oitava aula responsabilidade social e sustentabilidade ccn-410.002 dra. elisete dahmer pfitscher...
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Oitava aula
Responsabilidade social e SustentabilidadeCCN-410.002
Dra. Elisete Dahmer Pfitscher
elisete @cse.ufsc.br3721-9383; 3721-6667;3721-6665
3364-2028;8817-2019
Universidade Federal de Santa CatarinaPrograma de Pós Graduação em Contabilidade
Centro Sócio-EconômicoCampus Universitário Trindade Caixa Postal 476
Cep: 88.040-900 Florianópolis SC Brasil
Economia de Comunhão; Indicadores de Gestão Ambiental e de Responsabilidade Social; DVA-
Demonstração do Valor Adicionado; Integração de Sistemas de Gestão. (GAIA-Gerenciamento de
Aspectos e Impactos Ambientais).
Ementa
Economia de Comunhão
Godoy et al
(2007)
A contabilidade, preocupada com a divulgação das informações úteis aos gestores e aos usuários internos e externos, utiliza-se do Balanço Social, demonstrativo que
evidencia os indicadores sociais das empresas. Numa perspectiva de solidariedade, comunhão de bens e liberdade, surgiu o projeto Economia de Comunhão.
O projeto entra no âmago da responsabilidade social, vai além, difundindo uma cultura de partilha. Empresas envolvidas com o projeto mudam o modo de agir,
partilham as próprias receitas e os próprios recursos com o próximo que se encontra necessitado, num relacionamento de igual dignidade
Surgem, pois, inicialmente no Brasil, e, posteriormente em outros países, empresas que aderem a um projeto que se denomina Projeto de Economia
de Comunhão (EDC), projeto esse que tem origem no Movimento dos Focolares e tem por objetivo a divisão dos lucros, visando uma sociedade mais justa e humanitária,
mediante a prática de um trabalho empresarial voltado para os princípios éticos e com respeito ao meio ambiente (natureza).
Chiarello et al (2005)
Segundo Araújo (1998, p.11), “a economia de comunhão Consiste em direcionar a firma ou empresa a constituir-se
como comunidade de pessoas altamente responsáveis e motivadas –
voltada à produção de bens e serviços – e a usar os lucros em vista de uma sociedade solidária
aos excluídos, aos marginalizados, em uma palavra, aos necessitados”.
Salienta que são necessárias pessoas profundamente convictas, e que parte desses
lucros é usada para formar “homens novos”, além de, naturalmente, incrementar o
crescimento da própria empresa.
Chiarello et al (2005)
Economia de Comunhão
Para Araújo (1998), não se trata apenas de colocar em comum moeda
corrente para atingir os fins já mencionados, mas de criar empregos,
investir os lucros das empresas em projetos de expansão,
fornecer equipamentos ou serviços, colocar em comum a experiência adquirida,
a capacidade gerencial e, inclusive, patentes. Quartana (1992) enfatiza que
no movimento se entende que a partilha não é apenas de bens materiais,
mas também de propósitos, de tempo, de capacidades.
Chiarello et al (2005)
Economia de Comunhão
Lubich (2002, p.17) salienta que: Se é verdade que não é raro a economia contribuir para criar barreiras entre as classes sociais e entre pessoas de interesses diversos,
estas empresas ao contrário, se empenham em:- destinar parte dos lucros para atender diretamente às necessidades mais urgente de pessoas que estão em dificuldades
econômicas;promover no próprio interior e nos contatos com consumidores, fornecedores, -concorrentes, comunidade local e internacional, administração pública [...]
-relações de abertura e confiança recíprocas, tendo sempre em vista o interesse geral; [...]
Escreve Sorgi (1998, p. 60) sobre a Economia de Comunhão: Trata-se de um modelo diferente do capitalismo e do comunismo; um modelo que, sem dúvida, se fundamenta na Doutrina Social
da igreja, mas que destaca especialmente o aspecto da participação e da solidariedade, estimulando um posterior desenvolvimento
da doutrina em sentido mais profundamente comunitário. Assim, o projeto EDC tem como premissa a divisão dos lucros em três
partes:·- uma para o reinvestimento na própria empresa;- uma para ir ao encontro dos necessitados;- uma para a formação de
“homens novos”, pessoas com uma mentalidade aberta à cultura da partilha.
Chiarello et al (2005)
Economia de Comunhão
Chiarello et al (2005)
CONTINENTE 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002
EUROPA 132 161 208 336 430 448 477 478 469 481 486
ÁSIA 10 19 23 23 32 37 35 36 38 40 47
AFRICA 1 2 6 14 11 15 11 13 9 9
AMÉRICA 99 144 166 184 220 244 220 221 217 224 230
AUSTRÁLIA 1 3 3 5 7 7 7 15 15 15 6
Quadro 9 : Quadro evolutivo da quantidade de empresas de EDC por ontinente.
Economia de Comunhão
Chiarello et al (2005)
Em julho de 1999, os sócios da empresa Metalsul participaram de um encontro internacional que abordava o tema
Economia de Comunhão – EdC, realizado em Roma/Itália. O desejo de participar do projeto se fez presente e as
mudanças propostas pela EdC começaram a ocorrer lentamente na empresa.
ANOS FATURAMENTO
2001 1.600.000
2002 2.600.000
2003 3.250.000
2004 4.350.000
Quadro 10– Faturamento da empresa em R$
Economia de Comunhão
Chiarello et al (2005)
Para os empresários, o maior valor do projeto EDC é criar relacionamentos, um ambiente favorável e igualdade no convívio e trato com todos os funcionários,
formando uma grande família, cuja base é o respeito, a dignidade e a preocupação com o ser humano.
Segundo os empresários, a empresa oferece aos funcionários cursos de orçamento familiar, motivação e auto-estima,
visando a um relacionamento mais harmonioso, no qual eles possam conviver em paz consigo mesmos.
Esses fatores, acreditam, que terão reflexos no convívio familiar e empresarial. .
Nasce o projeto EDC, que vai além da responsabilidade social, ou, poder-se-ia dizer,
vai a fundo na responsabilidade social, quando propõe a divisão dos lucros. Para muitos uma utopia,
mas real e concreto em muitas empresas.
Economia de Comunhão
Indicadores de gestão ambiental e
responsabilidade social
Pfitscher (2004)
Indicadores de eficiência ecológica
•Receita de vendas de peixes/Receita cultivo de arroz ecológico
•Receita da venda de aves/ Receita cultivo de arroz ecológico
•Preço por saca de arroz ecológico x quantidade por hectare
Indicadores de desempenho ambiental
•Quantidade de materiais reciclados ou reutilizados no processo produtivo/
Quantidade de sacas de arroz ecológico
•Receita de arroz quebrado/ Receita total do arroz ecológico
•Receita de arroz grão preto/ Receita total do arroz ecológico
•Reutilização de farelo/ Receita total do arroz ecológico
•Receita de quirera/ Receita total do arroz ecológico
A responsabilidade Social e ambiental nas organizações.1.5 Indicadores de gestão ambiental e
responsabilidade social
Pfitscher (2004)
Receita de vendas/ Número médio de empregados
Atividade Atividade por distribuiçãoda população
Indicadores
De
recursos humanos
Receita de vendas/ Número médio de população rural
Qualificação da mão-de-obra
Número efetivo de técnicos/ Número total de empregados
Indicadores de gestão ambiental e
responsabilidade social
Tachizawa (2004)
Indicadores de desempenho global
•Número de consumidores/ Número de empregados
•Número de empregados das “atividades-fins”/Número de empregados das “atividades-meios”
•Encargos sociais/ Salário-base
Os aspectos de saneamento básico e de serviços preventivos de saúde podem ser mensurados por indicadores relacionados a: situação geral da saúde pública; assistência médico hospitalar; saneamento básico; situação de saúde coletiva; e estado nutricional.
Variáveis culturais organização familiar de cada segmento social.
Indicadores de gestão ambiental e
responsabilidade social
Demonstração do Valor Adicionado (DVA)
Após esses estudos, surge a Lei no 11.638 de 2007, e a introdução da DVA tornou-se obrigatória para as sociedades anônimas, após a sua promulgação. Sua função é evidenciar as ações das empresas
na sociedade e gerar informações sobre essas atuações aos seus usuários. Assim, os gestores e a sociedade podem conhecer as
empresas também na área de Responsabilidade Social.
Responsabilidade Social.
Contabilidade, benchmarking e políticas ambientais
4.5 Demonstração do Valor Adicionado (DVA)
Com o crescimento dos mercados mundiais, os interessados nas informações financeiras depararam-se com um problema, pois as demonstrações variavam de um país para outro e não havia harmonia na sua elaboração entre os países. Assim, não era possível uma comparação entre empresas de países diferentes. Nesta perspectiva, houve várias discussões acerca do tema, e os mercados estão
convergindo para essa nova postura, de demonstrações padronizadas. (PFITSCHER; NUNES, 2008, p. 99).
Demonstração do Valor Adicionado (DVA)
Receita Operacional (-) CMV Valor Adicionado Bruto gerado nas Operações (-) Depreciação Valor Adicionado Líquido (+) Receita Financeira Valor Adicionado Distribuição do Valor Adicionado Empregados Juros Dividendos Impostos Outros Lucro Reinvestido
800.000,00 (650.000,00)
150.000,00
(10.000,00) 140.000,00
10.000,00
150.000,00
(90.000,00) (30.000,00) (14.000,00)
(6.000,00) ___________
(10.000,00)
100%
60% 20%
9,33% 4% 0% 6%
Quadro 4.5: Modelo de DVAFonte: PFITSCHER, 2008
Demonstração do Valor Adicionado (DVA)
Neves e Viceconti (2003) ressaltam alguns motivos que levaram à necessidade da elaboração de uma DVA:
•A Demonstração do Resultado do Exercício identifica apenas fatores relacionados à riqueza que está vinculada ao lucro da empresa,
não identificando outros fatores e demais geradores de riquezas.
•As demonstrações que compreendem fatores financeiros não são capazes de identificar a quantidade de valor agregado no produto
final da empresa.
•As demais demonstrações não identificam como é distribuída a riqueza gerada pela empresa, e como foram criadas.
GAIA-Gerenciamento de aspectos ambientaisConceitos e
forma de atuação
Pesquisa de campo:•Profissionais envolvidos na área ambiental
Formar parcerias
•Diretores, pesquisadores, corpo docente, pessoal administrativoe Instituições de Ensino Estruturação do método GAIA
•Profissionais do Colegiado Estadual de Produtos Orgânicos doMinistério da Agricultura Certificação e IBD
•Profissionais distribuição logística: setor orgânicos Comercialização
“AssistênciaRural”
“Equilíbrio ambiental,sem agressões ao
Ecossistema”
GAIA-Gerenciamento de aspectos ambientais
Entrevistados Pesquisadores
Coordenador da pesquisa
Adaptação ao Método GAIA
Aplicação na empresa
1 2
3
4 5
Fluxo de informação
GAIA-Gerenciamento de aspectos ambientaisFases do método-Sensibilização
Breve histórico da empresa
GAIA – melhoria desempenho
ambiental e sustentabilidade
Fases: sensibilização,
conscientização e capacitação
ou qualificação.
Sensibilização: sustentabilidade do negócio, estratégia ambiental, comprometimento e sensibilização partes interessadas;Estratégia ambiental: “As inferências abordam as correlações entre a classificação da sustentabilidade e o nível de desempenho”
Leripio (2001, p.73)
Fase 1
GAIA-Gerenciamento de aspectos ambientais Fases do método-Sensibilização-
Sustentabilidade do negócioCritério Sub-critérioSustentabilidadeFornecedores –Propriedades rurais-x-500/5= 100 %BeneficiamentoA)Eco-eficiência do processo de beneficiamento400/10= 40 %B)Aspectos e impactos ambientais do processo500/6= 83,33%C) Indicadores gerenciais700/7= 100 %D) Recursos humanos na organização500/6= 83,33%Utilização do produto-x-400/5= 80%
Sustentabilidade global: 76,92%
Quadros “A” (adequado) x 100 no numerador e total de questões – quadros “NA” no denominador
44 questões
Fase 1
GAIA-Gerenciamento de aspectos ambientaisFases do método-Sensibilização
Comprometimento e sensibilização de partes interessadas
Fornecedores –propriedades
rurais
Lotes por propriedade
Classificação doarroz
Beneficiamento
Público consumidor
Convencional Ecológico
evento
evento
evento
Legenda:
Processo produtivo
Preparação do processo
Processo alternativo
Fase 1
Trajetória do arroz desde a entrada na beneficiadora
GAIA-Gerenciamento de aspectos ambientaisFases do método-Conscientização
Fase 2
Fornecedorespropriedadesrurais
Recepçãodo produto -Figs.3.21 e 3.22
Classificaçãodo produto-fig. 3.23
Descargana moega-Fig. 3.24
Pré-limpeza-Figs.3.25 e 3.26
Etapa 1
Comandos dosecadorarroz ecológico-fig. 3.27
Fornalha dosecador-fig. 3.28
Armazenamento ecológico-fig. 3.29
Tanques de cozimentopara parboilização-fig. 3.30
Etapa 2
Tanque deresfriamento-fig. 3.31
Empacotamento eenfardamento-fig. 3.32
Expediçãofig. 3.33 e 3.34
Etapa 3
Resíduos
Mapa da cadeia de produção e consumo de arroz ecológico
GAIA-Gerenciamento de aspectos ambientaisFases do método-Conscientização Fase 2
FORNECEDORES
RECEBIMENTO NAEMPRESA
Classificaçãodo produto-fig. 3.23
Descargana moega-fig.3.24
Pré-limpeza-fig.3.25e 3.26
Comandos dosecadorarroz ecológico-fig. 3.27
Fornalha dosecador-fig. 3.28
Armazenamento ecológico-fig. 3.29
Tanques de cozimentopara parboilização-fig. 3.30
Tanque deresfriamento-fig. 3.31
Empacotamento eenfardamento-fig. 3.32
BENEFICIAMENTO EXPEDIÇÃO DISTRIBUIÇÃO
LOGÍSTICA
Mapeamento do macro processo de produção
GAIA-Gerenciamento de aspectos ambientaisFases do método-Conscientização Fase 2
1. ENTRADA DO ARROZ2. ÁGUA3. ENERGIA4. EMBALAGENS5. RECURSOSHUMANOS, FÍSICOSE FINANCEIROS
Reutilização dapalha
Resíduos Venda a terceiros
Recomendações –Novos negóciospara a empresa
Fornalha
PROCESSO DE BENEFICIAMENTO
PRODUTO FINAL
DISTRIBUIÇÃO
LOGÍSTICA
Cinza FareloArrozquebrado
Arroz Grãopreto
Quirera
Identificação das entradas e saídas
GAIA-Gerenciamento de aspectos ambientaisFases do método-Conscientização Fase 2
ATIVIDADE: Recebimento de arroz
ASPECTO: poeira e suspensão
IMPACTO: Poluição do ar
PC -PREOCUPAÇÕES COMERCIAIS
EL – Exposição legal da organização - 3
FC – Facilidade de correção do impacto - 3
CA – Custo de alteração do impacto - 3
EC – Efeitos colaterais do impacto - 3
PP – Preocupações do público em relação do impacto - 2
EI – Efeitos do impacto sobre a imagem da organização – 1
Avaliação
Extremamente crítica-5
Crítica- 4
Moderada- 3
Desprezível-2
Totalmente desprezível -1
Planilha de identificação e priorização
GAIA-Gerenciamento de aspectos ambientaisFases do método-Conscientização Fase 2
Planilha de identificação e priorização
ATIVIDADE: Recebimento de arroz
ASPECTO: poeira e suspensão
IMPACTO: Poluição do ar
PA -PREOCUPAÇÕES AMBIENTAIS
E – Escala do impacto- 3
S – Severidade do impacto - 2
PO – Probabilidade de ocorrência do impacto - 5
D/P – Duração, persistência (biodegradabilidade) - 2
PC – Soma Total = 15 e Média =( 15: 6) 2,5
PA – Soma Total = 12 e Média = (12: 4) 3,0
2,5 + 3,0= 5,5 Prioridade = 9Moderada
GAIA-Gerenciamento de aspectos ambientaisFases do método-Conscientização Fase 2
Prioridade Atividade Pontuação
Primeira Embalagem 8,5
Segunda Secagem 7,8
Terceira Classificação doproduto 7,6
Quarta Descarga na moega 7,5
Quinta Cozimento paraparboilização 7,0
GAIA-Gerenciamento de aspectos ambientaisFases do método-
Capacitação e qualificação Fase 3
Gerenciamento de aspectos e impactos ambientais –uma análise por setores
What? O que?
Why? Por quê
When? Quando?
Where? Onde?
Who? Quem?
How? Como?
How much? Quanto custa?
5 W 2 H
GAIA-Gerenciamento de aspectos ambientaisPlanejamento ou Plano resumido de gestão ambiental
Capacitação e qualificação – 5W2H Fase 3
What?O que? Tratamento e reutilização dos resíduos sólidos
Why?Por que? Evitar impacto agravante
When?Quando? Um ano
Where? Onde?Na empresa e instituições qualificadas
Who?Quem? Administrador da empresa pesquisada e extensionista
How?Como?Acompanhamento da construção do novo silo e pesquisa de mercado para venda dos resíduos sólidos
How much? Quanto custa? Capítulo 4 e 5
Plano resumido de gestão ambiental