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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
LER POESIA: um caminho para a sensibilidade
Autora: Doraci Ribas Barbosa
Orientadora: Marly Catarina Soares
Resumo: Este artigo sistematiza os resultados obtidos a partir da implementação da Produção
Didático-pedagógica, desenvolvida durante estudos do PDE, a qual consistia em facultar aos alunos
atividades que proporcionassem o desenvolvimento da sensibilidade poética e a formação de leitores
reflexivos e críticos. A poesia, em nossos tempos, está relegada ao segundo plano, suplantada por
uma sociedade capitalista, em que o lucro se impõe. Igualmente, em nossas escolas, ela se
apresenta com inserções muito discretas nas práticas pedagógicas, precisa, então, ser urgentemente
resgatada. Visando familiarizar o educando com o texto poético, levamos em consideração as
aptidões desta faixa etária, por isso desenvolvemos atividades em torno de temáticas, as quais estão
em consonância com o interesse do jovem, tais como: resgate da infância, amor, amizade,
valorização da vida. E também, para facilitar a imersão do educando na poesia, aliamos as atividades
à música, já que esta estabelece uma comunicação mais direta com o adolescente. A referida prática
foi desenvolvida com os alunos dos 9º Anos “A” e “B”, do Colégio Estadual Nossa senhora da Glória,
localizado no Município de Ponta Grossa_Paraná. Através do envolvimento dos alunos com as
atividades propostas, foi possível observar os deslumbramentos poéticos acontecendo, tanto em sala
de aula, como na comunidade escolar.
Palavras-chave: Poesia; Leitura; Sensibilidade artística; Competências leitoras.
1.Introdução
Este artigo objetiva apresentar o relato da implementação do Projeto de
Intervenção “Ler poesia: um caminho para sensibilidade” desenvolvida no Colégio
Estadual “Nossa Senhora da Glória”, município de Ponta Grossa - Paraná, aplicado
nas turmas do 9º Ano A e B. A proposta do projeto visava desenvolver ações que
pudessem despertar nos alunos a sensibilidade poética e, ao mesmo tempo,
desenvolver competências leitoras e habilidades de escrita.
A busca por diferentes formas de instrumentalizar o nosso aluno para a
sociedade competitiva no mundo em que ora vivemos, faz, muitas vezes, que nos
esqueçamos de despertar neles um espírito sensível, capaz de perceber a essência
poética presente ao nosso redor. E mais, a poesia, tão inerente ao ser humano,
principalmente na infância, com o tempo vai se perdendo, e a escola contribui para
que isso ocorra, não dando o devido destaque merecido.
Diante destas constatações buscamos desenvolver atividades envolvendo o
texto poético, por meio de diferentes estratégias didático-pedagógicas, as quais
Professora da Rede Pública do Estado do Paraná, licenciada em Letras, com especialização em Ensino de Língua Portuguesa e Literatura pela UEPG. Contato: [email protected] Professora Orientadora PDE. Professora Doutora da Universidade Estadual de Ponta Grossa- UEPG; Departamento de Letras Vernáculas. Contato: [email protected]
pudessem aproximar e, consequentemente, despertar no discente o interesse pelo
texto poético. Abordamos também, alguns aspectos formais do texto poético,
possibilitamos o contato com os cânones da poesia brasileira, assim como o
reconhecimento da poesia contida nas letras de músicas populares.
O nosso aluno encontra-se numa fase em que as emoções estão afloradas,
portanto, temos aí um ambiente favorável para inserir o texto poético, já que o
mesmo evoca sentimentos, promovendo abertura para a reflexão, para
questionamentos, para o deslumbre, enfim, para um alargamento de horizontes e,
quem sabe, para um crescimento pessoal.
A leitura de poesia pode propiciar momentos de fruição o que favorece o
aprimoramento de outras habilidades, tais como: a compreensão daquilo que se lê, a
percepção da tessitura da linguagem literária e das inúmeras possibilidades que a
língua oferece para a expressão do pensamento.
Cabe ressaltar que o espaço para a poesia na escola é restrito, os livros
didáticos pouca relevância dão, usando-as, muitas vezes, como pretexto para
atividades gramaticais; contribuindo assim para o esvaziamento da poesia. Podemos
observar estas constatações nos estudos de Maia (2001):
Os manuais consultados são organizados tendo o texto como a unidade central do ensino, apresentando, no entanto, um repertório de textos literários com estudos que os transformam em objeto de garimpagens gramaticais ou com questões que limitam a leitura à superficialidade do texto, sendo a poesia o alvo mais fácil desses procedimentos. Entre a grande diversidade textual, o poema ocupa um lugar discreto e, como objeto de estudo, é, geralmente, pretexto de conhecimentos gerais, de saberes linguísticos e gramaticais, de jogos de palavras, de versificação etc (MAIA 2001, p.83).
Cientes, portanto, destas lacunas no que diz respeito ao ensino do gênero
poético, consideramos a necessidade de oportunizar aos educandos uma prática
com possibilidades de leitura de poesia, primeiramente, como fruição, facilitando
assim ao adolescente vislumbrar a poesia que se encontra ao nosso redor,
evidenciando verdades e nos tornando mais humanos. A partir daí, deu-se o
encaminhamento mais sistematizado para atividades de práticas de leitura, escrita e
oralidade.
Dada a estreita ligação da poesia com a música e sua capacidade de falar
diretamente aos jovens, priorizamos também atividades que abrangessem canções
populares. Através de belas letras musicais, ricas em poesia e com uma linguagem
bastante elaborada, propiciamos momentos de reflexão de forma bem descontraída,
facilitando assim o aprofundamento do tema em questão. Sobre esse ponto, nos
esclarece Averbuck (1991), ressaltando a importância da música na sala de aula.
Perceber a possibilidade dessa aproximação, utilizando esses textos como corpus literário, significa falar de uma linguagem direta ao jovem, caminho a que o professor não pode se furtar. Refaz-se, por via do alargamento do conceito de texto literário, o elo entre poesia e música, reforçando-se a própria natureza do fenômeno poético (AVERBUCK,1991,p. 78).
A música proporciona abertura, permitindo ao adolescente uma melhor
percepção dos plurissignificados do texto poético, tornando-o apto para desenvolver
reflexões mais aprofundadas, capazes de trazer-lhes acréscimos tanto em âmbito
intelectual, como em crescimento humano. Estudantes da UEPG, envolvidos em um
projeto sobre a poesia em sala de aula (OFICINA..., 2013, p.2), nos confirmam isso,
através dos resultados de suas pesquisas sobre os assuntos de maiores
preferências entre alunos dos 9º anos, a música aparece em primeiro lugar.
Empenhamo-nos, durante a execução deste projeto, em assegurar ao nosso
aluno o maior contato com o texto poético, sempre com o objetivo de torná-lo mais
sensível, mais imaginativo, incitando-o a buscar outros conhecimentos através da
arte literária.
2. Fundamentação teórica
A poesia, por sua vez, é manifestação inata do ser humano, em qualquer
época e cultura, sempre redimensionando-o, provoca deslumbres, permite
revelações, impulsiona para buscas: de verdades, de sonhos, de belezas. Está
presente nas canções que as mães nos embalaram, nos trava-línguas, nas
advinhas, nas páginas de um diário de adolescência, nas confidências com os
amigos, nas frases de amor, de dor ou de consolo que trocamos e nas músicas que
tanto nos deleitam.
É sobre esta atemporalidade da poesia que Otávio Paz (1974) nos afirma:
A poesia pertence a todas as épocas: é a forma natural de expressão dos homens. Não há povos sem poesias, mas existem os que não têm prosa. Portanto, pode-se dizer que a prosa não é uma forma de expressão inerente à sociedade, enquanto é inconcebível a existência de uma sociedade sem canções, mitos ou outras expressões poéticas (Paz,1974 apud GANCHO, 1989, p. 14).
A poesia está mesmo em qualquer situação e época do ser humano.
Sociedades antigas externavam seus grandes feitos por meio de versos, como
percebemos em Ilíada e Odisséia de Homero. Observando a Bíblia, também lá
podemos verificar a presença de textos poéticos no livro dos Salmos, hinos
sagrados, em que povo de Israel manifestava seus sentimentos religiosos de
gratidão e súplicas.
No entanto, esta poética, que se manifesta espontaneamente em nossa
infância, vai paulatinamente definhando em nossas escolas. São vistas como
desnecessárias, mero entretenimento. E, à medida que os anos escolares avançam
já não há mais tempo para brincadeiras. É o texto em prosa que vai tomando
espaço, supõe-se que este gênero é sim o necessário para o devido preparo do
nosso aluno. Então a arte poética, tão carregada de ensinamentos, vai se
escasseando da nossa sala de aula.
Não estamos aqui dizendo que é necessário fazer do nosso aluno poeta, mas
sim torná-lo um apreciador da arte literária, com uma sensibilidade refinada que o
capacite para perceber as diferentes comunicações que podemos estabelecer com o
mundo, através das palavras artisticamente trabalhadas.
E mais: a partir do momento em que se embrenha no mundo da arte, outros
universos vão se abrindo, trazendo possibilidades de crescimento. No caso da
poesia, sabemos que a sua inserção em nossas práticas pedagógicas muito
poderão contribuir para o desenvolvimento nas diversas áreas do conhecimento dos
nossos alunos. Observemos o que nos diz Averbuck (1991, p.68):
À poesia cabe um papel importante no crescimento da personalidade da criança, na medida em que, através do desenvolvimento da sua sensibilidade estética, de sua imaginação e criatividade, ela estabelece uma ponte entre a criança e o mundo, em outra forma de comunicação, ela exerce ainda outros papéis formadores no seu psiquismo. No desenvolvimento do psiquismo infantil, como se sabe, tanto no plano linguístico, como no psicológico, um dos elementos essenciais está na própria noção de ritmo, desenvolvida através das atividades corporais, musicais e outras, e onde a poesia pode funcionar como eixo desencadeador (AVERBUCK,1991, p.68).
Portanto, é forçoso estarmos constantemente proporcionando oportunidades
de envolvimento do aluno com o gênero poético. Sabemos que, em nosso meio
escolar, há um certo desagrado, rotula-se a poesia como difícil, como
desinteressante para o aluno, que não prenderá a sua atenção. Isto se deve, muitas
vezes, pelas más escolhas e pela forma como são encaminhadas as atividades,
priorizando aspectos formais e gramaticais, deixando de lado o envolvimento
humano que a torna tão reveladora. Por conseguinte, a poesia vai, aos poucos, se
tornando desconhecida, perdida de vista nos meios escolares, chegando até a ser
considerada inútil, um simples entretenimento, apenas jogo, brincadeira com as
palavras. O grande poeta Carlos Drummond nos alertou neste sentido, quando
assim se expressou (1974):
O que eu pediria à escola, se não me faltasse luzes pedagógicas, era considerar a poesia como primeira visão direta das coisas, e depois como veículo de informações prática e teórica, preservando em cada aluno o fundo mágico, lúdico, intuitivo e criativo, que identifica basicamente com a sensibilidade poética (ANDRADE,1974).
Desta forma, a poesia que poderia ser a facilitadora, despertando no aluno a
capacidade de melhor perceber as essências, oferecendo assim condições para que
este se aproprie melhor do conhecimento, é pouco considerada em nossas aulas.
Não se atém à sua onipresença, afinal ela está no deslumbre da Matemática, da
Física, da Geografia, enfim, em todos os nossos feitos grandiosos; emocionando-
nos e impulsionando para o “sempre mais”. Sobre esta questão, também já nos dizia
o grande Drummond (1974):
A escola enche o menino de matemática, de geografia, de linguagem, sem via de regra, fazê-lo através da poesia da matemática, da geografia, da linguagem. A escola não repara em seu ser poético, não o atende em sua capacidade de viver poeticamente o conhecimento e o mundo (ANDRADE,1974).
É imprescindível criar oportunidades para que o aluno dê vazão a essa
poética que está adormecida, adentrando-o mais e mais pela arte literária, a qual é
capaz de abrir-lhe os horizontes, propiciar-lhe reflexões, levando-o para uma maior
ampliação, tanto no aspecto intelectual quanto humano.
Cabe salientar que a desatenção à arte literária pode nos colocar na
contramão do crescimento do nosso aluno, o qual tanto almejamos. A literatura
poderá proporcionar-lhe um espírito mais aguçado, mais imaginativo, qualidades
essenciais para se ter sucesso em nossa sociedade competitiva, em que se destaca
quem tem as melhores ideias.
Podemos dizer que vivemos em tempos que a arte literária, de modo geral,
está sendo deixada de lado. O homem competitivo e consumista pouco tempo
encontra para deleitar-se com a leitura e, com isso, vai se esvaziando,
empobrecendo culturalmente, restringindo seus horizontes, tornando-se embotado,
insensível, com pouca reflexão e criatividade.
Sabemos que os nossos manuais didáticos não dão a devida relevância ao
texto poético. As estratégias utilizadas, nem sempre são adequadas para aproximar
o aluno da literatura e, em especial, do texto poético. A partir da análise de alguns
livros didáticos adotados na cidade de Maceió, Maia (2001) nos coloca algumas
evidências:
Aparentemente, a ausência de objetivos do domínio afetivo no conjunto dos livros consultados evidencia que o estudo da poesia no manual é uma atividade direcionada às técnicas do texto poético, não explorando de forma significativa o imaginário, consequentemente não despertando a sensibilidade dos alunos para esse gênero. De outro modo, objetivos do domínio psicomotor (declamação, desenho, mímica) não são explorados (MAIA, 2001, p. 47).
Como vimos, esta metodologia contribui para o esvaziamento da poesia,
distancia do aluno o deleite, o deslumbre que a literatura pode oferecer;
desperdiçando a chance de aguçar a sensibilidade e a imaginação do educando.
Assim, o discente não terá condições para explorar todo potencial de informação
que o texto literário pode proporcionar, através da sua multiplicidade de sentido, o
que lhe favoreceria o conhecimento de outras realidades trazidas pelo poeta; as
quais lhe possibilitariam maiores reflexões e percepções das subjetividades
humanas.
Cumpre afirmar, portanto, que garantir o espaço da poesia na sala da aula é
uma forma de facilitarmos a aprendizagem da língua materna. Este gênero oferece
situações significativas para que o aluno, aos poucos, se aperceba da
potencialidade das palavras, as quais nos vislumbram mundos diversos em cada
poema que lemos e/ou ouvimos.
2.1. A poesia e a música
A poesia e música, duas artes interligadas em quase todos os tempos,
sempre com a função de entreter, ensinar, provocar reflexão. Na Grécia Antiga, era
declamada ao som da lira, da harpa. Na Idade Média, eram os trovadores que
apresentavam os seus versos ao som de diversos instrumentos. Observemos o que
nos atesta Moisés (s/d):
Como já sabemos, as cantigas implicavam uma aliança estreita entre a poesia, a música, o canto e a dança. Para tanto, faziam-se acompanhar de instrumentos de sopro, corda e percussão (a flauta, a guitarra, o alaúde, o saltério, a viola, a harpa, o arrabil, a giga, a bandurra, a doçaina, a exabeba, o anafil, a trompa, a gaita, o tambor, o adufe, o pandeiro). O próprio trovador tangia o instrumento, especialmente quando de corda, enquanto cantava, ou reservava-se para a interpretação da cantiga, deixando a parte instrumental a um acompanhante, jogral ou menestrel. À parte musical dava-se o nome de son (= som) (MOISÉS, s/d, p. 28):
Também em nossos tempos, poesia e música se manifestam de forma
primorosa na nossa MPB em versos de muitos artistas, como: Caetano Veloso,
Chico Buarque de Holanda, Renato Russo, entre outros, os quais escolheram
expressar suas mensagens através de belíssimos textos poéticos musicados. Sobre
estes fatos atentemos ao que nos coloca Silva (1975):
(...) abre-se, então, no setor Música Popular, duas linhas distintas e até contraditórias. De um lado, o lirismo paraliterário, referencial e linear, e emoção fácil do lugar-comum, a reduplicação dos padrões românticos. De outro lado, o lirismo poético, a tensão verbal, o questionamento da sua própria significação, a criatividade. De um lado, o discurso paraliterário,de outro, o discurso poético (SILVA,1975, apud GALINDO, 2006, p.11-12).
Estas canções, uma vez apresentadas aos alunos, induz à emoção de
imediato, abrindo-o para os diversos conhecimentos engendrados em cada letra. No
entanto, ao fazermos escolhas de tais músicas, devemos levar em conta também os
interesses da faixa etária do aluno ao qual vamos destiná-las, favorecendo assim a
sensibilização tão necessária para um melhor aprofundamento da poesia em
questão.
3. Aspectos metodológicos e desenvolvimento da pesquisa
A aproximação do aluno com o texto poético permite uma leitura de fruição,
desperta a sensibilidade, já aflorada na adolescência e contribui para o processo
ensino-aprendizagem do educando, em todos os campos do conhecimento, pelo
viés da arte literária. Adentramos os alunos à poesia, através de autores
consagrados de nossa literatura brasileira e portuguesa e de conhecidas letras
musicais da Música Popular Brasileira (MPB). Para facilitar essa imersão na poesia,
aliamos as atividades desenvolvidas à música, já que esta estabelece uma
comunicação mais direta com o adolescente, pois além de colaborar com a
aprendizagem da língua materna (leitura, escrita e oralidade), beneficia a reflexão e,
consequentemente, o crescimento pessoal.
Com o intuito de adentrar o nosso aluno ao gênero poético de uma maneira
prazerosa, optamos por selecionar os textos de cânones da nossa literatura,
seguindo temáticas relacionadas ao interesse da faixa etária em que estes se
encontram, a saber: infância, amizade, amor, ideais de vida, valorização da vida.
Partindo assim das proximidades de suas vivências e nível de cognição, o texto
literário apresenta-se como possibilidade de ressignificação de suas experiências e
ampliação de horizontes. De acordo com as Diretrizes Curriculares do Estado do
Paraná (2008, p.58): “Aquele que lê amplia seu universo, mas amplia também o
universo da obra a partir de sua experiência cultural.” Ainda sobre o critério dessas
escolhas vale a pena refletirmos com Bordini (2007):
Como toda a literatura infanto-juvenil, a poesia também se define pelo estatuto etário de seu recebedor, o que determina estágios de desenvolvimento cognitivo-afetivo e patamares em escala crescente de experiência existencial. Essa característica do leitor a quem se destina o poema infanto-juvenil se reflete sobre a estrutura do texto, afetando procedimentos estéticos e tratamento temático. Há, em consequência, poemas para crianças pequenas, poemas para crianças maiores e poemas para pré-adolescentes e adolescentes, com estatutos próprios e correspondentes a expectativas e necessidades das diferentes idades se seus leitores (BORDINI, 2007, p.8).
Já que o nosso trabalho tinha como objetivo principal o despertar da
sensibilidade através do texto poético, fazia-se necessário, portanto, embrenhar o
aluno numa grande diversidade de textos poéticos. Para tanto, na efetivação da
Unidade Didático-Pedagógica, nos utilizamos de metodologias diversificadas que
favorecessem o interesse do adolescente pela leitura da arte poética. Dividimos as
atividades por seção, e, em cada uma delas, abordamos uma temática. Dentre as
várias estratégias utilizadas, elegemos a música, utilizando-a em quase todas as
atividades, visto que esta favorece o aflorar das emoções, e estabelece uma
comunicação direta com o jovem.
Vale mencionar que em cada seção, além da leitura silenciosa, primou-se
pela leitura em voz alta para que os alunos pudessem perceber a sonoridade, a
linguagem sugestiva, com possibilidades para diversos entendimentos. Após cada
leitura de poema ou audição de música, estabeleceu-se questionamentos
necessários para a compreensão e possíveis reflexões a partir do texto estudado.
Posterior a esse desvelamento do texto poético é que os discentes desenvolveram
as demais atividades propostas (interpretações, produções, ilustrações).
Como forma de mergulhar o aprendiz no universo poético, iniciamos a
Primeira seção “O que é poesia”, recepcionando-os num ambiente (sala de aula)
carregado de textos poéticos – tapetes, murais, poemas espalhadas pela sala toda.
A escolha destes poemas recaiu sobre poetas renomados da nossa literatura,
envolvendo temáticas que despertassem a curiosidade dos nossos adolescentes;
pois de acordo com Silva (2005, apud PARANÁ, 2008, p.73), devemos apresentar a
escola “como um ambiente rico em textos e suportes de textos para que o aluno
experimente, de forma concreta e ativa, as múltiplas possibilidades de interlocução
com os textos”.
Junto dessa ambientação poética, lançou-se o questionamento sobre os
significados de poesia. Diversas definições surgiram: romance, alegria, revolta,
simpatia, versos, rimas, estrofes, amor, lealdade. A partir desse momento, fez-se
algumas explanações sobre o gênero poético, destacando a diferença entre poema
e poesia. A seguir, adentramos à poesia com “Convite” de José Paulo Paes”,
estabelecendo uma reflexão sobre a riqueza do gênero poético proposta pelo texto.
Na sequência, deu-se início a um sarau literário, alguns alunos leram, outros
ilustraram, teve até quem optou por declamar poesias. Foi, portanto, um instante de
fruição, em que cada estudante teve a oportunidade de aproximar-se do gênero
poético de uma forma bem descontraída. Encerramos este momento, afixando nos
murais da escola alguns poemas ilustrados pelos alunos.
Feita esta apresentação da poesia aos alunos, iniciamos à Segunda seção
“Reconhecendo a poesia”, a priori, refletimos sobre a poesia que nos rodeia. Para
despertar a sensibilização, nada nos pareceu melhor do que a leitura do poema:
“Tem tudo a ver” de Elias José (2003):
A poesia Tem tudo a ver Com tua dor e alegrias, [...] A poesia - é só abrir os olhos e ver Tem tudo a ver Com tudo (JOSÉ, 2003, p. 14)
Com este poema, pretendíamos descortinar o universo poético aos nossos
alunos, escolhemos então o grande poeta Elias José para dizê-los que “é só abrir os
olhos e ver”: a poesia está nas músicas que ouvem, nas conversas gostosas com os
amigos, no canto do passarinho que estavam ouvindo durante aquela aula e até nas
disciplinas que estudam, enfim, basta abrir a alma. Após concluir a compreensão do
texto poético amplamente discutido, demos continuidade à reflexão sobre essa
presença constante da poesia ao nosso redor, ouvindo “Aquarela” de Toquinho,
canção esta, que contém uma magia, capaz de tocar a sensibilidade de qualquer
um. A princípio, os alunos ficaram meio arredios, pois até então consideravam que
essa música era apenas para o público infantil. Desconheciam todas as metáforas
presentes nos versos desta belíssima canção de Toquinho, uma verdadeira obra de
arte que se refere ao ser humano desde a sua infância até a vida adulta. Toquinho
aviva a criança que está em nós quando nos convida a desenhar tudo o que vem à
imaginação, e assim vai nos conduzindo para a percepção dos diversos momentos
de nossa vida, bons e ruins. Com o eu poético, em um navio, “com alguns bons
amigos”, viajamos de uma América a outra; mas também encontramos o muro, as
adversidades, a vida adulta, as preocupações, o futuro em forma de astronave que
tentamos pilotar, mas não sabemos aonde vamos chegar, o que sabemos é que
“Sem pedir licença muda nossa vida/ depois convida a rir ou chorar”. E termina
dizendo que toda essa vida tão cheia de aventuras, colorida, uma “Aquarela”, no fim
“descolorirá”. Após desvendar tanta riqueza de ensinamentos contidos numa letra de
música, a qual ouvimos desde o jardim da infância, os discentes estabeleceram
algumas interpretações oralmente e através de ilustrações, que foram expostas nos
murais da escola.
Prosseguindo a proposta deste trabalho, que é conscientizar os discentes da
presença constante da poesia em nossas vidas, introduzimos a Terceira seção
“Resgatando a infância”, tendo como objetivo geral resgatar a poesia da infância.
Cabe aqui salientar que, ao organizar estas atividades, levamos em conta
proporcionar um momento de saudosismo, e também de um novo olhar sobre as
poesias folclóricas. Buscamos frisar aos alunos novas percepções através daqueles
poemas que aparentemente mostram-se simples, tidos apenas para as brincadeiras;
mas que têm muitas verdades a revelar, pois as poesias infantis expressam
sentimentos e as formas de ver o mundo das gerações passadas de nossa cultura.
No entanto, o que nos surpreendeu, foi que, para alguns alunos, estas aulas não se
constituíram apenas como um resgate da infância, e sim como o primeiro contato
com grande parte das poesias folclóricas apresentadas na sala de aula.
Durante a aplicação destas atividades, os alunos mostraram-se bastante
participativos nas produções de quadrinhas e paródias de poesias referentes à
infância. Percebia-se que a esta altura, o nosso grupo já estava bem envolvido com
o gênero poético, alguns deles já começaram a se aventurar na escrita de alguns
versos, para isso organizamos um caderno somente para nossas atividades
poéticas. Conforme anteriormente mencionado neste artigo, o presente projeto não
teve como objetivo propor a escrita de poemas, mas sim, criar situações que
pudessem despertar a sensibilidade poética; portanto, os alunos tiveram sempre a
liberdade de registrar suas reflexões, tanto em prosa quanto em versos.
Neste estágio de nosso trabalho, já se havia instaurado entre os alunos um
envolvimento crescente com o texto poético. Diante disso, num clima de maior
intimidade com a poesia, apresentamos a eles a Quarta seção, explorando a
temática “Amor”, através do título que nos indaga “O que é o amor?”.
Primeiramente, sensibilizamos a turma, por meio de uma imagem romântica,
apontando questionamentos como: “É possível definir o amor?”. Na esteira dessa
indagação, desenvolvemos as demais atividades, buscando possíveis definições.
Para isso, principiamos as nossas buscas lá no século XVI, através do Soneto 11 do
imortal poeta português Camões, em que o eu lírico tenta definir o amor em meio a
tantas contrariedades que esse sentimento coloca para o ser humano:
Amor é fogo que arde sem se ver; É ferida que dói; e não se sente; É em contentamento descontente; É dor que desatina sem doer; [...] (CAMÕES)
A seguir, passamos pelos anos 80 e nos detivemos na belíssima
intertextualidade de Renato Russo, da extinta banda Legião Urbana, com a música
“Monte Castelo”.
Ainda que eu falasse A língua dos homens E falasse a língua dos anjos Sem amor eu nada seria [...] (RUSSO,1989)
Esta letra dialoga com o texto bíblico “I Coríntios 13”, o Soneto de Camões e
a histórica Batalha de Monte Castelo, durante Segunda Guerra Mundial, em que
brasileiros participaram. Monte Castelo proporcionou momentos de profícuas
reflexões, já que Renato Russo mesclou em seu texto diferentes enfoques do amor.
Romantizou com Camões, expôs o amor-doação bíblico e ainda ressaltou o oposto
ao amor, a guerra. Continuando nossas indagações, dividimos a turma em equipes,
ficando cada uma responsável pela seleção de uma música que explorasse o tema
amor, a qual, na sequência, os alunos apresentaram e compartilharam reflexões
sobre a letra musical. E, finalmente, após todas essas ponderações sobre o
sentimento do amor, foi solicitado aos discentes o registro de suas conclusões em
prosa ou em versos para uma posterior apreciação dos colegas.
Avançando em nossos momentos de fruição e enredamento com a poesia,
entramos na Quinta seção “Ser amigo é...”. Por ser o sentimento da amizade tão
essencial em nossas vidas, todos temos algo a dizer e que vale a pena compartilhar
com os demais. Portanto, dispusemos os alunos em círculo e apresentamos um
cartaz com a frase: “Amizade é...”, que deveria ser completada por cada participante
e afixada na cartolina. Em seguida, o cartaz foi exposto no mural da sala para uma
posterior reavaliação, após o término do estudo do tema em questão. A reflexão
sobre o tema iniciou-se a partir da audição da música “Canção da América” de
Milton Nascimento e Fernando Brant, um verdadeiro hino da amizade, fala da
preciosidade do amigo que, mesmo estando distante, deve ser guardado “Debaixo
de sete chaves”. Sob um tom de lamento e saudade, esta canção nos abre para um
redimensionamento de nossas amizades.
Amigo é coisa para se guardar Debaixo de sete chaves Dentro do coração Assim falava a canção que na América ouvi [...] ( NASCIMENTO,1980)
Após resolver algumas questões interpretativas sobre a letra de “Canção da
América”, determinados alunos leram em forma de jogral o “Poema do amigo
aprendiz”, do grande poeta português Fernando Pessoa, sentiram-se envolvidos, e,
imersos na poesia, todos nós também queremos aprender a ser verdadeiros
amigos... “Na medida mais precisa”.
Quero ser o teu amigo. Nem demais e nem de menos. Nem tão longe e nem tão perto. Na medida mais precisa que eu puder.
[...] (PESSOA)
E para concluir nossas considerações sobre amizade, os educandos
novamente expuseram, por escrito, suas reflexões e as compararam com o que
haviam registrado no início das atividades.
No que tange à Sexta seção, intitulada como “A vida vale a pena”,
buscamos, por intermédio da poesia, ressaltar para o nosso alunado a importância
da vida. Para explorarmos este tema, além dos magníficos textos poéticos,
apresentamos o vídeo do músico nicaraguense Tony Meléndez, como um exemplo
de amor à vida; que não se deixou abater pelas dificuldades, nascer sem as mãos,
não o impediu de tocar violão com maestria, faz isso com os pés. Dando sequência
às discussões, fizemos a leitura e a interpretação do poema “Dois e Dois: Quatro”,
nele o poeta maranhense Ferreira Gullar fala sobre as dificuldades de nossa
existência, mas também nos afirma ser tão certo que “a vida vale a pena” assim
“como dois e dois são quatro”. Ainda nessa atmosfera de conscientização a respeito
da necessidade de ter uma atitude positiva perante a vida, buscando sempre
superar-se, cada aluno recebeu um verso da letra musical do rap “Sem Parar” de
Gabriel O Pensador, leu para os colegas e elaborou algumas explanações. Depois
disso, efetuamos a audição da música e a ilustração dos versos já analisados, os
quais foram expostos nos murais da escola. Na continuidade desse tema tão
altruísta, os educandos, divididos em equipes, pesquisaram e apresentaram
algumas biografias de pessoas que se destacaram por lutarem pelos direitos
humanos e/ou que se tornaram exemplos de superação. Para finalizar o assunto,
cada aluno produziu um texto sobre um dos temas estudados durante a
implementação do projeto, a orientação era que a escolha deveria recair sobre o
gênero poético, mais especificamente rap ou dissertativo-argumentativo.
Finalizamos esta proposta com a Sétima seção “Sarau literário”. Para
realizar a culminância de nossos trabalhos, já vínhamos nos preparando há algum
tempo, selecionando produções para serem expostas e ensaiando as performances.
Estamos convictos de que foi um evento singular, em que os alunos através de suas
declamações emocionaram a comunidade escolar. O grupo que se apresentou
conseguiu contagiar a plateia, foi um momento mágico, em que a poesia se fez
presente, provocando deslumbres em muitos adolescentes, tanto que alguns alunos
do público demonstraram interesse em participar de outros saraus.
E assim, concluímos esta etapa dos nossos estudos sobre o gênero poético
junto aos nossos alunos. Cabe ressaltar que, no desenrolar das atividades,
percalços se evidenciaram, tais como: acanhamento para exposição de reflexões,
dificuldades para interpretações dos textos e para produções textuais. No entanto, o
contato com a arte literária, pelo viés do gênero poético, e unido à música mostrou-
se como um recurso bastante eficiente para o ensino-aprendizagem, despertando a
criatividade e a sensibilidade do aluno e ainda abrindo espaço para aprimorar os três
eixos do ensino Língua Portuguesa, a saber: leitura, escrita e oralidade.
4. Considerações finais
Esta etapa do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE) permitiu-
nos, através dos estudos, vislumbrar a importância do gênero poético no ensino da
língua materna. A poesia, com o seu potencial de despertar a sensibilidade, abriu
caminhos para que pudéssemos levar o aluno a fazer reflexões, perceber o mundo
de um jeito diferente, ampliar os seus horizontes e proporcionar situações que
favorecessem o trabalho com a leitura, escrita e oralidade. Parece ser essencial
direcionar, de alguma forma, o olhar do adolescente para o seu universo interior,
para as suas subjetividades, só, a partir daí, é possível apresentar-lhe as riquezas
presentes nas obras literárias, as verdades contidas em cada poema, em cada
conto, novela, romance.
Salientamos que, ao desenvolver as atividades mencionadas, foi possível
despertar a sensibilidade poética através de uma leitura de fruição de nossos
alunos; provocando o interesse pela literatura. O destaque dado à música, durante a
aplicação do projeto favoreceu o envolvimento, evidenciou-se como uma forma de
conectar-se ao universo da poesia, estabelecendo um clima propício para reflexões
enriquecedoras.
Estamos conscientes de que foi uma contribuição pequena e deve continuar,
já que a arte literária, em especial a poética, oferece possibilidades inesgotáveis
para o crescimento intelectual e pessoal do homem. Em vista disso, constatamos o
quanto a literatura se faz necessária no processo educacional, pois, além de nos
deslindar outras culturas, outros saberes, acima de tudo, nos faz humanos.
Durante a aplicação destas atividades, também estabelecemos discussões
sobre o tema em questão com uma equipe de professores, através do Grupo de
Trabalho em Rede (GTR). As apreciações feitas pelos colegas foram sobremaneira
pertinentes, além de possibilitarem acréscimos para a dinâmica das aulas, as
considerações de cada cursista trouxeram alento para a continuidade do trabalho
proposto, tendo em vista que todos foram unânimes em afirmar sobre a importância
do gênero poético para o desenvolvimento da aprendizagem e formação humana do
aluno. Dentre as diversas e riquíssimas ponderações dos professores destacamos
as seguintes: (P1) “Acredito que trabalhar poesia possa ser um caminho viável para
Interação virtual entre o professor PDE e um grupo de professores da rede pública do Estado do Paraná.
se chegar ao grande objetivo escolar e docente do aprendizado”; (P2) “(...) através
da leitura de poesia é possível desenvolver a sensibilização e, num processo que
retroalimenta a sensibilidade, incentivando o prazer de ler.”
Temos a certeza de que a inserção da poesia na escola configura-se como
trabalho paulatino, posto que a comunidade escolar mostra-se arredia, considera-a
difícil, por não estar familiarizada com esta arte. Cabe, portanto a nós, professores
de Língua Portuguesa, inserir poesia mais e mais em nossas aulas e no ambiente
escolar. É preciso resgatar a poesia que sempre fez parte da nossa humanidade,
pois ela poderá redimensionar esta trajetória árdua de educar, amenizará a aridez
que, às vezes, nos toma conta, já que são tantos desafios a enfrentar em nossa
práxis pedagógica.
5. REFERÊNCIAS
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