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Expresso, 9 de abril de 2016 ECONOMIA 22 UM PROJETO SAIBA MAIS SOBRE ESTA COMPETIÇÃO ORGANIZADA PELO EXPRESSO E A SDG EM www.expresso.sapo.pt/ economia/gic COMPETIÇÃO As empresas que patrocinam e apoiam o Global Management Challenge valorizam a sua componente formativa e há mesmo quem utilize esta simulação como forma de contratação Prova de estratégia e gestão atinge 37ª edição Francisco Pinto Balsemão, presidente da Impresa, discursou no lançamento oficial da 37ª edição do Global Management Challenge que começa em maio FOTO TIAGO MIRANDA O Expresso e a SDG — Simula- dores e Modelos de Gestão, jun- taram esta semana, em Lisboa, as empresas que patrocinam e apoiam o Global Management Challenge, para o lançamento oficial da sua 37ª edição. A organização quer atingir este ano as 500 formações. Para atingir esse número as inscrições vão estar abertas para equipas de estudantes, quadros e mistas, até ao início de maio. Mês esse em que vai também ter início a próxima edição. Francisco Pinto Balsemão, presidente do concelho de ad- ministração da Impresa, lem- brou no almoço de lançamen- to que “o Global Management Challenge continua a manter a liderança mundial, o que é algo para nos orgulhar, neste tipo de competições de estra- tégia e gestão e já envolveu desde o seu lançamento mais de 500 mil participantes a ní- vel internacional”. Na sua opi- nião para este sucesso muito têm contribuído as entidades que patrocinam e apoiam esta iniciativa e que são 15 no total, de áreas variadas. Formar para a gestão A Intrum Justitia patrocina a competição desde 2007. Albina Nunes, diretora comercial des- ta estrutura explicou no evento que ao apoiarem equipas de estudantes, estão a contribuir para a formação dos jovens que vão ser os gestores do futuro. Já a Accenture Portugal é a empresa que há mais tempo está ligada ao Global Manage- ment Challenge. O seu presi- dente, José Galamba de Olivei- ra, marcou presença no almoço e referiu que nesta iniciativa os estudantes têm a oportuni- dade de contactar e perceber como funcionam as empresas, de uma forma prática, o que é algo que as universidades não conseguem transmitir. Para a Accenture é também “uma for- ma privilegiada de identificar e recrutar talento, pois atra- vés desta competição podemos conhecer melhor os jovens a contratar”, salientou. Luís Mira Amaral, presiden- te do júri internacional acom- panha a prova há largos anos e defende que esta simulação empresarial não tem parado de evoluir. Mostra como as áre- as funcionais de uma empresa se interligam e consegue até simular o comportamento hu- mano. É ainda uma iniciativa que nasceu em Portugal e que hoje está presente em mais de 30 países. maribela freitas [email protected] Uma economia que não valoriza a Engenharia e o conhecimento científico é necessariamente uma economia pobre” CARLOS MATIAS RAMOS Bastonário da Ordem dos Engenheiros O mercado nacional está a demorar a perceber a enorme procura mundial pelos diplomados em Engenharia e que a oferta salarial não se está a ajustar ao ritmo certo” LUÍS CALDAS DE OLIVEIRA Vice-presidente do Instituto Superior Técnico Temos sentido, cada vez mais, o elevado desequilíbrio entre a oferta e a procura de profissionais de TI, num mercado extremamente competitivo” ISABEL RIBEIRO Diretora de RH da Gfi Empresas de outros países da orla europeia, e não só, já procuram Portugal para identificar engenheiros e integrá-los nas suas equipas” TIAGO FARINHA Diretor-geral da KCSiT O mercado desigual das engenharias A empregabilidade nas engenharias evolui a várias ritmos, mas só as tecnologias rondam o pleno emprego Cátia Mateus As estimativas mais recentes da Comissão Europeia apon- tam para um défice de 900 mil postos de trabalho no sector das Tecnologias de Informação (TI) até 2020, caso não sejam ado- tadas medidas concretas que permitam combater a escassez de profissionais no sector. Em Portugal, o bastonário da Or- dem dos Engenheiros, Carlos Matias Ramos fala em 15 mil profissionais necessários em quatro anos. Na semana que antecede a realização da feira virtual de emprego na área das TI e Engenharia, inserida no âmbito da iniciativa Portugal a Recrutar — a IT& Engineering Job Fair —, o Expresso con- sultou alguns especialistas do sector para uma radiografia ao mercado de trabalho na área. O rosto institucional dos enge- nheiros portugueses reconhece o potencial de contratação que a área da TI encerra, mas receia que o seu dinamismo de con- tratações mascare a realidade do emprego noutras áreas da engenharia onde a procura de profissionais é mais reduzida. Para Carlos Matias Ramos, “o desenvolvimento de um país é do exato tamanho da sua enge- nharia” e em Portugal, só a tec- nológica está próxima do pleno emprego. KCSiT, Gfi, Farfetch, Outsys- tems, agap2 e Primavera, são alguns dos empregadores que a partir de 10 de abril estarão a recrutar profissionais online, PORTUGAL A RECRUTAR as vagas em todos os seus cur- sos, como adianta o vice-presi- dente da instituição com tutela da área de Empreendedorismo e Ligações Empresariais, Luís Caldas de Oliveira. O respon- sável confirma a tendência dos últimos acessos ao ensino supe- rior: “Há cursos mais pequenos que se destacam na procura pelos candidatos, como o de engenharia aeroespacial, física tecnológica e biomédica, mas há uma procura elevada por quase todos os cursos.” O foco das empresas Do lado dos empregadores, as opções de contratação estão sobretudo centradas nas enge- nharias informática, mecânica, eletrotécnica e industrial, diz Carlos Sezões. Na área tecno- lógica, especifica Carla Rebelo: “As empresas procuram essen- cialmente profissionais de pro- gramação, tanto em tecnologias open source, como em vertentes de mobile. Os gestores de proje- to também começam a ser mui- to procurados devido às neces- sidades de controlo de custos, pessoas e prazos”. Na KCSiT, por exemplo, Tiago Farinha, o diretor-geral da empresa, quer contratar gestores de projeto, analistas de negócio e sistemas, programadores em diversas áreas, arquitetos de soluções e administradores de sistemas de bases de dados. Na Farfetch, o líder de Recursos Humanos (RH), José Bago, está focado em programadores, especialistas em testes de software, perfis na área da administração de sis- temas, business intelligence e product owners. Isabel Ribeiro, a diretora de RH da Gfi, estará centrada em candidatos com competências de desenvolvi- através da plataforma Portugal a Recrutar. Em comum têm o foco nas tecnologia de infor- mação. Juntas deverão criar este ano perto de 700 novos empregos em solo nacional, al- guns já em fase de recrutamen- to. Quase todas reconhecem as crescentes dificuldades de contratação do sector, geradas quer pelo número reduzido de profissionais formados anual- mente, quer pela concorrência de empresas estrangeiras que recrutam em Portugal. Espe- cialistas em recrutamento e do- centes confirmam a tendência. Segundo os dados Carlos Sezões, partner da consultora Stanton Chase, “as áreas da en- genharia informática estarão perto do pleno emprego, haven- do já posições com estes requisi- tos de formação por preencher em algumas empresas”. Carla Rebelo, diretora-geral da Adec- co Portugal, confirma-o ao as- sumir que e empresa que lidera se depara com “uma diferença considerável entre o número de ofertas disponíveis e os candida- tos existentes para colocar nes- sas ofertas”. Um problema que para Carlos Sezões não é novo, nem exclusivamente português. O especialista cita também os mesmos dados da Comissão Eu- ropeia para clarificar a dimen- são do défice de profissionais que afeta o sector. Os resultados do último con- curso nacional de acesso ao ensino superior demonstram que as especialidades mais pro- curadas foram as engenharias aeroespacial e aeronáutica, as engenharias ligadas à saúde (como a bioengenharia), a en- genharia informática e a de computadores e a engenharia mecânica. O Instituto Superior Técnico (IST) preencheu todas mento aplicacional, infraestru- turas, redes, mobile, business intelligence, quality assurance (controle de qualidade) e análise funcional. Em uníssono reco- nhecem as dificuldades de con- tratação geradas pelas escassez de profissionais no mercado. Para o vice-presidente do IST a dificuldade de contratação é uma realidade, ainda que es- clareça que o contacto perma- nente que tem com os recruta- dores lhe permite concluir que “é muito mais importante o ta- lento do que uma formação es- pecífica”. Ou seja, a sólida base analítica de um bom ensino da engenharia fará a diferença num processo de contratação, independentemente da área de especialidade do candidato. Até porque, “a flexibilidade é a principal competência de um engenheiro nos dias de hoje. Com o ritmo atual de mudança, nenhum engenheiro consegue prever as áreas em que irá tra- balhar ao longo da vida profis- sional”, explica. Luís Caldas de Oliveira foca outro aspeto cirúrgico para as dificuldades de contratação das empresas nacionais: “O mer- cado nacional está a demorar a perceber a enorme procu- ra mundial pelos diplomados em engenharia e que a oferta salarial, apresar de crescente, não se está a ajustar ao ritmo certo.” Um contexto que para o bastonário da Ordem dos En- genheiros “é comprometedor para o tão desejado crescimen- to económico do país” ao em- purrar para a emigração cen- tenas de profissionais. “Uma economia que não valoriza a engenharia e o conhecimento científico é, necessariamente, uma economia pobre”. [email protected] GIC Ruben Reis foi o vencedor da categoria de estudantes da nona semana do Global Investment Challenge (GIC) Experiência de investimento O GIC termina já no próximo dia 12. Na nona semana de jogo que decorreu entre os dias 30 de março e 5 de abril, os me- lhores desempenhos regista- ram ganhos entre os €75 mil e €134 mil. Ruben Reis utiliza o seu nome como nickname, tem 20 anos, está a estudar economia e ter- minou este período de jogo com uma valorização da sua carteira de €75.939,51. Ao longo da pro- va tem vindo a investir o capital fictício disponível em contratos diferenciais (CFD) sobre índi- ces e em forex. Estreante no GIC explica que o seu objetivo é “saber mais sobre os mercados financeiros”. Conta ainda que semanalmente aprende com a sua experiência de investimen- to e a ler as estratégias utiliza- das pelos vencedores. Ainda na categoria de estu- dantes, em segundo lugar ficou o participante com o nickname AD97 que obteve ganhos de €52.382,08 seguido do concor- rente com o nickname diogo- coimbra que valorizou o sua carteira em €35.389,87. Na categoria geral o vencedor da semana foi o participante com o nickname pardalx que obteve ganhos de €133.470,00. Não foi possível contactar este concorrente até ao fecho de edição e por isso ficámos sem saber que estratégia utilizou para atingir este valor. O se- gundo lugar foi alcançado pelo concorrente com o nickname andreg86 que obteve um ganho de €102.932,24, seguido do par- ticipante com o nickname hum- capitalista que valorizou o sua carteira em €32.148,00. M.F.

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Page 1: O mercado desigual das engenharias - sdg.pt · para a formação dos jovens que vão ser os gestores do futuro. ... pelos diplomados em Engenharia e que ... Para o vice-presidente

Expresso, 9 de abril de 2016ECONOMIA22

UM PROJETO

SAIBA MAIS SOBRE ESTA COMPETIÇÃO ORGANIZADA PELO EXPRESSO E A SDG EMwww.expresso.sapo.pt/ economia/gic

COMPETIÇÃO

As empresas que patrocinam e apoiam o Global Management Challenge valorizam a sua componente formativa e há mesmo quem utilize esta simulação como forma de contratação

Prova de estratégia e gestão atinge 37ª edição

Francisco Pinto Balsemão, presidente da Impresa, discursou no lançamento oficial da 37ª edição do Global Management Challenge que começa em maio FOTO TIAGO MIRANDA

O Expresso e a SDG — Simula-dores e Modelos de Gestão, jun-taram esta semana, em Lisboa, as empresas que patrocinam e apoiam o Global Management Challenge, para o lançamento oficial da sua 37ª edição.

A organização quer atingir este ano as 500 formações. Para atingir esse número as inscrições vão estar abertas para equipas de estudantes, quadros e mistas, até ao início de maio. Mês esse em que vai também ter início a próxima edição.

Francisco Pinto Balsemão, presidente do concelho de ad-ministração da Impresa, lem-brou no almoço de lançamen-to que “o Global Management Challenge continua a manter a liderança mundial, o que é algo para nos orgulhar, neste tipo de competições de estra-tégia e gestão e já envolveu desde o seu lançamento mais de 500 mil participantes a ní-vel internacional”. Na sua opi-nião para este sucesso muito têm contribuído as entidades

que patrocinam e apoiam esta iniciativa e que são 15 no total, de áreas variadas.

Formar para a gestão

A Intrum Justitia patrocina a competição desde 2007. Albina Nunes, diretora comercial des-ta estrutura explicou no evento que ao apoiarem equipas de estudantes, estão a contribuir para a formação dos jovens que vão ser os gestores do futuro.

Já a Accenture Portugal é a empresa que há mais tempo está ligada ao Global Manage-ment Challenge. O seu presi-dente, José Galamba de Olivei-ra, marcou presença no almoço e referiu que nesta iniciativa os estudantes têm a oportuni-dade de contactar e perceber como funcionam as empresas,

de uma forma prática, o que é algo que as universidades não conseguem transmitir. Para a Accenture é também “uma for-ma privilegiada de identificar e recrutar talento, pois atra-vés desta competição podemos conhecer melhor os jovens a contratar”, salientou.

Luís Mira Amaral, presiden-te do júri internacional acom-panha a prova há largos anos e defende que esta simulação empresarial não tem parado de evoluir. Mostra como as áre-as funcionais de uma empresa se interligam e consegue até simular o comportamento hu-mano. É ainda uma iniciativa que nasceu em Portugal e que hoje está presente em mais de 30 países.

maribela [email protected]

Uma economia que não valoriza a Engenharia e o conhecimento científico é necessariamente uma economia pobre”CARLOS MATIAS RAMOSBastonário da Ordem dos Engenheiros

O mercado nacional está a demorar a perceber a enorme procura mundial pelos diplomados em Engenharia e que a oferta salarial não se está a ajustar ao ritmo certo”LUÍS CALDAS DE OLIVEIRAVice-presidente do Instituto Superior Técnico

Temos sentido, cada vez mais, o elevado desequilíbrio entre a oferta e a procura de profissionais de TI, num mercado extremamente competitivo”ISABEL RIBEIRODiretora de RH da Gfi

Empresas de outros países da orla europeia, e não só, já procuram Portugal para identificar engenheiros e integrá-los nas suas equipas”TIAGO FARINHADiretor-geral da KCSiT

O mercado desigual das engenhariasA empregabilidade nas engenharias evolui a várias ritmos, mas só as tecnologias rondam o pleno emprego

Cátia Mateus

As estimativas mais recentes da Comissão Europeia apon-tam para um défice de 900 mil postos de trabalho no sector das Tecnologias de Informação (TI) até 2020, caso não sejam ado-tadas medidas concretas que permitam combater a escassez de profissionais no sector. Em Portugal, o bastonário da Or-dem dos Engenheiros, Carlos Matias Ramos fala em 15 mil profissionais necessários em quatro anos. Na semana que antecede a realização da feira virtual de emprego na área das TI e Engenharia, inserida no âmbito da iniciativa Portugal a Recrutar — a IT& Engineering Job Fair —, o Expresso con-sultou alguns especialistas do sector para uma radiografia ao mercado de trabalho na área. O rosto institucional dos enge-nheiros portugueses reconhece o potencial de contratação que a área da TI encerra, mas receia que o seu dinamismo de con-tratações mascare a realidade do emprego noutras áreas da engenharia onde a procura de profissionais é mais reduzida. Para Carlos Matias Ramos, “o desenvolvimento de um país é do exato tamanho da sua enge-nharia” e em Portugal, só a tec-nológica está próxima do pleno emprego.

KCSiT, Gfi, Farfetch, Outsys-tems, agap2 e Primavera, são alguns dos empregadores que a partir de 10 de abril estarão a recrutar profissionais online,

PORTUGAL A RECRUTAR

as vagas em todos os seus cur-sos, como adianta o vice-presi-dente da instituição com tutela da área de Empreendedorismo e Ligações Empresariais, Luís Caldas de Oliveira. O respon-sável confirma a tendência dos últimos acessos ao ensino supe-rior: “Há cursos mais pequenos que se destacam na procura pelos candidatos, como o de engenharia aeroespacial, física tecnológica e biomédica, mas há uma procura elevada por quase todos os cursos.”

O foco das empresas

Do lado dos empregadores, as opções de contratação estão sobretudo centradas nas enge-nharias informática, mecânica, eletrotécnica e industrial, diz Carlos Sezões. Na área tecno-lógica, especifica Carla Rebelo: “As empresas procuram essen-cialmente profissionais de pro-gramação, tanto em tecnologias open source, como em vertentes de mobile. Os gestores de proje-to também começam a ser mui-to procurados devido às neces-sidades de controlo de custos, pessoas e prazos”. Na KCSiT, por exemplo, Tiago Farinha, o diretor-geral da empresa, quer contratar gestores de projeto, analistas de negócio e sistemas, programadores em diversas áreas, arquitetos de soluções e administradores de sistemas de bases de dados. Na Farfetch, o líder de Recursos Humanos (RH), José Bago, está focado em programadores, especialistas em testes de software, perfis na área da administração de sis-temas, business intelligence e product owners. Isabel Ribeiro, a diretora de RH da Gfi, estará centrada em candidatos com competências de desenvolvi-

através da plataforma Portugal a Recrutar. Em comum têm o foco nas tecnologia de infor-mação. Juntas deverão criar este ano perto de 700 novos empregos em solo nacional, al-guns já em fase de recrutamen-to. Quase todas reconhecem as crescentes dificuldades de contratação do sector, geradas quer pelo número reduzido de profissionais formados anual-mente, quer pela concorrência de empresas estrangeiras que recrutam em Portugal. Espe-cialistas em recrutamento e do-centes confirmam a tendência.

Segundo os dados Carlos Sezões, partner da consultora Stanton Chase, “as áreas da en-genharia informática estarão perto do pleno emprego, haven-do já posições com estes requisi-tos de formação por preencher em algumas empresas”. Carla Rebelo, diretora-geral da Adec-co Portugal, confirma-o ao as-sumir que e empresa que lidera se depara com “uma diferença considerável entre o número de ofertas disponíveis e os candida-tos existentes para colocar nes-sas ofertas”. Um problema que para Carlos Sezões não é novo, nem exclusivamente português. O especialista cita também os mesmos dados da Comissão Eu-ropeia para clarificar a dimen-são do défice de profissionais que afeta o sector.

Os resultados do último con-curso nacional de acesso ao ensino superior demonstram que as especialidades mais pro-curadas foram as engenharias aeroespacial e aeronáutica, as engenharias ligadas à saúde (como a bioengenharia), a en-genharia informática e a de computadores e a engenharia mecânica. O Instituto Superior Técnico (IST) preencheu todas

mento aplicacional, infraestru-turas, redes, mobile, business intelligence, quality assurance (controle de qualidade) e análise funcional. Em uníssono reco-nhecem as dificuldades de con-tratação geradas pelas escassez de profissionais no mercado.

Para o vice-presidente do IST a dificuldade de contratação é uma realidade, ainda que es-clareça que o contacto perma-nente que tem com os recruta-dores lhe permite concluir que “é muito mais importante o ta-lento do que uma formação es-pecífica”. Ou seja, a sólida base analítica de um bom ensino da engenharia fará a diferença num processo de contratação, independentemente da área de especialidade do candidato. Até porque, “a flexibilidade é a principal competência de um engenheiro nos dias de hoje. Com o ritmo atual de mudança, nenhum engenheiro consegue prever as áreas em que irá tra-balhar ao longo da vida profis-sional”, explica.

Luís Caldas de Oliveira foca outro aspeto cirúrgico para as dificuldades de contratação das empresas nacionais: “O mer-cado nacional está a demorar a perceber a enorme procu-ra mundial pelos diplomados em engenharia e que a oferta salarial, apresar de crescente, não se está a ajustar ao ritmo certo.” Um contexto que para o bastonário da Ordem dos En-genheiros “é comprometedor para o tão desejado crescimen-to económico do país” ao em-purrar para a emigração cen-tenas de profissionais. “Uma economia que não valoriza a engenharia e o conhecimento científico é, necessariamente, uma economia pobre”.

[email protected]

GIC

Ruben Reis foi o vencedor da categoria de estudantes da nona semana do Global Investment Challenge (GIC)

Experiência de investimento

O GIC termina já no próximo dia 12. Na nona semana de jogo que decorreu entre os dias 30 de março e 5 de abril, os me-lhores desempenhos regista-ram ganhos entre os €75 mil e €134 mil.

Ruben Reis utiliza o seu nome como nickname, tem 20 anos, está a estudar economia e ter-minou este período de jogo com uma valorização da sua carteira de €75.939,51. Ao longo da pro-va tem vindo a investir o capital fictício disponível em contratos diferenciais (CFD) sobre índi-ces e em forex. Estreante no GIC explica que o seu objetivo é “saber mais sobre os mercados financeiros”. Conta ainda que

semanalmente aprende com a sua experiência de investimen-to e a ler as estratégias utiliza-das pelos vencedores.

Ainda na categoria de estu-dantes, em segundo lugar ficou o participante com o nickname AD97 que obteve ganhos de €52.382,08 seguido do concor-rente com o nickname diogo-coimbra que valorizou o sua carteira em €35.389,87.

Na categoria geral o vencedor da semana foi o participante com o nickname pardalx que obteve ganhos de €133.470,00. Não foi possível contactar este concorrente até ao fecho de edição e por isso ficámos sem saber que estratégia utilizou para atingir este valor. O se-gundo lugar foi alcançado pelo concorrente com o nickname andreg86 que obteve um ganho de €102.932,24, seguido do par-ticipante com o nickname hum-capitalista que valorizou o sua carteira em €32.148,00. M.F.