o resgate de uma identidade: um estudo sobre o ... · uma nova compreensão sobre o papel do mundo...
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Simpósio Internacional sobre Interdisciplinaridade no Ensino,
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O RESGATE DE UMA IDENTIDADE: Um estudo sobre o
desenvolvimento territorial sustentável na região de Palmeira – PR
Rodrigo Augusto Kovalski Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC – [email protected]
Eixo temático: Conhecimento Interdisciplinar
Resumo
O propósito deste artigo é demonstrar como o Desenvolvimento Sustentável Territorial pode ser uma
condicionante que assegura a pertinência das características identitárias locais de colônias rurais. Para isso, a
região modelo escolhida é a Colônia Santa Bárbara, localizada em Palmeira, Paraná. A temática do
Desenvolvimento Sustentável Territorial é escolhida para este estudo, devido seu grande potencial de
desdobramento, diante de um cenário não apenas nacional, mas internacional. Para analisar esta proposta, a
opção teórica utilizada é compreendida de maneira interdisciplinar, pois para a formatação desta pesquisa, a
mesma será apoiada em um conjunto de ciências, as quais dialogarão a fim de tentar compreender, como
este novo desenvolvimento, pode por um viés político-institucional, socioeconômico, ecológico e cultural
ser uma alternativa real para assegurar as características identitárias locais de colônias rurais. Ressaltando
como a interdisciplinaridade forma a base deste trabalho, cabe citar Hector Ricardo Leis (2011), o qual
coloca a interdisciplinaridade como uma questão central do trabalho científico contemporâneo. Sendo um
processo de resolução de problemas ou de abordagem de temas que, por serem muito complexos, não podem
ser trabalhados por uma única disciplina. Dessa forma, a interdisciplinaridade é percebida, inclusive neste
trabalho, como uma integração de visões disciplinares diversas, construindo assim uma perspectiva mais
abrangente. E residindo ainda na capacidade de integrar modos de pensar de várias disciplinas para produzir
um avanço ou salto de conhecimento a um patamar que seria impossível de ascender por meios
disciplinares. Para este artigo será limitado apenas a uma síntese de referencial teórico utilizado, o qual tenta
demonstrar a importância do DTS para novos modelos de gestão de desenvolvimento local.
1 Introdução
A humanidade vive uma crise socioambiental em escala global. Suas características e consequências
são complexas e desafiam a própria humanidade a compreendê-la. De maneira geral, os princípios
organizadores dos sistemas econômico, político, cultural e social hegemônicos demonstram-se
“incompatíveis com as exigências dos sistemas ecológicos e com a satisfação das necessidades básicas
humanas” (KAPP, 1972, p.91).
De acordo com Vieira (2000, p.18) “os principais fatores condicionantes da crise podem ser
encontrados nas modalidades convencionais de regulação da dinâmica do desenvolvimento socioeconômico,
que geralmente não leva em consideração uma avaliação criteriosa dos custos sociais e ambientais
implicados.”
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Assim esta incompatibilidade do sistema econômico para com o meio ambiente, está acarretando
profundas mudanças, as quais podem-se dizer nitidamente como predatórias, sendo esta crise ambiental
global, nada mais do que um pedido de socorro, a novas formas de desenvolvimento, que possam ao mesmo
tempo, ter uma ideologia de desenvolver o potencial humano, mas de maneira que o social e o ambiental não
tenham que arcar com custos que se revelam ao longo deste processo.
A teoria econômica hegemônica, há décadas tenta vender uma imagem a nível social, econômico e
cultural, e em nenhum momento a uma relevância a nível ambiental. Esta busca da economia por vender
padrões de consumo onerou o meio ambiente, pois a literatura já exemplificava que desde a Revolução
Industrial, o meio ambiente servia como uma forma de fornecedor de matéria prima, do qual tudo se podia
retirar e nada devolver, ou pior, só devolver o que não precisava.
Este padrão ditado, há séculos valoriza o padrão urbano, como a dinâmica humanizadora, renegando
assim o meio rural, o qual é marginalizado, em detrimento da valorização do modo de vida urbano. E com as
consequências das dinâmicas globais, este meio, o rural, passa a ser nada mais do que um meio para um fim,
ou seja, um fornecedor de produtos e matérias para uma humanidade que a cada década aumenta, porém,
não revê em nenhum momento suas práticas de consumo e desenvolvimento.
Vários autores, a exemplo de Kapp (1972), Furtado (1974), Georgescu-Roegen (1976), Sachs (1986),
Castoriadis (1987), Berdegué (2003) e Vieira (2004), apontam as limitações da teoria econômica e do
enfoque economicista predominante na incorporação dos custos socioambientais das estratégias de
desenvolvimento.
Diante de fatos como este, a depredação do meio ambiente, ocorre de maneira desordenada, afetando
assim o ecossistema como um todo. Desta forma, é necessário que ocorra uma melhor revisão das práticas
de cultura, bem como um planejamento e gestão do desenvolvimento rural, já que é o meio rural,
principalmente, que tem arcado ou sofrido, com as consequências da globalização.
O Brasil, por se tratar de um país, subdesenvolvido, segundo a classificação da Sociologia, ou para
os economistas mais otimistas, um país em desenvolvimento, busca atrelar suas práticas numa busca aos
padrões dos países desenvolvidos. Porém, para competir a nível de mercado internacional, e por ser um país
de extensões gigantescas, nota na agricultura, uma das moedas mais tendenciosas para este crescimento. No
entanto, estimula pouco práticas que vão ao encontro de um desenvolvimento territorial sustentável, um
desenvolvimento rural, que coloque em equilíbrio o social, o econômico e a limitação dos recursos naturais.
Um estilo de agricultura que releve a base ecológica, e tente colocar em equilíbrio a base social,
considerando aspectos culturais, preservando recursos ambientais, apoiando a participação política dos seus
atores e permitindo a obtenção de resultados econômicos favoráveis ao conjunto da sociedade, numa
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perspectiva temporal de longo prazo que inclua tanto a presente como as futuras gerações, e não pensando
apenas em um imediatismo econômico o qual corrompe o sistema vigente sociocultural. (CAPORAL &
COSTABEBER apud RUSCHEINSKY, 2004)
Contudo, o acirramento do debate ambiental, nas últimas décadas, vem abrindo possibilidades de
uma nova compreensão sobre o papel do mundo rural na contemporaneidade, configurando, assim, uma
nova perspectiva para o rural e para a agricultura, por meio da qual se pretende vislumbrar o reconhecimento
dos seus papéis nos processos mais gerias de desenvolvimento. (SCHIMANSKI & BRONOSKY, 2011)
Como sublinhou Mormont (1997), analisando a relação entre o rural e o meio ambiente, “o meio ambiente é
um modelo de referência para pensar a ruralidade contemporânea [...] ele não agrega apenas às questões
rurais e agrícolas clássicas, ele as reformula e as recompõe [...] mas esta relação não é óbvia, ela é diferente
em um tempo e em outro. (MORMONT, 1997, p.27)
A respeito destas problematizações do meio rural Graziano (1982) aponta três aspectos que
contribuíram para o agravamento do problema agrário no Brasil: a) a grande porcentagem de fechamento
das fronteiras agrícolas para determinados produtos, os quais deixam de cumprir suas funções como
mecanismo estabilizador de preços dos produtos agrícolas; b) a modernização no centro sul, que concentra
80% das máquinas e dos insumos, com claro progresso e difusão desigual, além da especialização das
lavouras em áreas de monocultura e; c) a presença crescente do capital monopolista expresso na
concentração da terra. (SCHIMANSKI & BRONOSKY, 2011)
No entanto, para Sabourin, no Brasil rural “temos o exemplo de um país-continente, aonde as
populações das zonas rurais, histórica e politicamente, são pouco valorizadas e, portanto, pouco
representadas” (2002, p. 22).
2 O cenário no Paraná
No Paraná, mesmo diante das particularidades sociais, econômicas, ambientais, político-
organizativas e regionais, é possível identificar um conjunto de traços comuns em relação aos principais
problemas enfrentados pela zona rural. A raiz principal desses obstáculos está relacionada ao atual modelo
de desenvolvimento econômico das áreas rurais, o qual gera profundas desigualdades e exclui uma grande
parcela da população rural dos benefícios desse processo de desenvolvimento. Essa exclusão manifesta-se
sob diferentes aspectos (econômicos, sócio-culturais, políticos e ambientais).
No plano econômico, no Paraná percebe-se (i) a queda acentuada da renda familiar, provocada pelo
aumento dos custos de produção e pela diminuição dos preços dos produtos agropecuários; (ii) a restrição do
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acesso à terra em virtude da concentração fundiária e do parcelamento dos estabelecimentos familiares; (iii)
a ausência ou ineficiência das políticas de geração de ocupação e renda (agrícola e não-agrícola) para o meio
rural; (iv) o esgotamento da fertilidade dos solos que leva à diminuição da produtividade agropecuária; (v) a
inadequação das linhas de crédito (burocratização, taxas de juros, limites de financiamento e dos prazos de
pagamento) às condições econômicas da agricultura familiar e das demais formas de produção tradicional
verificadas no espaço rural; (vi) o baixo nível de atendimento dos serviços públicos de assessoria técnica e
extensão rural para atender às demandas de planejamento e gestão da unidade familiar, de organização do
processo de produção, processamento, agroindustrialização e comercialização dos produtos, de
diversificação das atividades produtivas e das receitas, com especial atenção para o auto-consumo, e de
capacitação e qualificação profissional, tanto na área agropecuária quanto na área pesqueira, no turismo rural
e nos produtos florestais madeiráveis e não madeiráveis; (vii) a falta de serviços e equipamentos de infra-
estrutura (estradas, armazéns etc.) que proporcionem a melhoria das condições de competitividade no
mercado; (viii) a exclusão digital e a falta de acesso a meios de informação e comunicação.
Do ponto de vista sócio-cultural, nota-se: (i) a migração para as cidades motivada pela falta de
perspectivas dignas de vida e trabalho; (ii) a masculinização do meio rural em decorrência do êxodo maior
de mulheres, inclusive de faixas etárias mais jovens; (iii) a precarização das condições de educação
(transporte escolar deficiente, baixa qualificação dos professores, conteúdos e metodologias pedagógicos
direcionado para a realidade urbana), saúde (falta de atendimento adequado nos postos de saúde, de
ambulâncias e de remédios), habitação, energia elétrica e transporte; (iv) a ausência do poder público
(municipal e estadual) na criação de espaços voltados para a realização de atividades culturais, esportivas e
de lazer.
Na dimensão político-organizativa, consta-se um distanciamento dos indivíduos da zona rural em
relação aos processos decisórios, nos diferentes âmbitos. Na comunidade, poucos participam da organização
de associações ou cooperativas, ou ainda de grupos para dinamização de iniciativas culturais; nos
municípios, é muito pequena a parcela de indivíduos do meio rural que se envolvem com as organizações e
entidades locais, como os sindicatos, ou com os conselhos municipais.
Por fim, na esfera ambiental, o meio rural sofre os impactos globais do processo de degradação dos
ecossistemas e da biodiversidade no espaço rural: (i) ocupação desordenada dos solos; (ii) poluição e
contaminação dos solos e dos rios em decorrência da intensa utilização de agrotóxicos ou da emissão de
resíduos químicos e industriais nos rios; (iii) perda do patrimônio genético (vegetal e animal); (iv)
desmatamento e destruição das matas ciliares.
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2.1 O Cenário de Análise
Em Palmeira, município a 75 km da capital Curitiba, este retrata exatamente esta realidade, seja no
plano econômico, sócio-cultural, político-organizativa ou na esfera ambiental. Desta forma, nota-se que
como estas características são comuns dentro de todo o estado do Paraná, em se tratando de zonas rurais, e
como o referido município é uma cidade eminentemente agrícola, seu território sendo predominantemente
rural, este município pode ser um ideário de estudo para o Estado, na constatação de iniciativas particulares
e individuais que por meio do Desenvolvimento Territorial Sustentável estão conseguindo de alguma forma
superar estas dificuldades e relevar seu status a uma condição de sobrevivência diante da força predatória da
globalização e de seus padrões de desenvolvimento, ditados pelo capitalismo.
“Nesse quadro, a emergência de projetos ecológicos no espaço rural é concebida como referencial
potencial para a construção de novas estratégias de desenvolvimento, capazes de colocar em curso uma
modernidade socialmente definida, por meio da qual o rural se constitua em um espaço de trabalho e vida”
(SCHIMANSKI & BRONOSKY, 2011, p. 165)
Ainda melhor especificando a caracterização da situação problema encontrada é colocada uma
colônia (comunidade) da cidade de Palmeira, chamada Santa Bárbara, a qual dentro do município em pauta
apresenta um perfil sui generis, uma situação conflitiva a qual não é apresentada pelo relatório final do I
Encontro Estadual da Juventude Rural do Paraná, o qual foi realizado com representantes de diversos setores
privados, estatais e governamentais, além de representantes de 106 municípios paranaenses apresentado
acima. Esta situação conflitiva que ocorre nesta colônia em específico, apresenta um fator, o qual esta além
da caracterização standard de que praticamente todos os municípios paranaenses, para não dizer brasileiros,
se encontram. Este foco além de estar inter-relacionado com os demais sub-sistemas econômico, político-
organizativo e ambiental é o inferido no subsistema sócio-cultural.
Além da referida comunidade apresentar as problemáticas dissertadas dentro deste subsistema (sócio-
cultural), como a migração de indivíduos para as cidades motivada pela falta de perspectivas dignas de vida
e trabalho; a masculinização do meio rural em decorrência do êxodo maior de mulheres; a precarização das
condições de educação, saúde, habitação, energia elétrica e transporte; e a ausência do poder público
(municipal e estadual) na criação de espaços voltados para a realização de atividades culturais, esportivas e
de lazer. Esta colônia apresenta uma especificidade, por se tratar de uma comunidade histórica e
culturalmente colonizada por imigrantes poloneses, fugidos da 2ª Guerra Mundial, os quais foram os
precursores a adentrarem estas matas, além de instaurarem um sistema particular de vida, trazido da Polônia
para as terras brasileiras.
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Historicamente, a Colônia de Santa Bárbara, é território da extinta Colônia Cecília, a única
experimental colônia anárquica ocorrida no Brasil, fundada por socialistas no começo de 1890, por meio de
território comprado a prazo de D. Pedro II. Destaca-se neste cenário o nome de Giovanni Rossi (1851-1943),
o qual dedicou parte de sua vida a implantação de um modelo social mais igualitário, que contemplasse as
classes trabalhadoras, tirando-as do regime quase escravo da época e da miséria. Sua propaganda teórica
idealizava um grupo vivendo como irmandade em um projeto agrícola coletivo. Embora, a colônia recebesse
inúmeras adesões de colonos italianos, que fugiam da miséria e da guerra, houve grande rodízio de famílias,
sendo a deserção à colônia, algo bastante comum, pois a mesma não gerava renda as famílias, e assim
julgavam que o trabalho individual, era uma melhor forma para se atingir uma posição socioeconômica mais
segura para a época. Permanecendo assim, apenas os idealistas até os vinte primeiros anos do século XX.
Acuados pela miséria e pela dissolução do ideário, a colônia foi extinta, e aos poucos sendo colonizada pelas
primeiras levas de imigrantes poloneses, fugidos, principalmente por causa do Nazismo e da II Grande
Guerra Mundial.
Os poloneses, oriundos principalmente da região da Galícia, próximo a Cracóvia, foram sendo
realocados nesta região, a qual uma área de 1.916 hectares, foi dividida em 141 lotes, onde de maneira
isolada os imigrantes começaram a construir suas casas, a Igreja uma das principais edificações da colônia,
para não dizer mais antiga, data de 1924. A colônia também serviu ainda de refúgio para alguns imigrantes,
ucranianos, e duas famílias italianas, remanescentes da antiga colônia.
Esta colônia por décadas emitiu um sistema sociocultural particular, uma identidade que
diferenciava-os das demais colônias existentes na região. Porém, o que ocorre hoje é que devido a um
processo de desenvolvimento rural, o qual dizima as culturas locais e implanta uma forma global de
aparência ou desenvolvimento, as especificidades locais a cada ano e geração estão levando esta
comunidade a fatores de extinção em se tratando de fatores culturais. A revolução tecnológica empregada ao
campo, mais a junção da desertificação verde, estão levando esta comunidade em específico, a um nível de
extinção cultural, o qual processo, ditado por políticas globais, passa a ser um processo homogeneizador
“comum”. No entanto, o que se revela a esta situação-problema é a que níveis esta evolução social passa a
ser normal ou comum? Pode-se dizimar uma cultura específica de imigrantes (poloneses) em prol de um
desenvolvimento homogeneizador agressivo, o qual acaba com formas específicas de agricultura familiar e
prega uma agressão ao ecossistema, com derrubada de matas, químicos agressivos aos solos e
consequentemente aos rios, diminuição da flora e fauna? É plausível sustentar um sistema, que nem ele
mesmo é sustentável? Pode-se uma política economicista, global e capitalista remodelar uma natureza em
prol apenas de divisas de lucros e fatores de aparência?
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Diante de todos estes problemas reais enfrentados por esta comunidade, surgem pequenas iniciativas,
voltadas a uma veia de resistência, que vai ao encontro destes fatores, e estão ligadas a um desenvolvimento
territorial sustentável, como agricultura familiar valorando pequenas áreas em prol de um plantio orgânico,
ou pequenas áreas com produção de vinhos artesanais, um sítio museu, o qual assegura as características
identitárias locais desta cultura, sociedade e etnia, uma estação experimental agrícola, a qual testa,
experimenta e produz novas formas de cultura de plantio para a região, além de levar uma ideia de
sustentabilidade para a produção de estações e excessos de produção de culturas de rotação minoritárias.
Desta forma, este artigo coloca como situação problema e prospecção de cenários futuros de análise
se estas pequenas iniciativas, voltadas como uma forma de cenários ao desenvolvimento territorial
sustentável local, as quais vão contra uma forma cultural e econômica ditada pela sociedade maior
economicista/capitalista global (veia de resistência) podem de alguma maneira assegurar as características
identitárias locais desta região específica, não contemplada por nenhum plano político-organizativo, seja a
nível municipal, estadual ou nacional? E ainda, por se estar diante de uma ecoregião com características tão
particulares, a qual forma uma região de conflitos pouco estudada, esta área (em hipótese) abre um campo
para cenários em crise, os quais podem ser estudados pelo desenvolvimento territorial sustentável para
verificação de suas possibilidades e obstáculos da implantação de cenários do DTS.
3 O Desenvolvimento Territorial Sustentável como ação
O Desenvolvimento Territorial Sustentável (DTS) é uma área de entendimento que integra as
dimensões de dinâmicas de desenvolvimento a territorialidade e sustentabilidade ecológica e social. E um
dos fatores, para este artigo suscitar o Desenvolvimento Territorial Sustentável é que este processo engloba
uma dimensão de endogeneidade de dinâmicas locais. Assim, esta capacidade é dada aos atores locais, os
quais podem assumir iniciativas e se tornarem protagonistas dessas dinâmicas em âmbitos de planejamento e
gestão participativa e integrada. Segundo Berdegué essa abordagem busca uma alternativa para o “recorrente
fracasso das políticas públicas de desenvolvimento rural criadas nas últimas três décadas” (2003, p.12).
Os estudos sobre DTS são de base interdisciplinar e transdisciplinar, oriundos das teorias do
ecodesenvolvimento, o qual trabalha na superação de necessidades básicas imediatas e a longo prazo, com
um princípio de prudência sempre ao ecossistema.
Após a Conferência de Estocolmo, na década de 70, o ecodesenvolvimento surge como uma resposta
à necessidade de colocar em sincronia os processos ecológicos e os processos socioeconômicos, gerindo-se a
produtividade dos sistemas ecológicos, com o propósito de satisfazer as necessidades básicas da população a
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curto, médio e longo prazo (HURTUBIA, 1976). Com esta perspectiva, abre-se a noção de substituir o uso
de recursos não renováveis, por recursos renováveis. Sachs (1993, p.24-27) melhor explica esta noção, com
base em cinco dimensões constituintes do ecodesenvolvimento:
1. Sustentabilidade social: está relacionada à construção de processos de desenvolvimento baseados
em outro tipo de crescimento e outro tipo de sociedade, a chamada civilização do ser e não do ter;
2. Sustentabilidade econômica: possibilitada por uma alocação e gestão mais eficientes dos recursos e
por um fluxo regular do investimento público e privado. [...] a eficiência econômica deve ser avaliada
mais em termos macrossociais do que apenas por meio de critérios de lucratividade microempresarial;
3. Sustentabilidade ecológica: de maneira paulatina, deve possibilitar uma intensificação do uso dos
recursos potenciais dos distintos ecossistemas com o mínimo de dano aos sistemas de sustentação da
vida. Buscar limitar o consumo de recursos não-renováveis e produtos facilmente esgotáveis,
substituindo-os por recursos renováveis. Redução da poluição (através da reciclagem) e diminuição
do consumo. Intensificação da pesquisa com o fim de produzir tecnologias limpas e, por fim, definir
regras para proteção ambiental, bem como de um aparato institucional que assegure o cumprimento
das normas propostas;
4. Sustentabilidade espacial: almeja a melhoria da relação rural-urbano através de um equilíbrio na
distribuição territorial das pessoas e suas atividades;
5. Sustentabilidade cultural: está relacionada à [...] busca das raízes endógenas nos modelos de
modernização e dos sistemas rurais integrados de produção, privilegiando processos de mudança no
seio da continuidade cultural e traduzindo o conceito normativo de ecodesenvolvimento em uma
pluralidade de soluções particulares, que respeitam as especificidades de cada ecossistema, de cada
cultura e de cada local.
Deve-se levar em consideração, também seis níveis para se pensar o ecodesenvolvimento, segundo
Sachs (1986, p.15):
1. a estrutura de consumo: depende da distribuição da renda e dos valores da sociedade;
2. o regime político: a forma como este se responsabiliza pelos custos sociais. Ou seja, se meramente
através de regras de mercado – regras das economias capitalistas, de externalizar custos, se por intermédio dos princípios de economias planificadas, ou formas mistas.
3. as técnicas empregadas: despoluição associada à escalada de produção e dos seus danos, a
utilização de técnicas não destruidoras, que internalizam a dimensão ambiental.
4. modalidades dos recursos naturais e de energia: analisadas sob aspectos dos desperdícios de
recursos raros, das possibilidades da reciclagem dos desperdícios e do controle da taxa de
obsolescência de certos bens duráveis e de equipamentos, para se diminuir a utilização dos recursos
raros neles incorporados.
5. as formas de ocupação dos solos, visto que produções e atividades idênticas acarretam efeitos
muito diversos, segundo a sua localização.
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6. o tamanho, o ritmo de crescimento e a distribuição da população (contudo, deve-se se levar em
consideração o consumo per capita).
Com base nestes pressupostos, Sachs define ecodesenvolvimento, como:
[...] um estilo de desenvolvimento que, em cada ecorregião, insiste nas soluções específicas de seus
problemas particulares, levando em conta os dados ecológicos da mesma forma que os culturais, as
necessidades imediatas como também aquelas em longo prazo. Opera, portanto, com critérios de
progresso relativizados a cada caso, aí desempenhando papel importante à adaptação ao meio
postulado pelos antropólogos (SACHS, 1986, p.18).
Com estes conceitos Ignacy Sachs orienta o ecodesenvolvimento a dois momentos, num primeiro,
um “estilo” de desenvolvimento aplicável a projetos localizados não só em áreas rurais, mas também
urbanas, oposto à diretriz mimético-dependente tradicionalmente incorporada pelos países pobres, orientado
prioritariamente pela busca de satisfação de necessidades básicas e pela promoção da autoconfiança das
populações envolvidas no processo. Num segundo momento, o conceito de ecodesenvolvimento designava
também um enfoque de planejamento e gestão participativa de estratégias plurais de intervenção adaptadas à
especificidade de cada contexto socioecológico. Ignacy Sachs refere-se aqui a uma diretriz fundamental de
“harmonização” entre as iniciativas de dinamização socioeconômica, a consolidação e o aprofundamento de
uma cultura política democrático-participativa, a distribuição equitativa da riqueza e a gestão
ecologicamente prudente da base de recursos naturais. (VIEIRA et al, 2005).
De maneira clara, a noção de ecodensenvolvimento vai contra ao pensamento econômico-
produtivista hegemônico no atual contexto da globalização assimétrica (VIEIRA et al, 2005).
Para alguns teóricos alcançar o desenvolvimento sustentável pode ser o crescimento econômico
contínuo através de um manejo mais racional dos recursos naturais e da utilização de tecnologias mais
limpas e eficientes. Para outros, é antes de tudo um projeto social e político destinado a erradicar a pobreza
local, e mais utopicamente, global, elevando assim a qualidade de vida e satisfazendo as necessidades
básicas da humanidade, oferecendo, princípios e orientações para um desenvolvimento harmônico das
sociedades, considerando a apropriação dos recursos ambientais em uma forma de transformação sustentável
e automaticamente gerando um desenvolvimento sustentável. (DIAS, 2006) (SEIFFERT, 2011)
Considerando que o conceito de desenvolvimento sustentável sugere um legado permanente de uma
geração a outra, para que todas possam prover suas necessidades, a sustentabilidade, ou seja, a qualidade
daquilo que é sustentável, passa a incorporar o significado de manutenção e conservação ab aeterno dos
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recursos naturais. Isso exige avanços científicos e tecnológicos que ampliem permanentemente a capacidade
de utilizar, recuperar e conservar esses recursos, bem como novos conceitos de necessidades humanas para
aliviar as pressões da sociedade sobre eles.
Não se discute que o desenvolvimento sustentável, após sua longa caminhada histórica de evolução
representa para a humanidade um novo paradigma para lidar com a complexidade, o qual envolve para sua
compreensão um conhecimento interdisciplinar e transdisciplinar. No entanto, é com base neste novo
paradigma da sustentabilidade, neste outro modelo de desenvolvimento, é que se instaura o desenvolvimento
sustentável, o qual conforme Vieira (2002) se apresenta em dois momentos: no primeiro, trata-se de um
novo estilo de desenvolvimento aplicável a projetos localizados em áreas rurais e urbanas orientado
prioritariamente pela busca da satisfação de necessidades básicas e pela promoção da auto-confiança das
populações envolvidas no processo; no segundo, o conceito designa também um enfoque participativo de
planejamento e gestão de estratégias plurais de intervenção, adaptadas a contextos socioambientais
específicos.
Dessa maneira, sem pretender se tornar uma alternativa ideológica para o crescimento, o conceito se
amplia, visando atender às necessidades de superação da pobreza, da degradação ambiental e do caráter
perverso do crescimento econômico. O mesmo, podendo também ser entendido como
um processo criativo de transformação do meio, com a ajuda de técnicas ecologicamente prudentes,
concebidas em função das potencialidades deste meio, impedindo o desperdício inconsiderado dos
recursos, e cuidando para que estes sejam empregados na satisfação das necessidades reais de todos os
membros da sociedade, dada a diversidade dos meios naturais e dos contextos culturais. Promover o
Ecodesenvolvimento é, no essencial, ajudar as populações envolvidas a se organizar, a se educar, para
que elas repensem seus problemas, identifiquem suas necessidades e os recursos potenciais para
receber e realizar um futuro digno de ser vivido, conforme os postulados de justiça social e prudência
ecológica. (SACHS, 2007, p.89)
Desta forma nota-se que embora possa se discutir o desenvolvimento sustentável, por vários vieses, o
indiscutível é que de todas as formas, o mesmo é na realidade uma “expressão de uma crítica radical a
ideologia economicista subjacente à suposta civilização industrial-tecnológica” (VIEIRA, 2009, p. 32).
O ecodesenvolvimento ou desenvolvimento sustentável, na verdade é o porta-voz de um discurso
ético-normativo, o qual pode dialogar entre populações e Instituições, e revelar uma potencialidade
embutida capaz de forjar novos cenários mundiais, do global ao local, da economia a política, da agricultura
a tecnologia. No entanto, recai a todos este projeto, este novo cenário mundial a ser construído, esta
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viabilidade deve passar dos discursos, das grandes esferas, as mais ínfimas territorialidades, assim a
humanidade poderia sonhar com uma perspectiva de regeneração sociocultural no futuro.
Com esta perspectiva, entende-se que o conceito de DTS é multidimensional, o qual reflete a
preocupação pela adoção de uma visão territorial do planejamento e da gestão de estratégias de dinamização
socioeconômica. Pressupondo este, um espaço de tomadas de decisão de maneira descentralizada, o qual na
verdade é compartilhado por múltiplos atores sociais envolvidos em estratégias comuns.
O conceito de DTS releva ainda, a importância do processo contínuo de conscientização, o qual seja
produtor de um processo de mudança de perspectivas, sobre a forma de tratamento ao ecossistema. Segundo
Gonçalves (2007, p. 25, 26) o DTS, deve:
1. Repousar nas iniciativas de atores locais, valorizando os recursos naturais, o patrimônio cultural e
arquitetônico e o conhecimento local disponíveis na área, e leva em conta simultaneamente a lógica
das necessidades básicas, a prudência ecológica e a governança local;
2. Constitui um componente estratégico para a recuperação de áreas econômica, social, política e
ambientalmente marginalizadas e degradadas;
3. Estimula relações de complementaridade, num mesmo território, entre as diferentes atividades produtivas ou não, implementadas por organizações da sociedade civil, do Estado e da iniciativa
privada;
4. Entende e leva em conta as relações complexas entre as diversas dimensões do processo de
desenvolvimento (social, econômica, política, cultural, ambiental);
5. Busca alcançar ao máximo possível a autonomia da população local em relação às oscilações dos
sistemas estadual, nacional e internacional;
6. Não se reduz a uma simples justaposição de iniciativas locais (mesmo bem sucedidas), exigindo a
criação e consolidação progressiva de um sistema de planejamento e gestão realmente
descentralizado, capaz de assegurar as integrações necessárias à articulação do desenvolvimento local com políticas, estratégias e ações geradas em outros níveis de organização econômica, social e
política.
Trata-se, portanto, de “associar nas políticas públicas de desenvolvimento rural, a noção integradora
e espacial de construção de territórios sustentáveis vista como complemento às abordagens setoriais”
(SABOURIN, 2002, p. 25). Assim os encaminhamentos para o enfrentamento, sobre o enfoque do DTS,
devem estar ligadas à escala de maior impacto e diretamente ligados aos atores que o enfrentam.
O desenvolvimento territorial no Brasil, relativo às áreas rurais, desde sempre foi marcado por um
completo desprendimento da consciência em relação a seus danos socioambientais, vendo na natureza
apenas uma fonte inesgotável de recursos, da qual tudo se poderia retirar em prol do sustento do ser humano.
Porém, desde a Revolução Industrial, esta retirada começa a indicar índices, de que a premissa em relação à
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reestruturação da natureza, não era o que se pensava. No entanto, no último século e com o advindo do novo
milênio, além do progressivo desenvolvimento do capitalismo na contemporaneidade, estes índices que o
ecossistema emite subliminarmente começaram a passar de níveis tangíveis a alarmantes.
Segundo Vieira “as evidências empíricas acumuladas sobre os impactos ecológicos das ações
humanas parecem colocar em xeque as formas usuais de gestão das relações sociedade e natureza” (2000,
p.17).
Nesse sentido, tornam-se extremamente relevantes as pesquisas, estudos e reflexões acerca do
Desenvolvimento Territorial Sustentável, pois estas, embora sejam reflexões que interagem de maneira
prática ou paliativa, possibilitam uma melhor elaboração do enfoque desenvolvimento, o qual instaure a
problemática socioambiental em seu contexto.
4 Procedimentos Metodológicos
Para a realização deste estudo, em sua parte metodológica e de enfrentamento a problemática, é
proposto um modelo de análise desenvolvido sob a coordenação dos professores Paulo Freire Vieira
(PPSP/UFSC) e Ademir Antonio Cazella (PPAGR/UFSC), intitulado “Desenvolvimento territorial
sustentável: diagnóstico de potencialidades e obstáculos em zonas rurais dos estados da Paraíba e Santa
Catarina” (Projeto CAPES/COFECUB nº 449/04). O modelo de análise desenvolvido pelos coordenadores
poderá ser adaptado para este estudo, o qual procurará auxiliar na identificação do conjunto amplo de fatores
que permitam a análise dos conflitos entre as posições dos diferentes grupos sociais e de que forma
interferirão na construção de uma gestão sustentável do desenvolvimento territorial. O modelo de análise
utilizado é dividido em quatro grupos de variáveis a se notar: político-institucionais, socioeconômicos,
ecológicos e culturais.
O modelo de análise a ser utilizado orienta ainda sobre os métodos para a obtenção das informações
necessárias tanto para o conhecimento sobre a trajetória do desenvolvimento ao longo do tempo, como do
“jogo dos atores” ao nível do território. A combinação destas orientações permitirá a compreensão dos
fatores que afetam as possibilidades de alcance de um desenvolvimento sustentável territorial.
5 Considerações finais
A proposta de enfoque analítico da situação problema analisada neste artigo, na qual será utilizado o
enfoque da Sociologia Rural com análise integrativa do DTS, se torna modelo, na verdade, exemplo de
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demais contextos igualitários que ocorrem, a nível nacional e internacional, pois é nele que se instaura o
dilema: desenvolvimento acima de tudo, visualizando em primeiro plano o nível econômico e
posteriormente os demais, ou relevar fatores identitários, como a cultura e a qualidade de vida, e
consequentemente desenvolver em menor escala, ou seja, não priorizar a escala econômica. Justamente neste
entremeio, é que o Desenvolvimento Territorial Sustentável pode ser uma alternativa, e com esta proposta
que este artigo apresenta, podendo este estudo, ser mais uma pesquisa que ajudará a refletir sobre como
poder se desenvolver, porém, sem ignorar fatores socioambientais, características identitárias locais e
culturais, e consequentemente, respeitando o ecossistema. Pois, como há imposição de determinadas
realidades, outras menos privilegiadas, passam a ser desconfiguradas, ou seja, o paradigma economicista
hegemônico é ditado como forma maior a todas as sociedades, sendo difícil outro discurso, alternativo, ser
perpetuado. Morin (1990, p.21) acrescenta que “é preciso previamente tomar consciência da natureza e das
consequências dos paradigmas que mutilam o conhecimento e desfiguram o real.” Assim, este artigo propõe
uma condicionante ao sistema, defendendo uma hipótese de alternativa viável a realidade desfigurante e
insustentável na busca do resgate de uma identidade específica.
O eixo conhecimento interdisciplinar foi escolhido para este artigo por abordar as diferentes
manifestações da multi/interdisciplinaridade e suas relações no contexto das diversas áreas do
conhecimento. E mais especificamente por trabalhar com um campo de formação que inclui ciências sociais
aplicadas e num campo científico ou de formação, trabalhar com temáticas como sociedade, sustentabilidade
e agressão ao meio ambiente.
Desta forma, é com este cenário interdisciplinar que esta pesquisa busca elucidar se o modelo de
Desenvolvimento Sustentável Territorial pode ser a condicionante que assegurará as características
identitárias locais das colônias rurais. Trata-se, portanto, de um estudo de caso onde serão analisados os
fatores favoráveis e os obstáculos à formação de um território com uma identidade própria, e que possa, por
meio de suas atividades, principalmente agrícola, ser um território modelo ao Desenvolvimento Territorial
Sustentável, promovendo o desenvolvimento não apenas econômico, mas social, ecológico, cultural e
político.
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