organizaÇÃo coletivo de sistematização de santa catarina ... · de economia solidária –...
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ORGANIZAÇÃO Coletivo de Sistematização de Santa Catarina:Andrea Viana FaustinoEliandra Gomes MarquesEloísa Salete SokulFilomena Martins LavadoLaíde David VitorinoRute Korte da VeigaParticiparam no início do processo de sistematização de SC:André Ruas, Pe. Dilmar Sell e Nilton Floriano
Edição: Cooperativa Catarse - Coletivo de ComunicaçãoProjeto gráfico e Diagramação: Rafael Corrêa e Sarah BritoIlustrações: Rafael CorrêaTiragem: 1.000 exemplares
Disponível para download em: http://cfessantacatarina.blogspot.com.br/
Realização Coletiva:
Apoio:
SUMÁRIO
I – APRESENTAÇÃO1. INTRODUÇÃO: O PROJETO CFES-SUL2. AUTOGESTÃO: O QUE ENTENDEMOS?
II – O TREM DA SISTEMATIZAÇÃO1. INTRODUÇÃO........................................................................................2. A ESTAÇÃO: O PLANO DA VIAGEM....................................................................3. A LOCOMOTIVA: A PRÁTICA DA AUTOGESTÃO...............................................4. OS TRILHOS: NOSSOS REFERENCIAIS...............................................5. OS VAGÕES: AS OFICINAS REGIONAIS....................................................................6. O DESTINO: CONSTRUÇÃO DE NOVOS CONHECIMENTOS E SABERES...............7. O DIÁRIO DE VIAGEM: OS CANAIS DE COMUNICAÇÃO...................................
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A quem nos dirigimos?Às (aos) educador@s populares em economia
solidária – trabalhador@s que buscam espe-
rança e sentido para outro mundo, sociedade
e economia possíveis a partir da prática
pedagógica; a tod@s que se identificam com
o movimento da economia solidária.
I – ApresentaçãoEsta cartilha é nosso “Diário de Viagem” do percurso por Santa Catarina – Brasil. É fruto do
processo de formação de educador@s¹ do projeto “Centro de Formação em Economia Solidária
da Região Sul” – CFES-SUL, cujo foco é a prática de um dos princípios da economia solidária – ES: A
AUTOGESTÃO.
O texto está dividido em duas partes: na primeira contamos quais são nossas intenções e
pretensões com esse trabalho coletivo; nossas motivações mobilizadas por uma política pública
de educação em economia solidária; e nossas compreensões acerca da AUTOGESTÃO.
Na segunda parte nos ocupamos de contar a ideia geradora do TREM DA SISTEMATIZAÇÃO, método
que orienta a sistematização de nossas experiências e práticas educativas em economia
solidária, e destacamos o quão ricas são as experiências vivenciadas e sistematiza-das por
emergirem da práxis² de educador@s.
¹O uso do símbolo @ no meio dos vocábulos serve para integrar ambos os gêneros – o masculino e o feminino. Segundo PACS (2008, p.8) “é um modo de romper com padrões patriarcais, a começar pelos próprios padrões da língua portuguesa.”.
²Práxis: ação-reflexão-ação.
Que objetivos tem esse texto?Nossa proposta é (1) apresentar as percepções mais relevantes sobre o processo de aplicação da
metodologia da AUTOGESTÃO nas oficinas regionais realizadas em SC; (2) resgatar as experiências
vividas e vivenciadas pel@s educador@s nas oficinas regionais; (3) sistematizar, aprofundar e
divulgar experiências de educação em economia solidária.
Aliás, nossa intenção é que a AUTOGESTÃO possa ser aplicada em todo e qualquer
empreendimento econômico solidário – EES, assim contribuindo para o fortalecimento de suas
relações internas e externas e levando, sobretudo, à reflexão a atuação de trabalha-dor@s como
sujeitos históricos do movimento da economia solidária.
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O objetivo do CFES–SUL foi criar uma rede de
educador@s em economia solidária, através
de pessoas que já atuavam no movimento,
para cooperar no fortalecimento dos EES'S
em seu potencial de inclusão social e de
sustentabilidade econômica, bem como em
sua dimensão emancipatória; e fazer
formação inicial e continuada em economia
solidária.
Para isso, realizaram-se, em Porto Alegre – RS,
cursos regionais com participantes do Rio
Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná e
posteriormente cursos, encontros e oficinas
em diversas regiões de cada estado. Essas
atividades foram desenvolvidas na perspec-
tiva da práxis pedagógica transformadora
envolvendo educador@s nesse processo,
baseado nos princípios e nas metodologias da
autogestão e da educação popular.
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Este material é especial porque
utiliza o método do Trem da
Sistematização, construído pelo
coletivo do CFES–SUL em 2010, e
que se utiliza de elementos
iconográficos nas várias etapas da
sistematização.
1. INTRODUÇÃO: O Projeto CFES-SulEm 2010, deu-se início ao projeto CFES–SUL,
convênio firmado entre a Secretaria Nacional
de Economia Solidária – SENAES, Ministério
do Trabalho e Emprego – MTE e Universidade
do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS), sendo
que a consolidação desse projeto faz “parte
das estratégias de uma Política Nacional de
Formação em Economia Solidária. Essa
proposta vem sendo construída há algum
tempo, permeando os debates do Fórum
Brasileiro de Economia Solidária – FBES e da
SENAES – MTE”. (BRASIL, 2009, p.3).
Portanto, os CFES'S
(BRASIL, 2009,
p.3).
“são processos e espaços
de inovação científica e tecnológica,
favorecendo a realização de estudos e pes-
quisas e a disseminação de conhecimentos e
tecnologias formativas apropriadas à
realidade e diversidade dos Empreendimen-
tos Econômicos Solidários”
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Ou seja,
(ANTEAG, 2005).
Em nossas atividades formativas/educativas
trabalhamos a AUTOGESTÃO como a prática
de um dos princípios da Economia Solidária e
a partir daí aplicamos metodologias
participativas levando à reflexão da necessi-
dade de autonomia para o exercício da
autogestão no chão do trabalho associado,
cotidianamente. Para isso, “afirmamos a au-
togestão como princípio e como prática da
Economia Solidária, que se vivencia nos dife-
rentes momentos e espaços, sendo o espaço
educativo também seu lugar”. (CÁRITAS BRA-
SILEIRA, 2012, p.15).
“a autogestão é um modelo de
organização em que o relacionamento e as
atividades econômicas combinam proprie-
dade e/ou controle efetivo dos meios de
produção com participação democrática da
gestão.”
Observamos que, apesar de algun(a)s
trabalhador@s não terem ideia do significado
ou da prática da autogestão, outr@s já
vinham executando-a em seus processos e
compartilhando-a na gestão autônoma e
democrática de seus EES'S. Sendo assim “a
autonomia coletiva sob o aspecto das práticas
faz referência à possibilidade de se tomar
decisões enquanto coletivo: a escolha das
tarefas (o que fazer e como fazer), das metas
(planejamento e eleição dos objetivos não
imediatos), do sentido do trabalho e da forma
de organização geral (eleição de procedimen-
tos e normas)”. (CATTANI, 2006, citado por
CRUZ, 2009, p.45).
Também foram realizadas oficinas regionais
onde @s educador@s fizeram o exercício de
experimentação do trabalho em alternância,
fazendo formação junto a trabalhador@s de
EES'S e viabilizando um processo de ensino-
aprendizagem às (aos) envolvid@s.
Entendemos que AUTOGESTÃO é a forma de
trabalhador@s organizad@s coletivamente
gerir o EES, pois são el@s que tomam as
decisões do que, como e quando produzir no
chão do trabalho associado³ e controlam todo
o processo produtivo.
A AUTOGESTÃO – um dos elementos consti-
tutivos da economia solidária, “é um projeto
de organização democrática que privilegia a
democracia direta”. (MOTHÉ, 2009, p.26).
2. AUTOGESTÃO: O que entendemos?
³ Trabalho associado é o mesmo que empreendimento econômico solidário.
Oficina Extremo Oeste
Oficina Extremo Oeste
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2. A Estação: O Plano da Viagem
2. A Locomotiva: a prática da autogestão
A equipe de sistematização do coletivo de
educador@s de SC escolheu sistematizar as
experiências vivenciadas junto as quatro (4)
oficinas regionais realizadas durante o ano de
2011, as quais envolveram trabalhador@s de
EES'S urbanos e rurais das regiões do Extremo
Oeste, Oeste, Florianópolis, Sul, Vale do Itajaí
e Litorânea. Foi aplicada a autogestão da
pedagogia nas atividades educativas dessas
oficinas, através das equipes autoges-
tionárias. O tema foi consensuado pelo
coletivo no encontro estadual do CFES-SC em
dezembro de 2010: “Sustentabilidade dos
Empreendimentos Econômicos Solidários”.
Iniciamos nossa viagem na região do
EXTREMO OESTE e nosso percurso nos levou aDisponível em: < >.
No sítio < > encontram-se materiais teórico-metodológicos sobre sistematização, inclusive esse método na íntegra.
http://cirandas.net/cfes-nacional/trem-sistematizacao-sul.pdf
http://cirandas.net/cfes-nacional/biblioteca-do-cfes/sistematizacao?view=true
II - O TREM DA SISTEMATIZAÇÃO
1. Introdução
O TREM DA SISTEMATIZAÇÃO é um método
construído a partir dos referenciais teórico-
metodológicos baseados em Oscar Jara
Holiday, Elza Maria Fonseca Falkembach e
Cristina Meirelles que apresenta uma
linguagem popular e se utiliza da imagem do
trem para favorecer a compreensão do
processo de sistematização.
Este método foi utilizado no resgate das
experiências vivenciadas durante as ativida-
des previstas no projeto do CFES–SUL, com o
objetivo de sistematizar a prática da
autogestão da pedagogia.
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5. Os Vagões: as oficinas regionais
A primeira parada da locomotiva foi na
ESTAÇÃO SÃO MIGUEL DO OESTE, localizada na
região do Extremo Oeste Catarinense,
durante os dias 26 e 27 de julho de 2011, no
San Willa's Hotel. Aí foi anexado o “primeiro
vagão” para composição do trem, cujo
coletivo foi composto pelos participantes da
primeira oficina realizada em Santa Catarina,
ou seja, representantes de EES rurais e urba-
nos, educador@s do coletivo de SC e
facilitadores convidados, a exemplo das três
(3) outras oficinas realizadas no estado.
O primeiro momento do dia foi marcado pela
mística de solidariedade e autogestão, que
possibilitou a apresentação d@s participan-
tes e suas expectativas, verificamos sua
importância para as formações em economia
solidária como prática social na protagoniza-
ção de mudanças no modo de pensar e agir.
juntando à locomotiva, através de quatro (4)
oficinas realizadas durante o ano de 2011.
Durante a realização das oficinas procuramos
avaliar a prática da autogestão da pedagogia
identificando não somente os aspectos
positivos, mas procurando também localizar
as contradições e os limites na busca por
respostas e soluções mais adequadas.
Essa avaliação possibilitou às agentes da
sistematização visualizar que à medida que
trabalhador@s se organizam para enfrentar
seus desafios e dificuldades vão acumulando
forças, crescendo em conhecimento, se
empoderando e aprimorando seus processos
produtivos através da formação/educação
“pensando criticamente a prática de hoje ou
de ontem que se pode melhorar a próxima
prática”. (FREIRE, 1996, p. 39).
4. Os Trilhos: nossos referenciais
Conduzimos as reflexões de nossas práticas
alicerçadas em referenciais políticos
construídos pelo movimento da economia
solidária como as Oficinas Nacionais de
Formação em Economia Solidária e a Carta de
Princípios do FBES e em referenciais teórico-
metodológicos como Mothé, Freire, entre
outros.
Pensamos nossa prática da sistematização de
forma participativa e colaborativa, amarran-
do e consolidando laços sociais, com a
finalidade de provocar a transformação social
através do compartilhamento de conheci-
mentos e experiências frutos dos saberes e
fazeres. Dessa forma, desejamos que essa
transformação se dê de forma emancipató-
ria a partir dos EES'S para todo o movimento
da economia solidária.
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A simbologia da árvore remete ao todo, à
sustentabilidade já conquistada pelos EES'S.
As raízes simbolizam a base e nela está a
formação, ou seja, para os EES'S terem
sustentabilidade é preciso fazer formação e
aplicá-la continuamente. O caule é a sustenta-
ção para os galhos e também o meio que leva
o alimento que a raiz retira da terra. Os galhos,
que estão representados pelo tripé da
sustentabilidade, amparam as ramificações
pequenas onde estão contidas as folhas e os
frutos. Os frutos são as sementes plantadas e
que agora estão prontos para serem colhidos.
Essa técnica proporcionou aos grupos refletir
sobre as tomadas de decisões nos EES'S.
A linguagem popular, as metodologias
participativas e as articulações contribuíram
para a compreensão do processo educativo,
para a participação ativa nesse espaço de
gestão compartilhada, para a interação
através do diálogo, favorecendo a troca de
saberes e a geração do conhecimento e
elevação do nível de consciência dos sujeitos.
O trem fez sua segunda parada na ESTAÇÃO
CHAPECÓ, nos dias 08 e 09 de agosto de 2011
na Associação Estadual de Mulheres
Agricultoras (AEMA). Nesse espaço-tempo foi
realizada a segunda oficina de formação em
economia solidária de Santa Catarina, com
trabalhador@s de EES'S urbanos e rurais da
região do Oeste Catarinense.
Inicialmente, através da dinâmica O QUE
TRAGO e O QUE ESPERO, tod@s expressaram
suas expectativas, dentre elas destacam-se:
Destaca-se
que a mística esteve presente na abertura e
no fechamento da atividade, pois através dela
Nesse vagão,
75% eram mulheres de cooperativas e asso-
ciações.
“que todos nós construímos esse momento
para fortalecermos essa caminhada”; “troca
de experiências”; “ajuda mútua”.
A autogestão da pedagogia foi apresentada
através da criação de equipes de trabalho que
passaram a se reunir para compreender e
debater o seu papel na condução das
atividades. Esta metodologia participativa foi
bem aceita por tod@s, uma vez que as
responsabilidades durante a atividade de
formação não foram forçadas nem delegadas
e cada participante assumiu seu papel com
liberdade de escolha.
O resgate dos acontecimentos e fatos
históricos que marcaram o movimento da ES
na região, no estado e no Brasil, foi realizado
através de uma análise de conjuntura.
Com base nos princípios da economia
solidária – autogestão, cooperação, sustenta-
O
método da linha do tempo facilitou às(aos)
participantes visualizarem a participação de
seus EES'S naqueles fatos e acontecimentos,
inserindo-se de forma participativa.
bilidade e solidariedade –, a educadora suge-
riu às (aos) participantes formarem grupos
para que cada um debatesse sobre um dos
princípios.
Após o debate, os grupos socializaram suas
impressões, e em seguida foi proposta a
construção da concepção de economia
solidária. A(o)s trabalhador@s associad@s
entendem economia solidária como
Sobre o tema “Sustentabilidade dos EES'S” foi
realizada uma rodada de conversas cujas
reflexões serviram de base para a construção
de um mapa de ideias simbolizado por uma
árvore.
“um
conjunto de ações sustentáveis desde a
produção, comercialização e consumo que
levam em consideração os saberes do
coletivo, que compartilham os sonhos e
emoções, contribuindo com uma melhor
qualidade de vida”. (MEMÓRIA OFICINA
REGIONAL EXTREMO OESTE, 2011).
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Com base nos princípios da economia
solidária e após a visualização de um vídeo
sobre esse tema, foi discutida a concepção de
economia solidária que culminou no seguinte
conceito:
Dessa percepção construída coletivamente
foi fácil compreender e traçar um paralelo
entre as diferenças de valores na economia
solidária e no capitalismo.
“é um jeito de viver através da
cooperação entre as pessoas, valorizando a
participação, onde os sujeitos são
protagonistas de sua vida, de sua história,
construindo de forma coletiva, a sua inclusão
na sociedade, de forma sustentável,
garantindo que haja igualdade e justiça
social na geração e distribuição da renda,
com a organização de redes, com a troca de
produtos e saberes e a autogestão de seus
empreendimentos.”.
Sobre o tema Sustentabilidade, colocou-se
que os EES's precisam pensar não só a parte
econômica, mas a social e ambiental
c o n j u n ta m e n t e p a ra a l c a n ç a r s u a
sustentabilidade.
Por fim, a avaliação da oficina feita a partir da
dinâmica QUE BOM, QUE PENA e QUE TAL apontou
como pontos positivos “as trocas de
experiências, as socializações, as equipes
autogestionárias, o processo formativo em
Economia Solidária”. Como sugestões têm-
se: “trazer canecas, participar dos diversos
espaços onde se discute e acontece a ES,
convidar mais pessoas para se envolver no
movimento”. Contudo, como crítica constru-
tiva, apontou-se a falta de envolvimento do
poder público na ES. (MEMÓRIA OFICINA REGIONAL
OESTE, 2011).
foi possível @s participantes se sentirem
acolhid@s e pertencentes àquele momento.
Nessa perspectiva, foi aberto diálogo sobre a
compreensão de cada um(a) do que é
AUTOGESTÃO para que, em seguida, fosse
apresentada como se daria a gestão da
oficina. Observamos que o momento foi de
surpresa quando tod@s receberam a infor-
mação que seriam cogestores das atividades
a partir da organização de EQUIPES
AUTOGESTIONÁRIAS.
Compreendida essa metodologia, as equipes
se reuniram e planejaram como podiam estar
contribuindo no processo de construção das
atividades, já que é um processo aberto e em
constante transformação.
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foi centralizado por um(a) facilitador(a), de
forma acadêmica, na prática da educação
vertical, sem a construção de uma dinâmica
que envolva o coletivo, ocorreu uma inibição
d@s participantes na colaboração da
construção do entendimento do assunto.
Assim, na construção de qualquer processo
de formação autogestionária a coordenação
inicial tem que fazer um planejamento ante-
antecipado e flexível, prevendo possíveis
alterações no cronograma e nos temas,
considerando que nesse tipo de formação os
participantes também se inserem na
construção do processo de formação durante
os trabalhos.
A terceira parada do trem foi na ESTAÇÃO
FLORIANÓPOLIS, nos dias 11 e 12 de agosto de
2011, no Hotel Morro das Pedras. Esse
terceiro vagão apresentou uma superlotação,
porque veio com quarenta (40) represen-
tantes de EE'S das regiões SUL, FLORIANÓ-POLIS,
VALE DO ITAJAÍ e LITORÂNEA.
Desde o início os participantes se inseriram
nas equipes de autogestão (Coordenação,
Memória, Criatividade e Avaliação), já
praticando a autogestão e interagindo entre si
e entre as diversas regiões representadas.
Utilizando-se de diversas dinâmicas, @s
facil itador@s conseguiram construir
juntamente com @s trabalhador@s de forma
participativa os diversos conceitos e os
objetivos dos temas abordados. A partir da
análise e recorte de artigos em revistas
informativas, o coletivo fez suas reflexões em
torno da questão “Como você vê o mundo?” e
trouxe para o debate em plenária elementos
como a degradação do meio ambiente, falta
de investimentos na educação, violência,
consumismo desenfreado, etc..
Observamos que o material impresso
distribuído para os trabalhos influenciaram
negativamente na visão de mundo dos
participantes, apesar de alguns enfatizarem
questões positivas como a esperança, o amor
e a solidariedade. A partir dessa percepção, os
trabalhos resultaram numa plenária não
prevista.
Outras plenárias aconteceram no decorrer da
oficina com abertura ao diálogo sobre
“Resgate da História da Economia Solidária” e
“Formas de Formalização de EE'S”, resultando
em esclarecimentos de dúvidas e mudança de
paradigmas.
Durante determinada plenária notamos que
quando a provocação do tema a ser discutido
ilustração florianópolis
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modo que identifiquemos estratégias e
pensamos novas ações para transformar a
prática diária.
Podemos contar de diversas formas, através
de diferentes canais, tudo o que foi analisado
e refletido durante o processo de sistema-
tização das experiências vivenciadas.
Assim, as agentes de sistematização decidi-
ram por produzir esta cartilha e um vídeo-
documentário como veículos de divulgação
das metodologias que envolveram a prática
da autogestão e os princípios da educação
popular nas oficinas realizadas. Os produtos
estão disponíveis em:
5. O Diário de Viagem: os canais de divulgação
http://cfessantacatarina.blogspot.com.br/
Desejamos que esse material sirva
de referência em outras atividades
de formação/educação para
aquel@s que de alguma forma
visualizem essa possibilidade
como veículo de transformação no
seu próprio meio ou a partir dele
fortalecer o movimento da
economia solidária.
As avaliações das atividades feitas pelo
coletivo apontaram que as trocas de
experiências enriqueceram os saberes e
contribuíram, e muito, para o resultado
positivo da oficina. Também se concluiu que
o número ideal para a realização de oficinas
de formação é de no máximo 20 pessoas,
considerando a diversidade de pessoas e de
atividades econômicas que integram os EES'S.
As agentes de sistematização destacam a
importância das equipes autogestionárias se
interrelacionarem, pois avaliar todo o
processo de formação provoca mudanças no
próprio conduzir das atividades e seus temas.
(MEMÓRIA OFICINA REGIÃO FLORIANÓPOLIS, SUL,
VALE DO ITAJAÍ E LITORÂNEA, 2011).
4. Destino: construção de novos conhecimentos e saberes
A viagem do TREM DA SISTEMATIZAÇÃO não
termina em Florianópolis. Desejamos que
outros vagões se anexem a este trem através
de novas atividades de formação com a
utilização da autogestão da pedagogia, com o
objetivo da continuidade dessa jornada cujo
destino final é consolidação da economia
solidária tornando-a fortalecida, atuante e
triunfante em suas lutas: outra economia é
possível; outro mundo é possível para tod@s
viverem.
Mesmo encontrando dificuldades e obstá-
culos objetivos e subjetivos durante a realiza-
ção dessa sistematização continuamos a
viagem de trem. E concluímos que é neces-
sário sistematizar e teorizar nossas experiên-
cias e práticas pedagógicas, refletindo-as de
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MEMÓRIA Oficina Regional Extremo Oeste. São Miguel do Oeste/SC, julho 2011.
Disponível em: <http://www.cfessantacatarina.blogspot.com.br/>.
MEMÓRIA Oficina Regional Oeste. Chapecó/SC, agosto 2011. Disponível em:
<http://www.cfessantacatarina.blogspot.com.br/>.
MEMÓRIA Oficina Regional Florianópolis. Florianópolis/SC, agosto 2011.
Disponível em: <http://www.cfessantacatarina.blogspot.com.br/>.
MOTHÉ, Daniel. Autogestão. In: ESPANHA, Pedro. Dicionário internacional da
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VÍDEOSOUTRA Economia Acontece (documentário) – Arquivo de vídeo (25 min).
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<http://www3.mte.gov.br/ecosolidaria/prog_desenvolvimento_campanha_ma
terial_videos.asp>.
IMPRESSOS CONSULTADOSANTEAG – Associação Nacional dos Trabalhadores e Empresas de Autogestão e
Participação Acionária. Autogestão e Economia Solidária – Uma nova
Metodologia, v. 2. Ministério do Trabalho e Emprego, 2005.
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Secretaria Nacional de Economia
Solidária. Termo de Referência para a implantação dos Centros de Formação em
Economia Solidária – CFES. Brasília: SENAES/MTE, 2009.
CÁRITAS BRASILEIRA. Sistematização de experiências da Economia Solidária.
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CFES-SUL. Trem da Sistematização. Coletivo do CFES-SUL, Porto Alegre/RS, 2010.
CRUZ, Thales Speroni Pereira da. O desenvolvimento da autonomia coletiva em
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Conclusão de Curso Graduação) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
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PACS – INSTITUTO POLÍTICAS ALTERNATIVAS para o Cone Sul. Modos de fazer
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