o papel da escola na identidade dos camponeses na comunidade da jacuba no municipio de iporá-go

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS CAMPUS DE IPORÁ GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA RENATA MARTINS DE ALMEIDA SANTANA O PAPEL DA ESCOLA NA IDENTIDADE DOS CAMPONESES NA COMUNIDADE DA JACUBA NO MUNICIPIO DE IPORÁ-GO IPORÁ NOVEMBRO 2014

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Page 1: O Papel Da Escola Na Identidade Dos Camponeses Na Comunidade Da Jacuba No Municipio de Iporá-go

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS

CAMPUS DE IPORÁ

GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA

RENATA MARTINS DE ALMEIDA SANTANA

O PAPEL DA ESCOLA NA IDENTIDADE DOS CAMPONESES NA COMUNIDADE DA

JACUBA NO MUNICIPIO DE IPORÁ-GO

IPORÁ

NOVEMBRO 2014

Page 2: O Papel Da Escola Na Identidade Dos Camponeses Na Comunidade Da Jacuba No Municipio de Iporá-go

RENATA MARTINS DE ALMEIDA SANTANA

O PAPEL DA ESCOLA NA IDENTIDADE DOS CAMPONESES NA COMUNIDADE DA

JACUBA NO MUNICIPIO DE IPORÁ-GO

Trabalho de conclusão de curso apresentado à Coordenação

Adjunta de pesquisa e Coordenação de TCC em Geografia da

Universidade Estadual de Goiás-Campus Iporá, como

requisito parcial, de obtenção do grau de Licenciatura em

Geografia.

Orientador (a): Prof.ª Ms Silvaci Gonçalves

Santiano Rodrigues

IPORÁ 2014

NOVEMBRO 2014

Page 3: O Papel Da Escola Na Identidade Dos Camponeses Na Comunidade Da Jacuba No Municipio de Iporá-go

SUMÁRIO

1- Introdução 01

2- A importância da escola no/do campo dentro do contexto geográfico 07

3- As dificuldades encontradas pelos camponeses para permanecer no campo 11

4- A educação no/do campo 13

5- Analise e discussão dos resultados 17

6 - Considerações Finais 22

7-Referencias Bibliográficas ou Bibliografias 23

Page 4: O Papel Da Escola Na Identidade Dos Camponeses Na Comunidade Da Jacuba No Municipio de Iporá-go

O PAPEL DA ESCOLA NA INDENTIDADE DOS CAMPONESES NA COMUNIDADE

DA JACUBA NO MUNICIPIO DE IPORÁ-GO

THE SCHOOL’S ROLE IN THE PEASANT´S IDENTITY AT THE JACUBA

COMMUNITY IN IPORÁ-GO.

SANTANA, Renata Martins de Almeida, graduanda do curso de Geografia- Campus de Iporá

[email protected]

RODRIGUES, Silvaci Gonçalves Santiano, Professora Mestre do Curso de Geografia da UEG/

Campus de Iporá-Go.

[email protected]

Resumo: O trabalho tem como objetivo compreender o papel da escola para manutenção da

identidade camponesa. A escola pesquisada foi a Profª Vilma Batista Teixeira. A metodologia

utilizada nesta pesquisa foi realizada por meio de analises de referências bibliográficas referente

ao tema. As leituras contemplaram autores como, Arroyo (2009), Costa (2011), Souza

(2010),Caldart (2009), Paiva (2003), Kremer (2011), Hall (2011). Estes teóricos discutem sobre

a educação no/do campo, o campesinato, modo de vida, identidade, educação no/do campo,

educação rural. Os resultados mostram que a educação no/do campo não tem a devida atenção do

poder público desfavorecendo-a. Constatou-se que, os pais dos alunos querem que a escola

permaneça em funcionamento, mesmo com um numero reduzido de educandos matriculados,

pois percebem a importância da escola para a comunidade. Constatamos que a escola municipal

não cumpre o papel de auxiliar na manutenção da identidade camponesa, pois, a organização da

escola está mais vincula aos valores urbanos do que aos rurais.

Palavras chaves: Educação no/do campo. Identidade. Camponese.

Abstract: This assignment aims to understand the school’s role for keeping peasant´s identity.

Profª Vilma Batista Teixeira was the survey school. The methodology used in this research were

performed analyzing bibliographical references relative to the theme. The readings contemplated

authors like Arroyo (2009), Costa (2011), Souza (2010), Caldart (2009), Paiva (2003), Kremer

(2011), Hall (2011). These theorists discuss about the education in/from the field, peasantry,

lifestyle, identity, education in/from the field, rural education. The research’s result shows that

the education in/from the fielddoes not have the proper attention of the government disfavoring

it. It was found that, the student´s parents want that the school keep working, even with a low

number of enrolled students, because they realize the school´s importance for the community.

We found that the Municipal School doesn´t fulfill with the role of auxiliary in keeping the

peasant´s identity, because, the school´s organization is more linked to the urban value than the

rural ones.

Key words: Education in/from the field. Peasant. Identity.

Page 5: O Papel Da Escola Na Identidade Dos Camponeses Na Comunidade Da Jacuba No Municipio de Iporá-go

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Introdução

A educação no/do campo tem sido tema de discussões e debates a partir da década de

1990. A busca por melhorias das escolas e educação no/do campo tem se intensificado e a partir

desses debates. Políticas públicas são elaboradas para dar suporte aos camponeses no que refere

à educação no/do campo.

Entre as políticas, percebemos propostas de adequação de calendário escolar, horários,

currículos adaptados, professores que tenham vínculos com o campo, ou licenciatura em

educação do campo, etc. Embora existam políticas públicas para melhoria das escolas e educação

no/do campo, entendemos que elas ainda não são suficientes e nem executadas de maneira

satisfatória, de modo a contemplar de fato as necessidades desses povos.

O referido estudo discute de maneira geral a situação da educação básica no/do campo no

município de Iporá – GO, tendo como objetivo principal, compreender o papel da escola na

manutenção da identidade camponesa.

Educação no/do campo: no campo expressa um vínculo à localização do

ensino, especificamente no campo; do campo possibilita a reflexão e a

construção da escola do campo, que valoriza a identidade camponesa,

congregando a pluralidade das idéias e das concepções pedagógicas, não

só da cidade, mas, em especial, do campo (SOUZA, 2011; p.51 a 52).

Neste município, atualmente (2014), os camponeses contam com duas unidades escolares

em funcionamento, as quais estão sob constante ameaça de fechamento, são elas: Escola

Municipal Professora Vilma Batista Teixeira e Escola Municipal Professora Odete Carvalho

Ataídes Fonseca. Contudo, a escola pesquisada é a primeira citada. Ela é a principal ameaçada de

ser fechada por ter um número reduzido de estudantes, ou seja a escola possui apenas 07 alunos.

Conforme a figura 1, a escola Municipal Professora Vilma Batista Teixeira fica na

Comunidade Jacuba e está localizada às margens da Rodovia GO-221, indo em direção a

Palestina de Goiás – Go, sentido sudoeste de Goiás, estando a cerca de 11 km de distância da

cidade de Iporà-Go.

Page 6: O Papel Da Escola Na Identidade Dos Camponeses Na Comunidade Da Jacuba No Municipio de Iporá-go

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Figura 1: Localização da Escola Municipal Professora Vilma Batista Teixeira

Entendemos que, no caso de fechamento, os alunos são obrigados a se deslocarem do

seu lugar de origem para ter acesso à educação na cidade. Assim, esses alunos passam a ter

contato mais intenso com a cultura urbana e isso acaba influenciando na vida e na tradição,

consequentemente na manutenção da identidade camponesa. Souza (2011) afirma que, a

manutenção das escolas do campo contribui para a luta dos camponeses pela continuidade do

modo de vida camponês, ainda acredita que elas sejam uma estratégia luta contra o agronegócio.

No município existe presença significativa da agricultura familiar camponesa. De

acordo com Farias; Souza (2008 p.43), “a região de Iporá é caracterizada pela produção

agropecuária, voltada principalmente à produção leiteira baseada na mão de obra familiar

camponesa”.

Nesse sentido, notamos a necessidade de incentivo do poder público municipal às

escolas no/do campo, para a permanência da cultura camponesa e a também continuidade da

reprodução sócioeconômica local. Por isso a importância da manutenção da identidade e, a

escola, a nosso ver é essencial para auxiliar nesse processo.

Page 7: O Papel Da Escola Na Identidade Dos Camponeses Na Comunidade Da Jacuba No Municipio de Iporá-go

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A metodologia utilizada nessa pesquisa foi realizada por meio de leitura e analise de

referências bibliográficas referente ao tema e pesquisa de campo. Trata-se de pesquisa

qualitativa. Os principais teóricos que nos serviram de base foram, Arroyo (2009), Souza (2011),

Caldart (2009 ), Paiva (2003 ) Kremer (2011), Hall (2011). As discussões teóricas contemplam

escolas e educação no/do campo, educação rural, campesinato, identidade camponesa e outros

temas que consideramos relevantes para a construção do trabalho. Para compreender as políticas

públicas para educação do campo foram necessárias leituras sobre legislações específicas, como,

Constituição Federal de 1988, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDBEN

9394/96, Diretrizes Operacionais para Educação do campo.

Além da pesquisa bibliográfica fizemos também pesquisa de campo. Nessa etapa,

ocorreram visita as 5 famílias dos educandos e à escola municipal profª.Vilma Batista Teixeira

da Comunidade Jacuba. No momento das visitas realizamos entrevistas com os pais/responsáveis

pelos alunos e professora para entender sua origem e sua concepção sobre a escola e educação

no/do campo. Com o intuito de obter informações sobre as relações da comunidade com a escola,

procurando compreender aspectos positivos ou negativos que contribuam para manutenção da

identidade dos camponeses.

Como instrumentos de coleta de dados, elaboramos roteiros de entrevistas, as quais

foram gravadas. No momento de organização dos dados, elas foram transcritas e discutidas. Na

transcrição primamos por preservar a fala original dos entrevistados. Na realização das

entrevistas buscamos opiniões dos pais/responsáveis pelos educandos, considerando a

simplicidade de expressar seu ponto de vista, seu conhecimento. Compreender o campesinato e a

escola como auxiliar na manutenção da identidade camponesa, portanto seu papel nesse processo

nos remete necessariamente a pensar sobre a cultura, o modo de vida, o lugar, educação no/do

campo, o que será feito ao longo do trabalho.

A importância da escola no/do campo dentro do contexto geográfico

É necessário antes de pensar a escola no/do campo no contexto geográfico, lançar um

breve olhar pela geografia e entender que, como afirma Claval (2011, p. 310), há sempre

geógrafos refletindo sobre a geografia e que nos últimos trinta anos a disciplina efetuou uma

“virada cultural”1. Contudo, ele esclarece que existem resistências por parte de alguns geógrafos,

1 Virada cultural: Nascido da nova sensibilidade pela diversidade dos comportamentos individuais e pela

multiplicidade das representações que se afirma nos anos 1970, enrique-se de uma dimensão social nos anos 1980,

quando os temas da geografia do tempo desenvolvida por Torstein Hagerstrand são aceitos. ( Claval, 2011.p.316)

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exemplo daqueles que passaram pelo marxismo, os quais acreditam que o mundo se explica

sempre pelo econômico. Nesse sentido afirma que algumas explicações escapam à lógica

econômica.

Nesse contexto, pensar a geografia, remete ao entendimento de que ela foi mudando ao

longo dos tempos devido às mudanças socioespaciais, e não se pode mais explicar as

transformações ocorridas no espaço considerando apenas alguns aspectos, pois elas dependem

também dos aspectos culturais.

A cultura é construída através do diálogo entre as pessoas no dia a dia. Nessa interação

social é construído gradativamente símbolos e significados que tem sentido a essas

pessoas, e são compartilhados entre elas. A construção de uma cultura está repleta de

elementos e significados que vão identificar esse povo como pertencente a uma

determinada comunidade ou região, diferenciando-os de outras comunidades, surge

assim, a identidade cultural. (SILVA, 2009, p. 1)

Claval (2011) afirma que “no âmbito das categorias impostas pelos grupos dominantes

que os frágeis são obrigados a pensar suas identidades [...]. Segundo ele, o grupo dominado se

afirma como sujeitos escapando à condição de objetos imposta pela classe dominante. Assim,

para explicar o espaço geográfico pelo viés cultural pensamos como Nogueira (2007), que

entende que o lugar é reflexo das relações culturais, relações vividas e experienciadas pelos

homens que o habitam.

Segundo Cavalcante (2003), a abordagem sobre a categoria lugar tem sido pensada sob

três perspectivas, a primeira delas é a humanística, que considera o lugar como lugar vivido,

experienciado, nessa concepção o lugar é o espaço familiar ao indivíduo.

A segunda, a histórico dialética, que considera o lugar como meio de manifestação da

globalização, o qual sofreria impactos das transformações provocadas pela globalização

conforme suas particularidades e em função de suas possibilidades. Nesse sentido a autora

afirma que a eficácia das ações depende da possibilidade de sua materialização nos lugares e no

local ocorrem as resistências ao processo de globalização e suas consequências, pois é onde pode

se manifestar a identidade, o coletivo, o subjetivo.

Já a terceira é a perspectiva pósmoderna, a qual o lugar não pode ser explicado pela sua

relação com a totalidade. Valoriza, portanto, o empírico-individual, refutando a idéia de

sociedade total. Nessa condição, embora os eventos ocorrentes nos lugares estejam ligados a uma

estrutura única, eles não perdem sua individualidade. Entendemos que a induvidualidade se

relaciona aos fatores culturais que dão características específicas aos lugares, as quais os sujeitos

se identificam. Portanto, para remeter ao lugar considerando os aspectos culturais, todas as

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perspectivas atuais nos amparam.

Segundo Leite (2012, p. 79) é no lugar que “cada pessoa se encontra, se descobre, se

percebe presa ao mundo, forja laços de amizade, de afeto, de fidelidade e de apego, ou seja se

afirmam enquanto sujeitos individual ou coletivamente. Portanto esclarecemos que é no lugar

que se constroem as relações identitárias e a educação bem como a escola é instrumento nesse

processo, a partir do momento em que se organiza de modo a contemplar a cultura do campo no

processo de ensino/aprendizagem.

Hall ( 2011) acredita que, em tempos de globalização a compreensão de espaço-tempo

é feita aparentemente por eliminação das distâncias e que esse processo promove um enorme

impacto nas identidades culturais e estas estão intimamente ligadas ao lugar. Ainda segundo ele,

existe uma tensão entre o global e o local que ocorrem para a transformação das identidades.

Nesse sentido, entendemos que, o processo de globalização promove a introdução do

capitalismo no campo e nas cidades e, até mesmo as comunidades, sofrem a influência do

processo global, mas não perdem suas características. Para esse autor o pós moderno global

oferece uma gama de bens culturais como, música, filmes, moda etc, que influencia

desvinculando as identidades.

Levando em consideração o campo, Alves (2009) afirma que, a eletrificação rural

colocou os habitantes do campo em contato com a cultura urbana por meio da televisão, afirma

ainda que as novelas da Globo são influências e as gírias e os comportamentos da camada média

carioca são constantemente repetidos por garotos e garotas nos sítios.

Acreditamos que, nesse contexto, a escola tem um papel fundamental na manutenção da

identidade, pois, dependendo da maneira em que está organizada e da relação que mantém com a

comunidade (lugar) em que se insere, ela pode contribuir ou não para tal.

Ao longo dos anos as escolas localizadas no campo foram sendo extintas, pois a falta de

interesse do poder público em investir nestas escolas, tem estimulado o deslocamento dos

educandos do campo para as cidades, contribuindo para o fechamento delas. Nesse caso, a

identidade camponesa também se enfraquece, pois segundo Souza (2011), a escola no/do campo

é instrumento de luta do campesinato contra o agronegócio e também para a manutenção e

fortalecimento da identidade camponesa. Entretanto sabe-se que nos últimos anos no Brasil,

essas escolas tem sido desvalorizadas e consquentemente fechadas.

O processo de fechamento de escolas rurais atualmente ocorre, em maior ou menor

proporção, em todo o Brasil, como denunciado pela campanha nacional contra o

fechamento e pela construção de escolas no campo do Movimento dos Trabalhadores

Rurais Sem Terra (MST) “Fechar Escola é Crime”, no qual o movimento contabilizou o

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fechamento de 24 mil escolas em todo o país entre 2002 e 2009, sendo que 80% destas

eram rurais (CORDEIRO, 2012, p.1).

Ao pensar o fechamento de escolas no campo, não se pode desconsiderar que o campo

brasileiro vem passando por inúmeras transformações, em que o agronegócio tem se

intensificado e os camponeses perdendo seus espaços, causando uma diminuição da população

que vive no campo. Assim, percebe-se que a estrutura fundiária do país corroborou para os

fechamentos de varias escolas. Souza (2011) diz que, em lugar onde existe intensa presença do

agronegócio existem menos escolas no campo, argumenta ainda que quando se fecha as unidades

escolares fecha também a possibilidade de luta do camponês contra o agronegócio.

Nesse sentido, embora não exista a presença forte do agronegócio na região de Iporá, a

situação não se difere no sentido do fechamento de escolas, pois percebe-se que elas estão sendo

extintas. Para Rodrigues (2014) 50% das escolas localizadas no município de Iporá foram

fechadas de 2008 a 2010, por faltam de educandos nas escolas.

Atualmente as escolas no/do campo podem até ser fechadas, mas a lei Federal 12.960 de

27 março de 2014 afirma que para fechá-las é necessário um parecer da comunidade, deve ainda

passar pela avaliação e aprovação do Conselho Municipal de Educação e ter apresentação de

relatório de impacto da ação e da Secretaria Municipal de Educação justificando o fechamento.

Acreditamos que através dessa nova lei pode ser que estas escolas tenham melhorias, isso, se de

fato a lei for cumprida.

O número de educandos da escola pesquisada é reduzido, sendo que, os que freqüentam

tem oportunidade de obter no campo apenas a 1ª fase do ensino fundamental que vai do 1º ao 5º

ano, adiante disso, os alunos têm de deslocar para cidade para dar continuidade aos estudos, o

que implica na influência negativa na perpetuação dos valores, cultura e manutenção da

identidade camponesa.

Argumentamos que, falta de interesse por partes dos governantes em manter a educação

no/do campo e a falta de investimentos na manutenção da escola deve ser revistos para que a

escola desempenhe um papel relevante na manutenção da identidade camponesa. Para SOUZA

(2011), a identidade camponesa se caracteriza pelo seu modo de vida, na cultura, nas comidas

típicas, no manejo de suas obrigações diárias, da sua propriedade, como nas plantações de

mandioca, milho, arroz e entre outras culturas e, a identidade está presente em cada ação do

sujeito. Porém, existem vários fatores contribuintes para a saída dos povos do campo e a

adequação à cultura da cidade e perda da identidade.

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As dificuldades encontradas pelos camponeses para permanecer no campo

O capitalismo materializado no agronegócio é um dos responsáveis pelas mudanças já

ocorridas e também as que vêm ocorrendo no campo, desse modo, os camponeses, os quais

dependem de suas terras para sobreviverem, são muito prejudicados. Eles são forçados a sair de

suas propriedades para o capital se materializar e reproduzir e, consequentemente dominar o

campo. Nesse contexto o Estado corrobora para que isso ocorra.

O estado, num plano de caráter puramente voltado para interesses econômicos, ao tomar

a direção de expandir e ocupar as fronteiras agrícolas introduziu cada vez mais a lógica

capitalista, em detrimento da lógica camponesa, expulsou camponeses e favoreceu a

transformação de terra de trabalho em terra de exploração. (PALADIM JÚNIOR, 2010.

P. 35)

Um dos projetos que marcaram profundamente o início da expansão do agronegócio no

mundo foi a denominada “Revolução Verde2”, que tinha como objetivo erradicar a fome a nível

mundial. No caso do Brasil, se obteve um avanço considerável no desenvolvimento da

agricultura, com a introdução de maquinários, insumos, fertilizantes e agrotóxicos para combater

as pragas nas lavouras. Contudo, esse projeto trouxe para o imaginário social a necessidade de

modernização do campo. (PEREIRA, 2012).

Nesse sentido, percebe-se que a partir da Revolução Verde, ocorrem mudanças

significativas no campo. As pequenas propriedades que existiam transformaram-se em grandes

latifúndios3, os estados brasileiros adquiriram o projeto com interesse de desenvolver

economicamente, e os impactos iniciam-se. Como desdobramento disso, destacamos, a expulsão

dos camponeses de suas propriedades.

No Estado de Goiás Segundo Souza (2011), esse processo iniciou-se na década de 1970

com o Programa para o Desenvolvimento do Cerrado (POLOCENTRO) começando a

modernização da agricultura e, a cidade escolhida para iniciar o projeto foi Rio Verde. Com a

chegada do agronegócio no cerrado goiano, os campenses e outros trabalhadores rurais são

alijados de seu espaço, perdendo-o para a monocultura, para os maquinários. A soja foi o

principal atrativo dos grandes latifúndios.

Com passar dos anos, inicia-se também a plantação de feijão, milho, girassol entre

outras monoculturas existente no estado (SOUZA, 2011). Compreendemos que isso fez com que

2 A introdução em larga escala, a partir da década de 1950, em muitos países do mundo, inclusive no Brasil, de

variedades modernas de alta produtividade foi denominada Revolução Verde (PEREIRA, 2012,p. 685) 3 Grande propriedade rural, que se concentra num único dono.

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os camponeses que sobreviviam dos plantios familiares tiveram de vender suas propriedades

para grandes proprietários que ficavam em torno da suas terras.

Embora o agronegócio tenha se intensificado nos últimos anos, percebemos que os

camponeses resistem. Aduzindo a teoria de Chayanov, entendemos que embora ele tenha

estudado o campo russo no início do século XX, percebemos características do seus estudos no

campo brasileiro, pois, os camponeses sobrevivem com sua mão de obra familiar, onde a família

trabalha, cuida das suas pequenas lavouras, cultiva, e tira da sua parcela o seu meio de

sobrevivência, enquanto o excedente é vendido para complementar sua renda familiar . “A venda

do excedente assume, portanto, um fim especifica: adquirir aquilo que não é produzido

internamente como sementes, instrumentos de trabalho, vestuários, utensílios domésticos etc”.(

CARNEIRO, 2009).

Esse modelo se difere do modelo caracterizado pelo agronegócio, em que os grandes

proprietários produzem em grandes escalas e esta produção visa atender o mundo capitalista, via

mercado mundial. Os grandes latifúndios produzem para exportações, aumentando a balança

comercial4 do Brasil, concentrando terra, renda, prejudicando os camponeses.

Para os que vêem o processo de desenvolvimento na ótica das elites, o meio rural

modernizou-se, cresce o uso de fertilizantes, de irrigação, de equipamentos mecânicos e

de técnicas de controle de pragas e de doenças enquanto cai a área cultivada, sem haver

um impacto significativo na produção. Por outro lado, este mesmo processo expulsou

do campo milhares de agricultores, concentrando a propriedade fundiária, e expulsou

também parte dos assalariados rurais. (FERNADES, et al,p.46)

Diante disso alegamos que, a continuidade de sua cultura, tradição de vida, são

características dos pequenos produtores, pois eles produzem em pequena escala. Entendemos que

a principal característica de produção dos camponeses é principalmente a agropecuária, entre as

atividades camponesas, destacamos, a produção leiteira, hortifrutigranjeiros, da mandioca entre

outros cultivos. São estes os produtos base de sua sobrevivência e, o excedente é vendido para

suprir outras necessidades.

Apesar [...] da agressiva expansão da agroindústria5, os camponeses existem, isto é,

sobrevivem grupos familiares em unidades produtivas dedicadas á produção de

alimentos para a subsistência diária, mesmo que seja apenas para sua reprodução

enquanto força de trabalho (WETTSTEIN 1992.p.163).

4 Balança comercial e um registro estatístico do valor das exportações e importações de mercadorias de um país, em

determinado período, FERREIRA, 1998, p. 257. 5 Agroindústria a indústria nas suas relações com a agricultura ou dependência desta; que beneficia matéria-prima

oriunda da agricultura e vende o produto final. ( FERREIRA, 1998, p. 73)

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Consideramos que os camponeses cultivam de acordo com as limitações da sua

propriedade, pois não tem condições para comprar os maquinários necessários para aumentar sua

produção. Nesse sentido, entendemos que a cooperativa é uma alternativa de suporte e também

que cooperativismo é uma organização dos camponeses para adaptar às exigências capitalistas,

como forma de permanência no campo, onde o seu excedente e vendido para complementar sua

renda familiar.

Assim, a identidade camponesa esta ligada ao modo de vida, à tradição, à forma de

trabalho, que agrega apenas a mão de obra familiar diferenciado dos agricultores capitalistas que

precisam da mão de obra assalariada, para cuidar de sua propriedade (SOUZA, 2010). Os

camponeses voltam para o campo muitas vezes para servirem ao capitalismo com sua força de

trabalho, com seu conhecimento e experiência de lidar com a terra. A mão de obra do camponês

no campo é cada vez mais frequente (OLIVEIRA, 1990).

Diante das dificuldades encontradas pelos trabalhadores para permanecerem no campo,

mesmo sendo funcionários, tem de superar muitas outras a cada dia, como, a escola, saúde, lazer,

etc.. Portanto, inferimos que não havendo escolas no meio rural os educandos ficam sujeitos à

utilização do transporte escolar para chegar à escola mais próxima de sua moradia, o que

ocasiona muitos problemas aos alunos e muitas vezes às suas famílias, pois tem que deixar o

campo para morar na cidade.

A educação no/do campo

A educação no campo no Brasil passou por diversas mudanças ao longo das décadas,

entre essas mudanças mencionamos a educação rural, que ocorreu e ainda ocorre no campo e

ganha força após o desenvolvimento da Revolução Industrial e da Revolução Verde que chega

ao Brasil por volta da década de 1960, (SOUZA, 2011). Ao mesmo tempo em que houve o

desenvolvimento econômico no meio rural para alguns, desencadeou-se problemas sociais, os

quais são encontradas até hoje nas cidades, assim como no campo.

Segundo Paiva (2013), Ainda no governo de Getulio Vargas, 1930, já se pensava os

problemas sociais nas cidades, pois nessa década ocorria uma diminuição populacional relevante

no campo. Portanto, argumentamos que a ideologia da cidade como sinônimo de moderno e de

campo como atraso influenciou no processo de diminuição dos povos do campo, como também

no inchaço das cidades e dos problemas sociais desencadeados por conta do processo. Mas o

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governo acreditava que uma das alternativas para contê-los seria necessário criar escolas e

promover a denominada “educação rural”6 e que, para a contensão das tensões sociais urbanas,

os camponeses deviam retornar ao campo (PAIVA, 2013).

Nesse contexto, inicia-se o projeto da educação rural. Seu objetivo estava voltado para a

qualificação da mão de obra induzindo a atender ao desenvolvimento agrícola, com promessa de

trabalho e qualidade vida para a população do campo. O movimento da educação rural nesse

momento ganha repercussão praticamente em todos os estados brasileiros, promovendo o

desenvolvimento educacional no meio rural (PAIVA, 2003). O ensino rural, na época tem um

avanço significante para a população que residia nos campos. Porém estas políticas beneficiavam

a elite agrária da época, supracitado (PAIVA,2003).

Com passar das décadas inicia-se a política dos movimentos sociais, dos quais nasceu a

educação do campo. Ademais, a partir da década de 1980, além da luta pela terra, prezam pela a

educação nos assentamentos, haja visto, ocorrer dificuldades concernentes ao acesso à escola.

Assim, aclaramos que educação no/do campo origina-se com movimentos sociais, que

reivindicavam o direito a terra para se sustentarem, mas também vem lutando para ter acesso à

escola e a educação no/do campo, que é a nosso ver é essencial para manutenção da identidade,

por meio da memória coletiva7 (SOUZA, 2010).

Entendemos que a manutenção da identidade se faz presente também na cultura de cada

indivíduo ou sujeito como menciona (Claval, 2001, p. 50) “[...] quer dizer que cada um

desenvolve sua própria cultura em função do meio ambiente onde vive, trabalha ou viaja, das

dificuldades que encontra e da informação que recebe de fontes próximas ou distantes”.

De acordo com autor, a cultura faz parte da identidade de cada sujeito permitindo assim

modificações ao longo da sua vida, podendo permanecer com sua identidade e cultura, mas que

possa haver modificações na sua característica. E a escola pode ser uma ponte para essas

modificações. Pois, o sujeito pode se adaptar ou absorver para sua vida outras culturas e se

identificar com nova identidade. Diante disso a escola tem um papel importante para a

manutenção da identidade e da cultura, onde os educandos possam aprender valorizar as

tradições que vem das suas famílias.

Afirmamos que a educação no/do campo necessita tanto de políticas públicas para

obtenção de melhorias, como infraestrutura dos prédios, materiais de didáticos, qualidade no

6 Educação rural: caracterizadas basicamente pela transplantação de modelos urbanos (RODRIGUES, 2014, p. 16).

7

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ensino, professores capacitados, enfim, ter os cuidados necessários para efetivar a educação

garantida pela Constituição Federal.8

Embora haja garantia constitucional de qualidade no ensino, o funcionamento destas

escolas muitas vezes ocorre de maneira precária, e grande parte delas ofertam apenas o ensino

fundamental I, o que corrobora para a saída dos povos do campo. A escola e educação no/do

campo não possui acompanhamento adequado por parte dos municípios para atender as

obrigações estabelecidas nas Diretrizes Operacionais para a Educação Básica nas Escolas do

Campo9. Ademais, a falta de preparação dos professores e o fato de não serem oriundos do

campo e não possuir nenhum vínculo com ele, faz com que a educação no/do campo descumpra

a proposta designada a ela em leis. Os professores sendo procedente da cidade, a tendência é

levar aos educandos o ensino pautado nos valores urbanos.

A resolução CNE/CEB nº 1, de abril de 2002, institui as Diretrizes Operacionais para a

educação Básica nas escolas do Campo, compostas por sete elementos principais: a

proposta pedagógica e organização curricular, a responsabilidade do poder público para

com a educação do campo, a organização e estrutura escolar, a gestão escolar, a

formação dos professores do campo e, finalmente, o financiamento da educação do

campo (BORGES, SOUZA 2011.p.89 a 90).

Por mais que haja discussões sobre educação no/do campo em relação a propostas para

melhorias existem falhas, pois, não há a devida atenção por parte do poder público, aos

problemas existentes. Além das dificuldades já relatadas existem outras encontradas diariamente

como, por exemplo, os meios de transporte que são utilizados para levar as crianças do campo

para a cidade.

Entre alguns estimulantes do fechamento das escolas no/do campo, entendemos que as

políticas do transporte escolar, embora muitas vezes vista com “bons olhos” pela sociedade, tem

contribuído significativamente para isso. De acordo com Brasil, Mec, Cartilha de Transporte

Escolar (2005) os alunos têm direito a educação, saúde, lazer, etc., como reza a Constituição

Federal (1988), Art. 227.

Esse documento, Brasil, Mec, Cartilha do Transporte Escolar (2005), afirma que o

transporte deve obedecer a vários critérios, como por exemplo, o estado do veiculo, o tempo de

uso do veículo, pois, este deve ter no máximo sete anos de uso; cumprir as normas de segurança,

como cinto de segurança; não ultrapassar o número de alunos permitido no veículo, um dos

8 Constituição Federal (1988) Art: 206 no capitulo VII

9 Escola do Campo: Trata-se, portanto de uma concepção que emerge das contradições da luta social e das práticas

de educação dos trabalhadores do e no campo.( Molina e Sá, 2012.p.324).

Page 16: O Papel Da Escola Na Identidade Dos Camponeses Na Comunidade Da Jacuba No Municipio de Iporá-go

16

pontos mais importantes está na quantidade de tempo que cada aluno pode ficar dentro do

transporte, sendo que, alunos com até oito anos de idade pode permanecer apenas 30 minutos, e

crianças acima de oito anos 60 minutos.

Compreendemos que o ensino para alunos que se residem no campo deve ser no/do

campo. Assim, além de contemplar a cultura do campo ao estudar no campo, o aluno poderá

ficar mais tempo em suas casas, pois não precisam sair tão cedo para percorrer grandes

distâncias a fim de chegar à escola. Enfim, ele poderá aproveitar sua infância como deve ter

todas as crianças e, ademais, privilegiar seu espaço de vivência, ainda terão mais tempo para

aprender sobre o campo nas atividades práticas com seus pais.

Desse modo, ao se tornarem adultos, manterão a tradição, e identidade camponesa, pois

de acordo com Kremer (2011), o deslocamento dos educandos de suas comunidades, mesmo

sendo intracampo, tem intensos impactos em sua cultura e identidade. Assim, se o educando

pode contar com a educação no/do campo, acredita-se que ela pode proporcionar interação do

educando com a realidade em que vive, valorizando sua tradição, seu conhecimento sem perder

seus valores.

E a escola e, a educação no/do campo estão vinculadas as relações sociais mediante a

sua tradição e pelo o trabalho na terra, a escola pode e deve promover um ensino pautado no

modo de vida do campo, reforçando a importância da terra na vida dos camponeses. Contudo

Fernandes et al (2009,p.53) afirma que “A educação não resolve por si só os problemas do país,

[...]. Ela pode ser um elemento muito importante, se combinada com um conjunto de ações

políticas, econômicas e culturais, que mexam diretamente no modelo econômico.” Nesse sentido

a educação no/do campo ao formar o cidadão para viver no campo, poderá desenvolver o senso

crítico deste para perceber o espaço em que vive e consequentemente intervir no mesmo a fim de

melhorá-lo. A educação do campo não existe sem a agricultura camponesa. (JESUS, 2010,

p.152, apud FERNANDES e MOLINA, 2004,p.73-74).

Assim, entendemos que educação em geral não resolverá os problemas existentes no país,

porém pode mitigá-los. Se houver de fato educação no/do campo, como políticas adequadas,

considerando aspectos presentes no dia a dia dos educandos, pode ocorrer melhorias na vida dos

camponeses e precisam de apoio para manutenção da sua cultura e da sua identidade.

Analise e discussão dos resultados

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17

Figura 2: Escola Municipal Professora Vilma Batista Teixeira, Na comunidade da

Jacuba no município de Iporá Goiás. Fonte: Acesso pessoal (2014).

Conforme a figura 1, a escola Municipal Professora Vilma Batista Teixeira se localiza

nas margens da GO-221, afastado da cidade de Iporá 11,3 KM de distancia; como podemos

visualizar na figura 2, a escola tem um espaço físico pequeno, possui apenas uma sala de aula,

portanto se constitui em uma escola multisseriada.

No ano de letivo de 2014, a escola tem um total de 7 educandos matriculados. Um deles

está no Pré escolar I; dóis no Pré escolar II; um no primeiro ano do ensino fundamental I; um na

modalidade da Educação de Jovens e Adultos – EJA - segundo ano; dois no quarto ano e um no

quinto ano. Percebemos que o espaço escolar é suficiente para atender os sete educandos que a

freqüentam.

Há que se lembrar que a educação infantil não pode ser agrupada com turmas do ensino

fundamental, pois, conforme determina a Resolução nº 02 (CNE/CEB N 02, de 28 de abril de

2008) é proibido o agrupamento de crianças de Educação Infantil e do Ensino Fundamental em

uma mesma turma. No caso da escola estudada, isso ocorre descumprindo o estabelecido.

De acordo com a professora entrevistada, sua maior dificuldade é na elaboração dos

planos de aulas, por ser uma sala multisseriadas, mas que é valoroso o esforço, pois considera

importante a escola no campo. Segue a transcrição de sua fala como comprovando o afirmado:

Bom assim, obstáculo você tem muitos, mas eu acredito que depende muito do

professor, se ele quiser almejar algo ele tem de buscar, nada vem... Você trabalha muito

em termos assim você monta no caso que eu tenho de planejar aula para o pré escolar I

e II, primeiro ano, segundo ano, quarto ano e quinto ano, então se torna vários

planejamentos, mas acredito assim se o professor almeja crescer, eu acredito que isso

aqui é melhor lugar dele é uma experiência muito valida porque é muito importante isso

aqui só quem passa por aqui que sabe a importância que é.

Page 18: O Papel Da Escola Na Identidade Dos Camponeses Na Comunidade Da Jacuba No Municipio de Iporá-go

18

(informação verbal 2014)10.

Durante a entrevista perguntamos à professora se o material didático usado é direcionado

para a educação no/do campo ou voltado para o urbano, pois acreditamos que o material

influencia na idéia de que a cidade é melhor que o campo, sem considerar as identidades

culturais. Assim, a professora responde: “aqui os materiais de didática que eu trabalho tanto aqui

para a comunidade como voltada também pra a cidade, porque estão interligados né... porque

igual aqui eles dependem muito da cidade então, mas os materiais didáticos servem em ambas as

partes”. (informação verbal, 2014).

Entendemos que não há preocupação da professora em relação a materiais que influencie

positivamente a manutenção da identidade camponesa, pois não se considera a cultura

camponesa. Aduzindo Beltrame, Cardoso e Nawroski (2011, p.103) “A experiência educacional

desenvolvida pelos professores nas escolas do meio rural ganha mais sentido à medida que

incorpora características culturais da vida no campo, valorizando peculiaridades que compõem o

repertorio e marcam a trajetória das populações que ali vivem”. Conforme aos autores a

manutenção camponesa só vai ter continuidade se o ensino for voltado para a realidade deles.

Nesse sentido percebemos que não há uma manutenção da identidade camponesa, porque

os materiais didáticos não são específicos para a educação no/do campo. Por, mais que exista a

coleção de livros que possuem conteúdos relacionados ao campo, o ensino deixa a desejar. Outro

fator é que a professora não tem relação direta com o campo, por morar na cidade acabam

interferindo no seu ensinamento.

Perguntamos para a coordenadora se existem diferenças significativas das escolas do

campo em relação às da cidade e quais as principais diferenças. Eis a resposta:

Essa diferença ao uma impressão das pessoas que a escola do campo né. Não ensina

tanto quanto a da cidade e agente lembra o seguinte que no nosso município tem o

currículo mínimo que é trabalhado tantos pelas professoras do campo quanto da cidade,

e pelo o resultado da provinha Brasil ficou claro que alunos atingiram os níveis quatro e

cinco, ou seja, os mais altos né, da provinha Brasil isso significa pra gente que não há

uma diferença grande nossa, e a criança fica, mas à-vontade, o espaço ajuda e as

professoras tem o obtido o planejamento a organização como outra escola qualquer. (

informação verbal, 2014)11

Na fala da coordenadora percebemos que a educação é pautada em números, pois Prova

10

Entrevista gravada com a professora 2014 11

Entrevista gravada com a coordenadora da secretariaria da educação do município de Iporá-GO, 2014.

Page 19: O Papel Da Escola Na Identidade Dos Camponeses Na Comunidade Da Jacuba No Municipio de Iporá-go

19

Brasil12

remete a quantitativo, em detrimento ao qualitativo, que seria considerar as divergências

culturais, ensinando o que de fato seja significativo aos sujeitos do campo e que os auxiliem na

manutenção de sua identidade, e que constantemente é desconsiderado.

Há uma idéia de que os educandos do campo devem acompanhar o desenvolvimento dos

que vivem nas cidades, pois a coordenadora entrevistada afirma que os alunos que frequentam a

escola no/do campo têm capacidade de acompanhar o ensino ofertado nas escolas urbanas.

Pensamos que o fato da padronização do currículo e a própria organização do sistema de ensino

leva a esse pensamento de que os educandos do campo devem ser como os da cidade. Porém

acreditamos que as diversidades devem ser respeitadas. A coordenadora relata que uns dos

problemas que a escola enfrenta é falta de alunos, portanto, por um motivo ou outro os pais ou

até mesmo os alunos preferem estudar nas escolas urbanas onde tem uma ideologia de que a

cidade é melhor que o campo.

Como afirma Souza,

“[...] Existe a concepção de que a escola urbana é melhor do que a rural. Desse modo, se

coloca o determinismo geográfico como fator regulador para a baixa qualidade do

ensino oferecido com campo, esquecendo-se que no meio urbano também existem

escolas com as mesmas características”. ( SOUZA, 2010, p. 109).

Entendemos que as escolas no/do campo sejam de fato menos assistidas que as urbanas,

pois, elas não são vistas pela maioria da sociedade, e atualmente os governantes priorizam em

suas o que é visível pela sociedade, pois servem para fins de propagandas políticas. Segundo

Alves (2009) nem para esse fim a escola no/do campo é usada.

Ao pensar a escola como auxiliar na manutenção da identidade, buscamos entender se a

escola Municipal Professora Vilma Batista Teixeira possui Projeto Político Pedagógico – PPP,

pois sabemos que, a elaboração do PPP remete a pensar a escola atendendo às necessidades da

comunidade em que se insere. A lei nº 9394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional – LDBEN, no art. 26 afirma que :

[...] os currículos do ensino fundamental e médio devem ter uma base comum, a ser

complementada, em cada sistema de ensino e estabelecimento escolar; por uma parte

diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura, da

economia e dos educandos. (BRASIL, LEI DE DIRETRIZES E BASES DA

EDUCAÇÃO NCIONAL, 1996 ART. 26).

Assim, é necessário considerar o currículo base, mas atender as diversidades regionais e

12

Prova Brasil, avaliação constitucional do estado, para a verificar o índice de aprendizagem dos alunos.

Page 20: O Papel Da Escola Na Identidade Dos Camponeses Na Comunidade Da Jacuba No Municipio de Iporá-go

20

locais, e a oportunidade de atendimento dessas divergências sucedem na elaboração do PPP,

quando a comunidade escolar faz parte dela. Portanto, ao questionar a coordenadora se a escola

possui o PPP, ela assegura que,

Sim, o projeto foi elaborado e aprovado em 2009, e desde lá vem fazendo reestruturação

passada inclusive pelo conselho da escola, da educação, há uma realimentação dele, que

está previsto agora neste mês porque é, mesmo que as professoras que estão na sala de

aula no campo não são as professoras nos anos anteriores então passar pra elas

direitinho e dividir por etapas pra gente conseguir, professoras, pais participam,

administrativo participam. E junto nós constróis a realimentação dessa proposta.

(informação verbal).13

Assim, constatou-se que não existe um PPP atualizado na escola, pois o projeto é de

2009, e desde essa data está em elaboração. Pensamos que e isso dificulta o trabalho pedagógico.

Para Rodrigues (2014, p. 68), “a existência do PPP é fundamental para que a escola e seus

educadores definam os caminhos e a direção a seguir no processo pedagógico.”

Em relação às famílias entrevistadas na comunidade da jacuba, afirmaram que seu

sustento advêm de sua propriedade. Entre outros, as atividades desenvolvidas são, a produção

leiteira, a produção de rapadura, o cultivo da mandioca, do milho, a criação de frangos, galinhas.

Das cinco famílias entrevistadas, quatro delas disseram que residem na comunidade a

mais de 40 e 50 anos, e que a terra onde morram era dos seus pais, e que não pretendem sair dali,

pois é sua fonte de sobrevivência. Por mais que leve uma vida simples no campo, é considerada

por eles melhor que na cidade. Ali eles podem “plantar sua horta, sua roça, criar suas criações e

afirmam na cidade não tem liberdade como na fazenda.” (Informação verbal) 14

.

A escola é considerada para os pais e responsáveis um ponto de referência para seus

filhos, para eles é onde aprendem a gostar da escola, da fazenda. Ali, eles podem se desenvolver

melhor por conta da atenção dada pela professora. Por haver um número reduzido de educandos

ela pode contemplar especialmente um a um.

Segundo um dos pais entrevistados, o seu filho teve uma melhora significativa em

comparação à educação urbana, segundo ele, seu filho estudou um período na cidade e não

desenvolveu tanto, quanto na escola professora Vilma Batista Teixeira. Ele afirma que, enquanto

houver ensino no/do campo seu filho vai estudar nesta escola, até porque para ir à cidade é

necessário o transporte escolar, o que segundo o pai existem alguns transtornos, como sair cedo e

chegar tarde em casa (informação verbal).15

13

Entrevista gravada com a coordenadora 2014 14

Entrevista gravada com pais. 15

Entrevista gravada com pais e responsáveis

Page 21: O Papel Da Escola Na Identidade Dos Camponeses Na Comunidade Da Jacuba No Municipio de Iporá-go

21

Já outro pai fala das questões sociais que se encontram na cidade e se preocupa com a

formação de caráter dos seus filhos.

Enquanto o filho está estudando aqui é muito melhor, mas prático pra nós, que não

tenho o preocupamento das crianças aí, as vez de ser atropelado por um veiculo ou as

vez uma batida como acontece. Isso tudo poderá acontecer, então enquanto está aqui é

muito mais melhor, prefiro que esteja aqui, mas quando acabar a graduação e meus

filhos não tiver mais condições de estudar aqui ai tem.. Ai preocupa bastante, com as

tais brigas, com os companheiros, as drogas na cidade que tem demais, e então sinua

demais as pessoas, as crianças da roça as vez é mais ou menos inteligentes do que da

cidade, mas agente “vai pegar no pé16

” pra não deixa trazer nada e pegar nada de

coleguinhas da cidade pra não acontecer coisa pior”. (informação verbal, 2014) 17

.

Isso mostra que a comunidade se identifica com a escola Professora Vilma Batista

Teixeira, pois os pais querem seus filhos estudando nela por ser do campo, por ter características

do campo. Por isso se preocupam com o fechamento da escola, e a cada início de ano se

angustiam quando pensam que a escola pode ser fechada. Porém, os pais desconhecem a lei

12.960 de 27 de março de 2014.

Portanto para que a escola não seja fechada é necessário que os pais conheçam a lei e

cobrem do poder público que ela seja cumprida. Assim a escola pode permanecer na

comunidade, se organizar de acordo com as políticas para educação do campo, podendo ser um

meio para a manutenção da identidade camponesa.

Considerações Finais

Com as transformações ocorridas no campo a partir da década de 1960, os camponeses

começam a perder seu espaço para o agronegócio, saem do campo para trabalhar nas cidades,

contudo os problemas sociais começam a ocorrer. Com o passar dos anos os camponeses

retornam ao campo e passam a reivindicar a terra, educação, saúde, pois entendem que lhes são

direito.

Nesse contexto, inicia-se as discussões sobre educação no/do campo, pelos movimentos

sociais partir da década de 1980. A escola no/do campo, desde então esteve entre os debates

públicos, inclusive nos políticos, com proposição de melhoria. A educação no/do campo inserido

nesta proposta, deverá contemplar as necessidades da comunidade, adequar calendários,

materiais didáticos, currículo adaptado às peculiaridades locais.

16

Modo de dizer, falar, expressar, ou seja, a formar de corrigir, de educar, orientar na melhor forma o possível os

seus filhos. 17

Entrevista gravada com pais e responsáveis.

Page 22: O Papel Da Escola Na Identidade Dos Camponeses Na Comunidade Da Jacuba No Municipio de Iporá-go

22

Assim, ela deve desempenhar um papel de auxiliar na manutenção do modo de vida, na

identidade camponesa, ensinando aos educandos por meio dos conteúdos aplicados de acordo

com suas peculiaridades, a importância da terra para sua vida, valorizando assim a tradição e

modo de vida. Isso pode ocorrer por meio da organização da escola, regulamentada pelas

políticas educacionais para o campo contido na Constituição Federal, LDBEN/9394/96 e as

Diretrizes Operacionais para Educação do Campo. Todavia, a educação no/do campo tem sido

refutada na prática, ocorrendo o que se denomina de educação rural, ou seja, há apenas a

transplantação de modelos urbanos para as escolas do campo.

É sabido que a educação rural é um instrumento que contribui para a saída dos povos do

campo, pois, ao levar os valores urbanos para as escolas do campo, os educandos, que já

possuem contato com a cultura da cidade por meio de TVs, filmes, músicas entre outros, tende

ainda mais se identificar com a cidade enfraquecendo a identidade camponesa.

As escolas no/do campo no Brasil, atualmente estão sofrendo dificuldades em

permanecer em funcionamento no campo por conta da evasão dos alunos, pois, além do

agravante provocado pela expansão do agronegócio, alguns pais/responsáveis preferem levá-los

para as cidades. Isso se deve muito ao fato de a população que reside no campo passou a

absorver a idéia de que a educação urbana é melhor que a do campo.

Na escola Municipal Vilma Batista Teixeira, isso não se difere muito, pois, alguns

possuem este mesmo pensamento. Embora a maioria dos pais não almeje o fechamento da

escola, o motivo é apenas a insegurança em mandar seu filho para a cidade, por conta de

violência, contato com drogas e o perigo do transporte escolar e não a escola em sim.

Por conta disso há possibilidade de fechamento da escola por falta de alunos e, por mais

que haja a lei 12.960 que dificulta o fechamento das escolas que se encontram no campo, ela não

é o suficiente para impedir o fechamento da mesma. Ademais os pais desconhecem a lei,

portanto como cobrar, já que não possuem conhecimento? Percebemos que a escola não permite

a manutenção da identidade camponesa, devido a educação ser voltada ao ensino urbano

Nesse sentido percebemos que faltam melhorias na escola, e carecem de mudanças; é

necessário maior investimento dos poder público em materiais didáticos adequados à realidade

dos educandos do campo; estrutura física do prédio escolar; professor que tenha no mínimo,

vínculo com o campo. Ademais, a escola deve possuir o PPP, pois por meio dele infere a

possibilidade de contemplar na escola as necessidades da comunidade.

É necessário repensar a educação ofertada nesta escola, pois embora seja denominada um

escola do campo, ela não possui característica desta, sendo apenas mais uma escola rural, a qual

não contribui significativamente para a manutenção da identidade camponesa.

Page 23: O Papel Da Escola Na Identidade Dos Camponeses Na Comunidade Da Jacuba No Municipio de Iporá-go

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