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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7 Cadernos PDE II

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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7Cadernos PDE

II

1. FICHA DE IDENTIFICAÇÃO

Título:Contos Maravilhosos: Leituras Clássicas e Releituras Modernas

Autor: Aídia Luiza Pereira Sabino

Disciplina/Área: Língua Portuguesa

Escola de Implementação do Projeto e sua localização:

Escola Estadual do Campo Monteiro Lobato – E. F.

Terra Rica- Paraná

Município da escola: Terra Rica

Núcleo Regional de Educação:

Paranavaí

Professor Orientador: Profª Me. Maísa Cardoso

Instituição de Ensino Superior:

Unespar - Campus de Paranavaí

Relação Interdisciplinar:

História e Filosofia

Resumo:

O presente projeto nasceu da necessidade de despertar o prazer da leitura, pois nem sempre é uma tarefa fácil, visto que o envolvimento do aluno com essa atividade, na escola, exige dos professores empenho e persistência Tem por objetivo auxiliar o despertar, no aluno do 7º ano/ 6º série, o gosto pela leitura por meio do Conto maravilhoso. Por envolver histórias atraentes e não muito longas, escolhemos o gênero Conto: é atraente para os alunos, pois envolve personagens que pertencem ao universo do pré-adolescente, heróis, fadas, bruxas e outros. Trata-se de uma pesquisa social aplicada de natureza qualitativa, como também é uma pesquisa- ação. Seus objetivos específicos são: minimizar o descaso com que os gêneros do narrar estão sendo tratados na escola atualmente, bem como incentivar a formação de um leitor competente no que tange ao literário. Como fundamentação teórica para a construção deste trabalho, apoiamo-nos, principalmente, em: Bakhtin (1997); Dolz; Noverraz; Schnewly (2004), Candido (1972) e Coelho (1981). A pesquisa será desenvolvida na Escola Estadual do Campo Monteiro Lobato E.F., no ano 2015 e os sujeitos de pesquisa serão os alunos do

7º ano do ensino fundamental. A Sequência Didática norteará a aplicação da pesquisa. Os dados e resultados obtidos serão relatados em Artigo Científico.

Palavras-chave:

Formação do leitor; gêneros discursivos; conto maravilhoso.

Formato do Material Didático:

Sequência Didática- SD

Público:

Alunos da Escola Estadual 7º ano/6ª série

2. APRESENTAÇÃO

Acreditando no fascínio e levando em conta o perfil próprio da idade dos

alunos do 7º ano, trabalhar com o gênero discursivo “conto” em sala de aula, na

disciplina de Língua Portuguesa, é extremamente importante, pois se trata de uma

narrativa curta e lúdica, que pode de maneira eficiente envolver o público infanto-

juvenil.

O objetivo central dessa sequência didática (DOLZ, NOVERRAZ e

SCHNEUWLY, 2004) é o de desenvolver o gosto pela leitura literária, sendo isso

realizado por meio do gênero “conto”.

Percebendo o desinteresse por parte dos alunos quanto à leitura, é que

optamos por trabalhar com narrativas, propriamente “Contos Maravilhosos”, por

permitir um grande desenvolvimento da imaginação, além de estarem em evidência

devido ao sucesso de livros adaptados em filmes no cinema.

O trabalho será feito dando aos alunos a oportunidade de planejamento de

leituras, leituras silenciosas e orais, debates e interpretações textuais, objetivando

associar leitura oral e interpretação oral e escrita.Este trabalho será desenvolvido na

Escola Estadual do Campo Monteiro Lobato, com os alunos do 7º ano. Pretendemos

que os alunos sejam incentivados ao gosto pela leitura, conheçam os contos

maravilhosos clássicos e algumas de suas releituras, bem como possam

desenvolver a capacidade de leitura literária.

3. MATERIAL DIDÁTICO

3.1. SD – APRESENTAÇÃO DA SITUAÇÃO (DUAS H/A)

1-CENÁRIO DA AULA: SALA TEMÁTICA: ENFEITES COM PERSONAGENS DOS CONTOS MARAVILHOSOS.

Objetos ficcionais: Doces, Brigadeiros, Pirulitos, Balas, Bolinhos de Chuva, etc.

2- INTRODUÇÃO DO PROFESSOR AO TEMA:

Quem não se lembra de uma história bonita contada por nossos pais ou

avós? De boca em boca, as histórias vão passando através das gerações, e assim

viajam mundo afora … se entrelaçam, se modificam e seguem seu caminho,

eternizando-se. Em toda família, há sempre um contador de histórias. Quem conta

histórias na sua família? Que tipo de histórias você prefere? A escola é um bom

lugar para se contar e ouvir histórias? O que podemos encontrar no mundo

maravilhoso das histórias?

Dica para o professor: Além da sala temática, o professor poderá estar trajado como um dos personagens do conto, inserindo o tema de modo lúdico, narrando o CONTO “Os dois pequenos e a bruxa” de Consiglieri Pedroso.

3- CONTO MARAVILHOSO PARA CONTAR ORALMENTE:

OS DOIS PEQUENOS E A BRUXA

Era uma vez uma mulher que tinha um filho e uma filha. Um dia a mãe mandou o filho buscar cinco réis de tremoços e depois disse para os dois:

- Meus dois filhinhos, até onde acharem as casquinhas de tremoços, vão andando pelo caminho afora, e em chegando ao mato lá me hão de encontrar apanhando lenha.

Os pequenos assim fizeram. Depois da mãe sair, foram andando pelas castanhas de tremoços que ela ia deitando para o chão, mas não a encontraram. Como já era noite, viram ao longe uma luz acesa. Foram caminhando para lá e viram uma velha a frigir bolos.

A velha era cega de um olho, e o pequeno foi pela banda do olho cego e furtou- lhe um bolo, porque estava com muita fome. Ela, julgando que era o gato, disse: -Sape, gato! Bula que não bula, que te importa a ti? O pequeno disse para a irmã: - Agora vai lá tu! A pequena respondeu: - Não vou lá que eu pego- me a rir!

O pequeno disse que ela havia de ir, e a irmã não teve mais remédio, e foi. Foi pelo lado do olho cego e tirou outro bolo.

A velha, que julgava outra vez que era o gato, disse: - Sape, gato! Bula que não bula, que te importa a ti? A pequena largou- se a rir. A velha voltou- se, viu os dois pequenos e disse para eles: _ Ai, sois vós, meus netinhos! Comei, comei para engordar. Depois agarrou neles e meteu- os num caixão cheio de castanhas. No outro dia chegou ao caixão e disse para eles: - Deitai os vossos dedinhos, meus netinhos, que é para ver se estais gordinhos. Os pequenos deitaram o rabo de um gato, que acharam dentro do caixão. A velha disse então: - Saí, meus netinhos, que já estão gordinhos. Tirou- os para fora do caixão e disse- lhes para irem à linha com lenha. Os pequenos foram para o mato por uma banda, e a velha foi por outra. Quando chegaram a um certo lugar, encontraram uma fada. A fada disse- lhes: - Andais à lenha, meninos, para aquecer o forno, mas a velha quer assar- vos neles! Depois contou que a velha havia de dizer para eles: Sentai-vos, meus netinhos, nesta pazinha, para vos ver balhar dentro do forno! E que eles lhe haviam de dizer que se sentasse ela primeiro, para eles verem como era. A fada foi- se embora. Daí a pouco encontraram- se os pequenos com a velha do mato. Apanharam a lenha toda que tinham cortado e foram para casa acender o forno. Depois de acenderem o forno, a velha varreu- o muito bem varrido e depois disse para eles: - Sentai- vos, meus netinhos, nesta pazinha, para vos ver balhar dentro do forno! Os pequenos responderam como a fada os tinha ensinado: - Sentai- vos aqui primeiro, avozinha, nesta pazinha, para nós vos vermos balhar dentro do forno! A velha, como queria assá-los, sentou- se na pá, e eles mal a viramsentada, empurraram a pá para dentro do forno. A bruxa deu um grande estouro e morreu queimada, e os pequenos ficaram senhores da casa e de tudo quanto ela tinha. Fonte:CONSIGLIERI, Pedroso. Contos populares portugueses. São Paulo: Landy, 2001.Coleção Tecendo Linguagens. Língua Portuguesa p. 142.

4-PERGUNTAS ORAIS SOBRE O CONTO:

Vamos pensar sobre o conto?

a. Este conto é muito conhecido ou pouco conhecido por vocês? b. Que personagem você acha que se destaca neste conto? c. O que vocês sentiram ao ouvirem este conto? Medo? Curiosidade? Ou outros

sentimentos? Quais? d. Vocês acham que este conto tem algo a nos ensinar? e. Você daria algum outro título para este conto? f. Você gostou do final deste conto? Ou poderia ser diferente? Dê sua sugestão. g. Ao ouvirem este conto, vocês se recordaram de outro semelhante? Qual o

nome? h. E o final do conto de que vocês se lembraram? É parecido com o final da

história que vocês acabaram de ouvir? i. Há algo mais que vocês querem comentar sobre o conto? Fiquem à vontade.

DICA PARA O PROFESSOR: Este é o momento de apresentar à turma o projeto da SD do gênero conto maravilhoso e convidá-los/incentivá-los para a dramatização que haverá no final do projeto.

3.2. SD – SELEÇÃO DO GÊNERO TEXTUAL (3 h/a)

5 - ATIVIDADE LÚDICA(ativação do conhecimento prévio do aluno):

Saco-surpresa. O professor divide a sala em duas equipes. Essa atividade é preparada colocando-se em um saco de tecido os nomes de personagens de vários contos maravilhosos. Os alunos irão retirar um nome e identificar a qual conto pertence à personagem. Acertando, marcarão ponto para sua equipe. Algumas sugestões de personagens:

Lobo Chapeuzinho Madrasta Cinderela

Príncipe Bruxa Fada

3.3. SD – RECONHECIMENTO DO GÊNERO TEXTUAL (13h/a)

DICA PARA O PROFESSOR:essa é uma das etapas mais importantes da SD, o aluno pesquisará sobre o gênero, lerá exemplos do gênero e analisará sua estrutura, linguagem e temática por meio de atividades escritas e orais. Essa etapa será subdividida em blocos menores.

3.3.1. Parte I – o aluno reconhecerá a função social do gênero e suas temáticas

(5 h/a)

7 - QUESTÕES IMPRESSAS SOBRE O CONTO “Os dois Pequenos e a bruxa”.

DICA PARA O PROFESSOR: O professor entregará o conto e as questões impressas aos alunos, para lerem silenciosamente, após, pedir que acompanhem a leitura que o professor fará em voz alta ou também ele poderá já ter escolhido alunos que ensaiaram a leitura para lerem nesta aula..

8- ATIVIDADE

Vamos pensar sobre o conto lido? Para isso, responda às questões a seguir:

a. Vocês já leram ou ouviram esse conto em outro lugar?

b. Por que as pessoas leem contos?

c. Por que este conto foi escrito? Qual sua finalidade?

d. Do que trata o conto?

e. Observe o autor desse conto – quem é? Qual o objetivo desse conto lido?

f. Quais são os personagens do conto?

g. O que aconteceu no conto com os personagens?

h. Qual o final desse conto?

i. Que mensagem podemos observar no conto lido?

j. Indique algo que você tenha gostado do conto e algo que você não tenha

gostado no conto.

k. Conhecem alguns personagens de contos? Quais

l. Para quem o texto conto pode ser destinado (a)?

DICA PARA O PROFESSOR: O professor deverá coletar as respostas e analisá-las para continuar o trabalho. Aqui já iniciamos o tratamento das condições de produção do gênero.

9- LEITURA DE DIVERSOS CONTOS PELOS ALUNOS.

ATIVIDADE:Dividir a sala em grupos, de modo que cada grupo possa ler um conto diferente. Após, o professor conduzirá uma socialização das histórias lidas pelos alunos, eles terão a oportunidade de contar o que leram e fazer comparações entre os textos, observações, e críticas. Também o professor irá direcionar os alunos para perceberem as temáticas presentes e as finalidades de cada conto.

A Bela e a Fera: http://www.contandohistoria.com/a_bela_e_a_fera.htm

Chapeuzinho Vermelho: http://www.contandohistoria.com/chapeuzinhovermelho.htm

Cinderela: http://www.contandohistoria.com/cinderela.htm

A Bela Adormecida: http://www.contandohistoria.com/a_bela_adormecida.htm

10-SUGESTÕES DEQUESTÕES PARA O GRUPO DISCUTIR E APRESENTAR (DISTRIBUIR UMA LISTA DE QUESTÕES PARA CADA GRUPO PARA DIRECIONAREM A FALA SOBRE O CONTO):

a. Qual desses contos apresenta maior número de personagens, e qual apresenta menor número de personagens?

b. Em que cenário se desenvolvem os contos: A Bela e a Fera, A Bela Adormecida e Cinderela?

c. Do que trata o conto que seu grupo leu? (breve resumo)

d. Qual a mensagem que pode ser pensada a partir do conto lido?

3.4. SINTESE DA ETAPA 1:

Conversação com os alunos para introdução do tema.

Apresentação de uma história contada pelo professor.

Questões orais sobre o conto.

Convite aos alunos para uma dramatização que apresentarão no encerramento do projeto.

Atividades Lúdicas: saco surpresa e das caixinhas.

Leitura e pesquisa sobre o gênero textual Conto maravilhoso

Leitura do conto Os dois pequenos e a bruxa.

Questões para serem respondidas por escrito.

Análise das respostas dos alunos

PARTE II – Características do conto maravilhoso - elementos da narrativa:

Há séculos o Conto maravilhoso encanta, permitindo aos leitores um mergulho na fantasia, no mundo da imaginação. Esse mundo imaginário tem sua importância no desenvolvimento humano, ao propor histórias que partem da realidade do dia a dia, passa pelas situações fantásticas e finalmente devolve o leitor à realidade. Uma característica importante desses contos é a presença do elemento mágico, sobrenatural. Também costumam ter a intenção de ensinar algo sobre o comportamento humano.

Toda narrativa é constituída por cinco elementos principais:

ENREDO: é o conjunto de fatos de uma história.

PERSONAGEM: é quem pratica a ação, na história.

TEMPO: quando aconteceram os fatos.

ESPAÇO: o lugar onde se passa a ação numa narrativa.

NARRADOR: é quem narra à história. Pode ser narrador observador (quando não participa das ações na história), e pode ser narrador-personagem (quando a história é narrada por um dos personagens da mesma).

11- COM OS EXEMPLOS DE CONTOS, O PROFESSOR COMEÇARÁ A DISCUTIR

CARACTERÍSTICAS COMUNS DO GÊNERO, INSERINDO-OS EM UM QUADRO

GRANDE FEITO DE PAPEL CRAFT. SERÁ FIXADO NA PAREDE DA SALA DE

AULA DEPOIS DE COMPLETADO.

TÍTULO Narrador Personagens Cenário Tempo

Quem conta? Quem? Onde ? Quando?

ATIVIDADE LÚDICA: Misturando as histórias- Divide-se a sala em três grupos. No primeiro grupo, os alunos escreverão em um pedaço de papel, nomes de dois personagens escolhidos aleatoriamente; no segundo grupo, escreverão um fato criado pela imaginação e no terceiro grupo, escreverão um lugar também imaginário. A conclusão dessa atividade acontecerá, quando o professor, com a participação dos alunos, ler em voz alta o que os personagens estarão fazendo em um determinado lugar. Essa atividade poderá resultar em respostas muito engraçadas e até inusitadas, divertindo bastante os participantes.

PRÓXIMA ETAPA

Professor, nesse momento, os alunos começam a pensar a teoria formal do gênero conto.

Sempre que procuramos conceituar o conto, o comparamos ao romance, ou à novela. A estrutura tem semelhança porque também são narrativas e possuem enredo, tempo, espaço e personagens. Contudo, o conto destaca- se por sua particularidade, ou seja, sua consistência, que o faz uma narrativa breve, porém, satisfaz o leitor por ser completa e instigante.

Um acontecimento real ou fruto da imaginação, contado por alguém, essa era a forma do conto em suas origens. Atualmente, chamamos de conto uma narrativa curta que apresenta enredo, tempo e espaço sintetizados e limitado número de personagens. O conto como criação literária surgiu na literatura Brasileira e Portuguesa recentemente, ou seja, há um século e meio aproximadamente. (BORGATTO, BERTIN, MARCHEZI, p. 14, 2010)

Sobre a ESTRUTURA do conto, Massaud Moisés (1928) afirma ser “essencialmente “objetivo”, plástico”, “horizontal” e, por isso, contudo pode ser narrado na terceira pessoa. Foge do introspectivo porque o seu campo de ação é a realidade viva, presente, concreta.

O conto maravilhoso possui a finalidade de trabalhar com temáticas sociais: o herói(ou anti-herói), que geralmente vem caracterizado em uma pessoa de origem humilde ou que passa por grandes obstáculos, que prevalece ao conquistar o poder e a riqueza. Segundo Nelly Novaes Coelho (1981, p.14), “são narrativas que, sem a presença de fadas, via de regra se desenvolve no cotidiano mágico (animais falantes, tempo e espaço reconhecíveis ou familiares, objetos mágicos, gênios, duendes etc.) e têm como eixo gerador uma problemática social (ou ligada à vida prática, concreta). Ou melhor, trata- se sempre do desejo de autorealização do herói (ou anti – herói) no âmbito socioeconômico, através da conquista de bens, riquezas, poder material etc. Geralmente, a miséria ou a necessidade de sobrevivência física é ponto de partida para as aventura da busca.

12- LER COM OS ALUNOS UM CONTO MODELO- PADRÃO-CLÁSSICO QUANTO À ESTRUTURA.

Professor: nesse momento, escolha um conto padrão

JOÃO E MARIA Era uma vez um lenhador muito pobre, que morava perto de um bosque. De

sua primeira mulher, já falecida, haviam lhe restado dois filhos: João e Maria. Com a segunda esposa, ele não tinha filhos.

Uma noite, durante um período de grande fome e escassez que assolou a região, ele disse à mulher, atormentado:

- Como vamos fazer para alimentar essas pobres crianças? - Amanhã - disse a mulher - levaremos as crianças ao meio do bosque e

faremos com que fiquem esperando até terminamos o trabalho do dia. Mas não voltaremos para buscá-las, e assim nos livramos delas.

- Nunca! Jamais entregaria meus filhos aos ursos e lobos! - Exclamou o pobre lenhador, cheio de dor.

- Então nós quatro morreremos de fome! Além disso, em vez de serem comidos pelos lobos, quem sabe não são recolhidos por alguma pessoa caridosa?

A mulher insistiu tanto, que acabou convencendo o homem. Mas como os meninos estavam acordados por causa da fome que sentiam, ouviram a conversa dos pais.

- Estamos perdidos! - disse Maria, chorando desconsolada. - Não se preocupe, irmãzinha - respondeu João. - Conheço um remédio para o mal que nos ameaça. O menino levantou- se com cuidado, abriu a porta e saiu sem fazer barulho. À

luz da lua, os pedregulhos brilhavam como prata. João encheu os bolsos com eles e voltou nas pontas dos pés. Então disse a sua irmã:

- Não tenha medo, Maria, porque achei o que precisávamos. A menina se consolou e os dois adormeceram. De manhã, a madrasta foi acordá-los e disse: - Nós vamos até o bosque. Cada um leve um pedaço de pão, mas não

comam de uma vez, porque deve durar o dia todo. João, que tinha os bolsos cheios de pedras, deu o pedaço de pão para sua

irmã guardar. Quando começaram a andar, o menino foi ficando para trás. Seu pai percebeu

e disse - O que foi João? Você sempre corre na frente e hoje está se arrastando... João deu uma desculpa e continuou atrás, para deixar no caminho as

pedrinhas brancas. Quando chegaram ao meio do bosque, a madrasta disse às crianças:

- Vocês ficam aqui apanhando lenha. Seu pai e eu vamos cortar um grande carvalho, longe daqui. Voltamos à noite para buscá-los.

As crianças ficaram sozinhas e obedeceram. Quando se cansaram, sentaram e começaram a comer seu pão. Mas a noite chegou e seus pais não foram buscá-los.

Maria começou a soluçar, amedrontada, pois ao menor ruído achava que era o lobo se aproximando.

-Acalme- se, Maria! - disse João. Quando a lua aparecer, iremos embora. E, quando a lua surgiu, pegou sua irmã pela mão e, depois de procurar com

atenção, achou as pedrinhas brancas que havia jogado e reluziam como moedinhas novas. Seguindo seu rastro chegaram em casa, onde o pai chorou de alegria ao vê-los.

Disse que não havia dormido a noite toda, imaginando que podiam ter sido devorados pelas feras. A madrasta fingiu alegrar- se com a volta das crianças, mas na verdade ficou muito desapontada.

No dia seguinte, um homem caridoso deu- lhes algum dinheiro. Mas logo o dinheiro acabou e a pobreza voltou a reinar na casa.

- Estamos outra vez ameaçados de morrer de fome _ disse a mulher. _Temos apenas dois pães em casa e não resta um centavo. Precisamos nos livrar das crianças.

- Não podemos esperar os pobrezinhos terminarem seus pães? - Quando já não tiverem o que comer, ficarão tão fracos que não poderão

caminhar. E como os levaremos ao bosque? As crianças ouviram tudo, como da primeira vez. O mais velho levantou- se e

pensou em procurar novas pedras, mas desta vez a madrasta havia trancado a porta. - Não importa - disse ele a Maria - Tenho outra ideia, e o bom Deus nos

ajudará.

De madrugada, quando partiram a caminho do bosque, João ia deixando migalhas de pão.

No meio do bosque, a madrasta fez a mesma recomendação da outra vez, depois levou quase à força o pai, que os abraçou várias vezes antes de abandoná-los.

Depois de apanharem uma boa quantidade de lenha, as crianças sentaram- se e Maria repartiu com seu irmão um pedaço de pão.

A noite chegou e, como ninguém apareceu para buscá-los, Maria teve medo outra vez.

Quando a lua surgiu, João abaixou- se para procurar as migalhas de pão. Mas os pássaros as haviam comido durante o dia. As crianças encontraram um caminho, mas, como não era o que procuravam,

acabaram se perdendo. Depois de andarem muitas horas, os irmãozinhos deitaram- se exaustos

sobre a relva e dormiram. Ao despertarem, acalmaram a fome com algumas frutas silvestres e continuaram procurando o caminho da casa. No terceiro dia, encontraram uma casinha que tinha paredes feitas de bolo e janelas de açúcar. João arrancou um pedaço e disse:

- Tome, irmãzinha, como recompensa por tudo o que acaba de sofrer. De repente, ouviram uma voz dentro da casa, que dizia: - Quem está comendo minha casinha? - É o vento que faz barulho nas janelas – respondeu João, depressa. E

arrancou um pedaço maior que o primeiro, enquanto cravava os dentes num pedaço de bolo que havia tirado da parede.

A porta abriu- se e apareceu uma velha assustadora. Amedrontadas, as crianças deixaram cair os doces. Mas, em vez de repreendê-los, a velha sorriu e disse:

- Em minha casa há muitas guloseimas. Entrem meus filhos, e poderão comer à vontade. Famintas, as crianças nem perceberam os dentes compridos e pontudos da velha, e entraram na casa. Comeram frutas, bolos e bombons, depois a velha levou- os a um quarto onde havia duas camas bem limpinhas. As crianças deitaram- se e dormiram profundamente. Mas a velha era uma bruxa que havia feito sua casa de doces para atrair crianças e devorá-las.

Bem cedinho, ela entrou no quarto, apalpou as crianças e achou- as muito magrinhas. Quando despertaram, a bruxa levou João para o curral e, com muita astúcia, convenceu- o a entrar numa jaula. Depois, mudando o tom de voz, disse à pobre Maria com voz estridente:

- Vamos, sua preguiçosa, hora de trabalhar. Vá até a cozinha e prepare o almoço. Quando estiver pronto, leve um prato para seu irmão. Quero que engorde, pois vou comê-lo.

A menina desfez- se em lágrimas e implorou perdão de joelhos seu irmão. Mas a bruxa ameaçou matá-la e comê-la primeiro. Maria teve que obedecer e, quando o almoço ficou pronto, a velha o levou pessoalmente a João.

E assim ela continuava tratando de engordar o menino. Mas cada vez que a velha ordenava que pusesse um dedo para fora da jaula, o menino colocava um ossinho de frango.

- Que estranho...- dizia a bruxa - Esse menino come tanto e continua tão magro!

- Depois de um mês, ela cansou de esperar, e disse à menina:

- Amanhã é meu aniversário e quero comer um belo assado. Vou matar seu irmão, gordo ou magro. Como também preciso de pão, quero que esquente o forno e prepare a massa.

Maria, com o coração oprimido pela angústia, dizia: - Era melhor ter sido devorada pelas feras que ajudar essa horrenda bruxa a

preparar a morte de meu irmão! Quando acendeu o fogo, a velha chegou e abriu a porta do forno. - Não sei se está no ponto - disse ela. - Entre no forno e diga se está quente. Acabava de pensar que carne de menina assada poderia ser uma iguaria

apetitosa. Mas, no feroz olhar da velha, a menina adivinhou seu destino e respondeu: - E como vou subir até o forno sendo tão pequena? - Mas você é muito tonta, mesmo! Vou ensinar... - grunhiu a velha. E, subindo

numa cadeira, aproximou-se da boca do forno. - Está vendo? - perguntou, preparando-se para descer. Mas Maria, num

esforço desesperado, empurrou a velha dentro do forno, fechou a porta e trancou o ferrolho.

A bruxa começou a dar gritos e implorou a Maria que abrisse, dizendo que perdoaria João e lhe daria uma porção de coisas lindas. A menina não deu importância a ela, foi até o curral e libertou seu irmão, chorando de alegria.

A velha morreu queimada e as crianças encontraram na casa uma fabulosa fortuna em ouro e pedras preciosas. Por fim, encheram um grande cesto com provisões e partiram a caminho de casa.

Ao sair do bosque, eles chegaram a um rio. Não havia ponte, nem barco para atravessar, mas um belo cisne nadava majestoso perto da margem.

- Pode nos levar à outra margem, por favor? - pediu Maria, com voz doce. - O cisne aproximou-se, a menina montou sobre ele e chegou ao outro lado.

Depois o cisne voltou para pegar João. Em todo longo caminho que percorreram, eles encontraram pessoas

bondosas, que os ajudaram a achar o caminho de casa. - Ao chegarem, acharam seu pai à porta, terrivelmente triste e desolado,

chorando a perda de seus filhos e amaldiçoando-se por ter escutado os maus conselhos de sua mulher. Esta havia morrido, ao quebrar a cabeça e sete costelas, descendo de uma árvore.

João, Maria e seu pai uniram-se num forte e longo abraço, que parecia não querer acabar. As crianças entregaram a seu pai as riquezas que haviam trazidos e viveram tranquilamente por muitos anos. FONTE: Contos de: Andersen, Grimm e Perrault Susaeta Ediciones; S.A.2013

13- INTERPRETAÇÃO TEXTUAL – questionário escrito para ser respondido em duplas.

a) Como era formada a família de João e Maria?

b) Qual era preocupação do lenhador em relação às crianças?

c) A mulher do lenhador convence- o a abandonar as crianças porque:

( ) Não havia comida para alimentá-los

( ) Ela queria se livrar das crianças

( ) Porque o marido era muito pobre. d) Foi uma boa alternativa para resolverem o problema? Por quê?

e) Relacione as palavras do quadro com as situações vividas por João e Maria no

conto:

Pobreza- Falsidade- Medo – Perigo- Castigo- Felicidade

- Era uma vez um lenhador muito pobre que morava perto de um bosque. (________)

- Esta, havia morrido ao quebrar a cabeça e sete costelas, descendo de uma árvore

(________)

_ Mas a velha era uma bruxa que havia feito sua casa de doces para atrair crianças

e devorá-las. (__________)

_ A porta abriu- se e apareceu uma velha assustadora. (_________)

_ A velha morreu queimada. (__________)

_ A madrasta fingiu alegrar- se com a volta das crianças. (_________)

_ João, Maria e seu pai uniram- se num forte e longo abraço, que parecia não querer

acabar. (___________)

f)Onde se passa a história?

Assistindo ao vídeo!

Pessoal!

Agora, vamos assistir a um vídeo sobre o conto lido. Título vídeo Youtube:João e Maria

Fonte - Link: http://www.youtube.com/watch?v=y-sGHwg1xM8

ATIVIDADE LÚDICA:Misturar em caixinhas as palavras que formam os títulos dos

contos e distribuir uma caixinha para cada grupo. Propor aos alunos que combinem

as palavras dos títulos de contos maravilhosos. A equipe que conseguir reconstruir

os títulos mais rápido ganha pontos.

DICA PARA O PROFESSOR: O professor entregará para os alunos o conto impresso: A Bela Adormecida e o conto O Príncipe desencantado, quando farão a

leitura e em seguida a comparação entre os dois contos.

Título- vídeo-filme :A Bela Adormecida

Fonte You tube: https://www.youtube.com/watch?v=9FPgnQZEQz8

14 - TEXTO E CONSTRUÇÃO

Flávio de Souza inspira-se em " A Bela Adormecida" e escreve uma versão moderna do conto. Leia o texto: “O príncipe desencantado” e observe as diferenças entre ele e o conto “A Bela Adormecida”.

O PRÍNCIPE DESENCANTADO

Flávio de Souza

O primeiro beijo foi dado em uma princesa que estava dormindo encantada

havia cem anos.

Assim que foi beijada, ela acordou e começou a falar:

PRINCESA - Muito obrigada, querido príncipe. Você por acaso é solteiro?

PRÍNCIPE - Sim, minha querida princesa.

PRINCESA - Então nós temos que nos casar, já! Você me beijou, e foi na boca,

afinal de contas não fica bem, não é mesmo?

PRÍNCIPE- É… querida princesa.

PRINCESA - Você tem um castelo, é claro.

PRÍNCIPE - Tenho...princesa.

PRINCESA - E quantos quartos tem o seu castelo, posso saber?

PRÍNCIPE - Trinta e seis.

PRINCESA - Só? Pequeno, hein Mas não faz mal, depois a gente faz umas

reformas...deixa eu pensar quantas amas eu vou ter que contratar... umas

quarenta eu acho que dá!

PRÍNCIPE -Tantas assim?

PRINCESA- Ora, meu caro você não espera que eu vá gastar minhas unhas

varrendo, lavando e passando, não é?

PRÍNCIPE - Mas quarenta amas!

PRINCESA - Ah, eu não quero nem saber. Eu não pedi para ninguém vir aqui me

beijar, e já vou avisando que quero umas roupas novas, as minhas devem estar

fora de moda, afinal passaram-se cem anos, não é mesmo? E quero uma

carruagem de marfim, sapatinhos de cristal e...e...joias, é claro! Eu quero anéis,

pulseiras, colares, tiaras, coroas, cetros, pedras preciosas, semipreciosas,

pepitas de ouro e discos de platina!

PRÍNCIPE - Mas eu não sou o rei das Arábias, sou apenas um príncipe...

PRINCESA - Não me venha com desculpas esfarrapadas! Eu estava dormindo e

você veio e me beijou e agora vai querer que eu ande aí como uma gata

borralheira? Não, não e não, e outra vez não e mais uma vez não!

Tanto a princesa falou que o príncipe se arrependeu de ter ido e beijado.

Então teve uma ideia. Esperou a princesa ficar distraída, se jogou sobre ela e deu

outro beijo, bem forte. A princesa caiu e imediatamente em sono profundo, e

dizem que até hoje está lá, adormecida. Parece que a notícia se espalhou, e os

príncipes passam correndo pela frente do castelo onde ela dorme, assobiando e

olhando para outro lado. (FONTE: SOUZA, Flávio de.Príncipes e princesas, sapos e

lagartos: histórias modernas de tempos antigos. São Paulo: FTD, 1989.)

INTERPRETANDO OS CONTOS : (questões impressas)

a. Os acontecimentos narrados no conto “O Príncipe Desencantado”, traz

alguma semelhança com o conto “A Bela Adormecida”? Quais?

b. Qual foi a intenção da princesa ao despertar logo após ter recebido o beijo do

príncipe?

c. Que ensinamentos podemos tirar do conto “O Príncipe Desencantado”?

d. Embora existam diferentes versões de um mesmo conto, é possível identificá-

lo por meio dos elementos comuns às variações. Que elementos da história

“A Bela Adormecida” correspondem ao Conto “O Príncipe Desencantado”?

15 - RELEIA O TRECHO ABAIXO, IDENTIFIQUE OS SUBSTANTIVOS QUE

INDICAM OS DESEJOS DA PRINCESA E ENCONTRE-OS NO CAÇA-PALAVRAS.

PRINCESA – Ah, eu não quero nem saber. Eu não pedi para ninguém vir aqui

me beijar, e já vou avisando que quero umas roupas novas, as minhas devem estar

fora de moda, afinal passaram-se cem anos, não é mesmo? E quero uma

carruagem de marfim, sapatinhos de cristal e... e... jóias, é claro! Eu quero anéis,

pulseiras, colares, tiaras, coroas, cetros, pedras preciosas,

semipreciosas,pepitas de ouro e discos de platina!

16 - APRENDER BRINCANDO

A Princesa do Conto “O Príncipe Desencantado” simplesmente estava

interessada em se dar bem com a fortuna do Príncipe. Será que todas as pessoas

se aproximam umas das outras por sentimentos ou interesses materiais? Baseado

na história “O Príncipe desencantado”, participe de um júri simulado e descubra

novas ideias e opiniões sobre a temática desde conto.

Conforme a orientação do professor, prepare, com seus colegas, um

julgamento para defender ou acusar a princesa.

17 – ATIVIDADE LÚDICA

Os alunos assistirão o filme “a bela e a fera”, logo após o professor

questionará os alunos oralmente, através da brincadeira batata- quente. sentarão

em círculo e de mão em mão passará um envelope contendo várias questões, os

alunos falarão a seguinte frase: batata quente. ao dizerem queimou, este aluno que

estará com o envelope na mão, tirará uma questão sobre o filme e responderá

oralmente.

Fonte do filme no Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=UZYCBo-wuvM

Questões para o envelope:

a. Você já conhece esse filme?

b. Você supõe que, na vida real, existem situações semelhantes àquelas

apresentadas no filme?

c. A essência de um ser pode ser oposta a aparência desse ser?

d. Na nossa realidade, você acha que existem situações parecidas àquelas que

o filme apresentou? Comente.

e. Qual é a ideia principal do filme?

f. Quais são as personagens do filme “A Bela e a Fera”? O que se pode dizer

sobre cada uma delas?

g. Onde se passa a história? Descreva o cenário.

h. Você gostou do filme? Que sentimentos ele transmitiu?

i. Você gostou do final do filme? Ou você daria outro final? Qual?

j. A linguagem empregada pelas personagens é formal ou informal? Por quê?

k. O uso dessa linguagem nesse filme é adequada?

l. Comente a parte do filme que você mais gostou.

m. Por que o filme que você acabou de assistir é um conto maravilhoso?

n. Uma pessoa pode se sentir excluída por sua aparência? Por que isso pode

acontecer?

o. Em sua opinião, qual é a intenção do filme?

18 – ATIVIDADE LÚDICA: Após essa atividade o professor utilizará a TV pen-drive

os alunos ouvirão e assistirão o clipe da música “A Bela e o Fera” de Munhoz e

Mariano. Nesta atividade os alunos participarão ouvindo a música, sentados nas

carteiras, depois o professor convidará todos a ficarem de pé, para cantarem,

dançarem juntos com a música.

Fonte do filme no Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=cmvdeB8T8Vc

19- ATIVIDADE

Os alunos sentarão em círculo, o professor entregará o texto impresso “A

Cinderela”, em cordel para os mesmos.

Cada aluno fará a leitura de um trecho do texto, depois o professor entregará

para os grupos de quatro alunos: cartolina, canetinha, lápis de cor, giz de cera, onde

cada grupo fará um desenho representando o trecho escolhido por eles.

Concluído o desenho, formarão um painel que será fixado na parede da sala

de aula.

Fonte do texto “A CINDERELA” http://www.recantodasletras.com.br/cordel/2806764

ATIVIDADE LÚDICA – Você lerá o conto Senhorita Chapeuzinho e a proposta é que

depois de lê-lo, faça uma entrevista coletiva com a Senhorita Vermelho. Essa

atividade será uma encenação onde a personagem Senhorita Vermelho (uma aluna

caracterizada) responderá questões feitas pelos alunos. Essas questões foram

previamente formuladas pelo professor que as distribuirá na classe ou ainda o

professor pode pedir para que os alunos formulem suas próprias questões..

SENHORITA CHAPEUZINHO

Chapeuzinho Vermelho era a mais solteira das amigas da Dona Branca e uma

das poucas que não era princesa. A história dela tinha terminado dizendo que ela ia

viver feliz para sempre ao lado da Vovozinha, mas não falava em nenhum príncipe

encantado. Por isso, Chapeuzinho ficou solteirona e encalhada ao lado de uma

velha cada vez mais caduca.

Com a cestinha pendurada no braço e com o capuz vermelho na cabeça,

Dona Chapeuzinho entrou com o lacaio atrás. Dona Branca correu para abraçar a

amiga.

-Querida! Há quanto tempo! Como vai a Vovozinha?

-Branca!

-As duas deram- se três beijinhos, um numa face e dois na outra, porque o

terceiro era para ver se a Chapeuzinho desencalhava.

-Minha amiga Branca! Por que você tem esses olhos tão grandes?

-Ora, deixa de besteira, Chapéu!

-Ah... quer dizer... desculpe, Branca. É que eu sempre me distraio...

atrapalhou-se toda a Chapeuzinho. _ Sabe? É que eu estou sempre pensando na

minha história. Ela é tão linda, com o Lobo Mau, tão terrível, e o Caçador, tão

valente...

- Até que a sua história é passável, Chapéu _comentou Dona Branca, meio

despeitada. _ Mas linda mesmo é a minha, que tem espelho mágico, maçã

envenenada, bruxa malvada, anõezinhos e até caçador generoso.

- Questão de gosto, querida...

Dona Chapeuzinho sentou- se confortavelmente, colocou a cestinha ao lado

(ela não largava aquela bendita cestinha!), tirou um sanduíche de mortadela e pôs-

se a comer ( aliás, Dona Chapeuzinho tinha engordado muito desde aquela aventura

com o Lobo Mau).

- Aceita um brioche? - ofereceu a comilona de boca cheia.

- Não, obrigada.

- Quer uma maçã?

- Não! Eu detesto maçã.[...]

Dona Branca jogou para trás os cabelos cor de ébano e tomou uma decisão:

- Vou convocar uma reunião de todas nós!

- Boa ideia! Chame os príncipes também!

- Os príncipes não adianta chamar. Estão todos gordos e passam a vida

caçando. Além disso, príncipe de história de fada não serve para nada. A gente tem

de se virar sozinha a história inteira, passar por mil perigos, enquanto eles só

aparecem no final para o casamento.

Chapeuzinho concordou:

- É... Os únicos decididos são os caçadores. Eu devia ter casado com o

caçador que matou o Lobo...

Dona Branca tocou a companhia de ouro. Imediatamente, Caio, o

lacaio,estava à sua frente.

- Às ordens, princesa!

- Caio, monte o nosso melhor cavalo. Corra, voe e chame todas as minhas

cunhadas de todos os reinos encantados para uma reunião aqui no castelo.

Depressa!

BANDEIRA, Pedro. Coleção Tecendo Linguagens: O fantástico mundo de Feiurinha. p.154.

São Paulo:FTD,1987.

QUESTÕES:

a) Senhorita Vermelho esse é o seu nome verdadeiro?

Não. Meu nome é Chapeuzinho Vermelho história que encantou as crianças durante

muitas gerações.

b) Senhorita vermelho. A gente sabe que você viveu grandes apuros com o Lobo

Mau, porque resolveu se aventurar sozinha na floresta? O que você tem a dizer

sobre isso para as meninas de hoje?

Na verdade, eu fiquei mesmo curiosa para descobrir o que havia naquela floresta tão

misteriosa. Mas acabei levando um grande susto. O meu conselho paras as meninas

é que nunca deixem de ouvir os seus pais, para não se arrependerem depois.

c) Senhorita Vermelho, na sua história não tem príncipe. É por isso que você não se

casou?

Eu ia mesmo me casar com o caçador. Mas, muitas coisas aconteceu: As florestas

foram devastadas, muitos animais estão em extinção e a caça foi proibida. O

caçador foi para bem longe e eu fiquei pra titia.

d) E sobre o Lobo Mau. O que você tem a nos dizer?

Ah!! Boa pergunta... Prestem bem atenção no que vou lhes dizer: Se algum dia

vocês encontrarem um Lobo Mau por aí, vocês nem vão reconhecer... ele vai se

aproximar como se fosse seu melhor amigo se fazendo de bonzinho e coisa e tal...

Mas sejam bobos, não. Porque ele é um trapaceiro, um mentiroso e só quer enganar

a gente... O Lobo Mau quer ser muito esperto... Mas nós temos que ser mais

espertos do que ele...

e) Senhorita Vermelho e a vovozinha? Viveu sempre sozinha naquela floresta?

Claro que não. Depois que o vovô morreu ela entrou pra uma banda de Rock e foi

fazer um tour pelo mundo, até agora não voltou..

f) Senhorita Chapéu... Uma última pergunta. Que parte de sua história você gostou

menos, e que parte você gostou mais?

Ummmm!! Deixe-me ver! Ah, a parte que mais gostei foi quando fui salva pelo

caçador... Hummm ele era moreno, musculoso... ah, maior emoção!!!

E o que eu não gostei nada, nada... foi ter ficado encalhada porque em todas as

histórias que eu conheço sempre há aquela parte do “feliz para sempre”... sempre

termina em casamento da princesa com o príncipe... ah!! Eu deveria mesmo era ter

me casado com aquele caçador... mesmo desempregado... (termina chorando...)

20- ATIVIDADE

Os alunos assistirão ao filme “A Feiurinha” quando, juntamente com o

professor, poderão concluir que o filme traz uma releitura dos contos maravilhosos

apresentados na sala.

21- ATIVIDADE DE DRAMATIZAÇÃO – SUGESTÃO 1

Em sala de aula, o professor com os alunos montarão uma casinha de

isopor e uma mesa que serão decoradas com doces:brigadeiros, balas, gomas, etc.

Logo em seguida, com ajuda e participação do professor, farão a dramatização do

Conto “João e Maria que depois apresentarão para as demais salas da escola.

ATIVIDADE DE DRAMATIZAÇÃO – SUGESTÃO 2

O professor formará grupos e esses grupos escolheram contos para

dramatizarem em uma semana “teatral de contos”. Eles terão tempo para planejarem

seus roteiros de acordo com os contos escolhidos, sendo o professor o mediador de

toda a atividade.

REFERÊNCIAS:

CONSIGLIERI, Pedroso. Contos populares portugueses. São Paulo: Landy, 2001.Coleção Tecendo Linguagens. Língua Portuguesa p. 142.

COELHO, Nelly Novaes. O conto de fadas. São Paulo: Ática, 1987.

GANCHO, C. V. Como analisar narrativas. 9. ed. São Paulo: Ática, 2006. ROSSI, Vera. A Bela e a Fera. Disponibilizado em: <http://www.contandohistoria.co m/a_bela_e_a_fera.htm> Acessado em: 10 out. 2014.

_________. Chapeuzinho Vermelho. Disponibilizado em: <http://www.contandohist oria.com/chapeuzinhovermelho.htm> Acessado em: 10 out. 2014.

_________. Cinderela. Disponibilizado em: <http://www.contandohistoria.com/cinde rela.htm> Acessado em: 10 out. 2014.

_________. A Bela Adormecida. Disponibilizado em: <http://www.contandohistoria. com/a_bela_adormecida.htm> Acessado em: 10 out. 2014.

BORGATTO, A.; BERTIN, T.; MARCHEZI, V. Tudo é Linguagem. pg. 14 São Paulo(?):Ática, 2010.

OLIVEIRA, Tania Amaral, et.al. Coleção Tecendo Linguagens: Língua Portuguesa 7º ano. 3.ed. São Paulo: IBEP, 2012.

MASSAUD, Moisés. 1928 O Conto Português. São Paulo, Cultriz – Ed. Da Universidade de São Paulo, 1975.

_________. Contos Portugueses – Coletâneas 2. Contos Portugueses – História e Crítica I.

COELHO, N. N. A literatura infantil: história, teoria e análise (duas origens ao Brasil de hoje). São Paulo: Quíron; Brasília: INL/MEC, 1981.

SOUZA, Flávio de. Príncipes e princesas, sapos e lagartos: histórias modernas de tempos antigos. São Paulo: FTD, 1989.

SCHEURMANN, Amauri. Histórias Infantil Desenhos Completo: A Bela Adormecida. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=9FPgnQZEQz8> Acessado em: 15 out. 2014.

LUAESOL. Filme João e Maria / infantil Dublado Completo. Disponibilizado em: <http://www.youtube.com/watch?v=y-sGHwg1xM8> Acessado em: 15 out. 2014.

INFÂNCIA, Memórias de. 'A bela adormecida' (FILME PT, 1959). Disponibilizado em: <https://www.youtube.com/watch?v=UZYCBo-wuvM> Acessado em: 15 out. 2014.

MARIANO, Munhoz e. A Bela e o Fera - Munhoz e Mariano - Clip oficial. Disponibilizado em: <https://www.youtube.com/watch?v=cmvdeB8T8Vc> Acessado em: 22 out. 2014.

MOISÉS, Massaud. O conto. MOISÉS, Massaud. A criação literária: prosa. 5. ed. São Paulo: Cultrix, 1997. p 15-54.

LIMA, Sírlia. CONTOS ENCANTADOS EM CORDEL: CINDERELA. Disponibilizado em: <http://www.recantodasletras.com.br/cordel/2806764> Acessado em 22 out. 2014.

BANDEIRA, Pedro. Coleção Tecendo Linguagens: O fantástico mundo de Feiurinha. p.154. São Paulo:FTD,1987.