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O ESPORTE E A COMPETIÇÃO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA (IN) EXCLUSÃO: PROPOSIÇÃO DE ATIVIDADES ESPORTIVAS ADAPTADAS PARA UMA PRATICA PEDAGÓGICA EMANCIPATÓRIA AUTOR: FÉLIX MIGUEL FLEITUCH DOS SANTOS PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL SECRETARIA DO ESTADO DE EDUCAÇÃO DO PARANÁ UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Avenida sete de setembro, 3165, Rebouças, CEP. 80.230.901, (41) 3310-4545, E-MAIL. [email protected] Curitiba PR. RESUMO O presente artigo pretende relatar a pesquisa “O esporte e a proposição de atividade esportiva adaptada para uma prática pedagógica emancipatória”, realizada junto a uma oitava série da Educação Básica, do Colégio Estadual 29 de abril, do município de Guaratuba – Paraná. A experiência foi desenvolvida com um grupo de 31 alunos de ambos os gêneros, durante um período de seis meses, sendo realizadas atividades periódicas tendo em vista o desenvolvimento dos sujeitos mediante uma prática pedagógica emancipatória. As atividades práticas realizadas foram definidas tendo como base o que recomendam as Diretrizes Curriculares Estaduais, a partir do conteúdo estruturante Esporte. Palavras Chave: esporte, competição, inclusão, exclusão, atividade. ABSTRACT The intention of this present article is to relate the survey SPORTS AND COMPETITION IN THE PHYSICAL EDUCATION CLASSES(IN) EXCLUSION: PROPOSITION OF THE SPORTS ACTIVITY ADAPTED FOR A PEDAGOGICAL PRACTISE EMANCIPACIPATION, carried out with eighth grade students of Basic Education, at the State School, the 29 th of April, in the municipality of Guaratuba- Paraná. The experiment was done with a group of 31 students of both genders, for a period of six months, having carried out periodic activities, having the development of the students in view, in the midst of a pedagogical practice emancipation. The practical activities carried out, were defined with a basis that was recommended by the State Curriculums Directors, starting with the Sport Structural content.

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O ESPORTE E A COMPETIÇÃO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA (IN)

EXCLUSÃO: PROPOSIÇÃO DE ATIVIDADES ESPORTIVAS ADAPTADAS PARA

UMA PRATICA PEDAGÓGICA EMANCIPATÓRIA

AUTOR: FÉLIX MIGUEL FLEITUCH DOS SANTOS

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL

SECRETARIA DO ESTADO DE EDUCAÇÃO DO PARANÁ

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

Avenida sete de setembro, 3165, Rebouças, CEP. 80.230.901, (41) 3310-4545,

E-MAIL. [email protected] Curitiba PR.

RESUMO

O presente artigo pretende relatar a pesquisa “O esporte e a proposição de atividade esportiva adaptada para uma prática pedagógica emancipatória”, realizada junto a uma oitava série da Educação Básica, do Colégio Estadual 29 de abril, do município de Guaratuba – Paraná. A experiência foi desenvolvida com um grupo de 31 alunos de ambos os gêneros, durante um período de seis meses, sendo realizadas atividades periódicas tendo em vista o desenvolvimento dos sujeitos mediante uma prática pedagógica emancipatória. As atividades práticas realizadas foram definidas tendo como base o que recomendam as Diretrizes Curriculares Estaduais, a partir do conteúdo estruturante Esporte.

Palavras Chave: esporte, competição, inclusão, exclusão, atividade.

ABSTRACT

The intention of this present article is to relate the survey SPORTS AND COMPETITION IN THE PHYSICAL EDUCATION CLASSES(IN) EXCLUSION: PROPOSITION OF THE SPORTS ACTIVITY ADAPTED FOR A PEDAGOGICAL PRACTISE EMANCIPACIPATION, carried out with eighth grade students of Basic Education, at the State School, the 29th of April, in the municipality of Guaratuba-Paraná. The experiment was done with a group of 31 students of both genders, for a period of six months, having carried out periodic activities, having the development of the students in view, in the midst of a pedagogical practice emancipation. The practical activities carried out, were defined with a basis that was recommended by the State Curriculums Directors, starting with the Sport Structural content.

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INTRODUÇÃO

A Educação Física escolar historicamente tem priorizado a concepção técnica

esportiva como hegemônica nas práticas diárias nos estabelecimentos de ensino

público, fazendo uma ressalva que o professores trazem no histórico de formação

acadêmica o ensino tecnicista das disciplinas em modalidades esportivas, na qual

me incluo como atleta de futsal que fui o fato que despertou meu interesse pela

profissão, por ter participado dos encontros e debates desde o ano de 2004, para a

construção das Diretrizes Curriculares de Educação Física do Estado do Paraná, na

oportunidade diversas críticas foram feitas ao esporte na escola como valorização

da competição, do rendimento, das glórias aos vencedores e conseqüentemente

exclusão aos perdedores.

O estudo das diretrizes e da aplicação de uma atividade adaptada dos

fundamentos do futsal, conforme a concepção crítico-emancipatória onde os

movimentos e a expressão corporal serão considerados significativos no processo

de ensino e aprendizagem nesta vivência, dando ênfase nas atitudes de cooperação

sobrepondo o individualismo. Pesquisa aplicada no Colégio Estadual 29 de Abril, do

município de Guaratuba-Paraná com os alunos de uma oitava série da Educação

Básica, executada no primeiro semestre de 2008.

Foram ministrados conteúdos de caráter teórico-prático para debater o

fenômeno esportivo presente em diversos setores da sociedade, permitindo aos

alunos interpretar os seus movimentos e os dos outros como reconhecimentos

participativo na sugestão de modificações na prática, também através da construção

de cartazes sobre valores morais, texto sobre competir ou cooperar e atividade

prática planejada em sala de aula com os alunos finalizando com a auto-avaliação. A

presente atividade aplicada teve como referência Kunz (2004).

Baseado no que foi exposto o objetivo desse trabalho é de reinventar uma

maneira de aplicar os fundamentos do futsal, mostrando que podemos criar novas

estratégias de ensino com valorização do envolvimento dos alunos na construção de

atividades que incluam a participação de todos.

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HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA NO BRASIL

A fim de estabelecer historicamente a disciplina de Educação Física,

decidimos neste estudo das Diretrizes Curriculares de Educação Física do Estado

do Paraná, por resgatar as tendências que a Educação Física passou a partir do

século XIX no Brasil, recebendo as influências oriundas da Europa através das

organizações sociais médicas e militares responsáveis pela instauração da ordem

social adaptada ao modelo econômico de cada época.

Para Soares (2004, p. 69):

A Educação Física no Brasil se confunde em muitos momentos de sua história com as instituições médicas e militares. Em diferentes momentos, essas instituições definem o caminho da Educação Física, delineiam o seu espaço e delimitam o seu campo de conhecimento, tornando-a um valioso instrumento de ação e de intervenção na realidade educacional e social (...).

Conforme Castellani (1991), com a proclamação da República, iniciaram-se

as propostas de mudanças das políticas educacionais. Em 12 de setembro de 1882,

na câmara dos deputados, Rui Barbosa, emitiu parecer sobre o projeto número 224

denominado “Reforma do Ensino Primário e várias instituições complementares da

Instrução Pública”, com proposta de inclusão da Ginástica nos programas escolares

como matéria de estudo”.

Desta forma, a Educação Física foi introduzida nas escolas pela prática da

ginástica como meio de exercícios físicos para obtenção da saúde e hábitos

condizentes com a vida urbana.

No ano de 1941, foi criado o Conselho Nacional dos Desportos, com o

objetivo de promover o nacionalismo, incentivando as práticas desportivas e com

isso tornando o esporte um dos principais conteúdos trabalhados nas aulas de

Educação Física.

A partir de 1964, o esporte passou a ser tratado com maior ênfase no Brasil,

consolidou sua hegemonia na Educação Física, quando os currículos passaram a

tratá-lo com maior destaque, pelo método tecnicista centrado na competição e no

desempenho.

O esporte valoriza a aquisição da aptidão física, facilitando o treinamento de

alto rendimento, contribuindo para a conformação do corpo dócil e disciplinado de

acordo com o modelo de sociedade com referência no processo produtivo.

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Todas as práticas pedagógicas escolares de Educação Física, sofrem grande

influência da Instituição Militar destaque para disciplina, Instituição Médica

valorização da Saúde e hábitos higiênicos e Instituição Desportiva performance

atlética.

A influência da instituição militar

A influência da instituição militar serviu de referência, para Rui Barbosa emitir

parecer destacando a preparação dos cidadãos para defender a pátria, usando a

ginástica militar para formar corpos fortes através da prática do método Francês de

Ginástica, adotado pelas forças armadas que objetivava doutrinar, dominar e conter

os ímpetos das classes populares, também enaltecia o patriotismo, a hierarquia e a

ordem.

As aulas de Educação Física nas escolas eram ministradas por instrutores físicos do exército, que traziam para essas instituições os rígidos métodos militares da disciplina e da hierarquia. Esse fato é à base da construção da identidade pedagógica da Educação Física escolar, calcada nas normas e valores próprios da instituição militar. Constrói-se, nesse sentido, um projeto de homem disciplinado, obediente, submisso, profundo respeitador da hierarquia social. (SOARES et alii, 1992, p. 53).

Assim, o método de ginástica francês, contribuiu para construir e legitimar a

Educação Física nas escolas brasileiras.

Esta influência nos deixa uma grande e valiosa lição sobre o respeito aos

alunos, aos professores, ao patrimônio público, as regras e normas que estão em

vigor na nossa sociedade atual, pois, constantemente em nossas escolas ouvimos

relatos de nossos colegas professores reclamando da indisciplina que tanto

atrapalha o processo de ensino aprendizagem nas diversas disciplinas.

A influência da instituição medica

A influência da instituição médica veio trazer as primeiras contribuições

pedagógicas para teorizar a Educação Física, a partir de práticas corporais

preocupadas em adquirir, conservar, promover e restabelecer a saúde e hábitos

higiênicos, contribuindo de maneira substancial para a caracterização da identidade

da disciplina

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Outra forte razão era seu caráter científico dado a partir do referencial oriundo das ciências biológicas, referencial este que sustenta seu conteúdo de ensino, os Métodos Ginásticos, compostos de séries de exercícios elaborados a partir dos critérios rígidos próprios daquelas ciências. Numa sociedade onde a ciência transformara-se em uma nova “religião”, o caráter científico conferido a Educação Física constituía-se em fator determinante para a sua consideração e respeito no interior do sistema educacional. (SOARES, et alii, 1992, p. 52-53).

Esta tendência faz com que a sociedade perceba a importância do

desenvolvimento da saúde, incentivo á prática de hábitos higiênicos e atividades de

práticas corporais que levariam ao aprimoramento físico, tanto que atualmente todas

as campanhas de prevenção de doenças sempre começam pela escola para poder

atingir a grande maioria da população. Uma consideração a ser feita neste

momento, seria os governos investindo mais recursos financeiros em praças,

parques, escolas, ginásios e contratações de profissionais especializados em

atividades diversas para a população, não teríamos que construir tantos postos de

saúde, hospitais.

A influência da instituição desportiva

A influência da instituição desportiva é significativa, pois temos brasileiros de

diversas modalidades esportivas se destacando em diversos lugares do mundo

como autoridades respeitadas nos esportes que se especializaram.

O incentivo histórico às práticas desportivas foi adotado para desmilitarizar a

Educação Física no início da década de 40, sugerindo outras formas de

conhecimento sobre o corpo.

Conforme acordo entre o Ministério de Educação e Cultura (MEC) e Unitad

States Agency International For Development – USAID (MEC-USAID). Este fato

permitiu que muitos professores brasileiros fossem para os Estados Unidos

freqüentar cursos de pós-graduação na área esportiva, os currículos passam a dar

maior ênfase ao método tecnicista centrado na competição e desempenho.

Essa influência do esporte no sistema escolar é de tal magnitude que temos, então, não o esporte da escola, mas sim o esporte na escola. Isso indica a subordinação da Educação Física aos códigos/sentido da instituição esportiva, caracterizando-se o esporte na escola como um prolongamento da instituição esportiva: esporte olímpico, sistema desportivo nacional e internacional. Tais códigos podem ser resumidos em: princípios

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de rendimento atlético/desportivo, competição, comparação de rendimento e recordes, regulamentação rígida, sucesso no esporte como sinônimo de vitória, racionalização de meios e técnicas, etc. (SOARES, et alii, 1992, p. 54).

Este modelo de Educação Física valoriza a prática esportiva e a aptidão

física, com enfoque pedagógico nos esportes olímpicos Basquetebol, Voleibol,

Handebol e Atletismo, vendo a escola como celeiro de talentos.

De acordo com Soares et alii (1992), o esporte acaba determinando, dessa

forma, o conteúdo de ensino da Educação Física, estabelecendo também novas

relações entre professor e aluno, que passam da relação professor- instrutor e

aluno-recruta para a de professor-treinador e aluno-atleta. Assim, não há diferença

entre o professor e o treinador, pois, os professores são contratados pelo seu

desempenho na atividade desportiva.

Acredito que essa tendência contribuiu para revelar muitos talentos esportivos

em diversas modalidades, mas também trouxe uma contribuição muito mais

significativa no sentido dos valores desenvolvidos nos esportes como força de

vontade, união entre os atletas, raça e colaboração com a equipe para alcançar

determinados objetivos, espírito de equipe. Assim, como princípios básicos

individuais respeito, responsabilidade, persistência e perseverança que contribuíram

para formação da personalidade individual de muitos alunos cidadãos.

TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS PROGRESSISTAS

Em meados da década de 1980, começou-se a formar uma comunidade

científica na Educação Física, de modo que passaram a existir tendências ou

correntes de alguns autores que constituíram discursos e publicações sob a

denominação de “progressistas”, Entre eles destacaram-se as seguintes

abordagens:

- Desenvolvimentalista: defende a idéia de que o movimento é o principal meio e

fim da Educação Física. Constitui o ensino de habilidades motoras de acordo com

uma seqüência de desenvolvimento

Sua base teórica é, essencialmente, a psicologia do desenvolvimento e

aprendizagem;

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Este movimento privilegia o desenvolvimento psicomotor, o esquema corporal

e as aptidões motoras, através da prática de movimento.

- Construtivista: defende a formação integral sob a perspectiva construtivista-

interacionista. Inclui as dimensões afetivas e cognitivas ao movimento humano.

Embora preocupada com a cultura infantil, essa abordagem se fundamenta também

na psicologia do desenvolvimento.

Esta perspectiva relaciona o conhecimento com o concreto do mundo real,

onde o aluno tem que viver as experiências em sala de aula preferencialmente

contextualizando os conteúdos, valorizando o ser humano, as emoções e a

afetividade, a partir do momento que o aluno confia em seu professor fica mais fácil

a assimilação do conhecimento.

TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS CRÍTICAS

Nenhuma das duas abordagens acima se vincula a uma teoria crítica da

educação, sob o viés fundado nas práticas sociais do modo de produção capitalista.

Vinculadas as discussões da pedagogia crítica brasileira e as análises das ciências

humanas, sobretudo da filosofia da educação e sociologia, estão às seguintes

tendências:

Crítico-superadora: Baseia-se nos pressupostos da pedagogia histórico-crítica

desenvolvida por Demerval Saviani, cujo objeto da Educação Física é a cultura

corporal, formada por conteúdos, tais como o esporte, a ginástica, os jogos, as lutas

e a dança. O conhecimento é sistematizado em ciclos e tratado de forma

historicizada e espiralada, conforme o grau de complexidade.

Segundo a tendência crítico-superadora:

A escola não se presta exclusivamente a transmissão de conhecimentos; tem, além disso, a tarefa de desenvolver hábitos, atitudes, habilidades, valores, convicções, revelando seu poder criativo ao incorporar os conteúdos culturais e conformá-los nas matérias escolares que convertem, organizam, sistematizando-as em uma forma específica de saber, o saber escolar, que possui um potencial de intervenção na cultura da sociedade. (SAVIANI, 1994, p. 58).

Tal tendência permanece ainda na educação e em muitas das nossas

escolas, por respeitar a história do homem e suas formas de representação do

mundo pela expressão corporal, portanto, estuda as tendências pedagógicas da

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educação, identificando os pontos negativos, permitindo resgatar os pontos positivos

de cada movimento educacional que venham a contribuir com a situação atual,

constituindo-se um marco de referência para muitos educadores.

- Crítico-emancipatória: parte de uma concepção de movimento denominada de

dialógica. Nesse sentido, entende que a expressividade corporal é uma forma de

linguagem pelo qual o ser humano se relaciona com o meio, tornando-se sujeito a

partir do reconhecimento de si no outro. A principal corrente teórica que sustenta

essa abordagem metodológica é fenomenologia, desenvolvida por Merleau Ponty.

O método fenomenológico pode ser definido como uma “volta ás coisas

mesmas”, isto é, aos fenômenos. Seu objetivo é chegar às essências, o sentido do

sujeito no mundo.

A concepção crítico-emancipatória foi criada também na década de 90, pelo

pesquisador Elenor Kunz. Esta tendência apresenta uma nova proposta de interação

de atividades pedagógicas de educação física para a formação de indivíduos críticos

para exercer sua cidadania.

FUNDAMENTOS TEÓRICO-METODOLÓGICOS

O histórico da disciplina de Educação Física apresentado, deixou-nos

contribuições importantes que devem ser respeitadas e levadas em consideração na

hora de teorizarmos os conteúdos e debatermos quais estratégias metodológicas

devemos colocar em prática conforme a concepção da Cultura Corporal apresentada

nas Diretrizes Curriculares de Educação Física.

Fazendo uma reflexão crítica sobre a história da Educação Física verifica-se

que esta busca a contribuição do educador Paulo Freire “O fato de me perceber no

mundo, com o mundo e com os outros me põe numa posição em face do mundo que

não é de quem nada tem a ver com ele. Afinal, minha presença no mundo não e a

de quem a ele se adapta, mas a de quem nele se insere. E a posição de quem luta

para não ser apenas objeto, mas sujeito também da história.

Mediante as necessidades de agirmos frente às contradições e na luta pela

valorização da educação. Devemos participar da construção do projeto político

pedagógico de nossa escola, respeitando o contexto e as experiências de cada

localidade, sempre em favor da formação humana, tendo como objetivo formar a

atitude crítica perante a cultura corporal.

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Mudar a maneira de planejar a teoria e incrementar as metodologias utilizadas

nas aulas de Educação Física, repensar os conhecimentos sobre o corpo, relendo

os movimentos históricos e sociais.

Através do grupo social em que estamos inseridos, principalmente através do

trabalho que é categoria fundante das relações humanas, entre elas as práticas

corporais é preciso reconhecer o trabalho como elemento fundamental em nossas

vidas, isso não quer dizer que não devemos interpretar e lutar pelos direitos dos

trabalhadores a condições mais dignas de sobrevivência frente aos interesses do

capital em organizar a sociedade.

ELEMENTOS ARTICULADORES DOS CONTEÚDOS ESTRUTURANTES PARA A

EDUCAÇÃO BÁSICA

Conforme as Diretrizes Curriculares Estaduais (2008), buscando ir além das

ações utilizadas atualmente, nos deparamos com a necessidade de completar e

interligar as práticas corporais pensando quais modelos utilizar para contextualizar

as possíveis intervenções reais no trato pedagógico da Educação Física.

Cultura corporal e corpo: o corpo precisa ser entendido em sua totalidade,

que sente, pensa e age. A mídia que valoriza a beleza para o mercado consumista,

reflexão crítica sobre o corpo produto e a dicotomia corpo-mente não pode

influenciar as práticas corporais nas aulas.

Cultura corporal e ludicidade: vivenciar os aspectos lúdicos que emergem das

e nas brincadeiras, o aluno torna-se capaz de estabelecer conexões entre o

imaginário e o real. Reconhece e valorizam os distintos contextos e diferentes

momentos históricos, nas variadas comunidades e grupos sociais. Dessa maneira,

apresenta-se como possibilidade de reflexão e vivência das praticas corporais.

Cultura corporal e saúde: permite entender a saúde como construção que

supõe uma dimensão histórico-social. Portanto, propõem-se alguns elementos a

serem considerados como constitutivos de saúde: nutrição; aspectos anátomo-

fisiológicos da prática corporal; lesões e primeiros socorros; doping.

Cultura corporal e mundo do trabalho: o mundo do trabalho torna-se elemento

articulador dos conteúdos estruturantes de Educação Física, na medida em que

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concentra as relações sociais de produção-assalariamento vigentes na sociedade.

Com a reestrutura produtiva, o trabalhador preterido deve contornar as tarefas

laborais com máxima flexibilidade, ou seja, deve saber trabalhar em equipe, tomar

decisões rapidamente, ter noções, ainda que gerais, de informática, a fim de

manusear as novas tecnologias.

Cultura corporal e desportivização: podemos afirmar que é um fenômeno

presente e enaltecido o esporte pela nossa sociedade, devemos propiciar ao aluno

uma leitura e entendimento crítico das competições esportivas, sua popularidade. O

Brasil, conhecido mundialmente por seus títulos mundiais no Futebol é um exemplo,

entre outros como o Futsal e o Voleibol, que devem ser explorados devido a suas

possibilidades corporais, como o objeto de estudo deste trabalho é o esporte a partir

deste ponto somente focaremos nas questões pertencentes ao mesmo.

Cultura corporal – técnica e tática: os aspectos técnicos e táticos são

elementos que estão presentes nas mais diversas manifestações corporais. Por

exemplo, os fundamentos básicos das diferentes modalidades esportivas.

Valorização dos gestos técnicos sobre a criatividade. Se o enfoque permanecer tão-

somente na técnica e na tática, deixando de lado os outros princípios do esporte,

perde-se a capacidade de se relacionar e refletir sobre quaisquer manifestações

corporais.

Cultura corporal e lazer: a disciplina de Educação Física, tem, entre outros, o

objetivo de promover experiências significativas no tempo e no espaço, de modo que

o lazer se torne um dos elementos articuladores do trabalho pedagógico.

Na escola, o professor deve procurar educar para o lazer, conciliando a

transmissão do que é desejável em termos de valores, funções e conteúdos.

Possibilitar aos alunos, no tempo disponível – fora das obrigações escolares,

familiares, religiosas ou de trabalho – uma apropriação crítica e criativa de seu

tempo, por meio da interiorização do conhecimento historicamente construído e

aprendido na escola.

Cultura corporal e diversidade: aqui, propõe-se uma abordagem que privilegie

o reconhecimento e a ampliação da diversidade nas relações sociais. Por isso, as

aulas de Educação Física, podem revelar-se excelentes oportunidades de

relacionamento, convívio e respeito entre as diferenças, de desenvolvimento de

idéias e de valorização humana, para que seja levado em conta o outro.

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Ainda, quanto ao reconhecimento das diferenças, é preciso valorizar as

experiências corporais do campo e dos povos indígenas. Um exemplo disso seria

oferecer aos alunos a experimentação de esportes adaptados. Busca-se, com isso,

uma conscientização das diferenças existentes entre as pessoas, tendo como

pressuposto básico de convivência o respeito e o convívio social.

Cultura corporal e mídia: esse elemento articulador deve propiciar a discussão

das práticas corporais transformadas em espetáculo e, como objeto de consumo

diariamente exibido nos meios de comunicação para promover e divulgar produtos.

A atuação do professor de Educação Física, tem sua importância no sentido

de aprofundar a abordagem dos conteúdos, considerando as questões veiculadas

pela mídia em sua prática pedagógica, de modo a possibilitar ao aluno discussão e

reflexão sobre questões como: a supervalorização do modismo, estética, beleza e

saúde, consumo; os extremos sobre as questões salariais dos atletas; os extremos

de padrões de vida dos atletas; o preconceito e exclusão; a ética que permeia os

esportes de alto nível, entre outros aspectos que são ditados pela mídia.

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

Nas Diretrizes Curriculares, os conteúdos estruturantes foram selecionados

como os conhecimentos de grande relevância, teorias e práticas que identificam e

organizam os campos fundamentais de estudos de uma disciplina escolar.

Constituem-se historicamente e são legitimadas nas relações sociais.

Na educação básica, os conteúdos devem ser apresentados em

complexidade crescente, respeitando as múltiplas experiências que os alunos

trazem consigo relativas ao conhecimento sistematizado.

A Educação Física, e seu objeto de ensino a cultura corporal, deve ampliar a

dimensão motriz, pode-se enriquecer os conteúdos com experiências corporais das

diferentes culturas, priorizando as particularidades de cada comunidade. Os

conteúdos estruturantes propostos para a educação física na educação básica são

os seguintes:

Esportes

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Assegurar aos alunos o direito de participar e refletir sobre as práticas

esportivas, além de adaptá-las a realidade escolar, devem ser ações cotidianas na

rede pública de ensino.

Na prática pedagógica dos esportes torna-se necessário combater alguns

signos sociais que expressam preconceito racial e étnico, descriminação entre

gêneros, violência moral, individualismo e a competição exagerada. Assim, o

conteúdo esporte deve ser reinventado para proporcionar divertimento e prazer,

planejado para a coletividade buscando a igualdade de condições para todos os

alunos.

Na escola, é preciso resgatar os valores que privilegiam o coletivo sobre o individual, defendem o compromisso da solidariedade e respeito humano, a compreensão de que o jogo se faz “a dois”, e de que é diferente jogar “com” o companheiro e jogar “contra” o adversário. (SOARES et alii, 1992, p.71)

O ensino dos esportes com ênfase na competição, na técnica, no

desempenho máximo podem ser excludentes, pois só os mais fortes, hábeis e ágeis

conseguem viver o lúdico e sentir prazer na vivência, podemos focar o aprendizado

para o lazer, para o aprimoramento da saúde e para integrar os alunos e suas

relações sociais.

Baseando-se no que foi estudado nas diretrizes curriculares estaduais de

Educação Física e no programa de desenvolvimento educacional do estado do

Paraná, definiu-se por aplicar uma atividade sobre os fundamentos do futsal

adaptada tendo como referência Kunz (2004), que traz exemplos de atividades de

atletismo, segundo a concepção crítico-emancipatória que conduz ao

desenvolvimento da competência objetiva, social e comunicativa constituindo um

processo de ensino de três categorias, trabalho interação e linguagem.

Jogos e brincadeiras

Nestas diretrizes os jogos e as brincadeiras são pensados de forma

complementar, mesmo apresentando cada qual as suas especificidades. Como

conteúdo estruturante, ambos compõem um conjunto de possibilidades que ampliam

a percepção e a interpretação da realidade.

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No caso do jogo, ao respeitarem seus combinados, os alunos aprendem a se

mover entre a liberdade e os limites, os próprios e os estabelecidos pelo grupo.

Além, de seu aspecto lúdico, o jogo pode servir de conteúdo para que o professor

discuta as possibilidades de flexibilização das regras e da organização coletiva.

Os trabalhos com os jogos e as brincadeiras, são de relevância para o

desenvolvimento do ser humano, pois atuam como formas de representação do real,

através de situações imaginárias, cabendo, por um lado, aos pais e, por outro, à

escola fomentar e criar condições apropriadas para as brincadeiras e jogos.

Os jogos e brincadeiras compõem um conjunto de possibilidades que

ampliam a percepção e a interpretação da realidade, além de intensificarem a

curiosidade, o interesse e a intervenção dos alunos envolvidos nas diferentes

atividades.

Ginástica

A ginástica deve dar condições ao aluno de reconhecer as possibilidades de

seu corpo, ou seja, as diferentes formas de representação das ginásticas devem ser

objeto de ensino nas aulas de Educação Física.

Ainda, espera-se que os alunos tenham subsídios para questionar os apelos

da mídia no que se refere à apologia do culto ao corpo, aos padrões estéticos e aos

cenários e materiais que afirmam ser essenciais à prática da ginástica, sem deixar

de reconhecê-la como prática corporal sistematizada, ganhou estatuto de disciplina

escolar e importância como atividade para a educação dos corpos na sociedade

atual.

É importante entender que a ginástica compreende uma gama de

possibilidades, desde a ginástica imitativa de animais, as práticas corporais

circenses, a ginástica geral, até as esportivizadas: artística e rítmica. Portanto, sem

negar o aprendizado técnico, o professor deve possibilitar a vivência e o

aprendizado de outras formas de movimento.

Por meio da ginástica, o professor poderá organizar a aula de forma que os

alunos se movimentem, descubram e reconheçam as possibilidades e limites do

próprio corpo. Com efeito, trata-se de um processo pedagógico que propicia a

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interação, o conhecimento e a partilha de experiências, que contribuem para ampliar

as possibilidades de significação e representação do movimento.

Lutas

As lutas devem fazer parte do contexto escolar, pois, se constituem das mais

variadas formas de conhecimento da cultura humana, historicamente produzidas e

repletas de simbologias. Ao abordar este conteúdo, devem-se valorizar

conhecimentos que permitam identificar valores culturais, conforme o tempo e o

lugar onde as lutas foram ou são praticadas.

Ao abordar o conteúdo lutas, torna-se importante esclarecer os alunos acerca

de suas funções, inclusive apresentando as transformações pelas quais passaram

ao longo dos anos. De fato, as lutas se distanciaram, em grande parte, da sua

finalidade inicial ligadas às técnicas de ataque e defesa, com intuito de auto-

proteção e combates militares, no entanto, ainda hoje se caracterizam como uma

relevante manifestação da cultura corporal.

O desenvolvimento de tal conteúdo pode propiciar além do trabalho corporal,

a aquisição de valores e princípios essenciais para a formação do ser humano,

como por exemplo, cooperação, solidariedade, o autocontrole emocional, o

entendimento da filosofia que geralmente acompanha sua prática e acima de tudo, o

respeito pelo outro, pois sem ele a atividade não se realizará.

Dança

O professor, ao trabalhar a dança no espaço escolar, deve tratá-la de maneira

especial, considerando-a conteúdo responsável por apresentar as possibilidades de

superação de limites e das diferenças corporais.

A dança é a manifestação da cultura corporal responsável por tratar o corpo e

que se concretizam em diferentes práticas, como nas danças típicas (nacionais e

regionais), danças folclóricas, danças de rua, danças clássicas entre outras.

É importante que o professor reconheça que a dança se constitui como

elemento significativo da disciplina de Educação Física no espaço escolar, pois

contribui para desenvolver a criatividade, a sensibilidade, a expressão corporal, a

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cooperação, entre outros aspectos. Além disso, ela é de fundamental importância

para refletirmos criticamente sobre a realidade que nos cerca, contrapondo-se ao

senso comum.

DESENVOLVIMENTO METODOLÓGICO

A sociedade capitalista em que vivemos, valoriza o fenômeno esportivo como

maneira de propagação e manutenção ideológicas e também para normatizar o

trabalhador. Portanto, tornam-se importante que o professor reconheça as maneiras

como o modo de produção do atual sistema influencia as formas de pensar e agir

sobre o corpo, o que tem efeitos diretos na prática pedagógica da Educação Física.

Conforme expõe SOARES et alii (1992.p. 36),

Apóia-se nos fundamentos sociológicos, filosóficos, antropológicos, psicológicos e, enfaticamente, nos biológicos para educar o homem forte, ágil, apto, empreendedor, que disputa uma situação social privilegiada na sociedade competitiva de livre concorrência: a capitalista. Procura, através da educação, adaptar o homem á sociedade, alienando-o da sua condição de sujeito histórico, capaz de interferir na transformação da mesma. Recorre à filosofia liberal para a formação do caráter do indivíduo, valorizando a obediência, o respeito ás normas e á hierarquia. Apóia-se na pedagogia tradicional influenciada pela tendência biologicista para adestrá-lo.

A prioridade das aulas sobre o esporte competitivo é uma forma cultural que

nos traz a seguintes questões com relação à concorrência e o rendimento, o

vestibular, os concursos públicos para professores, provas de mestrado e

entrevistas de empregos são selecionadas somente os melhores e estão

presentes em nosso cotidiano o que precisamos é debater estas questões em sala

de aula com nossos alunos, não é só o primeiro colocado, valorização do individual,

mas todos os melhores através da construção colaborativa de conhecimentos, um

crescendo com a sabedoria do outro e vice versa.

Utiliza a tecnologia para ampliar o poder e influenciar o povo através dos

meios de comunicação, principalmente a televisão para promover a cultura do

esporte como solução para todos os problemas, minimizando o sofrimento das

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pessoas diante da realidade. A preferência nacional pelo futebol é um exemplo,

entre muitos, que deve ser utilizado e debatido como possibilidade de movimento

corporal em condições de igualdade para todos os alunos.

As ações pedagógicas da disciplina voltadas para os mais habilidosos com

movimentos estereotipados, efetivados através da prática mecânica exigindo um

aperfeiçoamento técnico que muitos alunos não conseguem executar com perfeição.

Para a aplicação desta atividade adotei a tendência pedagógica crítico-

emancipatória, que trabalha na prática o desenvolvimento da didática comunicativa,

pois ela deverá fundamentar e esclarecer o agir educacional, o aluno deverá saber

se comunicar, interpretar textos e a compreensão verbal do que os outros colegas

querem dizer, fazendo com que ele reflita e tome iniciativas fundamentadas no

pensamento crítico.

Devemos pressupor que a educação é sempre um processo onde se desenvolvem “ações comunicativas”. O aluno enquanto sujeito do processo de ensino deve ser capacitado para sua participação na vida social, cultural e esportiva, o que significa não somente a aquisição de uma capacidade de ação funcional, mas a capacidade de conhecer, reconhecer e problematizar sentidos e significados nesta vida, através da reflexão crítica. (KUNZ, 1994, p. 31)

A educação tem a função de esclarecer as relações sociais de dominação e

alienação, desenvolver a capacidade de compreender as reais intenções removendo

a repressão e com isso criando facilidade de comunicação com os outros dando

condições e poder de argumentos pessoais convincentes de seus verdadeiros

interesses para sua própria liberdade e autonomia.

Esta concepção é fundamentada no desenvolvimento de três competências:

Competência Objetiva: visa que o aluno receba informações que se

transformem em conhecimentos, precisa descobrir suas habilidades através de

estratégias, para agir com qualidade e autonomia no trabalho, na profissão e nos

esportes.

A escola regular tem recebido diversas críticas com relação à falta de preparo

dos alunos para o mundo do trabalho e considerando as relações sociais de

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produção/assalariamento devemos incentivar sempre nossos alunos, a saber,

trabalhar em equipe, tomar decisões rapidamente frente aos problemas

emergenciais, procurar cursos profissionalizantes com certificados que contenham

carga horária, freqüência e aproveitamento nas mais diversas áreas lembrando a

flexibilização de habilidades que o mercado de trabalho exige atualmente. No

esporte proporcionar o debate sobre o atleta amador passar a ser profissional e as

diferenças salariais entre as modalidades esportivas.

Competência Social: visa que o aluno saiba enfrentar os problemas e

contradições do contexto em que está inserido, criando e sugerindo melhorias, e

executando na prática ações solidárias e cooperativas sempre se posicionando no

lugar do outro. No caso específico do esporte, deve atuar no sentido de combater

diferenças e discriminações, por exemplo, futsal é para homens e voleibol é para

mulheres, reflexo de nossa histórica e presente sociedade machista, enfim, deverá

contribuir para um agir solidário e cooperativo.

Competência Comunicativa: visa que o aluno saiba se comunicar e entender

os outros através da reflexão que o levará a iniciativas do pensamento crítico, a

linguagem verbal é a principal competência como poderemos identificar os

problemas e sugerir possíveis soluções se não expressar as idéias, angústias e

intenções, a linguagem dos movimentos corporais que tem fortes características

biológicas individuais e a linguagem escrita muitos alunos tem vergonha de falar,

mas facilidade para escrever e argumentar criativamente sobre os seus pontos de

vista.

Conforme Merleau-Ponty citado por Kunz (2004, p. 42), “É no próprio

exercício da palavra que se aprende a compreender”. Assim, a linguagem no

esporte não é apenas a linguagem que se expressa pelo se-movimentar dos

participantes, mas o próprio falar sobre as experiências e os entendimentos do

mundo dos esportes.

Enfim, através da comunicação oportunizar ao aluno, a ler, interpretar e

criticar o fenômeno sociocultural do esporte.

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POSSIBILIDADES DIDÁTICAS POR MEIO DE TRABALHO, INTERAÇÃO E LINGUAGEM

A categoria trabalho desenvolve a competência objetiva. O aluno a partir de

seus conhecimentos e habilidades adquiridos anteriormente pelo contato direto com

o mundo, uma “transcendência de limites”. No esporte melhoria das habilidades

práticas aumentando seu espaço de atuação e as suas possibilidades de

autodeterminação e codeterminação nas atividades de ensino.

O trabalho no primeiro momento da aula é criar situações problemas, partindo

do que os alunos já sabem de suas experiências de movimentos no seu contexto de

vida, o que interessa é conhecer ao grupo e a cultura do aluno para propor

possibilidades de situações e arranjos materiais, apresentar desafios e estímulos

para envolver-se na experiência. O segundo momento escolher determinadas

tarefas para serem aprendidas, através do treino ou do exercício continuado de

determinadas habilidades.

Na categoria interação, o objetivo é contribuir para a formação da

competência social do aluno o autor sugere o trabalho em grupos e se auxiliem para

superar as barreiras, a insegurança ou a falta de habilidade para a atividade

planejada, é importante a encenação das experiências do movimento para novas

encenações e soluções. Os alunos deverão entender os papéis de observadores

procurando identificar erros e problemas na execução da atividade, a seguir o

observador passa a executor compreendendo as dificuldades do outro na própria

execução do movimento, levando-os a perceber o direito de igualdade dos seres

humanos no esporte.

Para a categoria linguagem, o autor destaca a linguagem verbal, a

comunicação corporal através do movimento e a escrita para desenvolver a

competência comunicativa. O professor deve usar o poder do esclarecimento devido

seus conhecimentos específicos dos conteúdos da disciplina.

O desafio constante é fazer o aluno falar sobre suas experiências, suas

frustrações e seus sucessos, descrever situações, problemas e sugestões possíveis

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de realização, encenar e expressar movimentos. Isto é fundamental para o

desenvolvimento de um “pensar crítico” do aluno.

ATIVIDADES DE PREPARAÇÃO DESENVOLVIDAS NO COLÉGIO ESTADUAL 29 DE ABRIL DO MUNICÍPIO DE GUARATUBA PARANÁ

No mês de fevereiro de 2008, durante os dias da capacitação continuada

fizemos um breve relato para os professores da disciplina de Educação Física sobre

o programa de desenvolvimento educacional da Secretaria de Estado da Educação

do Paraná e como seria a proposta de implementação da atividade adaptada de

futsal planejada para aplicação numa oitava séria do ensino básico, durante o

primeiro semestre do ano.

Apresentamos o tema do esporte e a competição que já estão presentes em

nossas escolas, mas o debate ficou caloroso quando falamos sobre a Inclusão e

Exclusão, chegamos a um consenso que não estamos preparados e precisamos de

estudos e capacitações específicas de como trabalharemos inclusão dentro da

escola e da nossa disciplina já que todos admitiram que não tiveram esse tema na

formação acadêmica.

O planejamento anual da disciplina, agora Proposta Pedagógica Curricular,

que tem como referência as Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná,

concordamos que o grande desafio da proposta é a introdução da parte teórica já

que nossos alunos não estão habituados com essa prática e todos os professores

relataram que todas as vezes que aplicaram parte das aulas teóricas tiveram

grandes dificuldades.

No primeiro bimestre, explicamos que eles fariam parte de uma proposta de

estudos e então comecei a preparação dos alunos através de aulas teóricas

expositivas sobre educação e conhecimento, trabalho e capacitação, família e os

valores morais, saúde e atividades físicas e também através de debates

percebemos a dificuldade de compreensão de algumas palavras, passamos um

trabalho de pesquisa de significado de palavras e montagem de conceitos, através

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de frases. Na prática aulas sobre jogos pré-desportivos, ginástica, fundamentos

esportivos do futsal e voleibol, dentro dos métodos tradicionais de trabalho.

Durante o primeiro bimestre, foi realizada a fase municipal dos Jogos

Colegiais do Paraná, os alunos sugeriram um debate sobre a participação da escola

na competição, alguns alunos relataram que gostariam de ter participado, mas se

sentiram excluídos, já os que participaram disseram que gostaram da experiência e

reivindicaram aulas de treinamento fora do horário de aulas normais, outro aspecto

muito importante foi à questão dos valores educativos dos jogos, respeito, disciplina,

responsabilidade, pontualidade, companheirismo, camaradagem, colaboração e

cooperação.

Ao final do bimestre houve o conselho de classe os professores conceituaram

a turma como fraca, e o principal problema seria a falta de interesse. Quando

tomamos a palavra para falar no conselho, colocamos que não considerava a turma

fraca, mas regular e questionei as constantes faltas de alguns professores. Como

sugestão nos propusemos a aplicar o texto aprendendo a estudar com dicas de

melhor aproveitamento dos estudos e também a confecção de cartazes com frases e

colagens de figuras da revista nova escola, sobre valores morais.

Ao iniciar o segundo bimestre utilizamos o seguinte tema Competir ou

Cooperar: Eis a Questão! Brito (2006, p. 67 a 78), leitura, interpretação, explicação e

construção de texto com suas opiniões próprias sobre o tema. A maioria dos alunos

escreveu que o esporte apresenta regras rígidas, mas que o jogo que eles praticam

na escola apresenta as possibilidades de recriarem as regras que eles combinam

entre si e é muito mais divertido e executado com mais prazer. “(...) é no jogo que a

beleza do corpo humano em movimento atinge seu apogeu” (HUIZINGA, 1980, p. 9).

Outro aspecto que chamou a atenção foi que os alunos começaram a

compreender o significado do lúdico como divertimento, lazer, recreação e

espontaneidade, exemplo dito por um aluno gosto pelo prazer de gostar. Enfim, os

alunos relataram que acharam muito interessante os jogos cooperativos e estavam

interessados em executar na prática.

Ao final do mês de maio, confeccionamos os cartazes em sala de aula a

respeito dos valores morais e fixamos em diversos pontos da escola, alguns foram

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arrancados, mas refizemos e colocamos novamente no mesmo lugar, com isso

acredito que demos nossa contribuição na questão de resgate de valores, como

respeito, responsabilidade, amizade, colaboração, cooperação, educação, inclusão e

exclusão.

Aplicação da atividade adaptada sobre os fundamentos do futsal

No dia 09 de junho de 2008, realizamos a aula teórica sobre os fundamentos

do futsal adaptados onde no primeiro momento dentro da categoria trabalho o

conteúdo foi exposto através de texto sobre os fundamentos do futsal (domínio,

passes, dribles e chutes), a situação problema apresentada é como aprendermos os

fundamentos sem utilização de alguma técnica específica ou de alguma experiência

especial, executar os movimentos de forma natural conforme as possibilidades e

limites da prática corporal de cada aluno, o objetivo principal da aula é aprender de

forma colaborativa e cooperativa do companheiro, tudo com respeito mútuo.

Após debatermos e organizarmos chegamos à conclusão que as melhores

maneiras para executarmos as atividades seriam duplas mistas. Passamos a

situação de arranjos materiais sendo necessário encher um balão médio e amarrar

um elástico de um metro para cada dupla, número de alunos de 30 a 35.

No segundo momento, a categoria interação é importante a demonstração e

encenação das experiências do movimento, primeira situação prática desafiadora

proposta pelos alunos é executar as combinações dos fundamentos do futsal em

duplas mistas com uma das mãos dadas, inicialmente parado e depois em

movimento.

Na segunda situação prática, os alunos, ainda em duplas que podem ser

mantidas ou trocadas, deverão estar entrelaçados com os elásticos em uma das

pernas um pouco acima do tornozelo, isto poderá aumentar a dificuldade de

realização do movimento, mas logo aparecem adaptações criativas, pois o elástico

cede.

Na terceira situação, o desafio é jogar em duplas utilizando dois toques de

cada aluno, as traves estarão sem goleiros, porém só vale o gol se chute for feito de

dentro da área da equipe adversária.

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No dia 10 de junho de 2008, fizemos um debate conclusivo sobre atividade de

futsal adaptada, aplicada na aula anterior.

E no terceiro momento a categoria linguagem os alunos apresentaram de

forma verbal as sugestões, observações e críticas e principalmente sobre sua

participação, novas formas de execução dos movimentos foram apresentadas.

No dia 16 de junho de 2008, executamos a avaliação da participação em

todas as atividades executadas no primeiro semestre, e no dia 07 de julho de 2008 a

auto-avaliação reconhecer seus pontos positivos e admitir que possam melhorar em

outros se tornando responsáveis pelo seu próprio aprendizado. Lembrando que

também utilizamos critérios de observação, conceitos de condutas na expressão na

hora da execução dos movimentos e fluência na comunicação oral.

Avaliação

Estamos realizados em fazer parte do Programa de Desenvolvimento

Educacional, ter a oportunidade de estudar na Universidade Tecnológica Federal do

Paraná, foi excelente apesar das dificuldades por sermos da primeira turma o saldo

positivo foi extremamente importante as disciplinas, os cursos, os estudos, as

aprendizagens, rever e aperfeiçoar seus conceitos.

Durante o desenvolvimento das atividades constatamos que os alunos são

receptivos as intenções de aplicar novas práticas pedagógicas, apesar de alguns

ainda gostarem da pratica esportiva tecnicista e alegarem que existe muito mais

coleguismo do que competição entre eles. Tivemos aulas teóricas muito proveitosas,

com debates calorosos onde cada um queria verbalizar a sua opinião e contestava a

dos colegas.

A maioria dos alunos relatou que acredita que através da educação terão

oportunidade de realizarem seus objetivos de vida, já um pequeno grupo disse que

gostaria de abandonar a escola e só trabalhar. Argumentei que mesmo estudando

existem pessoas formadas desempregadas e também a questão salarial.

Com relação à saúde a maioria disse que procura cuidar bem de seu corpo

através de bons hábitos, mas alguns admitiram que cometem abusos principalmente

aos finais de semana.

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Um aspecto que chamamos atenção foi de cooperação na hora da realização

das atividades propostas, aqueles alunos que já tinham um conhecimento mais

elaborado sempre estavam dispostos a colaborar com o aprendizado do outro, isso

quer dizer que deveríamos realizar mais atividades em grupo.

O principal aspecto de inclusão aconteceu com relação a um preconceito de

malícia que as meninas tinham com relação aos meninos ao segurarem as mãos

delas, e após a realização da atividade as meninas relataram que não houve

nenhum problema e ao contrário do que elas tinham imaginado os meninos foram

muito gentis e educados, e sempre procuraram ajudar elas na maneira de executar

os movimentos dos fundamentos do futsal.

Referente à avaliação elaborada a turma foi unânime que todos prestaram

atenção nas explicações do professor, se julgaram responsáveis e comprometidos,

todos acham muito importante aprender de forma cooperativa, apesar disso acham

que a competição está presente no seu dia a dia e que ao perderem deverão tirar

lições e ao ganhar respeitar os colegas, com relação à quantidade num total de 31

alunos, 87% deles disseram que o esporte na escola contribui para a inclusão e 13%

acharam que ele contribui para exclusão. Em relação à participação, 9% dos alunos

acharam suficiente, 42% acharam bom, 36% acharam muito bons, e 13% alunos

acharam excelentes.

Baseado nos dados, conclui-se que as atividades foram inclusivas, porém,

ainda tenho que redimensionar a ação pedagógica, pois quatro alunos se sentiram

excluídos e o ponto alto das atividades foi à qualidade da participação já que

ninguém respondeu insuficiente.

Na auto-avaliação ficou claro que os alunos não têm essa prática, alguns até

ficaram espantados quando falei que eles teriam que se dar nota e alguns

apresentaram dificuldades de descrever sobre as atividades, mas a experiência foi

válida pela honestidade deles na hora de se avaliarem, se esta prática fosse mais

constante poderíamos obter melhores resultados.

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CONCLUSÃO

Ao chegar ao término desse trabalho, pensamos que devemos estudar as

novas propostas pedagógicas, através de pesquisas teóricas e práticas, o esporte é

presente em nossas escolas o que precisamos é modificar a maneira de aplicar,

possibilitando situações prazerosas, comprometimento com a formação de valores

de respeito ao próximo, tolerância e integração dos alunos buscando sempre a

inclusão de todos, despertarem o gosto pela atividade física não como obrigação,

mas para o bem de sua saúde.

As aulas de Educação Física, precisam assumir um caráter mais democrático,

conversar com os alunos para saber seus interesses, incentivar a criatividade de

novos movimentos, novas formas de jogar onde o lúdico esteja presente.

O propósito do trabalho não é criticar a maneira do trato com o esporte na

escola, mas sim de desenvolver um olhar de novas perspectivas de planejar os

conteúdos de somar esforços para alcançar objetivos propostos de formação de

indivíduos críticos para lutar por seus direitos de cidadão.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da Aprendizagem Escolar. São Paulo: Cortez, 1995.

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