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REVISTA O MUNDO DA USINAGEM 69

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Page 1: OMU_69

Publicação da Sandvik coromant do braSil iSSn 1518-6091 rg bn 217-147

AutocAmMelhor preparada para a retomada, empresa cresce no mercado

IndústrIa automotIva

BiBliotecA BrAsiliAnA A contribuição de José Mindlin à cultura brasileira

69

Realidade virtual e manufatura flexível viabilizam produção caótica

Page 2: OMU_69

CENTRO TÉCNICO YCMMÁQUINAS E ACESSÓRIOS

Rua Mário De Boni, 1982 - Bairro Floresta - CEP 95012 580 - Caxias do Sul/RSFone: 54 3225.3900 - [email protected] - www.selltis.com.br

A série XV foi criada em estado de arte com a mais alta tecnologia e características que produzembenefícios, por um valor acessível. As características da série XV ajudarão a diversificar as capacidadesde usinagem e manter os custos de fabricação de sua empresa baixos. Será um dos mais valiososinvestimentos já feitos pela suaempresa.

Centros de Usinagem de Alta Performance

com Excelente Relação Custo x Benefício

CARACTERÍSTICAS E BENEFÍCIOS:

de 10.000rpm / Preset / Drives de transmissão digital / maior confiabilidadeLeitura de 80 blocos a frenteServo motores com encoder absoluto / precisãoRosqueamento com alta velocidade / aumento da

produtividadeInterpolação helicoidal e memória de 1280 metrosMonitor colorido 8.4” TFT LCDEntrada para memória flash e cartão de memóriaGerador de pulso manual via controle remotoTransportador de cavaco

Spindle IDD único e potente, com 30hp e velocidadeprecisão e durabilidade

segurança e tempo de setup mais rápidos

Sistema de troca de ferramentas automático de alta velocidade / agilidade

Acesso randômico e magazine de ferramentasbidirecional

Guias lineares do tipo THK NRSServo motores diretamente acoplados aos fuso-

esféricos / maior rigidezPistola de ar e pistola de lavagem manuaisJato de arSistema de lubrificação central automáticoTrocador de calor para cabines elétricasSistema de refrigeração de alta potência / maior

durabilidade das ferramentas

XV-1020A

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Page 3: OMU_69

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pArA começAr...

Esperança, chama que não se estingue enquanto há fé.

Luz de ânimo e sinal de vida no caminho do peregrino.

Símbolo de crença dos que se curvam ante à própria

pequenez em prol da elevação da alma.

Busca que busca e a chama se acalma,

fazendo ascender o coração do homem.

O Mundo da Usinagem �

Page 4: OMU_69

Índice69edição 07 / 2010

03 para começar...

04 ÍNDIce / expeDIeNte

06 machINe INveStmeNtS: maNuteNçõeS e pequeNoS loteS SuSteNtam mercaDo De FuraDeIraS coNveNcIoNaIS

10 chão De FábrIca: Nova aborDagem amplIa eScopo Do métoDo De trabalho 5 S

16 eStratégIa: autocam alcaNça maIor competItIvIDaDe com revISão DoS proceSSoS De uSINagem

26 De olho No mercaDo: INDúStrIa automotIva buSca FlexIbIlIDaDe e eStratégIaS INovaDoraS

32 IDeIaS e peNSameNtoS: Doação De acervo De JoSé mINDlIN reSulta No proJeto braSIlIaNa uSp

40 NoSSa parcela De reSpoNSabIlIDaDe

42 aNuNcIaNteS / DIStrIbuIDoreS / Fale com eleS

Publicação da Sandvik Coromant do BrasilISSN 1518-6091 RG. BN 217-147

eXpediente o mundo dA usinAGem é uma publicação da Sandvik coromant do brasil,

com circulação de doze edições ao ano e distribuição gratuita para 20.000 leitores qualificados. av. das Nações unidas, 21.732 - Sto. amaro - cep 04795-914 - São paulo - Sp.

conselho editorial: aldeci Santos, ancelmo Diniz, aryoldo machado, edson truzsco, edson bernini, eduardo Debone, Fernando de oliveira, Francisco marcondes, heloisa giraldes,

Nivaldo braz, Nivaldo coppini, Nixon malveira e vera Natale. editor-chefe: Francisco marcondes

coordenação editorial, edição de arte, revisão e produção gráfica: equipe house press propaganda (Natália carcavilla, ronaldo monfredo, Décio colasanti, rogério morais e tiago marques).

Jornalista responsável: Francisco marcondes - mtb 56.136/Sp propaganda: gerente de contas - thaís viceconti / tel: (11) 2335-7558 cel: (11) 9909-8808

projeto gráfico: house press Gráfica: company

Contato da rEvIsta omu

você pode enviar suas dicas e sugestões de reportagens, críticas, reclamações ou dúvidas para

o e-mail da revista O Mundo da Usinagem: [email protected]

ou então ligue para: 0800 770 5700para anunciar na revista, envie e-mail para:

[email protected]

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Acompanhe os conteúdos exclusivos da Revista O MundO dA usinAgeM digitAl em:

www.OMundOdAusinAgeM.cOM.bR

O Mundo da Usinagem�

Page 5: OMU_69
Page 6: OMU_69

mAchine investments

Indispensáveis em indústrias e oficinas de todo o País, furadeiras convencionais recebem inovações tecnológicas

além de empresas de usinagem,

mineradoras e estaleiros tam-

bém são importantes usuários de

furadeiras. Geralmente compostas

por um cabeçote, denominado

fuso, responsável por colocar uma

ferramenta (broca) em rotação,

as furadeiras podem apresentar

diferentes tamanhos, modelos e

serem destinadas a diversas aplica-

ções, podendo realizar desde uma

operação simples, como furos de

pequeno diâmetro, até uma furação

complexa, que exige alta precisão.

EquipamEntos tradicionais são rEfErência Em

Desenvolvidas com base nos

antigos tornos mecânicos, as

furadeiras convencionais são utilizadas para realizar diversas

operações de furação. Nas indústrias

de manufatura, estes equipamentos

são fundamentais para qualquer pro-

cesso de usinagem, já que a maior

parte das peças usinadas necessita

de pelo menos um furo para receber

encaixes e outros procedimentos.

De acordo com Mauro eduardo trevisan, gerente de Marketing e

Vendas Internacionais da deb’MAQ,

fabricante de máquinas-ferramenta,

as furadeiras estão presentes em

praticamente todas as oficinas e in-

dústrias do País pois, em sua maioria,

são utilizadas como equipamentos de

apoio. “Pensando na linha de máqui-

nas-ferramenta, este tipo de equipa-

mento é um dos mais populares do

mercado”, analisa Trevisan.

Segundo thiago Henrique santos Apipi, gerente Comercial

da AtlAsMAQ – fabricante de

equipamentos para os mais va-

riados segmentos da indústria –,

ercíl

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aújo

processos de furação

O Mundo da Usinagem�

Page 7: OMU_69

Diversidade de aplicaçãoNo setor industrial são utilizadas

furadeiras de bancada, de coluna,

fresadoras e radiais. De acordo com

Apipi, as primeiras furadeiras de ban-

cada apresentavam sistema de troca

de velocidade por meio de correias

e eram ideais para fazer furos de

até 25 mm. Hoje, este equipamento

ainda é utilizado para realizar peque-

nos furos; porém, com as recentes

evoluções tecnológicas, as operações

se tornaram mais rápidas e práticas.

“Desenvolvemos uma furadeira de

bancada totalmente engrenada e com

troca rápida de velocidade, realizada

por meio de uma manivela. Assim, o

profissional não precisa parar a ope-

ração para modificar a velocidade ou

rotação do equipamento”, ressalta o

gerente da ATLASMAQ.

Para operações de furação de

peças maiores, as furadeiras de

coluna são as mais adequadas, pois

apresentam coluna maior do que as

de bancada e capacidade de furação

de até 45 mm. Neste equipamento,

a evolução mais recente é o sistema

‘saca-broca’ – dispositivo que evita que

o operador empurre a ferramenta para

que ela se solte. “É um dispositivo sim-

ples e rápido, em que apenas girando

um botão é possível soltar a broca ou

encaixá-la em seu devido lugar, facili-

tando a operação”, explica.

Outro equipamento bastante

utilizado para executar furos de até

45 mm são as furadeiras fresadoras.

“Estas máquinas possuem todas as

funções de uma furadeira, contudo,

também permitem realizar algumas

operações típicas de uma fresadora”,

aponta Trevisan, da DEB’MAQ.

Com mesa coordenada de avanço

automático, as furadeiras fresadoras

são versáteis e alguns modelos pos-

suem dispositivos de microavanço

para furo. “Esta característica é im-

portante porque toda furação neces-

sita de precisão, e é possível alcançar

um alto nível de confiabilidade com

este dispositivo encontrado em todos

os nossos modelos de furadeiras e

fresadoras”, analisa Apipi.

Sem errosNa opinião de Trevisan, apesar

de existir furadeiras radiais de pe-

queno porte, estes equipamentos

são destinados principalmente para

a usinagem de furos de grande diâ-

metro, com elevada remoção de ca-

vacos. “Temos uma furadeira radial,

a FRN 100/3150, com capacidade

para fazer furos de até 100 mm, um

diferencial no mercado de furação,

já que normalmente a capacidade

das máquinas convencionais é de

até 60 mm”, explica o gerente da

DEB’MAQ.

Para Apipi, quando se trata de

peças de grande porte, é funda-

mental que o operador realize as

atividades de furação com o máximo

de precisão possível, para não haver

risco de danificar as peças. Pensando

nisto, a ATLASMAQ desenvolveu uma

furadeira radial com tecnologia digital

para facilitar o comando das coorde-

nadas. “Conseguimos proporcionar

redução relevante de desperdício de

material com esta tecnologia, garan-

tindo maior exatidão das operações”,

comenta o gerente da ATLASMAQ.

Assim como em diversos proces-

sos de usinagem, precisão é uma

característica essencial para que

as furadeiras alcançem excelentes

desempenhos. Segundo Apipi, para

oferecer alta precisão, o equipa-

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Furadeira radial Frn 100/3150, da dEb’maQ, é capaz de realizar furos de até 100 mm

Furadeira de coluna é ideal para executar furos de até 45 mm

O Mundo da Usinagem �

Page 8: OMU_69

mento deve ser robusto, versátil e

permitir operações variadas de fu-

ração, tanto em diferentes tamanhos

quanto em distintas posições.

Trevisan ainda ressalta que a pre-

cisão de uma furadeira convencional,

não computadorizada, depende dos

ajustes mecânicos realizados, e por

isso é imprescindível que a empresa

fabricante tenha conhecimento e ex-

periência neste mercado. “O que vai

garantir a qualidade de uma furadeira

é o fato de este produto ser fabricado

por meio de um processo adequado

e confiável, com mão-de-obra espe-

cializada e sistemas de montagem

precisos”, aponta.

Análise necessária Atualmente, também é possível

realizar operações de furação em

centros de usinagem ou em fresa-

doras CNC, entre outras máquinas.

No entanto, é preciso analisar o

custo–benefício da operação para

executar a furação nestes equipa-

mentos. De acordo com o gerente

da DEB’MAQ, diversos fatores podem

influenciar na escolha da máquina

ideal para o processo de furação.

“Um deles é a questão do custo, que

em uma furadeira convencional será

muito menor do que em um centro

de usinagem”, avalia Trevisan.

Segundo Apipi, dependendo da

operação e da competitividade do

produto que está sendo ofertado

ao mercado, muitas vezes é inviável

realizar o processo de furação em

um centro de usinagem. “No caso

de operações em pequena esca-

la, o ideal é executar o processo

em furadeiras tradicionais, pois o

custo–benefício será mais vantajoso”,

explica o gerente da ATLASMAQ.

Trevisan assinala que a comple-

xidade da peça que será usinada e o

número de furos a ser realizado também

são fatores importantes na hora desta

decisão. “Se for preciso fazer diversos

furos em uma só peça, a utilização de

uma furadeira convencional não é a me-

lhor opção, pois haverá perda de tempo

e precisão, já que o operador terá que

ajustar a máquina várias vezes”.

Portanto, é preciso analisar as par-

ticularidades de cada processo para

eleger o equipamento de furação mais

adequado. No caso de peças seriadas

com alta complexidade e que exigem

alta precisão, a melhor escolha seria

utilizar um centro de usinagem ou um

centro de furação. Já se a operação for

mais simples ou demandar pequenos

lotes, ou no caso de pequenas oficinas

de manutenção, onde a necessidade

da execução de um furo qualquer

pode surgir inesperadamente, o mais

comum seria a utilização de furadeiras

tradicionais.

Para os gerentes da ATLASMAQ e

da DEB’MAQ, a utilização de furadeiras

manuais sempre terá sua importância

nas indústrias e oficinas do País, por

tratar-se de uma máquina básica para

toda empresa que atua no mercado de

usinagem. “Só deverão investir em cen-

tros de furação aquelas indústrias que

realmente trabalham com processos

complexos e com produção seriada”,

esclarece Trevisan.

Fernanda Feres

Jornalista

mAchine investments

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robusta versátilmontada com sistemas precisosoperada por profissionais

qualificados

Para garantir qualidade e precisão, uma furadeira deve ser...Di

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tecnologia digital incorporada à Furadeira radial da atlaSmaQ facilita o comando de coordenadas. na foto, thiago Henrique Santos apipi, gerente comercial

Furadeira fresadora FF-45Praa da atlaSmaQ garante alta precisão

O Mundo da Usinagem�

Page 9: OMU_69
Page 10: OMU_69

Focado no ambiente de trabalho, programa aplicado na Tooling Supply da Sandvik do Brasil se tornou referência na organização

“Atualmente, utilizamos recursos

que ajudam a manter a eficiência do

método de trabalho 5S e, periodica-

mente, procuramos inserir novidades

para que todos os colaboradores

participem ativamente do progra-

ma”, aponta Raquel.

Desenvolvido no Japão após a

Segunda Guerra Mundial, o 5S busca

promover a disciplina de todos os pro-

fissionais envolvidos nos processos de

uma empresa ou indústria por meio

de cinco conceitos base, que ajudam

a tornar o ambiente de trabalho mais

agradável, seguro e produtivo.

boas práticas

Como conscientizar

Pensando na manutenção da

qualidade e no desenvolvi-

mento de novos produtos,

uma das áreas de negócio do Grupo

Sandvik, a Sandvik Tooling Supply,

trabalha no Brasil com o conceito de

melhoria contínua, tanto nas áreas

administrativas quanto no chão de

fábrica. Foi seguindo esta filosofia

que o setor de Qualidade Assegu-

rada, no Brasil, decidiu implantar

em 2006 o programa 5s – também

conhecido como Housekeeping

(expressão que em inglês significa

‘cuidar da casa’) –, aplicado às áreas

arqu

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de pastilhas, ferramentas e centro

de distribuição, se estendendo

posteriormente ao departamento

de Administração Corporativa da

Tooling Supply.

Implantado por Raquel bidin e

atualmente coordenado por Renata sena, respectivamente analista e

assistente de Qualidade Assegurada

da Sandvik Tooling Supply no Bra-

sil, este conceito – que havia sido

implantado na empresa somente de

forma introdutória, sem apresentar

bons resultados – envolve hoje

aproximadamente 190 profissionais.

chão de fáBricA

O Mundo da Usinagem10

Page 11: OMU_69

Com o objetivo de manter a

organização e limpeza da fábrica,

reduzir riscos de acidentes, evitar

desperdícios e melhorar a produti-

vidade das operações e a qualidade

de vida dos profissionais, a filosofia

5S é um conceito que visa a melhoria

do ambiente de trabalho, mas que,

devido à sua simplicidade, pode ser

aplicado também na vida pessoal

do colaborador. O método recebeu

este nome por causa das iniciais

das palavras japonesas que sinteti-

zam o programa. Entre os conceitos

adotados e também adaptados pela

Tooling Supply estão o seiri (Senso

de utilização), seiton (Senso de

organização), seiso (Senso de lim-

peza), seiketsu (Senso de asseio) e

shitsuke (Senso de autodisciplina).

Simples e eficienteTendo como finalidade evitar a

duplicidade de material e reduzir o

tempo de procura de documentos e

ferramentas, o conceito seiri, adap-

tado na Tooling Supply como Senso

de Utilização, consiste em separar

o que é utilizado para a realização

do trabalho e descartar o que não

é utilizado, assim como identificar

todos os objetos e materiais envol-

vidos nos processos. Desta forma,

é possível obter maior espaço para

armazenamento de materiais e

melhor visualização do ambiente

de trabalho.

Seguindo a mesma linha do con-

ceito anterior, a ideia do segundo ‘S’

– seiton ou Senso de Organização – é

manter os departamentos da empresa

sempre organizados e definir um local

de armazenamento para cada objeto.

“Como trabalhamos com três turnos

na fábrica, este procedimento facilita

a organização do ambiente e obtemos

maior controle dos equipamentos e

ferramentas utilizados”, explica Raquel.

Já o conceito seiso é voltado para a

limpeza tanto dos departamentos en-

volvidos no programa quanto das áreas

comuns da empresa, como banheiros,

corredores e áreas de café.

Outro conceito relacionado à

limpeza é o seiketsu, ou Senso de

Asseio. Este ‘S’ consiste em preser-

var a higiene em todos os locais de

trabalho, quer sob o aspecto físico

ou mental. Segurança também é um

ponto importante e é por isso que

neste ‘S’ são observadas questões

como utilização correta de EPI’s,

identificação e localização de objetos

de segurança, como extintores de

incêndio, e outros fatores indispensá-

veis para o bem-estar dos profissio-

nais da organização. “Algumas áreas

trabalham com produtos químicos e,

portanto, é necessário disponibilizar

a folha de dados para situação de

emergência durante a utilização des-

tes produtos”, ressalta Renata.

Para verificar se os procedimen-

tos do programa 5S estão sendo

seguidos naturalmente pelos cola-

boradores da Tooling Supply, esta-

beleceu-se o quinto ‘S’ - shitsuke,

ou Senso de Autodisciplina, que

abrange o comprometimento dos

profissionais com o programa. “Po-

demos perceber a mudança cultural

Para manter a eficiência do 5S na tooling Supply foi criado um método de manutenção, realizado por meio de auditorias internas

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mudança cultural na tooling Supply pode ser percebida por meio de diversas atitudes, como a realização adequada da coleta seletiva

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O Mundo da Usinagem 11

Page 12: OMU_69

chão de fáBricA

na empresa por meio de diversas

atitudes, como a realização adequada

da coleta seletiva”, comenta Renata.

TrajetóriaDe acordo com Raquel, a implan-

tação e adaptação do programa 5S

na Tooling Supply foram realizadas

em três etapas. A área de pastilhas

foi a primeira a receber a fase de

treinamento, em que os profissionais

que não conheciam o método 5S

foram orientados sobre o conceito

e os procedimentos da filosofia.

Para os que já haviam participado

do programa, foram realizadas reu-

niões que abordaram os principais

desafios para a implantação e ma-

nutenção do novo método.

Após a etapa de treinamento, foi

realizado o ‘Dia D’, caracterizado por

um trabalho em conjunto de todos os

profissionais envolvidos no projeto

para a aplicação dos três primeiros

sensos, com o objetivo de eliminar

desperdícios causados pela falta de

organização e limpeza nos locais de

trabalho. “Neste dia, dedicamos um

período de aproximadamente cinco

horas para demonstrar na prática a

importância de adotar os sensos de

utilização, organização e limpeza,

contando também com a colabo-

ração dos diretores e gerentes da

empresa”, comenta Raquel.

Medidas inteligentesPara manter a eficiência do

programa foi criado um método de

manutenção do 5S, realizado espe-

cialmente por meio de auditorias

internas. As auditorias são realizadas

em dupla, por auditores voluntários

e qualificados de diferentes áreas,

onde a cada três meses ocorrem

auditorias surpresa nas áreas. No dia

em que são realizadas as auditorias,

tudo o que está correto e incorreto

em cada área é documentado pelos

auditores, por meio de fotos e pelo

preenchimento de um formulário

padrão. Uma pontuação é dada pelo

auditor para cada item analisado e

caso a nota seja abaixo de 100%,

é necessário apresentar uma justi-

ficativa, que servirá de base para a

posterior ação corretiva.

Finalizada esta etapa, são com-

putados os dados e uma pontuação

geral é disponibilizada para cada

área. O departamento que receber

a maior nota em cada auditoria tem

o direito de ficar com o troféu 5s

– que é rotativo – até o próximo

ciclo de auditoria. Além do troféu,

os profissionais do departamento

vencedor ganham um café da manhã

especial. É importante ressaltar que

cada área possui uma nota mínima

a ser atingida nas auditorias e, caso

esta pontuação não seja alcançada,

é necessário realizar um ‘Dia D’

complementar para que o departa-

mento corrija o que for preciso, se

alinhando assim ao que é praticado

pelo restante da organização.

Divulgado nos murais da fábrica,

o ranking com a posição de cada

departamento é enviado, junto aos

resultados das auditorias, para os

gestores e supervisores de cada área.

Para que o método corretivo seja

seguido adequadamente, é gerado

também um plano de ação por conta

Fern

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Fer

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Ampliando o método 5SNos últimos anos, três conceitos foram incorporados ao método japonês de trabalho 5S, que segue cinco procedimentos simples para melhorar o desempenho dos processos de empresas e indústrias e também o bem-estar dos profissionais. São eles:setsuyaku (Senso de economia): quando os demais sensos estiverem

incorporados à rotina dos profissionais, a economia e o combate ao desperdício devem ser realizados por todos os colaboradores da empresashikari Yaro (Senso de determinação): a primeira fase de implantação

do 5S deve ter o comprometimento integral da Direção da empresa com o programashido (Senso de treinamento): deve ser realizado logo após a primeira

fase de comprometimento dos profissionais

departamento que alcança a maior pontuação em cada auditoria tem direito a café da manhã especial e de ficar com o troféu rotativo do 5S

O Mundo da Usinagem12

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Page 14: OMU_69

chão de fáBricA

das não conformidades detectadas

nas auditorias. “Este plano tem os

prazos negociados com os gestores

para a tomada de ação corretiva e,

quinzenalmente, a Qualidade verifica

se as ações foram concluídas e se

a não conformidade foi eliminada”,

aponta Raquel.

Conscientização Segundo Raquel, a principal

ferramenta de conscientização do

programa são as auditorias, pois os

auditores passam a ser vistos como

fiscais do programa 5S. “Existe uma

alternância de auditores para que

todos possam conhecer mais o mé-

todo, garantindo a constante recicla-

gem de treinamento, já que é também

responsabilidade do auditor orientar

os profissionais que estão tendo uma

atitude incorreta”, informa.

Para a analista, o principal re-

sultado obtido com a implantação

do programa 5S foi a mudança de comportamento dos profissio-nais. “Percebemos que as pessoas

realmente se preocupam com a or-

ganização e limpeza do ambiente de

trabalho e isso nos trouxe inúmeros

prometimento da Direção da empresa

– e shido (Senso de Treinamento).

Devido ao comprometimento da

equipe que implantou o 5S, da Dire-

ção e dos colaboradores envolvidos,

o método adotado e adaptado pela

Tooling Supply da Sandvik do Brasil

se tornou referência para outras subsi-

diárias da organização. “Fomos convi-

dados a implantar o projeto e orientar

os profissionais sobre os conceitos e

manutenção do 5S na filial da Tooling

Supply Tools da Sandvik dos Estados

Unidos”, evidencia Raquel.

Fernada Feres

Jornalista

benefícios, como redução de riscos

de acidentes e melhoria na qualidade

do produto”, garante Raquel. “O su-

cesso do programa se deve principal-

mente à manutenção que é realizada

por meio de auditorias internas e ao

comprometimento da Direção e dos

profissionais envolvidos”, enfatiza.

De acordo com Renata, a Tooling

Supply pretende incorporar mais três

conceitos ao programa 5S (veja mais

informações no quadro Ampliando

o método 5S). Nesta nova estrutura,

seriam implantados o setsuyaku

(Senso de Economia), shikari Yaro

(Senso de Determinação) – que na

realidade já é praticado com o com-

renata Sena e raquel bidin, do setor de Qualidade assegurada, são responsáveis pelo desenvolvimento do 5S na tooling Supply da Sandvik do brasil

Fern

anda

Fer

es

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Page 16: OMU_69

Novas oportunidadesAproveitando as boas perspec-

tivas apresentadas pelo setor, a

Autocam inaugurou em maio deste

ano mais uma unidade fabril em São

João da Boa Vista (SP), mesma cida-

de onde está localizada a Unidade I

da empresa. Assim como a primeira

planta, a nova fábrica apresenta

sete mil metros quadrados de área

construída, ocupando um terreno

com área total de 20 mil m2, um sig-

nificativo aumento em seu potencial

produtivo, lembrando que a Autocam

também possui uma terceira planta

Desde o início de 2010, o setor

automotivo tem surpreendido

positivamente a economia

nacional devido ao seu rápido rea-

quecimento após o período turbu-

lento instalado pela crise financeira

mundial de 2008.

Muitas montadoras de automó-

veis e veículos pesados tiveram que

dobrar os turnos de trabalho em

suas fábricas para atender o aumen-

to da demanda. Também para suprir

esta necessidade, empresas de

todo o segmento realizaram inves-

timentos significativos para ampliar

a produtividade de suas unidades

fabris. Em meio a este cenário, as

empresas responsáveis por fornecer

matéria-prima, componentes e siste-

mas para a indústria automotiva de-

vem estar preparadas para entregar

os produtos nos volumes e prazos

solicitados. Trabalhando com esta

premissa, a Autocam – empresa

de origem norte-americana (EUA)

que fabrica componentes para o

segmento automotivo – é uma das

organizaçôes que têm sentido os

bons resultados do crescimento

acelerado e contínuo desta área.

estrAtéGiA

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Durante o período de recessão econômica, Autocam investiu em melhorias nos processos do chão de fábrica e hoje colhe os bons frutos destas ações

otimização quE garantE

competitividade

O Mundo da Usinagem1�

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Page 18: OMU_69

na cidade de Boituva, em São Paulo

(acesse www.omundodausinagem.

com.br e confira o quadro Explo-

rando novos mercados).

Além da expansão física da empre-

sa, o quadro de funcionários também

sofreu mudanças positivas por conta

da ascensão do setor automotivo.

“Atualmente, a Autocam mantém 600

funcionários e a previsão é de que

possamos atingir um número de

colaboradores 25% maior do que o

período que antecedeu a crise”, projeta

José Roberto chaparim, gerente da

Unidade I de São João da Boa Vista.

No entanto, Chaparim observa que

esta expansão só pôde ser alcançada

devido ao esforço da Autocam em se

preparar adequadamente durante o

período de recessão – a organização

reestruturou suas operações produti-

vas e pôde sair à frente no mercado,

conquistando novos clientes. “Não

sabíamos como, nem quando a in-

dústria automotiva normalizaria suas

atividades, por isso, trabalhamos con-

tinuamente para estar prontos quando

isto acontecesse”, reforça o gerente.

Enquanto isso, no chão de fábrica...

Uma das estratégias adotadas

pela Autocam foi a reavaliação

dos processos de produção, com

o objetivo de otimizá-los. Odair chiqueto, técnico de Ferramentas

da Autocam, recorda que durante

a crise uma das principais dificul-

dades no chão de fábrica era o

gasto excessivo com ferramen-

tas de cor te. Esta situação era

estrAtéGiA

ainda mais evidente na linha de

produção de componentes para

direção hidráulica, que consiste

basicamente em operações de tor-

neamento. “Antes, os gastos que

tínhamos com ferramentas neste

processo estavam muito acima do

previsto para este tipo de opera-

ção”, relata Chiqueto.

Por este motivo, em outubro de

2009 a Autocam resolveu recorrer

ao distribuidor de ferramentas

cutting tools para ajudá-los a

resolver este desafio. Foi então

que indalecio Amaral neto, ge-

rente de Vendas do distribuidor,

junto aos especialistas da sandvik coromant, iniciou estudos para

definir a melhor solução a ser

aplicada na linha. Com a ajuda de

especialistas de diferentes áreas

da usinagem, a solução foi apre-

sentada em apenas 20 dias.

eliseu bueno santana, super-

visor geral de Produção da Autocam,

conta que o projeto apresentado pela

Sandvik Coromant/Cutting Tools con-

seguiu solucionar com eficiência o

Projetos de melhorias foram imPlantados em diversas linhas no chão de fábrica

da esq. Para dir.: okis richard bigelli, odair chiqueto, nelson dos santos (na fileira suPerior), indalecio amaral neto e jair munarolo (na inferior)

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desafio da linha de produção. “Da

forma que era feita anteriormente,

a usinagem dos componentes

hidráulicos apresentava variação

de medidas e um desgaste muito

rápido das ferramentas”, lembra

Santana. “Hoje, todas estas irregu-

laridades foram corrigidas e temos

maior confiabilidade no processo,

garantindo alta precisão na fabri-

cação dos componentes”, compara

o supervisor.

Os números alcançados sem

dúvida confirmam estas melhorias.

Outro benefício conquistado com

o novo processo foi a redução do custo com a aquisição de ferramentas.

Depois dos bons resultados

decorrentes do primeiro trabalho,

quatro outros processos da em-

presa foram otimizados. Em todos

eles, a metodologia aplicada foi a

do Programa de incremento da Produtividade (PiP), desenvolvi-

do pela sandvik coromant. Tal

metodologia implica a revisão geral

de todo o processo, reavaliando

não só os parâmetros de corte,

geometrias, quebra-cavacos e clas-

ses de metal duro das ferramentas,

mas também o sequenciamento de

operações, estratégias de fixação

das peças e programação da má-

quina, entre outros.

Produtividade potencializada

Na mesma linha de produção de

componentes para direção hidráulica

em que foi aplicada a primeira ação

da Cutting Tools, alguns meses mais

tarde outro gargalo foi detectado.

Desta vez, o principal desafio foi

aumentar o volume de produção da

linha, que não atendia a demanda

repassada à empresa. E, por meio do

PIP, foi possível melhorar os resulta-

dos também nesta operação.

Com o ferramental e fixação uti-

lizados anteriormente, era possível

usinar somente uma peça por vez.

Depois da implantação do projeto

sugerido pela Sandvik Coromant/

Cutting Tools, o novo processo per-

mite que três peças sejam usinadas

em uma única fixação. Okis Richard bigelli, especialista em Cortes de

Canais e Usinagem de Peças Peque-

nas da Sandvik Coromant, foi um dos

estrAtéGiA

josé roberto chaParim, gerente industrial da unidade i da autocam de são joão da boa vista

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Uma das estratégias adotadas pela Autocam

foi a reavaliação dos processos produtivos,

com o objetivo de otimizar a fabricação

O Mundo da Usinagem20

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estrAtéGiA

profissionais que, ao lado da Cutting

Tools, realizou estudos de otimização

dos processos da linha em questão.

“Inicialmente, testamos nestas ope-

rações uma classe de pastilha mais

dura, a GC1125. No entanto, elas

se quebravam com muita facilida-

de”, conta Bigelli. “A pastilha que

nos forneceu melhores resultados

é dotada de uma nova tecnologia

de revestimento multicamadas, que

nos permite operar com altas velo-

cidades de corte e ainda apresenta

vida útil superior em relação às fer-

ramentas aplicadas anteriormente”,

avalia Okis.

Além da substituição do ferra-

mental, foram incluídas operações

de canais no processo de usinagem

e a forma de fixação das peças no

equipamento foi reestruturada.

Não pode pararTrabalhando em ritmo acelerado

de produção, uma das dificuldades

das empresas em encontrar solu-

ções para otimizar os processos produtivos são os tryouts feitos

nas fábricas. Como se sabe, esta

experiência exige parada de má-

quina e, consequentemente, parada

momentânea da produção, que pode

refletir em um menor volume de pe-

ças produzidas por hora. Por isso, a

metodologia utilizada pelo Programa

de Incremento de Produtividade é

um método que pode facilitar o dia

a dia do chão de fábrica.

“Na primeira etapa do PIP estuda-

mos o processo de usinagem atual e

registramos todos os detalhes, como

o percurso das ferramentas, tempos

de corte e fixação da peça”, explica

nelson dos santos, consultor de

Projetos de Produtividade da Sandvik

Coromant. Depois desta fase, os espe-

cialistas em ferramentas estudam qual

o melhor processo e o ferramental

ideal a ser aplicado. Após concluído,

o estudo é apresentado à empresa-

cliente, que poderá conferir as me-

lhorias que poderão ser alcançadas

linha de comPonentes Para direção hidráulica teve Produtividade amPliada com a aPlicação do Programa PiP. na foto, o PreParador e Programador adriel dias ao lado da equiPe da sandvik coromant/cutting tools

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O Mundo da Usinagem22

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Page 24: OMU_69

com a nova solução. “Por meio de

gráficos comparativos e simulações, o

cliente pode verificar de quanto será o

aumento de produtividade, a redução

com o custo de ferramentas e o tempo

de amortização dos investimentos fei-

tos”, indica Nelson. Só então, depois

de aprovado pela empresa, o projeto é

colocado em prática e as ferramentas

selecionadas são fornecidas para o

tryout da nova solução. Na prática, os

resultados obtidos podem apresentar

variações para mais ou para menos do

que os números previstos.

Jair Munarolo, diretor da Cutting

Tools, observa que os testes na

Autocam têm apresentado ainda

melhores resultados do que os pre-

vistos nos projetos do PIP. “Temos

alcançado avanços surpreendentes

na Autocam, porcentagens de eco-

nomia nos processos muito mais ale-

vadas do que havíamos previsto com

os estudos”, declara Munarolo.

Integração facilita o trabalho

De acordo com Indalecio Amaral

Neto, gerente de Vendas da Cutting

Tools, um dos fatores essenciais

para o sucesso obtido na Autocam

é o bom relacionamento que o distri-

buidor de ferramentas mantém com

a empresa. “Em muitas indústrias

encontramos certa resistência à

implementação de novos processos,

mas a Autocam sempre está dispos-

ta a considerar nossas sugestões de

melhorias”, descreve o gerente.

Neto também aponta que o

trabalho com outros departamentos

da organização – como Compras,

Diretoria e os responsáveis pelas

operações no chão de fábrica – faci-

lita a implantação de novas soluções.

Alguns dos profissionais envolvidos

na parceria Autocam–Cutting Tools

foram Adriel Dias, preparador de má-

quinas da Autocam, Luiz Roberto dos

Santos, afiador e responsável pelo

almoxarife de ferramentas, Rubens

de Sordi, supervisor de Engenharia,

e Ana Flavia Faria, responsável pelo

departamento de Compras. “Ali-

nhando os objetivos com as áreas

envolvidas, podemos buscar os re-

sultados que apresentam o melhor

custo–benefício e vantagens para a

organização”, finaliza.

Thaís Tüchumantel

Jornalista

Em boas mãosocupadas com a estruturação de novos processos, novas linhas de produção e em oferecer produtos diferenciados ao mercado, muitas empresas acabam deixando de se dedicar à otimização dos processos produtivos que já estão implantados no chão de fábrica. Segundo Jair munarolo, diretor da cutting tools, atualmente esta é uma realidade comum nas fábricas brasileiras. “Seja pela falta de tempo ou pela estrutura enxuta, muitas empresas não dispõem de profissionais dedicados exclusivamente à identificação de melhorias nos processos do chão de fábrica”, aponta munarolo. De acordo com o diretor, uma solução para estas organizações seria investir em parcerias com empresas especializadas na fabricação de cada componente do processo de usinagem. por adquirir conhecimento aprofundado, os profissionais especializados podem se dedicar exclusivamente à otimização dos processos produtivos de cada componente, acompanhando a usinagem do início ao fim da fabricação das peças, detectando ainda as possíveis oportunidades de aprimoramento. “profissionais especializados detêm melhores condições para avaliar qual alternativa é mais adequada para cada tipo de operação, pois estão por dentro das novidades e tecnologias disponíveis de seu mercado específico”, defende munarolo.

estrAtéGiA

Veja mais informações em:www.omundodausinagem.com.br

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de olho no mercAdo

A manufatura foi uma das áreas da

indústria que precisou reajustar suas

operações para assegurar a continui-

dade da produção, mantendo sempre

a qualidade dos produtos.

“O Brasil reagiu muito bem à crise

e hoje a indústria automotiva nacional

apresenta ótimos resultados”, observou

Vagner galeote, diretor de Manufatu-

ra da Ford Motor company na Amé-

rica Latina – fabricante de automóveis,

busca soluçõEs difErEnciadas Manufatura automotiva

Segundo dados da Associação

Nacional dos Fabricantes

de Veículos Automotores

(ANFAVEA), em 2010 o número de

veículos exportados entre os meses

de janeiro e junho – considerando-

se automóveis, caminhões, ônibus

e veículos comerciais leves – subiu

78% se comparado ao mesmo

período de 2009. Já no mercado

nacional, o número de unidades

vendidas no atacado neste mesmo

período subiu 10,79% em relação

ao ano passado.

Vale lembrar que este aumento

significativo da demanda ocorreu

após a crise econômica mundial, que

eclodiu no final de 2008. Durante

este período, as empresas do setor

automotivo tiveram que trabalhar com

estruturas enxutas de pessoal e com

reduções nos gastos de produção.

Flexibilidade de produção e novas tecnologias para processos continuam sendo tendências nas indústrias do setor, que precisam se adaptar à demanda oscilante

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utilitários e veículos pesados – durante

o seminário A Reação da Manufatura

Automotiva Pós-Crise, evento realizado

pela SAE Brasil em junho deste ano. “A

ordem agora é realinhar a cadeia de

produção e buscar maior flexibilidade

para que possamos reagir com rapidez

às variações e oportunidades do mer-

cado”, ressaltou o diretor.

No seminário, alguns empresários

do setor apontaram soluções que já

estão sendo implantadas nas indús-

trias do segmento para otimizar produções e processos no chão de fábrica. Adotando estas estratégias,

as empresas esperam garantir seu

lugar no mercado reaquecido e obter

maior estabilidade neste cenário.

Produção flexível e compacta

José eugênio Pinheiro, vice-

presidente de Manufatura da general Motors na América do Sul, destacou

que nos últimos anos uma das lições

aprendidas pela indústria brasileira

foi trabalhar de forma flexível. Esta

estratégia permite que as empresas

acompanhem o mercado em suas

oscilações de demanda de forma

mais equilibrada.

Um exemplo desta lição já foi im-

plantado na GM por meio dos global

framers. Os framers são estruturas

utilizadas para a montagem dos

carros. Geralmente, cada estrutura é

responsável pela montagem de um

único modelo de veículo. A solução

encontrada pela GM foi criar um

equipamento que reúne seis tipos

diferentes de framers em uma só

estrutura, possibilitando a troca de

um framer para outro em poucos

segundos. “Com esta nova máquina

temos maior flexibilidade dos pro-

cessos fabris, pois podemos adaptar

rapidamente a linha de produção

ao modelo de carro que é mais

solicitado no momento”, declara o

vice-presidente.

Para que estratégias como esta

possam ser colocadas em prática,

Pinheiro indica que a área de Manufa-

tura e o departamento de Engenharia

de Produtos devem trabalhar de

forma conjunta. Assim, ao conce-

ber um novo modelo de carro, os

engenheiros já podem pensar como

a fabricação do veículo poderá se

adaptar às condições de produção

existentes na planta.

Simulando a produçãoEstar preparada para prever as

operações que serão realizadas no

chão de fábrica, desde as mais pon-

tuais até o acompanhamento integral

dos processos, é uma vantagem com-

petitiva para qualquer empresa. Por

isso, os projetos virtuais têm sido uma ferramenta muito adotada

pelas indústrias do setor automotivo.

Na Volkswagen, os projetos

virtuais são feitos em um programa

chamado Der Digitale Fabrik (DDF),

expressão alemã que significa A

Durante a crise, a manufatura foi uma das áreas da indústria que precisou reajustar

operações para assegurar a continuidade da

produção

número de veículos exPortados entre os meses de janeiro e junho subiu 78% se comParado ao mesmo Período de 2009

trabalho conjunto de engenharia de Produtos e área de manufatura Pode ser a chave Para soluções de otimização

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de olho no mercAdo

volkswagen reduziu temPo de tryout nas linhas de Produção Prevendo oPerações em sua fábrica digital

Por meio da estratégia monozukuri, colaboradores da renault-nissan Procuram oPortunidades de melhorias avaliando cada Processo da montadora

Fábrica Digital. Marco Antonio teixeira, diretor da fábrica Anchieta

da Volkswagen – localizada em São

Bernardo do Campo (SP) –, conta

que a empresa obteve diversos be-

nefícios a partir dos projetos executa-

dos pelo programa. “Com o DDF re-

duzimos o tempo de tryout nas linhas

de produção e temos a possibilidade

de testar antecipadamente todo o

ferramental que será necessário para

cada operação, mesmo que a linha de

produção ainda não esteja ativada”,

relata Teixeira. “Podemos utilizar este

programa até mesmo para melhorar

as condições ergonômicas dos ope-

radores da fábrica, prevendo as difi-

culdades físicas que poderiam existir

em algum procedimento específico”,

complementa o diretor.

Exemplo do setor de aviação

Outra empresa que incorporou

os projetos digitais em sua produção

é a embraer – empresa brasileira Aeronáutica, em São José dos Cam-

pos (SP). Por trabalhar com peças

de alto valor agregado e projetos

complexos, a possibilidade de prever

as operações digitalmente representa

uma vantagem importante para as

atividades deste setor.

De acordo com Francisco luciano soares neto, diretor de

Estratégia Industrial da Embraer, esta

solução se estendeu também ao

chão de fábrica da empresa. “Depois

de prontos, os projetos digitais são

disponibilizados em um tablet junto à

linha de produção para que os opera-

dores que trabalham com a peça em

questão possam seguir as orientações

exatas do produto a ser fabricado”,

descreve. Além da projeção virtual

dos processos, a Embaer passou a

automatizar um número maior de ope-

rações no chão de fábrica. Seguindo

o exemplo da Embraer, indústrias do

setor automotivo têm confiado muitas

de suas operações aos robôs.

Soares Neto enfatiza que a adoção

destes equipamentos em algumas

operações garante maior segurança

na fabricação dos aviões. “Em média,

em cada asa de um jato são feitos

60.000 furos. Antes, a furação era

feita manualmente; no entanto, hoje

as operações são realizadas com

maior precisão e agilidade por meio

da utilização de robôs”, ilustra. Ainda

de acordo com o diretor, os robôs

conseguiram eliminar muitas das

não-conformidades que acabavam

surgindo em alguns dos processos

de fabricação das aeronaves.

Competitividade industrial

Em muitos casos, uma visão

mais abrangente dos processos da

empresa pode ajudar na solução dos

desafios enfrentados pela área de

manufatura. Esta foi a constatação da

montadora Renault-nissan, que en-

controu uma forma para reduzir custos

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Programa digital pode melhorar as condições

ergonômicas dos operadores da fábrica

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de olho no mercAdo

operacionais por meio da estratégia

monozukuri. O termo, do japonês,

significa literalmente “processo de

fabricação” (zukuri) de alguma “coi-

sa” (mono), tendo sido usado pelos

artesãos japoneses para se referirem

à sua produção, indicando, em sentido

mais amplo, “o espírito de fabricar

produtos com excelência e a habili-

dade de melhorar constantemente um

sistema ou processo”. No contexto

industrial, o conceito foi aplicado pela

primeira vez pela Toyota, que buscava

oportunidades de melhoria em seus

processos fabris.

Desde 2008, a Renault-Nissan

aplica o monozukuri em suas filiais por

meio das “equipes transversais”, equi-

pes compostas por profissionais da

própria empresa que são selecionados

para representar cada departamento.

Trabalhando meio-período de seu

expediente para o monozukuri, os co-

laboradores destas equipes procuram

identificar oportunidades de melhorias

em todas as operações da montadora

– avaliando como cada processo pode

contribuir para o aprimoramento da

empresa como um todo.

Marcelo Mello, gerente execu-

tivo do Projeto Monozukuri para a

América da Renault, conta que resul-

tados positivos já foram alcançados

desde a implantação desta estra-

tégia na organização. “Em um dos

trabalhos propusemos readequar

as embalagens de determinados

produtos, pois alguns recipientes

eram copiados da matriz francesa

em modelos que não eram os mais

adequados à nossa realidade de

produção”, relata Mello. “Depois da

implantação do projeto proposto

pela equipe, passamos a utilizar

materiais com menor custo para

compor as embalagens, e consegui-

mos transportar um número maior

de produtos em cada recipiente”,

arremata o gerente.

Assim, ferramentas tecnológicas

e métodos de trabalho inovadores

possibilitam que as empresas do se-

tor automotivo aprimorem suas ope-

rações e otimizem procedimentos

industriais, fazendo com que estejam

melhor preparadas para aproveitar a

prosperidade econômica tão espera-

da para o País nos próximos anos.

Thaís Tüchumantel

Jornalista

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ideiAs e pensAmentos

Projeto Brasiliana USP prevê criação de biblioteca pública, digitalização de todo o acervo da Família Mindlin e criação de centros

de preservação e estudo dos livros

ordenador do projeto. “O termo bra-

siliana diz respeito a uma coleção de

estudos, livros ou publicações sobre o

Brasil, e este nome foi o escolhido em

razão de o acervo da Família Mindlin

reunir estas características”, define

Pedro Puntoni, atual coordenador

geral do projeto Brasiliana USP.

Esta importante coleção de livros

e manuscritos soma 17.000 títulos

ou um total de 40.000 exemplares,

incluindo obras de literatura brasileira

e portuguesa, relatos de viajantes,

manuscritos históricos e literários, pe-

“Um país se faz com ho-

mens e livros”, já dizia o

famoso escritor Monteiro

Lobato. Nada mais propício de se

lembrar quando se fala de José ephim Mindlin (1914–2010).

Apaixonado por livros, o empresário

do setor metalmecânico e bibliófilo,

colecionava, entre outras, obras-

primas da literatura brasileira desde

sua juventude. (veja mais detalhes

sobre as contribuições de Mindlin

no quadro Pioneirismo industrial

para o Brasil crescer). E foi por

causa desta paixão que nasceu o

projeto brasiliana usP, resultado

da doação do acervo particular da

Família Mindlin à Universidade de

São Paulo (USP) no ano de 2006,

para a criação de uma biblioteca

pública nacional.

Considerada a mais importante

coleção particular do gênero, o acer-

vo que integrará a nova Biblioteca

Brasiliana Guita e José Mindlin rece-

beu este nome durante conversas de

José Mindlin com o professor istván Janscó (1938–2010), primeiro co-

livrE acEsso à literatura brasileira

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ideiAs e pensAmentos

riódicos, livros científicos e didáticos,

iconografias e livros de artistas.

Devido à importância deste acer-

vo para a história e cultura do País,

o projeto acadêmico Brasiliana USP

engloba quatro ações integradas:

implantação da Biblioteca Brasilia-

na Guita e José Mindlin na Cidade

Universitária da USP, em São Paulo;

digitalização do acervo por meio da

Brasiliana Digital – disponibilizado

na Internet de forma gratuita; criação

do Centro Guita Mindlin: Centro

de Conservação e Restauro do

Livro e do Papel – um programa

de preservação e conservação dos

livros –, e do Centro de Estudos

do Livro – dedicado à história e ao

estudo da imprensa, dos livros e das

práticas da leitura.

Arquitetura interativaO edifício da Biblioteca Brasi-

liana foi projetado pelos arquitetos

Eduardo de Almeida e Rodrigo

Mindlin Loeb, tendo como base o

que há de mais moderno em termos

de interatividade e funcionalidade,

como os projetos da Biblioteca

Pública de Nova York e da Bibliote-

ca do Congresso, além da Biblioteca

Nacional de Paris (França).

Com inauguração prevista para o

primeiro semestre de 2012, a biblio-

teca – que ocupará área de 20.000

metros quadrados – começou a ser

construída em dezembro de 2006 e

seu projeto arquitetônico tem como

objetivo principal proporcionar maior

visibilidade do interior do local. Para

isso, grandes painéis de vidro serão

instalados na cobertura lateral de

todo o edifício, permitindo que o

acervo também possa ser apreciado

do lado externo.

A Biblioteca Brasiliana será ins-

talada entre os prédios da Reitoria e

da Faculdade de Filosofia, Letras e

Ciências Humanas, na Cidade Univer-

sitária da USP. Por esta localização

Projeto arquitetônico da Biblioteca Brasiliana.

Painéis de vidro serão instalados na cobertura

lateral do edifício para que o acervo também possa

ser apreciado do lado externo

Pioneirismo industrial para o Brasil crescerprecursora na produção de peças automotivas, a metal Leve foi fundada em 1950. Sob a presidência do sócio fundador José Ephim mindlin, a empresa fabricante de peças automotivas construiu sua trajetória de sucesso como uma das principais multinacionais de origem brasileira no setor metalmecânico. Na década de 80, a metal leve ultrapassou as fronteiras do país e implantou um posto avançado de tecnologia em michigan (eua). Nos anos seguintes, a empresa manteve o ritmo de expansão e investiu em novas unidades nos estados unidos. a história de êxito desta empresa brasileira deve-se ao excelente sistema de gestão implantado na empresa desde o início de suas atividades, do qual José mindlin foi um dos principais atuantes. expandindo ainda mais seus mercados de atuação, em 1996, o grupo alemão mahle – um dos principais fabricantes de peças automotivas do mundo – comprou o controle da fabricante, que posteriormente foi incorporada à empresa, sendo denominada mahle metal leve.Fonte: portal ação e reação

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a biblioteca brasiliana guita e José mindlin está repleta de obras raras e exclusivas. veja abaixo alguns dos destaques que farão parte da biblioteca brasiliana e consulte muitos outros na brasiliana Digital pelo site www.brasiliana.usp.br

antologia poética, de vinícius de moraes Segunda edição, revista e aumentada, da antologia poética, originalmente publicada no ano de 1954 revista de antropofagia

1ª edição publicada em maio de 1928 historia do brazil (volume 1), de robert Southey

os quarenta e quatro capítulos deste livro compõem o que alguns estudiosos consideram como a primeira história geral do país crystaes partidos, de gilka machado

gilka machado foi uma das primeiras escritoras do brasil. aos 13 anos, ganhou três prêmios concedidos pelo jornal a imprensa

ideiAs e pensAmentos

estratégica, outra forma de apro-

ximar a biblioteca de seus futuros

usuários será o vão presente no meio

da edificação, que permitirá que os

pedestres passem pela biblioteca e

sigam seus destinos interagindo com

a arquitetura do edifício.

Sobre a infraestrutura, o projeto

arquitetônico da biblioteca abrigará,

além do Centro Guita Mindlin, que

leva esse nome em homenagem à

esposa do colecionador, e do Centro

de Estudos do Livro, vários espaços

como auditório, centro de exposições

e uma cafeteria.

Literatura via webA Brasiliana Digital já permite

que internautas tenham livre acesso

e proximidade com os livros digitali-

zados, incluindo obras raras (acesse

gratuitamente o conteúdo em www.

brasiliana.usp.br). “Hoje, o portal da

biblioteca mantém cerca de 3.000

volumes oferecidos online para todos

os brasileiros”, explica Puntoni.

Mas, de que forma é possível

digitalizar estas obras raras sem

danificá-las? A resposta está nos

avanços tecnológicos. Apelidado

de Maria bonita, o sistema robo-

tizado utilizado para esta operação

apresenta um avançado software de

pós-processamento de imagem, que

permite processar com velocidade o

fluxo de imagens capturadas. Este

sistema também compreende um

editor automatizado para a publica-

ção e formatação das imagens em

arquivos PDF, em formato de livros

digitais –denominados e-books.

“Implantamos este método de

digitalização em 2009”, informa

Puntoni. “O projeto Brasiliana USP

é o primeiro da América Latina a

digitalizar um acervo raro por meio

de um robô. Esta nova tecnologia

permite que mais pessoas tenham

acesso aos livros e também possi-

bilita que as obras sejam melhor

preservadas, já que podem ser con-

sultadas pela Internet”, completa.

Raridades brasilianas

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amília

min

dlin Cuidando da história

“A Biblioteca Brasiliana tem

como função a preservação das

obras”, ressalta Puntoni. Por isso,

juntamente à digitalização dos livros,

outras formas de preservação do

acervo estão sendo implementadas,

como a conservação preventiva,

recuperação e restauro de obras

danificadas ou em risco eminente, e

a formulação de um plano de con-

tingenciamento e de riscos.

Estas ações farão par te do

Centro Guita Mindlin: Centro de

Conservação e Restauro do Livro

e do Papel (CGM) que, além de ser

responsável pela preservação do

acervo da Biblioteca Brasiliana,

também coordenará a implanta-

ção de um laboratório e realizará

atividades de formação e capaci-

Para José Mindlin (foto), as obras raras de seu arcervo eram um patrimônio público que ele tinha como missão preservar

tação de profissionais da USP e

de outras instituições para estas

finalidades.

Integrado às atividades do CGM,

o Centro de Estudos do Livro terá

como função agregar estudiosos e

interessados em literatura brasileira

para a realização de pesquisas,

ampliando as discussões sobre as

obras que compõem o acervo da bi-

blioteca. “Nosso intuito é tornar a bi-

blioteca uma instituição de referência

dos estudos da literatura brasileira,

garantindo acesso à cultura de nosso

País a esta geração e a todas que

estão por vir”, finaliza Puntoni.

Sula Zaleski

Jornalista

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O Brasil é mesmo um País extra-

ordinário! Mal acabamos de

sair de uma das piores crises

de nossa história e já estamos falan-

do em recorde de produção e falta de

infraestrutura para escoá-la.

Pela primeira vez em nossa re-

cente história, estamos prevendo um

período relativamente longo de cres-

cimento contínuo. É claro que tivemos

outras fases de forte crescimento,

porém, sempre acompanhadas de

perto por períodos desfavoráveis.

Os novos investimentos, a es-

tabilidade econômica, as novas

descobertas de reservas minerais e

a realização da Copa do Mundo de

Futebol e dos Jogos Olímpicos no

Brasil são fatores que irão influenciar

positivamente os nossos próximos

sete ou oito anos. Uma fase que

realmente promete muito desenvol-

vimento e prosperidade.

No entanto, para explorar ao má-

ximo estas oportunidades, teremos

desafios decorrentes de algumas

limitações tanto em âmbito governa-

mental quanto industrial.

No contexto governamental, já

estamos enfrentando desafios nas

importações e exportações, devido

à falta de infraestrutura em portos,

aeroportos, rodovias, energia, etc.

Novos investimentos estão sendo fei-

tos, porém com tempo relativamente

longo de execução e implementação,

e sabemos que nossa necessidade

é imediata. Além disso, este é um

ano eleitoral, o que invariavelmente

significa maior lentidão na tomada de

decisões importantes.

Pensando nos empresários e na

indústria, também temos muito o que

superar. Ultimamente fizemos menos

investimentos do que o necessário,

em função dos reveses da economia

mundial e das incertezas que isto nos

trouxe. Existe, assim, uma carência de

máquinas e equipamentos para suprir

as novas demandas, principalmente

de nosso mercado interno, o qual in-

dependentemente de estar receben-

do investimentos, enfrenta a questão

dos longos prazos de entrega.

O terceiro grande desafio que

certamente iremos enfrentar é o

do conhecimento para identificar

e explorar as novas oportunidades

com os recursos existentes. Mas

como fazer isso se, com a redução

incontestável de mão-de-obra espe-

cializada, em decorrência da última

crise, tivemos perda de recursos hu-

manos/intelectuais em grande parte

de nossa indústria? Recursos estes

indispensáveis para nosso desenvol-

vimento futuro e para a consolidação

de nossa posição mundial.

Todavia, existem algumas alter-

nativas. Primeiro, a melhor e mais se-

gura das possibilidades de aproveitar

ao máximo as novas oportunidades

com os recursos de que dispomos

é o aumento expressivo da pro-

dutividade. Ou seja, teremos que

encontrar cada oportunidade destas

e trabalhar no sentido de aumentar

nossa velocidade de produção, o que

certamente nos deixará mais compe-

titivos. Deste modo, fazer mais com

os recursos que temos.

Além desta, existem outras saídas.

Uma delas, por exemplo, é explorar

o conhecimento e os recursos dos

bons fornecedores especializados

em sua área de atuação. Alguns des-

tes fornecedores podem trabalhar em

parceria com as empresas no sentido

de encontrar tais oportunidades e

desenvolver novos processos mais

competitivos, explorando assim o

máximo dos recursos existentes.

Nós da Sandvik Coromant te-

remos o maior prazer em ajudar

nossos clientes neste grande desafio.

Estamos prontos para assumir nossa

parte desta grande responsabilidade

nacional.

Claudio CamachoDiretor da

Sandvik Coromant do Brasil

Fern

ando

Fav

oret

to

nossA pArcelA de responsABilidAde

produtividadE

superando limites

O Mundo da Usinagem�0

Page 41: OMU_69
Page 42: OMU_69

aNuNcIaNteS NeSta eDIçãoo mundo da usinagem 69

Agie-charmilles . . . . . . . . . . . . . . . . . .5

Blaser . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .20

Bucci . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .14

deb´maq . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3ª capa

dormer . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .23

dynamach . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .33

ergomat . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .17

Grob . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .21

haas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .35

heller . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .13

hexagon . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .31

intertech . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .15

Kone . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30/37

machsystem . . . . . . . . . . . . . . . . . . .22

mitutoyo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .9

okuma . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .25

provecto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .36

romi . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .19

sandvik local . . . . . . . . . . . . . . . . . .29

sandvik . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4ª capa

selltis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2ª capa

turrettini . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .41

usinagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38-39

ARWI Tel: 54 3026-8888Caxias do Sul - RS

ATALANTA TOOLS Tel: 11 3837 9106São Paulo - SP

COFAST Tel: 11 4997 1255Santo André - SP

COFECORT Tel: 16 3333 7700Araraquara - SP

COMED Tel: 11 2442 7780Guarulhos - SP

CONSULTEC Tel: 51 3343 6666Porto Alegre - RS

COROFERGS Tel: 51 33371515Porto Alegre - RS

CUTTING TOOLS Tel: 19 3243 0422Campinas – SP

DIRETHA Tel: 11 2063-0004São Paulo - SP

ESCÂNDIA Tel: 31 3295 7297Belo Horizonte - MG

FERRAMETAL Tel: 85 3226 5400Fortaleza - CE

GALE Tel: 41 3339 2831Curitiba - PR

GC Tel: 49 3522 0955Joaçaba - SC

HAILTOOLS Tel: 27 3320 6047Vila Velha - ES

JAFER Tel: 21 2270 4835Rio de Janeiro - RJ

KAYMÃ Tel: 67 3321 3593Campo Grande - MS

MACHFER Tel: 21 3882-9600Rio de Janeiro - RJ

MAXVALE Tel: 12 3941 2902São José dos Campos - SP

MSC Tel: 92 3613 9117Manaus - AM

NEOPAQ Tel: 51 3527 1111Novo Hamburgo - RS

PRODUS Tel: 15 3225 3496Sorocaba - SP

PS Tel: 14 3312-3312Bauru - SP

PS Tel: 44 3265 1600Maringá - PR

PÉRSICO Tel: 19 3421 2182 Piracicaba - SP

REPATRI Tel: 48 3433 4415Criciúma - SC

SANDI Tel: 31 3295 5438Belo Horizonte - MG

SINAFERRMAQ Tel: 71 3379 5653Lauro de Freitas - BA

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