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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

GERAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS: UMA CONSCIENTIZAÇÃO AMBIENTAL

COM OS ALUNOS DO 9º ANO ¹

Jully Gabriela Retzlaf de Oliveira²

Clelia de Fatima Pucineli³

Resumo: O presente artigo tem por objetivo retratar o trabalho realizado com o tema Educação Ambiental nas aulas de Geografia, com os alunos do 9º ano do Ensino Fundamental do Colégio Estadual Dr Aloysio de Barros Tostes – EFM, localizado na cidade de Nova Fátima-PR, o mesmo foi desenvolvido durante o curso do Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE, 2013 – 2014. Durantes as aulas foi discutido sobre o consumismo e o papel da mídia neste processo, a geração, descarte e tratamento final dos resíduos sólidos; estimulando os alunos a ter um olhar crítico sobre a realidade da cidade; analisando textos e documentários relacionados à Educação Ambiental e Consumismo. Ao fim do projeto pode-se verificar uma mudança de atitude dos alunos em relação aos resíduos sólidos, os mesmo passaram se preocupar mais com a geração, descarte e tratamento final dos mesmos.

Palavras chave: Geografia; Meio Ambiente; Práticas de Ensino

1 – INTRODUÇÃO

Os problemas ambientais vem se agravando a partir da Revolução Industrial

ocorrida na segunda metade do século XVIII na Inglaterra, ocorrendo então uma

transformação na técnica aplicada à indústria, ou seja, foi à passagem de uma

sociedade rural e artesanal para uma sociedade urbana e industrial. Uma causa

importante para esse processo é o rápido crescimento populacional, tendo como

consequência a procura de produtos industrializados para atender as necessidades

da população, para isso, se torna imprescindível a retirada de mais recursos naturais

e a produção cada vez mais de matéria – prima para alimentar as fábricas,

produzindo a cada dia uma grande quantidade de resíduos sólidos, provocando um

desequilíbrio ambiental, seja pela retirada de recursos, seja pela geração de

resíduos.

O modelo econômico atual prima pela capitalização da natureza, geração de

riqueza e exploração ambiental, o que promove uma enorme acumulação de

__________________

1- Artigo apresentado ao Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE) da Secretaria Estadual da Educação, 2 - sob a orientação da Professora Jully Gabriela Retzlaf de Oliveira (UENP-CCP) 3- Professora Estadual, do Quadro Próprio do Magistério (QPM), habilitada em Geografia, Pedagogia, Especializada em Geografia e Meio Ambiente – [email protected].

produtos e grande geração de resíduos, estes muitas vezes não recebem

tratamento ambiental adequado e acabam poluindo o solo, a água e o ar. Nesse

sentido torna-se necessário trabalhar nas aulas de Geografia questões

relacionadas ao consumismo, impactos ambientais e o poder da mídia na

manutenção deste sistema. A fim de despertar uma consciência ambiental nos

alunos em relação ao consumo, geração e tratamento de resíduos e o uso

racional do espaço cotidiano.

O modelo exploratório atual, através do aumento do consumismo, tem

gerado grande acúmulo de resíduos, intensa degradação e poluição ambiental,

mesmo em uma cidade pequena como Nova Fátima percebe-se um consumismo

exagerado entre os alunos e a geração de quantidade elevadas de resíduos.

Diante do exposto, questiona–se: O que nos leva a ser consumistas? Qual

a influência da propaganda na aquisição de produtos? Os resíduos gerados

podem ser descartados em qualquer lugar? Qual o conhecimento dos alunos em

relação às práticas adequadas de descarte e tratamento de resíduos? Que

práticas educacionais podem ser adotadas para diminuir o consumismo e

melhorar os descarte e tratamento dos resíduos no cotidiano dos alunos?

O presente artigo objetiva avaliar a eficácia das atividades voltadas para

trabalhar a questão ambiental e a geração de resíduos sólidos aplicadas no 9°

ano do Ensino Fundamental no Colégio Estadual Dr. Aloysio de Barros Tostes EF

e Médio, localizado no Município de Nova Fátima – PR, durante a implementação

do projeto de intervenção pedagógica, desenvolvido através do Programa de

Desenvolvimento Educacional – PDE, da Secretaria de Educação do Estado do

Paraná (período 2013-2014).

Espera-se que as atividades apresentadas possam auxiliar os professores

da área de geografia e difundir práticas diversificadas para trabalhar a questão

ambiental na educação básica.

2 - A GEOGRAFIA E MEIO AMBIENTE

No início da humanidade pouco eram os impactos ambientais, com o

passar dos anos e o aumento populacional, tem início o desenvolvimento

tecnológico, ativando rapidamente a volume desses impactos.

Com o aumento populacional faz se necessário o desenvolvimento na área

industrial, assim, deixando de ser submisso ao meio natural, acelerando o

processo de degradação ambiental, contaminando os recursos naturais, solo,

recursos hídricos e o ar, tendo inicio as preocupações.

Conforme Mogon, Torres (2005), a preocupação com os problemas

ambientais surgiu por volta de 1950 e 1960, quando se constataram os elevados

níveis de poluição e de extração dos recursos naturais, gerando resíduos sólidos.

Sua problemática é resultado de vários fatores entre eles o aumento considerável

da população e o consumismo, tendo como agravante à diversidade e à curta vida

útil da maioria dos produtos e embalagens, os chamados descartáveis, que são

utilizados uma única vez e jogados fora como algo sem valor.

De acordo com Paiva, Torres (2008), é inegável que o ser humano

necessita de coisas básicas para sobrevivência, e dentre elas estão: os alimentos,

a moradia, os vestuários, os medicamentos e a diversão, assim sendo, a

degradação ambiental atingiu patamares nunca vistos pelo homem, tudo para

atingir uma superação dos limites de consumo causadas por uma desigualdade

social intensa. Não há como evitar o acúmulo de detritos, porem, é preciso utilizar

os produtos de uma forma consciente, para que não ocorram desperdício e

consumo excessivo de embalagens. Reaproveitar todos os materiais possíveis

representa uma economia de matéria–prima e de energia fornecidas pela

natureza.

Segundo Paiva, Torres (2008), o consumismo é um dos problemas atuais

na questão ambiental. A questão do lixo é um problema de ordem cultural e,

assim, situa a cultura do consumismo como um dos alvos da crítica à sociedade

moderna. A gestão dos resíduos sólidos é considerada um dos setores do

saneamento básico, e por isso está diretamente relacionada com a saúde da

população, provocando doenças que já foram erradicadas há décadas, como o

caso da “dengue” e da “febre amarela”. Essa invasão é causada por uma

alteração nas matas e florestas onde habitavam esses mosquitos que, em

contrapartida, encontram locais propícios para sua produção nas cidades.

De acordo com Paiva, Torres (2008), a Educação Ambiental é um estudo

específico sobre o local onde vive o homem e pratica o ato de socializar as

pessoas e da extração de recursos que a natureza proporciona para a

sobrevivência dos seres humanos, essa preocupação passou a ser uma

preocupação dos amantes da natureza e um assunto da sociedade civil.

De acordo com Paiva, Torres (2008), a Educação Ambiental é um estudo

específico sobre o local onde vive o homem e pratica o ato de socializar as

pessoas e da extração de recursos que a natureza proporciona para a

sobrevivência dos seres humanos, essa preocupação passou a ser uma

preocupação dos amantes da natureza e um assunto da sociedade civil.

A responsabilidade não é só dos governantes, como muitos pensam, mas sim de cada cidadão. O ensino de Geografia pode abarcar e participar da Educação Ambiental, transformando – se em um dos meios mais eficientes para enfrentar o problema de acúmulo de resíduos. A partir da análise que cada região possui um diferencial, e que usar suas potencialidades permite uma solução pontual, ou seja, que cada localidade pode achar a solução mais viável para resolver seu problema de acúmulo de resíduos, possibilita fomentar a participação mais intensa da comunidade, pois ela reconhece as suas características e pode transformar suas atitudes, minimizando o problema (PAIVA, TORRES – 2008).

3 – RESÍDUOS SÓLIDOS

A palavra lixo, derivada do latim lix, significa cinza. No dicionário, ela é

definida como sujeira, imundície, coisa ou coisas inúteis, velhas, sem valor. Lixo,

na linguagem técnica, é sinônimo de resíduos sólidos e é representado por

materiais descartados pelas atividades humanas (RODRIGUES, 1997).

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), através da Norma

Regulamentadora NBR 10.004/2004, define resíduos sólidos como sendo:

[...] aqueles que resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível (p. 01).

A norma regulamentadora NBR 10.004/2004 da Associação Brasileira de

Normas Técnicas (ABNT) estabelece que a classificação dos resíduos deve

desenvolver-se com base nos critérios de periculosidade.

Classificação dos resíduos:

a) resíduos classe I – Perigosos;

b) resíduos classe II – Não Perigosos;

- resíduos classe II A – Não inertes;

- resíduos classe II B – Inertes:

a) Resíduos Perigosos – Resíduos Classe I

Segundo a NBR 10.004/2004 estes resíduos são gerados principalmente

nos processos produtivos, em unidades industriais e fontes específicas. No

entanto, estão presentes nos resíduos sólidos gerados principalmente nos

domicílios e comércios. Alguns resíduos potencialmente perigosos encontrados

nos resíduos sólidos urbanos e seus principais elementos químicos que, quando

descartados inadequadamente, apresentam potenciais de contaminação do solo,

das águas superficiais e subterrâneas que, consequentemente, afetam a flora e a

fauna das regiões próximas, podendo atingir o homem por meio da cadeia

alimentar.

Quadro 1 - Componentes potencialmente perigosos.

Componentes Industriais Potencialmente Perigosos Presentes nos Resíduos Sólidos Urbanos.

Resíduos Componentes Químicos

Pilhas e baterias

Liberam metais pesados (mercúrio, cádmio, chumbo e zinco).

Lâmpadas fluorescentes As lâmpadas contêm mercúrio. Quando o vidro é quebrado, o mercúrio é liberado na forma de vapor para atmosfera e, sob ação da chuva, precipita-se no solo, em concentrações acima dos padrões naturais.

Componentes eletrônicos de alta tecnologia (chips, fibra ótica, semicondutores, tubos de raios catódicos, baterias)

Podem liberar arsênio e berilo, chumbo, mercúrio e cádmio.

Embalagens de agrotóxicos Os pesticidas (inseticidas, fumigantes, rodenticidas, herbicidas e fungicidas).

Resíduos de tintas, pigmentos e solventes

Restos de tintas ou pigmentos à base de chumbo, mercúrio ou cádmio e solventes orgânicos.

Frascos pressurizados Quando o frasco é rompido, os produtos tóxicos ou cancerígenos são liberados, podendo poluir a água ou dissipar-se na atmosfera.

Fonte:( BRASIL, 2006, Apud LOPES, 2012, P.20)

b) Resíduos Não Perigosos – Resíduos Classe II

Os resíduos da Classe II-A ou Não Inertes, de acordo com a NBR

10.004/2004, podem ter as seguintes propriedades: biodegradabilidade,

combustibilidade ou solubilidade em água; já os resíduos da Classe II-B ou

Inertes, não apresentam nenhum de seus constituintes solubilizados a

concentrações superiores aos padrões de potabilidade em água, com exceção

dos aspectos cor, turbidez, dureza e sabor. Ocorrendo a impossibilidade do

enquadramento dos resíduos em pelo menos um dos critérios (tóxico, corrosivo,

inflamável, reativo e patogênico) a mesma norma estabelece a necessidade de

que amostras dos mesmos sejam submetidas a ensaios tecnológicos.

Bidone (1999) e Antunes Lopes (2003) apresentam uma classificação para

os resíduos sólidos quanto à sua origem ou fonte geradora, conforme o quadro 2:

Quadro 2 - classificação para os resíduos sólidos quanto à sua origem ou fonte geradora

CLASSIFICAÇÃO

FONTES

EXEMPLOS

Domiciliar

- Comércio - Residência - Locais Públicos

Restos de alimento; Plásticos; Vidro; Papel; Papelão; Tecido; Pilha; Bateria; Metal; Pneu; poda e Capina.

Construção Civil

- Obras, Reformas - Demolições

Madeira; Borracha; Concreto; Cerâmica; Louças; Metal; Amianto; Vidro; Tinta; Areia; Cal; Pedras; Argamassa; Gesso.

Serviços de Saúde

-Clinicas; Farmácias; Hospitais; Postos de Saúde.

Material cirúrgico; Órgãos; Membros; Higiene Pessoal; Luva; Gaze; Algodão; Fralda; Medicamento.

Industrial

- Indústrias

Metal pesado; Amônia; Ácido; Solventes.

Agrícola

-Propriedades Agrícolas

Herbicida; Inseticida; Pesticida; Embalagem de Agrotóxicos.

Radioativo -Usinas Nucleares; Centros de Pesquisa

Urânio; Plutônio; Césio; Estrôncio; Radônio; Bário.

Fonte: (Bidone,1999 Apud LOPES, 2012, P.16)

4. ANÁLISE DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

RELACIONADAS À QUESTÃO AMBIENTAL

As atividades que foram apresentadas, analisadas e desenvolvidas no

terceiro período do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), turma

2013/2014, durante os meses de fevereiro a julho de 2014.

No mês de fevereiro de 2014, durante a Semana Pedagógica (1h) foi

apresentado o Projeto de intervenção pedagógica para a direção do Colégio,

equipe pedagógica, professores e funcionários, esclarecendo a temática principal

do projeto e as atividades principais que serão desenvolvidas com alunos do 9º

ano do Ensino Fundamental.

No dia 11 de março de 2014 foi realizada a apresentação do projeto aos

pais e alunos, (2 aulas) objetivando esclarecer que durante o semestre seriam

realizadas algumas atividades práticas, em período alternado com seus filhos e

que durante aquele horário previamente avisados estaria no colégio trabalhando

com a professora, tendo como objetivo a conscientização ambiental dos alunos

daquela turma. Os pais aprovaram o projeto e se propuseram a auxiliar em que

fosse necessário para sua realização.

Antes de iniciar as atividades planejadas, foi realizada em sala de aula,

uma conversa com os alunos com a duração de 02 aulas de forma descontraída,

procurando observar seus conhecimentos prévios sobre resíduos sólidos.

Constatou-se que poucos tinham como hábito separar e cuidar do lixo / resíduo,

desconhecendo em que isso implica para o ambiente e que ele faz parte desse

ambiente. Na ocasião, os discente demonstraram grande interesse pelo assunto

apresentado, afirmando que os professores sempre falam sobre o assunto, mas

que nunca pararam para analisar as consequências.

No dia 13 de março, no início das atividades usando duas aulas, os alunos

foram questionados sobre a diferença entre resíduos sólidos e lixo, a resposta foi

unânime, ninguém sabia. Ao explicar, eles mesmos se questionaram sobre o

consumismo e o papel da mídia no cotidiano, levando-os a consumir sempre

mais objetos em lançamento, na ilusão de ser o mais “top” de linha. Foi entregue

a eles uma tabela onde mostra o conceito de lixo, e os vários tipos de lixo:

domiciliar; hospitalar; industrial; construção civil; radioativo; entre outros, sempre

questionando quais podem e devem ser reciclados. Essa atividade foi de grande

interesse, mas a percepção para a mudança de hábitos entre eles foi visível a

dificuldade entre alguns, que insistiam em afirmar que todo lixo é lixo, assim

sendo, polui e que é um mal necessário. Foi deixado de propósito uma tarefa

para casa onde eles iam fazer a pesquisa, o que faziam com os objetos que eram

trocados, TV, Celular, Geladeira, entre outros, já que o consumo é inevitável.

No dia 16 de maio, em horário alternado com a duração de 02 horas, os

alunos vieram ao Colégio para continuarmos a nossa discussão, eles levaram as

respostas do questionamento anterior, sobre o que faziam com os objetos que

eram descartados em sua casa, o objeto que é trocado e está em boas

condições, são doados para familiares, ou a quem precisa, aqueles que estão

realmente estragados, vão para o lixo mesmo, eles não tem o hábito de entrega-

los em postos de coletas, nem sabiam que existiam e nem onde ficam. Após as

discussões, foi entregue a eles o poema EU Etiqueta de Carlos Drummond de

Andrade, em seguida foi feita a leitura e discussão do texto, neste momento eles

puderam se questionar e questionar o colega sobre os hábitos de consumo.

Fizeram uma breve pesquisa e descobriram que entre seus pertences haviam

produtos feitos em várias partes do mundo como: China, Hong Kong, Japão, EUA

entre outros. Eles chegaram à conclusão de que essa ação acarreta vários

problemas para o ambiente e que é necessário reciclar esse produto. Ficaram

impressionados com a quantidade de resíduos e lixo que produziam em seu dia a

dia e se propuseram a questionar o consumismo das pessoas. No final da aula foi

feito uma breve explicação sobre a visita ao aterro sanitário, localizado na cidade

de Assaí – PR administrado pela SANETRAN, esclarecendo pontos importantes

como: o comportamento dos alunos ao sair do Colégio, dentro do ônibus e

principalmente no recinto da visita e questionamentos a serem feitos ao

palestrante durante a visita. Neste momento pode-se perceber o grande interesse

entre os mesmos e a curiosidade sobre o tema.

No dia 17 de maio foi contatado o Gerente do Aterro Sanitário de Assai –

SANETRAN, sendo explicado sobre o projeto e quais objetivos a serem atingido

com o mesmo. A visita foi marcada para o dia 03 de junho de 2014 para o período

matutino das 9.00 às 11.00hrs.

No dia 23 de maio, novamente foi trabalhado com eles como se comportar

em uma aula da de campo, falar em tom baixo, não gritar, não correr, ouvir as

explicações de forma educada, perguntar o que não entendeu, saber ouvir as

explicações, respeitar quando a pergunta do colega está sendo respondida e

anotar as explicações e curiosidades presenciada por ele(a). Foi marcado uma

reunião com os pais, direção, supervisão da escola para expor o motivo da

retirada do seu filho do colégio e a autorização dos mesmos, para o dia 29 de

maio de 2014 para as 11:00 horas. Dos 25 pais que foram convidados, 15

compareceram e autorizaram a saída do filho para a visita, 07 não

compareceram, mas autorizaram a irem, somente 03 pais não compareceram,

nem assinaram para que seus filhos fossem. Foi feito o convite para aquele pai ou

mãe que tivesse interesse em ir para conhecer e auxiliar a professora na visita,

uma mãe se prontificou a ir, as outras por motivos diversos não podiam.

No dia 03 de junho de 2014, todos estavam curiosos e eufóricos com a

aula de campo, sendo novidade o passeio e a visita ao aterro, pois muitos nem

imaginavam como era, até mesmo a mãe do aluno estava curiosa. Ao entrar no

ônibus todos já estavam com seus celulares e máquinas fotográficas, registrando

as novidades que viram pelo percurso.

Ao chegar no aterro, fomos recebidos pelo Gerente do Aterro –

SANETRAN, que com boa vontade e empenho levou a todos para conhecer o

local, explicando cada parte do aterro e como funciona.

Durante a visita seguimos o seguinte cronograma:

8:00 hrs: preparação para a visita ao aterro Sanitário (SANETRAN)

na cidade de Assaí, saída em frente ao Colégio Estadual Dr. Aloysio de Barros

Tostes – EFM em Nova Fátima;

9:00 hrs: Chegada ao Aterro Sanitário;

9:00 às 9:30 hrs: Palestra com o Gerente Geral do aterro;

9:30 às 10:30 hrs: visita aos setores do aterro como, setor de

separação dos resíduos; setor de aterro do lixo e visita às piscina de tratamento

do chorume;

10:35 às 10:55 hrs: lanche;

11:00 hrs: retorno para a cidade de Nova Fátima;

12:00, chegada em Nova Fátima.

Primeiramente fomos ver como é feito a seleção dos resíduos, os alunos

ficaram indignados ao presenciar a falta de seleção do lixo, como chegam esses

resíduos ao aterro, misturados, sem seleção, indagaram ao encarregado se todas

as cidades enviavam o lixo daquela forma, a resposta foi não e que já existem

municípios que estão bem adiantados na conscientização da seleção e coleta

seletiva, somente alguns que enviam misturados, inviabilizando muitas vezes a

separação do resíduo para reciclagem, sendo os mesmo descartados no aterro. O

palestrante relatou a importância e necessidade da separarem e higienizarem o

resíduo antes do envio para o aterro e que é imprescindível a rotulação do

mesmo, em caso de copos, garrafas quebradas e o outros objetos que traga

perigo ao manusear, para evitar acidentes aos catadores e classificadores no

aterro. O mesmo citou vários acidentes, dentre eles, dois estavam no lixo de

nossa cidade, segundo relatou o gerente “o coletor caiu por cima de um saco com

garrafa quebrada, sendo preciso leva-lo ao hospital para suturar”, e outro

problema foi o descarte de uma seringa com agulha que a pessoa ao fazer a

aplicação de Insulina o descartou no lixo do banheiro, vindo a furar o dedo do

classificador desses resíduos, sendo necessário tomar a vacina para evitar

problemas mais sérios, como contaminação do mesmo, acarretando um problema

para a empresa, como desfalque no trabalho por cinco dias e o desconforto para

a pessoa, com os efeitos colaterais que os remédios causam. Na fisionomia dos

alunos era possível verificar reações de espanto com a situação. Eles nem

imaginavam que o lixo produzido em nossa cidade estava dessa forma,

desorganizada.

Tudo que viam era novidade para eles, queriam ver e ouvir as explicações

de tudo, uma das coisas que mais os encantaram foi sobre as piscinas de

chorume, ficaram espantados com a organização e os cuidados com a mesma,

devido o perigo em cair algum animal ou mesmo pessoas nesse recinto. Voltaram

para casa com o compromisso de auxiliar na separação dos resíduos, mostrar a

importância dessa ação entre familiares, amigos e uma maior conscientização

ambiental. Essa aula de campo teve a duração de 4.30 horas (figuras 01,02, 03,

04, 05 e 06).

Figura 01: Turma de 9º em visita ao aterro sanitário.

Figura 02: Visita ao setor de separação dos resíduos.

Figura 03: Separação dos resíduos que chegam ao aterro sanitário.

Figura 4: Descarte de resíduos para serem levados ao aterramento.

Figura 05: Chegada dos resíduos ao aterro.

Figura 06: Visita às lagoas de Chorume.

No dia 05 de junho em horário alternado, os alunos retornaram ao Colégio

para uma discussão do que eles viram na aula de campo e realização de um

trabalho em dupla, onde os grupos foram divididos da seguinte forma: um fez um

cartaz de conscientização para a separação dos resíduos; outro fez sobre o

destino correto de alguns resíduos sólidos; outro sobre o uso de objetos que

podem ser substituídos para o bem ambiental (ex.: substituir a frauda descartável

pela frauda de pano) e por fim outro grupo mostrou a importância da reciclagem.

Essa atividade teve a duração de 03 aulas

No dia 06 de junho os alunos foram convidados a irem no Colégio no

contraturno com a duração de 03 aulas para montarem um painel com as fotos

tiradas no Aterro Sanitário (figura 07), catalogando cada uma delas, cada foto

com sua respectiva explicação, esse painel ficou exposto na escola por alguns

dias para apreciação da comunidade escolar, ao qual eles receberam muitos

elogios, que os deixaram felizes e com a sensação de objetivo cumprido.

Figura 07: Painel montado pelos alunos com as fotos tiradas durante a visita Aterro Sanitário.

O dia 30 de junho os alunos entregaram o relatório da aula de campo, onde

relataram como se sentiram ao realizar esse trabalho e o que mudou em sua

forma de pensar e agir quanto ao meio ambiente, a maioria deles afirmaram que

aprenderam muito com esse projeto e que muitas de suas ações eram

inadequadas e que hoje já sabem como devem lidar com a questão ambiental e

com a geração e separação dos resíduos sólidos. Esta atividade teve duração de

02 aulas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A discussão sobre consumismo e produção de resíduos sólidos traz à tona

questões importantes em relação à preservação ambiental do planeta, usando

uma metodologia diferenciada e objetivando uma aprendizagem significativa,

percebeu-se que o interesse dos alunos pelo tema foi aumentando a cada aula

trabalhada, até mesmo entre os docentes aconteceram mudanças, estes

passaram a ver o descarte como um problema sério que precisa ser resolvido, um

exemplo era o uso exagerado de copos descartáveis, sendo que os mesmos não

são recicláveis, a partir do trabalho, o uso passou a ser com copos de vidro.

Os alunos não tinham muito conhecimento sobre o tema e nem mesmo

sabiam como proceder em relação à devolução de pilhas, lâmpadas, baterias de

celular. A maioria destes materiais eram descartados em lixo comum. Após as

aulas os discentes ficaram indignados com o tempo que levavam para alguns

objetos se decomporem no ambiente e os riscos que os mesmos causam a saúde

humana.

Ao finalizar as atividades já foi possível verificar uma melhor compreensão

e atitude do corpo discente e docente em nossa escola, suas atitudes estão

mudando gradativamente e precisam ser alimentadas diariamente para que não

se perca, o primeiro passo foi dado, a conscientização vem com o trabalho feito

em conjunto, pois essa tarefa não deve se restringir somente a disciplina de

Geografia e sim toda a comunidade escolar.

Ao fim do projeto pode-se verificar uma mudança de atitude dos alunos em

relação aos resíduos sólidos, os mesmo passaram se preocupar mais com a

geração, descarte e tratamento final dos mesmos.

REFERÊNCIAS DUARTE, Michelle Cristina. Avaliação no Gerenciamento dos Resíduos Sólidos Urbanos no Município de Floresta/PR. Produção Didático-pedagógica, 2009. MAGON, S. F; TORRES, E. C. A Abordagem dos Resíduos Sólidos na Disciplina de Geografia – Ensino Fundamental. In: ANTONELLO, I.T;

MOURA,J.D.P; TSUKAMOTO,R.Y: (organizadoras); Apresentação; STIER ,K.K. Londrina: Edições Humanizadas, 2005, p.215 – 231. MOURA, J. D. P; ALVES, J. Pressupostos Teórico – metodológicos sobre o ensino de Geografia: Elementos para a prática educativa. Geografia – Volume 11 – Número 2 – Jul/Dez. 2002. MOURA,J.D.P; TSUKAMOTO,R.Y: (organizadoras); Apresentação; STIER ,K.K. Londrina: Edições Humanizadas, 2005, p.215 – 231. PAIVA, L. R; TORRES, E. C. Educação Ambiental: Transformação nas atitudes. In: GRATÃO, L. H.B; CALVENTE, M. C. M.H; ARCHELA, R,S. Múltiplas Geográficas: ensino – pesquisa – reflexão . Londrina: Edições Humanidades, 2008, p. 219 – 243. PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares Educação Básica do Estado do Paraná - Geografia. Curitiba: SEED, 2008. PONTUSCHKA, N. N. Geografia: pesquisa e ensino. In: CARLOS, Ana Fani Alessandri (org.). Novos caminhos da Geografia. São Paulo: Contexto, 1999. p. 111-142. <http://diaadiaeducacao.pr.gov.br> Acesso em: 21 out. 2013. <www.claudiomirsilva.pro.br> Acesso em: 19 abr. 2013. <http://www.historico.aen.pr.gov.br/modules/noticias/article.php?storyid=38654> Acesso em: 19 out. 2013 http://www.conhecer.org.br LEI - ABNT NRB 10004/87 - Acesso em: 11 nov. 2013.