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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
ELIANE DE MORAES BUENO
Leitura dos Contos Fantásticos: Formação de Leitores
Curitiba
2013
ELIANE DE MORAES BUENO
LEITURA DOS CONTOS FANTÁSTICOS: FORMAÇÃO DE LEITORES
Unidade Didática requisitada pela SEED – SecretariaEstadual de Educação. Produção didático-pedagógicaque constitui parte integrante dos estudos realizadosdurante a participação no Programa deDesenvolvimento Educacional – PDE, contendo textode Fundamentação Teórica bem como proposta deatividades a serem implementadas com alunos doEnsino Fundamental do Colégio Estadual ZacariasCardoso de Cristo.
Orientador: Prof. Mestre Silvino Iagher
CURITIBA
2013
Ficha para identificação da Produção Didático-Pedagógica – Turma 2013
Título: Leitura dos Contos Fantásticos: Formação de Leitores
Autor: Professora Eliane de Moraes Bueno
Disciplina/Área: Língua Portuguesa
Escola deImplementação do Projeto e sualocalização:
Colégio Estadual Zacarias Cardosode Cristo
Município da escola: Rio Branco do Sul
Núcleo Regional deEducação:
Área Metropolitana Norte
Professor Orientador: Prof. Mestre: Silvino Iagher
Instituição de EnsinoSuperior:
UTFPR
Relação Interdisciplinar:
Resumo: A presente Unidade é parteintegrante do projeto de intervençãopedagógica da disciplina de LínguaPortuguesa, vinculada ao - Programa deDesenvolvimento Educacional - PDE 2013,elaborada para desenvolver uma práticadocente mais satisfatória, e sanar asdificuldades de leitura presentes nos alunosdo 6ºano do Ensino Fundamental. A falta deinteresse dos alunos pela leitura é o que nosimpulsiona por esta temática. Comoprofessora alfabetizadora entende-se que adisciplina de Língua Portuguesa tem umcompromisso maior de intervir neste contexto.Os alunos leem, mas não conseguem atingiro referencial do texto, apenas decodificam oscódigos linguísticos, realidade presente namaioria das Escolas Públicas, fator queimpossibilita o professor a prosseguir e fazercom que o aluno evolua satisfatoriamente naaprendizagem. Então, faz-se necessáriorepensar e refletir sobre o ensino da língua
materna, principalmente nas séries iniciais, ebuscar alternativas para que se desenvolvauma prática docente voltada para odesenvolvimento da compreensão da leitura,visto que ela é o fio condutor para todas asáreas do conhecimento humano.
Palavras-chave: Contos Fantásticos: Formandoleitores.
Formato do MaterialDidático:
Unidade Didático-Pedagógica
Público: Alunos do 6º ano do EnsinoFundamental.
APRESENTAÇÃO
Contos Fantásticos: Formação de Leitores
Esta Unidade didática foi produzida a partir das experiências adquiridas
e vivenciadas como professora alfabetizadora das séries iniciais do Ensino
Fundamental e Médio, das leituras, das reflexões, orientações e estudos
realizados no Programa de Desenvolvimento Educacional PDE 2013, da
Secretaria de Estado da Educação do Paraná. Ela constitui-se como Atividade
didático-pedagógica e faz parte de um projeto de pesquisa mais amplo que
procura responder com eficiência aos problemas e às deficiências nas
atividades que envolvem leitura e compreensão. Esta dificuldade está presente
no universo escolar, sendo um dos enfrentamentos não somente dos
professores de Língua Portuguesa como também das outras disciplinas.
A dificuldade em ler e compreender um texto em estudo torna-se mais
evidente quando o professor solicita um posicionamento do aluno, no que se
refere ao assunto tratado no texto, seja por práticas da oralidade ou da escrita.
O enfrentamento dessas dificuldades se faz necessário, por intermédio da
disciplina de Língua Portuguesa. O desafio é encontrar maneiras para fazer
com que a leitura se faça presente na vida do aluno, e que ele perceba o
quanto pode ser prazerosa essa atividade. Optou-se por utilizar os Contos
Maravilhosos, pois se acredita que por meio das leituras desse gênero literário,
o aluno sinta-se fascinado pela fantasia e a magia que envolve essas
narrativas.
O trabalho pedagógico, através da leitura dos Contos Maravilhosos, irá
contribuir para desenvolver as competências linguísticas, cognitivas a
capacidade comunicativa, ampliar o vocabulário e a prática da escrita sendo
um avanço significativo em outras áreas do conhecimento, pois a habilidade de
leitura se faz presente em todas as disciplinas. O desafio é extrapolar o
ambiente escolar. À medida que a prática da leitura se desenvolve e o
indivíduo a toma para si, ele passa a compreender melhor a realidade, adquire
novos valores, estabelece relações harmoniosas e convive melhor socialmente.
Esta unidade está organizada em dez partes e procura contemplar as
quatro modalidades linguísticas: ouvir, falar, ler e escrever. Com enfoque no
gênero: Contos Maravilhosos.
1 Introdução
A presente Unidade aborda questões pertinentes à leitura,
principalmente as séries iniciais do Ensino Fundamental, onde o objetivo
primordial é formar cidadãos para interagir e compreender o mundo.
No entanto, cabe à escola oportunizar o aluno para que ele desenvolva
este aprendizado de maneira eficiente, pois, não basta apenas decodificar os
códigos linguísticos é preciso atingir o referencial do texto, e, desse modo,
preencher essa lacuna e desenvolver uma pedagogia voltada para a formação
do leitor. Theodoro da Silva (1996) salienta que
Ler é antes de tudo, compreender, ao experienciar a leitura, o leitorexecuta um ato de compreender o mundo; transformando-o etransformando-se. A leitura se manifesta então, como a experiênciaresultante do trajeto seguido pela consciência do sujeito em seuprojeto de desvelamento do texto. Por sua vez, os novos significadosapreendidos na experiência do leitor fazem com que este seposicione em relação ao documento lido [...] facilitando o surgimentoda reflexão e da tomada de posição (THEODORO, 1996, p. 43-64).
O professor comprometido em desenvolver uma prática docente
sólida, capaz de fazer com que o aluno evolua e não fique estagnado, deve
buscar desenvolver uma metodologia diferenciada, para assim, proporcionar ao
educando o aprimoramento e o desenvolvimento das quatro habilidades
linguísticas essenciais: ler, escrever, ouvir e falar. Segundo Frank Smith (apud
Charmeux, 1995),
As crianças aprendem a ler não por causa dos programas prontosde ensino, mas porque os professores conseguem fazer com queelas encontrem um sentido para o ensino que recebem. É nasabedoria e na intuição do professor que devemos confiar desde queestes disponham das bases necessárias para tomar, em sua classe,decisões que só cabem a eles tomarem. (CHARMEUS, 1995, p.137)
Nesta perspectiva optou-se por contemplar uma das modalidades
integrantes nas Diretrizes Curriculares da Educação Básica, “Narrativas
Fantásticas” sendo este gênero um dos quais se adapta à faixa etária do
público a qual esta unidade é direcionada, levando-se em conta o interesse dos
alunos pela fantasia, o lúdico e a magia que estas narrativas apresentam.
Deste modo o professor poderá explorar esse universo rico e imaginário,
presentes no mundo infantil, para envolver os alunos, e, assim, sintam-se
fascinados e seduzidos pela leitura desse gênero literário.
Magda Soares (2004) nos dá a definição de “letramento: estado ou
condição de quem não apenas sabe ler e escrever, mas cultiva e exerce as
práticas sociais que usam a escrita”. O trabalho com o texto literário é o
principal condutor para o domínio da língua e da linguagem. A disposição da
criança em aceitar as coisas mais espantosas, com encanto e naturalidade, já
faz com que ela se interesse mais prontamente por uma história de pura e
gratuita imaginação, do que pela literatura que foi feita expressamente para
educá-la e que visa abertamente dar-lhe alguma lição.
Segundo Coelho (1996) “[...] todo o ser humano necessita de distração
e esta necessidade é alimentada com certa dose de sonhos, de beleza, de
fantasia e de imaginação”.
Despertar o gosto pela leitura e formar leitores, por meio dos contos
fantásticos explorando o imaginário infantil irá contribuir positivamente para a
aprendizagem e o desenvolvimento da leitura, contribuindo também para o
desenvolvimento psicológico e intelectual, expandindo a “mente” das crianças
para novas aprendizagens.
Para Nelly Coelho (1987),Em nossa sociedade os contos de fadas ganharam uma novaroupagem indo além do prazer da leitura, pois, com a “descoberta” desua importância simbólica, do lúdico, da imaginação e da fantasiaproporcionamos a construção de uma personalidade sadia nacriança. (COELHO, 1996, p. 09)
Esse gênero é um recurso importante para o professor utilizar em sala
de aula, pois, ele auxilia a se efetivar uma educação voltada para outras
culturas e realidades diferentes. As características dos contos fantásticos são
elementos primordiais para introduzir a criança no universo literário e assim
construir conhecimento. Ao professor cabe disponibilizar dos mais variados
títulos, para que os alunos possam manuseá-los, cheirá-los e se deixarem
seduzir por eles. Sem dúvida esse é um dos caminhos para o desenvolvimento
da prática leitora.
Para Bruno Bettlheim (1980) os contos contribuem significativamente
para o desenvolvimento da fantasia infantil, fornecem à criança elementos para
a superação do medo, da insegurança, da rejeição, dos conflitos e do
sentimento de inferioridade. O autor afirma que os contos fantásticos aliviam as
tensões exercidas pelos problemas existenciais, e a criança é impulsionada a
lutar pelos valores e acreditar de maneira positiva na vida.
Este é um percurso que o professor deve traçar com um único objetivo,
despertar o leitor que está adormecido, proporcionando momentos e atividades
voltadas para este fim. Só se aprende a ler lendo, mas é preciso gostar de ler,
e a escola deve proporcionar esses momentos de leitura, mas de uma maneira
gostosa para que o aluno possa evoluir e a leitura ultrapasse os muros da
escola. Dessa maneira pode-se construir desenvolver e aprimorar a habilidade
da leitura e da escrita no contexto escolar e fora dele.
Desenvolvimento Metodológico
Na contemporaneidade saber ler é fundamental e necessário para o
aprimoramento de novos conhecimentos. Atualmente podemos constatar que
no âmbito escolar a leitura não acontece de maneira prazerosa, os alunos leem
por obrigação e insatisfatoriamente. A leitura acontece para a execução de
outras atividades escolares e não como uma atividade específica voltada para
o aprimoramento da prática leitora, isso acarreta um distanciamento do leitor
com o livro.
Nas Diretrizes Curriculares da Educação Básica Estadual do Paraná,
compreende-se que a leitura é um ato dialógico, interlocutivo que envolve
demandas sociais, históricas, políticas, econômicas, pedagógicas e ideológicas
de determinado momento. Ao ler, o individuo busca as suas experiências, os
seus conhecimentos prévios, e todos os elementos que contribui para a sua
formação, seja ela familiar, religiosa, cultural, e todos os outros que o
constituem.
É no ambiente escolar que a prática da leitura se desenvolve, e o objetivo
principal deve ser a formação de leitores. Cabe então ao professor desenvolver
um trabalho pedagógico voltado para desenvolver no aluno o gosto e o prazer
de ler.
É importante ressaltar que o aluno, quando descobre o gosto pela
leitura ele expressa com mais clareza o que pensa e o que sente, produz
melhor seus textos consegue aprimorar o conhecimento linguístico e como
funcionam os mecanismos da língua, na fala e na escrita, aprimora os
conhecimentos de mundo e entende melhor a realidade.
Para Silva (2005, p.24)
[...] A prática leitora é um princípio de cidadania, ou seja, o leitorcidadão, pelas diferentes práticas de leitura, pode ficar sabendo quaissão suas obrigações e também pode defender os seus direitos alémde ficarem aberto às conquistas de outros direitos necessários parauma sociedade mais democrática e feliz.
O propósito é desenvolver no aluno uma prática leitora voltada para o
prazer de ler e para a formação do cidadão crítico capaz de interagir
socialmente e ser conhecedor dos seus direitos. Faz-se então, necessário que
desde inicio da escolaridade essa prática se desenvolva. Assim, nada mais
agradável e interessante do que explorar o imaginário infantil por meio dos
Contos Maravilhosos, e fazer com que essa prática se perpetue, e, dessa
forma, formar um leitor competente.
O desenvolvimento metodológico desta unidade didático pedagógica
apresenta oito etapas, estas etapas são apenas sugestões, caberá ao
professor decidir se é viável a sua aplicação, podendo adaptá-lo e ajustá-lo a
sua realidade escolar.
1. O Professor deve atuar com os alunos conversando e explanando cada
etapa, retomando e readaptando quando for construindo através da sua
prática docente, futuros leitores. Sendo assim, cabe a ele inteirar-se do
conteúdo e das atividades propostas e conduzi-las de maneira com que os
alunos se envolvam para que realmente ela possa apresentar resultado, e
dessa forma, possa refletir positivamente para a prática docente a qual está
direcionada: a formação de leitores.
2. O professor apresentará o projeto aos alunos e o gênero a ser
abordado, por meio da fala e dos slides, fazendo com que os alunos
interajam oralmente, mediando a conversa e interagindo com eles. Após a
apresentação, o professor irá apresentar aos alunos as frases dos
pensadores, com incentivo à leitura. Esses cartazes deverão ficar expostos
na sala para que os alunos visualizem e possam ler. Pode-se confeccionar
um mural onde ficarão os trabalhos dos alunos, utilizando uma parede da
sala: é importante que fique visível aos olhos de todos. Transformar a sala
de aula em um ambiente propício e agradável para as atividades de leitura.
3. O professor fará a primeira leitura do conto. Com a sala já preparada e
as crianças envolvidas, ele deve propor aos alunos uma viagem, dando
asas à imaginação: (aqui a concentração dos alunos é muito importante e a
leitura pelo professor deve prosseguir de forma agradável e envolvente). È
importante que não haja interrupções para não quebrar o clima e tirar a
atenção dos alunos. O professor pode colocar na porta da sala um cartaz
com a seguinte frase: “ALUNOS LENDO”. POR FAVOR, NÂO
INTERROMPA. Ou criar algum outro dispositivo para que situações
externas não adentrem à sala de aula para não perturbar e desconcentrar
os alunos nos momentos de leitura.
4. Colocar à disposição dos alunos vários livros do gênero e fazer com
que eles leiam silenciosamente, individualmente ou em grupo. Criar rodas
de leitura e levá-los a outros lugares para visita e para que possam ler
nesses ambientes. Fazer com que eles frequentem a biblioteca da escola,
e incentivá-los a retirada de livros emprestados, propondo atividades
extraclasses para incentivo à leitura.
O professor pode criar no fundo da sala o cantinho da leitura, e colocar
os livros de contos de maneira que os alunos tenham acesso e ao término das
atividades cotidianas eles podem ler, pois sempre há alunos que terminam
suas atividades rapidamente e ficam ociosos em sala, é uma maneira de o
professor poder auxiliar os alunos com mais dificuldades, sem que a turma
fique alvoroçada. É claro que esta leitura deve acontecer de maneira
prazerosa, não como castigo, caso contrário ela não auxilia no
desenvolvimento do projeto.
5. Desenvolver atividades lúdicas e artísticas por meio de recortes, pinturas,
dobraduras e dramatizações. Nestas atividades o professor deve organizar-se
antecipadamente com os materiais a serem utilizados, levar para a sala de
aula: giz de cera, lápis de cor, cola fita adesiva, tintas, pincéis, cartolina, papel
cartaz, tesoura e etc. Procurar desenvolver as atividades sem transtornos para
os outros segmentos da escola.
Realizar atividades para desenvolver a oralidade dos alunos. Leitura
silenciosa do conto feito pelos alunos, formar grupos para que contem
individualmente as histórias que leram, e, após, escolher uma história para
contar ao grande grupo.
Em cada atividade proposta, o professor deve estar sempre mediando o
trabalho dos alunos, e incentivando para que evoluam satisfatoriamente. A
oralidade é uma modalidade pouco contemplada nas práticas pedagógicas, o
que presenciamos é o aluno mais ouvinte e mais passivo. Esta é uma
oportunidade para que o professor propicie o desenvolvimento desta prática.
6. Proporcionar aos alunos outras leituras, por meio da música e do
cinema. Fazer com que eles ouçam a música João e Maria para identificar nela
as personagens e as características dos contos fantásticos. Deixar com que se
envolvam com a melodia da canção e possam aprender a cantar dando asas
ao imaginário infantil. Enquanto eles ouvem a música eles criam um cenário
particular, isso propicia um momento de criação. Na sequência o professor
pode solicitar a interpretação da música por meio de desenhos. O professor
escreve a letra da música e a coloca no painel com as atividades dos alunos.
Passar o filme A Bela e a Fera para os alunos assistirem como atividade
complementar, e também para poder comparar o filme e o livro. Nesta atividade
o professor já deve ter realizado a leitura do conto com os alunos para que eles
possam então realizar as atividades propostas.
7. Utilizar os contos maravilhosos para que os alunos se apropriem das
habilidades da escrita. Propor, após a leitura dos contos, a reescrita dos
mesmos. Os alunos poderão desenvolver atividades individuais, em grupo e ao
término das atividades o professor fará as devidas correções para então,
colocá-las ao mural. Ao final, fazer a produção de um livro, com a reescrita de
um conto adaptando aos dias de hoje, que será exposto com os trabalhos que
os alunos produziram no decorrer do desenvolvimento do projeto.
8. Para concluir as atividades e apresentá-las à comunidade escolar e aos
pais, a professora, os alunos e outros segmentos da escola farão o
encerramento do projeto com uma festa fantasia. Os alunos deverão estar
caracterizados de uma personagem fantástica, deverá ter apresentações de
grupos de dança, o espaço deve ser previamente preparado. Para que esta
atividade se realize precisará do empenho da professora. É uma oportunidade
de proporcionar uma atividade diferenciada das quais eles já realizam no dia a
dia escolar. E assim, poder apresentar os trabalhos que foram realizados no
decorrer do desenvolvimento do projeto aos pais e a comunidade escolar como
incentivo à leitura.
As atividades que seguem serão desenvolvidas em etapas
Primeiramente, o professor iniciará uma conversa com os alunos para
apresentar o trabalho que será desenvolvido e qual o objetivo: Formação deleitores. Esclarecer a eles, quais os caminhos a serem percorridos e o gênero
a ser trabalhado: Contos Fantásticos.
O professor conduzirá uma conversa com os alunos de maneira
contextualizada, apresentando a eles alguns livros de contos e permitindo que
visualizem e manuseiem.
Seleção dos Contos Maravilhosos para serem lidos, discutidos,
interpretados e reescritos.
Sugestões:
“Alice no País das Maravilhas”, de Lewis Carroll.
“A Bela e a Fera”, de Gabriele Suzanne Bardot.
“Rapunzel”, dos irmãos Grimm.
Primeira etapa: Questionário pré-sondagem
Averiguar o que os alunos pensam sobre a leitura, por meio de atividades
escritas, em que o professor deverá distribuir uma folha para cada aluno, e
solicitar que os mesmos leiam em silêncio e respondam individualmente.
Atividades para os alunos: Questionário pré-sondagem para saber
o que eles pensam sobre a leitura.
1) Você gosta de ler e ouvir histórias?
2) Quais livros você leu?
3) Onde você costuma ler?
4) Que livros você possui em casa para leitura?
5) Seus pais costumam ler?
6) O que seus pais gostam de ler?
7) Você se lembra de ter lido alguma história que você gostou muito?
Qual?
8) Quais personagens de histórias que você conhece?
9) Você já ganhou algum livro de presente?
10) Você costuma visitar a biblioteca da sua escola? Com que frequência?
11) Você conhece outras bibliotecas?Quais?
12) O que você pensa sobre a leitura?
Ao término da atividade, o professor deve solicitar que os alunos
apresentem de forma objetiva e clara para a classe o que escreveram.
A partir das respostas dos alunos, o professor irá explanar sobre a
importância da leitura.
Confeccionar cartazes com pensamentos de autores consagrados da
literatura, que deverão permanecer num espaço da sala até o término da
aplicação do projeto. Fixá-los de maneira que os alunos possam visualizar; eles
servirão de incentivo aos alunos. (O professor deverá levar as frases prontas
em tiras de cartolina ou em papel cartaz e criar um painel numa parede da sala
de aula para fixá-los).
Sugestões de frases:
Os verdadeiros analfabetos são os que aprenderam a ler e não leem.
Mário Quintana
Ler fornece ao espírito materiais para o conhecimento, mas só o pensar faznosso o que lemos.
John Locke
O homem que não lê não tem mais mérito que o homem que não sabe ler.
Mark Twain
Um livro é um brinquedo feito com letras. Ler é brincar.
Rubem Alves
Se alguém não tiver prazer em ler um livro várias e várias vezes, não hámotivos para lê-lo, afinal.
Oscar Wilde
Sem livros, dificilmente se aprende a gostar de ler.
Ruth Rocha
Ler é beber e comer. O espírito que não lê emagrece como o corpo que nãocome.
Victor Hugo
Segunda Etapa:
Imagem Rapunzel
Imagem A Bela e a Fera
Imagem Alice no País das Maravilhas Sugestões de alguns sites: (imagens)
Atividade lúdica para despertar e aguçar o interesse dos alunos pelas
personagens dos Contos Maravilhosos. Apresentar aos alunos os slides das
personagens dos Contos maravilhosos utilizando a TV multimídia ou Data=
show e intermediar uma conversa com eles para explorar essas personagens
com perguntas: por exemplo:
a) Quem de vocês conhece essa personagem?
b) Dê onde vocês conhecem?
c) Qual o nome da personagem?
Nesta atividade o professor deve deixar que os alunos falem
espontaneamente atribuindo respeito à fala do outro.
Terceira Etapa: Transformar a sala de aula em um ambienteestimulante para a leitura
O professor irá levar para a sala de aula: cartolina, giz de cera, tesoura,
tinta guache, revistas, lápis de cor, cola e outros materiais para as atividades
artísticas. Solicitar aos alunos que desenhem, pintem e façam ilustrações das
personagens dos Contos Maravilhosos que eles conhecem das histórias que
ouviram e leram ou dos slides que foram apresentados. Ao término da
atividade fixá-los no painel que foi confeccionado para as frases de estímulo à
leitura, de modo que a sala de aula se torne um ambiente propício e
estimulante aos olhos dos alunos e possa então instigá-los, envolvê-los e
seduzi-los para a leitura dos Contos Maravilhosos.
Quarta Etapa: O professor lê para os alunos
Após a sala de aula ter se transformado em um ambiente estimulante
para os alunos, o professor fará a primeira leitura do conto: “Alice no País das
Maravilhas”. Nesta atividade ele pode colocar os alunos sentados em
semicírculo, e fará a leitura caracterizada de uma personagem dos contos
fantásticos, criando uma expectativa maior nos alunos. Esta leitura deve ser
feita com ênfase nas falas das personagens, para que os alunos criem
expectativas e entusiasmo, possibilitando a eles a condição de ouvintes. Ao
término da leitura não solicitar nenhuma atividade, deixar que os alunos
permaneçam em silêncio para que eles criem inferências sobre o conto que foi
lido.
Quinta Etapa: Desenvolvendo a oralidade dos alunos
O professor deverá levar para a sala de aula vários livros dos Contos
maravilhosos e disponibilizá-los para que os alunos leiam silenciosamente.
Após a leitura, organizar os alunos em pequenos grupos e solicitar que eles
contem ao grupo a história que leram. Em seguida os alunos deverão escolher
uma história por grupo para ser contada ao grande grupo.
Ao concluírem as apresentações, o professor conduzirá uma conversa
com os alunos a respeito das histórias que eles acabaram de conhecer por
meio de perguntas orais, como:
1- Em que as histórias se parecem?
2- Em que ambiente elas acontecem?
3- As personagens são parecidas? No que elas se parecem?
4- Quais são as características dessas personagens?
5- Quem são essas personagens?
6- Em quais histórias essas personagens aparecem?
7- O que acontece de extraordinário em todas as narrativas e por que
acontece?
8- Quais são os elementos mágicos que aparecem em todas elas?
9- Qual o final que todas elas apresentam?
Nesta atividade o professor pode comparar as histórias que foram lidas e
apresentadas como as personagens que se parecem entre si, os príncipes, as
princesas, o vilão, o elemento mágico e os enredos das narrativas fantásticas.
O Professor pode possibilitar aos alunos outras leituras, como sugestão:
ouvir a música ”João e Maria”, de Chico Buarque de Holanda, uma vez que a
canção lembra duas crianças brincando de herói, de príncipe e princesa.
Após trabalhar a canção, disponibilizar a letra da música para os alunos e
no decorrer do desenvolvimento do projeto eles podem cantar como uma
atividade lúdica.
Sexta Etapa: leitura do conto A bela e a Fera
O professor deverá antecipadamente ter em mãos um exemplar para
cada aluno do conto “A Bela e a Fera” e solicitar que os alunos façam uma
leitura silenciosa do conto. Assim que os alunos realizem a leitura o professor
fará uma explanação sobre o conto que foi lido, fazendo com que os alunos
percebam as características das narrativas fantásticas como: o enredo, as
personagens, o espaço, o tempo, o elemento mágico e o desfecho.
Os alunos, após a leitura do conto “A Bela e a Fera”, farão algumas
atividades escritas:
1) Destaque do texto as principais personagens.
2) Descreva as características físicas e psicológicas dessas
personagens.
3) Onde se passa a história?
4) Descreva o ambiente onde essa história acontece.
5) Escreva as características do Conto maravilhoso.
6) De quais personagens você mais gostou? Por quê?
7) Que acontecimento deste conto mais lhe chamou atenção? Por
quê?
Desdobramento do conto A Bela e a Fera em trabalhoscomplementaresO professor deverá dividir os alunos em grupos, e solicitar que eles
reproduzam o conto A Bela e a Fera; cada equipe fará uma reprodução por
meio de atividades como: painéis ilustrativos com desenhos, pinturas, recortes
e outras atividades que representam partes do enredo, algumas personagens e
o ambiente da narrativa. Também cada equipe produzirá um texto, a reescrita
do conto A Bela e a Fera. O texto previamente corrigido pelo professor e
reescrito novamente pelos alunos deve ser fixado junto ao painel para expor
com os trabalhos já realizados.
Outra sugestão de atividade para complementar o trabalho com os Contos
Fantásticos é explorar outras linguagens, a cinematográfica, por exemplo,
como sugestão é disponibilizar o vídeo a Bela e a Fera e, após os alunos
assistirem ao vídeo, o professor fará uma explanação sobre as duas
linguagens (o texto impresso e o vídeo). O professor poderá fazer com que os
alunos percebam que no texto escrito há uma possibilidade do leitor criar
expectativas no momento da leitura, e que esta possibilidade não acontece ao
assistir ao vídeo, pois, os fatos acontecem numa sequência muito rápida e
resumida.
Sétima Etapa: Atividade extraclasse
Os alunos farão várias visitas à biblioteca da escola, acompanhados pela
professora, onde poderão fazer a leitura dos contos maravilhosos, e como
atividade extraclasse solicitar o empréstimo de alguns exemplares, para que
possam realizar a leitura fora do ambiente escolar.
Todos os alunos deverão levar um livro de conto para ler. Caso a biblioteca
da escola não disponha de livros para empréstimos, o professor deverá
disponibilizar alguns livros para que os alunos façam um rodízio entre eles e
possam realizar esta atividade em casa como incentivo à leitura.
O professor pode sugerir para que os alunos visitem e conheçam outras
bibliotecas existentes na comunidade, por exemplo, a biblioteca municipal, os
Faróis etc.
Oitava Etapa: Produção Escrita: Reconto adaptando a NarrativaFantástica aos dias de hoje.
Esta etapa do trabalho requer uma atenção maior, aqui os alunos irão
produzir um reconto a partir das experiências que tiveram de leitura. Para esta
atividade o professor irá solicitar que cada aluno escolha um conto que leu para
produzir um reconto e adaptá-lo aos dias de hoje. O professor iniciará esta
atividade na escola e poderá solicitar para que seja feita também como
atividade extraclasse; ao término das produções, o professor fará as devidas
correções. Após a realização da reescrita, os alunos serão motivados a
produzirem ilustrações que acompanharão seus textos para a confecção de
livros como produção final.
Nona Etapa: Festa Fantasia
O professor deverá organizar com os demais segmentos da escola uma
Festa Fantasia antecipadamente agendada, pode ser na Escola ou em outro
local de fácil acesso aos alunos. Este local deverá ser previamente decorado
de acordo com o tema “Festa Fantasia: Contos Fantásticos”, sonoplastia e
arranjos em harmonia com o tema.
Os alunos deverão estar caracterizados de algum personagem dos Contos
Maravilhosos. A professora poderá solicitar a colaboração do professor de
Artes para que os alunos possam confeccionar suas próprias fantasias
utilizando material reciclável. Solicitar também a colaboração dos pais dos
alunos; é uma oportunidade de envolvê-los, uma vez que a família deve
participar da vida escolar do seu filho. Não há necessidade de gastos, basta
um pouco de criatividade.
Durante a Festa, os alunos farão algumas apresentações, utilizando a
trilha sonora dos filmes: Um grupo apresentará uma coreografia previamente
ensaiada pela professora: Alice no País das Maravilhas e o outro grupo, a Bela
e a Fera.
Os pais dos alunos serão convidados a participar do evento. O professor
então apresentará o projeto de intervenção pedagógica a eles, e deverá expor
os trabalhos realizados pelos alunos durante o desenvolvimento do projeto:
painéis ilustrativos e os livros com os recontos produzidos pelos alunos. O
professor poderá, durante a apresentação do projeto, apresentar uma tela com
fotos dos alunos desenvolvendo as atividades em sala.
O desenvolvimento da prática leitora não se esgota com o término das
atividades propostas, cabe ao professor criar outras estratégias para que o
aluno possa evoluir de maneira prazerosa para outras leituras e assim,
progressivamente, tornar-se um leitor.
Avaliação
A avaliação é um processo contínuo, sendo assim, os alunos serão
avaliados em todos os momentos que forem desenvolver alguma atividade
desta unidade didática. A professora observará a participação de todos os
alunos, e fará os registros das atividades que forem sendo desenvolvidas.
A professora deve verificar a aprendizagem dos alunos no decorrer do
processo, com o objetivo de que ao término do desenvolvimento das
atividades, os alunos apresentem mudanças significativas e principalmente
percebam o quanto a leitura pode ser uma atividade prazerosa e fazer da
leitura uma atividade que permaneça e se perpetue dentro e fora da escola.
Ao término do projeto o professor aplicará outra atividade aos alunos.
Eles deverão ler silenciosamente e responder individualmente as perguntas. O
professor fará um comparativo com as questões respondidas no início, e,
então, poderá avaliar se foi produtiva a aplicação do projeto de intervenção e
se houve um avanço significativo dos alunos em relação à leitura.
1) Você gosta de ler e ouvir histórias?
2) Quais livros você leu?
3) Onde você costuma ler?
4) Que livros você possui em casa para leitura?
5) Quais livros você leu durante esta ano?
6) Ler é importante?Por quê? Para quê?
7) Você lembra de ter lido alguma história que você gostou muito?
Qual?
8) Você lembra de ter lido alguma história que você gostou muito?
9) O que a leitura significa para você?
10) O que realmente é importante ler?
Referências
BARDOT, Gabriele Z. Jeanne-Marie Le Prince de A Bela e a Fera.
In: Fábulas Encantadas. São Paulo: Abril S.A. Cultural e Industrial, 1982.
BETTELHEIM, Bruno. A psicanálise dos Contos de Fadas.Tradução, Arlene Caetano. 8. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra,1980.
CHARMEUX, Eveline. Aprender a ler: vencendo o fracasso.Tradução: Maria José do Amaral Ferreira. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1995.
DODGSON, Charles L.(Carrol, L), Alice no País das Maravilhas.
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