o terrorismo no cenÁrio mundial

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FATIN - FACULDADE DE TEOLOGIA INTEGRADA CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DAS RELIGIÕES SANDRO GERALDO GOMES NOGUEIRA O TERRORISMO NO CENÁRIO MUNDIAL Orientador: Benedito Messias dos Santos Brasília - DF 2010

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Page 1: O TERRORISMO NO CENÁRIO MUNDIAL

FATIN - FACULDADE DE TEOLOGIA INTEGRADA

CURSO DE PÓS – GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DAS RELIGIÕES

SANDRO GERALDO GOMES NOGUEIRA

O TERRORISMO NO CENÁRIO MUNDIAL

Orientador: Benedito Messias dos Santos

Brasília - DF

2010

Page 2: O TERRORISMO NO CENÁRIO MUNDIAL

FATIN - FACULDADE DE TEOLOGIA INTEGRADA

CURSO DE PÓS – GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DAS RELIGIÕES

O TERRORISMO NO CENÁRIO MUNDIAL

Monografia apresentada à Fatin - Faculdade de Teologia Integrada como requisito parcial à conclusão do curso de Pós- Graduação em Ciências das Religiões.

Orientador: Prof. Dr. Benedito Messias dos Santos

Brasília – DF

2010

Page 3: O TERRORISMO NO CENÁRIO MUNDIAL

SANDRO GERALDO GOMES NOGUEIRA

O TERRORISMO NO CENÁRIO MUNDIAL

Monografia aprovada em___/___/___ para obtenção do Título de

Especialista em Ciências das Religiões.

____________________________________________

Orientador: Prof. Dr. Benedito Messias dos Santos

Banca Examinadora:

______________________________________

Prof. Dr. Benedito Messias dos Santos

______________________________________

Prof. Izidro Milton G. de Oliveira

Page 4: O TERRORISMO NO CENÁRIO MUNDIAL

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho acadêmico a Deus que me amou e

me escolheu antes da fundação do mundo, e enviou seu

filho Jesus Cristo para me salvar e me perdoar de todos

os meus pecados. A Ele a Honra, a Glória e o

Louvor pelos séculos dos séculos amém. Também a

todos aqueles que, de forma direta ou indireta, sejam

beneficiados pelo conhecimento do assunto aqui

explanado.

Page 5: O TERRORISMO NO CENÁRIO MUNDIAL

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, pois Ele é Dono de

tudo e tudo se concretiza pelo seu decreto e vontade,

e em segundo lugar à minha amada e eterna esposa,

Márcia Neire A. P. Gomes, que tanto me ajudou nas

pesquisas e muito me apoiou para realização desta obra.

Page 6: O TERRORISMO NO CENÁRIO MUNDIAL

EPÍGRAFE

Aparta-te do mal,e pratica o que é bom; procura a paz, e empenha-te por alcançá-la.

(Salmos 34: 14.)

Porque Dele, e por meio Dele, e para Ele são todas as cousas. A Ele pois, a Glória

eternamente. Amém.

(Romanos 11: 36).

Bíblia Sagrada. (Edição Revista e Atualizada no Brasil da Sociedade Bíblica do Brasil)

Page 7: O TERRORISMO NO CENÁRIO MUNDIAL

RESUMO

O Presente estudo sugere a reflexão sobre as temáticas: terrorismo, paz, e política

no cenário mundial. Através de palavras simples, porém com muita objetividade, faz

uma abordagem acerca do que é terrorismo, apresentando de forma resumida os

principais grupos Terroristas e Separatistas Rebeldes no atual cenário político, e

fazendo também um estudo aprofundado sobre Armas Nucleares e fundamentalismo

Religioso. Ideologias que veem crescendo atualmente de forma alarmante e têm se

destacado pela sua forma de agir e, até mesmo, de matar em nome de Deus. Para

tal, foi compilada uma base de dados sobre os artigos que, na imprensa, se

reportaram a acontecimentos associados à religião, bem como uma análise à

caracterização deste mal social e brutal. Longe de ser um tratado teológico sobre

conflitos religiosos e profecias bíblicas, nesta monografia, é feita uma abordagem do

tema proposto somente do ponto de vista acadêmico e secular, visando informar aos

leitores, agregando-lhes conhecimento. Não é um estudo bíblico escatológico, pois

são oferecidos muitos esclarecimentos, de fatos sobre atentados, guerrilhas,

revoluções, guerras, e catástrofes bélicas mundiais ao longo dos anos, pois

frequentemente, várias religiões surgem associadas às notícias alusivas à guerra ou

à política. Concomitantemente a tais eventos, em meio televisivo, em horários

nobres, obras de ficção como novelas, representavam os principais conceitos

religiosos, hábitos e costumes dos povos muçulmanos por meio de personagens,

estética, filosofia e espiritualidade fascinantes.

Palavras Chaves:

Terrorismo, Violência, Paz, Grupos Separatistas, Armas Nucleares e

Fundamentalismo Religioso.

Page 8: O TERRORISMO NO CENÁRIO MUNDIAL

LISTA DE ABREVIATURAS

BOMBA – A Bomba Atômica

BOMBA – H Bomba de Hidrogênio

CDPs Centro de Detenção Provisória

CIA Central Intelligence Agency

ETA Euskadi Ta Askatasuna (Pátria Baska e Liberdade)

EUA Estados Unidos da América

FARC Forças Armadas Revolucionarias da Colômbia

FARC – EP Forças Armadas Revolucionarias da Colômbia - Exército do Povo

FBI Federal Bureau of Investigation

IRA Irish Republican Army, (Exército Republicano Irlandês)

KKK Ku Klux Klan

LGB Laser Guided Bomb

NSA National Security Agency

OLP Organização pela Libertação da Palestina

ONU Organização das Nações Unidas

PCC Primeiro Comando da Capital

SL Sendero Luminoso (caminho iluminado)

TNT Trinitrotolueno

Page 9: O TERRORISMO NO CENÁRIO MUNDIAL

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...........................................................................................................09

CAPÍTULO I ..............................................................................................................10

DEFINIÇÃO DE TERRORISMO................................................................................10

1.1. O Terrorismo como Mecanismo de Opressão................................................10

1.2. Conceito de Terrorismo na Pós – Modernidade..............................................11

1.3. Terrorismo Indistinto........................................................................................11

1.4. Terrorismo Seleto............................................................................................11

1.5. A expressão Terrorismo de Estado.................................................................12

1.6. Departamentos de Inteligência e defesa dos E. U. A......................................12

CAPÍTULO II..............................................................................................................15

BOMBAS E ARMAS NUCLEARES............................................................................15

2.1. Definição de Bomba........................................................................................15

2.2. Bomba de hidrogênio ou bomba – H...............................................................15

2.3. Bomba Atômica ou Bomba – A.......................................................................16

2.4. Tipos de Armas Nucleares..............................................................................17

2.5. Bombas de Fissão Nuclear.............................................................................17

2.6. Bombas de Fusão Nuclear..............................................................................17

2.7. Bombas Sujas.................................................................................................18

2.8. Bombas de nêutrons.......................................................................................19

2.9. Efeitos das Bombas........................................................................................19

2.10. Bomba guiada por laser..................................................................................20

2.11. TNT Explosivo................................................................................................20

CAPÍTULO III.............................................................................................................21

GRUPOS SEPARATISTAS OU REBELDES MAIS PROEMINENTES NO CENÁRIO

MUNDIAL....................................................................................................................21

3.1. Hezbollah..........................................................................................................21

3.1.1. Processo de Desenvolvimento do Hezbollah..................................................21

3.1.2. Atuação do Hezbollah.....................................................................................22

3.2. Fatah...............................................................................................................24

3.2.1. Eleições do Fatah em 2006.............................................................................24

Page 10: O TERRORISMO NO CENÁRIO MUNDIAL

3.3. Hamas.............................................................................................................24

3.3.1. Eleições do Hamas na Palestina....................................................................26

3.3.2. Formação do governo no Hamas....................................................................26

3.3.3. Povoamentos atacados em Israel pelo Hamas...............................................26

3.4. Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC-EP)..........................26

3.5. Sendero Luminoso..........................................................................................27

3.5.1. História do Sendero Luminoso........................................................................28

3.6. Primeiro Comando da Capital (PCC)..............................................................29

3.6.1. História da Evolução do PCC.........................................................................29

3.6.2. Código de Ética do PCC................................................................................30

3.6.3. Ataques do PCC.............................................................................................32

3.7. Euskadi Ta Askatasuna (ETA)........................................................................33

3.7.1. O ETA e a Ditadura de Franco na Espanha...................................................34

3.7.2. Histórico da Violência Continuada..................................................................34

3.7.3. Um Novo Governo e a Esperança de um Novo Tempo.................................34

3.7.4. Novas Negociações para o Fim da Violência.................................................35

3.7.5. O Retorno da Violência...................................................................................35

3.7.6. ETA Tem os Políticos Como Principais Alvos................................................36

3.8. Exército Republicano Irlandês (IRA)...............................................................37

3.9. Ku Klux Klan....................................................................................................38

3.9.1. Wasp.............................................................................................................38

3.9.2. Represália Tardia............................................................................................39

3.10. Organização para a Libertação da Palestina (OLP).......................................40

CAPÍTULO IV.............................................................................................................42

A HISTÓRIA DA AL QAEDA......................................................................................42

4.1. Definição de Al Qaeda.....................................................................................42

4.1.2. Visão Geral da Al Qaeda.................................................................................43

4.1.3. Fronteiras do Oriente Médio............................................................................44

4.1.4. Designação de Califa......................................................................................45

4.1.5. Lista de Califas................................................................................................46

4.1.6. Principais Dinastias.........................................................................................46

Page 11: O TERRORISMO NO CENÁRIO MUNDIAL

4.1.7. A Hierarquia de Comando da Al Qaeda.........................................................47

4.1.8. O que é um Emir?............................................................................................47

4.1.9. Estruturas Organizacionais Terroristas Desconhecidas.................................49

4.1.10. Organograma da Al Qaeda..........................................................................49

4.1.11.Início das Operações Militares Contra Civis...................................................50

4.1.12.O Terror do 11 de Setembro de 2001.............................................................50

4.1.13.A Importância do Iraque nas Atividades.........................................................51

4.1.14.Incidentes Atribuídos à Al Qaeda....................................................................52

4.1.15.Outros Atentados da Al Qaeda e seus Aliados...............................................53

4.1.16.As Finanças da Organização Al Qaeda.........................................................55

CAPÍTULO V.............................................................................................................56

OSAMA BIN LADEN E O REGIME TALIBÃ..............................................................56

5.1. Quem é Osama Bin Laden?..........................................................................56

5.2. O Regime Talibã.............................................................................................57

5.3. Cultura do Talibã.............................................................................................57

5.4. A Ditadura do Governo Fundamentalista Talibã.............................................57

5.5. As Leis Islâmicas.............................................................................................58

5.6. O Ópio.............................................................................................................58

5.7. Mulheres..........................................................................................................59

5.8. Outras Religiões..............................................................................................59

5.9. Relacionamento com Osama Bin Laden.........................................................59

CAPÍTULO VI.............................................................................................................60

A HISTÓRIA DA JIHAD AFEGÃ................................................................................60

6.1. Definição de Jihad...........................................................................................60

6.2. Jihad Afegã.....................................................................................................61

6.3. Ultrapassando os limites do Afeganistão........................................................62

6.4. Guerra do Golfo: o início da inimizade com os E.U.A.....................................62

6.5. Sudão..............................................................................................................63

6.6. Bósnia..............................................................................................................63

CONCLUSÃO............................................................................................................66

BIBLIOGRAFIA.........................................................................................................68

Page 12: O TERRORISMO NO CENÁRIO MUNDIAL

9

INTRODUÇÃO

Nos últimos 50 anos da história mundial, milhares de atentados terroristas

estão marcando a vida e a mente de inúmeras pessoas em várias nações

espalhadas pelo mundo afora, fazendo com que tais fatos dominem as manchetes

diárias da imprensa mundial, chamando a atenção da opinião pública de todo o

mundo. Quem já não ouviu falar nos trágicos ataques sangrentos dos homicidas

bombas de Yasser Arafat ou em antissemitismo, guerra santa, racismo, carros bomba

e tantas outras nomenclaturas que em nada há de pacíficas em seus acrônimos e,

para piorar, tentam justificar o injustificável, através da violência e da matança

indiscriminada de civis inocentes, matam em nome de nações, reinos, partidos

políticos, religiões e até mesmo em nome de Deus, como se fossem detentores da

verdade absoluta.

O terror destes grupos maléficos está destruindo famílias inteiras, que nem

mesmo sabem por que morreram. Todos esses acontecimentos espalhados pelo

mundo nos últimos tempos agitaram e abalaram a todos por onde o terrorismo passa,

e deixam uma pergunta no ar, que a humanidade está se fazendo: QUE FIM TERÁ

TODAS ESTAS GRANDIOSAS TURBULÊNCIAS POLÍTICO MILITARES?, Sabemos que todos

estes fatos recentes só estão aumentando ainda mais a ira entre as nações, e tais

eventos isolados são apenas fragmentos da história atual, mas ao juntarmos todos

eles, formamos o panorama do real abismo futuro para o qual o mundo se

encaminha, em uma escalada sem fim, até que se manifeste o PRÍNCIPE DA PAZ e

SENHOR DO UNIVERSO. (Isaías 9.6).

Page 13: O TERRORISMO NO CENÁRIO MUNDIAL

10

CAPÍTULO I

DEFINIÇÃO DE TERRORISMO

Uma das definições mais famosas sobre o assunto terrorismo foi dada por Yasser Arafat, líder palestino da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), em um dos seus discursos em novembro de 1974, na Assembleia Geral da ONU:

A diferença entre revolucionário e terrorista está no motivo pelo qual um deles luta. Isso porque quem quer que assuma posição por uma causa justa e batalhe pela liberdade e pela libertação de sua terra do jugo de invasores, assentadores e colonizadores, não pode de modo algum ser chamado de terrorista. (Terrorismo, um Retrato, de David J. Whittaker, Biblioteca do Exército,

2005. pgs 18 a 39).

As definições abaixo comprovam que não há uniformidade sobre terrorismo, nem mesmo entre os órgãos de Inteligência e de Segurança de um mesmo país:

“O uso ilegal da força ou violência contra pessoas ou propriedades para intimidar ou coagir um governo, uma população civil, ou qualquer segmento dela, em apoio a objetivos políticos ou sociais” (FBI);¹

“O calculado uso da violência ou da ameaça de sua utilização para inculcar medo, com a intenção de coagir ou intimidar governos ou sociedades, a fim de conseguir objetivos, geralmente políticos, religiosos ou ideológicos” (Departamento de Defesa dos EUA);²

“Violência premeditada e politicamente motivada perpetrada contra alvos não combatentes por grupos sub-nacionais ou agentes clandestinos, normalmente com a intenção de influenciar uma audiência” (Departamento de Estado dos EUA).³ 1,2,3. (Terrorismo, um Retrato, de David J. Whittaker, Biblioteca do Exército, 2005. pgs 18 a 39).

1.1. O Terrorismo como Mecanismo de Opressão.

Terrorismo é o uso de violência, física ou psicológica, por indivíduos, ou

grupos políticos, contra a ordem estabelecida, para obter interesses egoístas ou

próprios. Entende-se, no entanto, que uma dada ordem pública também possa ser

terrorista na medida em que faça uso dos mesmos meios, a violência, para atingir

seus fins.

A guerra orquestrada pelas guerrilhas é frequentemente associada ao

terrorismo, uma vez que dispõe de um pequeno contingente para atingir grandes fins,

fazendo uso cirúrgico da violência para combater forças maiores. Seu alvo, no

entanto, são forças igualmente armadas procurando sempre minimizar os danos

causados a civis para conseguir o apoio destes. Assim sendo, é tanto mais uma

Page 14: O TERRORISMO NO CENÁRIO MUNDIAL

11

tática militar quanto menos uma forma de terrorismo.

Segundo o entendimento do escritor Bruce Hoffman, em 1998, que, usando

pejorativamente, o termo terrorista, é com frequência confundido com a guerra de

guerrilhas ou com a criminalidade, até por presidentes de Estados.

1.2. Conceito de Terrorismo na Pós – Modernidade.

Coube ao filósofo francês Jean-François Lyotard, com a publicação

"A Condição Pós-Moderna‟‟ (1979), a expansão do uso do conceito de Pós –

Modernidade, com o advento e crescimento do capitalismo exacerbado e os

interesses egoístas das grandes nações, cresce a cada dia mais o ódio e a

violência.

Tendo em vista as destrutíveis ações terroristas dos últimos anos, vemos, a

cada ano, o terrorismo ganhar significados variados e polivalentes. O grande fluxo de

informações e/ou imagens geradas por esse tipo de comportamento, abre portas

para uma grande influência na construção desses significados e chama a atenção de

todas as autoridades mundiais.

1.3. Terrorismo Indistinto:

Entendemos por Terrorismo Indistinto todas as formas de ações que se

destinam a causar dano a um agente indefinido ou irrelevante sem acepção de povo,

língua ou nação. Não existe um alvo estabelecido previamente, este tem como

principal alvo a propagação do medo geral na população, até mesmo por vias

psicológicas, tem por fim cansar o alvo, que por sua vez, na sua maioria são civis

inocentes, o terror tenta vencer por um sentimento geral de instabilidade. Exemplos:

A colocação de bombas em lugares movimentados tais como: Supermercados, cafés,

parques de estacionamento, metrôs, aeroportos, estações rodoviárias e até mesmo

em aviões.

1.4. Terrorismo Seleto:

O Terrorismo Seleto recebe esta nomenclatura, porque sua finalidade maior é

atingir diretamente um indivíduo de grande representatividade, querendo obter um

Page 15: O TERRORISMO NO CENÁRIO MUNDIAL

12

benefício Próprio. Seleto significa que fixa o olhar em um alvo reduzido, limitado,

específico e conhecido antes de efetuar o ato. Sua mira está focada na chantagem,

vingança ou eliminação de um obstáculo.

Considera-se terrorismo porque tem efeitos camuflados, e efeitos políticos,

que pretendem pôr em causa uma determinada ordem ideológica.

Exemplo: No caso do Brasil o PCC (Primeiro Comando da Capital), atacando

ruas, Departamentos de Polícia, Transporte Coletivo e Agências Bancárias,

originando na cidade de São Paulo ou em outras capitais do nosso país um

sentimento de medo e insegurança.

Em outros países do mundo temos a Brigada dos Mártires Al Aqsa, Grupo

Combatente Islâmico Marroquino, Frente de Libertação Islâmica, Ku Klux Klan, ETA,

Al Qaeda, IRA, Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), Exército de

Libertação Nacional na Colômbia, Separatistas Chechenos e o Hezbollah, que por

vezes aplicam este terrorismo como forma de obterem respeito perante a sociedade

ou o mundo.

1.5. A expressão Terrorismo de Estado.

A expressão terrorismo de Estado foi forjada pela URSS no quadro da Guerra

Fria para designar a Operação Condor que foi uma estratégia de repressão comum

aos governos autoritários da América do Sul dos anos 1970, idealizada e apoiada

pelos Estados Unidos da América, para o enfrentamento dos movimentos de extrema

esquerda, notadamente no Brasil no Chile e na Argentina.

A expressão passou a ser comumente usada em denúncias das práticas

massivas, pelos serviços secretos, por assassinatos, torturas, censura aos meios de

comunicação e exercício, enfim de uma série de violências similares aos empregados

no terrorismo.

1.6. Departamentos de Inteligência e Defesa dos E.U.A.

Conforme definição do Departamento de Defesa dos Estados Unidos,

terrorismo é um tipo muito específico de violência, apesar de o termo ser usado para

definir outros tipos de violência considerados inaceitáveis. Ações terroristas típicas

incluem assassinatos, sequestros, explosões de bombas, matanças indiscriminadas,

Page 16: O TERRORISMO NO CENÁRIO MUNDIAL

13

raptos, linchamentos. É uma estratégia política e não militar, e é levada a cabo por

grupos que não são fortes o suficiente para efetuar ataques abertos, sendo utilizada

em época de paz, conflito e guerra. A intenção mais comum do terrorismo é causar

um estado de medo na população ou em setores específicos da população, com o

objetivo de provocar num inimigo (ou seu governo) uma mudança de comportamento.

Atos terroristas clássicos incluem os ataques de 11 de Setembro de 2001

quando foram destruídas as torres gêmeas em Nova Iorque, assim como ataques a

bomba na Irlanda do Norte e Oklahoma.

As mais famosas organizações terroristas do século XX foram as Brigadas

Vermelhas na Itália, O IRA (Exército Republicano Irlandês), a OLP (Organização pela

Libertação da Palestina), a Ku Klux Klan, a Jihad Islâmica, Abu Nidhal, a Al Qaeda e

o ETA. Terrorismo é algo extremamente difícil de se controlar ou prevenir,

especialmente quando seus membros estão dispostos a correr risco de morte no

processo, mas é uma ofensa criminosa em praticamente todos os códigos legais do

mundo. Como está relatado nas Convenções de Praga de 1907 e de Genebra de

1949. Alguns governos têm ou tiveram ligações comprovadas com grupos terroristas,

que incluem financiamento ou apoio logístico, como o fornecimento de armas e

explosivos e de locais de abrigo e treino. São os casos, entre outros, do Iêmen, da

Líbia, e dos países que apoiaram o regime Talibã no Afeganistão, mas também dos

próprios Estados Unidos da América e outros países ocidentais.

Semelhante nos efeitos, mas em geral bastante diferente nos métodos, a

repressão política em estados ditatoriais é por vezes associada ao terrorismo,

apontando-se para situações como o holocausto na Alemanha nazi, a repressão

stalinista na União Soviética, a China de Mao, o Japão, o genocídio armênio na

Turquia, a ditadura de Pinochet no Chile, o regime de Pol Pot no Camboja, a

ocupação indonésia em Timor Leste, etc.

Terrorismo tem sido registrado na História pelo menos desde a época dos

antigos gregos.

Antes do século XIX, os terroristas poupavam os inocentes não envolvidos no

conflito. Por exemplo, na Rússia, quando os radicais tentavam depor, o Czar

Alexandre II, os insurgentes cancelaram várias ações porque iriam ferir mulheres,

crianças, velhos ou outros inocentes.

Nos últimos dois séculos, entretanto, enquanto os estados foram ficando cada

Page 17: O TERRORISMO NO CENÁRIO MUNDIAL

14

vez mais burocratizados, a morte de apenas um líder político não causava as

mudanças políticas desejadas, de modo que os terroristas passaram a usar métodos

mais indiretos de causar ansiedade e perda de confiança no governo.

O terrorismo atual cresce a cada dia, entre os alienados devido ao impacto

psicológico que ele gera no público, graças à extensa cobertura que a imprensa pode

dar. Terrorismo é frequentemente o último recurso dos desesperados, e pode ser

usado por grandes ou pequenas organizações. Historicamente, grupos lançam mão

do terrorismo quando eles acreditam que os métodos mais pacíficos, como protestos,

sensibilização do público, ou declaração de estado de guerra não trazem esperança

de sucesso. Isso sugere que talvez uma maneira eficaz de combater o terrorismo

seja garantir que em qualquer caso em que a população se sinta oprimida,

permaneça aberta uma via para garantir-lhe alguma atenção, mesmo que essa

população seja uma minoria em opinião. Outra razão para o engajamento no

terrorismo é uma tentativa de consolidar ou ganhar poder através da inoculação do

medo na população a ser controlada, ou estimular outro grupo a se tornar um inimigo

feroz, impondo uma dinâmica polarizada de “eles contra nós”. Uma terceira razão

para passar ao terrorismo é desmoralizar e paralisar o inimigo pelo medo; isso às

vezes funciona, mas outras vezes endurece a posição do inimigo. Frequentemente,

um pequeno grupo engajado em atividades terroristas pode ser caracterizado por

várias dessas razões. Em geral ações contra terroristas podem resultar em escaladas

de outras ações de vingança; entretanto, é sabido que, se as consequências de atos

terroristas não são punidas, torna-se difícil a existência de outros grupos de

terroristas.

O terrorismo depende fortemente da surpresa e é frequente que ocorra

quando e onde é menos esperado. Ataques terroristas podem desencadear

transições súbitas para conflito ou guerra. Não é incomum que, depois de um ataque

terrorista, vários grupos não relacionados reivindiquem a responsabilidade pela ação;

isto pode ser visto como "publicidade grátis" para os objetivos ou planos da

organização. Devido à sua natureza anônima e, frequentemente, auto sacrificial, não

é incomum que as razões para o atentado permaneçam desconhecidas por um

período considerável de tempo.

Page 18: O TERRORISMO NO CENÁRIO MUNDIAL

15

CAPÍTULO II

BOMBAS E ARMAS NUCLEARES.

2.1. Definição de Bomba.

Bomba é um dispositivo bélico, geralmente algum tipo de invólucro com

material explosivo dentro, projetado para causar destruição quando ativado, pois a

explosão da bomba pode ser controlada, geralmente por um relógio, um controle

remoto ou algum tipo de sensor, geralmente pressão (altitude), radar ou contato, a

palavra vem do grego “bombos”, um termo onomatopeico com um significado

semelhante a "bum" em português.

2.2. Bomba de hidrogênio ou bomba – H.

A explosão de uma bomba atômica consegue facilmente arrasar uma grande

cidade. Temos como exemplo a cidade de Hiroshima no Japão, que após a explosão

da primeira bomba atômica, em finais da segunda guerra mundial, foi totalmente

destruída.

Em 2006, a população da cidade era de 1 154 391 habitantes, enquanto a população da região metropolitana era estimada em 2 043 788 habitantes em 2000. A área total da cidade é de 905,08 km², e a densidade demográfica de 1275.4 hab/km², a população por volta de 1910 era de 143 000 habitantes. Antes da Segunda Guerra Mundial, a população de Hiroshima tinha crescido para 360 000, e atingiu 419 182 em 1942. Após a bomba atômica em 1945, a população caiu para 137 197 habitantes. Em 1995, a população da cidade retornou ao nível pré-guerra. 2006 Statistical Profile. The City of Hiroshima. Arquivado do original em 2008-02-06. Página visitada em 29- 10 - 2010.

A primeira arma termonuclear, ou bomba de hidrogênio, designação adaptada,

explodiu durante uma experiência feita pelos Estados Unidos da América em 1952.

Detonou com uma força de dez megatons, igual à explosão de dez milhões de

toneladas de TNT ou forte explosivo convencional. A potência desta terrível arma

mostrou ser 750 vezes superior a das primeiras bombas atômicas e suficiente para

Page 19: O TERRORISMO NO CENÁRIO MUNDIAL

16

arrasar qualquer grande cidade.

Na bomba de hidrogênio, um disparador de bomba atômica inicia uma reação

de fusão nuclear num composto químico de deutério e trítio, produzindo

instantaneamente o hélio-4, que, por sua vez, reage com o deutério. Porém, os

cientistas militares foram mais além, no que diz respeito ao poder destrutivo da

bomba, envolvendo-a em urânio natural. Os poderosos nêutrons libertos pela fusão

causam depois uma explosão por fissão nuclear no invólucro de urânio.

A Fusão nuclear também ocorre no Sol, e na maioria das estrelas, onde são

encontradas temperaturas de 1.000.000 a 10.000.000ºC.

Em 1961, a Rússia experimentou a bomba mais poderosa até então

concebida, à qual foi atribuída uma força de 50 megatons.

Até os dias de hoje, início do século XXI, ainda não é possível controlar a

reação de fusão nuclear para aplicações pacíficas, como já é realizado como a fissão

nuclear. Um dos fatores que pesam contra o seu uso é a falta de uma maneira para

se controlar temperaturas altíssimas (cerca de "pequenos" 100 milhões de graus

Celsius).

2.4. Bomba Atômica ou Bomba – A.

A nuvem em forma de cogumelo deixada pela bomba atômica que explodiu

em Hiroshima, Japão, em 6 de agosto de 1945, atingiu 18 km de altura.

Uma bomba atômica é uma arma explosiva cuja energia deriva de uma

reação nuclear e tem um poder destrutivo imenso - uma única bomba é capaz de

destruir inteiramente uma cidade grande. Bombas atômicas só foram usadas duas

vezes em guerra, pelos Estados Unidos contra o Japão nas cidades de Hiroshima e

Nagasaki, durante a Segunda Guerra Mundial. No entanto, elas já foram usadas

centenas de vezes em testes nucleares por vários países.

Muitos confundem o termo genérico "bomba atômica" com um aparato de

fissão, por bomba atômica, entende-se um artefato nuclear passível de utilização

militar via meios aéreos (caças ou bombardeiros). Por ogivas nucleares entendem-se

as armas nucleares passíveis de utilização em mísseis. Já os artefatos nucleares não

são passíveis de utilização militar, servindo, portanto, somente para a realização de

testes, como foi o caso do artefato de Trinity (o primeiro detonado) ou o caso do

Page 20: O TERRORISMO NO CENÁRIO MUNDIAL

17

artefato nuclear norte-coreano testado em 09 de outubro de 2006.

As potências nucleares declaradas são os EUA, a Rússia, o Reino Unido, a

França, a República Popular da China, a Índia e o Paquistão. Por sua vez, considera-

se que Israel já tenha bombas atômicas, embora este se negue a divulgar sua posse

ou não. Também se supõe que a Coréia do Norte possua um reduzido número de

ogivas nucleares.

2.4. Tipos de Armas Nucleares.

Acelerador de partículas fabricado pela Philips-Eindhoven em 1937 para a

pesquisa e desenvolvimento de Bombas A, ganhou notoriedade no cenário mundial

pois as bombas atômicas são normalmente descritas como sendo apenas de fissão

ou de Fusão com base na forma predominante de liberação de sua energia, esta

classificação, porém, esconde o fato de que, na realidade, ambas sugerem uma

combinação de bombas: no interior das bombas de hidrogênio, uma bomba de fissão

em tamanho menor é usada para fornecer as condições de temperatura e pressão

elevadas que a fusão requer para se iniciar. Por outro lado, uma bomba de fissão é

mais eficiente quando um dispositivo de fusão impulsiona a energia da bomba, assim,

os dois tipos de bomba são genericamente chamados de bombas nucleares.

.

2.5. Bombas de Fissão Nuclear.

São as que utilizam a chamada fissão nuclear, onde os pesados núcleos

atômicos do urânio ou plutônio são desintegrados em elementos mais leves quando

são bombardeados por nêutrons. Ao bombardear-se um núcleo produzem-se mais

nêutrons, que bombardeiam outros núcleos, gerando uma reação em cadeia. Estas

são as, historicamente chamadas, "Bombas - A", apesar de este nome não ser

preciso pelo fato de que a chamada fusão nuclear também é tão atômica quanto a

fissão.

2.6. Bombas de Fusão Nuclear.

Baseia-se na chamada fusão nuclear, onde núcleos leves de hidrogênio e

hélio combinam-se para formar elementos mais pesados e liberam neste processo

Page 21: O TERRORISMO NO CENÁRIO MUNDIAL

18

enormes quantidades de energia. Bombas que utilizam a fusão são também

chamadas bombas-H, bombas de hidrogênio ou bombas termonucleares, pois a

fusão requer uma altíssima temperatura para que a sua reação em cadeia ocorra.

2.7. Bombas "Sujas".

Bomba suja é um termo atualmente empregado para designar uma arma

radioativa, uma bomba não nuclear que dispersa material radioativo que fica

armazenado em seu interior.

Quando explode, a dispersão de material radioativo causa contaminação

nuclear e doenças semelhantes às que ocorrem quando uma pessoa é contaminada

pela radiação de uma bomba atômica. As bombas sujas podem deixar uma área

inabitável por décadas.

Um exemplo prático do que pode acontecer no caso do lançamento de uma

bomba suja é o bombardeamento da Usina Nuclear iraquiana que gerou a morte de

milhares de crianças iraquianas. O Acidente radioativo do Iraque e o de Chernobyl

são exemplos dos perigos da radioatividade.

Segundo a Comissão Internacional de Energia Nuclear estima-se que 80.000

pessoas que moravam nas imediações da usina iraquiana sofreram os efeitos

indiretos da contaminação do lixo atômico. Destas, 2000 apresentaram problemas

respiratórios irreversíveis e contaminação corporal intensa vindo a falecer ou a

desenvolver sintomas cancerígenos irreversíveis. No total, foram 5490 crianças

internadas, sendo que 400 não resistiram e acabaram morrendo já nos primeiros dias

após o ataque e, 210 internadas com queimaduras graves, precisando sofrer

tratamento intensivo.

Ainda, segundo apurado, "tomando por base o acidente nuclear de

Chernobyl", os 300 ou 600 gramas de Césio-137 espalhados durante o bombardeio

da usina iraquiana, foi o suficiente para produzir 133.400 toneladas de lixo atômico

espalhados pelo vento na superfície e que, até agora, não foram acondicionados.

Para isso seria necessário que fossem prensadas e hermeticamente fechadas

em 140.000 contêineres (contentores), algo impraticável considerando a economia

deficiente de um pais destruído pelas guerras; mesmo que as devidas providências

fossem tomadas o lixo permaneceria perigosamente ameaçador ao meio ambiente

durante 180 anos.

Page 22: O TERRORISMO NO CENÁRIO MUNDIAL

19

Daí se vê que o efeito da bomba suja, mesmo com poucos quilos de lixo

atômico, quando dispersado diretamente na atmosfera, pode ocasionar uma nuvem

de material radioativo e envolver uma cidade inteira provocando a morte de milhares

de pessoas.

2.8. Bombas de Nêutrons.

Uma última variante da bomba atômica é a chamada bomba de nêutrons, em

geral um dispositivo termonuclear pequeno, com corpo de níquel ou cromo, no qual

os nêutrons gerados na reação de fusão intencionalmente não são absorvidos pelo

interior da bomba, mas se permite que escapem. As emanações de raios-X e de

nêutrons de alta energia são seu principal mecanismo destrutivo. Os nêutrons são

mais penetrantes que outros tipos de radiação, de tal forma que muitos materiais de

proteção que bloqueiam raios gama são pouco eficientes contra eles. As bombas de

nêutrons têm ação destrutiva apenas sobre organismos vivos, mantendo, por

exemplo, a estrutura de uma cidade intacta. Isso pode representar uma vantagem

militar, visto que existe a possibilidade de se eliminar os inimigos e apoderar-se de

seus recursos.

2.9. Efeitos das Bombas.

Fat Man, A bomba atômica que explodiu em Nagasaki, Japão os efeitos

predominantes de uma bomba atômica (a explosão e a radiação térmica) são os

mesmos dos explosivos convencionais. A grande diferença é a capacidade de liberar

uma quantidade imensamente maior de energia de uma só vez. A maior parte do

dano causado por uma arma nuclear não se relaciona diretamente com o processo

de liberação de energia da reação nuclear, porém estaria presente em qualquer

explosão convencional de idêntica magnitude.

O dano produzido pelas três formas iniciais de energia liberada difere de

acordo com o tamanho da arma. A energia liberada na explosão segue a equação de

Einstein, E=mc²,onde E é a energia liberada, m é a massa da bomba que "some" na

explosão e c (celeritas) é a velocidade da luz.

Oficialmente, a mais poderosa Bomba detonada foi de 57 Megatons

conhecida como Tsar Bomba, em um teste realizado pela URSS em outubro de

Page 23: O TERRORISMO NO CENÁRIO MUNDIAL

20

1961. Esta bomba tinha mais de5 mil vezes o poder explosivo da bomba de

Hiroshima, e maior poder explosivo que todas as bombas usadas na II Guerra

Mundial somadas (incluindo as 2 bombas nucleares lançadas sobre o Japão).

2.10. Bomba guiada por laser.

O conceito do uso de bombas guiadas a laser foi sugerido pela primeira vez

em 1965 por Weldon Word, que trabalhava na companhia Texas Instruments, nos

Estados Unidos.

Pela primeira vez pensou-se em utilizar o laser não como uma arma em si,

mas como um sistema de guia para armas. O armamento guiado por laser redefiniu o

velho princípio da doutrina de bombardeio em massa, já não era necessário atacar

um alvo com uma enorme quantidade de bombas para que só algumas delas

acertem o objetivo, bastava somente uma LGB (Laser Guided Bomb) para se destruir

qualquer alvo com precisão.

Desenvolvido no final da década de sessenta, o sistema de bombas guiadas

por laser foi muito empregado pelos americanos no Vietnã (1965-75), onde foram

lançadas mais de 25.000 com 68% de acerto.

Um dos mais famosos ataques foi lançado contra a ponte de Thanh Hoa, em maio de

1972.

Esta ponte havia resistido a inúmeros ataques convencionais, até ser

destruída em um ataque que empregou quatorze jatos F-4 Phantom, armados com

bombas laser.

2.11. TNT Explosivo.

O Trinitrotolueno mais conhecido como (TNT) é um poderozíssimo explosivo

capaz de fazer um estrago enorme com apenas uma pequena porção. Possui

coloração amarelo pálido e sofre fusão a 81°C. Faz parte de várias misturas

explosivas, como, por exemplo, o amatol, uma mistura de TNT com nitrato de

amônia. É preparado pela nitração do tolueno (C6H5CH3), tendo a fórmula

químicaC6H2CH3(NO2)3.Na sua forma refinada, o trinitrotolueno é completamente

estável, e, ao contrário da nitroglicerina, é relativamente insensível à fricção,

impacto ou agitação. Isto significa que é necessário o uso de um detonador para

Page 24: O TERRORISMO NO CENÁRIO MUNDIAL

21

provocar sua explosão. Não reage com os metais nem absorve água, pelo que é

muito estável e pode ser armazenado por longos períodos de tempo, ao contrário do

dinamite. Reage facilmente com os alcalóides, formando compostos instáveis que

são muito sensíveis a calor e impactos.

CAPÍTULO III

GRUPOS SEPARATISTAS OU REBELDES MAIS PROEMINENTES

NO CENÁRIO MUNDIAL.

3.1. Hezbollah.

Hezbollah (do árabe, o que significa "Partido de Deus") é uma organização

política e militar dos muçulmanos xiitas do Líbano, criada em 1982 no contexto da

invasão de Israel ao sul do Líbano. Desde 2005 o Hezbollah conta com catorze

deputados na Assembleia Nacional do Líbano. O secretário geral da organização é o

xeque Hassan Nasrallah, que ocupa este cargo desde 1992.

Considerado como uma organização terrorista pelos Estados Unidos da

América e por Israel, esta classificação não é, contudo partilhada pela União

Europeia, que se recusa a incluir o grupo na sua lista de organizações terroristas.

Para muitos habitantes do Líbano (incluindo cristãos) e do mundo islâmico, o

Hezbollah é uma organização de resistência a Israel.

3.1.1. Processo de Desenvolvimento do Hezbollah.

O Hezbollah nasceu no contexto do Médio Oriente de finais dos anos setenta

e inícios dos anos oitenta, época marcada pela Revolução Islâmica no Irã (1979) e

pela invasão israelita ao sul do Líbano (1982). O grupo teve o seu nascimento formal

em 1982, tendo sido criado por um grupo de clérigos xiitas (muitos dos quais tinha

estudado no Irã) com o objetivo de expulsar as forças armadas israelitas do sul do

Líbano e de estabelecer um estado Islâmico no país (tradicionalmente uma nação

composta por várias comunidades religiosas) nos moldes do estado islâmico criado

no Irã. O primeiro secretário-geral da organização foi o xeque Sobhi Tufeili.

Page 25: O TERRORISMO NO CENÁRIO MUNDIAL

22

O Hezbollah estabeleceu-se principalmente nas áreas de maioria xiita do

Líbano, como o Vale de Bekaa, o sul da cidade de Beirute e o sul do Líbano. Os

militantes do grupo foram recrutados entre os jovens xiitas, muitos dos quais tinham

sido membros do Amal, uma milícia laica pró-síria. O nível financeiro de armamentos,

do Hezbollah foi apoiado pelo Irã. Mais tarde, passou a ser apoiado pela Síria, que

utilizou o grupo na sua disputa com Israel sobre os Montes Golã.

Com o fim da guerra civil libanesa em 1991, o Hezbollah foi um dos poucos

grupos que não foram desarmados pela Síria. Em 1992 o sucessor de Sobhi Tufeili

no cargo de secretário geral, Abbas Musawi, foi assassinado por agentes israelitas.

Desde então o cargo é ocupado por Hassan Nasrallah.

Foi também no ano de 1992 que o Hezbollah obteve pela primeira vez

representação no parlamento do Líbano. Nas eleições de 2005, o Hezbollah

conquistou 14 deputados no parlamento num total de 128.

Atualmente goza de certa popularidade no mundo árabe-muçulmano por ter

assumido a responsabilidade de levar Israel a deixar o sul do Líbano em Junho de

2000. Reconhece o princípio do welayet-al-faqih, ou seja, a primazia do guia da

revolução iraniana sobre a comunidade xiita. O desejo de transformar o Líbano num

estado islâmico parece ter sido colocado de lado, movido por considerações de

ordem prática.

3.1.2. Atuação do Hezbollah.

O Hezbollah constitui-se em um dos principais movimentos de combate à

presença israelense no Oriente Médio e já possui objetivos declarados: a luta contra

o estado sionista de Israel, que é o deslocamento integral do Estado de Israel e

expulsão da população israelita para outras regiões do planeta.

Desenvolve também uma série de atividades em cinco áreas: ajuda aos

familiares dos "mártires", saúde (possui uma rede de hospitais em todo o Líbano),

educação religiosa xiita (possui uma rede de escolas), reconstrução e agricultura.

O Hezbollah conta com cinco hospitais, 43 clínicas e duas escolas de

enfermagem. Segundo a ONU, ao menos 220 mil pessoas em 130 cidades libanesas

se tratam nesses locais. O Hezbollah possui 12 escolas com sete mil alunos e

setecentos professores e centros culturais franceses auxiliam no aperfeiçoamento do

corpo docente.

Page 26: O TERRORISMO NO CENÁRIO MUNDIAL

23

Na reconstrução, existe uma instituição exclusiva para reparar danos

causados por ataques israelenses, motivados em represálias por ataques terroristas,

enquanto que na agricultura engenheiros agrônomos formados em Beirute, na Síria,

no Irã e na Alemanha, desenvolvem projetos agrícolas para garantir a base da

economia de subsistência do sul do país.

Em 23 de Outubro de 1983, dois atentados suicidas contra a força

multinacional de interposição fizeram 248 mortes de americanos e 58 mortes de

franceses. Os Estados Unidos acusam o Hezbollah e o Irã de estarem por trás do

atentado. Alguns pensam que o atentado que fez partir os Estados Unidos e a França

foi realizado por um grupo de homens que não pertencem à nenhum partido.

Veja o que diz Augusto R. Norton sobre o movimento Amal. Ele é um

conceituado professor americano aposentado e oficial do exército . Atualmente é

professor de relações internacionais e antropologia na Universidade de Boston. Ele

é mais conhecido por escrever sobre política do Oriente Médio, e como um

comentador ocasional sobre a política dos EUA no Oriente Médio.

Movimento Amal (em árabe: abreviatura de Afwâj al-Muqâwmat al-Lubnâniyya, ou apenas,Harakat Amal, lit. Movimento Amal) é abreviação de Batalhão da Resistência Libanesa, da sigla, em árabe "Amal", que significa "esperança".

O Amal foi fundado em 1975 como um braço militar do Movimento dos Desertores, um grupo político xiita fundado por Musa al-Sadr um ano antes. Tornou-se uma das mais importantes milícias muçulmanas xiitas durante a Guerra Civil Libanesa. O Movimento Amal cresceu com força com o apoio da Síria, com quem mantém laços até os dias atuais, e 300 mil refugiados internos xiitas ao sul do Líbano após os bombardeios israelenses no início de 1980. Os objectivos concretos do grupo foram: conquistar um maior respeito para a população xiita no cenário político Líbano e obter uma divisão da maior parcela de recursos governamentais para a maioria xiita que vive no sul do país. Após esse conflito, o Amal lutou em uma sangrenta batalha contra os seus concidadãos xiitas do grupo Hezbollah pelo controle de Beirute, que provocaram uma intervenção militar síria.

Com o fim da guerra civil, o Amal foi um grande defensor da presença militar da Síria no Líbano a partir da década de 1990. Depois do assassinato de Rafik Hariri, em 2005, o Amal se opôs à retirada síria e não tomou parte na chamada "Revolução do Cedro". Desde 1990, o partido tem sido continuamente representação no parlamento e no governo, mas é freqüentemente criticado por corrupção entre os seus dirigentes. Um de seus principais quadros políticos é Nabih Berri, eleito presidente do parlamento libanês em 1992, 1996, 2000 e 2005.

Atualmente, o Amal tem 14 representantes no parlamento com 128 assentos. Augustus R. Norton, Amal and the Shi'a: Struggle for the Soul of Lebanon (Austin and London: University of Texas Press, 1987).

Page 27: O TERRORISMO NO CENÁRIO MUNDIAL

24

3.2. Fatah.

O nome completo do movimento é Haracat Al-ta Al- Watani Al -Filastini.

Enciclopédia Britânica. Fatah . Retirado 30 de Setembro de 2010.

O Fatah sigla invertida de „‟Harakat al-Tahrir al-Watani al-Filastini" A partir

deste foi criado o Fath acrônimo reverso (ou da Fatah), que significa "abertura",

"conquistar", ou "vitória". O Fatah palavra é usada no discurso religioso para

significar a expansão islâmica nos primeiros séculos da história islâmica como em

Fath al-Sham , a "abertura do Levante "- e por isso tem uma conotação positiva para

os muçulmanos .

O termo Fatah também tem significado religioso, pois é o nome da sura 48,

ou capítulo, do Corão que, segundo comentaristas muçulmanos detalhes

importantes da história do Tratado de Hudaybiyyah . Durante a pacífica de dois

anos após o tratado Hudaybiyyah, convertido ao islamismo muitos aumentando a

força do lado muçulmano. Foi a violação desse tratado por Muhammad que

provocou a conquista de Meca. Esse precedente islâmico foi citado por Yasser

Arafat como justificativa para sua assinatura dos Acordos de Oslo com Israel.

A Fatah é uma organização política e militar, fundada nos anos 50 por Yasser

Arafat e Khalil al-Wazir (Abu Jihad). Atualmente possui o presidente da Palestina,

Mahmoud Abbas, este grupo pode ser considerado um partido político de esquerda e

também uma Guerrilha armada de oposição para libertação da palestina.

3.2.1. Eleições do Fatah 2006.

Em 25 de Janeiro de 2006 perde as eleições parlamentares para o partido

Hamas, que antes era um movimento de luta armada. Conquista apenas 45 cadeiras,

enquanto o Hamas conquista 74 cadeiras do parlamento palestino.

3.3. Hamas.

A palavra Hamas é um (acrônimo de Harakat Al-Muqawamah Al-Islamiyyah,

em árabe) é um movimento político Palestino, cuja sigla designa o significado de

Movimento de Resistência Islâmica, ou seja, luta contra a existência do Estado de

Israel (estado esse criado após a Segunda Guerra Mundial para abrigar judeus).

Page 28: O TERRORISMO NO CENÁRIO MUNDIAL

25

O Hamas tem muitas faces tais como: Partido político, movimento de

assistência social e grupo militar,foi criado, em 1987 na cidade de Gaza, a qual situa-

se na Faixa de Gaza, preconiza a luta contra Israel, por todos os meios, visando a

libertação da Palestina " desde o Rio Jordão até o mar". As origens do grupo

remontam à Irmandade Islâmica, organização fundamentalista criada em 1928 no

Egito. Com o início da primeira Intifada (insurreição, em árabe) contra Israel, em

1987, a Irmandade Islâmica criou um braço armado, o qual chamou de Hamas.

A organização ficou conhecida somente em 14 de dezembro de 1987, quando

o nome Hamas surgiu num panfleto em que o grupo anunciava sua luta contra

Israel. O Hamas prega o fim do Estado de Israel e a sua substituição por um Estado

palestino que ocuparia a área onde hoje estão Israel, a Faixa de Gaza e a

Cisjordânia.

Apesar das posições radicais do Hamas, Israel no início apoiou o braço

político-assistencial do grupo, numa tentativa de enfraquecer a Organização para a

Libertação da Palestina (OLP), então liderada por Yasser Arafat e sediada em Túnis.

A intenção era mostrar que havia forças nas zonas ocupadas que poderiam

representar melhor os palestinos do que a OLP. Anos antes, Israel já havia tentado

provar que a OLP não era o único representante dos palestinos.

O Hamas é considerado uma organização terrorista pela União Europeia,

pelos Estados Unidos, pelo Canadá, pelo Japão e, claro, por Israel.

Para muitos palestinos, entretanto, trata-se de uma organização beneficente, que

presta ajuda e assistência nos lugares onde a Autoridade Nacional Palestina (ANP)

falha.

Foi também graças à atuação do Hamas que foram inaugurados hospitais,

jardins-de-infância, escolas e pontos de distribuição de sopa nos territórios em

conflito, o que permitiu que a organização ganhasse amparo junto à parte pobre da

população palestina.

O Hamas virou um partido político em 2005. Em janeiro do ano seguinte,

venceu as eleições parlamentares palestinas, derrotando o Fatah e ficando com a

maioria das cadeiras.

O Hamas é responsável por várias ações armadas e terroristas contra Israel.

Page 29: O TERRORISMO NO CENÁRIO MUNDIAL

26

3.3.1. Eleições do Hamas na Palestina.

Em 25 de Janeiro de 2006 vence as eleições para o parlamento Palestino

derrotando a Fatah, conquistando 74 das 132 cadeiras do parlamento, após a

contagem final que ocorreu em 28 de janeiro de 2006. O antigo movimento de luta

armada palestino prepara-se então para formar o novo governo, não necessitando,

por isso, de coligações.

3.3.2. Formação do governo no Hamas.

No início de fevereiro o Hamas anuncia que vai buscar ajuda de países com

política mais à esquerda como o Brasil e a Venezuela. O grupo político mostra que se

preocupa em formar um governo que possa ser aceito por outras nações embora

tenha dito que não reconhece o estado de Israel.

3.3.3. Povoamentos atacados em Israel pelo Hamas.

Cito abaixo as cidades atingidas na porção norte de Israel pelo Hamas ao

longo dos anos, na parte norte de Israel.

Haifa, Nazaré, Tiberíades, Afula, Qiriat-Chemoná, Maalot, Nahariya, Safed, Hatzorna

Galiléia, Rosh Pina, e Carmiel, algumas vilas de agricultores (kibutzim e moshavim) e

vilas drusas e árabes foram atingidas pelos Katyushas libaneses.

No Líbano, os bombardeios em Beirute, a batalha de Bint Jbeil e os ataques a

Qana figuram entre os mais relevantes no conflito.

3.4. Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC-EP).

A organização Fuerzas Armadas Revolucionarias de Colombia-Ejército del

Pueblo- FARC-EP- ou Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia-Exército do

Povo, em português, foi criada em 1964 como uma guerrilha revolucionária do

Partido Comunista Colombiano. As FARC-EP são a mais antiga e uma das mais

capacitadas e melhor equipadas forças insurgentes do continente sul-americano.

A FARC-EP é governada por um secretário, Manuel Marulanda Vélez, também

conhecido como "Tiro fijo", e seis outros, incluindo o sênior comandante militar Jorge

Page 30: O TERRORISMO NO CENÁRIO MUNDIAL

27

Briceño, também conhecido por "Mono Jojoy". É organizada juntamente às linhas

militares e inclui diversas frontes urbanas. A FARC possui entre 12.000 a 18.000

membros e mantém presença em aproximadamente 80% do território Colombiano, a

maioria em florestas e selvas a sudeste da base das montanhas dos Andes.

A denominação Ejército del Pueblo ou Exército do Povo (EP) foi adicionada

ao nome oficial do grupo em 1982 durante a Conferência da Sétima Guerrilha. As

FARC são classificadas como uma organização terrorista por muitos países, como os

da União Européia e os Estados Unidos da América.

As FARC-EP se auto proclamaram uma organização político-militar marxista-

leninista de inspiração bolivariana. A organização diz representar a população rural

contra as classes abastadas Colombianas e se opõe à influência dos EUA na

Colômbia (particularmente o Plano Colômbia), privatização de recursos naturais,

corporações multinacionais e grupos paramilitares. As FARC-EP argumentam que

esses objetivos motivam os esforços do grupo pela tomada do poder na Colômbia

através de uma revolução armada. As FARC-EP obtêm financiamento principalmente

através de extorsões, sequestros e tráfico de drogas.

As FARC-EP também recrutam frequentemente crianças como soldados e

informantes, geralmente à força. A Human Rights Watch estima que as FARC

possuem a maior parte dos combatentes menores de idade na Colômbia. Estima-se

que entre 20 e 30 por cento dos combatentes da FARC têm menos de 18 anos, com

muitos chegando a ter até 12 anos, contabilizando um total de aproximadamente

5000 crianças. Crianças que tentam escapar das fileiras da guerrilha são punidas

com tortura e morte.

3.5. Sendero Luminoso.

O Sendero Luminoso (que significa "caminho iluminado", em espanhol) é um

grupo guerrilheiro de inspiração maoísta fundando na década de 1960 pelos corpos

discente e docente de universidades do Peru (especialmente da província de

Ayacucho). Abimael Guzmán (professor de Filosofia da Universidade Nacional de

San Cristóbal de Huamanga) é considerado seu fundador por excelência, e adota o

codinome Presidente Gonzalo.

O Sendero Luminoso é considerado o maior movimento revolucionário do

Peru, e está entre os dois maiores grupos de ação da América do Sul (ao lado das

Page 31: O TERRORISMO NO CENÁRIO MUNDIAL

28

Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, FARC). É também conhecido por

seus membros como Partido Comunista do Peru (PCP), e seu objetivo declarado é

destruir o governo atual do Peru e substituí-lo por um governo de base camponesa.

Guzmán foi preso em 1992, e vários líderes do Sendero foram presos nos

anos seguintes, o que diminuiu bastante as atividades do grupo. Estas incluem

principalmente ataques com bombas, além de assassinatos e possivelmente

envolvimento com o comércio de pasta de coca. Parte dos movimentos é ou era

justificada pela ação dos militares peruanos e de forças contrarrevolucionárias

treinadas pelos EUA – Os Sinchis. Além disso, opõe-se a outra grande força

revolucionária do Peru, o Movimento Revolucionário Tupac Amaru.

Estima-se que o SL tenha cerca de 2000 guerrilheiros, e um grande número

de membros em outras funções.

3.5.1. História do Sendero Luminoso.

O Sendero Luminoso surgiu em 1964 como uma dissidência (bandeira roja,

bandeira vermelha) do Partido Comunista do Peru, sob orientação do carismático

professor Abimael Guzmán (conhecido por sua capacidade de engajar os alunos).

O nome Sendero Luminoso relaciona-se com escritos do marxista peruano

Jose Carlos Mariátegui, mentor intelectual do grupo, e que via no socialismo um

"caminho iluminado" para a humanidade.

Na década de 1970 o SL expandiu suas atividades, inicialmente restritas às

universidades da província de Ayacucho, para outras universidades no Peru,

ganhando força como movimento estudantil. Seguia a linha de outros movimentos

revolucionários de então, ou seja: grupos estudantis de classe média ou média-baixa

tentando estabelecer a revolução em bases camponesas. (O exemplo mais

destacada é o da revolução cubana; no Brasil desenvolvia-se algo semelhante, na

chamada guerrilha do Araguaia). Após algum tempo o movimento, no entanto, tentou

abandonar suas raízes na universidade e proclamou-se um "partido em

reconstrução".

Em 1977 o SL passou da guerrilha rural para a urbana. Nas eleições de 1980,

as primeiras após 12 anos de governo militar, o partido recusou-se a participar e

promoveu ataques e o boicote às seções eleitorais. Em maio daquele ano chegou

mesmo a esboçar o começo de uma revolução efetiva.

Page 32: O TERRORISMO NO CENÁRIO MUNDIAL

29

Na década de 1980 o grupo cresceu bastante, tanto em membros quanto em

área ocupada. Suas áreas de dominação eram o centro e o sul do Peru, além de ter

presença também nos subúrbios de Lima.

Com a captura de Guzmán em 1992 e demais lideranças até 1995, o Sendero

perdeu muito da sua força. Chegou mesmo a enfrentar milícias de camponeses, aos

quais supostamente representava. Suas ações passaram a ficar mais espaçadas,

sendo as últimas delas um ataque a bomba contra a embaixada estadunidense em

Lima (foram mortas 10 pessoas e 30 ficaram feridas) em 2002 e o sequestro de

funcionários argentinos que trabalhavam em um gasoduto em Ayacucho (foram

libertados após resgate), em junho de 2003.

3.6. Primeiro Comando da Capital (PCC).

No Brasil temos o Primeiro Comando da Capital (PCC) que é uma organização

de criminosos existente no Brasil, criada para supostamente defender os direitos de

cidadãos encarcerados no país.

Surgiu no início da década de 1990 no Centro de Reabilitação Penitenciária de

Taubaté, local que acolhia prisioneiros transferidos por serem considerados de alta

periculosidade pelas autoridades.

A organização também é identificada pelos números 15.3.3; a letra "P" é a 15ª

letra do alfabeto português e a letra "C" é a terceira.

Hoje a organização é comandada por presos e foragidos, principalmente no

Estado de São Paulo. Vários ex-líderes estão presos (como o criminoso Marcos

Willians Herbas Camacho, vulgo Marcola, que atualmente cumpre sentença de 44

anos, principalmente por assalto a bancos, no presídio de segurança máxima de

Presidente Bernardes e ainda tem respeito e poder na facção).

O PCC conta com vários integrantes, que financiam ações ilegais em São

Paulo e em outros estados do país.

3.6.1. História da Evolução do PCC.

O PCC foi fundado em 31 de agosto de 1993 por oito presos no Anexo da

Casa de Custódia de Taubaté (130 km da cidade de São Paulo), chamada de

Page 33: O TERRORISMO NO CENÁRIO MUNDIAL

30

"Piranhão", até então a prisão mais segura do estado de São Paulo.

O grupo iniciou-se durante uma partida de futebol, quando alguns detentos

brigaram e como forma de escapar da punição - pois várias pessoas haviam morrido

resolveram iniciar um pacto de confiança.

Era constituído por Misael Aparecido da Silva, vulgo "Misa", Wander Eduardo

Ferreira, vulgo "Eduardo Cara Gorda", António Carlos Roberto da Paixão, vulgo

"Paixão", Isaías Moreira do Nascimento, vulgo "Isaías Esquisito", Ademar dos

Santos, vulgo "Dafé", António Carlos dos Santos, vulgo "Bicho Feio", César Augusto

Roris da Silva, vulgo "Cesinha", e José Márcio Felício, vulgo "Geleião".

O PCC, que foi também chamado no início como Partido do Crime, afirmava

que pretendia "combater a opressão dentro do sistema prisional paulista" e "para

vingar a morte dos cento e onze presos", em 2 de outubro de 1992, no "massacre do

Carandiru", quando a Polícia Militar matou presidiários no pavilhão 9 da extinta Casa

de Detenção de São Paulo.

O grupo usava o símbolo chinês do equilíbrio yin-yang em preto e branco,

considerando que era "uma maneira de equilibrar o bem e o mal com sabedoria".

Em fevereiro de 2001, Sombra tornou-se o líder mais expressivo da

organização ao coordenar, por telefone celular, rebeliões simultâneas em 29

presídios paulistas, que se saldaram em dezesseis presos mortos.

Idemir Carlos Ambrósio, o "Sombra", também chamado de "pai", foi

espancado até à morte no Piranhão cinco meses depois por cinco membros da

facção numa luta interna pelo comando geral do PCC.

O PCC começou então a ser liderado por "Geleião" e "Cesinha", responsáveis

pela aliança do grupo com a facção criminosa Comando Vermelho (CV), do Rio de

Janeiro.

Geleião e "Cesinha" passaram a coordenar atentados violentos contra prédios

públicos, a partir do Complexo Penitenciário de Bangu, onde se encontravam detidos.

Considerados "radicais" por uma outra corrente do PCC, mais "moderada",

Geleião e Cesinha usavam atentados para intimidar as autoridades do sistema

prisional e foram depostos da liderança em Novembro de 2002, quando o grupo foi

assumido por Marcos Willians Herbas Camacho, o "Marcola".

Além de depostos, foram jurados de morte sob a alegação de terem feito

denúncias à polícia e criaram o Terceiro Comando da Capital (TCC). Cesinha foi

Page 34: O TERRORISMO NO CENÁRIO MUNDIAL

31

assassinado em presídio de Avaré, São Paulo.

Sob a liderança de Marcola, também conhecido como Playboy, atualmente

detido por assalto a bancos, o PCC teria participado no assassinato, em Março de

2003, do juiz- corregedor António José Machado Dias, o "Machadinho", que dirigia o

Centro de Readaptação Penitenciária (CRP) de Presidente Bernardes, hoje a prisão

mais rígida do Brasil e para onde os membros do PCC temem ser transferidos.

A facção tinha recentemente apresentado como uma das suas principais

metas promover uma rebelião de forma a "desmoralizar" o governo e destruir o CRP,

onde os detidos passam vinte e três horas confinados às celas, sem acesso a

jornais, revistas, rádios ou televisão.

Com o objetivo de conseguir dinheiro para financiar o grupo, os membros do

PCC exigem que os "irmãos" (os sócios) paguem uma taxa mensal de cinquenta

reais, se estiverem detidos, e de quinhentos reais, se estiverem em liberdade. O

dinheiro é usado para comprar armas e drogas, além de financiar ações de resgate

de presos ligados ao grupo.

Para se tornar membro do PCC, o criminoso precisa ser "batizado", ou seja,

apresentado por um outro que já faça parte da organização e cumprir um estatuto de

dezesseis itens, redigido pelos fundadores.

Diante do enfraquecimento do Comando Vermelho do Rio de Janeiro, que tem

perdido vários pontos de venda de droga no Rio, o PCC aproveitou para ganhar

campo comercialmente e chegar à atual posição de maior facção criminosa do país.

3.6.2. Código de Ética do PCC.

O suposto estatuto do Primeiro Comando da Capital foi divulgado em jornais

brasileiros no ano de 2001. É uma lista de princípios da organização. O item 7 do

documento prevê que os membros "estruturados" e livres devem contribuir com os

demais membros presos sob a pena de "serem condenados à morte, sem perdão".

O estatuto prega "lealdade, respeito e solidariedade" aos membros do grupo.

Prega também uma luta pela "liberdade, justiça e paz" e clama melhores condições

no sistema prisional brasileiro (com foco no Estado de São Paulo), alegando que os

presos sofrem torturas e atos desumanos.

Page 35: O TERRORISMO NO CENÁRIO MUNDIAL

32

3.6.3. Ataques do PCC.

Em 2001, ocorreu em todo o Estado de São Paulo a maior rebelião

generalizada de presos da história do Brasil até então, através do uso de telefones

celulares presos se organizaram e promoveram a rebelião. Vários presídios daquele

estado, inclusive os do interior se rebelaram.

Anos depois, entre os dias 21 e 28 de março de 2006, diversas unidades

prisionais do Estado de São Paulo foram tomadas por revolta de seus internos,

inaugurando uma série de atos de violência organizada no país.

Os CDPs, ou centros de detenção provisória de Mauá, Mogi das Cruzes,

Franco da Rocha, Caiuá e Iperó, foram os primeiros a serem tomados pelas rebeliões

(21 de março de 2006). Durante aquele período, outras unidades também foram

palco de rebeliões (Cadeia Pública de Jundiaí - 22 de março de 2006, e os "CDPs" de

Diadema, Taubaté, Pinheiros e Osasco - 27 de março de 2006).

Como reivindicações apresentadas, reclamavam os amotinados da

superpopulação carcerária, buscando transferência de presos com condenações

definitivas para penitenciárias, bem como o aumento no número de visitantes e a

modificação da cor dos seus uniformes. Estavam descontentes com a cor amarela e

postulavam o retorno para a cor bege de seus uniformes.

As rebeliões, algumas como reféns foram contidas, mas os danos provocados

nas unidades comprometeram gravemente a normal utilização.

Os ataques do Primeiro Comando da Capital continuaram acontecendo com

certa constância, em meio a uma onda de violência e diversos outros atos (nem todos

comprovadamente originados da organização) no ano de 2006, nas primeiras horas

do dia 13 de agosto de 2006, aproximadamente a meia noite e meia, um vídeo

enviado para a Rede Globo de televisão, gravado em um DVD, foi transmitido, no

plantão da emissora, para todo o Brasil. Dois funcionários, o técnico Alexandre

Coelho Calado e o repórter Guilherme Portanova, haviam sido sequestrados na

manhã do dia anterior. Alexandre foi solto, encarregado de entregar o DVD para a

Rede Globo. Colocada sob chantagem, a emissora transmitiu o vídeo, com teor de

manifesto, após se aconselhar com especialistas e representantes de órgãos

internacionais. O repórter Guilherme Portanova foi solto 40 horas após a divulgação

do vídeo, à 0:30 do dia 14 de Agosto, numa rua do bairro do Morumbi.

Page 36: O TERRORISMO NO CENÁRIO MUNDIAL

33

A mensagem, lida supostamente por um integrante do PCC, fazia críticas ao

sistema penitenciário, pedindo revisão de penas, melhoria nas condições carcerárias,

e posicionando-se contra o Regime Diferencial Disciplinado (RDD).

3.7. Euskadi Ta Askatasuna (ETA).

A organização Euskadi Ta Askatasuna (basco para Pátria Basca e

Liberdade), mais conhecida pela sigla ETA, é um grupo terrorista, de ideologia

independentista marxista e revolucionária, que pratica o terrorismo como meio para

conseguir a independência de Euskal Herria.

É classificado pelos governos de Espanha e França, pela União europeia e

pelo governo dos Estados Unidos como um grupo terrorista. O seu símbolo é uma

serpente enrolada num machado. O seu lema é Bietan jarrai, que significa seguir nas

duas, ou seja, na luta política e militar.

Os integrantes da ETA são denominados etarras, um neologismo criado pela

imprensa espanhola a partir do nome da organização e do sufixo basco com o qual

se formam os gentílico neste idioma. Em basco a denominação é etakideak, plural de

etakide (membro da ETA). Os membros e partidários do movimento frequentemente

utilizam o termo gudariak, que significa guerreiros ou soldados.

No dia 22 de Março de 2006 a organização declarou um cessar-fogo

permanente, que vem sendo cumprido desde o dia 24 de Março.

Há quase 40 anos a organização extremista ETA está empenhada em uma

campanha armada pela independência de sete regiões no norte da Espanha e

sudoeste da França, que os separatistas bascos dizem ser seu território. O Euskadi

Ta Azkatasuna (ETA), cujo nome significa Pátria Basca e Liberdade, surgiu na

década de 60 como um movimento de resistência estudantil que se opunha

radicalmente à ditadura militar do general Francisco Franco.

No regime de Franco, a língua basca foi proibida, a cultura local foi suprimidas

e intelectuais bascos, presos e torturados por suas posições culturais e políticas.

Houve grande resistência a Franco no País Basco. Sua morte, em 1975,

mudou tudo, e a transição para a democracia trouxe alguma autonomia para a

região, que tem dois milhões de habitantes.

Mas apesar do fato de a parte espanhola do País Basco gozar de alguma

Page 37: O TERRORISMO NO CENÁRIO MUNDIAL

34

autonomia tem seu próprio Parlamento, polícia, educação e coleta de seus próprios

impostos a ETA e seus partidários linha dura estão determinados a lutar por

independência total.

Essa luta provocou mais de 800 mortes nas últimas três décadas - muitas das

vítimas entre membros da Guarda Civil, a polícia nacional espanhola, e entre políticos

locais e nacionais que se opuseram à reivindicação do ETA. Apesar disso, seu poder

teria se eclodido nos últimos anos. Analistas vinham discutindo se o grupo é uma

força em vias de extinção ou simplesmente aguarda o momento de atacar de novo.

3.7.1. O ETA e a Ditadura de Franco na Espanha.

1937: General Franco ocupa o país Basco. Até então, os bascos tinham direito

a um pouco de autonomia, mas o ditador espanhol cancela qualquer privilégio e

reprime duramente a aspiração dos bascos por independência.

1959: O ETA é formado, com o objetivo de criar um País Basco independente.

A sigla significa Euzkadi Ta Askatasuna (Pátria Basca e Liberdade).

1961: a campanha de violência do ETA se inicia, com uma tentativa de

descarrilar um trem que levava políticos.

1968: O ETA mata sua primeira vítima, Melitón Manzanas, um dos líderes da

polícia secreta na idade de San Sebastián.

3.7.2. Histórico da Violência Continuada.

Dezembro de 1973: Nacionalistas bascos matam em Madri o primeiro-ministro

espanhol, almirante Luís Carrero Blanco, em retaliação a execuções de militantes

bascos pelo Governo.

1978: Fundado o braço político do ETA, o HB (Herri Batasuna).

1980: Até este ano, 118 já haviam morrido em atentados ligados ao ETA.

1995: Tentativa de assassinato do então líder do partido de oposição PP, José

Maria Aznar (atual primeiro-ministro), na explosão de um carro-bomba.

Page 38: O TERRORISMO NO CENÁRIO MUNDIAL

35

3.7.3. Um Novo Governo e a Esperança de um Novo Tempo.

Março de 1996: O PP, de direita, vence as eleições gerais. O grupo

extremista considera a chegada do partido ao poder um retorno à ditadura de Franco.

1997: Início da campanha do ETA contra políticos do PP no País Basco

Julho de 1997: O ETA é acusado de sequestrar e matar um conselheiro

municipal basco, Miguel Ángel Blanco, provocando revolta popular e levando seis

milhões de espanhóis a participar de protestos nas ruas do país.

Dezembro de 1997: 23 líderes do HB são presos por sete anos, por

colaborarem com o ETA. Essa foi a primeira vez que membros do partido foram

presos por cooperação com o grupo extremista.

3.7.4. Novas Negociações para o Fim da Violência.

Março de 1998: Os principais partidos políticos da Espanha iniciam

negociações em busca do fim da violência no País Basco. O governo não se envolve

nas conversas.

Setembro de 1998: O ETA anuncia o seu primeiro cessar-fogo por tempo

indefinido desde o início de suas atividades.

Maio de 1999: Representantes do governo espanhol e do ETA têm em

Zurique, na Suíça, o primeiro e único encontro realizado até hoje.

Agosto de 1999: O primeiro-ministro, José Maria Aznar, acusa do ETA de ter

"medo da paz" e pede ao grupo que mostre seu comprometimento. Em seguida, o

ETA confirma que as negociações com Madri foram canceladas.

Novembro de 1999: O grupo separatista anuncia o final de seu cessar-fogo de

14 meses, culpando o governo pela falta de progresso nas negociações de paz.

3.7.5. O Retorno da Violência.

Janeiro de 2000: Carro bomba explode em Madri.

Fevereiro de 2000: Carro-bomba na cidade basca de Vitória mata um político

socialista e seu guarda-costas.

Julho de 2000: O conselheiro municipal da cidade andaluz de Málaga, José

Page 39: O TERRORISMO NO CENÁRIO MUNDIAL

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Maria Martín, do PP, é morto a tiros.

Agosto de 2000: Um carro carregado com armas explode em Bilbao, matando

quatro pessoas suspeitas de serem ativistas do ETA. Dois oficiais da polícia

espanhola são mortos em um atentado a bomba no vilarejo de Sallent de Gallego, no

País Basco, perto da fronteira da Espanha com a França.

Setembro de 2000: Um político do PP, José Luíz Ruíz Casado, é morto perto

de sua casa, na capital catalã Barcelona. No dia seguinte, o ETA assume a autoria

desse e de outros atentados cometidos anteriormente.

Outubro de 2000: Cerca de 100 mil bascos realizam uma marcha em Bilbao,

para mostrar sua insatisfação com a campanha de violência do ETA.

Fevereiro de 2001: Convocadas eleições gerais no País Basco, a se

realizarem no dia 13 de maio.

3.7.6. ETA Tem os Políticos Como Principais Alvos.

Março de 2001: Froilan Elexpe, um político local, é assassinado na cidade de

Lasarte, perto de San Sebastián. Desde o final do cessar-fogo, em dezembro de

1999, o ETA foi responsabilizado por 28 mortes.

Maio de 2001: Manuel Jimenez Abad, da cúpula do Partido Popular, é morto a

tiros na cidade de Zaragoza uma semana antes das eleições para o Parlamento

basco.

Novembro de 2001: O juiz José Maria Lidon foi morto a tiros em Bilbao,

menos de 24 horas depois que um carro bomba explode e deixa quase 100 feridos

em Madri. Lidon, que não estava em nenhuma lista conhecida de ataques do ETA,

havia condenado seis simpatizantes do ETA a longas penas de prisão em 1987.

Dezembro de 2001: A União europeia declara o ETA uma organização

terrorista, pela primeira vez os todos os governos dos 15 países-membros do bloco

definem o ETA dessa forma, em uma vitória diplomática significativa para o governo

espanhol.

Julho de 2002: Juiz Baltazar Garzon ordena o confisco de 18 milhões de euros

pertencentes ao Batasuna.

Agosto de 2002: O juiz Garzon suspende o Batasuna por três anos alegando

que ele é parte do ETA que, ele declara, é "culpado de crimes contra a Humanidade".

Page 40: O TERRORISMO NO CENÁRIO MUNDIAL

37

O Parlamento, enquanto isso, busca uma proibição por tempo indeterminado

para o Batasuna.

Setembro de 2002: A polícia francesa prende um homem e uma mulher

suspeitos de serem líderes do ETA depois de uma operação conjunta com a polícia

espanhola.

Acredita-se que o homem, Juan Antônio Olarra Guribi, seria o chefe militar do

grupo.

Dezembro de 2002: O suposto chefe de logística do ETA, Ibon Fernandez

Iradi, escapa da custódia da polícia no sul da França apenas três dias depois de ter

sido capturado perto da fronteira espanhola.

Fevereiro de 2003: O governo da Espanha fecha o jornal basco Euskaldunon

Egunkaria alegando que ele está ligado ao ETA, mas um novo jornal basco, Egunero,

chega às bancas no dia seguinte trazendo a manchete "Fechado, mas não

silenciado".

Março de 2003: A Suprema Corte da Espanha proíbe o Batasuna

permanentemente em resposta a um pedido do governo. É a primeira vez, desde a

morte de Franco, em 1975, que um partido político é colocado na ilegalidade na

Espanha.

Maio de 2003: Os Estados Unidos declaram o Batasuna um grupo terrorista.

A União europeia faz o mesmo um mês depois.

Julho de 2003: Bombas explodem com um intervalo de poucos minutos nos

balneários espanhóis de Alicante e Banidorm, ferindo pelo menos 13 pessoas. Cinco

dias depois, outra bomba explode em um estacionamento no aeroporto de

Santander.

Novembro de 2003: A polícia espanhola prende 12 supostos líderes do ETA

em uma série de batidas.

Dezembro de 2003: A polícia recaptura o suposto chefe de logística do ETA,

Ibon Fernandez Iradi, na cidade francesa de Mont-de-Marsan.

3.8. Exército Republicano Irlandês (IRA).

O Exército Republicano Irlandês, mais conhecido como IRA (do inglês Irish

Republican Army), é um grupo paramilitar católico que intenciona que a Irlanda do

Page 41: O TERRORISMO NO CENÁRIO MUNDIAL

38

Norte separe-se do Reino Unido e seja reanexada à República da Irlanda. Utiliza-se

de métodos tidos como terroristas, principalmente ataques à bomba e emboscadas

com armas de fogo. Tem como alvos tradicionais os protestantes, políticos unionistas

e representantes do governo britânico. O IRA tem ligações com outros grupos

nacionalistas irlandeses e um braço político: o partido nacionalista Sinn Fein.

Em 28 de Julho de 2005, o IRA anuncia o fim da "luta armada" e a entrega de

armas. O processo de entrega de armas terminou em 26 de Setembro de 2005.

Todo o processo de desmantelamento do armamento, foi orientado pelo chefe

da Comissão Internacional de Desarmamento, o general canadense John de

Chastelain.

3.9. Ku Klux Klan.

Ku Klux Klan (também conhecida como KKK) é o nome de várias

organizações racistas dos Estados Unidos que apoiam a supremacia branca e o

protestantismo (padrão conhecido também como Wasp) em detrimento a outras

religiões. A KKK, em seu período mais forte, foi localizada principalmente na região

sul de tal país.

3.9.1. Wasp.

Wasp é a sigla que em inglês significa "Branco, Anglo-Saxão e Protestante"

(White, Anglo-Saxon and Protestant). Alguns ainda traduzem como "Branco,

Americano, Sulista e Protestante" (White, American, Southern and Protestant).

Surgiu no início do século XX tendo como base o combate à raça, nacionalidade (ou

regionalidade) e religião alheia. Inicialmente combatiam os negros e qualquer

aspecto relacionado a eles (principalmente a música, jazz e blues, que começava

proliferar em discos e rádios), mas logo voltaram seus ideais contra outros grupos,

que do seu ponto de vista não cumpriam os seus critérios: os italianos, pois bebiam

demais o que levou o governo a criar a Lei Seca na década de 20; os irlandeses, por

tolerarem os italianos e também pela questão do alcoolismo; e os judeus, por

começarem a dominar a estrutura bancária do país através dos empréstimos de

dinheiro.

A cultura WASP é focada nos chamados, valores tradicionais e fortemente

Page 42: O TERRORISMO NO CENÁRIO MUNDIAL

39

baseada numa religiosidade inflexível e visões ditas "tradicionais" da sociedade em

todas as suas vertentes desde a família e sexualidade aos papéis homem/mulher

em geral.

A primeira KKK na verdade foi criada por 6 amigos da cidade de Pulaski,

Tennessee, em 1865 para espantar o tédio. Como tudo era uma brincadeira

resolveram chamar os chefes da "sociedade" com nomes engraçados, então o chefe

seria o "Cíclope Máximo"; o secretário o "Grande Escriba"; e por aí vai. O nome

deveria ser algo indecifrável, foi aí que um deles surgiu a palavra grega kyklos que

quer dizer círculo, de amigos no caso. E outro achou que a palavra clã cairia bem

(klan). Assim surgiu a Ku Klux Klan. A curtição da sociedade era cavalgar à noite

importunando vizinhos, até que a coisa ficou séria no final da Guerra Civil Americana,

quando os vencedores, os Estados do Norte, libertaram os escravos. Então as

cavalgadas viraram perseguições a negros. Em um ano a KKK tinha virado uma seita

assassina presente em diversos estados, tinha ex-generais sulistas entre os chefes e

era financiada por agricultores que foram prejudicados pela alforria.

Em 1872 o grupo foi reconhecido como uma entidade terrorista e foi banida

dos Estados Unidos. O segundo grupo que utilizou o mesmo nome foi fundado em

1915 (alguns dizem que foi em função do lançamento do filme O Nascimento de uma

Nação, naquele mesmo ano) em Atlanta por William J. Simmons. Este grupo foi

criado como uma organização fraternal e lutou pelo domínio dos brancos protestantes

sobre os negros, católicos, judeus e asiáticos, assim como outros imigrantes. Este

grupo ficou famoso pelos linchamentos e outras atividades violentas contra seus

"inimigos". Chegou a ter 4 milhões de membros na década de 1920, incluindo muitos

políticos. A popularidade do grupo caiu durante a Grande Depressão e durante a

Segunda Guerra Mundial.

Hoje a Ku Klux Klan, conta apenas com um efetivo de 3 mil homens em todos

os estados confederados, apesar do baixo numero de associados, muitos não

associados apoiam a organização.

3.9.2. Represália Tardia.

No verão de 1964, Edgar Ray Killen matou três afro-americanos que

participavam de movimentos a favor do direito civil. Killen era um membro da Ku Klux

Klan. Houve um julgamento em 1967, mas o júri era formado todo por pessoas

Page 43: O TERRORISMO NO CENÁRIO MUNDIAL

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brancas de classe média, então Killen não foi condenado na época. Em 1988 o filme

Mississippi em chamas que conta a história de Killen foi lançado. Em 2005 houve

outro julgamento, Killen (hoje com 80 anos de idade) foi condenado a 60 anos de

prisão.

3.10. Organização para a Libertação da Palestina (OLP).

A Organização para a Libertação da Palestina (OLP) (Em árabe Munazzamat

al-Tahrir Filastiniyyah) é uma organização política e paramilitar de palestinos

dedicada ao estabelecimento de um estado palestino independente. Desde 1969 até

à sua morte em 2004, a OLP foi presidida por Yasser Arafat, tendo sido sucedido por

Mahmoud Abbas (também conhecido como Abu Mazen). Em anos recentes, o

objetivo oficial da OLP foi redefinido para consistir apenas da Cisjordânia e da Faixa

de Gaza, apesar de uma parte substancial da organização não obedecer a esta

redefinição.

A palavra Palestina deriva do grego Philistia, nome dado pelos autores da

Grécia Antiga a esta região, devido ao facto de em parte dela (entre a actual cidade

de Tel Aviv e Gaza) se terem fixado no século XII a.C. os filisteus.

Os filisteus não eram semitas e sua provável origem era, creto-miceniada, uma das

mais conhecidas (embora recorrentemente mencionadas) vagas dos chamados

"Povos do Mar" que se estabeleceram em várias partes do litoral sul do mar

Mediterrâneo, incluindo a área hoje conhecida como Faixa de Gaza. Segundo a

tradição bíblica os filisteus seriam oriundos de Caphtor, termo associado à ilha de

Creta. Este povo é igualmente referido nos escritos do Antigo Egipto com o nome de

prst, por onde também passaram e foram repelidos.

No século II d.C., os romanos utilizaram o termo Syria Palaestina para se

referirem à parte sul da província romana da Síria. O termo entraria posteriormente

na língua árabe e é usado desde então para se referir a esta região.

Palestina (em árabe Filasṭīn; em hebraico Pilistineh, em grego Palaistinē, e

em latim Palaestina), é a denominação histórica dada pelo Império Britânico a uma

região do Oriente Médio situada entre a costa oriental do Mediterrâneo e as margens

do Rio Jordão. O seu estatuto político é disputado acesamente.

A área correspondente à Palestina até 1948 encontra-se hoje dividida em

Page 44: O TERRORISMO NO CENÁRIO MUNDIAL

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três partes: uma parte integra o Estado de Israel; duas outras (a Faixa de Gaza e a

Cisjordânia), de maioria árabo-palestiniana, deveriam integrar um estado

palestiniano-árabe a ser criado - de acordo com a lei internacional, bem como as

determinações das Nações Unidas e da anterior potência colonial da zona, o Reino

Unido. Todavia, em 1967, a Faixa de Gaza e a Cisjordânia foram ocupadas

militarmente por Israel, após a Guerra dos Seis Dias.

Há alguns anos, porções dispersas dessas duas áreas passaram a ser

administradas pela Autoridade Palestiniana, mas, devido aos inúmeros ataques

terroristas que sofre, Israel mantém o controle das fronteiras e está atualmente a

construir um muro de separação que, na prática, anexa porções significativas da

Cisjordânia ocidental ao seu território.

A população palestiniana dispersa pelos países árabes ou em campos de

refugiados, situados nos territórios ocupados por Israel, é estimada em 4.000.000 de

pessoas.

Page 45: O TERRORISMO NO CENÁRIO MUNDIAL

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CAPÍTULO IV

A HISTÓRIA DA AL QAEDA

4.1. Definição de Al Qaeda

O nome Al Qaeda ( em árabe, a fundação" ou "a base") é o nome dado a um

movimento fundamentalista islâmico internacional, constituído por células

colaborativas e independentes que visam, supostamente, reduzir a influência não-

islâmica sobre assuntos islâmicos.

A Comissão Nacional sobre Ataques Terroristas nos Estados Unidos

(Comissão 9/11) diz que a Al Qaeda é responsável por um grande número de

ataques violentos e de alto nível contra civis, alvos militares e instituições comerciais

pelo mundo. O relatório da comissão atribuiu os ataques de 11 de Setembro de 2001

ao World Trade Center em Nova Iorque, ao Pentágono em Arlington e ao voo 93 na

Pensilvânia à al-Qaeda. Apesar do grupo provavelmente ter sido diretamente

responsável pelos ataques, vários analistas, como Michael Scheuer, um ex-analista

da CIA sobre terrorismo, acreditam que a Al Qaeda evoluiu para um movimento.

"… no qual a Jihad é autossustentável, no qual guerreiros islâmicos lutam contra a América com ou sem a aliança de Bin Laden e da Al Qaeda originária, e no qual o nome Al Qaeda traz inspiração para novos ataques internacionais." Leitura Bin Laden's Mind: O Estado da Jihad, como Ele pode vê-lo . " Washington Post 27 Outubro 2010.

As origens do grupo podem ser traçadas a partir da invasão soviética ao

Afeganistão, na qual vários não afegãos lutadores árabes se uniram ao movimento

anti-russo formado pelos Estados Unidos e Paquistão. Osama Bin Laden, membro de

uma proeminente família de negócios saudita árabe, liderou um grupo informal que

se tornou uma grande agência de levantamento de fundos e recrutamento para a

causa afegã. Esse grupo canalizou combatentes islâmicos para o conflito, distribuiu

dinheiro e forneceu logística e recursos, para as forças de guerra e para os

refugiados afegãos.

Depois da retirada soviética do Afeganistão em 1989, vários veteranos da

guerra desejaram lutar novamente pelas causas islâmicas. A invasão e ocupação do

Page 46: O TERRORISMO NO CENÁRIO MUNDIAL

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Kuwait pelo Iraque em 1990 levou o governo dos Estados Unidos à decidir enviar

suas tropas em coligação para a Arábia Saudita, com o suposto intuito de expulsar as

forças iraquianas daquele país. A Al Qaeda era fortemente contra o regime de

Saddam Hussein, Saddam era acusado pelos fundamentalistas mulçumanos de ter

tornado o Iraque um Estado laico. Bin Laden ofereceu os serviços dos seus

combatentes ao trono saudita, mas a presença de forças "infiéis" em território

islâmico sagrado - era uma luta entre islâmicos - foi visto por Bin Laden como um ato

de traição. Então, decidiu se opor aos Estados Unidos e aos seus aliados.

A Al Qaeda considerou os Estados Unidos como opressivos contra os

muçulmanos, citando o apoio dos Estados Unidos à Israel nos conflitos entre

palestinos e israelitas, a presença militar das tropas dos Estados Unidos em vários

países islâmicos (particularmente Arábia Saudita) e posteriormente a invasão e

ocupação do Iraque em 2003.

Osama Bin Laden e Ayman al-Zawahiri são membros seniores do conselho da

Al Qaeda, e considera-se que possuem contatos com algumas outras células da

organização.

4.1.2. Visão Geral da Al Qaeda

Em comunicados formais, Bin Laden tem preferido usar o termo Frente

Internacional pelo Jihad contra os Judeus e Cruzados como nome para o grupo, ao

invés do mais famoso Al Qaeda.

Enquanto o comum uso do nome Al Qaeda é anterior, só em 2001 foi

formalmente usado enquanto denominação do grupo, quando o governo dos Estados

Unidos decidiu perseguir ou tornar público a perseguição a Bin Laden. Bin Laden em

pessoa é provavelmente a melhor fonte para a origem do rótulo Al Qaeda. Falando

em 2001, ele citou: "O nome 'Al Qaeda' foi estabelecido há muito tempo atrás por

conveniência‟‟. O último nome Abu Ebeida El-Banashiri liderou os campos de treino

para os nossos mujahidin contra o terrorismo russo. Nós costumávamos chamar o

campo de treino "Al Qaeda". E o nome ficou.

A inspiração filosófica da Al Qaeda vem dos escritos de Sayyid Qutb, um

pensador proveniente da Irmandade Muçulmana Muslim Brotherhood, cujos textos

inspiraram a maioria dos principais movimentos militantes islâmicos hoje ativos no

Médio Oriente. O autor defende uma revolução islâmica armada para a sobreposição

Page 47: O TERRORISMO NO CENÁRIO MUNDIAL

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de todos os regimes não guiados pela lei islâmica, e reitera a expulsão de milícias e

empresas ocidentais de todos os países muçulmanos.

O Oriente Médio ou Médio Oriente (em árabe, Mashrek) é um termo que se

refere a uma área geográfica à volta das partes leste e sul do Mar Mediterrâneo,

conhecida como barril de pólvora pelo complexo e explosivo clima político da região,

um território que se estende desde o leste do Mediterrâneo até ao Golfo Pérsico.

O Médio Oriente é uma sub-região da África-Eurásia (partes da Turquia estão

na Europa, e o país é considerado por alguns como parte da última), sobretudo da

Ásia, e partes da África Setentrional.

4.1.3. Fronteiras do Oriente Médio.

A primeira coisa confusa nesta região começa pelo próprio nome. Por que o

nome da região recebeu o nome Oriente Médio? Qual a ideia inicial para se

denominar aquela região desta forma? É oriental e médio em relação a quê?

Oriente Médio foi a denominação dada pelo então Império Britânico que em sua visão

dividiu o Oriente em três partes:

Oriente Próximo (Near East): Referia-se a região dos balcãs (Sérvia, Monte-

Negro, Bulgária, Albânia), Grécia, a Anatólia (atual Turquia), Síria, Palestina, Egito;

Oriente Médio (Middle East): Referia-se a região da Arábia, Mesopotâmia

(atual Iraque e partes do Irã), Golfo Pérsico e a Pérsia (atual Irã).

Oriente Extremo (Far East): Referia-se a região do sudeste asiático, a China,

Japão e Coréia.

O termo Oriente Médio define uma área de forma pouco específica, sem

definição de fronteiras precisas. Geralmente considera-se incluir, Arábia Saudita,

Armênia, Azerbaijão, Bahrain, Egito, Emirados Árabes Unidos, Iêmen, Israel, Irã,

Iraque, Jordânia, Kuwait, Líbano, Palestina, que inclui: Cisjordânia e Faixa de Gaza,

Oman, Qatar, Síria e Turquia.

Os países do Magrebe (Argélia, Líbia, Marrocos e Tunísia) são

frequentemente associados ao Médio Oriente devido às ligações históricas, culturais

e religiosas (são países islâmicos),apesar de serem ocidentais, tais como o Sudão.

Os países africanos Mauritânia e Somália, também têm este tipo de ligações.

A Turquia, Chipre e Geórgia, apesar de geograficamente próximos, são

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45

normalmente considerados mais próximos da Europa. Em certos casos, também se

considera como parte a Ásia Central e parte do subcontinente indiano, sendo eles,

Afeganistão e Paquistão.

De acordo com afirmações transmitidas pela Al Qaeda na Internet e em canais

de televisão, as últimas metas da Al Qaeda passam por restabelecer o Califado do

mundo islâmico, e para isso, trabalham com quaisquer grupos extremistas,

organizações ou governos que lhes permitam atingir essa meta.

Os fundamentos originais da al-Qaeda originária são fortemente antissemitas.

Em 1997, numa entrevista com Peter Arnett, Osama Bin Laden cita a presença das

tropas dos Estados Unidos no Médio Oriente e o apoio israelita como as principais

razões para as ações da sua organização.

4.1.4. Designação de Califa.

Califa é um título que foi usado por Abu Bakr, o sogro de Maomé, quando ele

o sucedeu como líder da Ummah, ou comunidade do Islão, em 632. Os primeiros

quatro califas são conhecidos como os "Califas Corretamente Guiados" (al-Khulufa

al-Rashidun).

O detentor deste título clama a soberania sobre todos os muçulmanos.

No seguimento do conflito entre os Fatímidas e os Abássidas, outros líderes

muçulmanos começaram a reivindicar o título de califa. Com a derrota destes

califados periféricos, o califado otomano começou a ser crescentemente considerado

como o califado principal.

Assim, até à Primeira Guerra Mundial, o califado otomano representava a

maior e mais poderosa entidade política islâmica.

A palavra Califa vem do árabe latinizado em (calpha), uma adaptação da

palavra árabe, Khalifa (provavelmente), significando literalmente "Sucessor do

Profeta", Khalifa vem do verbo khalafa, cujo o significado é "suceder" ou "vir atrás",

conforme o uso da expressão.

O título de califa deixou de existir quando a República da Turquia aboliu o

Império Otomano, em 1924.

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46

4.1.5. Lista de Califas.

Abu Bakr, Umar ibn al-Khattab, Uthman ibn Affan, Ali Ben Abu Talib, Abd-ar-

rahman IV, Abd-ar-rahman V, Abd Allah ibn Zubayr, Haroun al-Raschid, herói de

muitas histórias de As Mil e Uma Noites.

4.1.6. Principais Dinastias.

A dinastia dos Omíadas em Damasco (661-750), seguida pela

Dinastia Abássida em Bagdade (750-1258), e mais tardo no Cairo (1260-1517)

A dinastia Abássida no Norte de África e no Egito (909-1171)

Os Emires Omíadas de Córdoba, Espanha, declararam-se Califas (929-1031)

A dinastia dos Almóadas no Norte de África e Espanha (1145-1269)

O Império Otomano, governado pela dinastia Osmanli (1517-1924)

A Al Qaeda acredita que os governos ocidentais, e particularmente o governo

dos Estados Unidos, agem contra os interesses dos muçulmanos. As suas

falhas, segundo o grupo, incluem:

Provisão de apoio econômico e militar à regimes opressores dos muçulmanos

(por exemplo, o suporte dos Estados Unidos a Israel);

O veto das Nações Unidas em relação a sanções propostas a Israel;

Tentativas de influenciar os assuntos de governos e comunidades islâmicas;

Suporte direto através de armas ou empréstimos a regimes árabes anti-

islâmicos,

Presença de tropas em países islâmicos especialmente na Arábia Saudita;

A invasão do Iraque em 2003 (independentemente de supostos confrontos

entre Saddam e a al-Qaeda).

Para além dos ataques de 11 de Setembro de 2001 ao World Trade Center em

Nova Iorque e ao Pentágono em Washington, crê-se que a al-Qaeda esteve

envolvida nos seguintes ataques:

Embaixada dos Estados Unidos em Nairobi, Quênia, em 7 de Agosto de 1998;

Embaixada dos Estados Unidos em Dar es Salaam, Tanzânia, novamente em

7 de Agosto de 1998;bombardeiro USS Cole, atracado no Iêmen, em 12 de

Page 50: O TERRORISMO NO CENÁRIO MUNDIAL

47

Outubro de 2000;

Ataques no metrô de Londres, em 7 de Julho de 2005.

Pensa-se que o líder militar da Al Qaeda era Khalid Shaikh Mohammed, até

ter sido detido no Paquistão em 2003. O líder prévio tinha sido Mohammed Atef,

morto num bombardeio norte-americano no Afeganistão em finais de 2001.

4.1.7. A Hierarquia de Comando da Al Qaeda.

Apesar da estrutura atual da Al Qaeda ser desconhecida, as informações

adquiridas principalmente do desertor Jamal al-Fadl deram às autoridades

americanas um esboço cru de como o grupo estava organizado. Enquanto a

veracidade das informações fornecidas por al-Fadl e a motivação para esta

cooperação sejam controversas, as autoridades americanas baseiam muito de seu

conhecimento atual sobre a Al Qaeda em seu testemunho. Bin Laden é o emir da

Al Qaeda (apesar de originalmente este papel ter sido de Abu Ayoub al-Iraqi), eleito

por um conselho shura, que consiste em membros seniores da al-Qaeda, que oficiais

ocidentais estimam ser cerca de 20 a 30 pessoas.

4.1.8. O que é um Emir?

Emir ou Amir, (do árabe comandante) é um título de nobreza historicamente

usado nas nações islâmicas do Médio Oriente e Norte de África.

Originalmente foi um título de honra atribuído aos descendentes de Maomé,

séculos depois se tornou utilizado em vários contextos, como por exemplo, para

referir chefes e nobres, como no caso dos Beduínos da Arábia e do Império

Otomano.

O Comitê Militar é responsável pelo treinamento, aquisição de armas e planos

de ataque.

O Comitê de Negócios e Dinheiro gerencia as operações de negócios. O

escritório de viagens fornece passagens aéreas de passaportes falsos. O escritório

de folha de pagamentos paga aos membros da Al Qaeda e o escritório de

gerenciamento toma conta de negócios no estrangeiro. De acordo com o Relatório da

Comissão US 911, estima-se que a Al Qaeda necessite de US$ 30.000.000 por ano

para conduzir suas operações.

Page 51: O TERRORISMO NO CENÁRIO MUNDIAL

48

O Comitê Legislativo revê as leis Islâmicas e decide cursos de ação

particulares conforme às leis.

O Comitê de Estudos Islâmicos/fatwah expede editos religiosos, tais como o

editado em 1998, pedindo aos muçulmanos que matem americanos.

No final da década de 90 havia um Comitê de Imprensa publicamente

conhecido, que administrava o jornal Nashrat al Akhbar (Newscast) e fazia relações

públicas.

Hoje, assume-se que operações de mídia são importadas para partes

internamente redundantes da organização.

4.1.9. Estruturas Organizacionais Terroristas Desconhecidas.

Alguns especialistas em organizações dizem que a estrutura de rede da

Al Qaeda, opostamente a estrutura hierárquica organizacional é sua força primária.

A estrutura descentralizada permite à al Qaeda ter uma base distribuída pelo

mundo inteiro enquanto mantém um núcleo pequeno. Estima-se que 100.000

militantes islâmicos tenham recebido instruções nos campos de treinamento da Al

Qaeda desde sua intercepção, embora o grupo retenha somente um pequeno

número de militantes sob ordens diretas. Estimativas raramente colocam sua mão-

de-obra acima de 20.000 no mundo todo.

Para suas operações mais complexas (como os ataques aos EUA de 9/11)

acredita-se que todos os participantes, planejamento e financiamento tenham sido

diretamente providos pelo núcleo da organização Al Qaeda. Mas em muitos

atentados ao redor do mundo onde parece haver uma conexão com a Al Qaeda, seu

papel preciso tem sido menos fácil de definir. Ao invés de conduzir estas operações

da concepção até a entrega, a Al Qaeda frequentemente parece agir como uma rede

de suporte internacional financeiro e logístico, canalizando o dinheiro obtido de uma

rede de atividades de levantamento de fundos para financiar treinamento capital e

coordenação para grupos radicais locais. Em vários casos é nestes grupos locais,

somente bambamente afiliados ao núcleo da Al Qaeda, que os ataques são

realmente conduzidos.

As explosões de 2002 em Bali e as explosões subsequentes no Hotel Marriott

em Jacarta em 2003 dão alguma pista da metodologia de descentralizada da Al

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49

Qaeda: os ataques mostraram uma coordenação e efetividade muito maiores do que

deve, historicamente, ter sido esperado de redes regionais de terroristas. Mas

investigações policiais e julgamentos posteriores mostraram que enquanto se

acreditava que a Al Qaeda ofereceu expertise e coordenação, muito do planejamento

e do pessoal que conduziu os atentados veio de grupos islâmicos radicais locais.

Sabe-se que a Al Qaeda estabeleceu e estimulou novos grupos para ampliar

os interesses de grupos radicais islâmicos em conflitos locais. Na verdade o Talibã

deve ser classificado nesta categoria, as raízes da organização formada por

estudantes radicais das madraças fundadas por Bin Laden dos campos de refugiados

Afegãos na época da ocupação russa.

4.1.10. Organograma da Al Qaeda.

A Al Qaeda não tem uma estrutura clara e isto permite o debate sobre

quantos membros compõe a organização, se são milhões espalhados por todo o

globo ou se são até zero. De acordo com o documentário controverso da BBC:

O Poder dos Pesadelos, a Al Qaeda é tão fracamente unida que é difícil dizer se

existe, além de Osama Bin Laden e uma pequena panelinha de íntimos associados.

A falta de quaisquer números significativos de membros convictos da Al Qaeda,

apesar de um grande número de prisões sob a acusação de terrorismo, é citado no

documentário como uma razão para se duvidar se uma entidade espalhada casa com

a descrição da Al Qaeda de alguma forma. Ainda, a extensão e a natureza da

Al Qaeda permanece um tópico de discussão.

O próprio nome Al Qaeda não parece ter sido usado pelo próprio Bin Laden

para se referir a sua organização até depois dos ataques de 11 de setembro. Ataques

anteriores atribuídos a Bin Laden e a Al Qaeda eram, naquele tempo, reivindicados

por organizações sob uma variedade de nomes. Bin Laden mesmo, desde então, tem

atribuído o nome Al Qaeda à base MAK no Paquistão, desde os dias da guerra do

Afeganistão.

Daniel Benjamin em "A Era do Terror Sagrado" cita um incidente no começo

da década de 90 onde um documento intitulado.

"A Fundação", em árabe "Al-Qa'eda" foi encontrado com um associado de

Ramzi Youssef Fawaz A. Gerges escreve que "Apesar de, em 1987, o sheik

Abdullah Azzam, o pai espiritual dos árabes Afegãos, ter plantado as

Page 53: O TERRORISMO NO CENÁRIO MUNDIAL

50

sementes de uma organização trans - nacionalista chamada 'Al Qaeda al-

Sulbah' (a Fundação Sólida), a rede de Bin Laden viu uma luz muito depois,

por volta da metade da década de 90."( A Era do Terror Sagrado ) ( Random

House , 2002).

Outros líderes atribuídos a Al-Qaeda incluem, Saif al-Adel, Sulaiman Abu

Ghaith, Abu Hafiza, Abu Faraj al-Libbi (preso no Paquistão em 2005), Abu

Mohammed al-Masri, Khalid Sheikh Mohammed (capturado em Rawalpindi,

Paquistão em 2003), Thirwat Salah Shirhata, Abu Musab al-Zarqawi, Ayman al-

Zawahri, Abu Zubaydah (capturado em 2002).

4.1.11.Início das Operações Militares Contra Civis.

Em 23 de fevereiro de 1998, Osama bin Laden e Ayman al-Zawahiri do Jihad

Islâmico do Egito instituíram a fatwa sobre a bandeira da Frente Islâmica Mundial

pela Jihad contra os judeus e os cruzados dizendo que:

"matar americanos e seus aliados, civis e militares é um dever individual de

todos os muçulmanos capaz de fazê-lo." Kohlmann, Evan F.. Al-Qaida's

Jihad in Europe: The Afghan-Bosnian Network. [S.l.]: Berg, 2004.

Apesar de nenhum dos dois possuir credencial islâmica, educação ou estatura

para instituírem uma fatwa de qualquer tipo, isto parece ter sido desconsiderado no

entusiasmo do momento. Este também foi o ano do primeiro ataque de grande porte

atribuído à Al Qaeda, o bombardeio à Embaixada dos Estados Unidos em 1998 na

África do Leste, resultando em um total de trezentos mortos. Em 1999, o Jihad

Islâmico do Egito uniu-se oficialmente à Al Qaeda, e al-Zawahiri se tornou um

confidente íntimo de Bin Laden.

4.1.12. O Terror do 11 de Setembro de 2001.

Após os ataques de 11 de setembro atribuídos por autoridades à Al Qaeda,

os Estados Unidos começaram a constituir forças militares e a se preparar para

atacar o Afeganistão (cujo governo protegia a organização de Bin Laden) como

resposta. Nas semanas que precederam a invasão dos norte-americanos, o Talibã

ofereceu por duas vezes entregar Bin Laden para um país neutro para que fosse

julgado, com a condição que os Estados Unidos provassem a culpa de Bin Laden nos

Page 54: O TERRORISMO NO CENÁRIO MUNDIAL

51

ataques. Os Estados Unidos, entretanto, se recusaram e logo depois invadiram o

Afeganistão, e, junto com a Aliança Afegã do Norte, depuseram o governo Talibã.

Como resultado desta invasão, os campos de treinamento do Talibã foram

destruídos e muito da estrutura de operação atribuída à Al Qaeda foi desmantelada,

apesar da forte resistência que permaneceu no país e do fato de seus líderes

principais, incluindo Bin Laden, não foram capturados. O governo norte-americano

agora afirma que dois terços dos principais líderes de toda Al Qaeda de 2001 estão

sobre sua custódia (incluindo Ramzi bin al-Shibh, Khalid Sheikh Mohammed, Abu

Zubaydah, Saif al Islam el Masry, e Abd al- Rahim al-Nashiri) ou mortos (incluindo

Mohammed Atef), apesar de alertar que a organização ainda existe e batalhas entre

as forças dos Estados Unidos e o Talibã ainda continuam.

4.1.13. A Importância do Iraque nas Atividades.

Osama Bin Laden primeiro se interessou pelo Iraque quando este país invadiu

o Kuwait em 1990 (o que levantou preocupações sobre o secular governo socialista

iraquiano incluir em seu alvo a Arábia Saudita, pátria de Bin Laden e do próprio Islã).

Em uma carta enviada ao Rei Fahd da Arábia Saudita, Bin Laden ofereceu mandar

um exército de mujahideen para defender a Arábia Saudita.

Durante a Guerra do Golfo, os interesses da organização se dividiram entre a

rebeldia contra a intervenção das Nações Unidas na região e o ódio ao governo

secular de Saddam Hussein, expressões de preocupação pelo sofrimento pelo qual o

povo islâmico no Iraque vinha passando.

Bin Laden se referia à Saddam Hussein (e aos Baatistas) como o mal, um

adorador do demônio ou capeta, em seus discursos e gravou e escreveu

pronunciamentos, pedindo ao povo do Iraque que o depusesse. Apesar do destrato

que Osama Bin Laden e Saddam Hussein tinham um pelo outro, relatórios públicos

documentaram vários supostos contatos entre as suas organizações. Investigações

oficiais feitas pela NSA, CIA, FBI, e o Departamento de Estado Norte Americano, a

Comissão de 11 de setembro, e o Comitê de Inteligência Seletiva do Senado levaram

a maioria dos analistas a concluir que há evidências de relações corporativas entre

eles.

Durante a invasão do Iraque de 2003, a al-Qaeda teve um interesse formal

maior na região e dizem que foi a responsável por organizar e ajudar ativamente a

Page 55: O TERRORISMO NO CENÁRIO MUNDIAL

52

resistência local nas forças de coalisão de ocupação e a democracia emergente.

Durante as eleições iraquianas em janeiro de 2005 a al-Qaeda se responsabilizou por

nove ataques suicidas em Bagdá, capital daquele país.

Abu Musab al-Zarqawi, fundador da Jama'at al-Tawhid wal-Jihad e suposto

aliado da Al- Qaeda, se juntou formalmente à al-Qaeda em 17 de outubro de 2004. A

organização começou a adotar o nome de "Al-Qaeda na Terra entre os dois Rios:

Iraque", ao invés do antigo nome Jama'at al-Tawhid wal-Jihad. Na fusão al-Zarqawi

declarou lealdade a Osama Bin Laden.

4.1.14. Incidentes Atribuídos à Al Qaeda.

O primeiro atentado militante que a Al Qaeda alegadamente realizou,

consistiu-se de três bombas em hotéis onde tropas americanas estavam hospedadas

em Aden, Iêmen, em 29 de dezembro de 1992. Dois turistas, um do Iêmen e outro da

Áustria morreram neste atentado, temos notícias recentes de possíveis tentativas de

atenta dos envolvendo novamente o Iêmen em outubro de 2010.

Há protestos aclamados de que as operações da Al Qaeda foram

responsáveis pelo abatimento de um helicóptero norte-americano e na morte de

norte-americanos em serviço na Somália em 1993.

Ramzi Yousef, que estava envolvido no atentado de 1993 ao World Trade

Center (apesar de provavelmente não ser um membro da Al Qaeda naquela época) e

Khalid Sheik Mohammed planejaram a Operação Bojinka, que visava destruir

aeronaves em voo no meio do oceano pacífico usando explosivos. Um incêndio em

um apartamento em Manila, Filipinas revelou o plano antes que ele pudesse ser

implementado. Youssef foi preso, mas Mohammed escapou à captura até 2003.

A Al Qaeda é frequentemente citada como suspeita de haver cometido dois

atentados na Arábia Saudita em 1995 e 1996: as bombas colocadas em

acampamentos norte-americanos em Riyadh em Novembro de 1995, que mataram

duas pessoas da Índia e cinco norte-americanos, e outro em junho de 1996 atentado

às Torres Khobar, que mataram pessoal militar americano em Dhahran, Arábia

Saudita. Entretanto, estes atentados são também frequentemente atribuídos ao

Hizbullah.

Page 56: O TERRORISMO NO CENÁRIO MUNDIAL

53

Acredita-se que a Al-Qaeda conduziu o Atentado à Embaixadas Norte

Americanas de 1998 em agosto de 1998 em Nairobi, Kenia, e em Dar es Salaam,

Tanzânia, matando mais de duzentas pessoas e ferindo mais de cinco mil outras.

Entre dezembro de 1999 até 2000, a al-Qaeda fez os Planos de Atentados do Milênio

2000 contra os Estados Unidos e turistas israelenses que visitavam a Jordânia para

as comemorações do milênio; entretanto, as autoridades jordanianas impediram os

atentados planejados e levaram 28 suspeitos à julgamento. Parte desta trama incluiu

bombas planejadas ao Aeroporto Internacional de Los Angeles em Los Angeles,

Califórnia. Estes planos fracassaram quando o homem-bomba Ahmed Ressam foi

pego na fronteira dos Estados Unidos com o Canadá com explosivos no porta-malas

de seu carro. A Al Qaeda também planejou atacar os USS Sullivans (DDG-68) em

31 de janeiro de 2000, mas os esforços não foram bem sucedidos devido ao peso

excessivo que colocado no pequeno barco que iria bombardear o navio.

Apesar do revés com o USS Sullivans, a Al Qaeda teve sucesso em explodir

uma esquadra americana em outubro de 2000 com o bombardeiro USS Cole. A

polícia alemã frustrou o esquema de destruição da catedral de Notre-Dame em

Strasbourg, França, em dezembro de 2000.

O ato mais destrutivo atribuído à al-Qaeda foi uma série de atentados aos

Estados Unidos, os ataques de 11 de setembro de 2001.

Vários atentados e tentativas de atentados desde 11 de setembro de 2001

foram atribuídos à Al-Qaeda. Dentre eles o esquema para atacar a Embaixada de

Paris, que foi descoberto.

O segundo diz respeito a uma tentativa de atentado de um homem com um

calçado bomba, Richard Reid, que se auto proclamou um seguidor de Osama Bin

Laden e quase destruiu o voo 63 da American Airlines.

4.1.15. Outros Atentados da Al Qaeda e Seus Aliados.

O esquema para atacar as embaixadas de Singapura;

O sequestro e assassinato do repórter Daniel Pearl do Wall Street Journal e

várias explosões no Paquistão;

O atentado à sinagoga de El Ghriba em Djerba, Tunísia, que matou 21

pessoas;

Page 57: O TERRORISMO NO CENÁRIO MUNDIAL

54

Ataques frustrados às esquadras ocidentais no Estreito de Gibraltar;

O atentado ao tanque Limburg;

Um carro bomba Keniano em Mombasa, Kenia e a tentativa de abater um

avião israelense em novembro de 2002;

As explosões compostas em Riyadh em maio de 2003 e outros atentados da

Insurgência da Arábia Saudita; as explosões de Istambul em Istambul,

Turquia, em 2003.

A Al Qaeda tem ligações fortes com várias outras organizações militantes,

incluindo o grupo extremista {{Indonésia|indonésio]] Jemaah Islamiyah. Este

grupo foi o responsável pelo atentado de Bali em outubro de 2002 e aos

atentados de 2005 em Bali.

Apesar de não haver atentados identificados da Al Qaeda dentro do território

dos Estados Unidos desde os atentados de 11 de setembro de 2001, vários

atentados da al-Qaeda no Oriente Médio, Extremo Oriente, África e Europa causaram

casualidades e tumultos extensivos. Na conclusão de vários atentados a trens

urbanos de Madrid em 11 de março de 2004, um jornal de Londres relatou ter

recebido um e-mail de um grupo afiliado à Al Qaeda, assumindo a responsabilidade e

um vídeo assumindo a responsabilidade também foi achado. O senso de

oportunidade dos atentados com as eleições espanholas, e também a falta de provas

da real identidade dos criminosos levou a dúvidas acerca da teoria da Al-Qaeda por

trás destes atentados.

Também se acredita que a Al-Qaeda esteja envolvida nas explosões de 7 de

julho de 2005 em Londres, uma série de atentados no trânsito urbano em Londres

que mataram pessoas. Um grupo previamente desconhecido denominado "A

Organização Secreta da Al-Qaeda na Europa" fez uma declaração se

responsabilizando. Entretanto, a autenticidade desta declaração e a ligação do grupo

com a Al Qaeda não foi identificada de maneira independente. Os suspeitos

criminosos não estão definitivamente ligados à Al Qaeda, apesar do conteúdo de um

vídeo feito por um dos homens bomba Mohammad Sidique Khan antes de sua morte

e em seguida enviado à Al Jazeera que dão fortes credenciais à conexão com a Al

Qaeda.

Um grupo aparentemente desconecto conseguiu refazer este atentado mais

Page 58: O TERRORISMO NO CENÁRIO MUNDIAL

55

tarde naquele mês, mas suas bombas falharam em detonar.

Suspeita-se que a Al-Qaeda esteja envolvida com os atentados de Sharm el-

Sheikh em 2005 no Egito. Em 23 de julho de 2005, uma série de carros bomba matou

cerca de 90 pessoas e feriram mais de 150. O atentado foi a ação terrorista mais

violenta da história do Egito.

Suspeita-se também que a Al Qaeda seja responsável pelos três atentados

simultâneos em 9 de novembro de 2005 em Amman, Jordânia que ocorreram em

hotéis norte-americanos. As explosões mataram pelo menos 57 e feriram 120

pessoas. A maioria dos feridos e mortos estavam em uma festa de casamento no

Hotel Radisson.

4.1.16. As Finanças da Organização Al Qaeda.

As atividades financeiras da Al Qaeda têm sido a maior preocupação do

governo dos EUA após os atentados de 11 de setembro de 2001, que levaram, por

exemplo, à descoberta da evasão de taxas do ex ditador Chileno Augusto Pinochet,

pela qual sua esposa Lucía Hiriart de Pinochet, foi presa em janeiro de 2006.

Também, foi descoberto pelo repórter investigativo Denis Robert que fundos

de Osama Bin Laden no Banco Internacional do Bahrain transitaram através de

contas ilegais e não publicadas de "casa limpa" Clearstream, que foram qualificadas

como um "banco dos bancos".

Page 59: O TERRORISMO NO CENÁRIO MUNDIAL

56

CAPÍTULO V

OSAMA BIN LADEN E O REGIME TALIBÃ

5.1. Quem é Osama Bin Laden?

Usmah Bin Muhammad Bin Awad Bin Ladin (10 de março de 1957 ou 30 de

julho de1957) comumente conhecido como Osama Bin Laden, é um militante saudita

armado pela CIA durante a guerra fria para combater as tropas da antiga URSS

durante a invasão ao Afeganistão. Tornou-se chefe da Al Qaeda, uma organização

islamita com o objetivo de eliminar a influência de países estrangeiros em nações

islamitas. Especula-se que tal organização está envolvida em diversos atentados

terroristas. É procurado pelo FBI devido aos atentados de 11 de setembro nos EUA,

embora não existam provas suficientes de tal.

É membro da milionária família Bin Laden, que o renegou publicamente em

1994, pouco antes do governo da Arábia Saudita lhe retirar a cidadania, e anos antes

dos ataques de 11 de Setembro de 2001.

Em 7 de agosto de 1998, após a explosão de 2 embaixadas americanas por 2

carros-bomba, em cada um, no Quênia e Tanzânia, que mataram no total de 256 e

feriram 5100, ao ser apontado no mesmo dia pelo governo dos Estados Unidos

(EUA) como o principal suspeito, Osama Bin Laden se tornou um terrorista conhecido

rapidamente, pois até então era desconhecido pelo mundo, mas não o nome do

grupo terrorista e sim como "o milionário terrorista Osama Bin Laden".

O governo dos Estados Unidos da América indicou Bin Laden como o principal

suspeito dos ataques de 11 de setembro, que causaram a morte de pelo menos 2752

pessoas, embora ele não tenha sido formalmente acusado, mas ele assumiu os

atentados uma semana antes das eleições dos EUA em 2 de novembro de 2004.

Somente depois dos atentados de 11/09, é que a Al Qaeda foi conhecida.

Acredita-se que atualmente esteja escondido em algum lugar da fronteira

montanhosa entre o Afeganistão e o Paquistão, mas segundo publicação no site do

jornal francês L'Est Republicain de 23 de setembro de 2006, baseada em

informações não confirmadas do serviço secreto francês, Bin Laden teria morrido de

Tifo durante o mês de agosto, porém notícias recentes de 2010 em forma de arquivos

Page 60: O TERRORISMO NO CENÁRIO MUNDIAL

57

de gravações em áudio e imagens tem sido difundidas em todo o mundo afirmando

serem de Osama Bim Laden, pois o mesmo estaria vivo, vivendo no Paquistão.

Ayman al-Zawahiri (Maadi, 19 de junho de 1951) é um médico egípcio e

proeminente membro da organização terrorista Al Qaeda, e que comanda militantes

na jihad islâmica egípcia.

5.2. O Regime Talibã.

Talibã significa (em árabe estudantes) é um movimento islamita nacionalista

da etnia afegane pashtu, que efetivamente governou o Afeganistão entre 1996 e

2001, apesar de seu governo ter tido o reconhecimento de apenas três países:

Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e Paquistão. Seus membros mais

influentes, incluindo seu líder Mohammed Omar, eram simplesmente ulemá (isto é,

alunos) em suas vilas natais. O movimento Talibã derivou principalmente da etnia

pashtu, porém também incluía muitos voluntários não-afeganes do mundo árabe,

assim como de países da Eurásia, e do sul e sudeste da Ásia.

5.3. A Cultura do Talibã

Nas línguas faladas no Afeganistão, o persa (farsi) e o pashtu, taliban

significam "aqueles que estudam o livro" (ou seja, o Alcorão). O Talibã pertence ao

chamado movimento Deobandi, um movimento islâmico sunita que enfatiza a

piedade e a austeridade entre os homens, e as obrigações familiares dos homens.

Este movimento emergiu em áreas de etnia pashtu.

5.4. A Ditadura do Governo Fundamentalista Talibã.

O Talibã nega ao povo direitos básicos de cidadania e liberdade de ir e vir,

dentre outras há proibições de:

leitura de alguns livros;

portar câmeras sem licença;

ir ou assistir ao cinema, à televisão, uso de videocassetes (considerados

decadentes e promotores da pornografia ou de ideias não-muçulmanas);

uso de Internet;

Page 61: O TERRORISMO NO CENÁRIO MUNDIAL

58

música;

uso de roupas para mulheres que não cobrissem todo o corpo;

empinar pipas (considerado perda de tempo, além de serem usadas em rituais

hindus);

aparição de mulheres em fotos ou na televisão, ou fotografar mulheres;

conversão de islâmicos a outras religiões (o afegane era punido com a morte,

e o estrangeiro expulso);

plantio de ópio;

previsão do tempo;

boxe. Embora o esporte continuasse a ser praticado no país, os competidores

não podiam participar em torneios internacionais pois não podiam cortar a

barba, enquanto as regras internacionais do boxe exigem que o atleta esteja

completamente barbeado.

5.5. As Leis Islâmicas.

Certa vez no poder, o Talibã instituiu uma forma de lei islâmica, dirigida por

estudantes destas leis. Dentre as leis aplicadas, estavam a amputação das mãos de

ladrões e o apedrejamento por adultério, como é o caso de Sakineh Mohammadi

Ashtiani, de 43 anos e mãe de dois filhos, condenada à morte em outubro de 2010,

por ter feito sexo ilicitamente e acusada de envolvimento no assassinato de seu

marido.

O Talibã aboliu todas as formas de televisão, imagens, artes e esportes. Usar

sapatos brancos, a cor do Talibã - era proibido, e os homens eram obrigados a usar

barbas longas.

5.6. O Ópio.

Apesar de o Talibã ter banido o cultivo de papoulas de ópio em fins de 1997,

estima-se que o seu cultivo tenha crescido e que, em 2000, fosse responsável por

72% da produção mundial. A maior parte do ópio afegane é vendida na Europa.

O cultivo de papoulas cresceu com a queda do regime Talibã.

Page 62: O TERRORISMO NO CENÁRIO MUNDIAL

59

5.7. Mulheres.

O regime Talibã impedia as mulheres de trabalhar e tinha regras rígidas sobre

a educação feminina. Em alguns casos, as mulheres eram impedidas de terem

acesso a hospitais públicos para que não fossem tratadas por médicos ou

enfermeiros (homens).

5.8. Outras Religiões.

Em março de 2001 o Talibã ordenou a destruição de duas gigantescas

estátuas de Buda em Bamiyan, uma de 38 metros de altura e 1800 anos de idade, e

outra com 52 metros de altura e 1500 anos de idade. O ato foi condenado pela

UNESCO e por vários outros países do mundo, incluindo o Irã.

Em face de conflitos com anciãos de religião hinduísta, que frequentemente os

confundia com islâmicos que haviam desrespeitado a ordem de não rasparem as

barbas, o Talibã baixou uma ordem, em maio de 2001, determinando que os hindus,

e membros de outras religiões, usassem um símbolo amarelo como identificação.

Esta ordem foi posteriormente modificada em junho para obrigar os hindus a

usarem uma carteira de identidade especial.

O ato de empinar pipas, presente em alguns rituais hindus, foi banido por ser

considerada perda de tempo.

As conversões de islâmicos a outras religiões foram banidas (o afegane era

punido com a morte, e o estrangeiro expulso).

5.9. Relacionamento com Osama Bin Laden.

Em 1996 o saudita Osama Bin Laden mudou-se para o Afeganistão a convite

da Aliança do Norte. Quando o Talibã chegou ao poder, bin Laden foi capaz de fazer

uma aliança entre este e a sua organização Al Qaeda. Normalmente se considera no

Ocidente que o Talibã e a Al Qaeda tinham relações bastante próximas, e que

integrantes desta última tenham integrado as forças do Talibã entre 1997 e 2001.

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60

CAPÍTULO VI

A HISTÓRIA DA JIHAD AFEGÃ.

6.1. Definição de Jihad.

Jihad, palavra de origem árabe Língua Árabe, significa "exercer esforço

máximo", podendo também ser entendida como "luta", cuja ideia essencial é a de se

combater em "Guerra Santa", interna [interior], mediante vontade pessoal de se

buscar e conquistar a "fé perfeita". "Islam" [Islã ou Islão] quer dizer "submissão

(voluntária e incondicional) à vontade de Deus" e é também descrita em árabe como

"Deen", que significa "modo de vida" e/ou "religião", de estreita relação etimológica

com outras palavras árabes, como: Salaam ou Shalam, que significam "paz".

Assim, verifica-se que "Jihad" é exercício pessoal, que tem por fim conduzir o

homem ao reencontro com Deus assumiu conotação político-religiosa, levando à

contraposição do Islã a seus opositores. O que segue a "Jihad" é conhecido como

Mujahid.

O Alcorão descreve duas formas de "Jihad": Uma, a "Jihad Maior", é descrita

como uma luta do indivíduo consigo mesmo, pelo domínio da alma; e a outra: a

"Jihad Menor", é descrita como uma Guerra Santa que os muçulmanos são obrigados

a travar contra aqueles que são inimigos do Islão ou seja, daqueles que não se

submetem a Deus e à paz.

Há opiniões divergentes quanto às formas de conflito que são consideradas

Jihad. A Jihad só pode ser travada para defender o Islão. No entanto, alguns grupos

acham que isto tem aplicação não apenas à defesa física dos muçulmanos, mas

também à reclamação de terra que em tempos pertenceu a muçulmanos ou a

proteção do Islão contra aquilo que eles veem como influências que "corrompem" a

vida muçulmana. A ideia do Jihad como uma guerra violenta tornou-se mais popular

na segunda metade do século XX, especialmente dentro do movimento Wahaabita e

nos movimentos fundamentalistas. De acordo com as formas comuns do Islão, se

uma pessoa morre em combate no Jihad, ela é enviada diretamente para o paraíso,

sem quaisquer punições pelos seus pecados.

De acordo com o sociólogo sírio-alemão especialista no Islão, ele próprio um

Page 64: O TERRORISMO NO CENÁRIO MUNDIAL

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muçulmano sunita, Bassam Tibi, o fenómeno do fundamentalismo islâmico é uma

forma de oportunismo político de alguns grupos, que se aproveitam da noção de

Jihad, desvirtuando o Islão para torná-lo um fator de ação política em proveito

próprio.

6.2. Jihad Afegã.

A Al Qaeda teve seu embrião na Maktab al-Khadamat (MAK), uma

organização formada por Mujahidin que lutavam para instalar um estado islâmico

durante a Guerra Soviética do Afeganistão nos anos 1980. A organização foi

inicialmente financiada pela CIA. Osama Bin Laden foi um dos fundadores da MAK,

juntamente com o militante palestino Abdullah Yusuf Azzam. O papel da MAK era

angariar fundos de tantas fontes quanto possível (incluindo doações de todo o

Oriente Médio), para treinar mujahidin de todo o mundo para a guerra de guerrilha e

para transportar os combatentes para o Afeganistão. A MAK foi custeada em sua

maioria com doações de milionários islâmicos, mas também foi abertamente auxiliada

pelos governos do Paquistão e Arábia Saudita, e indiretamente pelos Estados

Unidos, que direcionou grande parte de seu apoio através do serviço de inteligência

paquistanês ISI (sigla para Inter-Services Intelligence). Durante a segunda metade

dos anos 1980 a MAK era um grupamento relativamente pequeno no Afeganistão,

sem combatentes afiliados, apenas concentrando suas atividades no levantamento

de fundos, logística, habitação, educação, auxílio a refugiados, recrutamento e

financiamento de outros mujahidin.

Depois de uma longa e cara guerra que durou nove anos, a União Soviética

retirou suas tropas do Afeganistão em 1989. O governo socialista afegão de

Mohammed Najibullah foi rapidamente destituído em favor de partidários dos

mujahidin. Com a falta de acordo dos mujahidin na escolha de uma estrutura

governamental, sua anarquia sofreu as consequências de constantes mudanças no

controle de territórios problemáticos, sucumbindo sob alianças insurgentes e

discórdias entre líderes regionais.

Page 65: O TERRORISMO NO CENÁRIO MUNDIAL

62

6.3. Ultrapassando os limites do Afeganistão.

Perto do fim da Guerra Soviética do Afeganistão, alguns mujahidin quiseram

expandir suas operações para incluir alguns esforços Islâmicos em outras partes do

mundo. Algumas organizações sobrepostas e inter-relacionadas foram formadas para

suportar estas aspirações.

Uma dessas organizações seria eventualmente chamada Al-Qaeda, fundada

por Osama Bin Laden em 1988. Bin Laden quis estender o conflito para operações

não militares em outras partes do mundo; Azzam, por outro lado, quis manter-se

focado em campanhas militares.

Após o assassinato de Azzan em 1989, a MAK dividiu-se, com um número

significante de membros se juntando à organização do Bin Laden.

6.4. Guerra do Golfo: O Início da Inimizade com os E.U.A.

Seguindo a retirada soviética do Afeganistão, Osama Bin Laden retorna para a

Arábia Saudita. A invasão iraquiana no Kuwait em 1990 pôs em risco o comando da

Casa de Saud pelos sauditas, tanto por dissidentes internos quanto pela iminente

possibilidade de um futuro expansionismo iraquiano. Face à massiva presença militar

iraquiana, os sauditas eram melhor armados, porém defasados em número. Bin

Laden ofereceu os serviços de seus mujahidin ao Rei Fahd para proteger a Arábia

Saudita do exército iraquiano. Mas do ponto de vista estratégico, fossem os

iraquianos expulsos do Kuwait, a Arábia Saudita seria a única ligação terrestre

possível para forças internacionais inibirem uma invasão iraquiana.

Depois de muita deliberação, o rei saudita recusou a oferta de Bin Laden e

optou por deixar os Estados Unidos e as tropas aliadas montarem acampamento em

seu país. Bin Laden considerou a decisão um ultraje. Ele acreditava que a presença

de estrangeiros na terra das duas mesquitas (Meca e Medina) profanaria solo

sagrado. Depois de criticar publicamente o governo saudita por acolher o exército

estadunidense, Bin Laden foi exilado e teve sua cidadania saudita revogada. Logo

depois, o movimento que viria a ser conhecido como Al Qaeda foi formado.

Page 66: O TERRORISMO NO CENÁRIO MUNDIAL

63

6.5. Sudão.

Em 1991, a Frente Nacional Islâmica do Sudão, um grupo islâmico que tinha

ganhado poder recentemente, convidou a Al Qaeda à deslocar suas operações para

dentro de seu país.

Por vários anos, a Al Qaeda gerenciou vários negócios (incluindo negócios de

importação/exportação, fazendas, e empresas de construção) no que pode ser

considerado um período de consolidação financeira. O grupo foi responsável pela

construção de uma grande autoestrada de 1.200 km conectando a capital Kartum ao

Porto do Sudão. Mas também gerenciou alguns campos onde aspirantes foram

treinados ao uso de armas de fogos e explosivos. Em 1996, Osama Bin Laden foi

convidado a se retirar do Sudão depois que os Estados Unidos impingiu um regime

de extrema pressão para que ele sua expulsão, citando possíveis ligações dele com

a tentativa de assassinato ao Presidente Hosni Mubarak do Egito enquanto sua

carreata acontecia em Addis Abeba. Há uma controvérsia sobre se o Sudão ofereceu

entregar Bin Laden para os Estados Unidos antes de sua expulsão. O governo

sudanês nunca fez realmente esta oferta, mas estava preparado para entregá-lo à

Arábia Saudita, que se recusou a recebê-lo.

Osama Bin Laden deixou finalmente o Sudão em uma operação bem

planejada e executada, acompanhado por cerca de 200 de seus seguidores e suas

famílias, que viajaram diretamente para Jalalabad, Afeganistão, no final de 1996.

6.6. Bósnia.

A separação da Bósnia da multicultural federação da Iugoslávia e a

subsequente declaração da independência da Bósnia-Herzegovina em outubro de

1991 abriu um novo conflito étnico e quase religioso no coração da Europa.

Bósnia e Herzegovina eram etnias diferentes, com uma maioria nominal

muçulmana, mas com números significantes de outras etnias, como a Sérvia, que é

cristã ortodoxa e Croácia, que é católica romana, distribuídas pelo seu território. Ela

se constituía em um grande porém fraco componente militar da antiga Iugoslávia, e a

desintegração iugoslava acabou deixando alguns sérvios e croatas dentro da Bósnia,

suportados pelos seus estados adjacentes emergentes, engajados em um conflito

triplo contra a porção da Bósnia dominada.

Page 67: O TERRORISMO NO CENÁRIO MUNDIAL

64

Veteranos árabes radicais da guerra contra os soviéticos no Afeganistão

buscavam na Bósnia uma nova oportunidade de defender o Islã. Cercados, em dois

frontes, e aparentemente abandonados pelo oeste, o regime bósnio ansiava aceitar

qualquer ajuda que pudesse conseguir, militar ou financeiramente, incluindo a vinda

de várias organizações islâmicas, sendo a Al Qaeda uma delas.

Vários associados a Osama bin Laden (mais notadamente, o saudita Khalid

bin Udah bin Muhammad al-Harbi, vulgo Abu Sulaiman al-Makki) se juntaram ao

conflito na Bósnia, mas enquanto a Al Qaeda deve ter inicialmente visto a Bósnia

como uma possível ponte que lhe permitiria a radicalização dos europeus

muçulmanos para operações contra outros estados europeus e os Estados Unidos, a

Bósnia deve ter sido secularizada por gerações e seu interesse em lutar estava

amplamente limitado a assegurar a sobrevivência do estado nascente.

O "Mujahidin da Bósnia" (que compreendia amplamente os veteranos árabes

de guerra Afegã e não Necessariamente os membros da Al-Qaeda) era operado

como uma ampla força autônoma dentro da Bósnia central. Enquanto sua bravura no

combate inicialmente atraiu um pequeno número de bósnios nativos para que se

juntassem a eles, sua brutalidade e o crescente número de atrocidades cometidas

contra civis chocaram muitos bósnios nativos e repeliram novos recrutas. Ao mesmo

tempo, suas tentativas vigorosas em "islamizar" a população local com regras sobre

vestimentas e comportamentos apropriados foram amplamente repudiadas e

desconsideradas. Em seu livro O Jihad da Al-Qaeda na Europa: a ligação

Afeganistão-Bósnia, Evan Kohlmann resume:

"Apesar dos esforços vigorosos para „islamizar‟ a população muçulmana da

Bósnia, os nativos não podiam ser convencidos de abandonar os porcos, o

álcool e manifestações públicas de afeto. As mulheres Bósnias

persistentemente se recusaram a usar o Hijab ou seguir os outros

mandamentos para o comportamento feminino, prescritos pelo extremo

fundamentalismo Islã." Kohlmann, Evan F.. Al-Qaida's Jihad in Europe: The

Afghan-Bosnian Network. [S.l.]: Berg, 2004.

A assinatura do Acordo de Washington, em março de 1994, pôs um fim ao

conflito Bósnia-Croácia. Enquanto o "Mujahidin da Bósnia" continuou a lutar contra os

sérvios, o Acordo de Paz de Dayton em novembro de 1995 acabou com aquele

Page 68: O TERRORISMO NO CENÁRIO MUNDIAL

65

conflito e fez com que os lutadores estrangeiros debandassem e deixassem o país,

ficando a ajuda condicionada a isto. Com o apoio do governo da Bósnia, forças da

OTAN entraram efetivamente em ação para fechar suas bases e deportá-los. A um

número limitado de antigos mujahidin, que tinham ou casado com nativas da Bósnia

ou que não puderam achar um país para o qual pudesse ir, foi permitido ficar na

Bósnia e eles foram agraciados com a cidadania Bósnia. Mas com o fim da guerra na

Bósnia, muitos veteranos comprometidos e endurecidos pela batalha já haviam

retornado a territórios familiares.

Nas palavras de Arend, isto significa que:

... A expansão do Ocidente se relaciona com a globalização dos conflitos na civilidade na medida em que ela universaliza um conjunto de valores em detrimento de outros, colocando as bases do sistema de legitimação no qual se basearão as atitudes e ideias políticas em âmbito global (AREND,2006).

Page 69: O TERRORISMO NO CENÁRIO MUNDIAL

66

CONCLUSÃO

Todos nós oramos para que as guerras e o terrorismo tenham um fim, e

venha a tão esperada paz no Oriente Médio e não morram mais pessoas inocentes, e

se o nosso Deus, o Deus de Israel ainda nos der mais tempo de permanecermos sob

sua graça, não te deixes confundir se em breve começar a „‟paz‟‟.

Israel terá por pouco tempo as simpatias das nações como suas amigas e

aliadas, até mesmo a Arábia Saudita sua inimiga mortal, deu a entender durante as

últimas guerras atuais que não se oporia a passagem de aviões israelenses sobre

seu território, se Israel quisesse responder aos ataques de nações vizinhas.

Havia recentemente uma onda de paz entre as nações fronteiriças com Israel,

mas rumores de novos ataques começam a levantar a cabeça, é possível advir no

Oriente Médio uma falsa paz e se tornar o período mais perigoso da existência do

Estado de Israel, pois é notável, nos países árabes e outros, que mais o odiavam

mostrem-se, pela primeira vez amistosos e compreensivos com Israel.

A Bíblia Sagrada nos adverte para um tempo de falsa paz, e se nós não

estivermos enganados, em breve acontecerá o que foi escrito por Paulo inspirado

pelo Espírito Santo, há mais de dois mil anos, segundo I Tessalonicenses 5.1-5.

„‟Irmãos, com relação aos tempos e as épocas, não há necessidade que eu vos escreva; pois vós mesmos estais inteirados com precisão de que o dia do senhor vem como ladrão de noite. Quando andarem dizendo: paz e segurança, eis que lhe sobrevirá repentina destruição, como vem a dor do parto a mulher que está prestes a dar a luz; e de nenhum modo escaparão. Mas, vós, irmãos, não estais em trevas, para que esse dia vos apanhe como ladrão de surpresa; porquanto vós todos sois filhos da luz, e filhos do dia; nós não somos da noite, nem das trevas‟‟. Bíblia Sagrada. (Edição Revista e Atualizada no Brasil da Sociedade Bíblica do Brasil).

Estamos no final dos tempos e este texto, nos fala de muitas formas no nosso

íntimo, sendo assim, eu te faço uma pergunta bem pessoal, és tu um filho da luz?

Pertences aos filhos do dia? E que não são da noite? Ou ainda andas na penumbra,

nas trevas? Então é uma pessoa enganada e tem a falsa paz, a paz sem Jesus, o

Príncipe da Paz.

Que paz é esta, pedida em passeatas nas ruas por milhares de pessoas com

faixas e cartazes? Trata-se de uma paz enganadora, sim, anticristã, essa que é

Page 70: O TERRORISMO NO CENÁRIO MUNDIAL

67

exigida no meio do barulho das passeatas e manifestações. E quando olhamos para

estas manifestações de paz vemos a cruz de Nero nas faixas. Este é um sinal

anticristão. Nesse fundamento de maneira alguma se pode encontrar a paz

verdadeira, real e eterna, pois as guerras nascem na falta de paz com Deus no

coração de cada ser humano individualmente. Mas tu que talvez viva sem paz na tua

alma, pois talvez o pecado lhe perturbe, vem agora ao Senhor Jesus Cristo, pela

primeira vez ou novamente, faça uma clara decisão, por Jesus Cristo que te diz agora

assim:

„‟Deixo-vos a paz e a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá;

não se turbe o vosso coração, nem se atemorize‟‟. (João 14.27). Bíblia

Sagrada. (Edição Revista e Atualizada no Brasil da Sociedade Bíblica do

Brasil)

MARANATA, VEM EM BREVE O SENHOR JESUS!!! O PRÍNCIPE DA PAZ.!!!!

Page 71: O TERRORISMO NO CENÁRIO MUNDIAL

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