nas respostas, da palavra que lhe coube.

BERTHOLD, Margot. História Mundial do Teatro. São Paulo: Perspectiva, 2001. HELIODORA, Barbara. O Teatro explicado aos meus filhos. Rio de Janeiro: Agir, 2008. MAGALDI, Sábato. Panorama do Teatro Brasileiro. São Paulo: Globa, 2004.

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Figura 06

A solidariedade entre semelhantes é a parte medular do Teatro do Oprimido.

Criado pelo teatrólogo brasileiro Augusto Boal, nos anos 70, busca não apenas conhecer

a realidade,mas a transformá-la ao nosso feitio, a transformação da sociedade no sentido

da libertação dos oprimidos. É ação em si mesmo, e é preparação para ações futuras.

Atualmente presente em mais de 70 países espalhados pelos cinco continentes, o

Teatro do Oprimido (TO) é uma metodologia de trabalho político, social e artístico. É

baseado na ideia que todo mundo é teatro, todos os seres humanos são atores, mesmo

que não façam teatro. O ser humano carrega em si o ator e o expectador porque age e

observa, e o também escritor, o figurinista e o diretor da própria peça, ou seja, da própria

vida, pois escolhe como agir, o que vestir em cada ocasião e como se comportar.

O Teatro do Oprimido, de acordo com o próprio Boal, pretende transformar o

espectador, com o recurso da quarta parede, em sujeito atuante, transformador da ação

dramática que lhe é apresentada, de forma que ele mesmo, espectador, passe a

protagonista e transformador da ação dramática. A ideia central é que o espectador

ensaie a sua própria revolução sem delegar papéis aos personagens, desta forma

conscientizando-se da sua autonomia diante dos fatos cotidianos, indo em direção a sua

real liberdade de ação, sendo todos “espectadores”, ou seja, atores e espectadores da

ação dramática e da própria vida.

Através da prática de jogos, exercícios e técnicas teatrais, procura estimular a

discussão e a problematização de questões do cotidiano, fornecendo uma maior reflexão

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das relações de poder, através da exploração de histórias entre opressores e oprimidos.

Os jogos propostos procuram desmecanizar o corpo e mente dos praticantes, alienados

em tarefas repetitivas, e possuem regras como na sociedade, mas necessitam de

liberdade criativa para que o jogo, ou a vida, não se transforme em obediência servil. São

diálogos sensoriais que exigem criatividade e ajudam a desenvolver em pessoas de

qualquer idade e profissão o sentido de humanidade criando possibilidades de

observarem a si próprios. Augusto Boal foi um homem de coletivo, um semeador de

multiplicadores. Ensinava aprendendo e aprendia ensinando, num constante processo de

criação.

Palavras que expressam os pensamentos de Augusto Boal:

"A política é a rainha das artes, pois ela articula todas as relações humanas".

(Boal,1979, p.55)

" O teatro do oprimido não é um teatro de classe, é um teatro das classes oprimidas e

dos oprimidos, no interior dessas classes". (Boal,1980, p. 76)

"...a discussão sobre as relações entre o teatro e a política é tão velha como o

teatro...ou como a política". (Boal, 1983, p.54)

"Qualquer pessoa pode fazer teatro - até mesmo os atores". (Boal, 1998, p.19)

"O objetivo básico do Teatro do Oprimido é o de Humanizar a Humanidade".

(Boal,1979, p.22)

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Figura 07

Vídeo 09 - Entrevista

Vídeo 10 - Entrevista

Vídeo 11 - Entrevista

Aos vinte e um anos de idade Augusto Boal já era um Químico Industrial

foi o último ano em que a Escola Nacional de Química formou Químico Industrial

diante, Engenheiros Químicos. Para ter também

matérias complementares.

Seu pai deu o direito a um ano de esp

ano inteiro. Engenharia Química, bem entendido. Pensei na França (tinha visto

espetáculos franceses no Municipal), e

Williams...) Mas teria que estudar plásticos e petróleo misturados com o

2000, p.116)

Figura 07

Entrevista - Parte I 08 minutos

Entrevista - Parte II 08 minutos

Entrevista - Parte III 06 minutos e 57 segundos

Aos vinte e um anos de idade Augusto Boal já era um Químico Industrial

foi o último ano em que a Escola Nacional de Química formou Químico Industrial

diante, Engenheiros Químicos. Para ter também esse diploma, seriam necessários

ai deu o direito a um ano de especialização no Exterior. Podia estudar um

ano inteiro. Engenharia Química, bem entendido. Pensei na França (tinha visto

espetáculos franceses no Municipal), e nos Estados Unidos (gostava de O'Neill, Miller,

Williams...) Mas teria que estudar plásticos e petróleo misturados com o

57 segundos

Aos vinte e um anos de idade Augusto Boal já era um Químico Industrial - 1952

foi o último ano em que a Escola Nacional de Química formou Químico Industrial - daí por

esse diploma, seriam necessários

ecialização no Exterior. Podia estudar um

ano inteiro. Engenharia Química, bem entendido. Pensei na França (tinha visto

nos Estados Unidos (gostava de O'Neill, Miller,

Williams...) Mas teria que estudar plásticos e petróleo misturados com o Teatro. (BOAL,

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A morte endurece todo o corpo, começando pelas articulações. Chaplin, o maior

mímico, o bailarino, já não pode dobrar os joelhos. Assim, são bons todos os exercícios

que dividem o corpo nas suas partes, nos seus músculos, e aqueles em que se ganha

controle cerebral sobre cada músculo e cada parte, tarso, metatarso e dedos, cabeça,

tórax, pelve, pernas, braços, face esquerda e direita, etc.

1 . Aquecimento Físico - Rotação: com as mãos, o ator faz movimentos circulares na

pele do rosto, dos braços, das pernas, de todo o corpo. O ator faz movimentos com os

braços e com cada perna alternadamente, semelhantes aos movimentos que se fazem

quando se quer sacudir a água de cima ou espantar algo negativo, com movimentos

circulares, nos mesmos locais.

2 . Hipnotismo colombiano - Um ator põe a mão a poucos metros do rosto de outro,

como hipnotizado, deve manter o rosto sempre à mesma distância da mão do

hipnotizador, os dedos e os cabelos, o queixo e o pulso. O líder inicia uma série de

movimentos com as mãos, retos e circulares, para cima e para baixo, para os lados,

fazendo com que o companheiro execute com o corpo todas as estruturas musculares

possíveis, a fim de se equilibrar e manter a mesma distância entre o rosto e a mão. A mão

hipnotizadora pode mudar, para fazer, por exemplo, com que o ator hipnotizado seja

forçado a passar por entre as pernas do hipnotizador. As mãos do hipnotizador não

devem jamais fazer movimentos muito rápidos, que não possam ser seguidos. O

hipnotizador deve ajudar seu parceiro a assumir todas as posições ridículas, grotescas,

não usuais: são precisamente estas que ajudam o ator a ativar estruturas musculares

pouco usadas e a melhor sentir as mais usuais. O ator vai utilizar certos músculos

esquecidos do seu corpo. Depois de uns minutos, trocam-se o hipnotizador e o

hipnotizado. Alguns minutos mais, os dois atores se hipnotizam um ao outro: ambos

estendem sua mão direita, e ambos obedecem à mão um do outro.

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3 . O balão como prolongamento do corpo - O encenador joga dois, três, muitos balões

em direção aos atores, que devem mantê-los no alto, tocando-os com qualquer parte de

seus corpos, como se seus corpos fossem parte ds balões que estão tocando; devem se

encher de ar e tentar flutuar como se fossem balões.

1 . Som e Movimento - Um grupo de atores emite com a voz um determinado som (que

pode ser de animais, folhagem, rua, fábrica), enquanto outro grupo faz movimentos com

ele relacionados, como se fossem a sua visualização, isto é, se o som é "miau", a imagem

não será necessariamente a de um gato, mas sim a visualização que o ator tem desse

som especial. A uma floresta de sons, uma sequência ritual de imagens

2 . Em pé, em círculo - Os atores expiram fazendo um ruído (Ah!) e se deixam cair como

se estivessem desinflando, relaxando completamente no chão.

3 . Ao som de uma música - Todos os atores devem se movimentar e cantar junto com

uma determinada música. Quando a música parar, ao comando do diretor, devemos

cumprimentar o colega mais próximo usando diferentes partes do corpo: a palma das

mãos, os cotovelos, os joelhos, os quadris, a testa, a nuca, o nariz, os pés...

BOAL, Augusto. Hamlet e o filho do padeiro. Rio de Janeiro: Record, 2000. BOAL, Augusto. O arco-íris do desejo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1996. GOMES, André Luís. Penso Teatro: Dramaturgia, crítica e encenação. Vinhedo: Horizonte, 2012.

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Figura 08

Era o ano de 1963. A pequena comunidade de Angicos, no Rio Grande do Norte,

recebia uma expedição com alguns dos maiores nomes da Educação brasileira. Paulo

Freire (1921-1997) comandava o projeto, conhecido como "As 40 horas de Angicos", que

se propunha a alfabetizar cerca de 300 jovens e adultos em 40 horas. O método, que se

tornou histórico e inovador, baseava-se nas experiências vividas pelos alunos,

trabalhando "palavras geradoras" a partir da realidade de cada trabalhador. A partir daí, ia

sendo codificadas e decodificadas as palavras. O pernambucano Paulo Freire viveu como

exilado político por muitos anos na América Latina e Europa, espalhando seus

conhecimentos, ideias e experiências por todo o mundo. Ganhou 41 títulos de "doutor

honoris causa" de universidades como Harvard, Cambridge e Oxford, e escreveu

clássicos como "Educação: prática de liberdade" (1967), "Pedagogia do Oprimido" (1968),

"Cartas à Guiné-Bissau" (1975), "Pedagogia da Esperança" (1992) e "A sombra desta

mangueira" (1995). Em 13 de abril de 2012, foi declarado o Patrono da Educação

Brasileira.

Paulo Freire não foi um intelectual acadêmico, distante da vida concreta, do

cotidiano. É por isso - e não porque tenha seguido uma doutrina filosófica ou um ideário

político - que sua teoria e sua práxis são tão fortes, violentas até, carregadas de um

sentido existencial profundo. Sentido que Paulo Freire não "dá", mas que "exprime". E

como o seu ponto de partida, a sua opção radical é a libertação dos oprimidos, o sentido

mais profundo da sua obra é ser a "expressão" dos oprimidos. Daí ser uma obra

inquietadora, pertubadora, revolucinária. Ela exprime a realidade e a estratégia do

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oprimido. Foi por essa razão que não foi tolerado após o golpe militar de 1964: por ser o

"pedagogo dos oprimidos". (FREIRE, 2011, p.8)

Figura 09

"Conheci Augusto Boal nos anos sessenta, ainda muito jovem. Já naquela época tinha grande admiração pela genialidade que anunciava no teatro pela seriedade que já vivia, pela coerência com que diminuia a distância entre o que dizia e o que fazia." (FREIRE, Hamlet e o filho do padeiro, 2000) "Paulo Freire inventou um método, o seu, o nosso, o método que ensina ao analfabeto que ele é perfeitamente alfabetizado nas linguagens da vida, do trabalho, do sofrimento, da luta, e só lhe falta aprender a traduzir em traços, no papel. Maiêutico, socrático, Paulo Freire ajuda o cidadão a descobrir, por si o que faz dentro de si." (BOAL, 2000)

Augusto Boal, um dos mais importantes diretores de teatro da atualidade e criador

do Teatro do Oprimido (TO), conhecido e praticado em mais de 70 países, seguindo Paulo

Freire, propôs uma pedagogia cênica construída pelos oprimidos, e não para os

oprimidos. Um método estético que reúne exercícios, jogos e técnicas teatrais de

desmecanização física e intelectual dos que o praticam. Pelo TO, os oprimidos são

"incitados"a lutarem pela sua libertação, com a apropriação dos meios de produzir e

democratizar o teatro , pela via de uma comunicação direta, ativa e propositiva entre os

espectadores e atores.

Em 1953, Paulo Freire e Ariano Suassuna realizaram atividades teatrais com

operários do Recife, desenvolveram uma experiência pioneira no SESI: lançaram as

bases para a prática de um teatro popular autêntico, participante e comunicativo.

Teatro como canal de conscientização, de leitura do mundo e comunicação entre

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palco e platéia, platéia e palco, sob a mediação de um coordenador de debates, na figura

de personagen fantástico ou mítico, cuja função seria a de precipitar comentários e

diálogos com a platéia. Nessa experiência, o Teatro foi linguagem artística fundamental,

aplicada à educação.

A metodologia do Teatro do Oprimido apresenta pensamentos da metodologia

elaborada por Paulo Freire. Boal, admira e respeita à obra de Freire, pois ambas as

metodologias trabalham com a perspectiva de opressores e oprimidos em nossa

sociedade. Augusto Boal conheceu Paulo Freire entre os anos de 1959 e 1960, tendo

oportunidade de estar com ele apenas, por duas vezes no Brasil. Declarou que

acompanharam as atividades e as vidas um do outro, porém nunca realizaram uma

atividade juntos.

Podemos considerar o contexto sócio político e cultural onde estavam inseridos

Boal e Freire, e conceberem as suas propostas metodológicas, podemos assim perceber

claramente as ideologias implícitas nestas metodologias, que se destacam pela

preocupação com a opressão sofrida pela sociedade.

Percebe-se também que as atividades artísticas e educativas mostram uma

estreita ligação com a atividade política, e em se tratando do texto de teatro, está

intimamente ligado à sociedade e trazem as marcas da realidade plítica de sua época. As

metodologias de Freire e Boal assumem evidentemente uma proposta engajada frente ao

pós-golpe militar, que o Brasil passou na década de 60.

O educador Paulo Freire e o teatrólogo Augusto Boal foram contemporâneos,

atuaram em contextos sociais semelhantes. Boal com o teatro popular, iniciado no "Teatro

de Arena", preocupado com o engajamento social e também e também com a formação

do ator. Enquanto Freire se ocupou iniciamente com a educação de adultos de adultos

nos chamados "Círculos de Cultura" que pretendiam justamente escapar à escolarização

tradicional.

O teatro popular e a educação popular são processos de construção social

inseridos em um contexto histórico de sua época, sendo portanto fruto das diferentes

situações políticas do seu momento de produção e construção, por isso traz em si

princípios da realidade vivida por seus sujeitos. Boal denomina seu método de

intervenção social e política, inspirando-se na teoria de Freire de que "todo mundo pode

ensinar e todo mundo pode prender". O Movimento Popular de Cultura (MPC),

influenciou as metodologias de Boal e Freire nos anos 60 no Brasil, que faziam uma

importante alfabetização de letramento, como também uma alfabetização política, da

população do campo e das cidades, mas infelizmente foram impedidos pela Didatura que

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aconteceu em 1964 a 1984.

Com a Didatura, Freire e Boal tiveram seus projetos interrompidos e marcados

pela Didatura Militar, onde foram presos e exilados do país.

Boal e Freire tem muita semelhanças em suas trajetórias profissionais, entre elas

podem destacar:

► uma pedagogia associada às experiências vividas e ao trabalho;

► defendem a ideia de que educar é conhecer, é ler e interpretar o mundo m que

vivem, para poder transformá-lo;

► educação como ato dialógico, destacando a necessidade de uma razão

dialógica comunicativa;

► educação para e pela democracia;

► pensamentos transdisciplinar e transversal, sendo a educação e o teatro

essencialmente ciências transversais.

Através das leituras feitas para o desenvolvimento do Projeto seguido do Material

Didático Pedagógico, percebemos que para Freire e Boal o desafio para se transformar a

escola, educação e a sociedade, esta com a ausência da injustiça social e econômica

que tem relação com as estruturas políticas e econômicas da sociedade brasileira. Esas

diferenças podem ser superadas através da preocupação com uma política cultural mais

ampla de libertação e justiça social. Ambos autores tem como eixo principal de ideia a

liberdade. Ou seja, o aprendizado e a autonomia social, só acontecem na medida em que

os envolvidos na atividade proposta compartilhem livre e criticamente. Este é o foco

principal do desenvolvimento e aplicação da Produção Didático Pedagógico, que me

propus a realizar. Pois espera-se que ao concluir a Intervenção Pedagógica as alunas e

alunos possam traçar seus próprios caminhos, interando-se com o meio social,

estabelecendo experiências vividas dentro do seu contexto social.

Ainda em relação as influências vindas de Paulo Freire, que Augusto Boal

apresenta na sua obra Teatro do Oprimido, podemos perceber ao analisar a carta escrita

por Boal a Freire, após a sua morte, publicada na Revista Pedagógica Pátio. Onde Boal

declara o seu reconhecimento ao método de Freire. Declarando que através de Freire,

aprendemos a aprender, e que além de aprendermos a ler e a escrever, aprendemos a

conhecer e a respeitar o outro, o diferente. Concluindo na sua carta: "...que para que se

escreva em uma página é necessário lápis negro; para que se escreva num quadro negro

é necessário que o giz tenha outra cor. Para que eu seja, é preciso que sejam. Para que

eu exista é preciso que Paulo Freire exista. Com Paulo Freirem morreu meu último pai.

Agora só tenho irmãos e irmãs...". (Revista Pedagógica Pátio, 1997).

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Citamos ainda que a maior e significativa coincidencia entre Paulo Freire e

Augusto Boal não é a data de morte nem a história política de ambos que, perigosos ao

estado militar ditatorial, obrigou-os a exilarem-se por anos. O que mais aproxima esses

dois notáveis brasileiros também não foram os inúmeros prêmios que receberam por suas

atividades intelectuais nem as indicações de ambos ao Nobel da Paz.

A semelhança maior entre Freire e Boal está na profunda convicção que os

fizeram lutar incansavelmente por toda a vida: a causa dos oprimidos.

Percebemos com os estudos feitos para a realização desta Unidade Didática, que

as obras desses dois brasileiros reforçam para o país e para todo o mundo a necessidade

do trabalho de mudança social a partir do sujeito na coletividade, possibilitando-o a

construção de meios de atuação frente a um contexto social menos desigual e mais

igualitário. Deixando também em evidência a importância do papel dos docentes, em

frente as questões mencionadas acima. Pois segundo o educador Paulo Freire:

Ser professor exige uma atitude ética frente ao mundo, de rompimento com as diversas formas de opressão e injustiça social, pois " não posso ser professor se não percebo cada vez melhor que, por não poder ser neutra, minha prática exige de mim uma definição. Uma tomada de posição. Decisão. Ruptura". (FREIRE, 1996, p. 102)

Teixeira assinala que ambos os teóricos salientam a importância de reconhecer que toda

realidade pode ser histórica, social e cultural, é passível de mudanças produzidas pelo

ser humano em seu processo permanente de constituição de sua própria liberdade.

(TEIXEIRA, 2007, p.120).

Mesmo com todas as dificuldades para se educar, isto é, condições de trabalho, salários

baixos, descasos, formas de avaliação, ainda há professores exercendo sua função de

maneira eficaz. Com certeza, isso se deve ao que o chamo de ter afetividade, gostar do

que faz, ter competência para uma determinada função, com isso muita coisa pode ser

mudada através da prática educativa. (FREIRE, 2011, p.96)

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Vídeo 12 - Paulo Freire Contemporâneo segundos

Vídeo 13 - Paulo Freire Contemporâneo segundos

Documentário que retoma às origens das primeiras experiências de alfabetização

e de educação popular freirianas, quase cinquenta anos depois de sua

Angicos (RN) para mostrar o quanto as ideias de Paulo Freire sobre pedagogia estão

vivas e presents nos dias atuais.

Paulo Freire. Seu nome completo é Paulo Reglus Neves Freire. O pai de Paulo

queria homenageá-lo com o nome de Regulus, mas, por um erro do cartório, seu nome

ficou sendo Reglus. Paulo: de pequena estatura (latim) Reglus (Regulus): pequeno rei

(latim) Freire: irmão, frei (do latim

p.04).

Em 1944, Paulo Freire casou

cinco filhos: Maria Madalena, Maria Cristina, Maria de Fátima, Joaquim e Lutgardes. Elza,

professora primária, foi a grande motivadora de Paulo Freire na educação,

permanecendo, por toda a vida, ao lado dele, como um pemanente estímulo.

Ela exerceu papel fundamental na

espécie de mangueira frondosa, s

que se desdobraria num precioso legado para a humanidade. (VALE, 2005, 0. 17)

Paulo Freire Contemporâneo - Parte I 25 minutos

Paulo Freire Contemporâneo - Parte II 04 minutos

Documentário que retoma às origens das primeiras experiências de alfabetização

e de educação popular freirianas, quase cinquenta anos depois de sua

Angicos (RN) para mostrar o quanto as ideias de Paulo Freire sobre pedagogia estão

vivas e presents nos dias atuais.

Paulo Freire. Seu nome completo é Paulo Reglus Neves Freire. O pai de Paulo

lo com o nome de Regulus, mas, por um erro do cartório, seu nome

ficou sendo Reglus. Paulo: de pequena estatura (latim) Reglus (Regulus): pequeno rei

e: irmão, frei (do latim frater e posteriormente do francês

Em 1944, Paulo Freire casou-se com Elza Maia Costa de Oliveira, com que teve

cinco filhos: Maria Madalena, Maria Cristina, Maria de Fátima, Joaquim e Lutgardes. Elza,

ofessora primária, foi a grande motivadora de Paulo Freire na educação,

permanecendo, por toda a vida, ao lado dele, como um pemanente estímulo.

Ela exerceu papel fundamental na construção de suas ideias e práticas. Foi uma

espécie de mangueira frondosa, sob a qual Paulo Freire iniciou um projeto educacional

que se desdobraria num precioso legado para a humanidade. (VALE, 2005, 0. 17)

25 minutos e 16

04 minutos e 42

Documentário que retoma às origens das primeiras experiências de alfabetização

e de educação popular freirianas, quase cinquenta anos depois de sua realização em

Angicos (RN) para mostrar o quanto as ideias de Paulo Freire sobre pedagogia estão

Paulo Freire. Seu nome completo é Paulo Reglus Neves Freire. O pai de Paulo

lo com o nome de Regulus, mas, por um erro do cartório, seu nome

ficou sendo Reglus. Paulo: de pequena estatura (latim) Reglus (Regulus): pequeno rei

e posteriormente do francês frère) (VALE, 2005,

se com Elza Maia Costa de Oliveira, com que teve

cinco filhos: Maria Madalena, Maria Cristina, Maria de Fátima, Joaquim e Lutgardes. Elza,

ofessora primária, foi a grande motivadora de Paulo Freire na educação,

permanecendo, por toda a vida, ao lado dele, como um pemanente estímulo.

construção de suas ideias e práticas. Foi uma

ob a qual Paulo Freire iniciou um projeto educacional

que se desdobraria num precioso legado para a humanidade. (VALE, 2005, 0. 17)

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1 . Rotação de Máscaras - Cinco atores falam, movem-se e observam-se. Passados

alguns minutos o encenador pronuncia o nome de um deles e todos os outros começam a

imitar a sua máscara mais alguns minutos e o encenador diz o nome do segundo ator e

todos mudam para a máscara deste, e assim sucessivamente.

2 . Unificação de Máscaras - Um grupo de atores, estando a conversar, procura prévia

combinação imitar a máscara de um deles, até que todos estejam imitando o mesmo e

que este se aperceba disso.

3 . Jogo das Profissões - Os atores escrevem num papelzinho uma profissão, ofício ou

ocupação: metalúrgico, dentista, padre, sargento, motorista, professor, etc. Misturam-se

os papéis e cada ator tira um. Começam a improvisar a profissão que lhes calhou sem

falar dela, apenas mostrando a versão qie tem dela. Após uns 15 minutos de

improvisação (a cena passa-se na prisão depois de uma operação policial de rua ou numa

fila ônibus, ou em qualquer outra parte) cada ator procura descobrir a profissão dos

demais: se acertar, sai do jogo aquele que foi descoberto e ganham pontos os dois se

não, sai do jogo o que não acertou e perde pontos o que não foi descoberto.

4 . Quebra de Repressão - Um ator procura recordar um momento da sua vida em que

haja sentido uma intensa repressão. Em Buenos Aires, um rapaz recordou ter sido

convidado para uma festa; quando os companheiros perceberam que era judeu, pediram-

lhe que se fosse embora.

O exercício faz-se em três fases. Na primeira, procura-se reproduzir o fato

acontecido, tal como sucedeu, sem acrescentar nem tirar nada, com grande abundância

de pormenores. No caso citado, o protagonista tentou oferecer alguma resistência, mas

esta foi vencida pelas outras personagens.

Na segunda fase do exercício, o protagonista não aceita a repressão. Sabemos

que, quando se dá uma repressão seja d que tipo for, é porque conta conta com o apoio

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da vítima. Se o homem amar mais a liberdade que a vida, jamais o oprimirão: o mais que

poderão fazer é matá-lo. Oprimem-nos porque estamos dispostos a fazer concessões, a

aceitar a repressão em troca de continuarmos a viver.

Na terceira fase do exercício os atores trocam de papéis, interpretando

precisamente o contrário. Neste exercício costumam acontecer coisas interessantes. Por

exemplo: quando o rapaz judeu fez o papel de repressor, fez melhor do que qualquer dos

que o haviam feito anteriormente, porque conhecia muito bem o seu opressor, muito

melhor do que os atores católicos ou ateus, que nunca tinham sentido essa forma de

repressão, quando o rapaz católico fez o papel de judeu, encenou com total e imensa

sinceridade, sem nenhuma defesa (quase se poderia dizer, melhor que o próprio judeu).

Mas não: o rapaz judeu estava tão habituado a essa e a outras formas de repressão racial

que já tinha desenvolvido formas de defesa, como o cinismo; assim, quando foi expulso

da festa, já sabia como responder, ao passo que o rapaz católico (quando fez o papel de

judeu) ficou totalmente indefeso, ignorando o que se passava.

VALE, Maria José. Paulo Freire, educar para transformar: almanaque hi stórico. São Paulo: Mercado Cultural, 2005. FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 50ª ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2001. FREIRE, Paulo. Educação e Mudança. 2ª ed. rev. e atual. São Paulo: Paz e Terra, 2011.

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Trabalhar com os oprimidos é uma clara opção filosófica, política e social. (BOAL, 2013, p.19)

O Teatro Fórum, nasce na periferia de lima, Peru, em 1975, mas evoluiu na

Europa, baseado em valores éticos e solidários, trouxe para o cenário das artes

brasileiras e internacinal, possibilidades ao propor um método de prática teatral com

objetivo de exercitar o pensamento plolítico, social e estético dos oprimidos e estimular a

busca por uma sociedade sem opressores.

Na construção de uma perspectiva metodológica, Boal desenvolveu, em

sucessivos diálogos e estratégias de teatro popular, uma técnica muito difundida em todo

mundo, tendo como título Tearo Fórum. Esta técnica que faz parte da metodologia do

Teatro do Oprimido, traz através de atividades práticas, em apresentar problemas sociais

em cena, em que o oprimido é impedido de realizar conforme sua vontade, fruto de uma

necessidade de cunho social. Porém, é impossibilitado de realizar suas vontades por

conta dos opressores, que interferem em seus desejos. Abre-se, então, o espaço para

que aconteça o Teatro Fórum, oportunizando os participantes que asssistem à cena

opinarem, discordarem, debaterem os temas encenados propostos, expressando ideias,

mas não ficando apenas na situação passiva de debater oralmente as cenas, passando a

exercer uma posição ativa entrando em cena, para mostrar a sua alternativa e

possibildades para a resolução do problema levantado. Nesse momento, o espct-ator

(espectador + ator) entrando em cena com seu corpo, voz, pensamento e açao, para

ensaiar possibilades de realização do desejo e da superação da relação dicotômica entre

opressor e oprimido apresentada em cena.

O objetivo do Teatro Fórum não é "vencer" o opressor ou apresentar uma

alternativa correta para o problema, em sim, provocar a criação de possibilidades que

podem acontecer na vida social através de um ensaio.

Com este exercício de crítica e de simulação da realidade, possibilita-se a

afirmação das cenas e atos cotidianos como passíveis de mudança e de transformação

por meio da alteração do individuo nas relações sociais. Esta técnica tem clara relação

com a ideia de Paulo Freire de desmistificar a realidade, por possibilitar a revisão dos

fatos sociais, com possíveis transformações pelos sujeitos participantes. A técnica do

Teatro Fórum pode ser vista como campo fictício de ensaio e de formação política para a

atuação na cultura, ajudando também a desvelar os mitos que enganam grande parte da

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população, e isso já é, tomar uma postura política de cunho emancipador e libertador. A

técnica do Teatro Fórum traz também como um dos seus objetivos a desconstrução da

estrutura dominante de opressão, classificação e exclusão social.

O Teatro Fórum foi sem dúvida umas das técnicas da metodologia do Teatro do

Oprimido mais divulgada e praticada de forma massiva e frequente nos dias atuais. Nessa

técnica, antes da representação, o "ensaiador" explica detalhadamente os objetivos da

Poética do Oprimido. Fazendo um paralelo entre a teoria e a prática, o ensaiador suscita

os espectadores a tomar consciência da mecanização do corpo, propondo exercícios

práticos. A esse ritual segue-se a representação do Antimodelo. No final da representação

o ensaiador e o grupo de "atores" participantes, explicam que eles não estão de acordo

com o que foi representado e, se não mostraram soluções melhores, é porque não as

conhecem. O ensaiador e o grupo de atores participantes, expoem que sabem que se

trata de um erro e estão perplexos, em dúvidas, e foi por isso mesmo que apresentaram

esta peça. O grupo de "atores" propõe a representar a peça. Porém, agora quando um

espectador achar conviniente entrar em cena, ele pode gritar STOP. Então ele entra em

cena para substituir a personagem que causa opressão e os demais atores improvisarão

com ele a possibilidade da solução.

Porém devemos observar que a técnica não é tão simples, como na vida real. Se

o expectador não apresentar uma solução viável, ele volta para a platéia, sob o comando

do ensaiador. O ensaiador, num espetáculo de Teatro Fórum, assume o papel de

conciliador, e mediador do jogo, fazendo assim a interação entre aplatéria e o palco,

transformandom a representação teatral em posibilidades de soluções vindas dos

spectadores, como o objetivo de lutar contra as opressões sofridas. A opressão

apresentada no Teatro Fórum deve ser claramente oposta, para que se apresente de

forma objetiva a intervenção do espectador. Como todo jogo, o Teatro Fórum também

apresenta suas regras, que devem ser seguidas para que de fato possa acontecer a

encenação seguida de debate. Pois segundo Augusto Boal:

O Teatro Fórum é um tipo de luta ou de jogo, e, como tal, tem suas regras. Elas podem ser modificadas, mas sempre existirão, para que todos participem e uma discussão profunda e fecunda possa nascer Devemos evitar o fórum selvagem, em que cada uma faz o que quer e substitui quem bem entende. As regras do Teatro Fórum foram descobertas e não inventadas - são necessárias para que se produza o efeito desejado: o aprendizado dos mecanismos pelo quais uma opressão se produz, a descoberta de táticas e estratégias para evitá-la e o ensaio dessas práticas. (BOAL, 2011, p. 28)

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O texto deve caracterizar claramente a natureza de cada personagem, identificá-lo

com precisão, para que o espect-ator reconheça a ideologia de cada um. Existem muitas

formas e estilos em teatro, e todas são boas e ótimas, mas todas tem igualmente suas

limitações: o Teatro Fórum se aplica ao estudo de situações sociais bem claras e

definidas - opressões interiorizadas.

As soluções propostas pelo protagonista dentro da estrutura da peça que servirá

de modelo ao debate fórum devem conter pelo menos uma falha social ou policial que

deverá ser analisada durante a sessão de fórum. Estes erros devem ser expressos

claramente, e cuidadosamente ensaiados, em situações bem definidas. Isto acontece

porque o Teatro Fórum não é teatro propaganda, não é o velho teatro didático; ao

contrário, é pedagógico, no sentido de que todos aprendemos juntos, atores e platéia. A

peça - ou modelo - deve apresentar um erro, uma falha, para que os espect-atores

possam ser estimulados a encontrar soluções e a inventar novos modos de confrontar a

opressão. Nós propomos boas questões, mas cabe à platéia fornecer boas respostas.

A peça pode ser realista, simbolista, expressionista, de qualquer gênero, estilo ou

forma, ou formato, exceto surrealista ou irracional - porque o objetivo é discutir sobre

situações concretas, usando-se para isso a linguagem teatral.

Os atores devem ter uma expressão corporal que exprima com clareza as

ideologias, o trabalho, a função social, a profissão e outras atividades. dos seus

personagens, através dos seus movimentos e gestos. É importante que os personagens

realizem ações e façam coisas significativas, sem as quais os espect-atores, ao

substituírem os personagens, serão levados a sentar em suas cadeiras e a fazer o fórum

sem teatro - apenas falando (sem ações) como um rádio fórum. É importante que todos

os movimentos e gestos sejam significantes com significados, sejam verdadeiramente

ação dramáticas e não pura atividade física, sem significados.

Cada cena deve encontrar a expressão exata do tema que esteja abordando.

Essa expressão deve ser encontrada, de preferência, em comum acordo com os

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participantes.

Cada personagem deve ser representado visualmente, de maneira a ser

reconhecido independentemente do seu discurso falado, e o figurino deve conter

elementos essenciais ao personagem, para que os espect-atores possam também utilizá-

los quando substituírem os atores, e ser de fácil compreensão.

O espetáculo é um jogo artístico e intelectual entre artistas e espect-atores. É

necessário que o ensaiador explique aos espectadores a regra do jogo e os convide a

fazer alguns exercícios de aquecimento e de comunhão teatral.

Boal estruturou a conversão de espectadores em atores compreende quatro

etapas:

1. Conhecimento do Corpo (conhecimento teatral do corpo a partir dos condicionamentos

e de formações sociais). Sequência de exercícios em que o sujeito começa a conhecer

melhor o próprio corpo, suas limitações, possibilidades, deformações socialmente

impostas e seu potencial expressivo.

2. Tornar o corpo Expressivo (exercícios que exploram as possibilidades de expressão

corporal). Refere-se a uma sequência de jogos em que cada pessoa começa a se

expressar intuitivamente através do corpo, abandonando as formas logocêntricas de

comunicação e compreensão.

3. Teatro como Linguagem (exercícios teatrais que estudam o encontro de múltiplas

linguagens expressivas) é subdividido em três graus: Dramaturgia Simultânea, Teatro

Imagem e o Teatro Debate.

Dramaturgia Simultânea: os espectadores "escrevem" juntamente com os atores,

isto é, a cena é representada até o ponto em que se apresenta o problema central que

precisa ser solucionado. Nesse ponto, os atores param de representar e solicitam a

plateia a representação de soluções possíveis. Em seguida, improvisando, encenam as

soluções propostas pelo público, que se reserva o direito de "corrigir" os atores em suas

falas e ações.

Teatro Imagem: Os espectadores intervêm diretamente usando composições

corporais com os corpos dos demais participantes. Pede-se ao participante que expresse

sua opinião, mas sem falar, usando apenas os corpos demais participantes - para compor,

com eles um conjunto de "estátuas" que represente seu ponto de vista sobre determinado

problema social. O importante segundo Boal, é chegar a um denominador comum: um

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conjunto modelo que, na opinião geral, seja a representação mais adequada do problema

colocado (imagem real).

Teatro Debate ou Teatro Fórum: É como dramaturgia simultânea, mas, nesta

modalidade, os espectadores atuam. Qualquer pessoa pode propor qualquer solução,

porém terá de ir até o palco e mostrá-la por meio da atuação cênica.

4. Teatro como Discurso (composição de cenas simples em que os espectadores

intervêm cenicamente na apresentação teatral), utiliza-se as seguintes variantes: Teatro

Jornal, Teatro Invisível, Teatro Fotonovela, Quebra de Repressões, Teatro Mito e Teatro

Julgamento.

Teatro Jornal: Técnica que permite a transformação de notícias de jornal ou

qualquer outro material não dramático em cenas teatrais.

Teatro Invisível: Consiste em atuar representando papéis em lugares públicos,

sem que haja conhecimento prévio das pessoas que lá se encontram de que se trata de

uam atuação teatral.

Teatro Fotonovela: O enredo de uma fotonovela é apresentado em linhas gerais

aos participantes, que devem improvisá-lo teatralmente. Não se informa aos participantes

que se trata de uma fotonovela. Após a representação teatral improvosada, o material

original é apresentada aos participantes e se instala uma discussão das semelhanças e

diferenças identificadas no desenvolvimento da fábula pelo autor da fotonovela e pela

improvisação teatral do grupo.

Quebra de Repressão: Consiste em pedir a um participante que se recorde de

algum momento em que se sentiu oprimido e aceitou tal repressão, passando agir de

forma contrária a seus desejos mais íntimos. O relato do participante é reconstruído

teatralmente da forma mais fiel possível à sua narração. Em seguida, o episódio é

apresentado, dessa vez investigando-se como seria seu possível desenvolvimento se o

protagonista (pessoa que representa o papel do participante oprimido) não aceitasse a

repressão que lhe foi imposta.

Teatro Mito: Trata de descobrir o que está por trás dos mitos. Conta-se uma fábula

(um mito conhecido), de forma a identificar as relações de produção material e de poder

ocultas na narração original.

Teatro Julgamento: Nessa modalidade, um dos participante é solicitado a narrar

um episódio qualquer, fictício ou real, que, em seguida, passa a ser representado

teatralmente de forma improvisada pelo grupo. Teatralizado o episódio, os participantes

são solicitados a "decompor" e "dissecar" os personagens em todos os seus possíveis

papéis identificados.

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Quando o Teatro Fórum termina, os espectadores podem ficar insatisfeitos,

querendo continuar a discussão, principalmente se o tema tratado não for urgente; caso

seja, caso se trate de uma ação a ser praticada no dia seguinte, então, sim, deve-se

propor um modelo de ação para o futuro, a ser interpretado pelos espect-atores que, no

dia seguinte, participarão dessa ação. É um treino, um ensaio, uma forma de se fortalecer.

(As regras do Teatro Fórum foram extraídas do Livro: Jogo para Atores e não Atores,

2011, p. 28-30).

Podemos dizer através dos estudos feitos, que o Teatro Fórum tem como

objetivos principais: à democratização do teatro, e a popularização da forma de expressão

artística e política. Na prática isso significa uma mistura de exercícios, jogos e técnicas

teatrais que proporcionam a interatividade entre público e espectador dentro da peça,

provoca o questionamento, visando a melhor compreensão dos problemas sociais e a

procura de alternativas para melhorá-las, constituindo-se em uma alternativa para a

educação e promoção da participação popular.

Segundo Boal, o Teatro Fórum destrói-se a peça sugerida pelos artistas para,

juntos construírem outra. Com uma técnica teatral, realizada por meio de uma pergunta

realizada pelo elenco aos espectadores. É apresentado um problema objetivo, através de

personagens opressores, que entram em conflito por causa de seus desejos e vontades

contraditórias.

O Teatro Legislativo é um dos projetos mais importantes do Centro do Teatro

do Oprimido C.T.O - Rio de Janeiro. Baseado na formação de grupos populares de

Teatro Fórum. A iniciativa tem como objetivo a produção de propostas legislativas,

jurídicas e políticas, a partir da intervenção do público nos espetáculos, durante as

sessões de Fórum. Nessa técnica, antes da representação, Boal ou os coringas

explicam minuciosamente os objetivos da técnica, propõem alguns exercícios de

interação palco e plateia, atores e espectadores. Segue-se a representação do

antimodelo, peça escrita sobre um tema único: a opressão, cujas formas são

numerosas e variadas.

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Documentário: Augusto Boal e o Teatro do Oprimido . Coleção Canal Brasil

O Documentário Augusto Boal Boal e o Teatro do Oprimido mostra a trajetória do

dramaturgo Augusto Boal na criação de um teatro que tem como objetivo transformar

quem dele participa num motor de mudança da sociedade opressora em que vive.

Mídia: DVD

Ano de produção: 2012

País de Produção: Brasil

Gênero: Documentário

Duração: 60 minutos

Sistema de Cor: Colorido

Idioma Original: Português

Legenda: FRANCES - Inglês

TÍTULO ORIGINAL: Augusto Boal e o Teatro do Oprimido

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Para valorizar a imagem 1. Ensaio para surdos - Este é o ensaio da subonda por excelência. O ator tem que

respeitar toda a marcação e o ritmo da cena que vai ser ensaiada, e pensar fortemente

todas as palavras do seu texto, procurando transmiti-las com o seu conteúdo através da

subonda (transmissão não verbal, às vezes inconsciente). É indispensável uma extrema e

intensa concentração. Deve-se evitar que este ensaio se transforme num ensaio de

mímica: não se pode acrescentar nenhum gesto ou movimento para ajudar o

companheiro a descobrir em que ponto do diálogo se está; não se trata de um jogo de

adivinhação, mas de um exercício de laboratório: o ator tem que transmitir efetivamente

através da subonda.

Quando os atores fazem bem este exercício, os resultados são sensacionais.

Houve casos que foram admitidos espectadores na sala durante um ensaio mudo,

realizando-se em seguida um debate: os espectadores puderam discutir perfeitamente a

obra, sem sentir a falta do diálogo; tinham visto teatro.

2 . Interrogatório - Um ator senta na berlinda. Sem sair do seu personagem, ele é

interrogado pelo grupo sobre o que pensa dos outros personagens, sobre os

acontecimentos da peça, sua vida, sua ideologia, seus gostos e desgostos, ou qualquer

outra coisa, mesmo absurda. Os atores devem questionar o da berlinda dentro dos seus

personagens. O exercício é conduzido como uma batalha, energicamente.

3 . Ilustrar uma História - Um grupo de atores conta uma história, cada um por sua vez,

enquanto no palco outro grupo de atores "ilustra" essa história, utilizando os seus corpos.

Para facilitar nas primeiras vezes os atores devem mostrar imagens estáticas, imóveis.

Posteriormente, devem mostrar uma cena móvel.

A história pode ser absolutamente surrealista: o que interessa é dar ao grupo

atuante uma oportunidade de responder imediatamente com os seus corpos às propostas

que surgem.

Por isso, é importante que as propostas das histórias incluam árvores, animais,

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vento, ondas do mar, choros, castelos, metralhadores, tanques de guerra, calor, frio,

guerra e paz, floresta e cidade, praias e campos, etc. A resposta corporal deve ser

imediata e não deve ser interrompida: o mesmo ator pode passar de leão a bomba que

explode, através de uma "metamorfose" e não através de um "corte" na interpretação

dessas duas coisas díspares.

BOAL, Augusto. Teatro do Oprimido e outras poéticas políticas. 12ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2012.

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Introdução

As aulas prática de Teatro Fórum, em geral serão constituídas de vários

exercícios e jogos, sendo finalizada com a criação de uma peça de Teatro Fórum.

A seguir, descrevo os procedimentos, das práticas do Teatro Fórum, realizadas

com as alunas e alunos, sob minha orientação, com a experimentação das propostas

sugeridas pelo grupo. Para iniciar propriamente a técnica do Teatro Fórum os

participantes farão uma auto apresentação seguida de exercícios de aquecimento.

Autoapresentação em círculo:

1. Solicitar as alunas e alunos que se sentem no chão formando um círculo.

2. Pedir que cada um se apresente ao grupo dizendo nome, idade e falando um pouco de

atividades e coisas que gosta de fazer.

3. Apresenta-se aos alunos após todos terem falado, contando um pouco sobre si mesmo.

4. Falar do traje adequado para o trabalho com o teatro.

5. Pedir a todos que fiquem descalços ou apenas de meias para o início do trabalho.

Objetivo

Despertar o interesse das alunas e alunos envolvidos nas atividades de jogos

teatrais, bem como iniciar a reflexão do Teatro Fórum e sua importância social e

educativa.

Aquecimento A função do aquecimento antes de iniciar o Tea tro Fórum propriamente

Para Boal o período de aquecimento se faz necessário nos espetáculos fóruns,

em geral os espect-atores fazem seu aquecimento, a seguir a proposta dos encontros

onde será feita a prática do Teatro Fórun:

a) Durante dez ou quinze minutos, o ensaiador dá uma rápida explicação sobre o que é o

Teatro do Oprimido, conta casos acontecidos em espetáculos fóruns e explica as regras

do jogo que vai se desenrolar a seguir;

b) formação de círculo de discussão;

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c) divisão do grupo em equipes, em seguida propõe alguns exercícios, começando pelos

mais simples e menos conflituosos, os que produzem menor resistência.

d) depois dos exercícios, passa-se ao Teatro Imagem: aqui, os espect-atores começam a

trabalhar esteticamente, a propor imagens eles mesmos;

e) finalmente, os participantes apresentam o modelo e, a partir daí, o fórum.

f) avaliação coletiva ao fim das atividades desenvolvidas durante o Teatro Fórum,

retomando o círculo de discussão.

O círculo de discussão é o procedimento que inicia cada encontro da prática do

Teatro Fórum. Nele, apresentam-se as ideias e os assuntos a serem encenados e suas

possibilidades de resolução.

Quando o ensaiador explica primeiro, sempre consegue a aceitação dos espect-

atores, sua confiança e aprovação.

Nesse encontro o exercício proposto será de Improvisação.

Exercício de Improvisação

O macaco mal educado

Sequência:

1. Um militar, oficial superior, passeia com a sua digna esposa, os filhos e a fiel criada. É

domingo, tarde de sol. Decidem visitar o zoológico.

2. Passeiam diante das jaulas e as suas atitudes e rostos devem denunciar o animal que

estão contemplando: elefante, leão, crocodilo, zebra, passarinho, peixes, rinocerontes,

camelo, etc.

3. Divertem-se muito diante da jaula dos macacos. De repente, a tragédia: um macaco

muito desavergonhado faz gestos obcenos diante da digna senhora, dos dignos filhos e

da fiel criada do oficial graduado. Pânico moral. Indecisão. Vergonha. Que fazer?

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4. O oficial graduado puxa o revólver e honradamente dispara contra o macaco, que

morre imediatamente. Indignação de alguns, aplausos de outros. A digna senhora

desmaia lentamente, dando tempo aos outros para a socorrerem.

5. Vem o diretor do jardim zoológico, alertado pelo tiro. Vê-se forçado a inculpar o oficial

graduado pela morte do macaco profano. Um policial toma nota da identidade do oficial e

todos se retiram.

6. No tribunal - O fiscal defende o macaco e o seu direito inalienável de se reger pelos

instintos e não por leis e convenções humanas.

7. O advogado de defesa alega que o macaco violou o direito inalienável do oficial

graduado de se divertir com a família, numa tarde de domingo cheia de sol. Segundo a

defesa, o macaco não possuía a mínima ducação necessária para pertencer ao jardim

zoológico de uma cidade civilizada como a nossa, de tão arraigadas tradições cristãs.

Fala dos grandes próceres históricos do país, dos seus cientistas e letrados, da

Academia de Letras, e até de alguns animais exemplares, em especial os importados que

dão mostras de educação avançada como o flamingo e as araras.

8. O juiz decide absolver o oficial graduado, por entre os vivas dos presentes; além disso

sentencia uma pesada pena para todos os outros macacos da mesma jaula, considerados

cúmplices do macaco assassinado, já que não fizeram nada para impedir imediatamente

o nefando crime da obcenidade. Ficam todos condenados, a severíssima aulas de boas

maneiras, a cargo dos mais enérgicos veterinários.

9. Sorridentes e felizes, com a consciência tranquila, saem todos do tribunal: foi feita a

justiça!

O Teatro Fórum é sempre possível quando existem alternativas. Caso contrário,

torna-se fatalista. Porém segundo Boal, em relação se deve-se chegar a uma solução ou

não, nos diz o seguinte:

Acredito que muito mais importante do que chegar a uma boa solução é provocar um bom debate. Na minha opinião, o que conduz à auto ativação dos espect-atores é o debate, não a solução que porventura possa ser encontrada. Mesmo que se chegue a uma solução, pode ser que ela seja boa para quem a propôs, ou as condições em que o debate se desenrolou, mas não necessariamente útil ou aplicável para todos os participantes do fórum. (BOAL, 2012, p. 326)

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Conforme exercícos realizados e o debate feito, iniciar com a proposta da

elaboração do Teatro Fórum. Estabelecenco as regras do Teatro Fórum, que são

indispensáveis para que se produza o efeito desejado, para que de fato o grupo perceba

as situações de opressões e atuem sobre elas. As prática do espetáculo do Teatro Fórum

deve ser realizada de maneira que consideramos como um jogo artístico e intelectual

entre os alunos e alunas participantes da técnica.

Ao final da sessão do Teatro Fórum, o grupo e o ensaiador (figura do Professor)

avaliam entre si se conseguiram facilitar a participação para que todos pudessem

participar, e se conseguiram de fato promover o "debate", ou melhor, o que Boal chama

de participação do espectador (que deve se transformar, assim em espect-ator).

Resultados esperados

Espera-se que através da Metodologia do Teatro do Oprimido com a utilização da

técnica do Teatro Fórum os alunos e alunas possam iniciar uma desvelação do mundo da

opressão, e começar uma reflexão para se comprometerem na prática com a

transformação do universo social em que vivem.

Observação

A técnica teatral do Teatro Fórum, adotado por Boal, enquanto instrumento da

educação popular, preconiza à dimensão de uma teatro popular, onde todos podem atuar,

deixando a passividade de espectador para se transformar em espec-ator.

Ensaiar uma ação antes de praticá-la: eis uma das maiores utilidades do Teatro Fórum. Eu mesmo ensaiei a minha própria ida ao Ministério da Cultura francês pedir aumento de verbas para o meu centro de lá, o CTO-Paris. Deu certo! (BOAL, 2012, p. 328)

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BOAL, Augusto. Jogos para atores e não-atores. 14ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011. BOAL, Augusto. 200 exercícios e jogos para o ator e o não ator com vontade de dizer algo através do teatro. 5ª edição.Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1983.

BOAL, Augusto. Teatro do oprimido e outras poéticas políticas . 12ª edição. Rio de Janeiro. Civilização Brasileira. 2012. BOAL, Augusto. A Estética do Oprimido. Rio de Janeiro: Garamond, 2009.

Desde sua fundação, o Centro do Teatro do Oprimido teve direção artística

de Augusto Boal, numa trajetória de 23 anos de desafios e descobertas. Uma

história que nos enche de orgulho e renova o compromisso de continuidade,

seguindo os caminhos que traçamos com nosso mestre, amigo e companheiro

de trabalho. Além dos parceiros de luta, contaremos com a literatura escrita por

Boal, que consideramos ferramenta fundamental para o desenvolvimento do

Teatro do Oprimido: Brasil adentro e mundo afora. Viva Boal!

Equipe do Centro do Teatro do Oprimido

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Introdução

A utilização da técnica do Teatro Fórum, como prática de educação social, permite

o reconhecimento dos conflitos pessoais e sociais, proporcionando a aprendizagem das

alunas e alunos através da técnica e exercícios teatrais por meio da realidade social.

Objetivo

Discutir e transformar a realidade opressora, deixando de ser a o teatro dos

oprimidos, passando a ser o teatro dos homens em processo de libertação educativa e

social.

Aquecimento A função do aquecimento antes de iniciar o Tea tro Fórum propriamente

Para Boal o período de aquecimento se faz necessário nos espetáculos fóruns,

em geral os espect-atores fazem seu aquecimento, a seguir a proposta dos encontros

onde será feita a prática do Teatro Fórum:

a) Durante dez ou quinze minutos, o ensaiador dá uma rápida explicação sobre o que é o

Teatro do Oprimido, conta casos acontecidos em espetáculos fóruns e também de Teatro

Invisível, explica as regras do jogo que vai se desenrolar a seguir;

b) formação de círculo de discussão;

c) divisão do grupo em equipes, em seguida propõe alguns exercícios, começando pelos

mais simples e menos conflituosos, os que produzem menor resistência.

d) depois dos exercícios, passa-se ao Teatro Imagem: aqui, os espect-atores começam a

trabalhar esteticamente, a propor imagens eles mesmos;

e) finalmente, os participantes apresentam o modelo e, a partir daí, o fórum.

f) avaliação coletiva ao fim das atividades desenvolvidas durante o Teatro Fórum,

retomando o círculo de discussão.

O círculo de discussão é o procedimento que inicia cada encontro da prática do

Teatro Fórum. Nele, apresentam-se as ideias e os assuntos a serem encenados e suas

possibilidades de resolução.

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Quando o ensaiador explica primeiro, sempre consegue a aceitação dos espect-

atores, sua confiança e aprovação.

Exercícios de Improvisação: Interrogatório

Vai uma atriz ou ator para a "berlinda" e todo o elenco o interroga sobre a sua

personagem, sobre o que pensa das outras personagens e sobre as circunstâncias da

obra. Realiza-se o exercício como se tratasse de um julgamento da personagem (com a

imaginação e as emoções).

História contada por muitos atores

Um ator começa uma história que é continuada por um segundo ator, seguindo-se

um terceiro, até que todo elenco tenha contado essa história, cada qual um pedaço. A par

disso, outro grupo de atores pode fazer a mímica da história que está sendo contada.

Conforme exercícos realizados e o debate feito, iniciar com a proposta da

elaboração do Teatro Fórum. Estabelecenco as regras do Teatro Fórum, que são

indispensáveis para que se produza o efeito desejado, para que de fato o grupo perceba

as situações de opressões e atuem sobre elas. As prática do espetáculo do Teatro Fórum

deve ser realizada de maneira que consideramos como um jogo artístico e intelectual

entre os alunos e alunas participantes da técnica.

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Ao final da sessão do Teatro Fórum, o grupo e o ensaiador (figura do Professor)

avaliam entre si se conseguiram facilitar a participação para que todos pudessem

participar, e se conseguiram de fato promover o "debate", ou melhor, o que Boal chama

de participação do espectador (que deve se transformar, assim em espect-ator).

A avaliação das alunas e alunos será muito importante no processo das

atividades; onde podemos observar se está de fato acorrendo uma aprendizagem

significativa. Para a realização da avaliação será abordada as seguintes questões a

respeito do Teatro Fórum, sendo estas feita oralmente e escrita:

►Eu elogio

► Eu critico

► Eu proponho

Resultados esperados

Espera-se ao final desse encontro que as alunas possam identificar os problemas

sociais vivenciados, encontrando soluções viáveis aos mesmos.

Observação

A linguagem teatral, atualmente é uma importante aliada no processo ensino

aprendizagem, pois segundo Boal a metodologia do Teatro do Oprimido apresenta

aspectos pedagógicos, sociais, culturais, políticos e até mesmo terapêuticos em algumas

situações.

BOAL, Augusto. Jogos para atores e não-atores. 14ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011.

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Introdução

Para Boal, o teatro é uma atividade construída das interações das atividades

coletivas, onde a aprendizagem é compartida entre os integrantes, sendo um dos fatores

mais importantes o respeito e a trajetória do grupo, pois... "descobrindo o teatro, o ser se

descobre humano". (BOAL, 2005, p. 22)

Objetivo

Incentivar a prática teatral e estimulat a reflexão dos temas abordados durante a

realização do Teatro Fórum, bem como buscar alternativas para problemas sociais e

educativas através do processo das atividades realizadas.

Aquecimento

A função do aquecimento antes de iniciar o Teatro Fórum propriamente

Para Boal o período de aquecimento se faz necessário nos espetáculos fóruns,

em geral os espect-atores fazem seu aquecimento, a seguir a proposta dos encontros

onde será feita a prática do Teatro Fórum:

a) Durante dez ou quinze minutos, o ensaiador dá uma rápida explicação sobre o que é o

Teatro do Oprimido, conta casos acontecidos em espetáculos fóruns e também de Teatro

Invisível, explica as regras do jogo que vai se desenrolar a seguir;

b) formação de círculo de discussão;

c) divisão do grupo em equipes, em seguida propõe alguns exercícios, começando pelos

mais simples e menos conflituosos, os que produzem menor resistência.

d) depois dos exercícios, passa-se ao Teatro Imagem: aqui, os espect-atores começam a

trabalhar esteticamente, a propor imagens eles mesmos;

e) finalmente, os participantes apresentam o modelo e, a partir daí, o fórum.

f) avaliação coletiva ao fim das atividades desenvolvidas durante o Teatro Fórum,

retomando o círculo de discussão.

O círculo de discussão é o procedimento que inicia cada encontro da prática do

Teatro Fórun. Nele, apresentam-se as ideias e os assuntos a serem encenados e suas

possibilidades de resolução.

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Quando o ensaiador explica primeiro, sempre consegue a aceitação dos espect-

atores, sua confiança e aprovação.

Exercícios de Improvisação Uma frase dita por muitos atores

Cada ator pronuncia uma palavra de uma longa frase previamente escolhida,

procurando dar-lhe a inflexão que a palavra teria se a frase fosse dita por uma só pessoa.

Para facilitar o trabalho, um ator pode, no princípio, dizer toda a frase de maneira que

mais lhe agradar, e todos os outros tentarão imitá-lo, pronunciando cada um uma só

palavra.

Ritmo e bolas

Cada ator imagina uma bola de um tamanho determinado e de uma matéria

determinada. Por exemplo: uma bola de pingue pongue, uma de futebol, uma de ferro

grande, outra de plástico, etc. Depois imagina o ruído dessa bola, o seu ritmo: batendo no

chão, jogada para cima, ou contra a parede, etc. Depois de praticar cada um com a sua

própria bola comçam a trocar as bolas uns com os outros, o que significa trocarem os

movimentos que fazem com cada bola e o ritmo de cada uma.

Conforme exercícos realizados e o debate feito, iniciar com a proposta da

elaboração do Teatro Fórum. Estabelecenco as regras do Teatro Fórum, que são

indispensáveis para que se produza o efeito desejado, para que de fato o grupo perceba

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as situações de opressões e atuem sobre elas. As prática do espetáculo do Teatro Fórum

deve ser realizada de maneira que consideramos como um jogo artístico e intelectual

entre os alunos e alunas participantes da técnica.

Ao final da sessão do Teatro Fórum, o grupo e o ensaiador (figura do Professor)

avaliam entre si se conseguiram facilitar a participação para que todos pudessem

participar, e se conseguiram de fato promover o "debate", ou melhor, o que Boal chama

de participação do espectador (que deve se transformar, assim em espect-ator).

A avaliação das alunas e alunos será muito importante no processo das

atividades; onde podemos observar se está de fato acorrendo uma aprendizagem

significativa. Para a realização da avaliação será abordada as seguintes questões a

respeito do Teatro Fórum, sendo estas feita oralmente e escrita:

► Eu elogio

► Eu critico

► Eu proponho

Resultados esperados

Espera-se que ao final desse encontro o grupo reflita sobre os temas abordados,

e sempre que possível buscar alternativas para a resolução de problemas sociais e

educativos através da técnica do Teatro Fórum.

Observação

Vale ressaltar que, a Pedagogia do Oprimido do educador Paulo Freire e o Teatro

do Oprimido do dramaturgo Augusto Boal defendem a ideia, de que para efetivar ações

sociais e educativas competentes, é fundamental buscar conhecer o saber e a cultura

popular e social.

BOAL, Augusto. Jogos para atores e não-atores. 14ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011.

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Introdução

As atividades teatrais agregam, recursos pedagógicos que auxiliam no

desenvolvimento pessoal, intelectual e emocional dos participantes e a criatividade

transformadora. A dramatização possibilita que os participantes vivenciem os seus

conflitos de interação social e educativa, liberem tensões e elaborem com criatividade

novas formas de solução e aprendizado.

Objetivos

Incentivar a prática teatral e estimulat a reflexão dos temas abordados durante a

realização do Teatro Fórum, bem como buscar alternativas para problemas sociais e

educativas através do processo das atividades realizadas.

Aquecimento A função do aquecimento antes de iniciar o Tea tro Fórum propriamente

Para Boal o período de aquecimento se faz necessário nos espetáculos fóruns,

em geral os espect-atores fazem seu aquecimento, a seguir a proposta dos encontros

onde será feita a prática do Teatro Fórum:

a) Durante dez ou quinze minutos, o ensaiador dá uma rápida explicação sobre o que é o

Teatro do Oprimido, conta casos acontecidos em espetáculos fóruns e também de Teatro

Invisível, explica as regras do jogo que vai se desenrolar a seguir;

b) formação de círculo de discussão;

c) divisão do grupo em equipes, em seguida propõe alguns exercícios, começando pelos

mais simples e menos conflituosos, os que produzem menor resistência.

d) depois dos exercícios, passa-se ao Teatro Imagem: aqui, os espect-atores começam a

trabalhar esteticamente, a propor imagens eles mesmos;

e) finalmente, os participantes apresentam o modelo e, a partir daí, o fórum.

f) avaliação coletiva ao fim das atividades desenvolvidas durante o Teatro Fórum,

retomando o círculo de discussão.

O círculo de discussão é o procedimento que inicia cada encontro da prática do

Teatro Fórun. Nele, apresentam-se as ideias e os assuntos a serem encenados e suas

Page 60: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · sobre o Teatro Ocidental e Teatro Brasileiro Exercicios de sociabilização integração do grupo 04 h 2º Encontro Apresentação

possibilidades de resolução.

Quando o ensaiador explica primeiro, sempre consegue a aceitação dos espect-

atores, sua confiança e aprovação.

Conforme exercícos realizados e o debate feito, iniciar com a proposta da

elaboração do Teatro Fórum. Estabelecenco as regras do Teatro Fórum, que são

indispensáveis para que se produza o efeito desejado, para que de fato o grupo perceba

as situações de opressões e atuem sobre elas. As prática do espetáculo do Teatro Fórum

deve ser realizada de maneira que consideramos como um jogo artístico e intelectual

entre os alunos e alunas participantes da técnica. Neste encontro o Teatro Fórum terá

como sugestão, a representação de questões trazidas pelas alunas e alunos, vistos nos

meios de comunicação , que tratam de assuntos relacionados com a educação.

Ao final da sessão do Teatro Fórum, o grupo e o ensaiador (figura do Professor)

avaliam entre si se conseguiram facilitar a participação para que todos pudessem

participar, e se conseguiram de fato promover o "debate", ou melhor, o que Boal chama

de participação do espectador (que deve se transformar, assim em espect-ator).

A avaliação das alunas e alunos será muito importante no processo das

atividades; onde podemos observar se está de fato acorrendo uma aprendizagem

significativa. Para a realização da avaliação serão abordadas questões referentes as

atividades feitas nesse encontro, utilizando para tanto, como princípios norteadores da

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avaliação, as ações:

► Eu elogio

► Eu critico

► Eu proponho

Resultados esperados

Espera-se que ao final desse encontro o grupo reflita sobre os temas abordados,

e sempre que possível buscar alternativas para a resolução de problemas sociais e

educativos através da técnica do Teatro Fórum. A valorização do ensino de Teatro na

escola, como forma de transformação social e educativa, auxiliando no processo de

ensino aprendizagem; não vendo o Teatro somente como um mero entretenimento.

Observação

O Teatro Fórum é sempre possível quando existem alternativas. Caso contrário se

torna fatalista. Acredito que muito mais importante do que chegar a uma boa solução é

provocar um bom debate. O que conduz à auto participação dos espect-atores é o debate,

não a solução que possa ser encontrada.

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Questões: 1) O Projeto de Intervenção Pedagógica, atendeu suas expectativas? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 2) Na sua opinião, podemos através da Técnica do Teatro Fórun solucionar situações de opressões, seja elas sociais ou educativas? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 3) Quais os motivos que levaram você participar do Projeto de Intervenção Pedagógica? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 4) Durante a realização do Projeto, o que você mais gostou? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 5) O que as atividades práticas do Teatro Fórun, podem contribuir na sua formação de Docente na Educação Infantil e nas séries iniciais do Ensino Fundamental? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 6) Esta foi sua primeira experiência de participação em atividades de Teatro? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 7) Quais as dificuldades que você encontrou no decorrer das atividades do Projeto? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 8) O que você sabe sobre a história das "lutas de classes sociais" hoje e no passado? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 9) Se você tivesse oportunidade de mudar algo na sociedade em que vive, o que você mudaria? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 10) Cite algumas opressões que professoras, alunas e alunos sofrem na escola: ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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Este Material Didático Pedagógico foi construído dentro da perspectiva de mostrar

que a linguagem teatral é muito mais do que um recurso didático, pois tem seus códigos

próprios que, se compreendidos, nos permitem olhar a atividade teatral, para além de um

mero entretenimento na escola.

O Material faz parte do Projeto de Intervenção Pedagógica, que será executado

com as alunas e alunos do Curso de Formação de Docentes - Integrado do Instituto de

Educação Estadual Professor César Prieto Martinez - Ensino Fudamental, Médio, Normal

e Profissional. Porém vale ressaltar que o mesmo pode ser desenvolvido em qualquer

outro segmento de estudo, ou seja no Ensino Fundamental, Médio, Educação de Jovens

e Adulto, Cursos Superiores entre outro lugares de educação não formal. Cabe somente

lembrar de fazer as devidas adequações e direcionamento conforme o público trabalhado.

Pois segundo as Diretrizes Curriculares da Educação Básica/SEED: para preparar as

aulas, é preciso considerar para quem elas serão ministradas, como, por que e o que será

trabalhado, tomando-se a escola como espaço de conhecimento. Dessa forma, devem-se

contemplar, na metodologia do ensino da Arte, três momentos da organização

pedagógica: Teorizar, Sentir e perceber e o Trabalho artístico.

Lembramos que o trabalho em sala poderá iniciar por qualquer um desses

momentos, ou pelos três simultaneamente. Ao final das atividades teatrais, espera-se que

as alunas e alunos tenham vivenciado cada um deles.

Na Unidade Didática procurou-se abordar os fatos principais da História do Teatro

Ocidental e Brasileiro, vida e obra do dramaturgo Augusto Boal e Paulo Freire, estudo

teórico sobre a técnica do Teatro Fórum, que faz parte da Metodologia do Teatro do

Oprimido, atividades e exercícios teatrais e a prática do Teatro Fórum. As apresentações

do vídeos e as atividades práticas seram feitas intercalando com as teorias estudadas.

As indicações de vídeos e as imagens utilizadas neste Material Didático, foram

retiradas do Portal Dia a Dia Educação, porém os professores podem utilizar outros

materiais e sites confiáveis para a fundamentação teórica para apoio, caso haja

necessidade.

A seguir algumas sugestões e orientações para que os professores possam

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complementar o Material Didático Pedagógico:

1º Encontro: Neste encontro vamos estudar uma breve História do Teatro Ocidental e

Teatro Brasileiro.

Sugestões

Filme: Shakespeare Apaixonado (mostra o ambiente londrino na época áurea de

William Shakespeare, então um jovem talentoso em pleno bloqueio criativo. ótimo roteiro,

ilustrando o negócio do teatro, entrelaçando-se com fatos de sua vida pessoal, que teriam

inspirado seus textos. ganhou 7 Oscars)

Filme: A Bela do Palco (em 1660 todos os papéis no palco tinham que ser

interpretados por homens. até que o rei, cansado de ver sempre o mesmo ator nos papéis

femininos, decide permitir às mulheres atuar. com isso o maior ator feminino - Billy Crudup

- ´perde sua função e vê apenas o suicídio como solução.)

2º Encontro: Sugiro para este encontro, onde vamos estudar a vida e a obra do

dramaturgo Augusto Boal, fazer uma visita no site do Centro do Teatro do Oprimido.

http://www.ctorio.org.br

3º Encontro: Este encontro tem como finalidade fazer um breve estudo sobre a vida e

obra do educador Paulo Freire, bem como sua importância para a educação brasileira.

Para compreender mais e rlfetir sobre a Pedagogia de Paulo Freire, sugiro que os

professores assistam um documentário que tem como protaginistas 19 ex-alunos do

educador Paulo Freire em Angicos (RN). A experiência de Paulo Freire vivida há 50 anos,

no município de Angicos (RN), que ficou marcada até hoje. Documentário tem como título

"40 Horas na Memória: Resgate da Experiência dos Alunos de Paulo Freire em

Angicos/RN, produzido pela assessori de imprensa da Universidade Federal Rural do

Semi-Árido (UFERSA). site: http://angicos50anos.paulofreire.org/documentario-tem-como-

protagonistas-19-ex-alunos-do-educador-paulo-freire-em-angicos-rn/

4º Encontro: Estudo teórico sobre a Técnica do Teatro Fórum. Para aprofundar os

conhecimentos sobre este assunto sugiro e façam uma visita no site:

http://www.ctorio.org.br e assitam o vídeo: Documentário - Augusto Boal e o Teatro do

Oprimido, onde mostra a trajetória do dramaturgo Augusto Boal na criação de um teatro

que tem como objetivo transformar quem dele participa num motor de mudança da

sociedade opressora em que vive.

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Os demais encontros são destinados à realização das práticas de Teatro Fórum.

Aqui ressalto que cabe a cada professor que utilizará a técnica, adaptar e propor as

atividades conforme a turma e seus interesses em comum para que efetivamente ocorra

os debates, que se fazem necessário para acontecer o Teatro Fórum. Terá ainda a

apresentação de um glossários, com os termos utilizados no material que possivelmente

não faz parte do dia a dia para alguns profesores (as). O material apresenta também

algumas secões que ajudarão no processo de desenvolvimento da Intervenção

Pedagógica, são elas:

► Vamos fazer Teatro? Onde traz uma série de exercícios de integração do

grupo, aquecimento físico e vocal, jogos teatrais de máscaras, quebra de repressão,

seguidos de exercícios para a preparação do Teatro Fórum.

► Para sua leitura. Referência para obter mais informações, caso haja

necessidade, sobre o assunto visto em cada encontro.

► Para saber mais. Informações complementares sobre o assunto estudado.

► Curiosidade: Apresenta de forma sucinta, curiosidades da vida de Augusto Boal

e Paulo Freire.

► As regras do Teatro Fórum: Esta seção apresenta a dramaturgia, encenação e

o espetáulo (jogo), com suas regras e a importância das mesmas para o desenvolvimento

do Teatro Fórum.

► Em Cena: São atividades que oportunizam o contato com os exercícios teatrais

elaborados por Augusto Boal, prática do Teatro Fórum, finalizando com o Debate

(avaliação). As atividades se apresentam em 1º, 2º e 3º Atos, conforme apresenta o

material.

► Avaliação do Projeto e atividades desenvolvidas.

Sabemos que trabalhar com Teatro na Escola é sempre um desafio, pois envolve

muita disponibilização, entusiasmo e criatividade, para que possamos de fato alcançar os

objetivos essenciais do Teatro Fórum: transformar o espectador, para que ele não se

contente em refletir o passado, mas em se preparar para o futuro.

BOAL, Augusto. Jogos para atores e não-atores. 14ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011. BOAL, Augusto. Teatro do oprimido e outras poéticas políticas . 12ª edição. Rio de Janeiro. Civilização Brasileira. 2012.

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ANTIMODELO: é uma peça escrita sobre um único tema, a opressão, cujas formas são

numerosas e variadas. No desenrolar da ação, nós assistimos à vitória dos opressores

sobre os oprimidos, ainda que esses últimos sejam eles também opressores em outros

momentos do espetáculo.

COMÉDIA: uma das formas principais do DRAMA que enfatiza a crítica e a correção

através da deformação e do ridículo. O efeito principal da comédia é provocar o riso.

ESPECT-ATOR: o espectador da sessão de Teatro-Fórum não é um consumidor do bem

cultural e, sim, um ativo interlocutor que é convidado a assumir o papel do oprimiodo e/ou

de seus aliados para interagir na ação dramática de maneira a apresentar alternativas

para outros possíveis encaminhamentos ao problema encenado. Aquele que está na

plateia na expectativa de atuar, entrando em cena trazendo sua alternativa para resolução

do problema apresenado.

FÓRUM: praça pública, na antiga Roma; lugar onde funcionam os órgãos do poder

judiciário; tribunal.

JOGOS TEATRAIS: é o termo utilizado em português para designar qualquer estrutura de

jogo que possa ser utilizado no teatro, seja dramático (a partir de textos de teatro), cenas,

esboços ou improvisações, ou também na forma de jogos lúdicos ou brincadeiras.

JOGOS DRAMÁTICOS: é um jogo em que haja faz-de-conta ou simulação. Tem que ser

de âmbito privado, ou seja, não pode ser para mostrar a outros - senão seria jogo teatral

ou uma criação teatral.

MISE-EN-SCEN: expressão francesa que significa, literalmente, "posto em cena". Em

português, a encenação, ou seja, o espetáculo como um todo resultante dos diferentes

meios de expressão cênica: o ator, a dramaturgia, a direção, o cenário, os figurinos e a

iluminação.

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RITUAL: o ritual é uma das formas de se chegar o Teatro Fórum, isto é, à apresentação

teatral do modelo de Teatro Fórum de se chegar à mise-en-scene. Ritual é uma das

formas, além de outras, que cria as condições teatrais para que o Teatro Fórum seja antes

de tudo, teatro, e não somente fórum. Frequentemente, o ritual contém elementos que

reproduzem a opressão, que a corporificam, que são a sua concreção, e , quase sempre,

a libertação da opressão necessariamente passa pela ruptura desse ritual. (Augusto Boal,

Jogos para atores e não atores. Civilização Brasileira. Rio de Janeiro, 2011.

TEATRO: como expressão estética, a arte specífica transmitida de um palco para uma

platéia, por um ator ou atriz; a arte de representar. Como expressão arquitetônica, é o

edifício com características específicas, dotado basicamente de um palco, de onde são

representadas para uma platéia obras dramáticas - óperas, comédias, balés, revistas

musicais, drama, etc,

TÉSPIS: poeta trágico grego, mais ou menos lendário, nscido provavelmente na Icária,

nos princípios do século VI, considerado o criador do teatro grego. Também lhe é

atribuída a criação do prólogo da tragédia, tendo sido ele, provavelmente, o primeiro autor

premiado nos concursos instituídos por Pisístrito, em Atenas, no ano 534 a.C. O nome de

Téspis tornou-se sinônimo de arte teatral

TRAGÉDIA: gênero dramático, tradicionalmente de origem grega (Grécia Antiga, fins do

século VI a.C.), que se caracteriza pela luta de um herói contra um destino inexorável que

determina suas ações e lhe impõe quase sempre um fim funesto - a morte física e a

destruição de tudo aquilo que se relaciona com ele.

WILLIAN SHAKESPEARE: (1564-1616) poeta e dramaturgo inglês, cuja obra funde uma

visão poética e refinada do mundo a um forte caráter popular, na qual assassinatos,

violações da lei, da moral e dos costumes, incestos e traições são os ingredientes usados

para entretenimento do público.

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5. REFERÊNCIAS BOAL, Augusto. 200 exercícios e jogos para o ator e o não ator com vontade de dizer algo através do teatro. 5ª edição.Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1983.

BOAL, Augusto.Jogos para atores e não atores . 14ª edição rev. e ampliada. - Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011. 368p.

BOAL, Augusto. Teatro do oprimido e outras poéticas políticas . 12ª edição. Rio de Janeiro. Civilização Brasileira. 2012. BOAL, Augusto. A Estética do Oprimido. Rio de Janeiro: Garamond, 2009.

BRANCA, Têne de Casa. Teatro para quem nunca fez Teatro. São Paulo: Editora

FREIRE, Paulo. Educação e Mudança . 2ª edição. São Paulo: Paz e Terra, 2011.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido . 50ª edição rev. e atual. – Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2011.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia . São Paulo: Paz e Terra, 2011.

GRANERO, Vic Vieira. Como usar o Teatro na sala de aula. São Paulo: Editora Contexto, 2011.

JAPIASSU, Ricardo. Metodologia do Ensino do Teatro. São Paulo: Papirus, 2001.

MACHADO, Irley. Teatro: ensino, teoria e prática. Minas Gerais: Editora da Universidade Federal de Uberlância, 2004.

TEIXEIRA, Ubiratan. Dicionário de Teatro. São Luís: Editora Instituto Geia, 2005.

VASCONCELLOS, Luiz Paulo. Dicionário de Teatro. Porto Alegre: L&PM, 2009.

Créditos das Figuras

Figura 01. Teatro Grego Epidauro. Disponível em: <http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=179#teatrogrego> Acesso em: 07 ago. 2013.

Figura 02. Teatro Romano. Disponível em: <http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=179#roma.> Acesso em: 07 ago. 2013.

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Figura 03. Idade Média. Disponível em: <http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=179#idademedia> Acesso em: 07 ago. 2013.

Figura 04. Renascimento. Disponível em: <http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=179#renascimento> Acesso em: 07 ago. 2013.

Figura 05. Commedia del Arte. Disponível em: <http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=179#idademedia> Acesso em: 08 ago. 2013.

Figura 06. Teatro Brasileiro. Disponível em: <http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=196> Acesso em: 08 ago. 2013.

Figura 07. Augusto Boal. Disponível em: <http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=208> Acesso em 08 ago. 2013.

Figura 08. Augusto Boal. Disponível em: <http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=208> Acesso em: 08 ago. 2013.

Figura 09. Paulo Freire. Disponível em: <http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=367&evento=9> Acesso em: 09 ago. 2013.

Figura 10. Paulo Freire e Augusto Boal. Disponível em: <http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=367&evento=9> Acesso em: 09 ago. 2013.

Desenhos Artísticos. Ilustrações da abertura dos encontros, feitos por Elisângela

Borges.

Créditos dos Vídeos

Vídeo 01. Teatro Grego. Disponível em: <http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=6411> Acesso em: 09 ago. 2013.

Vídeo 02. Teatro Romano. Disponível em: <http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=6412> Acesso em: 09 ago. 2013.

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Vídeo 03. Coliseu. Disponível em: <http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=6413> Acesso em: 09 ago. 2013.

Vídeo 04. Idade Média: Disponível em: <http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=6414> Acesso em: 10 ago. 2013.

Vídeo 05. Teatro Renascimento: Disponível em: <http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=6415> Acesso em: 10 ago. 2013.

Vídeo 06. Teatro Globo. Disponível em: <http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=6409> Acesso em: 11 ago. 2013.

Vídeo 07. Teatro Brasileiro I: Disponível em: <http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=6432> Acesso em: 11 ago. 2013.

Vídeo 08. Teatro Brasileiro II: Disponível em: <http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=6433> Acesso em: 11 ago. 2013.

Vídeo 09. Augusto Boal: Entrevista parte I: Disponível em: <http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=6295> Acesso em: 11 ago. 2013.

Vídeo 10. Augusto Boal: Entrevista parte II: Disponível em: <http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=6296> Acesso em: 11 ago. 2013.

Vídeo 11. Augusto Boal: Entrevista parte III: Disponível em: <http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=6297> Acesso em: 11 ago. 2013.

Vídeo 12. Paulo Freire Contemporâneo: Disponível em: <http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/debaser/singlefile.php?id=24200> Acesso em: 11 ago. 2013. Vídeo 13. Paulo Freire Contemporâneo: Disponível em: <http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/debaser/singlefile.php?id=24200> Acesso em: 11 ago. 2013.