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O engenheiro civil George Joaquim Teles de Souza

George Joaquim Teles de Souza nasceu em Salvador, na Bahia, em 20 de setembro de 1952. Filho caçula com um irmão enge-nheiro e sete irmãs, uma farmacêutica, uma dentista, uma enfermeira e quatro profes-soras. Seu pai foi um mestre de montagens de pontes metálicas no interior da Bahia e Sergipe, Teles descobriu seu interesse pela engenharia logo na infância. Graduou-se em engenharia civil pela Escola Politécni-ca da Universidade Federal da Bahia, em 1976 e começou a atuarem gerenciamento de obras desde então. Trabalhou durante dez anos e sete meses na empresa Este En-genharia, onde executava atividades técni-cas e administrativas relacionadas a túneis, solo grampeado, cortinas atirantadas, entre outros. Atuou na empresa Geosonda com

a participação em rebaixamento de lençol freático e jet grouting. Entre 1988 e 1991 trabalhou pela empresa Camargo Corrêa na construção do túnel sobre o rio Pinheiros e do metrô, nos trechos da Avenida Paulista (SP), além da estação Clinicas. Posterior-mente, de 1991 a 1997, atuou na empresa Enotec Engenharia, sendo responsável pelo trecho do túnel da LTS Miguel Reale. Entre 1997 e 2002 retornou à empresa Camargo Corrêa como gerente de obras no metrô de Belo Horizonte e no metrô de Salvador. Desde 2002 é sócio e diretor-geral na em-presa Solotrat Engenharia Geotécnica.

QUAIS FORAM AS SUAS INFLUÊNCIAS PARA ESSA ESCOLHA?

Desde criança sempre quis ser engenheiro. Logo na infância, acho que antes mesmo de saber o que um engenheiro fazia, influen-ciado pelo fato do meu pai ter sido um mestre de montagens de pontes na RFFSA - Leste Brasileiro. Meu pai, embora já tives-se seus setenta anos, ainda trabalhava em montagem de pontes metálicas no interior da Bahia e Sergipe, minha mãe o acompa-nhava e levava a mim e a meu irmão juntos. Acho que daí surgiu a vontade de ser enge-nheiro.

A DEDICAÇÃO PELO TRABALHO DELINEADA EM CADA TÚNEL

O engenheiro civil George Teles de Souza, que ajudou a executar importantes obras de Metrô e também da Usina Hidrelétrica de Itaipu, encontra nos projetos de túneis seu encanto pela profissão

Por Dafne Mazaia

CONTE-NOS UM POUCO SOBRE A SUA FORMAÇÃO ACADÊMICA E SOBRE SUA TRAJETÓRIA.

Sou formado como engenheiro civil pela Escola Politécnica da Universidade Fede-ral da Bahia, turma de 1976. Desde então, sempre atuei no gerenciamento de obras destacando-se: de fevereiro de 1977 a agos-to de 1987, dez anos e sete meses, na Este Engenharia com participação na execução de todas atividades técnicas e administra-tivas para execução de Túneis, Solo Gram-peado, Cortinas Atirantadas, Injeção de Consolidação de Solos, Rebaixamento do Lençol Freático e Estacas Raiz. Trabalhei durante um breve período na Geosonda executando rebaixamento de lençol freáti-co e jet grouting em uma grande obra em Campinas (SP). De 1988 a 1991 participei na Camargo Corrêa da construção do túnel sob o rio Pinheiros e do metrô, trecho da Avenida Paulista (SP), sob a avenida Dou-tor Arnaldo (SP) incluindo a estação Clíni-cas. De 1991 a 1997 trabalhei para Enotec Engenharia e entre 1997 e 2002 voltei à Ca-margo Corrêa indo trabalhar como gerente de obras no metrô de Belo Horizonte e de-pois do metrô de Salvador.

George Teles, durante sua infância, no colo de seus pais

De 2002 até o momento estou na Solotrat Engenharia Geotécnica da qual sou sócio e participo da direção geral da empresa e execução de todas as atividades técnicas e administrativas para execução de Túneis, Solo Grampeado, Cortinas Atirantadas, Dreno Vertical Fibroquimico, Injeção de Consolidação de Solos, Rebaixamento do Lençol Freático, Estacas Raiz, Estacas Hé-lice, dentre outros. Desde o início de mi-nha carreira percebi meu interesse para o trabalho em obras de túneis. Executávamos serviços preventivos que asseguravam uma escavação menos perigosa e a recuperação de túneis acidentados.

VOCÊ JÁ PUBLICOU DIVERSOS TRABALHOS E ARTIGOS CIENTÍFICOS DO SETOR. QUAIS PESQUISAS ESTÁ DESENVOLVENDO ATUALMENTE NA ÁREA DE GEOTECNIA? Os diversos artigos foram escritos sempre em conjunto com o Alberto Casati Zirlis e o Cairbar Azzi Pitta. Na Solotrat sempre escrevemos os artigos em conjunto. Além da permanente procura por melhorias na execução de contenções em Solo Grampea-do, estamos pesquisando as estacas Aluvial Anker, desde a execução até o dimensiona-mento dos tubos que as estruturam.

COMO É ATUAR EM CONJUNTO COM AS ASSOCIAÇÕES DO SETOR E QUAL A IMPORTÂNCIA DELAS PARA A ÁREA?

Especialmente para mim que sou executor, as associações são muito importantes para a consolidação e troca do conhecimento. No meu caso, também ressalto a impor-tância da ABEF (Associação Brasileira de

Empresas de Engenharia de Fundações e Geotecnia). Esta é o fórum para onde os empreiteiros da área caminham e trocam informações técnicas da prática executiva. O evento SEFE (Seminário de Engenha-ria de Fundações Especiais e Geotecnia), o mais importante do Brasil, é organizado pela ABEF e tem este foco.

O engenheiro civil George Teles, à direita, com seus colegas profissão e sócios, Cairbar Azzi Pitta e Alberto Zirlis

Uma das obras de túneis realizadas por ele, em 1992

George Teles formou-se em engenharia civil pela UFBA em 1976

DENTRE OS TRABALHOS REALIZADOS, QUAIS CONSIDERA DE MAIOR DESTAQUE OU QUE LHE TROUXERAM MAIS SATISFAÇÃO?

Considero todas as obras realizadas como obras que me deram muita satisfação. Tra-balhar em Itaipu em 1977 e 1978, na Ferro-via do Aço e nas obras do Metrô, são sem dúvida um motivo de grande satisfação e orgulho, pois são projetos que têm vulto e são muito comentadas. Porém, acho que tudo que ajudamos a criar e a construir seja grande ou pequeno deve ser motivo de orgulho e satisfação. Em aspectos técnicos e executivos. É sempre um desafio partici-par de alguma obra. O cuidado tem que ser grande em todos os casos, pois a formação em engenheiro predispõe responsabilidade técnica e o cuidado com as vidas humanas envolvidas. Sempre o título de engenheiro civil junto com o bom senso tem que pre-valecer. Sem dúvida nenhuma a fundação e desenvolvimento da Solotrat e sua trans-formação numa das mais importantes em-presas de geotecnia do País, desenvolvida com base no trabalho, honestidade e com-petência técnica, é o que mais satisfação me trouxe.

No seu escritório na Solotrat, com seu colega de profissão e sócio Cairbar Azzi Pitta

George Teles está na Solotrat desde 2005

No evento WTC (World Tunnel Congress), em maio de 2015

QUAIS SÃO OS SEUS PROJETOS FUTUROS?

Quero trabalhar por mais 35 anos, contri-buindo para que a Solotrat continue sendo um exemplo de empresa que faz questão de executar serviços com alta técnica e segu-rança. Oferecendo sua experiência sempre que chamados para opinar sobre condições da prática executiva de projetos geotécni-cos.

Com a ajuda de seus sócios, George Teles dirige a Solotrat e publica o “Manual de Serviços Geotécnicos’; que já está em sua quinta edição COM UMA CARREIRA JÁ CONSOLIDADA ATUALMENTE, QUAL AVALIAÇÃO FAZ DA SUA TRAJETÓRIA ATÉ AQUI?

Me sinto feliz. No campo profissional sou plenamente realizado. Acordo cedo todos os dias e vou ao trabalho com orgulho de poder participar de uma equipe séria e de-dicada, que visa a excelência da execução de serviços geotécnicos no Brasil. Já no campo pessoal me sinto infeliz, pois tive um grande revés com a perda de minha fi-lha mais velha em 2010 e isto é uma coisa que não se supera nunca.

COM A EXPERIÊNCIA JÁ ALCANÇADA, QUAIS SÃO AS SUAS PERSPECTIVAS PARA O MERCADO BRASILEIRO DA ENGENHARIA E GEOTECNIA?

O mercado brasileiro está em crise desde o ano passado. As grandes obras estão pa-ralisadas ou em passo de tartaruga. Novas obras prediais estão com início postergado. A geotecnia sofre também com a redução dos investimentos e com o desgoverno do

país. Todas as empresas do setor pararam de crescer e estão diminuindo de tama-nho desde então. A impressão que tenho é que vamos continuar deste jeito até que o governo seja trocado e o próximo tenha tempo de lidar com o que está por baixo do tapete.

QUAIS SÃO AS SUAS PRINCIPAIS REFERÊNCIAS NO SEGMENTO?

Tenho como principal referência neste seg-mento o geólogo Cairbar Azzi Pitta, como amigo há mais de quarenta anos, como profissional que sempre se preocupou em inovar e acrescentar melhorias aos traba-lhos que executamos e como sócio também lhe tenho uma grande gratidão por ser uma pessoa arrojada que nos incentivou a criar as nossas empresas com pouquíssimo in-vestimento inicial. Também tenho como referência o engenheiro Alberto Casati Zir-lis, também amigo há quarenta anos, uma pessoa inovadora e extremamente técnica, que soube nos orientar nas horas devidas, e como sócio sempre ponderado e “pé no chão: Importantes também foram os en-genheiros João Duarte Guimarães Filho e António Carlos de Figueiredo Moura espe-cialmente no início de minha carreira.

George Teles com as suas filhas, quando crianças

O engenheiro civil ao lado de seus irmãos

POR QUE A SOLOTRAT UTILIZA UM ELEFANTE EM SEU LOGOTIPO?

A empresa se iniciou em 1991, e neste mo-mento trabalhava em outra empresa, em-bora sócio da Solotrat, juntamente com o Cairbar Azzi Pitta e Alberto Casati Zirlis. Tínhamos que definir um logo. O Rodnei, primo do Azzi, ofereceu criar um logo para nós. Dos muitos avaliados o logo do “ele-fante” foi o escolhido tendo como critério apenas a graça do logo. Posteriormente descobrimos que o elefante é considerado o símbolo da boa sorte, da sabedoria, da persistência, da determinação, da solida-riedade, da sociabilidade, da amizade, do companheirismo, da memória, da longevi-dade e da força. Neste panorama, foi que desde sua fundação a Solotrat se desen-volveu. Além dos símbolos acima citados, para nós o elefante significa a estabilidade, tradição e bom senso.

A SOLOTRAT ELABORA 0”MANUAL DE SERVIÇOS GEOTÉCNICOS”, UM DOCUMENTO QUE É REFERÊNCIA NO SEGMENTO. COMO SURGIU A IDEIA DE PRODUZIR ESTA OBRA?

O manual foi uma criação a três: eu, Azzi e Alberto. Adveio de uma percepção nossa por algo que entendemos ser muito impor-tante: oferecer ao mercado uma especifica-ção técnica-executiva dos serviços por nós executados. Temos que o conhecimento e seu uso está disponível a todos. Fizemos um documento que possa ser compreen-sível mesmo para não engenheiros, e que possa ser utilizado com sabedoria, nunca alterando seu conteúdo quando copiado. Em sua quinta edição, tem sido revisado a cada observação nova que percebemos como importante.

Ao lado de suas filhas Natalia e Ana Carolina

O engenheiro ao lado de colegas de profissão e de seus sócios

CONTE-NOS UM POUCO SOBRE A SUA TRAJETÓRIA PESSOAL?

Me desenvolvi num ambiente de família muito saudável, de muita paz, união, ale-gria e constante luta pela vida. Tenho duas filhas: Ana Carolina, engenheira, que in-felizmente em setembro de 2010, aos 31 anos mudou-se para o Céu, deixando um grande vazio na família, e Natalia, que é nutricionista, e que para a minha felicidade trabalha ao meu lado no gerenciamento da Solotrat.