o sr. presidente · disse: “vou levar médico da alemanha para o piauí”. então é isso. o...

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Dezembro de 2009 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Terça-feira 1º 63583 foi para o céu e não viu trocar um dormente. Por isso é que ele votou nele, enganado. Poticabana foi uma obra de Alberto Silva, que – está ouvindo, Papaléo? – sonhou e, como engenheiro, pegou uma área no rio Poti e fez Poticabana, onde há um parque, com aqueles bichos. Os meninos descem lá. É como esses parques aquáticos. Ele fez ondas no rio, com um mecanismo especial. E funcionava, era uma Poticabana para os pobres. Cabra mentiroso, rapaz! Moro lá em frente, no edifício. Acabou, está arrasada, toda destruída! E diz que não sei o quê... Meu edifício fica lá de frente. Eu olhei isso ontem. E o centro de convenções? Eu entreguei o centro de convenções, que teria seiscentos lugares, mas eu o aumentei, para que alojasse oitocentos lugares. Para isso, tirei um restaurante que existia lá. Ficou menor. Rapaz, está interditado! O Teatro 4 de Setembro, a praça, o jóquei, o cen- tro de artesanato, eu os entreguei. O Ministério Públi- co os interditou, porque disse que o teto ia cair. Não há mais. É só propaganda! Como é que pode haver turismo? O teatro fui eu quem entregou. Fui eu que o entreguei, estou dizendo, e isso está sendo gravado. Que beleza! Eu me lembro de que Sebastião Nery pu- lou no palco e disse que era um dos melhores palcos. Era uma coisa bela! Quando eu governava o Estado – a classe mé- dica até viciou-se –, eles abriam todos os cursos lá, e eu estava ali pertinho, no Palácio, para o qual ia a pé. Eu tinha de dar aquela mordomia para nossos colegas médicos. Rapaz, veio o Ministério Público! Havia também o Verdão. Há o Maracanã e o Ma- racanãzinho. Foi construído por Dirceu Arcoverde. Caiu o teto, e o reformei todinho. Haveria um campeonato regional de basquete lá, mas foram para o Maranhão, na cidade vizinha. Está interditado! Então, como é que pode haver turismo sem ener- gia, com as praias desse jeito, sem aeroporto? Não há mais vôo nacional, nem teco-teco. É só mentira! Ontem, rapaz, ele caiu no desplante de aparecer na Alemanha, de branco, com o Secretário de Saúde, que nem é médico, falando: “Vou levar uns médicos da Alemanha”. E os do Piauí vão fazer greve, porque ganham R$1.010,00. Então, essas são nossas palavras, com confian- ça em Luiz Inácio. Queremos crer que Luiz Inácio tem conhecimento disso, porque ele se enganou, como eu também, quando votei nele. Ele até pegou meu cabelo e disse: “Mão Santa, ajuda aí meu menino”. Mas ele não sabia que o menino dele era travesso, mentiroso, como todo o Piauí sabe. Olhe, Papaléo: ele quer levar médico da Alema- nha para o Piauí! Vou lhe contar uma, porque, em Medicina, eu é que sou o bom mesmo, eu entendo desse negócio. Papaléo, encontrei um médico neurologista do Piauí em Buenos Aires: o de Sá. Ele foi fazer uma subes- pecialização, um exame de arteriografia cerebral. Aí o encontrei. Digo isso, para vermos como é um desplante mentir assim! Eu o encontrei, de Sá, um rapaz bom, um intelectual, irmão do B. Sá, que era Deputado Fe- deral e que, hoje, é Prefeito de Oeiras. “Ô Dinho, tu já não sabias?” “Não, só vim fazer. É uma técnica nova, um aparelho dessas arteriografias.” Aí ele disse: “Se- nador Mão Santa, já sei, mas acontece que eles não me dão o diploma, porque tenho de fazer uma parte no hospital”. Estou contando o que aconteceu bem aí, em Buenos Aires. E disse: “Eles exigiram, a universidade de Buenos Aires, que, primeiro, eu falasse corretamente o espanhol”. A gente enrola com o “portunhol”, e você sabe que a gente pode fazer um disparate louco. Há palavras que a gente pensa que são iguais, mas são totalmente diferentes. Aí ele disse: “Exigiram isso de mim. Vou frequentar o hospital, porque, com o meu rolo, com o meu “portunhol”, não posso fazer uma anam- nese, um exame, porque o doente não me entende, nem eu entendo o doente. A língua pode nos levar a erros horríveis”. Isso aconteceu bem aí, em Buenos Aires. Dele, médico formado, professor, exigiram mais um diploma, para que ele fizesse um exame numa su- bespecialidade em Neurologia. Já pensou trazer médico da Alemanha? E o cara disse: “Vou levar médico da Alemanha para o Piauí”. Então é isso. O Piauí, como o Brasil, confia no que eu disse aqui, na esperança. A esperança é a democracia. Que se faça a alternância do poder no Piauí e no Brasil! O SR. PRESIDENTE (Papaléo Paes. PSDB – AP) – Agradeço a V. Exª, Senador Mão Santa, pelo brilhante pronunciamento. Sobre a mesa, ofício que passo a ler. É lido o seguinte Of. nº 2.378/09/SGM-P Brasília, 27 de novembro de 2009 A Sua Excelência o Senhor Senador José Sarney Presidente do Senado Federal Assunto: Envio de PEC para aplicação Senhor Presidente, Encaminho a Vossa Excelência, para os fins cons- tantes do § 2º do art. 60 da Constituição Federal, o Substitutivo da Câmara dos Deputados à Proposta de Emenda à Constituição nº 351, de 2009, do Senado Federal (PEC nº 12/2006, na Casa de origem), que

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Dezembro de 2009 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Terça-feira 1º 63583

foi para o céu e não viu trocar um dormente. Por isso é que ele votou nele, enganado.

Poticabana foi uma obra de Alberto Silva, que – está ouvindo, Papaléo? – sonhou e, como engenheiro, pegou uma área no rio Poti e fez Poticabana, onde há um parque, com aqueles bichos. Os meninos descem lá. É como esses parques aquáticos. Ele fez ondas no rio, com um mecanismo especial. E funcionava, era uma Poticabana para os pobres. Cabra mentiroso, rapaz! Moro lá em frente, no edifício. Acabou, está arrasada, toda destruída! E diz que não sei o quê... Meu edifício fica lá de frente. Eu olhei isso ontem.

E o centro de convenções? Eu entreguei o centro de convenções, que teria seiscentos lugares, mas eu o aumentei, para que alojasse oitocentos lugares. Para isso, tirei um restaurante que existia lá. Ficou menor. Rapaz, está interditado!

O Teatro 4 de Setembro, a praça, o jóquei, o cen-tro de artesanato, eu os entreguei. O Ministério Públi-co os interditou, porque disse que o teto ia cair. Não há mais. É só propaganda! Como é que pode haver turismo? O teatro fui eu quem entregou. Fui eu que o entreguei, estou dizendo, e isso está sendo gravado. Que beleza! Eu me lembro de que Sebastião Nery pu-lou no palco e disse que era um dos melhores palcos. Era uma coisa bela!

Quando eu governava o Estado – a classe mé-dica até viciou-se –, eles abriam todos os cursos lá, e eu estava ali pertinho, no Palácio, para o qual ia a pé. Eu tinha de dar aquela mordomia para nossos colegas médicos. Rapaz, veio o Ministério Público!

Havia também o Verdão. Há o Maracanã e o Ma-racanãzinho. Foi construído por Dirceu Arcoverde. Caiu o teto, e o reformei todinho. Haveria um campeonato regional de basquete lá, mas foram para o Maranhão, na cidade vizinha. Está interditado!

Então, como é que pode haver turismo sem ener-gia, com as praias desse jeito, sem aeroporto? Não há mais vôo nacional, nem teco-teco. É só mentira!

Ontem, rapaz, ele caiu no desplante de aparecer na Alemanha, de branco, com o Secretário de Saúde, que nem é médico, falando: “Vou levar uns médicos da Alemanha”. E os do Piauí vão fazer greve, porque ganham R$1.010,00.

Então, essas são nossas palavras, com confian-ça em Luiz Inácio. Queremos crer que Luiz Inácio tem conhecimento disso, porque ele se enganou, como eu também, quando votei nele. Ele até pegou meu cabelo e disse: “Mão Santa, ajuda aí meu menino”. Mas ele não sabia que o menino dele era travesso, mentiroso, como todo o Piauí sabe.

Olhe, Papaléo: ele quer levar médico da Alema-nha para o Piauí!

Vou lhe contar uma, porque, em Medicina, eu é que sou o bom mesmo, eu entendo desse negócio. Papaléo, encontrei um médico neurologista do Piauí em Buenos Aires: o de Sá. Ele foi fazer uma subes-pecialização, um exame de arteriografia cerebral. Aí o encontrei. Digo isso, para vermos como é um desplante mentir assim! Eu o encontrei, de Sá, um rapaz bom, um intelectual, irmão do B. Sá, que era Deputado Fe-deral e que, hoje, é Prefeito de Oeiras. “Ô Dinho, tu já não sabias?” “Não, só vim fazer. É uma técnica nova, um aparelho dessas arteriografias.” Aí ele disse: “Se-nador Mão Santa, já sei, mas acontece que eles não me dão o diploma, porque tenho de fazer uma parte no hospital”. Estou contando o que aconteceu bem aí, em Buenos Aires. E disse: “Eles exigiram, a universidade de Buenos Aires, que, primeiro, eu falasse corretamente o espanhol”. A gente enrola com o “portunhol”, e você sabe que a gente pode fazer um disparate louco. Há palavras que a gente pensa que são iguais, mas são totalmente diferentes. Aí ele disse: “Exigiram isso de mim. Vou frequentar o hospital, porque, com o meu rolo, com o meu “portunhol”, não posso fazer uma anam-nese, um exame, porque o doente não me entende, nem eu entendo o doente. A língua pode nos levar a erros horríveis”. Isso aconteceu bem aí, em Buenos Aires. Dele, médico formado, professor, exigiram mais um diploma, para que ele fizesse um exame numa su-bespecialidade em Neurologia.

Já pensou trazer médico da Alemanha? E o cara disse: “Vou levar médico da Alemanha para o Piauí”.

Então é isso. O Piauí, como o Brasil, confia no que eu disse aqui, na esperança. A esperança é a democracia. Que se faça a alternância do poder no Piauí e no Brasil!

O SR. PRESIDENTE (Papaléo Paes. PSDB – AP) – Agradeço a V. Exª, Senador Mão Santa, pelo brilhante pronunciamento.

Sobre a mesa, ofício que passo a ler.

É lido o seguinte

Of. nº 2.378/09/SGM-P

Brasília, 27 de novembro de 2009

A Sua Excelência o SenhorSenador José SarneyPresidente do Senado FederalAssunto: Envio de PEC para aplicação

Senhor Presidente,Encaminho a Vossa Excelência, para os fins cons-

tantes do § 2º do art. 60 da Constituição Federal, o Substitutivo da Câmara dos Deputados à Proposta de Emenda à Constituição nº 351, de 2009, do Senado Federal (PEC nº 12/2006, na Casa de origem), que

63584 Terça-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Dezembro de 2009

“Altera o art. 100 da Constituição Federal e acrescen-ta o art. 97 ao Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, instituindo regime especial de pagamento de precatórios pelos Estados, Distrito Federal e Mu-nicípios”, aprovada, em segundo turno, pela Câmara dos Deputados.

Atenciosamente, Michel Temer, Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Papaléo Paes. PSDB –

AP) – É a seguinte a Proposta de Emenda à Consti-

tuição recebida:

LucasT
Retângulo

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63592 Terça-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Dezembro de 2009

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63594 Terça-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Dezembro de 2009

Dezembro de 2009 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Terça-feira 1º 63595

63596 Terça-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Dezembro de 2009

Dezembro de 2009 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Terça-feira 1º 63597

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Dezembro de 2009 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Terça-feira 1º 63599

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Dezembro de 2009 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Terça-feira 1º 63601

63602 Terça-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Dezembro de 2009

Dezembro de 2009 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Terça-feira 1º 63603

63604 Terça-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Dezembro de 2009

Dezembro de 2009 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Terça-feira 1º 63605