o mundo saido da guerra
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O mundo saído da Guerra
Escola EB 2,3 D. João I da Baixa da Banheira
Trabalho elaborado por:
Joana Sofia Ferreira, nº15
9ºA
Ano Lectivo: 2010/2011
Disciplina: História
Professora: Filipa Teixeira
Classificação: ____________________
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Índice
Introdução.................................................................................................. 2
Comunismo e Capitalismo – Política de Blocos ........................................... 3
O Plano Marshall e a NATO (EUA) ........................................................... 3
O Comecon e o Pacto de Varsóvia (URSS) ................................................ 4
O conflito entre blocos – A Guerra Fria ...................................................... 5
Principais conflitos .................................................................................. 6
Os primeiros movimentos de independência ............................................. 7
Conclusão ................................................................................................... 9
Bibliografia ............................................................................................... 10
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Introdução
Em 1945, com o terminar da Segunda Guerra, o Mundo conheceu
uma nova realidade.
O número de mortes ascendeu as 60 milhões, contabilizadas devido a
combates, fomes e doenças. O povo judeu sofreu uma considerável redu-
ção populacional devido ao holocausto, estimando-se cerca de 6 milhões
de mortes. Como agravante, apresentava-se uma Europa por reconstruir,
danificada pela guerra, políticas para restaurar e uma economia depen-
dente de outros países não tão prejudicados pelo efeito da Guerra – os
Estados Unidos e a União Soviética.
Estabeleceu-se então uma política de blocos, que será explicada ao
longo deste trabalho, com o objectivo de uma melhor contextualização do
que foi o pós-guerra de um dos acontecimentos mais marcantes de que a
História tem memória.
Figura 2 Cemitério militar nos Estados Unidos da América. Existem vários cemitérios como este, onde jazem milhares de combatentes da Segunda Guerra Mundial.
Figura 1 Vitória soviética em Berlim, Alemanha.
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Comunismo e Capitalismo – Política de Blocos
Os Estados Unidos e a União Soviética, que tinham sido aliados na
Segunda Guerra Mundial, saíram das conferências de Ialta e de Potsdam
com posições políticas diferentes. Os EUA defendiam uma política capita-
lista, enquanto a União Soviética adoptava uma politica comunista. Assim,
com ideologias e interesses diferentes, estas duas superpotências forma-
ram dois blocos opostos.
O Plano Marshall e a NATO (EUA)
Os Estados Unidos, que não sofreram
os efeitos materiais da Guerra, passaram
a assegurar cerca de 60% da produção
mundial, sobretudo no sector do arma-
mento, e controlavam o comércio inter-
nacional, detendo dois terços do stock de
ouro a nível mundial, provenientes dos
empréstimos aos países aliados.
Desta forma, defensores do sistema
capitalista, os Estados Unidos procuraram
travar a expansão do comunismo. Em
1947, o então presidente, Harry Truman,
chamou a Europa a participar num projec-
to que visava a recuperação económica e
financeira desse mesmo continente. O
Plano Marshall, como era chamado esse
projecto, incluía, se necessário, apoio mili-
tar.
Tendo aderido 17 países ao Plano, foi criada a Organização Europeia
de Cooperação Económica, com o objectivo de controlar a utilização dos
milhões de dólares emprestados à Europa.
Em termos militares, a superioridade americana prevalece até hoje,
tendo os EUA estabelecido uma rede de inúmeras bases militares por todo
Figura 3 “Independentemente do tempo, temos de nos mover juntos” – Cartaz alusivo ao Plano Marshall.
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o mundo, prontas a actuar em caso de conflito. Em 1949, a discrepância
entre os ideais da democracia americana e do comunismo soviético pare-
cia colocar a Europa na eminência de um novo conflito mundial. Assim,
nesse mesmo ano e com vista a defender o Ocidente, criou-se a Organiza-
ção do Tratado do Atlântico Norte (NATO), à qual aderiram os Estados
Unidos e outros onze países.
O Comecon e o Pacto de Varsóvia (URSS)
Se por um lado os Estados Unidos da América reconheceram a neces-
sidade de criar organizações económicas e tratados de protecção milita-
res, por outro lado do mundo a União Soviética sentiu essa mesma neces-
sidade. Logo após o fim da Guerra, o governo soviético apoiou o estabele-
cimento de governos comunistas, em redor do seu território – a Europa de
Leste. Assim, em resposta ao Plano Marshall americano, em 1947, criou-se
a Kominform, que controlaria e coordenaria a acção dos partidos comunis-
tas e em 1949 o Comecon (Conselho de Ajuda Económica Mutua), com o
objectivo de recuperar não só a economia soviética mas também a das
democracias populares a si agregadas – Roménia, Checoslováquia, Bulgá-
ria, entre outros. Estava assim criado o Bloco de Leste, liderado pela URSS.
Militarmente, em resposta à NATO e com o mesmo género de fun-
ção, foi criado o Pacto de Varsóvia (1955), assinado pela União Soviética e
pelos países a ela agregados.
URSS
Figura 4 Extensão do Pacto de Varsóvia.
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Como resultado dos dois tratados militares efectuados e das duas
diferentes ideologias políticas em questão, o mundo foi como que dividido
em dois, razão pela qual surgiu a expressão “Cortina de Ferro”, que “tra-
çava” os limites da Europa Ocidental e da Europa Oriental.
O conflito entre blocos – A Guerra Fria
A tensão e os conflitos indirectos entre os dois blocos arrastaram-se
durante cerca de quinze anos, período que ficou conhecido como Guerra
Fria, por nunca ter havido um conflito directo.
Um dos acontecimentos mais caracterís-
ticos deste período foi o Bloqueio de Berlim.
No final da Guerra dividiu-se a cidade de Ber-
lim, capital alemã, pelas quatro potências –
URSS, EUA, Inglaterra e França. Em 1948, as
três últimas, com o objectivo de travar o
avanço comunista, uniram economicamente
as zonas que ocupavam em Berlim. Em res-
posta, a URSS ordenou o bloqueio terrestre
da cidade, tendo os Estados Unidos ordenado
a criação de uma ponte aérea para garantir o
abastecimento de Berlim. Em 1949, ocorre a
criação da República Federal Alemã (na parte
Ocidental da cidade) e da República Democrá-
Figura 5 “A Cortina de Ferro”, em 1955. De azul estão representados os países aderentes à NATO, e de vermelho a União Soviética e os res-tantes países aderentes ao Pacto de Varsóvia.
Figura 6 Divisão da cidade de Berlim após a Segunda Guerra Mundial.
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tica Alemã (na parte Oriental da cidade).
Principais conflitos
Ainda em 1949, as forças
nacionalistas chinesas foram força-
das a abandonar o poder, frente às
forças comunistas de Mao Tsé-Tung,
apoiado pela URSS de Estaline.
Entre 1950 e 1953, a Coreia do
Norte, comunista, opôs-se à Coreia
do Sul então auxiliada pelos Estados
Unidos da América. A Coreia do Nor-
te contou com o apoio da URSS, e
no final do confronto contaram-se
mais de um milhão e meio de mortos.
Mas a situação de maior tensão na Guerra Fria foi a crise dos mísseis
de Cuba, em 1962. Cuba (então governada por Fidel Castro), tinha um
governo socialista, ou seja, aliado dos soviéticos, que instalaram na ilha
Figura 8 Estaline e Mao Tsé-Tung, uma aliança comunista.
Figura 7 Muro de Berlim em manutenção por um operário da RDA. Construído em 1961 e derrubado em 1989, este muro era altamente protegido em todo o seu redor. A sua passagem era proibida, e todos os que a tentaram e foram apa-nhados, acabaram por ser executados.
Posteriormente a esta
divisão, muitos cidadãos da
RDA tentaram mudar-se para
a zona de influência dos Alia-
dos em busca de melhores
condições de vida. Assim, a
solução encontrada pelos
soviéticos para evitar a fuga,
foi a construção do chamado
Muro de Berlim, que dividia o
bloco comunista do bloco
democrático.
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uma base de mísseis. Receosos com a proximidade e com um possível
ataque, os EUA lançaram um ultimato a Cuba, exigindo a retirada do
armamento.
Todos estes acontecimentos aumentaram a tensão entre os dois blo-
cos. Conscientes do armamento de ambos, americanos e soviéticos com-
preendiam a possibilidade de vir a ocorrer uma guerra nuclear, dado que
ambas as potências já possuíam armamento nuclear. Talvez devido a esta
consciência, as potências nunca se tenham envolvido em situações béli-
cas, mantendo sempre uma mínima política de coexistência pacífica.
Os primeiros movimentos de independência
Pela mesma altura, surgiu uma onda anti-
colonialista no continente asiático e mais tarde
no africano. Desta forma, entre 1946 e 1975,
foram vários os novos países que conquista-
ram a sua independência, não sendo Goa (ter-
ritório até então português) uma excepção.
Por esta causa lutaram grandes nomes como
Gandhi (na Índia), Sukarno (na Indonésia) e
Senghor (no Senegal).
Na base destes movimentos pela liberta-
ção nacional estiveram presentes factores
como:
A situação económica da Europa no pós-guerra, que acentuou a inca-
pacidade de gerir os seus impérios ultramarinos, tendo assim que se
desfazer dos mesmos, reconhecendo a sua independência;
Os EUA e a URSS, que censuravam o colonialismo europeu e apoiavam
os movimentos de libertação, de modo a alargar as suas áreas de
influência;
Figura 9 Mahatma Gandhi, luta-dor pela independência da Índia.
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A defesa, por parte da ONU, do direito dos povos à autodeterminação
e independência.
Na Índia e no Paquistão, o movimento de autonomia foi pacífico, sob
a orientação de Gandhi. Por outro lado, em locais como a Indochina, a
libertação ocorreu após diversos conflitos armados e, na Indonésia, devido
a pressões internacionais.
Em 1955, o grupo de países que conquistara a sua soberania nacional
e estatal, reuniu-se na Conferência de Bandung, com o objectivo de alar-
gar a todos os territórios o princípio da autodeterminação.
Figura 10 Conferência de Bandung, na Indonésia, onde estiveram presentes países como o Afeganistão, Arábia Saudita, Birmânia, Paquistão, Nepal, Iraque, entre outros.
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Conclusão
O período pós-guerra foi, então, um período de grandes mudanças
económicas e sociais, acima de tudo caracterizadas pela tensão e pelo
receio de uma guerra nuclear entre o bloco ocidental – com os Estados
Unidos à frente – e o bloco de leste – com a URSS à frente.
Para além dos conflitos armados, o pós-guerra, agora caracterizado
por Guerra Fria, teve outros desafios – mudanças bruscas nos estilos de
vida das populações a nível mundial, corridas na investigação militar e até
a corrida ao espaço, na qual os EUA e a URSS se viram empenhados
durante longos anos.
Curiosamente, podemos ainda hoje ver os resultados dos aconteci-
mentos retratados. As guerras no Médio Oriente foram e são, para além
de um reflexo do fanatismo religioso, uma demonstração da constante
superioridade de algumas facções como os Estados Unidos sobre esse
mesmo território e no mundo em geral.
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Bibliografia
Para a realização deste trabalho, recorri às seguintes fontes:
Manuais, livros e afins:
- BARREIRA, Aníbal; MOREIRA, Mendes – “Sinais da História – 9º
ANO”, 1ª Edição, Edições ASA, 2009
- CIRNE, Joana; HENRIQUES, Marília – “Cadernos de História 9”, Areal
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