o uso mais antigo

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O uso mais antigo do papiro como receptor da escrita era em forma de "rolo". As folhas de papiro eram unidas lateralmente e logo enroladas em tubos cilíndricos, com um comprimento aproximado de 10 metros (o Evangelho segundo Lucas tinha, provavelmente, essa medida). Os rolos eram relativamente difíceis de usar e a Igreja Primitiva logo descobriu a dificuldade de encontrar uma passagem específica. Desta maneira, antes de finalizar o primeiro século, se começou a utilizar a forma de códice, a qual consistia em dobrar uma ou várias folhas de papiro e costurá-las juntas. É muito possível que esta forma de códice tenha sido uma proposta idealizada pelos cristãos gentios em seu afã por diferenciar a típica leitura em rolos utilizada nas sinagogas. O pergaminho foi também utilizado posteriormente em forma de códice. Em 331 d.C., o imperador Constantino ordenou a elaboração de 50 cópias da Bíblia em pergaminho. Duas dessas cópias existem hoje em dia, e constituem as cópias manuscritas mais importantes do texto do Novo Testamento: o Códice Sinaítico e o Códice Vaticano. TRANSMISSÃO E ALTERAÇÃO TEXTUAL Nos primeiros dias da igreja cristã, logo que uma carta apostólica era enviada a uma congregação ou a um indivíduo, ou depois que um evangelho era escrito a fim de satisfazer as necessidades de um público leitor em particular, se elaboravam cópias com o propósito de estender a sua influência e facilitar a outros os seus benefícios. Portanto, era inevitável que essas cópias manuscritas contivessem palavras diferentes se comparadas ao original, em maior ou menor número. Causas involuntárias A maior parte das divergências surgiu por causas acidentais, tais como confundir uma letra ou uma palavra com outra parecida. Se, por exemplo, duas linhas vizinhas de um manuscrito começavam ou terminavam com o mesmo grupo de letras, ou se duas palavras similares se encontravam juntas na mesma linha, era fácil para o olho do copista saltar do primeiro grupo de letras para o segundo, e omitir, assim, uma porção do texto. Inversamente, o escriba poderia regressar do segundo para o primeiro grupo, e sem querer, copiar uma ou mais palavras duas vezes. As letras que se pronunciavam de igual modo, também podiam ser confundidas algumas vezes pelos escribas ouvintes. Tais erros acidentais eram quase inevitáveis onde quer que se copiassem a mão longas passagens, e havia mais possibilidades de que isso ocorresse se o escriba tivesse olhos ou ouvidos defeituosos; se Escriba Trabalhando

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Page 1: O Uso Mais Antigo

O uso mais antigo do papiro como receptor da escrita era em forma de "rolo". As folhas de papiro eram unidas lateralmente e logo enroladas em tubos cilíndricos, com um comprimento aproximado de 10 metros (o Evangelho segundo Lucas tinha, provavelmente, essa medida).Os rolos eram relativamente difíceis de usar e a Igreja Primitiva logo descobriu a dificuldade de encontrar uma passagem específica. Desta maneira, antes de finalizar o primeiro século, se começou a utilizar a forma de códice, a qual consistia em dobrar uma ou várias folhas de papiro e costurá-las juntas.É muito possível que esta forma de códice tenha sido uma proposta idealizada pelos cristãos gentios em seu afã por diferenciar a típica leitura em rolos utilizada nas sinagogas.O pergaminho foi também utilizado posteriormente em forma de códice. Em 331 d.C., o imperador Constantino ordenou a elaboração de 50 cópias da Bíblia em pergaminho. Duas dessas cópias existem hoje em dia, e constituem as cópias manuscritas mais importantes do texto do Novo Testamento: o Códice Sinaítico e o Códice Vaticano.

TRANSMISSÃO E ALTERAÇÃO TEXTUAL

Nos primeiros dias da igreja cristã, logo que uma carta apostólica era enviada a uma congregação ou a um indivíduo, ou depois que um evangelho era escrito a fim de satisfazer as necessidades de um público leitor em particular, se elaboravam cópias com o propósito de estender a sua influência e facilitar a outros os seus benefícios. Portanto, era inevitável que essas cópias manuscritas contivessem palavras diferentes se comparadas ao original, em maior ou menor número.

Causas involuntárias

A maior parte das divergências surgiu por causas acidentais, tais como confundir uma letra ou uma palavra com outra parecida. Se, por exemplo, duas linhas vizinhas de um manuscrito começavam ou terminavam com o mesmo grupo de letras, ou se duas palavras similares se encontravam juntas na mesma linha, era fácil para o olho do copista saltar do primeiro grupo de letras para o segundo, e omitir, assim, uma porção do texto.Inversamente, o escriba poderia regressar do segundo para o primeiro grupo, e sem querer, copiar uma ou mais palavras duas vezes. As letras que se pronunciavam de igual modo, também podiam ser confundidas algumas vezes pelos escribas ouvintes. Tais erros acidentais eram quase inevitáveis onde quer que se copiassem a mão longas passagens, e havia mais possibilidades de que isso ocorresse se o escriba tivesse olhos ou ouvidos defeituosos; se fosse interrompido em seu trabalho, ou se, por causa do cansaço, estivesse menos atento do que deveria estar.

Escriba Trabalhando