o emprismo de david hume

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Departamento de Ciências Sociais e Humanas Grupo Disciplinar de Filosofia Prof. Joaquim Melro

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Page 1: O emprismo de David Hume

Departamento de Ciências Sociais e Humanas

Grupo Disciplinar de Filosofia

Prof. Joaquim Melro

Page 2: O emprismo de David Hume

IV- 1.2. Análise comparativa deduas teorias explicativas doconhecimento

O e m p i r i s m o

d e

D a v i d H u m e

Page 3: O emprismo de David Hume

“Sem perguntas não há respostas” Popper

O Conhecimento

Questões da turma

• Qual a origem do conhecimento?• O conhecimento tem limites?• Qual o objectivo do

conhecimento?• Onde são armazenados os

conhecimentos?• Quando nasce em nós o

conhecimento?• A felicidade depende do

conhecimento?

O empirismo de David Hume

Page 4: O emprismo de David Hume

Prólogo …

«D'abord l'émotion! Ensuite,seulement, la compréhension!»

Paul Gauguin

O empirismo de David Hume

«Antes de tudo a emoção! Sódepois a compreensão!»

Paul Gauguin

Page 5: O emprismo de David Hume

“Todos os materiais dopensamento são derivadosda sensibilidade.” (Hume,2002, secção II)

O empirismo de David Hume

David Hume (1711-1776)

Page 6: O emprismo de David Hume

Elementos do conhecimento:

O empirismo de David Hume: Impressões e ideias

“Todas as percepções da mente humana se reduzem a doistipos diferentes que denominarei impressões e ideias. Adiferença entre ambos consiste no grau de vivacidade comque incidem na mente (…) Às percepções que se manifestamcom mais força (..) podemos chamar impressões. (…) Porideias entendo as imagens débeis das impressões quandopensamos e raciocinamos.” (Hume,2002, p.23, negritonosso)

“As impressões são os actos originários do nossoconhecimento que correspondem aos dados da experiênciapresente ou actual (…) As ideias são as representações ouimagens debilitadas, enfraquecidas, das impressões nopensamento. São como que marcas deixadas pelasimpressões, uma vez estas desaparecidas.” (Rodrigues, 2008,p. 127, negrito nosso)

“As impressões precedem as ideias e a diferença entre elas ésimplesmente de grau e não de natureza.” (Cordon, &Martinez, 1998, p.78, negrito nosso)

Impressões e

ideias

Page 7: O emprismo de David Hume

O empirismo de David Hume: Impressões e ideias

Elementos do conhecimento

Todo o conhecimento deriva da experiência

Impressões

Simples

Complexas

Simples

Ideias

Complexas

“Nada está no entendimento que não tenha estado antes nos sentidos” Hume

Page 8: O emprismo de David Hume

O empirismo de David Hume: Confronto de paradigmas!

Existem ideias inatas na mente humanaque foram lá colocadas por Deus ou porum ser semelhante …

Não!Sim!

Empirismo Versus

Racionalismo.A (in)cumensurabilidade

é (im)possível?!

Page 9: O emprismo de David Hume

O empirismo de David Hume: Tipos de conhecimento

Tipos de Conhecimento

“(…) torna‐se claro o critério usado porHume para determinar os objectos darazão: aqueles objectos cuja hipótesedo seu contrário implica contradição(relações de ideias) e aqueles objectoscuja hipótese contrária não implicacontradição (questões de facto).”(Nereu, s/d, p1.)

“Todos os objectos da razão (…) humana podemdividir‐se em duas classes (…). Relações entreIdeias e Conhecimento de Factos. Do primeiro tiposão as ciências da geometria, álgebra e aritemética.(…) Os conhecimentos de facto que constituêm osobjectos da razão humana não são indagados damesma maneira, nem a evidência da sua verdade(…) toda e qualquer questão de facto permanecesendo possível, porque não pode jamais implicarcontradição (...). Que o sol não vai nascer amanhãnão é uma proposição menos inteligível nemimplica maior contradição do que a afirmação deque ele vai nascer.” (Hume, 2002, p. 45)

Diz respeito à relação entre ideias – Dedutivo(princípio da não contradição)É analítico e a prioir ‐ Ex. A flor é um vegetalConhecimentos tautológicos

Refere‐se a factos e a sua verdade depende doconfronto entre o que dizemos e os factos ‐ IndutivoÉ sintético e a posteriori : Ex. A flor é amarelaConhecimentos contingentes

Conhecimento de ideias

Conhecimento de factos

Por Hume

Por Nereu

Page 10: O emprismo de David Hume

O empirismo de David HumeO problema da causalidade: O hábito ou costume

Princípio da causalidade - Sempre que acontece A acontece necessariamente B

Determinismo - Tudo o que acontece tem uma causa, os acontecimentos sãodeterminados por outros anteriores.

Causa EfeitoCausa Efeito

Page 11: O emprismo de David Hume

O empirismo de David Hume O problema da causalidade: O conceito de hábito ou costume   

“(…) sempre que a repetição de algum acto ou operação particularproduz uma propensão para realizar outra vez esse mesmo acto ouoperação (…), sempre dizemos que essa propensão é efeito dohábito. [Logo,] todas as inferências tiradas da experiência são,portanto, efeitos do hábito [ou costume] e não do raciocínio (…)segue‐se que toda crença [de que um fenómenos se segue a outro]deriva da associação de ideias.” (Hume, 2002, p. 57, negrito nosso)

“Mas, embora eu reconheça que [o hábito] é um verdadeiroprincípio de associação entre ideias. Afirmo ser ele o mesmo queestá presente na relação entre as ideias de causa e efeito, econstitui uma parte essencial de todos os nossos raciocíniosderivados dessa relação.” (Hume, 2000, p. 93, negrito nosso)

“A conexão causal não faria parte do Universo se não fosse devido àinfluência da associação.” (Passmore, 1952, p. 43)

“O hábito (…) é o grande guia da vida humana”. Hume

O hábitoou 

costume

Page 12: O emprismo de David Hume

Toda a causa produz um efeito;Sempre que acontece A deveráacontecer necessariamente B (?!)

“Because something alwayshappened in the past, it does notmean that it will always happen in thefuture.” (Hume, 1972, pp. 109-131)

O empirismo de David HumeO problema da causalidade : O conceito de hábito ou costume e as 

críticas à indução

Page 13: O emprismo de David Hume

Se todos os corvos vistos até hojesão pretos, de que cor será opróximo?

?

?

Hume: o problema da causalidade

e a crítica à indução

“Hume denunciou as falhas no raciocínio determinista, mostrandocomo as relações causa‐efeito que estabelecemos correspondem auma mera sucessão temporal de fenómenos e são fruto de umhábito psicológico que confundimos com uma relação causal. Essarelação provém inteiramente da experiência, quando descobrimosque certos objectos particulares acham‐se constantementeconjugados uns aos outros. Assim, nenhum objeto revela jamais,pelas qualidades que aparecem aos sentidos, nem as causas que oproduziram, nem os efeitos que dele provirão.” (Mondrzak et al., 2006,p. 3, grafia no original, negrito nosso).

Todo o conhecimentocientífico ‘produzido’ atéagora, é válido e verdadeiroapenas até agora, isto é, daquipara diante todo esse mesmoconhecimento torna‐secontingente (…) dependendounicamente do curso regularda natureza: se o curso danatureza mudar esseconhecimento (…)simplesmente, esvai‐se outorna‐se nulo.” (Nereu, s/d, p.4)

“Não existe nenhuma impressão autêntica da causalidade.O que acontece é que eu acredito na causalidade e Humeexplica essa crença, partindo do hábito e da associação dasideias. Por que será que espero ver a água ferver quando aaqueço? É porque, responde Hume, (…) Coloco a água nofogo e afirmo, em virtude de poderoso hábito: vai ferver. Seestabeleço ‘uma conclusão que projecta no futuro os casospassados de que tive experiência’, é porque a imaginação,irresistivelmente arrastada pelo peso do costume, resvala deum evento dado àquele que comummente o acompanha.Aparento antecipar a experiência quando, na verdade, cedoa uma tendência criada pelo hábito. Por conseguinte, anecessidade causal não existe realmente nas coisas.’Anecessidade é algo que existe no espírito, não nos objectos’.”(Madjarof & Duarte, s/d, s/p, grafia, aspas e itálico no original, negritonosso)

Page 14: O emprismo de David Hume

Epílogo …

E se Hume tiver razão?

Entre o niilismo possível e a ilusão necessária,ou ser/estar entre a esfinge e a medusa

O empirismo de David Hume

Page 15: O emprismo de David Hume

O empirismo de David HumePalavras‐chave:

David Hume; empirismo;experiência/sentidos/percepção;impressão; ideia; “a priori”; “aposteriori”; indução; dedução;conhecimento de factos;conhecimento de ideias;habito/costume; causalidade;conexeção necessária; cepticismo;probabilismo; fenomenismo.

Page 16: O emprismo de David Hume

•Almeida, A.,Teixeira, C., Murcho, D., Mateus, P. & Galvão, P. (2008). A arte de Pensar ‐ 11ºano. Lisboa: Plátano Editora.•Cordon, J. M. & Martinez, T. C. (1998). História da Filosofia do Renascimento à IdadeModerna ‐ Volume II‐ . Lisboa: Edições 70 .•Gaarder,J. (1996). O mundo de Sofia. Lisboa: Presença.•Hume, D. (s/d).Ensaio Sobre o Entendimento Humano Retirado em Janeiro 13, 2009 dehttp://www.cfh.ufsc.br/~wfil/ensaio.pdf•Hume, D. (2202). Investigação Sobre o Entendimento Humano. Lisboa: ImprensaNacional‐Casa da Moeda.•Madjarof , R. & Duarte, C. (s/d). O Empirismo ‐ David Hume. Retirado em Janeiro 30,2009 de http://www.mundodosfilosofos.com.br/hume.htm•Mondrzak, V., Lewkowicz, A., Duarte, A. L. , Kauffmann, A. L., Iankilevich, et al. (2006).Algumas noções sobre causalidade e determinismo. Retirado em Janeiro 12, 2009 de .www.febrapsi.org.br/artigos/44_ipa/viviane_ipa.doc•Nereu, J. (s/d).O problema da inferência causal e as suas implicações no conhecimentode experiência em David Hume . Retirado em Fevereiro 21, 2009 dehttp://www.adelinotorres.com/filosofia/JOSIANO%20NEREU_O%20problema%20da%20inferencia%20causal%20em%20David%20Hume.pdf•Rodrigues, L. (2008). Filosofia 11º ano. Lisboa: Plátano Editora.•Severino, E. (1987). Filosofia Moderna. Lisboa: Edições 70.

L e i t u r a s