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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
PARANÁ
GOVERNO DO ESTADO
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO – SUED DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS – DPPE PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
MATERIAL DIDÁTICO PEDAGÓGICO
Título: Dança Educativa Moderna: possibilidades de ensino nas aulas de
Educação Física
Autor: Simone Eurick Martins
Disciplina/Área: Educação Física
Escola de Implementação do Projeto: Colégio E. José de Anchieta-EFMNP
Município da escola: Santa Maria do Oeste
Núcleo Regional de Educação: Pitanga
Professor Orientador: Verônica Volski
Instituição de Ensino Superior: UNICENTRO
Resumo: O presente material didático pedagógico tem como objetivo analisar as
concepções do ensino da dança no ambiente escolar e contribuir com ações
pedagógicas no processo de formação junto ao Curso de Formação Docente.
Justifica-se pelo fato da dança ser conteúdo estruturante da EF e ser pouco
desenvolvida nas escolas como conhecimento pedagógico. Entende-se que uma
das dificuldades acerca desta pratica é a falta de conhecimento sobre dança.
Apresentamos a Dança Educativa Moderna como objeto de estudo por possibilitar
o acesso de todos. Ao possibilitar a liberdade de movimento, este estilo favorece
a não exclusão e a não classificação dos alunos. A experimentação e busca do
movimento estará embasada na Teoria de Laban, o qual destaca os quatro fatores
do movimento, tempo, espaço, peso e fluência. Através destes, o indivíduo pode
perceber e descrever o movimento humano com o auxílio de movimentos
contrastantes. No processo de criação, a liberdade de movimento é buscada
dentro da realidade do aluno, respeitando as experiências corporais empíricas de
cada um e estas sejam relevantes para a produção artístico corporal.
Palavras-Chave: Educação Física; Dança Educativa Moderna; Ensino; Formação
de Docentes
Formato do Material Didático: Unidade Didática
Público: Alunos do 4º ano do curso de Formação de Docentes
2. APRESENTAÇÃO
A dança é considerada uma manifestação popular desde os primórdios da
humanidade. Fahlbusch (1990, p.15) relata que a “dança é tão velha como a
própria vida humana, e mesmo antes de usar a palavra o homem já se servia do
movimento corporal, pressionado pelas suas emoções”.
Por ser a dança um fator natural do ser humano e considerada ciência de
estudo, legalmente faz parte dos currículos escolares. De acordo com as
Diretrizes Curriculares de Educação (DCE) de Educação Física (EF) do Paraná a
dança possui características para a formação do cidadão, contribui para a saúde,
enriquece a socialização e pode discutir os diversos aspectos culturais dos povos
(PARANÁ, 2006). Portanto, é necessário que seja contemplada de fato nas aulas
de EF como conteúdo permanente.
O referido material didático busca a valorização desta prática, enfatizando
a importância da dança e seus benefícios, visa proporcionar uma análise sobre o
conceito de dança no ambiente escolar e possibilitar uma proposta de ensino
aprendizagem no Curso de Formação de Docentes, através das práticas
corporais em dança, explorar a capacidade de expressão e criatividade dos
futuros docentes, colaborando com a formação dos alunos e promovendo o
egresso da dança no cotidiano escolar.
Marques (2007) aponta que a formação de professores para atuar na área
de dança é sem dúvida um dos pontos mais críticos no que diz respeito ao ensino
desta arte em nosso sistema escolar. Espera-se com esta proposta promover
subsídios para que os futuros docentes sintam-se inspirados a continuar
buscando conhecimentos práticos e teóricos que envolvam o fazer e pensar a
dança em seus aspectos pedagógicos.
A escolha da Dança Moderna como objeto de estudo para essa pesquisa
vem possibilitar o acesso de todos. Ao possibilitar a liberdade de movimento, este
estilo favorece a não exclusão e a não classificação dos alunos. Educar corpos
que sejam capazes de criar pensando e ressignificar o mundo em forma de arte, é
uma das grandes contribuições da dança para a educação do ser humano
(MARQUES, 2007).
Acredita-se que a Dança Moderna Educativa possa suprir as expectativas
do ensino da dança na escola, pois leva o aluno a ser verdadeiro naquilo que faz,
mostra que ele pode dançar sim, pois nela não existem pré-conceitos do que é
certo ou errado. ”O importante é que não existe uma resposta errada, estando à
criança sempre certa, uma vez que se manifesta de forma criativa a procura de
uma resposta”. (LIMA, 1993).
Como afirma Verderi (2000), “o professor não deve ensinar ao aluno como
se deve dançar, mas sim, favorecer a aprendizagem. Não deve demonstrar os
movimentos, mas sim criar condições para que o aluno se movimente. Aqui, a
dança não tem regras, não tem certo nem errado”.
Percebe-se que a busca por respostas a aquilo que nos perturba, não um é
fenômeno simples de ser compreendido. Porém, vê-se que a diferença está
naquele que busca e faz acontecer em sua existência, transformando a realidade
em prol da educação.
3. MATERIAL DIDÁTICO
O referido material didático pedagógico está apresentado como forma de
unidade didática, o qual abordará conteúdos voltados para a iniciação em dança,
com objetivo de promover possibilidades e produzir um caderno rítmico para
alunos do curso de Formação de Docentes uma vez que sua formação se remeta
a Educação Infantil.
Será aplicado em fases distintas que abordarão as seguintes temáticas
relacionadas à dança: Diagnóstico da realidade; Contextualizando a dança;
Vivências Rítmicas; Conhecendo dança e Produzindo dança. Em cada fase
atividades a serem desenvolvidas e refletidas, as quais serão descritas a seguir:
DANÇA MODERNA EDUCATIVA:
POSSIBILIDADES DE ENSINO NAS
AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA
FONTE: http://www.universidadedofutebol.com.br
“ Escolher a dança foi para mim não ter escolha. Assim como acontece quando amamos alguém,
ou quando nos apaixonamos subitamente por algo. Senti esse encontro nascendo de um
primeiro olhar que desencadeou uma escolha mútua, assim se deu o abraço e logo ocorreu este
lançar-se intenso às mais diversas carícias. Dançar é expressar este querer, este constante
apaixonar-se e admirar-se diante das essências das coisas, das pessoas e do mundo.”
DÉBORA BARRETO
FONTE: http://fazendodancanaescola.blogspot.com.br
DIAGNÓSTICO DA REALIDADE
Primeiramente apresentação com a turma e explanação dos pontos principais do projeto.
Nesta fase utilizaremos um questionário como instrumento para
diagnosticar como a dança está inserida no ambiente escolar e o significado para
os alunos enquanto conteúdo de ensino e elemento de contribuição para a
formação. A dinâmica utilizada será um debate em grupo para levantar
questionamentos sobre a opinião e realidade atual. Tal atividade está prevista
para ser desenvolvida em duas aulas.
O questionário será aplicado da seguinte maneira:
1. Primeiramente o diagnóstico será respondido individualmente, para que o aluno
possa expor sua opinião.
2. Em seguida em pequenos grupos analisam as semelhanças e diferenças em
suas respostas.
3. No terceiro momento reunir em um grande grupo para debater as opiniões
registradas.
OBJETIVO: Verificar através de um questionário diagnóstico, qual é a visão que
os estudantes do curso de Formação de Docentes apresentam sobre dança e
sua importância para formação humana, e analisar as concepções e dificuldades
que possuem em relação à dança como conteúdo nas aulas de Educação
Física.
Duração: 2 horas/aulas
Dessa forma o professor poderá explorar melhor a relação com o conteúdo,
no sentido de diagnosticar o que os alunos conhecem sobre a dança e como é
concebida na escola, e em sua vida. Ao final da aplicação da unidade didática
pretende-se reavaliar alguns pontos desse questionário.
Questionário de investigação
1.Você costuma dançar?____________ Onde?_____________
2. Na escola você já vivenciou a dança?
( ) sim ( ) não
3. Em que momento você utilizou a dança na escola?
( ) Nas aulas de Educação Física,
( ) Na festa junina da escola,
( ) Nos festivais que a escola realizou,
4. Caso teve, como foi abordado este conteúdo:
( ) com aulas práticas? ( ) com aulas teóricas? ( ) as duas formas
5. De que forma eram realizadas as atividades?
6. Você sabia que a dança é conteúdo da Educação Física?
( ) Sim ( ) Não
7.O que você pensa sobre o ensino da dança nas aulas de Educação Física?
8. Você acha a dança importante? Em que aspecto?
9. Quais são os gêneros da dança que você conhece?
10. Para você, o que é movimento expressivo?
11. Podemos expressar sentimentos sem utilizar palavras?
12. Quais são as suas dificuldades em relação a dança?
13. Você acha que a mídia, especialmente a TV, pode interferir na forma como as pessoas dançam ou vêem a dança?
FONTE:http://bomdiaamigos.blogspot.com.br
CONTEXTUALIZANDO A DANÇA
Nesta fase pretendemos realizar uma analise histórica de como a dança
vem evoluindo, realizando um comparativo referente a sua importância e
valorização aos dias atuais, através de estudos do texto abaixo e do vídeo
História da dança. Apresentamos atividades previstas para uma seqüência de
quatro (4) aulas.
Evolução histórica da dança
Fonte: http://www.musitechinstrumentos.com.br/blog/post_det.php?pos_id=MzQ0
Os primeiros documentos sobre a origem da dança são provenientes de
descobertas das pinturas e esculturas gravadas nas pedras das cavernas.
Objetivo: Contribuir para novas reflexões acerca do ensino da dança nas
aulas de Educação Física, promovendo o encontro dos processos históricos
e suas influências na contextualização da dança no ambiente escolar,
instigando o aluno a perceber essas influências no seu cotidiano.
Duração: 4 aulas
A dança é tão antiga como a própria vida humana. Nasceu na expressão
das emoções primitivas, nas manifestações, na comunhão mística do homem com
a natureza.
O homem que ainda não falava se utilizou do gesto rudimentar para
expressar suas emoções num ritmo natural. A dança fazia parte de todos os
acontecimentos de sua vida: nascimento, casamento, mortes, caça, guerra onde
exibiam suas lutas, fertilidade e acasalamento, cerimônias tribais, vitórias, paz,
colheita, festas do sol e da lua, enfim, a dança tinha o significa de glorificação e
agradecimento por tudo em suas vidas, ressaltando a importância dessa arte
nessa época.
A dança como toda atividade humana, passou por processos de
transformações durante a existência social dos homens. Assim a dança do poder
místico, que agia sobre os homens, espírito e deuses, transformou-se numa
dança de propriedade humana, contagiando os homens sua ação puramente
estética. A dança religião extinguiu-se, cedendo lugar a dança arte.
As culturas tribais evoluídas, que estabeleceram ligação imediata com as
grandes civilizações, apresentavam em sua cultura dois tipos de dança: a dança
camponesa (popular, campesina e de folclore), e a dança da cultura senhorial
(aristocrática) para a distração dos reis e nobreza.
Essa reviravolta no domínio da dança deu origem a dança arte das grandes
civilizações; e ao mesmo tempo em que a dança da cultura camponesa legou seu
patrimônio coreográfico ao folclore dos povos de hoje.
Desde então a dança evoluiu se ramificando e estabelecendo formas e
gêneros diversos, como o bale clássico, dança de salão, dança moderna,
contemporânea, entre outras.
Fonte: FAHLBUSCH, H. Dança moderna-contempôranea. Rio de Janeiro. Sprint,1990
Para pensar:
FONTE: http://alcampanha.blogspot.com.br
História da dança
http://www.youtube.com/watch?v=_UHhhNL7YEY
1. Discussão:
Quais as fases da história da dança o vídeo mostra?
Você conseguiu perceber como eram os movimentos em cada época?
E na sua vida em que momentos a dança está presente?
PRATICANDO: Através dessa atividade os alunos poderão vivenciar uma
movimentação mais padronizada e remetida aos movimentos provinciais.
2. Dança da corte: alunos posicionados em um grande círculo, aos pares, um de
frente para o outro no sentido da roda. Ao iniciar a musica cada dupla ira realizar
os seguintes movimentos em seqüência:
ATIVIDADES
Atualmente houve alguma mudança em
relação ao significado da dança?
Qual a relação da dança como fator
histórico social?
Você acha que a dança contribuiu para
a formação da humanidade? Explique.
Cumprimento apertando as mãos, com a direita e com a esquerda, uma de cada
vez; ao cumprimentar balançar as mãos ao ritmo da musica.
Reverência para frente e diagonal, de ambos os lados, alternadamente;
Dar uma volta de braços dados, em 8 passos e ao final dar um grito Hei!
Elevando a mão livre, como se fosse dar um soco no ar.
Retornar a volta trocando os braços e ao chegar nos 8 tempos um integrante da
dupla troca de par passando para frente. Combinar antes com os alunos quem irá
trocar de par. E assim sucessivamente até acabar a música.
Música utilizada: escocesa circular http://www.youtube.com/watch?v=mRespM5EqKQ
3. No laboratório de informática, dividir a turma em grupos e estes deverão
procurar imagens de formas variadas de dança ao longo da história.
*Cada grupo deverá montar uma apresentação em slides contando essa evolução
histórica.
4. Produção: Realidade atual.
Os alunos deverão tirar fotos na sua comunidade do que crianças, jovens,
idosos estão dançando em qualquer situação do cotidiano ( festas, bailes,
encontros familiares, em casa, cerimoniais, etc...).
Todas as pessoas fotografadas deverão autorizar por meio de assinatura
do termo de cessão pessoa física o uso de sua imagem para posterior utilização
em eventos e trabalhos da área.
Verificar antecipadamente se os alunos possuem conhecimento para trabalhar
com o programa Power point na elaboração dos slides, caso contrário há
necessidade de uma aula anterior para prepará-los para o trabalho.
Após a coleta e seleção de fotos, montar um vídeo mostrando o processo
de evolução da dança, através de algumas imagens encontradas e as fotos
coletadas pelos alunos.
Esta atividade será realizada durante todo o tempo de aplicação do projeto
sendo finalizada ao término de execução do material didático.
FONTE: http://papocult3.blogspot.com.br/2011/08/formacao-em-danca-para-criancas-na-vila.html
VIVÊNCIAS RÍTMICAS
Nesta fase exploraremos os elementos estruturantes da dança:
Ritmo/Tempo, Espaço, Movimento, de forma lúdica, utilizando os jogos rítmicos
como instrumento de aprendizagem, fornecendo subsídios para que os futuros
docentes possam estar construindo suas próprias ações em dança. Atividades
previstas para serem desenvolvidas no tempo de dez (10) aulas.
Objetivo: Possibilitar através de atividades rítmicas, partindo dos elementos da
dança, tempo, espaço, ritmo, forma e deslocamentos experiências corporais em
dança, explorando a capacidade de expressão e criatividade dos futuros docente.
Duração: 10 horas/aulas
Tempo e Ritmo
Na vida tudo tem seu tempo e seu ritmo, para andar, falar, a natureza, os
animais enfim tudo acontece de forma cadenciada e estabelecida pelo ritmo.
“Na dança, o movimento é marcado pelo ritmo. O ritmo determina a
divisão e a duração do tempo que se tem para realizar os movimentos, ou seja,
ele estabelece a velocidade ( lento, moderado, rápido, rapidíssimo), e a
intensidade ( forte, fraco, ou suave)”. BREGOLATO, 2006 p.147
Exercício 1
Dinâmica de socialização: “Bom dia corporal”
Ao som de diferentes ritmos se deslocar pela sala, acompanhado o ritmo musical
e ao comando do professor realizar as intervenções:
- Cumprimentar o seu colega tocando as mãos;
- Cumprimentar tocando os cotovelos;
- Cumprimenta tocando os joelhos, pés, cabeça e assim sucessivamente trocando
as partes do corpo, até a turma se sentir a vontade e socializados para próxima
atividade.
Exercício 2
Ritmo interno: Como os alunos estarão com a respiração alterada devido a
atividade anterior, pedir concentração, fechem os olhos e que observem o ritmo
das batidas do seu coração, da respiração, e aos poucos iniciar uma pequena
movimentação com segmentos do corpo orientada pelo seu próprio ritmo interno
(primeiramente respiração e após as batidas do coração). Música suave e baixa.
Exemplo de movimento: Elevação e relaxamento dos braços, inclinação do
tronco, rotação da cabeça, giro com os braços, flexões dos joelhos e outras
possibilidades que os alunos possam construir. O professor poderá instigar o
aluno na busca pelo movimento.
ATIVIDADES
Ilustração Thiago Cayres
Fonte: http://www.agitobrasil.com.br/blogs/consoantesreticentes/category/sem-categoria/
Marques comenta que a improvisação e a composição coreográfica são
formas de fazer pensar a dança na escola. “São esses dois processos que mais
permitem aos alunos experimentar, sentir, articular e pensar a arte como
criadores e sujeitos no mundo.” MARQUES 2007, p.32
Exercício 4
Selecionar uma seqüência de movimentos, já executados e o professor
propor uma aceleração do ritmo através de palmas, batidas dos pés ou então uma
música mais rápida para a realização das seqüências.
Qual é a origem do seu movimento?
Em que ritmo você realizou seus movimentos?
Como cada movimento aconteceria se o ritmo fosse alterado?
Há outras possibilidades de movimento?
Você sentiu dificuldades em realizar os movimentos?
A busca pela liberdade de movimento é um
processo dolorido, pois a padronização de
movimentos está historicamente construída em
nossos corpos. Ao longo dos tempos o corpo sofre
influências, das mídias, da sociedade, cultura enfim,
o movimento precisa ser redescoberto.
Exercício 5
Não deixe cair: dividir a turma em pequenos grupos e utilizando tiras de tecido
leve, como tule ou voal, realizar movimentos de lançar o tecido para o alto e pegar
de maneiras diferentes:
- lançar com a direita e pega com a esquerda e ao contrario;
- lançar parado e em movimento
- lançar girar então pegar;
- lançar bater palmas;
- cada grupo em circulo, lançar dar um passo e pegar o lenço do outro sem deixar
cair, sempre alternando as mãos
O professor pode explorar atividade diversificando a movimentação.
Exercício 6
Percussão corporal: mostrar que o corpo pode produzir som com batidas
corporais de forma espontânea, desenvolvendo a coordenação motora,
lateralidade, ritmo, expressão corporal e muita concentração.
Vídeo: Barbatuques – Percussão corporal http://www.youtube.com/watch?v=pFaWQhzaBJw
Palmas: mãos em forma de concha ( som grave ou agudo), mãos abertas
(forma de estrela som grave), pontas de dedos unidos e estendidos na palma da
outra mão (estralada), punho cerrado batendo com as costas da mão na palma
da outra e dois dedos ( indicador e dedo médio) batendo na palma da mão,
formando assim uma seqüência de sons graves.
Rosto: bater com a mão na boca, boca em formato de O voltando levemente os
lábios para dentro, bater com as pontas dos dedos, as bochechas devem estar
esticadas como se fosse um pandeiro, quando os lábios mais relaxados
produzem um som diferente, a partir daí experimentar outros sons.
Corpo: batidas no peito, pernas, seguidas e alternadas com estalos.
Explorar vários sons corporais, estabelecendo sempre seqüências rítmicas.
Explorar a velocidade e a intensidade dos sons e movimentos produzidos.
Exercício 7
Jogo rítmico: “Segue o mestre”
Em circulo, cada um deverá executar uma seqüência de percussão corporal e a
turma repete, o seguinte fará o mesmo e assim sucessivamente.
Variação: o primeiro executa um som e continua o segundo executa outro som
e o terceiro outro e assim sucessivamente até que todos estejam fazendo,
formando uma seqüência rítmica. Todos ao mesmo tempo, mas cada um com seu
som.
Produção:
Construir jogos educativos que aborde os temas desenvolvidos: Ritmo e Tempo
Estes jogos farão parte do caderno rítmico, que será produzido pelos alunos
como material de apoio para sua formação.
SAMBA
Dois toques no peito e dois estalos, alternando as
mãos.
Primeiro toque com a mão direita no peito e com a
esquerda um estalo, após um estalo com a direita
e um toque no peito com a esquerda e assim
sucessivamente.
Espaço e Movimento
Os movimentos corporais são relacionados de acordo com o que há no
ambiente espacial. Tudo que encontramos em um ambiente, pessoas, objetos,
cenário formam junto o contexto espacial e ao tempo que se está no espaço se é
o espaço.
Bregolato (2006), relata que a Dança/educação ao explorar a noção de
espaço da ao aluno a liberdade de explorar o espaço de forma espontânea e
lúdica. A ação libertadora da exploração do espaço tem significado de
emancipação como gerar a autocofiança, porque ao explorar o espaço modifica-
se o contexto espacial.
O elemento espaço contempla alguns fatores que permitem a execução e
planejamento do movimento na dança.
Espaço é o lugar onde existimos. Mesmo quando não estamos nos deslocando
estamos ocupando espaço através de formas, posturas, e somos circundados por
espaço. “O movimento é o aspecto visível do espaço. O espaço é a feição oculta
do movimento.” (LABAN 1966).
Direções: esquerda, direita, frente, trás, horizontal, vertical, diagonal.
Planos: são os níveis de movimento do corpo: alto, médio e baixo que podem ser
definidos como: Plano porta dimensão de comprimento (direções cima – baixo ou
superior – inferior), Plano mesa a dimensão de amplitude (direções lado – lado ou
direita- esquerda), e Plano roda dimensão de profundidade (direções frente e trás
ou anterior e posterior).
Fonte: BREGOLATO, R. Cultura corporal da dança. Coleção Educação Física Escolar: no princípio de totalidade e na
concepção histótico-crítica-social. 2 ed. São Paulo: Ícone, 2006
Exercício 7
Atravessando o caminho: alunos dispostos pela sala, se movimentando ao som
de uma música, ao comando do professor os alunos deverão executar diferentes
formas de deslocamento, explorando o espaço.
Aqui exploraremos as formas básicas do movimento que estão relacionadas aos
padrões motores básicos entre outras formas, como andar, correr, saltar, saltitar,
deslizar, quadrupedar, rolar, girar entre outros. Em seguida determinar um
caminho e estes deveram passar por ele de maneiras diferente. Cada aluno terá
que, criar uma forma diferente de deslocamento.
VARIAÇÃO:
- É interessante começar a destacar os níveis do movimento, pedindo para que
realizem deslocamentos pelos planos alto, médio e baixo.
Exercício 8
Arquitetando esculturas: aproveitando o exercício anterior, quando cada aluno
terminar sua fase de deslocamento, este deverá executar uma postura, como se
fosse uma escultura, e permanecer nela. O seguinte fará também seu
deslocamento e ao término realizar outra escultura de forma que as esculturas se
Extensões: perto- pequeno, normal, longe- grande.
Progressões: são linhas retas ou curvas desenhadas no chão pelo deslocamento
do corpo no espaço, pode ser direto, angular, curvo.
Deslocamentos: andar, correr, quadrupejar, saltar, saltitar, rastejar, rolar, girar,
etc.
Formas: posturas em extensão ou flexão, membros em forma simétrica( lados
iguais) ou assimétrica ( lados diferentes).
interliguem com um toque um ao outro, e assim sucessivamente até que todos os
alunos tenham se unido a grande escultura.
VARIAÇÃO:
Depois de concluída a escultura geral, o professor pode diversificar a saída
individualmente por ordem de chegada, crescente ou decrescente. E ao sair
explorando novamente formas e níveis de deslocamentos irem elaborando novas
formas do outro lado da sala e reconstruindo uma nova escultura.
Poderá também dividir a turma em dois grupos enquanto um faz o outro
observa e analisa.
Exercício 9
Preenchendo espaços: Alunos á vontade pela sala ao som de musica se
movimentando no ritmo e ao sinal do professor deveram se organizar em duplas,
trios (fica a critério do professor) e realizar uma postura e que cada um deverá
preencher com o corpo o espaço que o outro deixou, mas sem tocar uns aos
outros permanecendo estáticos. As formas devem ser elaboradas o mais rápido
possível o ultimo grupo a se organizar deverá pagar um castigo indicado pela
turma ou pelo professor.
INTERVENÇÃO
O professor deverá fotografar a primeira escultura construída pelos alunos, e
mostrar-lhes em seguida fazendo uma analise no posicionamento de cada
um, na diversidade de formas, no conjunto da obra, fazendo
questionamentos do que poderiam estar melhorando, aguçando a
criatividade dos alunos.
Exercício 8
Jogo dos 3 planos: Em trios, cada trio deverá escolher uma história improvisada
para contar para a turma, e cada um do trio devera contar uma parte da história
se expressando como tal, enquanto contam deverão se alternar no planos alto,
médio e baixo, cada em um plano. E assim aleatoriamente alternando-se, jamais
deverá ter dois alunos em um mesmo plano, toda a turma deverá cumprir com a
tarefa.
INTERVENÇÃO
O professor deverá observar como está o processo de organização, a
criatividade, os mais tímidos, os que procuram permanecer sempre com o
mesmo grupo, e a partir daí estar interagindo, provocando pequenas
intervenções e adaptando novos comandos como: executar a postura em níveis
diferentes, em grupos maiores, podendo tocar no colega, executar posturas com
apoio ao colega.
Produção:
Construir atividades lúdicas que aborde os temas desenvolvidos: Espaço,
formas e deslocamentos.
FONTE:http://pt.dreamstime.com/imagens-de-stock-royalty-free-dan%C3%A7a-dos-mi%C3%BAdos-dos-desenhos-
animados-image22779579
CONHECENDO DANÇA
Neste momento abordaremos uma contextualização história da Dança
moderna, conhecendo um pouco sobre sua principal precursora Isadora Ducan e
os estudos de Rudolf Laban para a Dança Moderna, também possibilitar aos
alunos atividades que possam explorar tais contribuições de maneira lúdica. Esta
fase se utilizará de oito (8) horas/aulas.
Dança Moderna
Em meados do século XIX, surgem indícios de um novo estilo de dança
que demarcou no tempo uma nova era para a história da dança, a insatisfação de
alguns bailarinos com a dança clássica, oportunizou a busca por novas
perspectivas. Surge então, a Dança Moderna, apresentando uma técnica de
movimento livres se opondo ao rigor do balé clássico.
Izadora Ducan é considerada um dos grandes nomes na história da Dança
Moderna. Ela pregava a liberdade de movimento e preconizava que a dança não
OBJETIVO: Conhecer os princípios da Dança moderna e através deles
possibilitar atividades corporais, que promovam a criatividade e estimulem a
expressão corporal.
Duração: 8 horas/aulas
devia ser uma repetição de passos pré-estabelecidos e combinados. Deveria, sim,
expressar sentimentos e emoções do bailarino. Considerava a dança como uma
forma de protesto contra a forma convencional da dança de seu tempo. De pés
descalços e usando apenas túnicas soltas dançou livremente. Sua dança era
completamente expressão corporal e improvisação. (BREGOLATO, 2006)
Além de Ducan outros nomes tiveram sua contribuição para a evolução da
Dança Moderna como François Delsarte, Emile Jaques Dalcroze, Martha Graham,
Rudolf Laban, entre muitos outros. Cada um estabeleceu seus princípios e suas
técnicas pessoais criando sua própria linguagem, deixando seu legado para o
crescimento e fortalecimento da Dança Moderna.
A expressão “Dança Moderna” foi usada pela primeira vez, em abril de
1926, para qualificar os trabalhos de Martha Graham, até então era considerada
como dança livre e suas precursoras consideradas dançarinas livres.
(FAHLBUSCH, 1990)
Rudolf Laban e Isadora Ducan se consolidavam dentro da mesma linha de
pensamento do livre fluxo de movimento. Mas mesmo sendo influenciado pelo
espírito de libertação e experimentação do qual Duncan foi pioneira, Laban não
seguiu a risca seus passos. Ele propõe, para além de uma dança livre,
referenciais corporais que instrumentalizam o processo criativo e o tiram da
qualidade de trabalho espontaneísta. Tais referências acabam por possibilitar um
maior grau de consciência corporal nas experimentações de movimentos.
A proposta por Rudolf Laban adéqua-se perfeitamente aos princípios da
educação progressista, possibilitando ao aluno expor-se por seus próprios
movimentos. Não ensina apenas a forma ou a técnica, mas educa conforme o
vocabulário de movimento de cada um, contribuindo para o desenvolvimento
emocional, físico e social do participante. Tal proposta, associada aos princípios
construtivistas, reconhece a importância da construção do movimento e da
participação do aluno (SCARPATO, 2001).
As propostas de Dança Educativa Moderna de Laban podem contribuir
para o desenvolvimento do educando nos seguintes aspectos: “aprendizagem,
compromisso, cidadania, responsabilidade, interesse, senso critico, criatividade,
envolvimento, socialização, comunicação, livre expressão, respeito, autonomia e
cooperação. Tal proposta procura levar o aluno à ação-sensação-reflexão,
contribuindo para aprender a ser, aprender a fazer, aprender a conhecer e
aprender a viver juntos, que constituem os quatro pilares da educação”
(SCARPATO, 2001)
Dança Moderna anos 1930:
Mostra um pouco da trajetória da dança moderna nos anos 30, quando o
que se predominava era o jazz e o sapateado, a chegada da dança
moderna nos grandes teatros e o expressionismo alemão.
Fonte: http://www.youtube.com
Dança Pós-Moderna
O vídeo mostra recortes da história da dança pós –moderna, seus
principais artistas e características.
Fonte:http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=6327
Dança Moderna parte 1 - Isadora Duncan
O vídeo apresenta um pouco de Isadora Ducan considerada a pioneira da
Dança Moderna. Em sua dança evidenciava se uma ruptura com o balé
clássico. A sapatilha foi substituída pó pés descalços e os movimentos
inspirados na natureza.
Fonte:http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=6325
Após assistir aos vídeos:
“Expressão, através dos movimentos do corpo organizados em seqüência
significativas de experiências que transcendem o poder das palavras e da
mímica.” (GARAUDY, apud SARAIVA, 2003, p. 82)
Dançar é muito mais que uma simples repetição de gestos, é importante
considerarmos novas alternativas de movimento, experimentar novos ritmos,
respeitando o ritmo individual que constitui a herança histórica corporal de cada
indivíduo.
Exercício 1
Dois em um: Em duplas um a frente do outro, um aluno fará o corpo e o outro os
membros. O aluno que está a frente abraça o seu colega pelas costa, ficando
imobilizado, e o colega que está sendo abraçado ficará colado nas costas do
outro de maneira que seu corpo não apareça somente seus braços e pernas,
tornando- se um só. Deverão expressar através da gesticulação uma piada, um
O que você entendeu por dança moderna?
Quais eram as razões pela busca a liberdade de expressão?
Você acha possível dançar dessa maneira?
Em sua opinião, o que é melhor: dançar com liberdade de movimento
ou padronizado, onde todos dançam da mesma maneira?
ATIVIDADES
Porque não experimentar novas formas de expressar o seu movimento, da
maneira que sente, que vê e que ouve o mundo?
verso, sugerido anteriormente, o que está à frente fala e o que está atrás
gesticula.
Exercício 2
Jogo da mímica: Para esta atividade utilizaremos:
Um jogo de cartas (deve ser confeccionado pelo professor, contendo dados para
a realização da mímica ex: filmes, personagens, música,...) um cronometro e um
dado.
Numerar em cada carta os itens de 1 a 6 de acordo com o exemplo.
Exemplo: 1 filme, 2 personagem, 3 cenas do dia a dia, 4 musica, 5 Passa a vez e
6 escolha o que quer fazer com o dobro dos pontos.
Desenvolvimento: dividir a turma em duas equipes, um aluno por vez de cada
equipe deverá tirar uma carta do baralho jogar o dado, o número que cair
corresponde ao que irá realizar se tirar o número 5 passa a vez para a outra
equipe. Estabelece um tempo para a realização da mímica e a equipe deve
adivinhar a mímica para obter o ponto. E assim sucessivamente até o professor
determinar o fim do jogo, estipula-se um tempo ou uma quantidade de pontos.
Exercício 3
Caras e bocas: Turma dividida em dois grupos. Seguindo o quadro abaixo os
alunos terão que escrever uma história utilizando as sensações e depois
expressar de forma criativa, apresentando para a turma tentar adivinhar quais
eram as sensações indicadas na história.
- Banho Frio
-Chupar limão
- Tormenta no mar
- Ônibus lotado
-Pisar em solo quente
-Pisar em ovos
-Vento soprando no corpo
- equilíbrio sobre cabo de aço
- criança brincando
- medo de avião decolando
Exercício 4
Desenhando com o corpo: Livremente pelo espaço, cada um deverá desenhar
no espaço formas como linhas retas, sinuosas, círculos, utilizando as partes do
corpo que o professor indicar.
Iniciar com as partes mais simples as mais complexas como:
- desenhar com o dedo, com uma mão, com as duas mãos, com os pés, joelhos,
quadril, enfim explorar todas as capacidades do aluno, instigar oferecer condições
para que o aluno crie sua movimentação.
- Indicar os planos: plano mesa, porta e roda, já trabalhados anteriormente.
- Variar as direções de movimento: direita, esquerda, diagonal, frente e trás.
- Variar a intensidade do movimento: leve, forte, lento e rápido.
Exercício 5
Sentir e dançar: Levar para os alunos materiais como, bolas, tecido, bastões.
Dividir a turma em grupos e cada grupo irá escolher um tipo de material, e então
vivenciar o objeto, explorar as formas de manipulação, dançar com o objeto. Dar
um tempo para as vivencias e em seguida cada grupo ao som de uma música ira
apresentar as possibilidades de movimentos explorados com o objeto.
Estudando:
DOCUMENTÁRIO SOBRE RUDOLF LABAN PARTE1.FLV
Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=ptU4HQx8oeY
Embasado em profundos estudos, Rudolf Laban desenvolveu uma
linguagem para a descrição das qualidades do movimento, denominado
Esforço/Forma. Conclui que o movimento humano é composto de quatro fatores
fundamentais: espaço, tempo, peso e fluência.
Através desses quatro fatores, o indivíduo pode perceber e descrever o
movimento humano com o auxílio de movimentos contrastantes, associado às
qualidades leve/forte, direto/flexível, lento/súbito, controlado/livre (LABAN, 1990).
Acreditava que embasado nesses quatro fatores qualquer pessoa poderia
transformar qualquer movimento em dança e se expressar através dela.
O movimento é a variação de posição de um corpo relativamente a um ponto, é
o deslocamento no espaço. É a variação da posição de um objeto ou ponto
material no decorrer do tempo. Para Laban o movimento na dança “é a
passagem de uma posição para outra, resultando de impulsos provenientes do
centro do corpo”. FAHLBUSCH, 1990
Vídeo sobre o gênio da dança e do movimento, destacando a importância da obra de Rudolf Von Laban para o universo educacional. Há depoimentos e imagens de arquivo que valorizam o contexto histórico. Entre os depoentes, destaque para Maria Duschenes, grande conhecedora e testemunha do trabalho de Laban. Com a participação de Herbert Duschenes, José Ângelo Gaiarsa, Renata M.S. Neves, J.C.Viola, Silvia Nader e Denilton Gomes. Vídeo realizado pela Fundação para o Desenvolvimento da Educação -- FDE.
Dirigido por Leo Halsman e Maria Mommensohn no início da década de 90.
De acordo com Fahlbusch, Laban descreve que no fator espaço, analisa as
possibilidades de se mover em que direção, os níveis de seus movimentos e as
diferentes formas que podem assumir, considera que há uma limitação no espaço
que se manifesta em largura e profundidade.
No tempo, verifica a relação entre lentidão e rapidez (aceleração e
desaceleração).
O fator peso, está relacionado a energia do movimento. É elemento
essencial para expressão do gesto. A tomada de consciência do próprio corpo
permite vencer a força da inércia e assim variar a qualidade de dinamismo do
movimento.
E na fluência, a sensação de encadeamento de um gesto para outro. A
união ininterrupta de movimentos até uma composição total.
ELEMENTOS DO MOVIMENTO
KINESFERA: é o termo utilizado por Laban para definir tudo que podemos
alcançar com todas as partes do corpo, perto ou longe, grande ou pequeno, com
movimentos rápidos ou lentos etc. A Kinesfera ou Cinesfera é a esfera que
delimita o limite natural do espaço pessoal, no entorno do corpo do ser movente.
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FLUXO: Qualidade de Movimento que refere-se a tensão muscular com a qual se
deixa fluir um movimento - fluência contínua e interrompida e seus graus de
tensão.
Fluxo Livre: Uma movimentação sem interrupções, onde o indivíduo está livre
para se movimentar como quiser desde que seja sem pausa. EX: Correr em um
parque, o fluxo de um rio.
Fluxo Conduzido Ou Controlado: É um estado de cuidado com o movimento, há
uma maior tensão muscular para se possa controlar a intensidade desse
movimento. Ex: escrever um texto com uma caneta em um papel, movimentos de
taichi chuan.
Fluxo Interrompido: È o máximo da tensão para que se faça uma interrupção
imediata do movimento, que origina movimentos quebrados. Ex: escovar os
dentes.
As coreografias de Isadora Ducan apresentam fluxo contínuo. Vejamos o vídeo:
ISADORA DUNCAN - FLUXO CONTÍNUO
FONTE: HTTP://WWW.ARTE.SEED.PR.GOV.BR/MODULES/VIDEO/SHOWVIDEO.PHP?VIDEO=6488
GIROS: É rotacionar o corpo no seu próprio eixo. Os giros trazem a experiência
de equilíbrio estável e desequilíbrio.
SALTOS: utilizando eixos verticais e horizontais; os saltos ou pulos são
movimentos que deixam o corpo temporariamente sem suporte; ocorrem quando
o corpo fica suspenso no ar, perdendo o contato com o chão ou outra base de
sustentação em que o corpo se apoie. O salto pode ser visto com relação ao peso
(leve ou forte) e com relação ao tempo (rápido ou lento).
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EIXO: fortalecimento das cadeias musculares principalmente do centro como eixo
da movimentação, possibilitando o estudo da sustentação e equilíbrio.
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PESO: Qualidade de Movimento que refere-se as mudanças de força utilizadas
pelo corpo ao movimentar-se. Passivo, ativo, leve, pesado, transferência,
contrapeso e suas graduações. Estabilidade e instabilidade.
Peso leve: Transmite uma sensação de leveza, ou de ausência de peso como
por exemplo uma bailarina dançando na ponta dos pés, ou um carinho delicado
no rosto de alguém querido.
Peso Pesado: Exige uma carga maior de força para ser executado, como por
exemplo o bater do martelo de um operário, um elefante andando ou carregando
alguém.
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Fonte: http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=262
Obs: Os elementos espaço e tempo já foram trabalhados na fase anterior.
Exercício 6
Individualmente utilizando um elástico, deverão vivenciar formas geométricas,
explorando todos os ângulos de sua kinesfera.
Passar a idéia de kinesfera grande e pequena, explorar os movimentos do corpo
dentro de possibilidades grande, média e pequena.
Exercício 7
Em trios ou quartetos deverão sustentar o peso do colega. Formar um circulo e
um aluno fica ao meio e este deverá soltar totalmente o peso do seu corpo e os
demais deverão sustentá-lo movimento de lado para o outro.
Exercício 8
Transferência de peso: posição estática, o peso do corpo deve estar
sustentado em ambas as pernas, pés firmes ao chão.
- Permanecendo em pé, com as pernas juntas conscientizar da linha central do
corpo, começando nos pés passando pela coluna até chegar ao topo da cabeça.
- Vagarosamente de um passo a frente e sinta o peso do corpo ser transferido
para a outra perna. Volte a posição central.
-Repita com a outra perna, vagarosamente, sentido o peso do corpo, analisando
o movimento.
- Peça para que os alunos realizem uma caminhada de um espaço curto mas
que demorem um tempo longo, andar de um lado para outro da sala em 5
minutos, para que possam sentir esse processo de transferência de peso.
Exercício 9
Contato corporal: Caminhando livremente pela sala e ao comando do professor
parar o mais próximo de um colega e sentir sua respiração sem tocá-lo. Continua
a movimentação até o comando seguinte:
- Ficar o mais próximo do colega e com o corpo tocar da maneira que o corpo
permitir.
- Tocar a ponto de sustentar o peso do outro procurando possibilidades de
movimentação com sustentação ao corpo do outro.
- em duplas criar seqüências de movimentos e posturas com apoio e sustentação
ao corpo do outro.
Essa atividade requer contato corporal, é necessário que os alunos se permitam
tocar e ser tocado.
Exercício 10
Escala dimensional: Aplicar uma escala de movimentos focando contração e
relaxamento, utilizando-se dos três planos mesa, porta e roda. Cada movimento é
iniciado com uma inspiração/ contração e expiração /relaxamento.
1º movimento- elevar o corpo a ponta dos pés contraindo o corpo e inspirando,
movimento longo e alto, expirar relaxando totalmente o corpo até o chão (plano
porta superior- inferior)
2º movimento – deslocar o corpo para o lado direito, inspirando, cruzando a perna
direita a frente da esquerda e braços a frente do corpo, voltar abrindo o peito, os
braços, sustentando-se em uma única perna, movimento de expansão, expirar,
voltando aposição central relaxando o corpo retraindo como se fosse voltar a
posição fetal. ( plano mesa direita e esquerda)
3º movimento – partido da posição de retração inspirar deslocando o corpo para
trás em um passo, como se fosse empurrado contraindo todo o corpo ao centro
de si mesmo e na expiração voltar para frente em movimento de expansão
abrindo o corpo liberando a energia que estava contida. ( Plano roda Antero -
posterior)
- Aplicar e realizar a escala dimensional para o lado direito e esquerdo;
- Realizar a escala com amplitude, kinesfera grande;
- Realizar a escala pequena, movimentos pequenos, kinesfera pequena;
- Compor uma própria escala.
Apresentar essa escala na posição que desejar.
Fonte: Oficina acessos ao movimento - prof. Elisa Abraão. X Simpósio de arte educação – UNICENTRO.
FAZER E PENSAR A DANÇA:
Produção:
Construir atividades recreativas que aborde os temas desenvolvidos:
Expressão corporal, elementos do movimento: peso, espaço e esforço.
“As ações corporais produzem alterações na posição do corpo ou em
partes dele, no espaço que o rodeia. Cada uma dessas alterações leva um
certo tempo e requer uma certa dose de energia muscular.” LABAN 1978,
p. 55
É possível determinar e descrever qualquer ação corporal analisando as
seguintes questões:
a, Qual é a parte do corpo que se move?
b, Em direção do espaço o movimento se realiza?
c, Qual a velocidade em que se processa o movimento?
ANALISANDO:
Você conseguiu compreender os elementos da dança? Identifique-os.
Na sua opinião realmente é necessário o estudo do movimento para fazer
dança?
Fonte: fabiobarrospersonaltrainer.blogspot.com
PRODUZINDO DANÇA
Nesta fase exploraremos os conceitos de composição coreográfica,
explorando todos os elementos da dança de forma a organizar seqüências
coreográficas, registrando o nível de compreensão e de síntese dos
conhecimentos desenvolvidos nesta unidade. Analisar através do vídeo
“Documentário sobre Rudolf Laban, parte 2” como o movimento pode contribuir na
educação de uma criança, complementando suas capacidades motoras, psico
sociais. Essa fase compreende o tempo de aplicação para oito (8) horas/aulas.
Pretende-se ao término desta unidade organizar uma amostra pedagógica
com as atividades desenvolvidas pelos futuros alunos-docentes.
OBJETIVO: Compreender o processo de composição coreográfica e
construir através dos elementos já trabalhos, coreografias de dança, cujo
elemento principal é a bagagem de movimento desenvolvido ao longo
desta unidade pelos alunos.
Duração: 8 horas/aulas
DOCUMENTÁRIO SOBRE RUDOLF LABAN PARTE 2.FLV
Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=VBBaNT5zisE
Composição coreográfica
Coreografia é derivada do grego: choreia que significa coral e graphia
escrita. Significando a escrita da dança, mas atualmente significa colocar uma
linguagem em forma, ordem, seguindo uma emoção, uma razão ou não.
A exploração dos movimentos é um importante passo para o processo
coreográfico. O professor deve experimentar e quanto mais se explora mais
facilmente conseguirá encontrar movimentos.
Fahlbusch afirma que no processo de composição coreográfica a
criatividade representa uma certa medida da capacidade de aprendizagens e de
experiências. “Não há individuo criativo que possa se privar de experiências; não
se inventa com o vazio ou no vazio.” FAHLBUSCH,1990 p.117.
É nessa perspectiva que a presente unidade didática vem proporcionar
esta experiência aos futuros docentes. A experimentação leva ao conhecimento,
aumenta a condição motora.
Marques aponta que muitos coreógrafos contemporâneos vêm exercendo
também a função de dirigir. Em paralelo com propósito da dança educação o
professor também faz o papel de dirigir, orientar, instigar. “Neste processo
Segunda parte do vídeo sobre o gênio da dança e do movimento, destacando a
importância da obra de Rudolf Von Laban para o universo educacional. Há
depoimentos e imagens de arquivo que valorizam o contexto histórico.
Entre os depoentes, destaque para Maria Duschenes, grande conhecedora e
testemunha do trabalho de Laban. Com a participação de Herbert Duschenes,
José Ângelo Gaiarsa, Renata M.S. Neves, J.C.Viola, Silvia Nader e Denilton
Gomes.
Vídeo realizado pela Fundação para o Desenvolvimento da Educação -- FDE.
Dirigido por Leo Halsman e Maria Mommensohn no início da década de 90.
trabalha-se de maneira direta com o respeito e possibilidades corporais do outro.”
MARQUES 2007, p. 51.
Assim o aluno aprende sobre flexibilidade e o respeito na tomada de
decisões, poderá aprender como interagir criativamente sem que tenha que impor
de maneira desrespeitosa suas idéias. Prevalece o trabalho em equipe, o grupo
foca-se no tema e procura produzir coletivamente.
Fatores a serem explorados para elaborar uma coreografia
A criatividade é um fator importante, assim como a improvisação, escolha de um
tema, escolha da música e o estudo das possibilidades de movimentos a
executar, o tempo dos movimentos e outros como:
Quanto ao espaço:
Quanto ao movimento:
- Mudanças de direção, nível, planos;
- Movimentos no mesmo lugar
- movimentos através do espaço:
Centrifugo- que se afasta do centro
Centrípeto- que se aproxima do centro
Convergente- de vários pontos para um
outro
Divergente- de um para vários pontos
Limitações espaciais: quadrado,
círculo, linhas, diagonais, colunas, etc.
-Movimento tema: Formulação de
movimentos representativos de acordo
com a intenção;
- espelhamento: um de frente para o
outro fazendo o mesmo movimento;
- Retrógado: realização de uma
seqüência de movimentos de forma
inversa.
- Canon: realizar o mesmo movimento
um após o outro;
- uníssono: série de movimentos iguais
e ao mesmo tempo;
- contraste: séries de movimentos
diferentes realizado ao mesmo tempo
por grupos de pessoas diferentes.
Exercício 1
Assistir a um vídeo de dança e fazer analise da coreografia. ( Coreografia a
critério do professor). Se houver possibilidade pode ser um espetáculo ao vivo.
Quais elementos encontramos na coreografia?
Quais as formações utilizadas?
Houve alterações de níveis de acordo com a posição do corpo?
Qual era o ritmo utilizado?
Que figuras e tipos de formas e posturas conseguiram identificar?
Quanto as formas de movimento, identificou alguma?
Houve alternância no ritmo e tempo dos movimentos?
Quais as formas de deslocamento que você analisou?
E quanto a utilização do espaço, o que observou?
Exercício 2
Promover relatos de histórias vivenciadas em grupos. O grupo deverá
escolher uma história, uma música que represente essa história e transmitir,
contar através de movimentos, ou seja, montar uma coreografia.
Neste momento o professor poderá estar orientando sobre os fatores para
elaboração da coreografia. Remeter a analise realiza do vídeo.
Exercício 3
Embasados em todo o conteúdo que foi desenvolvido nesta unidade,
permitir aos alunos, que se dividam em grupos e que escolham um tema para a
construção coreográfica.
- O restante das aulas será destinado ao processo criativo e ensaio das
coreografias desenvolvidas.
- Apresentação das composições coreograficas.
“ Na dança moderna o movimento não é produto da invenção, mas a descoberta
de que ele pode expressar a emoção.”
Martha Grahan
REFERÊNCIAS
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