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1 O Papel do Cinema nas Artes Visuais do Ensino Secundário Estudo comparativo entre duas escolas e comunidades envolventes

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O Papel do Cinema nas Artes Visuais do Ensino Secundário

Estudo comparativo entre duas escolas e comunidades envolventes

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Mestrado em Ensino de Artes Visuais para o 3º Ciclo e Secundário Departamento de Pedagogia e Educação Investigação Educacional 2011 - 2013

O Papel do Cinema nas Artes Visuais do Ensino Secundário

Estudo comparativo entre duas escolas e comunidades envolventes

Docente | Professora Doutora Lurdes Moreira

André Mantas (m9848) Filipe Araújo (m9431) Ivan Gouveia (m9241)

Ricardo Braga Silva (m9394)

Junho de 2012

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ÍNDICE

Índice de imagens -------------------------------------------------------------------------------------------------- v

Índice de quadros ------------------------------------------------------------------------------------------------- vi

Índice de anexos -------------------------------------------------------------------------------------------------- vii

INTRODUÇÃO ---------------------------------------------------------------------------------------------------- 1

PARTE 1 – ENQUADRAMENTO TEÓRICO

1. CULTURA VISUAL ------------------------------------------------------------------------------------- 5

1.1. Conceito de Cultura visual ----------------------------------------------------------------- 5

1.2. A Cultura Visual dos jovens na contemporaneidade ----------------------------------- 6

1.3. Cultura Visual e Escola --------------------------------------------------------------------- 7

2. O CINEMA E A ESCOLA ------------------------------------------------------------------------------ 9

2.1. A pedagogia através do Cinema ----------------------------------------------------------- 9

2.2. O Cinema na escola em Portugal -------------------------------------------------------- 10

3. O CINEMA NAS ARTES VISUAIS ----------------------------------------------------------------- 12

3.1. O Cinema no currículo das disciplinas de Artes Visuais no ensino secundário --- 12

PARTE 2 – ESTUDO EMPÍRICO

4. OBJETIVOS E METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO ---------------------------------------- 16

4.1. Objetivos / Hipóteses --------------------------------------------------------------------- 16

4.2. Metodologia e Instrumentos de Pesquisa ------------------------------------------------ 18

5. AS ESCOLAS E A COMUNIDADE ENVOLVENTE -------------------------------------------- 20

5.1. Escola Secundária Gabriel Pereira, Évora --------------------------------------------- 20

5.1.1. Caracterização geral da escola e da comunidade envolvente ------------ 20

5.1.2. Instalações escolares ---------------------------------------------------------- 22

5.1.3. Organização e gestão da escola /Oferta educativa ------------------------- 24

5.1.4. Alunos, pessoal docente e não-docente ------------------------------------- 25

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5.1.5. Projeto Educativo e Plano Anual de Atividades --------------------------- 26

5.2. Escola Secundária de Tomás Cabreira ------------------------------------------------- 27

5.2.1. Caracterização geral da escola e da comunidade envolvente ------------ 27

5.2.2. Instalações escolares ---------------------------------------------------------- 29

5.2.3. Organização e gestão da escola / Oferta educativa ------------------------ 29

5.2.4. Alunos, pessoal docente e não-docente ------------------------------------- 31

5.2.5. Projeto Educativo e Plano Anual de Atividades --------------------------- 32

6. O CINEMA NA COMUNIDADE E NAS ESCOLAS --------------------------------------------- 33

6.1. Panorama do cinema nas cidades de Évora e Faro ----------------------------------- 33

6.2. Escola Secundária Gabriel Pereira, Évora --------------------------------------------- 55

6.2.1.Presença do cinema nos projetos e planos da escola / Recursos --------- 55

6.2.2. O Cinema no Departamento de Expressões -------------------------------- 55

6.3. Escola Secundária de Tomás Cabreira ------------------------------------------------- 64

6.3.1. Presença do cinema nos projetos e planos da escola / Recursos --------- 64

6.3.2. O Cinema no Departamento de Expressões -------------------------------- 66

7. ANÁLISE DE RESULTADOS E PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO ------------------------ 67

7.1. Apresentação de resultados -------------------------------------------------------------- 67

7.2. Comparações entre as duas escolas ----------------------------------------------------- 68

7.3. Propostas de Intervenção ----------------------------------------------------------------- 69

7.4. Calendarização ---------------------------------------------------------------------------- 72

8. REFLEXÕES FINAIS --------------------------------------------------------------------------------- 73

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS -------------------------------------------------------------------- 75

ANEXOS ----------------------------------------------------------------------------------------------------- 77

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Índice de Imagens Figura 1: Gráfico: Instituto Nacional de Estatística Figura 2: Planta da Escola Secundária Gabriel Pereira Figura 3: Dados estatísticos do Instituto do Cinema e Audiovisual, 2004 Figura 4: Dados estatísticos do Instituto do Cinema e Audiovisual, 2010 Figura 5: Logotipo FIKE – Festival internacional de Curtas-Metragens Figura 6: Cartaz Oficial do FIKE – Ano 2011 Figura 7: Logotipo S.O.I.R., Joaquim António Aguiar Figura 8: Programação semanal do Auditório Soror Mariana Figura 9: Logotipo Cineclube da Universidade de Évora Figura 10: Praça de Sertório, durante a exibição de cinema ao Ar Livre. Figura 11: Logotipo Casa da Zorra Figura 12: Logotipo Cineclube de Faro Figura 13: Logotipo ARC – Associação Recreativa e Cultural de Músicos Figura 14: Logotipo de Draculea, Café-Bar Figuras 15, 16, 17, 18, 19: Cartazes “Noites de Dollywood” Figura 20: Logotipo Universidade do Algarve Figura 21: Cartaz 3º Mostra de Cultura Fílmica Figura 22: Logotipo CIAC – Centro de Investigação em Artes e Comunicação Figura 23: Logotipo Algarve Film Commission Figura 24: Cartaz FICA 2010 - Festival Internacional de Cinema do Algarve Figura 25: Logotipo 11º Festa do Cinema Francês Figura 26: Logotipo LAMA – Laboratório de Artes e Média do Algarve Figura 27: Logotipo Teatro Municipal de Faro Figura 28: Logotipo JCE – Juventude Cinema e Escola Figura 29: Estrutura do programa JCE Figura 30: Logotipo Cinema Entre Linhas Figura 31: Cartaz Clube da Rádio (ESGP)

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Índice de Quadros Quadro 1: Plano Anual de Atividades (ESGP) – Planificação de atividades ligadas ao audiovisual e cinema Quadro 2: Plano Anual de Atividades (ESTC) - Planificação de atividades ligadas ao audiovisual e cinema Quadro 3: Calendarização das fases de investigação do projeto

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Índice de Anexos 1 – Guião de Entrevistas (João Paulo Macedo e Graça lobo) 2 – Transcrição entrevista João Paulo Macedo 3 – Transcrição entrevista Graça Lobo 4 – Questionário Professores Artes Visuais 5 – Questionário alunos 6 – Projeto Educativo Escola Secundária Gabriel Pereira 7 – Plano Anual de Atividades Escola Secundária Gabriel Pereira 8 – Projeto Educativo Escola Secundária Tomás Cabreira 9 – Plano Anual de Atividades Escola Secundária Tomás Cabreira 10 – Entrevista a Graça Lobo, excerto retirado do Diário de Notícias 11– Planificação disciplina Desenho A (ESGP) 12 – Planificação disciplina Geometria Descritiva A (ESGP) 13 – Planificação disciplina História da Cultura e das Artes (ESGP) 14 – Planificação disciplina Oficina de Artes (ESGP) 15 – Planificação disciplina Oficina Multimédia B (ESGP) 16 – Planificação disciplina Desenho e Comunicação Visual (ESGP) 17 – Planificação disciplina Design de Interiores e Exteriores (ESGP) 18 – Planificação disciplina Desenho de Comunicação (ESGP) 19 – Planificação disciplina Desenho Assistido por Computador (ESGP) 20 – Planificação disciplina Materiais e Tecnologias (ESGP)

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1 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

INTRODUÇÃO

A cultura juvenil nas sociedades contemporâneas é cada vez mais visual. O desenvolvimento e

sociabilização das crianças e jovens tornou-se inseparável dos meios multimédia. A apropriação,

manipulação e transformação de imagens; a aprendizagem de conhecimentos através dos meios

audiovisuais; as relações geradas em redes sociais e de partilha de conteúdos, são uma realidade já

democratizada e integrada no seu crescimento. Sendo também inevitável que o desenvolvimento da

tecnologia e a influência dos meios audiovisuais no quotidiano tenderá a consolidar-se e expandir-se

no futuro, torna-se urgente que sejam fornecidos às crianças e jovens mecanismos que lhes permitam

conviver adequadamente com esses meios, fixando códigos para a construção de uma atitude crítica

perante as imagens e o mundo.

Os organismos europeus ligados à educação estão conscientes desta inevitabilidade. Na recente

Conferência Internacional “L’ Education aux Médias Pour Tous”1 foi reforçada a ideia de desenvolver

em todos os cidadãos europeus uma cultura mediática, onde o acesso aos Média e a promoção de uma

política educativa que privilegie a formação e a utilização de modo ativo dos diversos meios

audiovisuais ganhem uma importância crescente.

Na educação artística, as artes visuais surgem como o território privilegiado para que sejam

explorados estes objetivos, por trabalharem diretamente com a imagem, logo, mais próximas do

universo dos jovens. E o Cinema, aparentemente, acaba por afigurar-se como uma das artes onde essa

aproximação pode ter resultados mais visíveis, por fazer parte da cultura juvenil. Assim o comprovam

as estatísticas acerca dos hábitos de consumo cultural dos jovens, apresentadas ao longo deste

relatório, e as próprias recomendações dos organismos europeus ao nível da educação pelas artes e

pelos Média, que reconhecem na linguagem artística e códigos bem definidos do cinema um espaço

fundamental para desenvolver as aprendizagens nos alunos.

É nesta perspetiva que baseamos a nossa investigação. A inclusão do cinema nos currículos

escolares é já uma realidade em alguns países europeus, como França ou Espanha. Em Portugal, apesar

de pontuais tentativas em anteriores legislaturas, permanece como exemplo uma experiência apenas a

nível regional. A presença do cinema nos currículos escolares e a sua integração nos projetos da escola

tem sido desenvolvida por alguns núcleos de investigação, procurando a recolha e sistematização de

dados e lançar propostas que visem valorizar o cinema nas escolas. São o caso do CIAC – Centro de

Investigação em Artes e Comunicação2, que reúne investigadores da Universidade do Algarve e da

1 Conferência realizada em Bruxelas nos dias 2 e 3 de Dezembro de 2010, organizada pelo Conselho Superior de Educação pelos Media da Comunidade francesa da Bélgica, no âmbito da presidência belga da União Europeia. 2 http://www.ciac.pt/

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2 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

Escola Superior de teatro e Cinema, ou do AIM – Associação de Investigadores da Imagem em

Movimento3, que promovem a investigação ligada à literacia fílmica na educação. No 1º Congresso

Nacional de Literacia, Media e Cidadania4, realizado na cidade de Braga em março de 2011, foram

apresentados vários projetos de investigação na área do cinema e educação nas escolas portuguesas.

Este objeto de estudo vai ao encontro das últimas recomendações da Comunidade Europeia que

apostam na valorização dos Média, e muito especificamente o Cinema, para o desenvolvimento de

competências nos alunos para uma literacia mediática.

O nosso principal objetivo neste estudo foi perceber como a escola e a comunidade envolvente

se relaciona com o cinema, através de projetos direcionados ou em parcerias, e se essa dinamização é

expressiva na escola. Esta expressividade pode ser observada no modo como a escola integra ou se

relaciona com os projetos da comunidade, através da sua inclusão no Projeto Educativo ou no Plano

Anual de Atividades. O Cinema surge nos programas em algumas disciplinas do secundário como

conteúdo ou recurso em várias unidades didáticas, como é o caso dos programas de Língua Portuguesa

ou Inglês. No entanto, a planificação de atividades ligadas ao Cinema pelo Departamento de

Expressões, onde se integram as Artes Visuais, interessou-nos mais na investigação, sendo que foi

nesse âmbito que nos centrámos. Neste âmbito procurámos identificar como os professores do grupo

de Artes Visuais vêm o cinema no processo de ensino-aprendizagem, se o valorizam e se o integram

nas suas metodologias de trabalho. Por outro lado, tentámos igualmente auferir a forma como os

alunos se relacionam com a multimédia e mais especificamente o cinema. Após a recolha e tratamento

de dados, procedemos a uma reflexão acerca dos resultados encontrados, numa lógica de comparação

entre as duas escolas e lançámos propostas de intervenção (a decorrer num fase mais avançada da

investigação) no sentido de desenvolver uma literacia mediática e fílmica nos alunos do secundário.

Como professores ou futuros professores de Artes Visuais, é este lado de intervenção no

terreno que nos interessa, esta capacidade de agir e desenvolver projetos nas escolas para que o

Cinema, como forma de arte e comunicação, ganhe o peso e a importância que merece. A investigação,

através de uma metodologia de investigação-ação, foi feita em duas escolas em zonas diferentes do

país, a Escola Secundária Gabriel Pereira, em Évora e a Escola Secundária de Tomás Cabreira, em

Faro. A opção por investigar em duas escolas prende-se com o facto de pretendermos refletir sobre os

resultados alcançados, comparando-os tendo em conta as duas realidades diferentes. Sabíamos à

3 http://aim.org.pt/ 4 http://literaciamediatica.pt/congresso/

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3 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

partida que Faro tem uma maior oferta a todos os níveis, no entanto, o que nos interessou perceber foi

como as escolas incorporam essa oferta e se essa própria cultura fílmica existe nos projetos

desenvolvidos na escola. A recolha de dados deu-se através da observação direta, pesquisa de

documentação e entrevistas. Para auferir os dados acima mencionados relativamente aos professores

dos departamentos de Artes Visuais, utilizámos também questionários. Quanto aos dados relativos aos

alunos, optámos por centrar a nossa pesquisa numa turma de 10º ano, de um Curso Científico-

Humanístico de Artes Visuais. Aqui surge a principal limitação do nosso estudo, pelo facto da recolha

de dados se centrar numa turma em cada escola, o que não é demonstrativo da totalidade da população

escolar. As duas turmas do 10º ano, em Évora e Faro, foram objeto de observação e estudo no âmbito

da nossa presença nas escolas. Dada a impossibilidade de um contato mais direto com outras turmas, e

também por constrangimentos de tempo e geográficos, decidimos centrar a investigação com estes

alunos. São turmas de um curso de prosseguimentos de estudos, observadas numa disciplina

obrigatória do currículo (Desenho A), e ambas no primeiro ano do ciclo secundário. Os dados acerca

dos alunos, além da observação direta, foram também obtidos através de questionários.

O relatório está estruturado em duas partes principais. Na primeira parte, dividida pelos

capítulos 1, 2 e 3, é introduzido o conceito de cultura visual e a sua relação com os jovens na

contemporaneidade. No alargado espetro da cultura visual, é referido o Cinema como exemplo e a

forma como a escola o integra no seu contexto. Optámos por descrever, ainda que genericamente, as

fases mais significativas da pedagogia através do cinema, e posteriormente, a pedagogia através do

cinema em Portugal. Por fim, sendo a nossa área de estudo, foi feito um levantamento completo sobre

a presença do cinema nos currículos das disciplinas de Artes Visuais do ensino secundário.

A segunda parte descreve o estudo empírico efetuado ao longo de todo o processo de

investigação. No capítulo 4 são descritos os objetivos, metodologias e instrumentos utilizados na

investigação. É delimitado o problema principal, assim como a formulação de algumas hipóteses. O

capítulo 5 descreve e caracteriza as duas escolas selecionadas para a investigação, através da sua

estruturação interna e relação com a comunidade envolvente. Na abordagem aos planos anuais de

atividades, o nosso interesse centrou-se mais nas atividades propostas ou que se relacionem com o

departamento de Expressões de cada escola. No capítulo 6 procurámos descrever a forma como as

duas comunidades, Évora e Faro, se relacionam com o Cinema, através do levantamento de

equipamentos, projetos ou parceria, e por fim, como as escolas incorporam ou integram projetos

ligados ao cinema. No último capítulo desta parte, o capítulo 7, são analisados os resultados obtidos,

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4 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

sempre num nível de comparação entre as duas escolas. São igualmente lançadas propostas de

intervenção, com base nos dados obtidos e reflexões, a ser operacionalizadas a médio-longo prazo.

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5 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

PARTE 1 ENQUADRAMENTO TEÓRICO

1. CULTURA VISUAL

1.1. Conceito de Cultura visual

O conceito de cultura visual, inseparável do mediatismo da imagem e da informação, veio criar

um novo paradigma nas sociedades contemporâneas ao nível da cultura e do conhecimento. É,

portanto, um fenómeno próprio e que só faz sentido nas sociedades atuais, onde a imagem e as

tecnologias da informação e comunicação acompanham cada vez a socialização dos indivíduos, desde

a infância.

Importa primeiro distinguir os conceitos de cultura visual, leitura de imagens ou alfabetismo

visual, que surgem muitas vezes associados, mas que se distanciam se analisarmos os contextos em

que surgiram e as diferentes perspetivas de quem fez deles a sua base de investigação. O termo leitura

de imagens destacou-se na década de 70 nas áreas da comunicação e artes devido à emergência dos

meios audiovisuais, privilegiando um processo percetivo na leitura de imagens através de fundamentos

ligados às teorias formalistas, da Gestalt e da semiótica.

O conceito de alfabetismo visual foi introduzido por Donis Dondis, que propôs um sistema

básico para a aprendizagem, identificação, criação e compreensão de imagens visuais.5 Valorizando a

informação visual no comportamento humano, a autora propõe uma sintaxe visual através de

elementos básicos que podem ser apreendidos e compreendidos pelo indivíduo comum e

posteriormente utilizados para a criação e compreensão de mensagens visuais.

A crescente proliferação dos meios multimédia na arte ou na comunicação e a forma como eles

ocuparam um espaço essencial num mundo globalizado e em constante mudança, trouxeram e

definiram novas visualidades, dando origem ao conceito de cultura visual.

O conceito de cultura visual integra os aspetos de apropriação, consumo e interpretação de

imagens visuais em cada cultura, entendendo-as como fonte de transmissão e de conhecimento. Ao

estender o campo das imagens visuais à multimédia e cinema e ao valorizar e ter em conta a

5 Dondis, 2003

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6 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

experiência perante a abordagem semiótica da imagem visual6, a cultura visual afasta-se das correntes

mais académicas e tradicionais de estudo e investigação. Mitchell, enquadrando a cultura visual num

campo de estudos mais abrangentes, os Estudos Visuais, considera que “a cultura visual constitui um

ponto final na distinção entre imagens artísticas e imagens não artísticas; em si mesma, supõe uma

dissolução da história da arte em história das imagens.”7 É um reflexo da sociedade do mundo atual,

onde o acesso à imagem e a sua constante manipulação torna verdadeiramente difusa esta distinção.

Para Mirzoeff, existe a necessidade em converter a cultura visual num campo de estudo devido

às dissonâncias que encontra entre a visualização de imagens, característica do mundo contemporâneo,

com a não compreensão daquilo que se observa.8 É nesta perspetiva mais abrangente e multidisciplinar

que baseámos as nossas reflexões e orientações metodológicas. No entanto, convém referir que

Mirzoeff afasta-se de um enfoque nos estudos da cultura visual através do cinema, obras de arte ou

museus, por considerar que a visualidade do mundo contemporâneo centra-se na vida quotidiana,

sendo nesse espaço que são construídos significados. Por entender o Cinema como um hábito e um

aspeto perfeitamente enraizado na cultura das crianças e jovens e presente nas suas vidas quotidianas,

decidimos neste projeto centrá-lo nas reflexões para a aquisição de aprendizagens.

1.2. A Cultura Visual dos jovens na contemporaneidade

No mundo contemporâneo globalizado, as tecnologias da informação e comunicação (TIC) são

a origem principal do nosso conhecimento acerca de tudo o que se passa. A rapidez de acesso à

informação, comunicação e partilha de informações e comunicações faz parte de uma sociedade em

constantes alterações e avanços a nível tecnológico, onde aqueles que não se integram sentir-se-ão

cada vez mais info-excluídos.

No domínio das TIC, a imagem audiovisual assume um papel fundamental. É impensável

separá-la da internet e até mesmo dos telemóveis, o principal meio de comunicação e partilha de

conteúdos da sociedade atual. O cinema, as novas formas de expressão artística que integram as

imagens multimédia, ou principalmente a televisão, estão enraizados nos hábitos de lazer ou culturais

na nossa sociedade. René Hughes denominou o passado século XX de “século da imagem”, referindo-

6 Como disse Isabel Capeloa Gil (Gil, 2001), a preferência e valorização da experiência perante a imagem visual, mais do que uma análise semiótica, é uma característica da contemporaneidade; logo, a capacidade de entender elementos visuais sendo capaz de comunicar o seu sentido revela-se um requisito essencial para os estudos sobre cultura visual.

7 Mitchell, 2001, p.28 (tradução minha) 8 Sardelich, 2004

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7 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

se ao extraordinário poder da imagem sobre a nossa perceção do mundo. Neste século XXI, é

impossível ignorarmos que esse poder vai influenciar, mas também interagir, modificar e fazer parte da

nossa forma de ver e olhar o mundo. Este aspeto é perfeitamente observável nas crianças e jovens, pois

vivem imersos nas imagens audiovisuais, configurando-se como parte da sua cultura. A aquisição de

informações ou a interiorização de conceitos faz-se através da imagem, de uma forma imediata que

simplesmente traduz o ritmo e a cultura de vida dos jovens.

Além da apropriação das imagens, as crianças e jovens têm cada vez mais cedo aptidões para a

manipulação e transformação dessas mesmas imagens, pois o rápido acesso a conhecimento e

ferramentas que lhes permite essas capacidades é uma realidade.

Martin Kemp afirmou que "(...) uma tarefa urgente da educação visual é ajudar os jovens a

adquirir critérios que lhes permitam decidir se devem ou não confiar numa dada imagem (...) Ensiná-

los a serem críticos e não a consumi-las"9. Kemp referia-se a uma educação visual num sentido

abrangente, presente nos diversos meios de sociabilização e aprendizagem da criança, e não

especificamente na instituição escolar. No entanto, é à Escola que esta questão assume-se como um

grande desafio, tornando-se um local privilegiado para uma alfabetização visual cada vez mais

necessária.

1.3. Cultura Visual e Escola

Se ignorar que os nossos jovens vivem numa cultura essencialmente visual e não tirar partido

dessa riqueza, o fosso criado entre os jovens e a escola tenderá a ser cada vez maior e irreversível. É na

escola que as crianças e jovens passam grande parte do seu tempo, além de ser o espaço privilegiado

de transmissão de saberes e desenvolvimento de competências; logo, ela deve procurar adaptar-se a

esta realidade.

Durante muito tempo a escola preocupou-se pouco com as suas vivências dos alunos exteriores

à própria instituição escolar, assumindo a tarefa de transmissão de conhecimentos através do professor,

visto como o único detentor dos saberes. Em oposição a esta perspetiva cognitiva da aprendizagem

surgiram as teorias construtivistas, onde a aprendizagem passou a ser abordada como uma construção

pessoal em que o sujeito se torna o mais importante gerador de conhecimento, dando sentido e

significado ao que o rodeia num processo mediado e orientado pelo professor. 9Disponível em http://jornal.publico.pt/noticia/26-11-2010/se-leonardo-da-vinci-fosse-vivo-estaria-apaixonado--pelo-cinemaentrevistamartin-kemp-20690460.htm, acedido em 20 março 2012

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8 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

Dayrell vai de encontro a esta perspetiva, ao considerar que a escola deixou de ser um espaço

separado da sociedade, onde o jovem era obrigado a “esquecer” o mundo exterior e aprender os

conteúdos que lhe transmitiam na sala de aula. 10 O autor afirma que “Na frequência quotidiana da

escola, o jovem transporta consigo o conjunto de experiências sociais vivenciadas nos mais diferentes

tempos que (…) constituem uma determinada condição juvenil que vai influenciar, e muito, a sua

experiência escolar e os sentidos que lhe atribui”. 11

Assumindo uma “invasão” inevitável da vida social das crianças e jovens na escola, torna-se

urgente que a instituição escolar integre a cultura onde os jovens estão inseridos no processo de ensino

- aprendizagem. No entanto, apesar da crescente valorização das competências através do

construtivismo, a escola continua muitas vezes a negar esta evidência, ignorando que, ao proceder de

outra forma, provoca o afastamento dos jovens.

10 Dayrell, 2007 11 Dayrell,2007, p.214

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9 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

2. O CINEMA E A ESCOLA

2.1. A pedagogia através do Cinema

“I believe that the motion picture is destined to revolutionize our educational system and that in a few years it will supplant largely, if not entirely, the use of textbooks. (…). The education of the future, as i see it, will be conducted through the

medium of the motion picture... where it should be possible to obtain one hundred percent efficiency.” Thomas Edison 12

É necessário contextualizar esta afirmação no espaço e no tempo, no sentido de entendermos o

seu caráter visionário e as implicações na educação e formação dos jovens na contemporaneidade.

Quando os irmãos Lumière apresentaram a primeira sessão do cinematógrafo em 1895 estariam

longe de acreditar que a nova invenção encerraria em si inúmeras potencialidades pedagógicas. Após

as primeiras exibições, as opiniões escritas pelos intelectuais dividiam-se entre a previsão de um

invento visionário, ou o ceticismo de uma invenção com os dias contados. Não tendo uma linguagem

própria e absorvendo diversas artes, o cinema foi durante muito tempo objeto de reflexão. Foi nesta

fase, durante o final do século XIX e os inícios do século XX, que alguns autores falaram em possíveis

finalidades educativas. Em 1898, o teórico polaco Boleslaw Matuszewsky reconheceu o cinematógrafo

como um instrumento de aprendizagem para o ensino da História, salientando no entanto não ser ele,

por essência, um objeto de prazer para as crianças, mas sim um objeto ao serviço da ciência e do

progresso. Em 1904, o jornalista checo Karel Scheinpflug escreve também sobre as funções

pedagógicas do cinematógrafo, embora mostre-se cético em relação à sua eficácia. Já em 1907, Charles

Urban defendeu o cinematógrafo como um instrumento científico e educativo.

Uma visão clara e objetiva da capacidade do cinema em adaptar-se e imiscuir-se no decorrer

dos tempos e intervir na educação parece estar expressa na afirmação citada de Thomas Edison. Sendo

um criador e explorador de patentes de diversos aparelhos ligados à ótica e imagem em movimento,

Edison referia-se à imagem animada no seu todo, mas expressa num meio que viria a consolidar-se

como uma forma de arte, que é o Cinema. Parece-nos evidente o reconhecimento de Edison do poder

da imagem animada na educação e formação dos jovens. Como afirma Reia Batista13, se o termo

“motion picture” for substituído por “multimédia”, estamos perante um discurso semelhante aos que se

ouvem na contemporaneidade.

O poder da imagem cinematográfica é inegável. Basta pensarmos nos regimes ditatoriais que o

utilizaram como meio privilegiado para a disseminação da sua ideologia, ou o caso de Samora Machel,

12 Reia Batista, 1997. Citação reproduzida por CUBAN, L,(1986), Teachers and machines. Teachers college press, p.9, New York 13 Reia Batista, 1997

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10 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

em Moçambique, que assumiu o cinema como meio para a instrução e educação do seu povo em todo

o país. Sendo um poderoso meio de comunicação e encerrando inúmeras potencialidades pedagógicas,

o Cinema foi objeto de interesse em alguns países que, desde então, têm desenvolvido um extenso

trabalho na área da pedagogia fílmica. Numa dissertação sobre o cinema em contexto escolar,

Félix14aponta alguns exemplos fundamentais quando nos referimos a uma pedagogia através da

imagem. Indica o National Film Board, no Canadá, que desde a sua criação teve uma ação pedagógica

bastante ativa, tornando-se “num caso ímpar da pedagogia fílmica no mundo”15 Refere igualmente o

British Film Institute, que desde 1933 tem desenvolvido ações com vista a desenvolver uma pedagogia

fílmica, traduzido na criação de materiais pedagógicos e formação de professores, assim como a

abertura de um curso experimental de cinema para alunos do secundário. Por fim, o autor indica o caso

da França, onde o Centre National de la Cinématographie e a Cinémathèque Française investiram na

formação e sensibilização de crianças e jovens para a arte cinematográfica desde a década de 80, sendo

uma referência importante a inclusão de uma opção artística de Cinema e Audiovisual nos três últimos

anos do ensino secundário.

2.2. O Cinema na escola em Portugal

Em Portugal existem referências à utilização do cinema como recurso educativo desde o final

da década de 1910, notando-se uma preocupação dos governos da primeira república em valorizar o

cinema na sua vertente educacional. Com o eclodir do regime fascista, o cinema passa a ser, a exemplo

de outros países, utilizado como instrumento de propaganda. A escola não passou imune, por ser

considerada como um dos mais poderosos meios de transmissão das doutrinas do governo. Foi já

durante o regime pós – 25 de Abril que se verificaram os mais importantes sinais da valorização da

pedagogia fílmica. Segundo Félix,

“O esforço mais evidente de iniciar uma aprendizagem da linguagem cinematográfica, surgiu da iniciativa de Roberto Carneiro enquanto ministro da educação do XI governo constitucional, quando propôs a criação de videotecas escolares, construída metodicamente, numa colecção chamada “Os Filmes na Escola”16

Nesta legislatura foi criado um Grupo de Trabalho de Cinema e Audiovisual, que iniciou uma

reforma do ensino artístico onde o cinema ocuparia um lugar de destaque, definindo-o como disciplina

14 Félix, 2011 15 Idem, 2001, p.23 16 Idem, 2011, p.53

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11 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

opcional no 3º ciclo e secundário. Para o secundário foi proposta a criação das disciplinas no 10º ano

de Iniciação à Linguagem do Cinema e Audiovisual, História do Cinema Mundial e Cinema Português,

e Evolução Estética e Sociológica do Cinema e Audiovisual no 12º ano. Também resultante deste

grupo de trabalho, o programa “Cinescola” previa a criação de parcerias entre as salas de cinema e as

escolas para divulgação do cinema europeu. Apesar das importantes recomendações do grupo de

trabalho, ambos os projetos não continuaram nas legislaturas seguintes.

Os Cineclubes, nomeadamente o de Avanca, Viseu ou Faro, tiveram um importante papel no

desenvolvimento de projetos sobre cinema com as escolas, através de programas que têm contribuído

para o desenvolvimento da literacia fílmica nas crianças e jovens portugueses.

Um caso único de sucesso dá-se no final dos anos 90 com a criação no Algarve do JCE

(Juventude, Cinema e Escola). Sob o lema “Ver, Aprender e Amar Cinema”, o projeto procura iniciar

as crianças a partir do 2º ciclo na linguagem e cultura fílmica através do visionamento de filmes em

salas de cinema, procedendo-se depois a uma abordagem dos conteúdos relacionados com o filme,

história e linguagem técnica do cinema, em integração com os currículos das disciplinas. Este projeto

resultou na criação da disciplina de Cinema como opção artística no grupo das artes visuais no 3º ciclo,

verificando-se a sua implementação em escolas que nunca estiveram no JCE, demonstrando assim a

força que tem ganho na região. No final do ano letivo de 2009/2010, tinham passado pelo JCE 60

escolas (sendo 67 as escolas do 2º e 3º ciclo e secundário), mais de 65 mil alunos e cerca de 1250

professores.17

"Um dos mais ambiciosos projetos do começo do século XXI em Portugal (...) Não há registo

de outra experiência nacional como a da criação da disciplina de Cinema, no que concerne às

possibilidades de crescimento e de ligações dentro da Educação para os Media”18 Esta foi uma das

conclusões de um estudo da Universidade do Minho que se incluiu este projeto num estudo sobre a

educação pelos média em Portugal. Apesar de ser um projeto a nível regional, configura-se atualmente

como um dos mais abrangentes na área da pedagogia fílmica.

17 Félix, 2001 18 Félix, 2001

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12 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

3. O CINEMA NAS ARTES VISUAIS

3.1.O Cinema no currículo das disciplinas de Artes Visuais no ensino secundário

As artes visuais no currículo no ensino secundário são fundamentais para a criação de

condições para que os jovens adquirem conhecimentos e competências no âmbito da cultura fílmica.

Sendo o cinema um meio integrador de diversas artes, e fazendo parte da história da cultura e das

Artes, ele torna-se um meio poderoso para a abordagem de conhecimentos, conceitos e valores ligados

ao desenvolvimento das sociedades. Ao mesmo tempo, o estudo da sua linguagem técnica e posterior

experimentação prática fornece aptidões para a compreensão e descodificação das mensagens visuais,

sob diversas formas, que fazem parte da vida das crianças e jovens.

O cinema surge enraizado de uma forma intensa na cultura visual dos jovens em Portugal.

Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística referentes ao período entre 2006 e 2010, foi o

hábito cultural mais consumido pelos portugueses, em particular pelos jovens, atingindo um número

superior a 16 000 espetadores por ano só em 2010.19

Nos currículos do ensino secundário, o cinema, não sendo uma área curricular, encontra-se

integrado nos currículos das disciplinas de artes visuais no ensino secundário. Enquanto surge como

conteúdo em algumas disciplinas; noutras é indicado como recurso para a abordagens de alguns

conteúdos. O grupo de Artes Visuais é composto por nove disciplinas divididas pelos Cursos

Científico – Humanísticos de Artes Visuais, Ciências e Tecnologias e de Línguas e Literaturas, pelos

Cursos Tecnológicos de Equipamento, Multimédia e pelos Cursos Artísticos Especializados de Artes

Visuais, Dança, Música e Teatro ou de outras áreas, conforme a oferta da escola.

Na disciplina Desenho A é referido nas competências a desenvolver que “o aluno conseguirá

ler criticamente mensagens visuais de origens diversificadas e agir como autor de novas mensagens,

utilizando a criatividade e a invenção” 20 Encontramos aqui terreno para enquadrar o Cinema como

fonte de origens de mensagens visuais, embora o texto não o refira explicitamente. No 12ºano, o

cinema surge explicitado nas sugestões metodológicas específicas em Imagens Animadas, através da

construção de um livro com ilusão de movimento. Existe também a sugestão de uma unidade didática,

Animação, onde o aluno deve planear e concretizar uma sequência para um filme de animação.

Na disciplina Oficina de Artes pretende-se uma abordagem das áreas de expressão e

concretização plásticas, associadas aos fenómenos da comunicação visual. Nas áreas de

desenvolvimento e concretização do projeto artístico é indicado o Cinema. 19 Disponível em http://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_main, acedido a 15 março 2012 20 Programa de Desenho A, p. 10, In http://www.dgidc.min-edu.pt/ensinosecundario/index.php?s=directorio&pid=2&letra=D, acedido a 16 março 2012

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13 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

Nas disciplinas Geometria Descritiva A e B, a capacidade de perceção dos espaços, formas

visuais e suas posições relativas, surge como uma das finalidades estruturantes. Não existe qualquer

referência ao Cinema, embora possa ser explorado aquando do estudo da resenha histórica da

Geometria Descritiva, através dos diferentes métodos de representação visual do Homem.

A nível teórico, a disciplina de História e Cultura das Artes apresenta nas competências gerais a

preservação e valorização do património artístico e cultural, consolidando o sentido de apreciação

estética, para mobilizar os conhecimentos adquiridos na crítica da realidade contemporânea. O

programa tem uma composição em onze módulos, de onde faz parte A Cultura do Cinema, como “o

espaço psicológico ao alcance das grandes massas, inovação central da primeira metade do século”21.

Na categoria biografia sugere-se o personagem Charlot como a mais popular e transversal personagem

ficcional, propondo-se uma ligação com a biografia do ator. Deverá ser abordado como um ícone do

cinema relacionando-se os temas do vagabundo, a felicidade, a crítica social e a superioridade da

mímica sobre a palavra. O Cinema, enquanto triunfo do sonho e do mito e como nova linguagem

artística com códigos e sintaxe própria, surge como objeto de estudo privilegiado na categoria local.

Como conteúdos no tronco comum e nas áreas artísticas dos cursos mais especializados, ainda na

Cultura do Cinema, são abordadas as grandes rupturas, nomeadamente as vanguardas artísticas.

Nos cursos tecnológicos a disciplina de História das Artes assume uma vertente mais prática e

pluridisciplinar. No programa do 10º ano, módulo A Arte Pré-Histórica, é sugerido o filme “A Guerra

do Fogo” (1981), de Jean-Jacques Annaud para uma observação crítica sobre os principais aspetos

ligados à dinâmica territorial das comunidades pré-históricas. No módulo A Arte Romana é sugerido

“Gladiador” (2000), de Ridley Scott, para um debate interdisciplinar sobre as imagens, cenários,

organização da história e valores em presença. No 11º ano, no módulo A Arte Gótica, surge “O Nome

da Rosa” (1986), de Jean-Jacques Annaud para debater a função / papel da arte, nomeadamente do

livro e da iluminura na Idade Média. No módulo A Arte do Renascimento, é referido o filme “As

Cólicas de um Arquitecto” (1987), de Peter Greenaway, sugerindo-se uma discussão sobre a distância

que separa o objeto da sua concretização artística. Por fim, em A Arte Barroca são sugeridos alguns

filmes para uma melhor contextualização e compreensão da época em estudo, como “Barry Lyndon”

(1975), de Stanley Kubrick ou “Prospero’s Book” (1991), de Peter Greenaway.

No programa do 12º ano, módulo A Arte impressionista e pós-impressionista, são sugeridos

alguns filmes para a consolidação de conteúdos e conceitos. São eles “Van Gogh” (1991), de Maurice

21 Programa de História da Cultura e das Artes, p.10, In http://www.dgidc.min-edu.pt/ensinosecundario/index.php?s=directorio&pid=2&letra=H, acedido a 16 março 2012

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14 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

Pialat; “Sonhos – Episódio dos Corvos” (1990), de Akira Kurosawa e “Os Silêncios de Manet” (1989),

de Didier Baussey. No módulo O Modernismo, surge o Cinema como conteúdo, com indicações

específicas de realizadores como objeto de estudo. Os conceitos de Sétima Arte, Star Film ou Star

System são abordados, embora os dois últimos sejam considerados apenas complementares nas

aprendizagens. É explorado o cinema entre as duas guerras, o papel de Chaplin e Charlot, as

manifestações cinematográficas no surrealismo com Luis Buñuel e Salvador Dali, a multiplicação de

géneros e o papel de Hollywood e os casos específicos de Orsan Wells, John Ford, René Clair, Carl

Dreyer, F. Murnau, Fritz Lang ou Sergei Eiseinstein.

No módulo Tendências Atuais da Arte Contemporânea, surge o cinema underground como

conteúdo complementar às aprendizagens e o cinema desde a 2ª Guerra Mundial, nomeadamente o

star-system norte-americano e o cinema de autor. É ainda proposto o estudo do cinema europeu, assim

como o cinema emergente de outras nacionalidades e a sua afirmação. Por fim, propõe-se uma

abordagem das tendências estéticas atuais nas artes e nos espetáculos, surgindo o cinema na sua estrita

relação com outras manifestações artísticas.

É nas disciplinas dos cursos tecnológicos de Multimédia que o cinema surge como objeto de

estudo prático. O programa de Oficina Multimédia A, 10º e 11º anos, refere que “A mutação das

tecnologias, dos média e da comunicação visual resultam num forte e cada vez mais rápido impacto na

sociedade contemporânea.”22 O programa analisa as tecnologias analógicas num contexto da história

da arte e o reconhecimento das tecnologias digitais num esquema de novas difusões mediáticas,

abordando conteúdos relacionados com a multimédia. O módulo Animação, prevê que o aluno seja

capaz de analisar uma narrativa e criar um argumento, expresso numa story-board. Deve já adquirir

alguns conhecimentos relativos à compreensão e manutenção dos diferentes ritmos na estruturação das

narrativas, assim como dominar algumas técnicas que fazem parte da linguagem do cinema, como

zoom e travelling, fade-in e fade-out, ou o uso de filtros de cor nos projetores e domínio da luz. As

aprendizagens iniciam o aluno no domínio da animação, aprofundando os seus conhecimentos no

digital no 11º ano. Os alunos devem analisar os vários elementos que constituem um projeto

multimédia, entendendo-os numa perspetiva global.

No 11ºano, no módulo Cinema Animado Analógico, surgem as técnicas de animação com

desenho, figuras ou objetos, stop-motion ou pixilização. No módulo Vídeo, os alunos trabalham

22 Currículo Oficina Multimédia A, p.2, In In http://www.dgidc.min-edu.pt/ensinosecundario/index.php?s=directorio&pid=2&letra=O, acedido a 16 março 2012

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15 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

conteúdos relacionados com a linguagem cinematográfica, como a narrativa, sinopse, planificação ou

story-board, assim como a captação de vídeo e o seu tratamento. No módulo Animação Digital é

indicada a realização de sequências de animação através de software específico.

No 12º ano, em Oficina de Animação e Multimédia, o aluno deve trabalhar com vídeo, imagem

e som, adquirindo conhecimentos e desenvolvendo competências nesta área. Em Oficina Multimédia

B, sendo lecionada num curso de vertente mais teórica, pretende-se trabalhar os conteúdos na prática,

mas fundamentados em conceitos nucleares a nível teórico. Os conteúdos de vídeo digital e animação

são trabalhados no programa.

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16 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

PARTE 2 ESTUDO EMPÍRICO

4. OBJETIVOS E METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO

4.1. Objetivos / Hipóteses

A escola não pode, nem deve, estar afastada dos interesses dos seus principais destinatários: as

crianças e jovens que a frequentam. As mudanças e alterações ocorridas nas sociedades atuais, como já

vimos, levam a que a cultura juvenil seja essencialmente visual. É uma cultura mediatizada, onde a

rápida informação e o acesso à imagem, assim como a sua manipulação e transformação, fez alterar

um paradigma que altera o próprio processo de aprendizagem dos alunos. A escola já deixou de ser, há

muito, a única instituição de transmissão de saberes. Hoje em dia, e cada vez mais cedo, as crianças e

jovens aprendem e adquirem conhecimentos através das TIC. Cabe à escola, numa atitude mais

construtivista do ensino, utilizar esses saberes dos alunos, integrando-os e tirando partido da sua

riqueza de conhecimento e aptidões.

No espetro alargado do mundo das imagens, o Cinema não pode ser ignorado. No caso

específico de Portugal, os dados mostram que é o hábito cultural mais consumido pelos espetadores,

em particular os jovens. Os dados do instituto Nacional de Estatística, no gráfico abaixo apresentado,

mostram o número de espetadores, por ano, de 2006 a 2010. Nesta escala de cinco anos, o Cinema é

explicitamente aquele que reúne o maior número de espetadores, bastante diferenciado da Música,

Dança ou Teatro.

Figura 1

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17 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

Fonte: http://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_main, acedido a 15 março 2012

Com as TIC, o acesso ao cinema adquiriu uma facilidade que não pode ser ignorada. Através

da televisão, DVD ou internet, as crianças e jovens têm possibilidade de adquirir conhecimentos e

visualizar filmes, mesmo sem uma deslocação à sala de cinema. Com as aprendizagens cada vez mais

autónomas de programas de edição de imagem e vídeo, a manipulação ou transformação de imagens

tornou-se igualmente uma realidade, e a difusão ou partilha de cinema alargou-se através da internet,

nomeadamente nas redes sociais. Esta imersão no mundo das imagens e a facilidade de acesso ao

cinema, assim como os conhecimentos adquiridos pelas crianças e jovens, não são sinónimo de uma

perfeita leitura ou interpretação de imagens. A facilidade de acesso e a utilização e imersão nas TIC

não são dados adquiridos para uma verdadeira literacia mediática. A criança ou o jovem deve ser

ensinada a interpretar e descodificar as imagens que vê; e é neste sentido que a escola, através de uma

educação pelos média, tem um papel fundamental.

A opção pelo Cinema como principal base para uma educação pelos média tem sido valorizada

pelas Comissões Europeias na Área da Educação. A recente proposta da Secretaria de Estado da

Cultura do Governo de Portugal, que visa integrar nos planos curriculares desde o ensino básico

projetos ligados ao cinema português, vem neste sentido. Assiste-se nestes diretrizes, a nível europeu,

a um reconhecimento do Cinema em duas dimensões: primeiro, o cinema faz parte integrante da

cultura juvenil, atingindo resultados expressivos em relação ao seu consumo, em casa ou sala de

cinema; segundo, o cinema é uma forma de arte e comunicação, com uma linguagem artística e

técnicas próprias, integrador de diversas artes e uma fonte inesgotável de conhecimento e saberes

através das suas temáticas.

Foi nesta perspetiva do cinema como objeto base para a aprendizagem e educação no âmbito

mediático que nos centramos na presente investigação. O cinema pode ser utilizado para a abordagem

de um número infindável de conteúdos; além disso, o estudo e análise através da linguagem

cinematográfica pode ser um poderoso meio para transmitir aos alunos instrumentos de descodificação

das imagens que contatam regularmente (cinema, televisão, publicidade, internet).

De que forma o cinema é operacionalizado no Projeto Educativo e Plano Anual de Atividades

de uma escola? A oferta existente na comunidade onde a escola está inserida influencia essa

operacionalização? A dinamização do Cinema, na comunidade e na escola, influencia os

conhecimentos dos alunos a nível da linguagem cinematográfica e de cultura cinéfila? Qual o papel

dos professores, nas disciplinas de Artes Visuais?

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18 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

Estas são as questões problemáticas que se situam na base do nosso projeto de investigação.

4.2. Metodologia e Instrumentos de Pesquisa

A metodologia utilizada será de investigação-ação; no entanto, as propostas práticas de

intervenção, embora já pré-definidas neste relatório, destinam-se a ser operacionalizadas a médio

prazo, no decorrer do atual ano letivo e consequentemente no próximo.

Centrámos o estudo em duas escolas, a Escola Secundária Gabriel Pereira, em Évora, e a

Escola Secundária de Tomás Cabreira, em Faro. As ofertas culturais das duas cidades, nomeadamente

o cinema (através de projetos da cidade ou na própria escola) são bem distintos, o que nos pareceu

conveniente para perceber qual a sua influência nas metodologias praticadas nas escolas e nos próprios

conhecimentos dos alunos. O levantamento de dados realizou-se através da pesquisa em documentação

existente nas escolas, e disponível online nos sites das mesmas, e no caso do cinema da comunidade,

através dos meios de divulgação das associações ou instituições em causa. A fidedignidade dos

documentos e recursos de divulgação foi essencial para a validade do nosso processo de investigação,

através da análise de toda a documentação acedida, sem esquecer o contato direto nas escolas e com a

comunidade. De referir que os documentos orientadores da Escola Secundária Tomás Cabreira, pelo

facto da mesma se encontrar atualmente ainda em reconstrução, não foram ainda atualizados ou

definidos, daí a impossibilidade de acedermos a algumas informações ou imagens, tais como a planta

da escola.

Foram efetuadas igualmente duas entrevistas a individualidades nas duas cidades, que têm

pautado as suas atuações no desenvolvimento de projetos que unam o cinema à escola. Selecionámos

assim, na área de Évora, o diretor do Cineclube da Universidade de Évora e do FIKE - Festival

Internacional de Curtas-Metragens de Évora, além de ser secretário-geral adjunto da federação

Internacional de Cineclubes João Paulo Macedo, e pela área de Faro, Graça Lobo, Coordenadora

Regional do Programa JCE – Juventude, Cinema e Escola e membro da direção do Cineclube de Faro.

Os guiões das entrevistas (Ver ANEXO 1) foram elaborados no sentido de percebermos a importância

que o cinema pode adquirir na escola, e numa perspetiva mais abrangente, no desenvolvimento integral

dos alunos como cidadãos. Procurámos também que essa importância fosse relativizada num nível

mais abrangente, nomeadamente na extensão dos projetos desenvolvidos nas duas cidades ao resto do

país, assim como as propostas a nível do Governo de Portugal. As entrevistas foram transcritas e

encontram-se registadas em anexo. (Ver ANEXO 2 e 3)

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19 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

No processo de investigação acerca das metodologias utilizadas e visão sobre os materiais

audiovisuais e cinema pelos professores do Departamento de Expressões, além da análise dos

documentos orientadores, como as planificações de departamento ou da disciplina, construímos

igualmente alguns instrumentos para a recolha de dados, nomeadamente questionários. Optámos por

elaborar dois questionários, um para professores e outro para alunos, a ser aplicados nas duas escolas.

Quanto aos professores, escolhemos apenas aplica-lo nos professores do grupo 600 – Artes Visuais,

por se centrarem neles a nossa análise e reflexão neste projeto. O questionário é dividido em duas

partes; numa primeira, procuramos perceber se os professores utilizam recursos audiovisuais na sua

prática letiva, quais são esses recursos, e com que fim os utiliza. Na segunda parte especificamos as

questões para o cinema, questionando as situações em que o mesmo foi abordado nas disciplinas que o

professor leciona. Por fim, optámos por uma pergunta de resposta escrita, no sentido do professor

identificar alguns títulos de filmes que tenha utilizado. O nosso objetivo é comparar as respostas com

os títulos de filmes que vêm expressos nos programas; se o professor respeita ou inova através de

outras ideias. (Ver ANEXO 4).

No questionário para os alunos, a ser aplicado nas duas turmas do 10º ano de Artes Visuais,

procuramos perceber quais as suas áreas de interesse a nível cultural, e mais especificamente o cinema,

qual a frequência com que se deslocam a este espaço. Numa segunda parte, tentamos identicar se o

aluno utiliza software de edição de imagem ou vídeo, em casa ou em contexto escolar. (Ver ANEXO

5) Numa fase posterior da nossa investigação, pretendemos auferir também os conhecimentos que os

alunos demonstram em termos de literacia cinematográfica. Estes questionários aos alunos destinam-se

à recolha de informações, que complementem aquelas que forem recolhidas através da observação

direta em contexto de sala de aula.

Na fase final da investigação, todos os dados recolhidos serão organizados através de gráficos.

O nosso objetivo foi ter um recurso visual, prático e objetivo, que nos auxiliasse na comparação entre

os dados obtidos relacionados com Évora e Faro. A comparação destes dados e os resultados obtidos

serão essenciais para uma melhor definição das propostas de intervenção.

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20 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

5. AS ESCOLAS E A COMUNIDADE ENVOLVENTE

5.1. Escola Secundária Gabriel Pereira, Évora

5.1.1. Caracterização geral da escola e da comunidade envolvente

A Escola Secundária Gabriel Pereira, situada na cidade de Évora, remonta ao início do séc. XX

e aos princípios da República. Foi fundada a 17 de Setembro de 1914 sob o nome de Escola de

Desenho Industrial da Casa Pia de Évora e direcionou desde sempre a sua oferta educativa para as artes

manuais e tecnologias. No ano em que foi fundada, lecionavam-se os seguintes cursos: Elementar de

Comércio, Elementar de Agricultura, Carpintaria ou Marcenaria, Serralharia e Alfaiataria ou Sapataria.

Nessa altura, a escola funcionava no antigo edifício da Casa Pia, o Colégio do Espírito Santo, que

pertence atualmente à Universidade de Évora.

Em 1919, ainda a funcionar no mesmo edifício, a escola apropriou-se do nome de Gabriel

Pereira, em honra ao ilustre eborense Gabriel Victor do Monte Pereira (1847 – 1915). O patrono da

Escola distinguiu-se como estudioso e profundo conhecedor da História e Arqueologia de Portugal

mas também na tradução de vastíssimas obras e autores como Estrabão e Plínio. Foi ainda Inspetor-

Mor das Bibliotecas e Arquivos Nacionais. Em 1931 foram adicionados os cursos de Carpintaria Civil,

Serralharia Civil, Tapeçaria, Costura e Bordados e Curso de Comércio. Passado alguns anos, nos finais

dos anos 40, há uma alteração do nome para Escola Industrial e Comercial de Évora, tendo criado os

seguintes cursos: Ciclo Preparatório, Formação de Serralheiros, Formação de Montadores de

Eletricista, Formação de Carpinteiro/Marceneiro, Formação Feminina, Geral de Comércio, Secção

Preparatória para os Institutos Industrial Comercial, Especialização de Mecânica Agrícola, Mestrança

de Encarregados de Obras Oficinas. No início dos anos 1950, a escola passa a funcionar no Convento

de Santa Clara.

No ano letivo de 1972-73 foram criados os Cursos Gerais de Ensino Técnico, funcionando

nesta escola os cursos de Geral de Administração e Comércio, Geral de Formação Feminina, Geral de

Mecânica e Geral de Eletricidade. No ano letivo seguinte foram criados os Cursos Complementares do

Ensino Técnico, funcionando os cursos de Complementar de Contabilidade e Administração,

Complementar de Secretariado e Relações Públicas, Complementar de Mecanotecnia e Complementar

de Eletrotecnia. No ano letivo de 1975-76 foi criado o Curso Secundário Unificado que se inicia com o

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21 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

7º Ano de Escolaridade, e finalmente em 1979, através da portaria n.º 608 de 22 de Novembro, o seu

nome é alterado para Escola Secundária Gabriel Pereira, a sua designação atual.

Em 2008, integrou a 1.ª fase do Programa de Modernização das Escolas Secundárias,

permitindo a adaptação ou a criação de novos espaços físicos.

A Escola Secundária Gabriel Pereira tem uma longa tradição na formação e qualificação

técnica que continua a manter. Após o 25 de Abril de 1974 e a consequente Reforma do Ensino em

1976, esta visão continuou, através dos cursos das Áreas Técnicas, mais tarde com os cursos Técnico –

Profissionais e Profissionais, Cursos Tecnológicos e, atualmente, com os Cursos Profissionais. A

Escola destaca-se também pela oferta ao nível da Educação de Adultos e do ensino das Artes Visuais,

tradição também já longa no seu historial.

Os princípios que definem a orientação educativa da Escola Secundária Gabriel Pereira para o

triénio 2010-3013, que visam continuar a ação num quadro de educação pública de rigor e excelência,

com total disponibilidade para encarar as exigências de uma autonomia responsável, baseiam-se em

parte nas relações entre o passado e o futuro. A definição no Projeto Educativo de princípios

orientadores, objetivos, estratégias e medidas, visam continuar o trabalho na escola desde a sua

formação, através da oferta de cursos na área tecnológica e artística, e adaptando-se aos novos desafios

que se aproximam.

A cidade de Évora, situada no Alentejo e a uma distância de cerca de 130 km de Lisboa, é o

principal pólo urbano da região, com cerca de 41 159 habitantes. A dinâmica social e económica da

cidade tem conseguido contrariar a tendência da região no seu conjunto, mantendo um crescimento

idêntico ao de outras cidades médias portuguesas.

A cidade conserva ainda bastantes traços dos seus tempos mais antigos, incluindo monumentos

de várias épocas. O centro histórico de Évora faz parte da lista da UNESCO das cidades património

mundial, declarada em 1986. No seu interior, circundado entre muralhas, encontram-se importantes

edifícios históricos como o Aqueduto da Água de Prata, construído no séc. XVI para abastecer a

cidade de água e que se desenvolve por mais de 8 km, a Catedral, uma construção gótica, completada

no século XIII e que inclui atualmente no sue interior o Museu de Arte Sacra, a Capela de S. Brás, um

exemplo interessante de gótico mourisco no Alentejo, construída no séc. XV, o Paço de Vasco da

Gama, que foi residência de Vasco da Gama aquando da sua nomeação de Conde da Vidigueira e de

Vice-Rei da Índia, o Paço dos Condes de Basto, um primitivo alcácer mourisco e residência dos reis da

dinastia Afonsina, a Igreja de S. Francisco, com elementos manuelinos e que contém no seu interior a

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22 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

Capela dos Ossos, a Igreja dos Loios, a Galeria das Damas do Palácio de D. Manuel, onde Gil Vicente

representou sete dos seus Autos dedicados às rainhas D. Maria de Castela e D. Catarina da Áustria e o

Templo Romano, do séc. I a III DC, mais conhecido por Templo de Diana e que permanece um

monumento único do género em Portugal.

Outros monumentos de interesse histórico e patrimonial na cidade são o atual edifício do

Colégio Espírito Santo da Universidade de Évora, o antigo colégio dos Jesuítas construído pelo

cardeal-Rei Henrique em 1559, a Fonte renascentista do Largo das Portas de Moura, a Praça de

Giraldo, o centro urbano da cidade, e a nível de monumentos neolíticos, o Cromeleque dos Almendres

e a Anta do Zambujeiro, situada a 15 km de Évora.

A nível da oferta de Museus, a cidade conta com o Museu de Évora, com uma coleção de

pintura do século XVI e XVI, esculturas em pedra da Idade Média e do Renascimento, além de

cerâmicas, azulejos e joelharia de diferentes períodos, e os Museus de Arte Sacra, Museu de Artes

Decorativas, Museu de Carruagens ou Museu do Brinquedo, fazem parte do restante.

A nível da oferta de Arte Moderna e Contemporânea, a cidade conta com menores

equipamentos e ações. A Universidade de Évora, através dos cursos de Artes Visuais, promove

exposições e seminários neste âmbito, mas é na Fundação Eugénio de Almeida que existe um espaço

maior para a divulgação de obras de arte moderna ou de artistas contemporâneos. A Fundação tem um

plano de ação nos domínios cultural e educativo, social e espiritual, visando o desenvolvimento

humano pleno.

A cidade tem assumido, através das suas políticas e ações, uma vocação patrimonial, cultural,

universitária, e de serviços, com qualidade ambiental, que procura potenciar toda a área envolvente à

própria cidade.

5.1.2. Instalações escolares

O acesso à Escola Secundária Gabriel Pereira, em relação à cidade de Évora, é relativamente

fácil, na medida em que se situa numa zona onde parecem concentrar algumas das instituições de

ensino de Évora. A escola em si apresenta-se num complexo bastante organizado, onde chama logo à

atenção o edifício principal, no qual se situa o polivalente/sala de convívio e alguns gabinetes

correspondentes ao trabalho administrativo (sala de professores, papelaria, bar e biblioteca escolar) nos

pisos térreo e superior. Ainda de mencionar e não menos importante, podemos encontrar três

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23 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

instalações sanitárias no piso térreo deste edifício (uma para alunos e duas para pessoal docente e não

docente perto da sala de professores).

Em termos de material didático e recursos tecnológicos à disposição, a escola dispõe de um

“arsenal” relativamente vasto. Além dos pátios grandes, permitindo um fácil acesso a todos os locais

da escola, existem ainda três edifícios menores (refeitório, cozinha e secretaria), que vão dar acesso ao

edifício principal, dispostos ao longo de corredores exteriores e que posteriormente, vão dar às salas de

aula mais ligadas às áreas das Ciências e Tecnologias; Ciências Socioeconómicas; Línguas e

Humanidades (pavilhões “A1”, “A2” e “A3”). Os três restantes edifícios circundantes, dizem respeito

às áreas ditas mais práticas como as Artes Visuais e o Desporto. Seguido do edifício principal,

podemos encontrar as ditas Oficinas, pertencentes a dois edifícios que acabam por estar ligados,

denominadas por “O1” e “O2”. O primeiro tem à disposição quatro salas (tecnológica/visual), cada

uma com uma área relativamente grande, de forma a possibilitar o bom funcionamento dos materiais e

a mobilidade dos alunos e professores. O segundo tem apenas duas salas com uma área maior que as

anteriores, não havendo assim falta de espaço para trabalhar. É ainda de referir, que cada um dos

edifícios ligados às Oficinas tem ao dispor algumas arrecadações, de forma a poder guardar os

materiais utilizados em sala de aula.

Logo ao lado direito e adjacente às Oficinas encontra-se o Ginásio a meu ver, para além das

Oficinas, um dos maiores se tivermos em conta todos os edifícios pertencentes à escola. Para a prática

do desporto, encontra-se à disposição dos alunos quatro balneários (dois femininos e dois masculinos),

duas instalações sanitárias (uma para os alunos e outra para os professores e funcionários) e um

gabinete para o funcionário que está encarregue do respetivo edifício.

As ditas áreas mais teóricas, como já tínhamos referido antes, encontram-se nos pavilhões

“A1”, “A2” e “A3”. É de salientar que cada um destes pavilhões tem um pequeno átrio central,

permitindo aos alunos e professores circularem no espaço de forma mais harmoniosa. O denominado

“A3”, situado do lado esquerdo do pavilhão principal, é composto por três pisos respetivamente, nos

quais podemos encontrar dezassete salas de aula e três instalações sanitárias para alunos, distribuídas

pelos referidos pisos. Para além destas salas, tem ainda o gabinete do funcionário, um laboratório de

Física e um de Química no piso térreo, mais duas salas de Tecnologia/Visual no segundo piso. Ainda

de referir no mesmo piso a existência de uma sala de informática que se destaca pela sua área

relativamente maior comparada com as restantes.

Ao sair do pavilhão principal temos o pavilhão “A2”, composto por dois pisos que, semelhante

ao “A3”, contém também salas de aula, neste caso seis e duas instalações sanitárias para alunos,

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24 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

distribuídas por cada um dos pisos. Neste pavilhão podemos ainda encontrar um museu, dois gabinetes

ligados aos serviços de administração (Conselho Executivo) mais um laboratório no piso térreo e dois

gabinetes ligados ao serviço de psicologia da escola no piso superior.

O pavilhão “A1” é composto por dois pisos no qual se encontram sete salas de aula e duas

instalações sanitárias para alunos. No mesmo pavilhão podemos ainda referir a existência de dois

laboratórios no piso térreo, mais um anfiteatro, um gabinete e uma mediateca, no piso superior.

Para finalizar a descrição física deste espaço escolar pensamos ser interessante realçar os

variados recursos que a escola põe a deposição já antes mencionados. Assim sendo, no que respeita ao

lazer, a escola dispõe de uma biblioteca, uma mediateca, um bufete com espaço suficiente e

convidativo à descontração, um bar e ainda um refeitório.

Na imagem abaixo pode ser visualizada a planta da Escola Secundária Gabriel Pereira:

Figura 2

5.1.3. Organização e gestão da escola /Oferta educativa

Atualmente a oferta educativa da Escola Secundária Gabriel Pereira dispõe do ensino diurno e

noturno. Encontra-se dividida em três modalidades educativas que são os cursos Científico-

Humanísticos, os Cursos Profissionais e o Ensino Noturno.

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25 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

Nos cursos gerais destinados a progressão dos estudos, os científico-humanísticos, a escola

oferece as opções de Ciências e Tecnologias, Ciências Socioeconómicas, Línguas e Humanidades e

Artes Visuais.

Em relação aos cursos profissionais a oferta é bastante diversificada, sendo estes de saída com

diploma de nível III da União Europeia e visam abordar uma componente educativa mais técnica e

dirigida ao mercado de trabalho. Assim sendo os quatro cursos disponíveis denominam-se de Técnico

de Manutenção Industrial / Aeronaves (10º, 11º e 12º anos); Técnico de Gestão de Equipamento

Informáticos (12º ano); Técnico de Informática de Gestão (10º e 11º anos) e Técnico de Design de

Interiores e Exteriores (10º ano).

O ensino noturno oferece o Curso EFA B3 (Básico) Escolar; Curso EFA B3 (Básico) Dupla

Certificação; Curso NS (Secundário) Escolar; Curso NS (Secundário) Dupla Certificação; Módulos

Capitalizáveis e Vias de conclusão do nível secundário de educação ao abrigo do Dec. Lei nº 357/2007

de 29 de Outubro.

Além das anteriores ofertas educativas aqui descritas a Escola Secundária Gabriel Pereira

também dispõe de um Centro de Novas Oportunidade que integra o objetivo de assegurar a todos os

cidadãos maiores de 18 anos uma oportunidade de qualificação e certificação, de nível básico ou

secundário, adequada ao seu perfil e necessidades, numa determinada área territorial de intervenção.

5.1.4. Alunos, pessoal docente e não – docente

A escola dispõe de um total de 38 funcionários não docentes, entre Assistentes Operacionais e

Assistentes Técnicos. O Conselho Geral, órgão máximo da escola, é constituído por 23 elementos

entre, sendo o Presidente do Conselho Geral; um Diretor da Escola; sete representantes do Pessoal

Docente; dois representantes do Pessoal não Docente; quatro representantes dos pais e encarregados de

educação; dois representantes dos alunos; três representantes do Município e três representantes da

Comunidade Local.

A Direção é o órgão de administração e gestão da escola nas áreas pedagógica, cultural,

administrativa, financeira e patrimonial. É composta por cinco elementos: Um Diretor, um Subdiretor

e três Adjuntos. O Conselho Pedagógico é o órgão de coordenação e supervisão pedagógica e

orientação educativa da escola, nomeadamente nos domínios pedagógico-didático, da orientação e

acompanhamento dos alunos e da formação inicial e contínua do pessoal docente e não docente. Fazem

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26 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

parte deste conselho quinze elementos distribuídos pelos vários departamentos, bem com os

representantes das outras entidades constituintes da comunidade escolar

O Conselho Administrativo é o órgão deliberativo em matéria administrativo-financeira da

escola, nos termos da legislação em vigor. O seu mandato é de quatro anos e atualmente constituído

por três representantes: um Diretor, Subdiretor e um Chefe dos Serviços de Administração.

Os departamentos curriculares da escola estão repartidos por 4 áreas científicas: Departamento

de Matemática e Ciências Experimentais, Departamento de Línguas, Departamento de Ciências

Sociais e Humanas e o Departamento de Expressões. Além dos restantes órgãos existem ainda outras

estruturas Denominadas de Departamento de Orientação Educativa, Departamento de Educação e

Formação Profissional, Departamento de Educação de Adultos e Gabinete de Formação, Avaliação

Interna e Acompanhamento de Projetos.

5.1.5. Projeto Educativo e Plano Anual de Atividades

O Projeto Educativo da Escola Básica Gabriel Pereira (Ver ANEXO 6) centra-se sobretudo na

identidade que a escola tem construído ao longo dos anos, nomeadamente através da diversidade da

oferta educativa, equilibrando os cursos dirigidos para o prosseguimento de estudos ou os cursos

vocacionados para o ingresso no mercado de trabalho. O projeto pretende assim assegurar as

expetativas da comunidade educativa, apostando na tradição, mas com uma visão de futuro que se

impõe à escola pública.

Sendo assim, a escola definiu como princípios orientadores no seu Projeto Educativo a

promoção da qualidade de ensino na perspetiva da formação integral; a promoção de condições de

segurança e bem-estar em todo o espaço escolar; a valorização da participação e espírito de iniciativa e

comunidade; o desenvolvimento do espírito crítico, estético, cultural e científico; o reforço da

cooperação do espírito crítico, estético, cultural e científico; o reforço da cooperação entre os diversos

serviços, estruturas e órgãos de Administração e Gestão Escolar; a promoção de uma cultura de

autoavaliação e de interação com a comunidade local.

Salientamos o reforço no desenvolvimento do espírito estético expresso por diversas vezes no

Projeto Educativo, notando-se uma valorização desta dimensão em que as disciplinas do grupo de

Artes Visuais têm um papel fundamental.

O Plano Anual de Atividades (Ver ANEXO 7) procura operacionalizar as medidas expressas

no Projeto Educativo, constituindo-se como o suporte das prioridades aí estabelecidas. O documento

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27 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

está estruturado em quatro grandes objetivos estratégicos: a promoção do sucesso educativo,

conhecimento multidisciplinar e formação integral do aluno; a valorização dos recursos humanos; a

manutenção e aprofundamento entre a escola e a comunidade e o incentivo ao envolvimento dos

alunos, docentes, não-docentes, pais e encarregados de educação na vida escolar e nos órgãos de

administração e gestão da escola. Neste sentido, o Plano operacionaliza uma série de atividades através

dos vários departamentos curriculares e gestão da escola, que passam pelas atividades artísticas e

desportivas, conferências, palestras e workshops, exposições no espaço escolar, intercâmbios nacionais

ou internacionais através de projetos, reforço dos projetos, clubes e concursos pela escola, protocolos,

parcerias e diversas visitas de estudo.

As atividades surgem no Plano Anual de Atividades agrupadas por período letivo, ou ao longo

do ano letivo.

5.2. Escola Secundária de Tomás Cabreira

5.2.1. Caracterização geral da escola e da comunidade envolvente

A Escola Secundária de Tomás Cabreira foi criada em 1888, sendo então designada de Escola

de Desenho Industrial Pedro Nunes; uma origem que nos remete, à partida, para uma componente

técnica e artística que se tem vindo a desenvolver na região ao longo dos anos. Só em 1979 passou a

ter a atual designação, em homenagem ao estadista e republicano natural das terras do Algarve. A

escola está situada no centro da cidade, junto a áreas emblemáticas como a Alameda João de Deus, o

Tribunal de Faro ou a Biblioteca Municipal João Ramos Rosa. O edifício principal data de 1908,

construído para o Liceu Nacional de faro que aí funcionou até 1948.

Ao longo dos anos a Escola tem contribuído para a formação de quadros médios na região,

especialmente nos domínios tecnológico e artístico, o que lhe conferiu reconhecimento e prestígio,

dada a sua ligação ao mercado de trabalho, às empresas e instituições locais e regionais. Este prestígio

foi reconhecido publicamente em 2003, através da atribuição da Medalha da Cidade, grau ouro, e pela

homenagem e salva evocativa pelo Governo Civil de Faro e Câmara Municipal de Faro em 2008, nas

celebrações do 120º aniversário da escola.

Atualmente, a Escola Secundária de Tomás Cabreira continua a apostar numa oferta educativa

especialmente direcionada para as tecnologias e artes através de cursos e áreas de aprendizagem únicos

na região. Apesar do reconhecimento do prestígio, a escola sofre algum preconceito devido à

associação da sua imagem ao historial ligado à oferta de cursos de carácter mais técnico, sempre

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28 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

conotados com situações de insucesso ou indisciplina.23 Associa-se também a ideia de que os alunos

que se matriculam neste tipo de cursos não têm qualquer vocação para a área na qual acabam por obter

uma certificação profissional. Apesar da confirmação de alguns casos neste domínio, os dados, tal

como refere o Projeto Educativo de Escola, demonstram que se trata, de facto, de um preconceito, pois

os casos de indisciplina são pontuais e os alunos nos cursos de carácter mais prático terminam a

formação com resultados que se podem considerar de sucesso.

A cidade de Faro, sede de concelho e distrito, tem uma população de 41307 habitantes

divididos pelas freguesias da Sé e São Pedro. Tal como o demonstraram os Censos de 1991 e de 2001,

a cidade assistiu a um aumento exponencial de população nos últimos anos devido à criação do

Instituto Politécnico e da Universidade do Algarve, ao que se acresce outros fatores como a imigração.

Faro possui um inegável valor histórico a nível de património cultural e natural. A sua localização

privilegiada junto ao Parque Natural da Ria Formosa atrai milhares de turistas durante todo o ano. Ao

nível das ofertas culturais, a cidade tem assistido nos últimos anos ao aparecimento de diversas

associações, instituições e acordos que procuram dinamizar a cidade. Assim aconteceu com a Capital

Nacional da Cultura em 1995 (que deixou como principal marca o Teatro Municipal de Faro) ou o

AllGarve, que desenvolveu durante três anos uma extensa programação cultural no distrito. Além do já

referido teatro, a cidade conta ainda com o Teatro Lethes, o Auditório Pedro Ruivo, o Capa – Centro

de Artes Perfomativas do Algarve, a Biblioteca Municipal Ramos Rosa ou a Acta – Companhia de

Teatro do Algarve. O Cineclube de Faro é a associação mais antiga da cidade e continua até hoje a

promover a relação do cinema com a comunidade local e escolar. A cidade tem ainda o Museu

Municipal de Faro, dedicado ao passado histórico da região e com exposições temporárias de arte

contemporânea, o Museu Regional do Algarve, este de carácter mais etnográfico e a Galeria Trem,

para exposições de arte temporárias.

Ano plano desportivo e de lazer a cidade tem uma piscina municipal, pista de atletismo, um

skate park, numerosos ginásios de desporto e equipamentos de manutenção espalhados em alguns

locais propícios à prática desportiva na cidade.

Em termos económicos, o sector terciário predomina, nomeadamente o comércio e atividades

ligadas ao turismo.

Quanto à oferta de serviços escolares, a cidade conta com seis escolas básicas do 1º ciclo,

quatro escolas do 2º e 3ºciclo, três escolas secundárias e duas escolas particulares do 1º e 2ºciclos. 23 Esta associação negativa da imagem da escola foi referenciada no relatório do IGE de 2009 como um dos pontos fracos.

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29 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

Conta também com uma Universidade, dividida entre o Instituto Politécnico e várias faculdades, uma

Escola Profissional de Hotelaria e Turismo e várias escolas particulares de ensino de línguas.

5.2.2. Instalações escolares

As instalações escolares ocupam uma área de 14000 m2, distribuídos pelo edifício central e por

dois outros onde funcionam, respetivamente, o ginásio, os espaços oficinais, o refeitório e dois campos

de jogos. No edifício central situa-se a Direção, os Serviços de Administração Escolar, de Ação Social

Escolar, de Psicologia e Orientação e Núcleo de Apoio Educativo, a Reprografia, Biblioteca, o

Auditório Principal, Os Laboratórios de Física e Química e Biologia, salas de Informática, de Estudo,

de Diretores de Turma, de Receção de Pais / Encarregados de Educação, salas de trabalho e de

professores, o Polivalente, Associação de Estudantes, além das salas de aula. No edifício secundário

situa-se o ginásio, outro auditório e alguns espaços específicos, como as salas destinadas ao teatro e à

dança. No terceiro edifício, acém das salas de aula normais, estão situados os espaços específicos para

Artes, Design, Eletrónica, Mecânica e Mecatrónica.

A escola encontra-se atualmente em obras, através da construção ou modernização de novos

espaços. O antigo edifício central, que será renovado mantendo as suas características arquitetónicas,

passará a albergar o Órgão de Administração e Gestão, os Serviços de Administração Escolar, o

Centro Novas Oportunidades, sala de professores e salas de trabalho para docentes para os Serviços

Especializados de Apoio Educativo, pessoal não docente, Associação de Pais, entre outros. Foram

construídos ainda três novos edifícios com diversas valências, incluindo as artes visuais e artes do

espetáculo, áreas laboratoriais e informáticas, oficinas de eletricidade/eletrónica, mecatrónica e

instalações para a prática da educação física e ainda a Biblioteca, o Auditório e a áreas para alunos,

bufete e cantina. Em todo o campus da Escola está disponível acesso wireless à internet.

5.2.3. Organização e gestão da escola / Oferta educativa

O Conselho Geral, órgão máximo da escola, é constituído por vinte e um elementos: sete

representantes do pessoal docente, dois representantes dos funcionários não docentes, quatro

representantes dos pais e encarregados de educação, um representante dos alunos do ensino diurno, um

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30 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

representante dos alunos do ensino noturno, três representantes do município e três representantes da

comunidade local. O Diretor participa nas reuniões do Conselho Geral, sem direito a voto.

O Diretor é coadjuvado no exercício das suas funções por um subdiretor e por dois adjuntos.

Preside ainda ao Conselho Pedagógico e Administrativo. O Conselho Pedagógico é composto por

catorze membros: o Diretor, os coordenadores dos quatro departamentos curriculares, um representante

dos pais e encarregados de educação, um representante dos alunos, o coordenador do ensino regular e

cursos artísticos especializados, o coordenador do ensino recorrente noturno, o coordenador dos cursos

profissionais, o coordenador dos cursos de educação e formação, o coordenador da biblioteca escolar,

um representante dos projetos de desenvolvimento educativo e um representante das estruturas de

orientação e apoio educativo. Os representantes dos pais e encarregados de educação e dos alunos só

participam nas reuniões da Comissão Especializada do Conselho Pedagógico.

O Conselho Administrativo é constituído pelo Diretor, Subdiretor e Coordenadora Técnica.

A constituição de turmas deve obedecer a critérios de natureza pedagógica e enquadrados

legalmente. No sentido da inclusão e da promoção pela equidade e justiça, a escola desenvolve a um

trabalho específico nos domínios do Ensino Especial, Apoio Socioeducativo e de Tutorias. As

atividades nestes domínios enquadram-se na legislação aplicável, consoante o tipo de necessidade

educativa e de aprendizagem detetadas no aluno.

Os Serviços Especializados de Apoio Educativo abrangem situações de necessidades

educativas especiais decorrentes de limitações ou incapacidades sistemáticas e prolongadas,

relacionando-as com situações de natureza social ou familiar, que possam dificultar a aprendizagem. O

processo envolve uma equipa multidisciplinar (docentes especializados, psicólogo e terapeutas, entre

outros) que trabalham com os alunos, articulando esse trabalho com os Conselhos de Turma

respetivos, com a Direção e outros intervenientes da comunidade educativa. Nos três últimos anos

letivos anteriores frequentaram a escola quatro alunos com deficiência auditiva, pelo que faziam parte

da equipa uma formadora e uma tradutora / intérprete de Língua Gestual Portuguesa. Os alunos

concluíram o curso científico – humanístico de artes visuais e prosseguiram os estudos no ensino

superior no presente ano letivo.

O Apoio Socioeducativo visa responder a dificuldades de aprendizagem de carácter temporário,

identificando os constrangimentos ao processo de ensino e aprendizagem, na sequência da apreciação

feita em Conselho de Turma. É concretizado através de aulas de Apoio Pedagógico Acrescido e

frequência da Sala de Estudo. A Tutoria é uma modalidade de apoio pedagógico transdisciplinar,

individual ou em grupo, pontual ou sistemática. Assume as vertentes de diagnóstico, de apoio e

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31 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

encorajamento. Destina-se a situações de desajustamento psicológico, relacional, emocional ou social

(frequentemente com origens externas à escola) ou a situações em que se verifica a ocorrência de pré-

requisitos insuficientemente consolidados, que impeçam a aprendizagem.

Os Departamentos Curriculares dividem-se pelo Departamento de Línguas, Ciências Sociais e

Humanas, Matemática e Ciências Experimentais e Expressões.

A oferta educativa, através do ensino diurno e noturno, divide-se entre os Cursos Cientifico –

Humanísticos, os Cursos Profissionais, os Cursos Artísticos Especializados e os Cursos de Educação e

Formação. Nos Cursos Científico Humanísticos, a escola tem uma oferta de formação na área das

Ciências e Tecnologias, Ciências Socioeconómicas e Artes Visuais.

Nos Cursos Profissionais a escola oferece um variado leque de opções no âmbito da área

artística, como Artes do Espetáculo, Audiovisuais e Produções dos Media ou Design, na área da gestão

e Comércio, como os cursos de Comércio, Marketing e Publicidade, Contabilidade e Fiscalidade,

Gestão e Administração, Secretariado e Trabalho Administrativo ou Ciências Informáticas, na área

tecnológica, através dos cursos de Eletricidade e Energia, Eletrónica e Automação ou Química, a ainda

um curso profissional em Proteção do Ambiente.

Nos Cursos Artísticos Especializados a escola oferece os cursos de Design de Comunicação,

Design de Produto, Comunicação Audiovisual e Produção Artística.

Os Cursos de Educação e Formação dos tipos 4 e 5 e de formação complementar, nas áreas de

eletricidade e energia, informática e administração e comércio deverão continuar a constar da nossa

oferta educativa, dando assim resposta aos alunos com historiais de insucesso nos restantes cursos,

proporcionando mais uma alternativa para a conclusão do ensino secundário. Continua a ser propósito

da escola constituir-se como um Centro de Novas Oportunidades, oferecendo Cursos de Educação e

Formação de Adultos de formação escolar e de dupla certificação nas áreas da Eletricidade e Energia,

Ciências Informáticas, Secretariado, Animação Sociocultural e Trabalho Administrativo de nível

Básico (B3) e Secundário, bem como Formações Modulares no âmbito do projeto Português para

Todos, na área do Português Língua Não Materna, alargando, no futuro, a outras áreas de formação.

5.2.4. Alunos, pessoal docente e não-docente

Atualmente a Escola tem 688 alunos no Ensino Diurno e 179 no Ensino Noturno. Dos alunos

do Ensino Diurno, 44,6 % são do Ensino Regular, 45,2 % dos Cursos Profissionais, 7,9 % dos Cursos

Artísticos Especializados e 2,3 % dos Cursos de Educação e Formação.

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32 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

A escola tem no presente ano letivo 112 professores, sendo 78,6% pertencentes ao quadro da

escola, afigurando-se como um corpo docente estável. Mais de 55 % do total do corpo docente leciona

há mais de 16 anos; cerca de 39 % leciona há mais de 21 ano e cerca de 16 % leciona há mais de 26

anos. A Escola dispõe de um total de 43 funcionários não docentes, entre Técnicos Superiores,

Assistentes Técnicos e Assistentes Operacionais.

5.2.5. Projeto Educativo e Plano Anual de Atividades

O Projeto Educativo pretende consagrar a orientação educativa da escola (Ver ANEXO 8),

explicitando os princípios, valores, metas e as estratégias segundo as quais esta se propõe cumprir a

sua função educativa, constituindo-se, assim, como um instrumento estratégico fundamental para o

cumprimento da sua missão.

Os eixos estratégicos são sintetizados em três grandes áreas de atuação: Uma escola de sucesso,

que visa melhorar o sucesso e a qualidade da oferta educativa numa lógica de desenvolvimento integral

dos alunos: Uma escola de valores, procurando contribuir para o desenvolvimento da cidadania e

igualdade de oportunidades para todos os alunos, valorizando os alunos e a promoção da participação

ativa dos Pais e Encarregados de Educação, e por fim, a Promoção de boas práticas e da imagem da

Escola que apela ao pleno envolvimento da comunidade educativa.

A Educação Artística é um dos vetores do plano de formação da escola, centrado na qualidade

pedagógica e boas práticas de ensino.

O Plano Anual de Atividades é um documento estratégico que concretiza os objetivos

preconizados no Projeto Educativo (Ver ANEXO 9). O documento refere que não é um plano fechado,

pois além das propostas apresentadas no início do ano letivo por cada departamento, estará também

aberto a outras propostas surgidas no decorrer do ano. O Plano está estruturado segundo os núcleos de

ação que operam na escola, em vez de uma simples descrição cronológica. São eles:

- Intervenção na organização e funcionamento da Escola;

- Exercício da cidadania e projeção da Escola no exterior;

- Plano Tecnológico;

- Biblioteca Escolar;

- Departamentos Curriculares e respetivas propostas de visitas de estudo e saídas ao exterior;

- Projetos de Desenvolvimento Educativo;

- Serviço de Psicologia e Orientação e Educação Especial;

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33 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

- Mapa-Resumo das despesas/receitas previstas.

6. O CINEMA NA COMUNIDADE E NAS ESCOLAS

6.1. Panorama do cinema nas cidades de Évora e Faro

Uma comparação da oferta a nível de cinema das cidades de Évora e Faro revela grandes

diferenças, quer a nível das salas para projeção de cinema, quer a nível da oferta de várias instituições

e associações relacionadas com o cinema. A análise a seguir apresentada pretendeu focar-se nestes dois

aspetos: os recursos para a exibição de filmes e a consequente rotina dos habitantes no consumo de

cinema e as atividades ligas ao cinema dinamizadas nas cidades.

Para melhor compreender o panorama cinematográfico da cidade de Évora e Faro ao longo dos

últimos anos, uma das fontes importantes a analisar foi precisamente os dados estatísticos fornecidos

pelo ICA, desde o ano 2004 a 2010, data da última recolha de amostragem. Esta estatística tem por

base a comparação entre distritos. Podemos concluir que no distrito de Évora, no ano de 2004 existiam

4 ecrãs em 3 recintos diferentes, perfazendo um total de 738 lugares. Ao longo desse ano, foi obtida

uma receita bruta de 411 mil euros, através da presença de 106.558 espetadores e durante 2213 sessões

realizadas. Quanto a Faro, os números divergem substancialmente. No ano de 2004 existiam 29 ecrãs

em 8 recintos diferentes, tendo sido obtida uma receita bruta de 4 779 927,64 euros, através da

presença de 1 152 957 espetadores, em 39 519 sessões realizadas.

Figura 3

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34 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

Comparativamente, no ano de 2010, registou-se uma clara evolução. Em Évora,

contabilizaram-se 10 ecrãs, distribuídos por 9 recintos diferentes e com um total de 2253 lugares para

o público. Nesse mesmo ano, foi ainda possível averiguar que a receita bruta diminuiu claramente,

tendo sido apenas cerca de 49 mil euros. A cidade contou com a presença de 18.637 espectadores ao

longo de 795 sessões. Quanto a Faro, o número de ecrãs subiu para 36, em 8 recintos diferentes e com

um total de 5 610 lugares para o público. O número de espetadores atingiu os 1 023 904, com uma

receita de cerca de 5 188 000 euros.

Figura 4

Dados estatísticos do ICA (Instituto do Cinema e Audiovisual) Fonte: http://www.ica-ip.pt/pagina.aspx?pagina=392, acedido a 18 Março 2012

De seguida, fora do domínio dos equipamentos e salas de cinema, apresentamos uma descrição

sumária das atividades relacionadas com Cinema nas cidades de Évora e Faro, sejam a cargo de

organizações do município ou instituições independentes.

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35 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

Évora

FIKE - Festival Internacional de Curtas-Metragens

Figura 5 Fonte: http://i-cdn.fikeonline.net/media/2011/img/fike-logo.png Website: http://www.fikeonline.net Mostra e competição de curtas-metragens nacionais e internacionais;

Desenvolvimento de atividades ligadas ao cinema durante os dias do evento.

O FIKE é um Festival Internacional de Curtas-Metragens independente e organizado pelas

associações culturais sem fins lucrativos Cineclube da Universidade de Évora e Páteo do Cinema -

Núcleo de Cinema da Sociedade Operária de Instrução e Recreio Joaquim António de Aguiar (Pessoa

Coletiva de Utilidade Pública Reconhecida) e pela Estação Imagem.

A primeira edição do FIKE aconteceu no ano de 2001, tendo sida repetida anualmente até ao

presente. A multiculturalidade do festival é comprovada pela origem dos filmes a concurso. Na última

sessão estiveram presentes curtas oriundas de países e culturas tão diversas como Bulgária, Estónia,

Suécia, França, Alemanha, Holanda, Reino Unido, Austrália, Canadá, Estados Unidos, Coreia do Sul

ou Irão, para além, claro, de Portugal.

Figura 6

Fonte: http://2.bp.blogspot.com/-7oOfltnCfdU/TqLOpj7XHPI/AAAAAAAAAsM/eTdGGOI4JgA/s1600/cartaz%2BFIKE%2B2011.jpg

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36 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

S.O.I.R. Joaquim António de Aguiar

Figura 7 Fonte: http://www.fikeonline.net/media/img/logos/200/soir.gif

Website: http://soirjaa.wordpress.com/

Organização de eventos culturais com especial incidência sobre o cinema e o teatro;

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37 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

Auditório Soror Mariana

Website: http://auditorio.blogspot.com/

Morada: Rua Diogo Cão, 8, 7000-872 Évora, Portugal

E-mail: [email protected]

Espaço dedicado à exibição de cinema, atualmente um filme por semana (entrada paga);

60 Lugares para o público.

Figura 8

Fonte: http://2.bp.blogspot.com/-WFqAKHs8rBI/T1jHYsKxBBI/AAAAAAAAAu8/OFJJQYkWP-Q/s1600/cartaz_prog_mar%25C3%25A7o.JPG

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38 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

Cineclube da Universidade de Évora

Figura 9 Fonte: http://www.cineclube.uevora.pt/cine_logo2.gif Website: http://www.cineclube.uevora.pt/ Espaço dedicado à cultura de obras conhecidas das História do Cinema;

Exibição de cinema independente, principalmente Português e Europeu;

O Cineclube da Universidade de Évora nasce essencialmente com o objetivo de possibilitar o

acesso a formatos e géneros cinematográficos ausentes na exibição comercial. Por outro lado, terá de

ser gerador de cumplicidades e de desafiar os Departamentos, os Núcleos e Associações, no sentido de

promover uma maior (e melhor) utilização do Cinema na Universidade de Évora.

Ao pretender equipar o Auditório com som e projeção cinematográfica, o Cineclube procura

criar um espaço privilegiado para as iniciativas ligadas ao cinema. Um espaço de lazer e cultura, onde

se poderá ver "aquele filme" e onde poderão decorrer aulas em que a imagem é o suporte da forma e

do conceito.

Neste século XXI, caracterizado pela globalização e integração europeia, a memória, o

conhecimento e a cultura serão as únicas formas de preservação da matriz de valores e hábitos

culturais característicos de uma sociedade Humana e Humanista como a portuguesa. O enquadramento

da nossa realidade neste contexto só pode acontecer com uma base sólida de conhecimento e de

cultura. Para que o conhecimento e o convívio com as diferenças culturais nos permita uma resposta

capaz aos novos desafios.

Paralelamente à exibição cinematográfica o Cineclube organizará exposições temáticas na

Galeria de Exposições temporárias, conferências e debates com realizadores, atores, críticos de

cinema, etc. O Cineclube incluirá ainda a promoção de outras atividades culturais, bem como a

colaboração com outras entidades para a realização de projetos comuns, criação de parcerias com

instituições públicas ou privadas visando a criação de sinergias capazes de permitir a manutenção de

um nível de funcionamento e exigência compatível com os objetivos propostos.

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39 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

Sessões Cinema ao Ar Livre

Figura 10

Fonte: http://www.metronews.com.pt/wp-content/themes/comfy-plus/scripts/phpThumb/phpThumb.php?src=/wp-content/uploads/2011/07/Cinema-no-Ver%C3%A3o_2.jpg&w=630&h=500&q=80 Local: Praça de Sertório

Exibição de curtas-metragens ao ar livre, durante o Verão, apelando à forma mais tradicional

de “ver filmes” na cidade.

De Julho de Setembro de 2011 a Câmara Municipal de Évora apresentou a 6ª edição de mais uma

temporada do evento “Cinema no Verão” na Praça de Sertório. Trata-se de uma projeção ao ar livre e

de acesso gratuito a todos os cidadãos e turistas, que desejem participar nas sessões. A iniciativa conta

com a exibição de filmes portugueses e estrangeiros.

O certame, uma coprodução entre a Câmara Municipal de Évora, o Cineclube da Universidade de

Évora, o Pátio do Cinema - SOIR Joaquim António d’Aguiare o FIKE-Festival de Curtas Metragens de

Évora, já vai na 6ª edição e continua a juntar mais público todos os anos, para uma experiência de

cinema ao ar livre, que já não é tão comum nos nossos dias, mas que há umas décadas atrás era a única

forma de se “ver” cinema.

Programação oficial de 2011, retirado da Agenda Cultural de Évora:

“Um dia de cada vez”, de Mike Leigh “Quem quer ser Milionário”, de Danny Boyle “Uma História de Encantar”, de Kevin Lima “Um Amor de Perdição”, de Mário Barroso “Gran Torino”, de Clint Eastwood “O Último dos Homens”, de Murnau (filme-concerto com Arsénio Martins Ensemble) “Aquele Querido Mês de Agosto”, de Miguel Gomes

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40 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

Casa da Zorra

Figura 11 Website: http://zorraproducoesartisticas.weebly.com Horário de funcionamento: De quarta-feira a sábado, aberto a partir das 21:30 Organização e exibição semanal de eventos artísticos.

A Zorra Produções Artísticas é uma Cooperativa Cultural que vocaciona o seu trabalho nos

campos do cinema, teatro, performance, música, artes plásticas e através de projetos artísticos de

intervenção social.

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41 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

Faro

Cineclube de Faro

Figura 12 Fonte: http://www.sulinformacao.com/wp-content/uploads/Logo-Cineclube-de-Faro1.jpg

Website: http://cineclubefaro.blogspot.com

Organização e exibição semanal de ciclos temáticos de cinema.

Espaço de pesquisa e investigação na área do cinema

O Cineclube de Faro é um dos mais antigos do país, e permanece como a associação mais

antiga da cidade de Faro. Iniciou a sua primeira sessão a 6 de abril de 1956, e desde aí tem mantido

uma atuação ininterrupta na divulgação de cinema junto da comunidade e em estreita ligação com as

associações locais e com as escolas, nomeadamente através da rede JCE (Juventude, Cinema e Escola).

O Cineclube inaugurou recentemente novas instalações na cidade de Faro, onde é possível a

exibição de ciclos de cinema num pequeno auditório. Tem disponível uma extensa biblioteca e dvdteca

que está acessível aos estudantes de qualquer nível de ensino e aos investigadores na área do cinema.

As sessões regulares realizam-se todas as terças-feiras no auditório do Instituto Português da

Juventude, com uma apresentação inicial do filme em causa no início de cada sessão. Nos meses de

verão as sessões são transferidas para espaços mais amplos e ar livre, como os claustros do Museu

Municipal, o Bar “Os Artistas” ou no Pátio das Letras.

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42 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

Associação Recreativa e Cultural de Músicos

Figura 13 Fonte: http://www.barlavento.pt/upload/multimedia/TN1327926934.jpg

Website: http://www.arcmusicos.org/

Associação de defesa, divulgação e promoção de atividades cultural, em especial a música

Ciclos de Cinema Temáticos com debate

A Associação Recreativa e Cultural de Músicos tem desenvolvido a sua ação na cidade de Faro

com especial destaque na área da Música. No entanto, no sentido de um alargamento das atividades

culturais, iniciou no ano de 2010 os Ciclos de Cinema Temáticos, seguidos de debate. A entrada é

livre.

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43 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

Draculea, Café-Bar

Figura 14 Fonte: http://porosidade-eterea.blogspot.pt/2010/07/outras-sugestoes-para-os-proximos-dias.html

Website: http://draculeacafebar.blogspot.pt/

Espaço de convívio e promoção de atividades culturais

Ciclos de Cinema Temáticos com debate

Espaço dinamizado por ex-alunos e alunos de Artes Visuais da Universidade do Algarve,

frequentado maioritariamente por jovens e alunos universitários da área artística. Pretende ser um

espaço de convívio onde possam interagir várias manifestações artísticas. Desde sempre, o cinema tem

ocupado lugar de destaque na programação desde espaço, desde as sessões temáticas comentadas ou a

utilização de filmes ou excertos de filmes em sessões de poesia. Semanalmente é organizada uma

“Noite de Artes Criativas”, que engloba também o vídeo e o cinema. Um evento mais específico

surgiu com as “Noites de Dollywood”, onde um anfitrião convidado apresenta um ou dois filmes,

seguindo-se no final uma tertúlia. De referir que este evento está aberto ao público em geral; basta

propor um filme a apresentar através da página do Facebook. Até à presente data, o Draculea

organizou a 5ª sessão das “Noites de Dollywood”.

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44 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

Figuras 15, 16, 17, 18, 19

Fonte: http://draculeacafebar.blogspot.pt/

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45 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

Universidade do Algarve

Figura 20 Fonte: http://4.bp.blogspot.com/_0ONE-ZMEHJc/SSKeSMvj9jI/AAAAAAAAAXM/N9bS0hCc22E/s400/ualg_logo.png

Website: http://www.ualg.pt/

A Universidade do Algarve foi fundada à cerca de 30 anos e resultou da união das duas

instituições previamente existentes: a Universidade do Algarve, criada pela Lei n.º 11/79 de 28 de

Março e o Instituto Politécnico de Faro, criado pelo decreto-lei n.º 513-T/79, de 26 de Dezembro.

Atualmente, a Universidade do Algarve oferece vários cursos na área das artes e comunicação

onde o cinema está integrado nos currículos e plano de estudos.

Escola Superior de Educação e Formação

Website: http://www.ese.ualg.pt/

Licenciatura em Imagem Animada

O curso de licenciatura em Imagem Animada, com uma duração de três anos e inaugurado no

presente ano letivo, pretende formar animadores, profissionais criativos capazes de exercer um

conjunto de atividades, no âmbito geral da produção de documentos visuais e audiovisuais para

cinema, televisão, jogos e telemóveis, suportada por linguagens, metodologias e sistemas de produção

de ilusão de movimento aparente.

Mostra de Cultura Fílmica

Website: http://www.facebook.com/pages/Mostra-de-Cultura-F%C3%ADlmica/113009135408000

Evento resultante da cadeira de Cultura Fílmica da Licenciatura em Ciências da Comunicação,

da Escola Superior de Educação e Comunicação. Mostra de filmes e contacto direto com os

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46 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

realizadores, produtores ou atores. A Mostra estende-se à cidade vizinha de Olhão, com o apoio do

Cineclube de Olhão.

Figura 21 Fonte: http://leyanopatiodeletras.blogspot.pt/2011_05_01_archive.html

Faculdade de Ciências Humanas e Sociais

Website: http://www.fchs.ualg.pt/index.asp

Licenciatura em Artes Visuais e Estudos Artísticos, ambos com uma forte componente na área

do Cinema

Mestrado Em Comunicação, Cultura e Artes: Especialização em Estudos da Imagem / Ciências

da Comunicação, também com uma forte componente curricular na área do cinema e com

projetos de investigação nesta área

Mestrado em Estudos Artísticos

CIAC – Centro de Investigação em Artes e Comunicação

Figura 22 Fonte: http://www.dcbdesign.pt/galeria/big/ciac1.jpg

Website: http://www.ciac.pt/

O CIAC resulta da fusão de dois centros não financiados: o Centro de Investigação em Ciências da

Comunicação e Artes (Universidade do Algarve) e o Centro de Investigação em Teatro e Cinema (Escola

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47 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

Superior de Teatro e Cinema do IPL). Tem como objetivo desenvolver investigação aplicada e redes de

investigação em artes e comunicação e implementar laboratórios de criação artística nas áreas do Teatro,

Cinema e outras artes.

Atualmente o CIAC tem 4 linhas de investigação: Artes e (Novas) Tecnologias, Problemas da

Educação e Divulgação Artística e Tecnológica, Estudos Historiográficos, Críticos, Teóricos e

Culturais sobre as Artes e os Media, Linguagens, Suportes e Materiais e Literacias das Artes e dos

Media. O CIAC apoia diversos projetos ligados ao Cinema, nomeadamente a realização de curtas e

longas-metragens. Tem nos últimos meses promovido a edição de livros pelos investigadores e

apoiado a organização de palestras ligadas ao cinema.

Em 2010 realizou-se em Faro o I Encontro Anual da AIM – Associação da Imagem em

Movimento, que contou com várias colaborações de investigadores do CIAC na área do Cinema. De

salientar igualmente as palestras que o CIAC dinamiza, abertas à comunidade universitária e não só,

com temas relacionados com Cinema.

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48 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

Algarve Film Comission

Figura 23

Fonte: http://www.eticalgarve.com/images/parceiros/algarvefilm.jpg

Website: http://www.algarvefilm.com/site/index.php

Apoio a diversas produções cinematográficas e organização de eventos ligados ao cinema

O Algarve Fil Commision procura apoiar os projetos cinematográficos, nacionais ou

internacionais, que procuram no Algarve uma base sólida para a produção ou filmagens. Tem uma

parceria com ETIC – Escola Técnica de Imagem e Comunicação, polo de Portimão.

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49 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

Festivais de Cinema

- FICA (Festival Internacional de Cinema do Algarve) / Associação organizadora

Figura 24

Fonte: http://www.cm-lagos.pt/portal_autarquico/lagos/v_pt-PT/pagina_inicial/destaques/30+edicao+do+fica.htm

Website: http://www.algarvefilmfest.com/

Extensão em Faro do Festival Internacional de Cinema do Algarve

- Festa do Cinema Francês

Figura 25

Fonte: http://www.festadocinemafrances.com/12a/?page_id=2821

Extensão em Faro da festa do Cinema francês

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50 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

Mostra de Curtas – Metragens

Figura 26

Fonte: http://photos-h.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-ash4/217272_211309748895565_211309512228922_804537_6817097_a.jpg

Website: http://www.laboratoriodeartesemediadoalgarve.blogspot.com/

Laboratório de artes, que promove ações ligadas ao Cinema

O LAMA – laboratório de Artes Criativas é uma recente associação cultural fundada na cidade de

Faro. Desde o ano de 2010 organiza uma Mostra e Concurso de Curtas-Metragens, com concertos ao

vivo.

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51 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

Teatro Municipal de Faro e Teatro Lethes

Figura 27

Fonte: http://www.tvmdesigners.pt/imgs/2006/4-Teatro%20Municipal%20de%20Faro/1a.jpg

Website: http://www.teatromunicipaldefaro.pt/teatro/default/default.asp

Website: http://www.teatromunicipaldefaro.pt/teatro/teatrolethes/default.asp

Ciclos de cinema ou sessões temáticas

O Teatro Municipal de Faro e o Teatro Lethes, ambos dinamizados pelo município de Faro,

recebem eventos do CIAC ou Algarve Film Comission. Por vezes, apresentam Ciclos de Cinema sob

várias temáticas. O Teatro Municipal de Faro, por exemplo, recebeu no ano de 2010 um conjunto de

curtas-metragens de jovens estudantes de Cinema de uma Escola Alemã, com a presença dos

realizadores.

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52 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

Projeto JCE (Juventude, Cinema e Escola)

Figura 28 Fonte: http://2.bp.blogspot.com/_Uo5lV4NQpBw/SxhLxYEmnuI/AAAAAAAAAsU/XyiKHcM8c3k/s200/JCinemaE%5B1%5D.jpg

Ensino sistemático e sequencial de um conjunto de conteúdos temáticos e cinematográficos do

1º ciclo ao ensino secundário

O JCE (Juventude, Cinema e Escola) funciona através de uma parceria entre a Direção

Regional de Educação do Algarve (DreAlg) e o Cineclube de Faro. Existente há 14 anos, permanece

como único e inovador no que diz respeito às relações entre o cinema e a escola. Abrangendo escolas

básicas e secundárias, propõe uma série de atividades no âmbito da história e técnica do cinema, que

passam pelo visionamento e análise filmes e a sua exploração em estreita articulação com as diversas

áreas disciplinares. Os objetivos principais passam pelos seguintes pontos:

Testar a Capacidade de Observação.

Implementar a análise e avaliação dos filmes.

Conhecer a linguagem, técnica e história do cinema.

Reconhecer o Cinema como Meio de Comunicação e Expressão Artística

Promover a interdisciplinaridade e o trabalho de projeto.

As sessões (três vezes por ano, sendo os filmes selecionados pela coordenação do projeto) são

realizadas em sala de cinema, onde os alunos têm uma introdução oral a carga da professora Graça

Lobo, coordenadora regional do JCE (Ver ANEXO 10). A análise dos filmes é feita posteriormente em

sala de aula, com recurso a fichas informativas e DVD’s didáticos. Os conteúdos a explorar a partir

dos filmes foram elaborados tendo em conta os programas das disciplinas nos vários níveis de ensino,

pelo que a interdisciplinaridade é possível. Todos os trabalhos produzidos pelos alunos baseados nas

aprendizagens, quer tenham sido feitos na escola ou em casa, vão a concurso na Festa do Cinema, que

se realiza sempre no final de cada ciclo de ensino (6º, 9º e 12º ano). Esta festa, realizada em cada ano

numa cidade diferente no Algarve, pretende promover o convívio e partilha de ideias e produções

pelos professores e alunos da rede JCE. Além dos trabalhos a concurso, são dinamizadas palestras e

um Cine Quiz, aberto a todas as turmas, sobre linguagem cinematográfica.

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53 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

O JCE tem desenvolvido também diversas ações de formação destinadas aos professores

participantes no projeto, sob a temática do Cinema. A sua implementação nas escolas do Algarve

esteve na origem da criação da disciplina de Cinema como opção artística no 3º ciclo.

Website da disciplina: http://www.cinemano3ciclo.blogspot.com/

A estruturação do programa JCE pode ser definida da seguinte forma:

Figura 29

Fonte: http://www.drealg.min-edu.webside.pt/content_01.asp?BtreeID=02/05&treeID=02/05/00/00&auxID=menudir

Pretende-se que os alunos, num percurso que vai desde o 2º ciclo até ao final do ensino

secundário, adquirem conhecimentos que promovam uma literacia cinematográfica. O saber

interpretar um filme reconhecendo os seus códigos e técnicas, relacionando com as diversas artes e

a cultura em geral, e consequentemente amar o cinema, é uma finalidade do programa JCE desde a

sua implementação há 14 anos atrás.

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54 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

Projetos “Ver para Ler” e “Cinema Entre Linhas”

Figura 30 Fonte:

http://3.bp.blogspot.com/_gWlyGcRQqF0/TU_vZa575yI/AAAAAAAACWU/RWJZl6YioAk/s1600/logo+cinema+entre+linhas%255B1

%255D.jpg

Website: http://www.drealg.min-edu.pt/content_newsdet.asp?newsID=3176&auxID=news

Ambos os projetos procuram relacionar o cinema com a literatura. O “Ver para Ler” é um

projeto da Direção regional de Educação do Algarve e o “Cinema Entre Linhas” é um projeto da

Biblioteca Municipal de Faro, co- financiado pela Fundação Calouste Gulbenkian. As principais ações

dos projetos, dinamizados essencialmente nas escolas da cidade, passam pelo seguinte:

Sessões de Cinema comentadas, para vários públicos

Workshops para alunos, professores e público em geral (Como fazer uma curta metragem)

“Leitura e Escrita, Criatividade e Ação”, do Ver Para Ler (a partir de filmes)

Projeções de filmes e conversas com atores, produtores e realizadores

Ciclo de “Conversas sobre Literatura e Cinema”, com vários convidados

Concurso de Curtas-metragens para o 3º ciclo e Secundário

A cidade de Faro possui ainda, no Fórum, a SBC Cinemas, com 12 salas, sendo duas para

projeções em 3D. É de referir que as cidades localizadas a poucos kms de Faro, como Olhão, Loulé ou

Tavira, oferecem igualmente uma vasta área na área do Cinema.

6.2. Escola Secundária Gabriel Pereira, Évora

6.2.1.Presença do cinema nos projetos e planos da escola / Recursos

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55 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

A biblioteca da Escola Secundária Gabriel Pereira tem alguns equipamentos ligados ao

audiovisual, a que se junta uma extensa listagem de DVD’s disponíveis para os alunos. Os

equipamentos disponíveis para os alunos, além dos livros, revistas e filmes, são os seguintes:

9 Computadores; 20 Mesas de trabalho com 54 lugares individuais; 1 Espaço de leitura com 7 lugares individuais; 2 Espaços de vídeo (ecrã 19 polegadas com colunas embutidas, leitor de DVD, 2 lugares

individuais); 1 Máquina Fotográfica; 1 Projetor de Vídeo;

Os filmes disponíveis para visualização no próprio espaço ou através de aluguer encontram-se

divididos pelos seguintes géneros:

Comédia; Policial, Espionagem, Suspense Atualidade, Jornalismo, Notícias; Educativo, Instrutivo, Informativo, Filmes Patrocinados; Não Ficção por Assuntos; Filmes/Programas animados; História, Dramas Sociais, Filmes de Época.

6.2.2. O Cinema no Departamento de Expressões

O cinema está pouco presente na planificação do Departamento de Expressões. Na listagem

abaixo, são apresentadas as disciplinas que compõem o grupo de Artes Visuais na oferta escolar,

verificando-se que apenas surgem metodologias ligadas ao Cinema na planificação de Oficina

Multimédia B.

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56 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

Metodologias cinematográficos propostos nas planificações das disciplinas

Desenho A (Ver ANEXO 11)

Nenhuma metodologia apontada. Geometria Descritiva A (Ver ANEXO 12)

Nenhuma metodologia apontada. História da Cultura e das Artes (Ver ANEXO 13)

Nenhuma metodologia apontada. Oficina de Artes (Ver ANEXO 14)

Nenhuma metodologia apontada. Oficina Multimédia B (Ver ANEXO 15)

Metodologia baseados em objetos multimédia concretos. Desenho e Comunicação Visual (Ver ANEXO 16)

Nenhuma metodologia apontada. Design de Interiores e Exteriores (Ver ANEXO 17)

Nenhuma metodologia apontada. Desenho de Comunicação (Ver ANEXO 18)

Nenhuma metodologia apontada. Desenho Assistido Por Computador (Ver ANEXO 19)

Nenhuma metodologia apontada. Materiais e Tecnologias (Ver ANEXO 20) Nenhuma metodologia apontada.

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57 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

A nível geral, o Plano Anual de Atividades definiu para o presente ano letivo algumas

atividades ligadas aos audiovisuais e ao Cinema.

*Documento retirado e adaptado a partir do Plano Anual de Atividades (PAA) oficial do ano letivo 2011-2012, retirado do website da Escola Secundária Gabriel Pereira http://www.esgp.edu.pt/, acedido a 11 novembro 2011

Ações

Objetivos

Responsáveis

Destinatários

Recursos materiais

Calendário

Ciclo de Cinema Espanhol – Projeção de filmes, iniciados com breve apresentação dos realizadores e seguidos de um pequeno debate, no auditório da Escola.

- Fomentar o conhecimento da cultura e da língua espanholas; - Dar a conhecer um leque de filmes de realizadores de língua espanhola da atualidade; - Fomentar o sentido crítico e a liberdade de expressão.

Ana Maria Calado e Fátima Teles

Toda a comunidade escolar

Auditório da Escola; Filmes em DVD

Uma vez por mês, nas quartas-feiras à tarde

MUDE (Museu do Design e da Moda) FIL (Feira Internacional de Lisboa): Intercasa Concept 2011 / Lisboa Design Show

- Fomentar a cultura visual dos alunos em geral e especifica em relação às artes gráficas, à arquit. de int. e ext. e aos processos de design; - Promover o espírito crítico a partir da análise de produtos - Proporcionar aos alunos a vivência de contextos e o desenvolvimento de posturas e dinâmicas adequadas a uma eficaz integração no mundo profissional do design.

Luísa Gancho e Ana Teresa Sousa

11ºN e 12ºO (Cursos Profissionais Design); 12ºI (Curso Artes Visuais)

14 Outubro de 2011

Debate sobre: ”Comunicação alternativa e obstáculos à comunicação”

- Compreender a importância da comunicação nas relações humanas; - Sensibilização para a temática da diferença e das necessidades educativas especiais; - Elucidação do conceito de inclusão.

Margarida Pereira e Carla Freitas (docente da Escola Sec. De Santiago do Cacém)

Alunas surdas e uma turma da área de Turismo da Escola de Santiago do Cacém

7 de Novembro de 2011

Andy Warhol: Os mistérios da Arte. Exposição e Atelier de serigrafia. FEA

- Conhecer diferentes produções da Pop Arte.

Paula Marques, Carmen Balesteros

11ºI- Artes Visuais

23 de outubro

Visita de estudo à exposição Andy Warhol no Fórum Eugénio de Almeida

- Diversificar ambientes e contextos de aprendizagem; - Contribuir para a formação integral dos alunos;

Cláudia Portela, Isabel Mira

Alunos de Inglês de 12º Ano das Turmas A, B,

Textos e imagens

11 e 18 de Novembro de 2011

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58 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

- Proporcionar a oportunidade de contato com agentes culturais de divulgação e ensino de línguas/culturas; - Sensibilizar os alunos para formas diversas de expressão artística na área das artes visuais; - Conhecer a obra de Andy Warhol e relacionar a Pop Art com o contexto sócio cultural dos Estados Unidos e do Reino Unido nas décadas de 50/60; - Facilitar a abordagem de conteúdos programáticos através da obra de arte.

C, D, E, F, H.

Visita ao Museu da Eletricidade- Exposição Ilustrarte e Casa das Histórias - Cascais

- Desenvolver a sensibilidade estética; - Conhecer a obra de uma das maiores artistas portuguesas contemporâneas; - Promover uma atitude de abertura à arte contemporânea; - Desenvolver nos alunos capacidades de observação e leitura da linguagem icónica; - Compreender a função e importância cultural de um museu; - Conhecer o processo de desenvolvimento das diversas fontes de energia.

Antónia Pereira, Ana Teresa Sousa, Helena Zacarias

Alunos das turmas 12º M; 12º O; 12º N; 11º N

25 de Janeiro

Visita de estudo ao Convento de Mafra - Visita guiada ao convento; - Ida a teatro.

Sem- sibilizar para o estudo da obra “Memorial do Convento”, de José Saramago; - Promover a perceção do universo espácio-temporal da ação; - Relacionar os espaços ficcionais e reais; - Compreender os contrastes sociais que transparecem da monumentalidade da obra; - Desenvolver o gosto pela leitura; - Fomentar o gosto pelo património nacional; - Desenvolver o juízo crítico e a sensibilidade literária e estética.

Ana Agoas 12.º J Enc. de Educação

23/ 02/ 2012

Fundação Calouste Gulbenkian / Centro Cultural de Belém /

- Desenvolver a sensibilidade estética nos alunos através do contacto direto com obras de Design

Carlos Guerra Leonor Serpa Branco

10º I/J Março 2012

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59 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

Lisboa e Artes Plásticas; - Contribuir para a formação integral dos alunos, - Promover o desenvolvimento das suas capacidades e sentido crítico.

Casa das Histórias de Paula Rego / Cascais Museu Nacional de Arte Antiga / Lisboa

- Desenvolver a capacidade crítica a partir da análise direta da experiência estética; - Reconhecer estilos artísticos de diferentes períodos da história da arte.

Paula Marques 11ºI/H 18 de Abril de 2012

Visita de estudo às exposições de arte oferecidas pela Fundação Eugénio de Almeida (turmas de 10ºano que optarem pelo ponto 3.2 do programa – A dimensão estética)

Partindo do contexto sociocultural a que pertencemos, sensibilizar para as questões estéticas e respetivas problemáticas programáticas

Maria José Guerra, Margarida Pereira, Constantino Almeida, Antónia Pereira

Alunos de 10º ano de Filosofia

Terceiro período

A comunidade local como espaço aberto ao conhecimento e integração de uma aluna surda: - Ida ao teatro; - Visitas: - Biblioteca Pública; - Templo Romano; - Museu de Évora; - Núcleo de Artes da UE

- Fomentar o gosto pela Língua e Cultura Portuguesas; - Conhecer espaços relacionados com conteúdos lecionados; - Promover a interdisciplinaridade; - Motivar e sensibilizar a aluna para a abordagem de conteúdos lecionados nas várias disciplinas; - Levar a aluna a participar em atividades recreativas e de lazer, visando a interação entre esta e a comunidade ouvinte; - Promover o sucesso educativo e a formação integral da aluna; - Possibilitar o seu contacto com diferentes realidades locais.

- Maria do Carmo Mendonça - Ana Margarida Pereira - Ana Clara Sousa - Fernando

12º L Ao longo do ano lectivo

“Perspetivar para decidir” – encontro entre alunos e profissionais na área das artes visuais

- Promover uma escolha consciente do percurso universitário; - Consciencializar para o mundo do trabalho; - Promover o auto e hétero conhecimento; - Confrontar-se com perspetivas, alternativas, experiências e expectativas.

Ana Agoas SPO Enc. de Educação

12.º J Instal ções e equipamen tos da ESGP

Março/ 2012

Quadro 1

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60 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

*Informações retiradas e adaptadas a partir do website da Escola Secundária Gabriel Pereira, http://www.esgp.edu.pt/, acedido a 11 novembro 2011

Figura 31

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61 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

Filme de quinta "O menino selvagem" (no auditório da escola, pelas 13.30) Direção: François Truffaut - Les Films du Carrosse, United Artists Ano: 1970 País: França Género: Drama Duração: 83 min. / p&b Título Original: L'Enfant Sauvage Argumento: François Truffaut e Jean Gruault, baseado no livro "�œLes Enfants Sauvages: Mythe et Realité" de Lucien Malson Atores: François Truffaut, Jean-Pierre Cargol, Françoise Seigner, Jean Dasté, Annie Miller, Claude Miller,Paul Villé Sinopse: Em 1798, uma criança abandonada, que se comporta como um verdadeiro animal selvagem, é encontrada numa floresta e colocada a cargo de um professor que acredita, ao contrário dos restantes colegas, que a consegue educar. Fonte:http://www.youtube.com/watch?v=yddJBd6D2lo&feature=player_embedded, acedido em 3 março 2011 --- Filme de quinta "Ladrões de Bicicletas" de Vittorio de Sica (1948) (no auditório da escola, pelas 13.30) Direção: Vittorio De Sica Ano: 1948 País: Itália Género: Drama Duração: 93 min. / p&b Título Original: Ladri di Biciclette Título em inglês: The Bicycle Thief Sinopse: Logo depois da Segunda Guerra Mundial, Itália está destruída e o povo passa necessidades básicas. Ricci consegue um emprego de colador de cartazes na rua, mas necessita uma bicicleta. Com a sua mulher Maria, ele consegue dinheiro para comprar uma, mas no primeiro dia de trabalho roubam-lhe a bicicleta. Fonte:http://www.youtube.com/watch?v=FZm7WuIVPtM&feature=player_embedded

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62 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

DATA: Quinta, 24 Fevereiro 2011 Com um agradecimento especial ao Prof. Manuel Paulino, pela gravação, edição e disponibilização destes vídeos. Fotografia Documental (2011) Fonte:http://www.youtube.com/watch?v=-1suEis2L2g&feature=player_embedded --- DATA: Quarta, 23 Fevereiro 2011 Filme de quinta "Juno" de Jason Reitman (2007) Diretor: Jason Reitman Ano: 2007 País: EUA Género: Comédia / Drama / Romance Duração: 96 min. / cor Título Original: Juno Título em inglês: Juno Argumento: Diablo Cody Atores: Ellen Page, Michael Cera and Jennifer Garner Sinopse: Diante de uma gravidez não planeada, uma adolescente toma uma decisão incomum sobre o feto. Fonte:http://www.youtube.com/watch?v=K0SKf0K3bxg&feature=player_embedded ---

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63 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

CINEMA NA ESCOLA

A Escola organiza no presente ano letivo sessões cinema, duas vezes por mês, no auditório. As

sessões serão sempre às quintas e começarão sempre às 13. 30, acabando antes das 15 horas. Até à

elaboração deste relatório, apenas estava definido o título para a primeira sessão.

1ª sessão - 17 de Fevereiro - Belleville Rendez - Vous de Sylvain Chomet 2ª sessão – 24 de Fevereiro 3ª sessão – 3 de Março 4ª sessão – 17 de Março 5ª sessão – 5 de Abril 6ª sessão – 28 de Abril 7ª sessão – 5 de Maio 8ª sessão – 26 de Maio 9ª sessão – 2 de Junho 10ª sessão – 16 de Junho

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64 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

6.3. Escola Secundária de Tomás Cabreira

6.3.1. Presença do cinema nos projetos e planos da escola / Recursos

O cinema tem uma forte presença na Biblioteca Escolar da Escola Secundária de Tomás

Cabreira, seja através de recursos visuais ou literários ou em ações dinamizadas pela equipa

responsável. Atualmente a biblioteca tem catalogado cerca de 500 filmes em DVD e ainda em VHS,

divididos nas seguintes categorias:

Comédia Drama / Romance Policial / Suspense / Espionagem Ficção Científica / Terror Western Guerra Aventura Épico Histórico Biográfico Musical Animação Educativo

As categorias onde existem mais títulos são as de comédia e drama /romance. A categoria

Educativo refere-se a um conjunto de DVD’s do Festival Indie com curtas-metragens em animação e

imagem real adaptadas aos vários níveis de ensino, e respetivas fichas de atividades. Todos os filmes

podem ser visionados no espaço da biblioteca, nas televisões ou computador, ou ser requisitados para

casa. Existe um espaço destinado aos livros sobre Cinema, embora os títulos sejam reduzidos, com

especial incidência sobre o cinema português e linguagem e técnica do cinema. Também na secção de

música, existem cerca de 10 cd’s de bandas sonoras de filmes.

A equipa responsável pela biblioteca escolar organiza Sessões Temáticas de cinema,

comentadas por um dos elementos. As sessões funcionam com inscrição e são realizadas no auditório

na escola, embora no presente ano letivo a situação não esteja regularizada devido ao atraso das obras

do auditório. A primeira sessão do ano, com o filme “Feliz Natal” (2005), de Christian Carion, foi

realizada na biblioteca, embora as condições sejam reduzidas em termos de visibilidade e conforto.

Existe a preocupação em associar o tema de um filme a uma data ou época festiva, de modo a fomentar

a participação dos alunos num debate após o seu visionamento. Além dos aspetos temáticos, existe a

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65 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

preocupação em explorar no debate alguns aspetos relacionados com a linguagem e técnicas utilizadas

no filme.

A biblioteca, em parceria com a Biblioteca Municipal António Ramos Rosa, dinamiza também

o projeto “Cinema Entre Linhas”. No ano letivo passado, foram visionados dois filmes no auditório da

Biblioteca Municipal, um para o 3º ciclo e outro para o secundário. Os alunos da Escola Secundária

Tomás Cabreira viram o filme “O Deus das Moscas” (1990), de Harry Hook, seguindo-se a

participação em oficinas de leitura e escrita a partir do filme. No presente ano letivo foi dinamizada

uma Oficina de Escrita de Argumento e está em curso um concurso de curtas-metragens (Ver

ANEXO). Ao nível do exercício da cidadania e projeção da escola no exterior está prevista a

divulgação da oferta curricular e dos resultados da escola, colaborando com a Associação dos Antigos

Alunos, com o intuito de melhorar a imagem da mesma. Como recurso, o Plano prevê que sejam

elaborados matérias em multimédia.

No quadro seguinte é apresentado o resumo das atividades do Plano Anual de Atividades

ligadas ao cinema.

Cidadania e projeção da Escola

no exterior

Biblioteca Escolar

Departamentos Curriculares JCE – Juventude, Cinema e

Escola

Línguas Ciências Sociais e Humanas

Matemática e Ciências

Expressões

- Recursos multimédia /cinema para divulgação da imagem da escola

- Sessões de cinema temáticas comentadas- Parceria com a Biblioteca Municipal António Ramos Rosa, no projecto

- Colaboração com a Biblioteca nas sessões temáticas de cinema -Visionamento de cinema falado em língua inglesa, e exploração dos conteúdos

Visionamento de filmes /produtos multimédia na “Festa dos Direitos Humanos” - Realização de filmes baseados nesta temática, no

- Projeto Zenius: sessão de cinema imersivo, com o filme “Planeta Imersivo”

- Festival TELL (projectos em várias áreas artísticas, como o cinema) - Eppur si Muove: Mostra de cinema e trabalhos

- Visionamento de filmes em três momentos - Exploração dos filmes relacionado com os conteúdos de várias disciplinas - Produção de um filme - Exposição dos

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66 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

“Cinema Entre Linhas”

disciplinares projeto “Viver os direitos humanos”

- Idas a sessões de cinema no exterior, com a temática dos direitos humanos

tridimensionais que integrem o movimento, relacionando as artes com a eletrónica e mecânica

trabalhos

Quadro 2

A nível dos projetos de desenvolvimento educativo, o JCE – Juventude, Cinema e Escola é um

dos mais interdisciplinares porque envolve conteúdos de várias áreas disciplinares. O projeto,

reconhecendo o cinema como expressão artística e meio de comunicação, integrador de vários saberes,

procura implementar a análise de filmes para conhecer a linguagem, técnica e história do cinema. No

Plano é reforçada a colaboração que se pretende com os diversos departamentos. A turma inscrita é o

11º 2. Pretende-se que um dos trabalhos finais resultantes do projeto seja em formato filme. Todos os

trabalhos serão expostos no espaço escolar.

6.3.2. O Cinema no Departamento de Expressões

Como se pode ver no quadro acima, o Departamento de Expressões, desenvolvendo atividades

em conjunto com os outros departamentos, procura promover a identidade cultural e artística da escola

através da participação do Festival TELL, uma coprodução entre a Cassiopeia, Teatro Municipal de

Faro e Teatro Municipal de Portimão, visando a integração e desenvolvimento de projetos em várias

manifestações artísticas, incluindo o cinema. O projeto “EPPUR SI MUOVE” propõe uma mostra

simultânea de cinema e trabalhos tridimensionais que tenham alguma relação com o movimento,

implícito ou explícito, e que envolva várias artes com a eletrónica, eletricidade ou mecânica.

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67 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

7. ANÁLISE DE RESULTADOS E PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO

7.1. Apresentação de resultados

As realidades em termos de oferta cinematográfica nas cidades de Évora e Faro divergem

consideravelmente. Estas divergências são expressas no número de salas de cinema pelo distrito e o

consequentemente número de exibições, espetadores e valores acumulados. Não desvalorizando estes

dados e números, por estarem intimamente ligados aos hábitos culturais e acesso dos filmes aos

habitantes locais, a nossa investigação procurou, desde cedo, centrar-me mais nos projetos da

comunidade ligados ao cinema. Através do levantamento de todas as iniciativas, pudemos concluir que

a oferta na área do cinema na cidade de Faro é muito superior à da cidade de Évora. Para isso

contribuíram as iniciativas de algumas associações e organismos que têm desenvolvido um trabalho na

região há vários anos, como o Cineclube de Faro, que sendo a associação mais antiga da cidade, tem

procurado divulgar o cinema em vários domínios, não esquecendo as intervenções no âmbito da

formação de públicos. O caso da Direção Regional do Algarve, em parceria com o Cineclube de Faro,

é outro exemplo significativo. Através do Programa JCE- Juventude, Cinema e Escola, tem

desenvolvido trabalho no âmbito da literacia cinematográfica, num espetro que envolve quase todas as

escolas do Algarve desde há 14 anos.

Estes projetos, a que se juntam as ofertas de ensino superior da Universidade do Algarve e as

consequentes iniciativas através de seminários e palestras24, assim como as diversas associações que

incluem o cinema nas suas atividades, têm transformado o Algarve, e em particular a cidade de Faro,

num terreno propício ao Cinema nas suas múltiplas vertentes. A sua relação com a comunidade é

estreita, o que se torna visível com a forte afluência de público aos diversos Festivais de Cinema ou

Mostras de Cinema que são organizados na cidade. A própria opção da ETIC – Escola Técnica de

Imagem e Comunicação em abrir um polo no Algarve, a abertura da licenciatura em imagem Animada

na Escola Superior de Educação e Comunicação de Faro ou a Algarve Film Commission, que procura

apoiar a produção fílmica no Algarve, são exemplos paradigmáticos da importância que o cinema tem

tido na região algarvia, e em particular na cidade de Faro.

A realidade na cidade de Évora é diferente. Mesmo com uma interessante programação na área

da cultura, reconhecida aliás pela organização do Prémio Autores 2012 da RTP, com o Prémio

24 Os Mestrados e Doutoramentos na área da Imagem, oferecidos pela Universidade do Algarve, têm sido responsáveis por projetos ligados ao cinema através dos alunos-investigadores que intervêm na cidade. Este aspeto deve ser tido em conta, contribuindo significativamente para a dinamização do Cinema em Faro.

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68 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

Especial 25, as ofertas a nível do cinema são bastante reduzidas em comparação com a cidade de Faro.

O Cineclube da Universidade de Évora, coorganizador do FIKE – Festival internacional de Curtas-

metragens, tem sido o principal responsável pela dinamização de atividades que visem o Cinema. Estas

diferenças entre a oferta no âmbito do Cinema entre as cidades de Évora e Faro vão refletir-se, em

parte, nos projetos dinamizados pelas escolas. Tendo projetos comunitários em que o público-alvo é o

escolar, a cidade de Faro apresenta resultados mais expressivos neste âmbito.

7.2. Comparações entre as duas escolas

Na análise efetuada à presença do cinema nos Projetos Educativos e Planos Anuais de

Atividades nas duas escolas de intervenção, encontramos expressas as atividades que a própria

comunidade desenvolve neste âmbito. No caso de Faro, projetos como o JCE – Juventude, Cinema e

Escola, ou o “Cinema entre Linhas”, encontram-se implementados na Escola Secundária Tomás

Cabreira. Mesmo não tendo um número de turmas significativo (apenas uma turma de Artes Visuais do

11º ano), é de assinalar a presença da rede JCE na escola, já que a sua maior base de incidência é nas

escolas do ensino básico. No próprio Plano Anual de Atividades estão previstas palestras a cargo de

professores e investigadores da Universidade do Algarve e CIAC – Centro de Investigação em Artes e

Comunicação, acerca de temáticas ligadas au audiovisual e cinema. É reflexo de um articulação que a

escola, através dos órgãos de gestão e dos departamentos curriculares, tenta fazer com os projetos da

comunidade.

Numa comparação atenta entre os Planos Anuais de Atividades da Escola Secundária Gabriel

Pereira e da Escola Secundária Tomás Cabreira são visíveis as diferenças no que diz respeito à

inclusão do cinema nos projetos, atividades e currículos disciplinares. Enquanto na escola em Faro o

cinema e a linguagem cinematográfica surgem incluídos em projetos (como o JCE) como conteúdo; na

escola em Évora ela afigura-se explicitamente apenas num Ciclo de Cinema Espanhol e na

planificação anual da disciplina de Oficina Multimédia B. Em Faro, as atividades ligadas ao cinema ou

à imagem audiovisual são em maior número, assistindo-se também a uma tentativa de

interdisciplinaridade entre os vários departamentos. Refira-se que este é um dos objetivos do

Departamento de Expressões, mais concretamente no grupo de Artes Visuais.

25 Disponível em http://www.laxantecultural.com/premio-autores-2012-nomeados-e-vencedores/, acedido em 20 março 2012

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69 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

Entender estas questões no seio do Departamento de Expressões em cada escola foi nosso

objetivo desde o início. Na análise aos questionários aos professores de Artes Visuais, a serem

realizados a médio prazo, pretendemos detetar como estes professores, independentemente das ações

planificadas pela escola, integram e utilizam o cinema nas suas disciplinas. A recolha e análise destes

dados permitir-nos-á perceber o grau de sensibilização destes docentes em relação à importância do

cinema nas suas metodologias de ensino-aprendizagem. O mesmo sucederá com a análise às respostas

dos alunos, auferindo os seus hábitos de utilização de programas de edição de imagem e vídeo e a

importância que dão ao cinema nas suas aprendizagens. Pretendemos, numa fase posterior, relacionar

os dados recolhidos com as dinâmicas da escola e da comunidade em relação ao cinema, procurando

concluir se houve, ou não, influencia nas respostas dos professores e alunos.

7.3. Propostas de Intervenção

Passamos de seguida à descrição sumária de algumas das principais propostas de intervenção

que definimos para as escolas, no sentido de dinamizar a relação entre o cinema e as vivências e

aprendizagens dos alunos. Salientamos, de novo, que estas propostas, sendo orientações metodológicas

passíveis de reflexão por vários agentes educativos, serão redefinidas e reformuladas após a recolha

concreta e definita dos resultados aos questionários dos professores de Artes Visuais e alunos das duas

turmas do 10º ano.

Propostas concretas de inclusão do cinema nos currículos das disciplinas de artes Visuais

Numa primeira análise à presença do Cinema no currículo das disciplinas de artes visuais é

possível verificar que o mesmo assume uma dupla função: como recurso didático para motivação ou

aprofundamento de conteúdos e como objeto de trabalho sendo o próprio Cinema um conteúdo em si.

O primeiro caso é transversal a todas as áreas; de facto, tem sido esta a forma como o cinema tem sido

mais utilizado no contexto da sala de aula em qualquer disciplina.

Os programas de História da Cultura e das Artes e História das Artes são explícitos neste ponto,

ao sugerir alguns filmes para ilustrar os temas abordados. Quanto à segunda função, encontramos uma

exemplificação nos currículos da Multimédia, onde o cinema em imagem real ou animação é um

conteúdo a explorar, mas também na disciplina de Desenho, através das sequências animadas, embora

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70 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

o programa não concretize a vertente digital com a realização do filme propriamente dito. Não sendo

uma área curricular no grupo das artes visuais, apenas um conteúdo em algumas disciplinas, o cinema

pode ganhar outra dimensão e ser valorizado se pensarmos na questão da interdisciplinaridade. Nesta

perspetiva, pode ser trabalhado em qualquer disciplina, mesmo fora do âmbito das artes visuais, seja

como recurso didático ou como objeto de trabalho na abordagem dos conteúdos.

Numa observação mais atenta aos currículos, são possíveis caminhos para a inclusão do

Cinema nas aprendizagens, mesmo em disciplinas menos explícitas como é o caso da Geometria

Descritiva. Em Desenho ou Oficina das Artes, por exemplo, o cinema pode ser utilizado como objeto

de estudo nos conteúdos, particularmente o cinema de animação. Através de vários exemplos de

filmes, seria possível o aluno estudar o tipo de desenho ou técnicas plásticas e iniciar um processo

criativo de exploração ou reinterpretação dessas técnicas. O cinema surgiria assim como o ponto de

partida para o estudo da sintaxe visual, presente nos currículos das duas disciplinas. Sendo o recurso a

obras da história da arte referido várias vezes no programa, o Cinema deve ser visto como parte

integrante dessas obras. No caso das disciplinas de História da Cultura das Artes e História das Artes,

o cinema acaba por ser um método privilegiado na abordagem dos períodos históricos. É também

referido nos currículos que deve ser explorada uma vertente prática através do contacto direto com

oficinas, galerias, museus, monumentos ou espetáculos, ou a participação de workshops. Este aspeto

ultrapassa a visão do cinema como recurso didático na sala de aula ou auditório da escola e estende-o a

outras alternativas como uma ida ao cinema ou outro tipo de contato mais próximo.

Em Geometria Descritiva, a preocupação com a natureza das imagens que visualizamos no dia-

a-dia em livros, televisão ou cinema, deve estar na base no estudo dos sistemas de representação. A

história da representação da imagem, desde a pintura e fotografia até à sensação de terceira dimensão

através do cinema pode ser demonstrada com o auxílio de filmes onde o tema é objetivamente

abordado, mas também na própria história do cinema. Através de alguns filmes de Georges Méliès, por

exemplo, pode ser explorada a forma como o cineasta, numa lógica de filmagem através de “tableux-

vivant” ou plano único e imóvel ainda ligado ao teatro, iniciou a representação de profundidade através

da pintura no cenário. No tema da representação de formas e sólidos para se conseguir um efeito de

visualização 3D, é possível uma abordagem às imagens estereoscópicas nos primórdios do cinema,

onde se procurava obter um efeito de tridimensionalidade, até à evolução atual do cinema em formato

3D. O filme “O Gabinete do Dr. Calighari” (1920), de Robert Wiene, pode também ser um recurso

para o estudo da representação dos planos e sombras. O modo distorcido e improvável como foram

representados no filme, além da inevitável abordagem às características do cinema expressionista

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71 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

alemão, pode ser a base de estudo para o estudo dos tipos de projeção e os princípios base dos sistemas

de representação diédrica e axonométrica.

Reforço da interdisciplinaridade

A própria génese do cinema coloca-o num terreno interdisciplinar. Sendo uma expressão

artística onde integra várias artes e onde as suas temáticas podem se estender por várias áreas do saber,

este aspeto do Cinema não deve ser ignorado. Ele está presente em muitos programas curriculares de

disciplinas mesmo fora do âmbito das Artes Visuais. Nas propostas do Plano Anual de Atividades a

interdisciplinaridade do Cinema pode ser reforçada. Para isso, é exigido dos vários Departamentos

Curriculares uma articulação nas planificações, de modo a integrar o Cinema num sentido transversal

nas atividades.

Reforço da ligação com a(s) comunidade(s) através de participações em concursos, projetos e

parcerias

A ligação da escola à comunidade onde se insere está explícita nos projetos Educativos da

Escola Secundária Gabriel Pereira e da Escola Secundária Tomás Cabreira. Essa ligação pretende

abranger toda a comunidade educativa com a população local e os vários organismos e instituições.

Neste sentido, os projetos relacionados com o cinema devem fazer parte da preocupação das escolas

aquando da planificação do Plano Anual de Atividades. Os projetos e parcerias com todas as

instituições que desenvolvem trabalho na cidade na área do cinema seriam benéficos para a

dinamização das relações entre o cinema e a escola. Esta visão deve ultrapassar o domínio regional e

estender-se a nível nacional e internacional. A participação em concursos nacionais e internacionais, o

intercâmbio e troca de experiências com outras escolas ou associações, são algumas das possibilidades

neste âmbito.

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72 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

7.4. Calendarização

Ação Data

Revisão de Literatura Contínua

Escolha da Amostra 29 de fevereiro de 2012

Recolha de Dados da Comunidade 3 de março de 2012

Recolha de Dados da Escola 21 de março de 2012

Recolha de Dados da Turma (Évora) 07,14 e 21 de março de 2012 - 11 e 18 de abril de 2012

Recolha de Dados da Turma (Faro) 05, 12, 16 e 19 de março de 2012

Questionários a alunos e professores (Évora) 13 de abril de 2012

Questionários a alunos e professores (Faro) 13 de abril de 2012

Entrevista João Paulo Macedo 13 de março de 2012

Entrevista Graça Lobo 23 de março de 2012

Análise de dados Após 13 de abril 2012

Redação do relatório Até 27 março 2012 Quadro 3

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73 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

8. REFLEXÕES FINAIS

Clarembeaux refere que a educação fílmica deveria apoiar-se em três pólos complementares e

intrinsecamente ligados: ver, analisar e fazer filmes.26 O ver ilustra a democratização que o cinema

sofreu com os novos meios de comunicação audiovisual, onde o acesso ao património cinematográfico

está acessível e multiplicou-se de muitas formas, sendo através da internet que muitos jovens têm

acesso quer à informação quer ao próprio filme. O analisar de um filme pode situar-se no domínio da

imaginação, além da observação e compreensão de aspetos técnicos ou históricos. Há assim uma

leitura interpretativa da obra e o lançamento de propostas possíveis para outra criação a partir do filme.

Na última fase, do fazer, o autor refere a cultura de auto-produção em diversos meios que as crianças

têm adquirido como potencial para a realização de obras. O cinema deve deixar de ser encarado como

objeto estático e passivo para ser a base de trabalho em diversas áreas. Se estendermos ainda mais os

conceitos definidos por Clarembeaux, eles aplicam-se a uma visão globalizante e integradora que se

pretende no desenvolvimento de competências no ensino de artes visuais. O ver e analisar filmes têm

um sentido interdisciplinar e integrador das vivências dos jovens de hoje em dia; a multiplicação de

vivências e experiências dentro de diversas áreas, não esquecendo a partilha de informação em redes

sociais na Web, assumem um importante papel na cultura dos jovens, marcando-a profundamente

através da visualidade.

A inclusão do Cinema nas disciplinas das artes visuais pode ser uma realidade. A experiência

demonstrada com a criação de Cinema no 3º ciclo tem demonstrado as vantagens da sétima arte na

escola, demonstrando que pode ter lugar no currículo nacional sendo uma possível ponte para o

desenvolvimento de conteúdos nas diversas áreas. No entanto, as mudanças de legislaturas e as

sucessivas reformas educativas inviabilizam um percurso sério e pensado sobre a integração do cinema

como área curricular na escola. Das tentativas concretizáveis feitas ao longo dos anos destacamos o

JCE e a disciplina de Cinema no Algarve como casos de sucesso, embora se encontrem em perigo na

presente proposta de reforma educativa que pretende reduzir este tipo de projetos e valorizar os

conteúdos em vez das competências. Por vezes, é através dos clubes e projetos extracurriculares que os

alunos têm acesso a experiências que lhe são vedadas nas aulas, por não se enquadrarem em

parâmetros mais “académicos”. Os clubes ou projetos ligados ao Cinema são disso exemplo, sendo na

maioria das vezes nesses espaços que os alunos contatam com filmes que, de outra forma, ser-lhe-iam

negados em contexto de aprendizagem na sala de aula.

26 Clarembeaux, 2010. p.26

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74 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

É possível que seja através do Cinema, simultaneamente reconhecido como arte; como um

símbolo da cultura juvenil; mas também como um aglutinador e integrador das mais diversas artes, que

sejam encontradas condições para que se organizem e eduquem as mentes das crianças e jovens de

hoje em dia, envolvidas como estão numa profusão de imagens visuais.

Thomas Edison conseguiu prever o poder que os meios audiovisuais teriam sobre os jovens,

mas não conseguiu prever que a própria escola teria alguma dificuldade em acompanhar essa nova

cultura visual, atuando muitas vezes como uma barreira à sua intromissão no espaço escolar. Cabe

principalmente à escola e aos agentes políticos que definem as políticas educativas estar sensíveis ao

poder integrador do Cinema, definindo estratégias sérias e fundamentadas para a sua integração nos

currículos, ou inovando na forma como pode ser operacionalizado nos programas curriculares já em

prática.

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75 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

BIBLIOGRAFIA

ABRANTES, Paulo (2003) - Identidades juvenis e dinâmicas de escolaridade. Sociologia, problemas e Práticas, nº 41, 2003. pp. 93-115 BANDA, Daniel; MOURE, José (2008) – Le cinema: naissance d’un art: 1895-1920. Paris: Flammarion BAPTISTA, Vitor Reia (1997) - Contributos para uma Pedagogia da Comunicação in Tecnologias de Informação e Comunicação na aprendizagem. Lisboa: A escola e os média; nº 6; Instituto de Inovação Educacional CLAREMBEAUX, Michel (2010) - Educación en cine: memoria y património In Comunicar, 35; XVIII Revista Científica Iberoamericana de Comunicación y Educación, nº35; vol. XVIII; época II. Andalucía Currículos e programas do Ensino Secundário, Direcção geral de Inovação e de Desenvolvimento Curricular, In http://www.dgidc.min-edu.pt/ensinosecundario/index.php?s=directorio&pid=2, (acedido em 15 janeiro 2012) DAYRELL, Juarez (2007) - A escola «faz» as juventudes? Reflexões em torno da socialização juvenil In VIEIRA, Maria Manuel (org.) Lisboa: ICS: Imprensa de Ciências Sociais DONDIS, Donis (2003) - A Sintaxe da Linguagem Visual, São Paulo: Martins Fontes FÉLIX, Pedro (2011) - O cinema na escola. Estudo de caso: a disciplina de opção de Cinema no 3º ciclo, no Algarve. Percurso e efeitos no tempo. Faro: Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, Universidade do Algarve (versão policopiada) GIL, Isabel Capeloa (2001) - Literacia Visual: estudos sobre a inquietude das imagens. Lisboa: Arte & Comunicação, Edições 70, Lda. SARDELICH, Maria Emília (2004), Leitura de Imagens, Cultura Visual e prática educativa. Departamento de Educação da Universidade Estadual de Feira de Santana – BA, In Cadernos de Pesquisa , v. 36, n. 128 maio/ago. 2006 In http://www.scielo.br/pdf/cp/v36n128/v36n128a09.pdf (acedido em 12 de janeiro 2012)

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76 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

Referências online

http://www.estc.pt.vu/ http://www.esgp.edu.pt/ http://www.cm-faro.pt http://www.cm-evora.pt/ http://www.ica-ip.pt/ http://www.ine.pt/ http://www.dgidc.min-edu.pt/ensinosecundario/ http://www.fikeonline.net http://soirjaa.wordpress.com/ http://auditorio.blogspot.com/ http://www.cineclube.uevora.pt/ http://zorraproducoesartisticas.weebly.com/ http://cineclubefaro.blogspot.com http://www.arcmusicos.org/ http://draculeacafebar.blogspot.pt/ http://www.ualg.pt/ http://www.ese.ualg.pt/ http://www.fchs.ualg.pt/index.asp http://www.ciac.pt/ http://www.algarvefilm.com/site/index.php http://www.algarvefilmfest.com/ http://www.laboratoriodeartesemediadoalgarve.blogspot.com/ http://www.teatromunicipaldefaro.pt/teatro/teatrolethes/default.asp http://www.teatromunicipaldefaro.pt/teatro/default/default.asp http://www.cinemano3ciclo.blogspot.com/ http://www.drealg.min-edu.pt/content_newsdet.asp?newsID=3176&auxID=news

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77 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

ANEXOS

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78 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

Resultados dos Questionários (Alunos - Algarve) 1.

2.

0

2

4

6

8

10

12

14

16

Masculino Feminino

Géneros

0

2

4

6

8

10

12

14

15 Anos 16 Anos 17 Anos

Idades

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79 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

3.

4.

0

5

10

15

20

ArtesPlásticas

Cinema Dança Literatura Música Museus Teatros Outros

Actividades Culturais

0

2

4

6

8

10

12

14

Muitas Vezes Regularmente Raramente Nunca

Frequência ida ao cinema

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80 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

5.

6.

9 6

15

6

17

23

Programas assistir televisão

0

5

10

15

20

25

Computador Scanner MáquinaFotográfica /

Filmar

Telemóvel Tablet

Equipamento em casa

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81 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

7.

8.

21

0 3

Curso que frequentas Curso Científico-Humanístico de Artes Visuais

Curso Profissional

Curso de Ensino Artístico Especializado

10

4 4

0 1

Música EducaçãoTécnológica

Educação Visual Cinema Teatro

Opção artística no 3º ciclo

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82 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

9.

8

15

Sim Não

Já produzis-te audiovisuais?

TIC ; 1

Edição de Video; 2

Edição de Som; 1

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83 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

10.

8

15

Sim Não

Já produzis-te audiovisuais para disciplinas na escola?

Area de Projecto; 1

TIC; 2

Português; 1

Moral ; 1

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84 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

11.

5

7

6

Adobe Photoshop Windows Movie Maker Outros (Powerpoint.)

Softwares que tenhas utilizado

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85 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

Resultados dos Questionários (Alunos - Évora) 1.

2.

0

2

4

6

8

10

12

14

16

Masculino Feminino

Géneros

0

2

4

6

8

10

12

14

16

15 Anos 16 Anos 17 Anos

Idades

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86 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

3.

4.

05

1015202530

Actividades Culturais

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

Muitas Vezes Regularmente Raramente Nunca

Frequência de ida ao cinema

Série1

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87 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

5.

6.

12

3

16

8

16

26

16

Programas assistir televisão

0

5

10

15

20

25

30

Computador Scanner MáquinaFotográfica /

Filmar

Telemóvel Tablet

Equipamento em casa

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88 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

7.

8.

27

0 0

Curso que frequentas Curso Científico-Humanístico de Artes Visuais

Curso Profissional

Curso de Ensino Artístico Especializado

2

18

7

0 0

Música EducaçãoTécnológica

Educação Visual Cinema Teatro

Opção artística no 3º ciclo

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89 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

9.

10

17

Sim Não

Já produzis-te audiovisuais?

Entrevistas; 1

Videoclips; 1

Músicas; 2

Animação; 2

Curta-metragem; 2

Montagem; 2

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90 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

10.

11

16

Sim Não

Já produzis-te audiovisuais para disciplinas na escola?

Area de Projecto; 7

TIC; 4

Ciências Naturais; 1

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91 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

11.

10

17

8

Adobe Photoshop Windows Movie Maker Outros (Sony Vegas,Paint,etc..)

Softwares que tenhas utilizado

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92 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

Resultados dos Questionários (Professores - Algarve) 1.

2.

2

6

Masculino Feminino -

Género

1

2

5

20 a 30 30 a 40 40 a 50 50 a 60

Idades

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93 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

3.

3 3 3

2

0

1 1

0

2

Disciplinas

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94 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

4.

100%

Utilizaça audiovisuais? Não Sim

5 4

2

6 5

0

2

Tipos

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95 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

5.

6.

Transmissão de Conhecimentos;

5

Motivação; 5

Despertar Curiosidade; 3

Outros ; 1

Nenhum; 0

Utilização dos meios audiovisuais para...

0

1

2

3

4

5

6

7

8

Como ConteudoProgramático

Na Abordagem decontéudo

Para aprendizagemespecifica

Nenhuma

Em que situação

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96 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

7.

8.

0

1

2

3

4

5

6

7

8

Durante as Próprias Aulas em hórarios alternativos

Em que situação/contexto

0%

34%

33%

0%

33%

Oferta cinematográfica

Ótima

Razoavél

Limitada

Inexistente

Costumo utilizar a minhaPrópria coleção de filmes

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97 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

9.

8mile; 1

Marie Antoinete; 1

o Nome da rosa; 1

A vida é bela; 1

Vatel; 1

Lutero; 1

Títulos de obras

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98 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

Resultados dos Questionários (Professores - Évora) 1.

2.

4

3

Masculino Feminino -

Género

1

4

2

20 a 30 30 a 40 40 a 50 50 a 60

Idades

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99 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

3.

4

1 1 1 1 1

2

1 1

Disciplinas

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100 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

4.

100%

Utilizaça audiovisuais? Não Sim

6

3

5 4

3 2 2

1

Tipos

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101 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

5.

6.

Transmissão de Conhecimentos;

6

Motivação; 6

Despertar Curiosidade; 6

Outros ; 0

Nenhum; 0

Utilização dos meios audiovisuais para...

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

4,5

Como ConteudoProgramático

Na Abordagem decontéudo

Para aprendizagemespecifica

Nenhuma

Em que situação

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102 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

7.

8.

0

1

2

3

4

5

6

7

Durante as Próprias Aulas em hórarios alternativos

Em que situação/contexto

0%

40%

40%

0%

20%

Oferta cinematográfica

Ótima

Razoavél

Limitada

Inexistente

Costumo utilizar a minhaPrópria coleção de filmes

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103 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

9.

8mile; 1

Marie Antoinete; 1

o Nome da rosa; 1

A vida é bela; 1

Vatel; 1

Lutero; 1

Títulos de obras

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104 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

Análise do resultado dos questionários aos alunos e professores Os inquéritos foram realizados entre os dias 16 e 20 de abril de 2012 na Escola Secundária Gabriel Pereira, em (ESGP) Évora, e na Escola Secundária Tomás Cabreira (ESTC), em Faro, em duas turmas do 10º ano na disciplina de Desenho A. Os professores do grupo de Artes Visuais (600) nas duas escolas responderam igualmente ao inquérito a eles destinado, no mesmo período de tempo. Dois aspetos marcaram a realização e análise destes inquéritos, constituindo-se como limitações à investigação. Relativamente aos alunos, a turma observada na escola de Faro (10º3) não está integrada no Projeto JCE – Juventude, Cinema e Escola. A única turma na escola envolvida neste projeto tinha um horário de aulas incompatível coma disponibilidade para as observações. A recolha de dados numa turma do JCE revelar-se-ia, caso fosse possível, mais positivo para a investigação. Relativamente aos professores, não foi possível obter resultados de cerca de metade dos docentes de Artes visuais na escola em Faro, por motivos de indisponibilidade dos mesmos em tempo útil. Inquéritos aos alunos Relativamente à prática de atividades culturais, a Música e as Artes Plásticas preenchem as preferências dos alunos nas duas escolas. Na ESTC, a Música é mesmo a atividade que mais preenche os tempos livres dos alunos. A disciplina de opção artística frequentada pelos alunos no 3º ciclo parece influenciar o tipo de atividades culturais que os alunos mais se dedicam (uma grande maioria frequentou a disciplina de Música no 3º ciclo, na ESTC). Um caso curioso é a quantidade de alunos que frequenta o cinema e museus na cidade de Évora, em número maior que os alunos de Faro. De referir que nesta cidade os equipamentos a este nível são menores do que na cidade de Faro. Os dados relativos às idas no cinema são expressivos. A maioria dos alunos de Évora afirma que raramente se desloca à sala de cinema, enquanto os alunos em Faro revelam que o fazem regularmente. Parece-nos evidente que o cinema está nos hábitos culturais dos alunos de ambas as turmas, embora os alunos de Évora assistem maioritariamente cinema na televisão. Este facto parece estar relacionado com a falta de salas de cinema na cidade de Évora. O hábito do cinema encontra também expressividade em ambas as turmas na pergunta sobre o que costumam assistir na televisão. Os filmes são o programa mais visto pelos alunos de ambas as turmas, seguindo-se as telenovelas e o entretenimento. Cerca de metade dos alunos de Évora referiu assistir a documentários na televisão. Os noticiários são o programa menos visto em ambas as turmas. Quando questionados acerca da produção autónoma de audiovisual, os alunos nas duas escolas responderam em maior número negativamente. Enquanto na ESTC a maioria das respostas refere-se à edição de vídeo, os alunos da ESGP revelam mais ecletismo, ao apontar entrevistas, videoclips, animação e edição de curtas-metragens. A maioria dos alunos nas duas turmas também responde negativamente quando questionada sobre a produção de trabalhos audiovisuais em trabalhos de qualquer disciplina. De salientar que em ambas as turmas não são referidas disciplinas do grupo de Artes Visuais (Em Faro realizaram em TIC, e em Évora em Área de Projeto). Na indicação de software, o Windows Movie Maker obteve mais respostas em ambas as turmas, seguindo-se o Adobe Photoshop. Ao indicarem outros programas, os alunos da ESGP revelaram mais opções enquanto os da ESTC apenas referiram o PowerPoint. De salientar o facto de todos os alunos que responderam ao inquérito terem computador nas suas residências.

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105 O PAPEL DO CINEMA NAS ARTES VISUAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO

Inquéritos aos professores Analisando os resultados nas duas escolas, todos os professores responderam afirmativamente quando questionados sobre a utilização de recursos audiovisuais. Em ambas as escolas os filmes (incluindo animação) ocupam a maior parte das respostas, seguindo-se a internet e software específico na ESTC. Quanto aos aspetos os docentes consideram mais importantes na utilização dos recursos, a questão da motivação obteve mais respostas nas duas escolas. Acerca da utilização específica do cinema nas aulas que lecionam, nos dois casos a resposta mais dada foi “como conteúdo”. Nas duas escolas, todos os professores mostram os filmes no decorrer dos tempos letivos. As opiniões acerca da oferta de recursos nas escolas situam-se entre o razoável e o limitado. Mais professores em Faro afirmam utilizar filmes da sua coleção pessoal. Na indicação de títulos, a escolha revelou-se diversificada. Alguns professores da ESTC indicaram títulos que constam nos programas das disciplinas, enquanto em Évora as escolhas foram mais variadas.