o primo basÍlio
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O PRIMO BASÍLIO. EÇA DE QUEIRÓS. POSICIONAMENTO DO AUTOR. REALISMO & NATURALISMO X REALIDADE. - PowerPoint PPT PresentationTRANSCRIPT
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O PRIMO BASÍLIO
EÇA DE QUEIRÓS
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POSICIONAMENTO DO AUTOR
REALISMO & NATURALISMO
X
REALIDADE
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Eça de Queirós fez parte de uma geração de jovens intelectuais, centrada em Coimbra, que reagiu contra o atraso do país. Eles criticavam o Romantismo como um sinônimo desse atraso. E com seus Realismo e Naturalismo pretendiam incorporar à Literatura os métodos científicos próprios das ciências naturais.
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O autor disseca as deformações da sociedade lusitana (em O Primo Basílio) e explica sua fonte de pesquisa e inspiração neste trecho de uma carta enviada a Teófilo Braga:
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Carta a Teófilo Braga
• “... mas eu não ataco a família (instituição) – ataco a família lisboeta, - a família lisboeta produto do namoro, reunião desagradável de egoísmos que se contradizem, e mais tarde ou mais cedo centro de bambochata (pequeno quadro de costumes pitorescos)...
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Carta a Teófilo Braga
• ... No Primo Basílio que apresenta, sobretudo, um pequeno quadro doméstico, extremamente familiar a quem conhece bem a burguesia de Lisboa; - a senhora sentimental, mal-educada, nem espiritual (porque cristianismo já o não tem; sanção moral da justiça, não sabe o que isso é), arrasada de romance, lírica, sobreexcitada no temperamento pela ociosidade e pelo...
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Carta a Teófilo Braga• ... mesmo fim do casamento peninsular que
é ordinariamente a luxúria, nervosa pela falta de exercício e disciplina moral, etc., etc., - enfim a burguesinha da Baixa (Lisboa); por outro lado o amante – um maroto, sem paixão nem a justificação da sua tirania, que o que pretende é a vaidadezinha de uma aventura, e o amor grátis; do outro lado a criada, ...
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Carta a Teófilo Braga
• ... em revolta secreta contra a sua condição, ávida de desforra; por outro lado a sociedade que cerca estes personagens – o formalismo oficial (Acácio), a beatice parva de temperamento irritado (D. Felicidade), a literaturinha acéfala (Ernestinho), o descontentamento azedo, e o tédio de profissão (Julião) e às vezes...
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Carta a Teófilo Braga
• ... Quando calha, um pobre bom rapaz (Sebastião). Um grupo social, em Lisboa, compõe-se, com pequenas modificações, destes elementos dominantes (...) Uma sociedade sobre estas bases, não está na verdade: atacá-las é um dever.”
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O PRIMO BASÍLIO
REALISMO & CRÍTICA SOCIAL
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O Primo Basílio apresentava-se como uma lente de aumento sobre a intimidade das famílias "de bem" de Lisboa da metade do século XIX. Representa um dos primeiros momentos de reflexão sobre o atraso da sociedade portuguesa em um mundo profundamente transformado pela Revolução Industrial e pelo desenvolvimento tecnológico.
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O PRIMO BASÍLIO
PERSONAGENS
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LUÍSA = Na descrição que o próprio Eça de Queiroz faz na carta a Teófilo Braga, Luísa é "a burguezinha da Baixa" (Lisboa, Cidade Baixa): uma senhora sentimental, sem valores espirituais ou senso de justiça. É lírica e romântica, “ociosa e nervosa pela falta de exercício e disciplina moral". Luísa é esposa de Jorge, engenheiro de minas que ela conheceu após o abandono e rompimento (por carta) do noivado com o primo Basílio...
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... Sua vida tranqüila de leitora de folhetins é alterada pela viagem do marido e o retorno do primo a Portugal.O motivo que a leva a se entregar a Basílio, de acordo com as reflexões de Eça, nem ela sabia. Uma mescla da falta do que fazer com a "curiosidade mórbida em ter um amante, mil vaidadezinhas inflamadas, um certo desejo físico..."
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BASÍLIO = O primo e ex-noivo que retorna a Portugal, na ausência do marido de Luísa, é, para Eça de Queirós, "um maroto, sem paixão nem a justificação de sua tirania, que o que pretende é a vaidadezinha de uma aventura e o amor grátis"...
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... Malicioso e cheio de truques para atrair a amante, explorando a sua vaidade fútil, Basílio compara a fidelidade conjugal a uma demonstração de atraso das mulheres de Lisboa frente aos hábitos supostamente liberais e modernos das senhoras de Paris - todas com seus amantes, conforme assegurava o primo...
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... Em momentos de maior dramaticidade (morte de Luísa), quando começam a enfrentar as conseqüências do adultério, o cinismo de Basílio fica mais evidente: ele pensa apenas que teria sido mais vantajoso trazer consigo uma amante de Paris.
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JULIANA = A criada Juliana faz desmoronar o mundo de Luísa ao chantageá-la com cartas roubadas. É a figura que aparece com alguma intensidade interior, destoando um pouco das razões fúteis que movimentam os demais personagens...
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...Ela se conduz pela revolta (não suporta sua condição de serviçal), pela frustração (fracassou na tentativa de mudar de vida), pelo ódio rancoroso contra a patroa (ódio, na verdade, contra todas as patroas que a escravizaram por 20 anos)...
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... Assim como Basílio, Juliana tentará tirar proveito circunstâncias, reunindo provas do adultério para fazer chantagem. Mas ela pretende mais do que dinheiro - que exige sem sucesso de Luísa; ela quer a desforra. E os recursos que utiliza levarão o definhamento físico e emocional da patroa, até o desfecho da história.
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JORGE = Com aparições, no romance, sua presença se faz sentir pelo papel social que representa: é o marido. E a forma como poderá reagir à infidelidade, é especulada pelo narrador através, de outro personagem, Ernestinho Ledesma, autor medíocre que prepara uma peça teatral sobre um caso de adultério, pede a Jorge uma opinião sobre o final de sua obra. Um marido deve matar a mulher adúltera? (Sua posição é ambígua).
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O PRIMO BASÍLIO
PERSONAGENS SECUNDÁRIOS
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Os personagens secundários completam o quadro social lisboeta. O Conselheiro Acácio, freqüentador do círculo próximo de Luísa, um dos mais citado e conhecidos personagens de Eça, é o intelectual vazio. Sua habilidade em dizer o óbvio com empáfia deu origem à expressão "verdades acacianas". Joana é a cozinheira que enfrenta Juliana por dedicação à Patroa; Dona Felicidade é a "beatice parva de temperamento irritado". E também há, Sebastião (o bom rapaz), que se propõe a recuperar as cartas tomadas pela criada.
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A polêmica crítica de Machado de Assis
AO PRIMO BASÍLIO
DE
EÇA DE QUEIRÓS
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Crítica de Machado de Assis
• Em 16 de abril de 1878, em texto publicado no semanal O Cruzeiro, Machado de Assis tece sua crítica sobre os aspectos realistas de O Primo Basílio, de Eça de Queirós (publicado igualmente em 1878). Machado questiona o ar de cliché da obra porque, segundo ele, o realismo da patologia sem terapêutica, de influência...
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Crítica de Machado de Assis
• ... francesa, ainda que carregado nas tintas, enfastia e assusta.(...) Machado discordava do realismo de Eça, que visava a um fim moral, corrigindo e ensinando, através da crítica dos temperamentos e dos costumes, tornando-se um instrumento auxiliar da ciência e da consciência.
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Crítica de Machado de Assis
• No seu processo de negação de O Primo Basílio, Machado intriga-se com a personagem Luísa, considerando-a um mero “títere”, um caráter negativo, sem possibilidades de paixões e remorsos, sem capacidade de consciência, o que esvaziava por si só as propostas naturalistas de Eça e muito mais os seus desejos realistas.
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Crítica de Machado de Assis
• Para Machado, Eça substituiu “o principal pelo acessório” por ter transplantado “a ação dos caracteres e dos sentimentos para o incidente, para o fortuito”. E, maldosamente (no bom sentido), põe-se a imaginar o que teria acontecido se as cartas que Luísa escreveu a Basílio não tivessem sido descobertas por Juliana: “estava acabado o romance, porque o primo...
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Crítica de Machado de Assis
• ... enfastiado seguiria para a França, e Jorge regressaria do Alentejo; os dois esposos voltam à vida exterior”.Ou seja, em suas próprias palavras: “a realidade é boa, o realismo é que não presta para nada”. E não presta porque, ao substituir o acessório, está a substituir a responsabilidade moral pelo acidente circunstancial.
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Crítica de Machado de Assis
• Negando a força do enredo proposto por Eça, para Machado, que acreditava ser o estilo mais importante do que a trama, a sucessão de tantos insucessos seria a irrefutável fragilidade do livro. O que ele desejava eram resultados: uma outra linguagem pra descrever a situação ou, quem sabe, uma Luísa rebelde ou...
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Crítica de Machado de Assis
• ... arrependida, que permitisse aos leitores a sua condenação ou o inevitável perdão, mas que não tivesse apenas piedade de uma mulher com medo. Reconhece na criada, e não em Luísa e Basílio, “o caráter mais completo e verdadeiro do livro”. Mas não percebe a sutileza de Eça nesta armação: o lado realista da dissimulação de Juliana e a sua capacidade de inverter os papéis e subverter as relações do romance.
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Crítica de Machado de Assis
• Voltando a personagem Luísa, para Machado ela é um títere, um personagem destituído de qualquer estofo moral, que para decidir se deve ver o amante após uma briga recorre ao artifício de jogar moedas ao ar, deixando seu destino à mercê do acaso de um jogo de “cara e coroa”.
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Crítica de Machado de Assis
• Preconceito ou visão aguda?