o discurso e o interdiscurso como prÁticas avaliativas … · investiga dinamicamente a execução...

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O DISCURSO E O INTERDISCURSO COMO PRÁTICAS AVALIATIVAS EM

LÍNGUA INGLESA

Autora: Marisa de Fátima Opalinski Kobner1

Orientadora: Valeska Gracioso Carlos2

Resumo

Este artigo analisa uma experiência pedagógica aplicada em sala de aula, sob a forma de sequência didática, cuja coletânea de textos com enfoque em gêneros textuais respaldou-se na abordagem teórica do Interacionismo Sociodiscursivo. A coletânea permitiu desenvolver estratégias de leitura e de produção escrita elementar em Língua Estrangeira Moderna (LEM), contextualizando o uso da língua materna e não materna dentro de situações reais em que o texto possa circular. O recurso didático legitimador de todo o processo avaliativo foi o portfólio, um instrumento de orientação e reorientação das atividades aplicadas, diagnosticando os resultados positivos e os problemas diários enfrentados na aprendizagem da Língua Inglesa (LI). Os gêneros discursivos apresentam, contemporaneamente, a possibilidade de a linguagem ser discutida no campo das interações verbais e de ampliar as oportunidades de aprendizagem. O trabalho pedagógico teve como público alvo o 9º Ano do Ensino Fundamental, Colégio Estadual “Prof. Leandro Manoel da Costa”. Esse trabalho resultou na possibilidade do educando entrar em contato com textos de Blog e E-mail, com a finalidade da prática social. Palavras-chave: Gêneros textuais; Avaliação; Portfólio; Língua Inglesa

Abstract

This article analyzes an educational experience applied in the classroom, in the form of didactic sequence, whose collection of texts focusing on textual genres backed up the Interactionism Socio-Discursive the theoretical approach. The collection allowed to develop reading strategies and elementary writing production in modern foreign language, contextualizing the use of native language and not in actual situations in which text can circulate. The teaching resource for legitimating the entire evaluation process was the portfolio, a guidance and redirection of activities implemented by

1 Professora de Língua Portuguesa e Língua Inglesa da Rede Pública Estadual do Paraná, pós-

graduada em Educação Especial, em exercício no Colégio Estadual “Prof. Leandro Manoel da Costa”. 2 Professora de Língua Espanhola da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG); Doutoranda

em Estudos da Linguagem pela Universidade Estadual de Londrina (UEL).

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diagnosing the positive results and the daily problems faced in learning English. The genres have, simultaneously, the possibility that the language is discussed in the area of verbal interactions and enhance opportunities for learning. The pedagogical work was to target the 9th year of Elementary Education, Colégio Estadual “Prof. Leandro Manoel da Costa”. This work resulted in the possibility of the student contact with texts by Blog and E-mail, for the purpose of social practice. Keywords: Speech genres; Evaluation; Portfolio; English Language 1 INTRODUÇÃO

A forma de ensinar uma Língua Estrangeira Moderna (doravante LEM) na

escola pública tem sido repensada nestes últimos anos. Permanece, ainda, o

modelo estruturalista da Abordagem Comunicativa, centrado em funções da

linguagem, o que, para o professor e o aluno, caracteriza-se como objeto de estudo

descontextualizado e não permite uma prática comunicativa, uma atividade interativa

e também discursiva.

É fato que o ensino da Língua Inglesa não possui, hoje, o caráter principal de

levar o educando ao domínio de uma Língua Estrangeira (doravante LE). O sistema

curricular de ensino em todo seu processo pedagógico precisa de uma profunda

reforma ideológica, social e histórica para que isso ocorra. Para que o conhecimento

linguístico possa acontecer de forma satisfatória, o professor de línguas deve

desenvolver atividades que promovam a reflexão entre o uso da linguagem e o

exercício da cidadania, como por exemplo, estabelecer um vínculo entre a escola e

a sociedade que aí está, promover a articulação entre a Língua Inglesa e a Língua

Materna e criar estratégias de aprendizagem e o reconhecimento da diversidade

cultural.

Com base nessas reflexões, elaborei um material pedagógico que utilizou os

gêneros discursivos como objetos de ensino e de aprendizagem. Os textos verbais

e não-verbais aplicados oportunizaram maior compreensão sobre seu uso e seu

contexto social. As atividades realizadas envolveram situações reais do uso da

linguagem, houve a oportunidade do diálogo em sala de aula por meio da leitura, da

compreensão e da produção elementar de texto em Língua Inglesa (doravante LI).

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Consequentemente, a avaliação planejada tornou-se dinâmica no processo ensino e

aprendizagem.

Contemplei a utilização das sequências didáticas, cujas atividades de

aprendizagem passaram a acontecer num conjunto de aulas, por meio de temas

escolhidos, e que despertaram o interesse do educando, instigando-o para a

reflexão das representações mentais, que resultou em certa autonomia da

aprendizagem. Optei pela utilização dos textos midiáticos: E-mail e textos de Blog,

pois com a chegada da Internet, os computadores, entre outros recursos

tecnológicos digitais, passam a constituir um recurso didático possível na escola. As

atividades avaliativas foram preparadas, também, com esta finalidade – colocar o

educando em contato com as novas tecnologias e, mesmo com encontros e

desencontros durante a aplicação do projeto, foi necessário oportunizar o contato

com as mídias no espaço escolar.

É importante verificar que no momento em que o professor prepara sua aula

em Língua Inglesa, esta precisa estar vinculada ao processo de avaliação. Geraldi

(1984, p. 43) ressalta que “a língua só tem existência no jogo que se joga na

sociedade, na interlocução, e é no interior de seu funcionamento que se pode

procurar estabelecer as regras de tal jogo.”.

As mais variadas formas metodológicas encontradas para a realização de

avaliações que sejam menos classificatórias devem ser, para o professor, uma

preocupação constante. Optei, portanto, pelo portfólio, um instrumento documental

que comprova o processo avaliativo escolar. Ele contém evidências e a reflexão do

que é ensinado, em que condições isso acontece e, o que é mais importante, quem

é esse educando. Investiga dinamicamente a execução das atividades avaliativas, o

que torna menos frágil o resultado pelo controle de notas, porque, muitas vezes, o

sistema escolar responsabiliza somente o professor pela qualidade do desempenho

de seus alunos. Esse recurso avaliativo aplicado sob a forma de projeto pedagógico

para uma única turma foi viável, tendo resultados positivos.

Faz-se necessário o professor investigar estas formas textuais alternativas,

sob os aspectos da linguagem verbal e não-verbal. Existe a dificuldade de o

professor criar espaços bem sucedidos de aprendizagem. Para que ensinar uma

língua estrangeira?

Para Marcuschi (2003), os gêneros textuais são uma oportunidade de

trabalhar com textos pontuais em sala de aula, porque falam a linguagem do aluno.

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Trabalha-se com a língua em diversos usos autênticos no dia a dia. Ele enfatiza que,

para o professor, facilita o trabalho de compreensão e de produção textuais. Esta é

uma questão emergente de discussão para a busca de soluções, sendo oportuno o

diagnóstico realizado neste artigo.

2 OS GÊNEROS DISCURSIVOS E AS POSSIBILIDADES DE INTERAÇAO

SOCIAL

Para a implementação do projeto, foi essencial desenvolver um trabalho

pedagógico sob a forma de unidade didática, enfocando os gêneros discursivos

como possibilidades de ensino e de aprendizagem nas aulas de Língua Inglesa.

De acordo com esta proposta, a língua é vista como processo dinâmico e

deve acontecer dentro de um contexto; então, ela se apresenta como espaço de

construção discursiva. Bakhtin afirma que:

A riqueza e a diversidade dos gêneros do discurso são infinitas porque são inesgotáveis as possibilidades da multiforme atividade humana e porque em cada campo dessa atividade é integral o repertório de gêneros do discurso, que cresce e se diferencia à medida que se desenvolve e se complexifica um determinado campo. Cabe salientar em especial a extrema heterogeneidade dos gêneros do discurso, nos quais devemos incluir as breves réplicas do diálogo cotidiano (...) (BAKHTIN, 2003, p. 262).

A teoria enunciativa de Bakhtin apresenta uma concepção de linguagem que

não isola o aspecto linguístico, mas coloca-o dentro de um lugar comum, em que os

falantes se apropriam de uma dialética que sofre efeitos do social, do histórico e do

cultural. É por isso que o uso da linguagem remete às esferas de atividade humana

e seu domínio deve levar em conta se esse falante, ao frequentar uma instituição

escolar, consegue contextualizar o que aprende para que o fenômeno discursivo

tenha sua aplicabilidade sempre que necessário.

O Portal Dia a dia Educação – Paraná faz referência aos gêneros do discurso,

segundo Bakhtin (1952). Para ele, o conteúdo temático, o estilo e a construção

composicional estão presentes no texto, pois a compreensão e a interpretação

levam o educando ao contexto de produção, às marcas enunciativas e ao uso de

recursos linguísticos, bem como ao modo como é organizado o gênero trabalhado.

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Os gêneros não devem ser confundidos com tipos textuais, que

fundamentam-se em critérios internos, que são linguísticos e formais. Na

classificação formal dos tipos textuais há a narração, a argumentação, a exposição,

a descrição e a injunção. Já os gêneros textuais são os diversos textos encontrados

em situação de uso, de discurso em sociedade. Literários ou não, eles existem a

partir do momento em que o falante necessita desse recurso para atingir um objetivo

e passam a ser uma ferramenta de comunicação.

Com base nessa fundamentação teórica, a seleção de textos para a

confecção da unidade didática levou em conta o processo das interações verbais.

Que conhecimento pôde realmente ser mediado para que o educando pudesse dar

um novo significado a tudo que aprendeu.

A utilização das sequências didáticas não é mais uma novidade em projetos

pedagógicos. Esta estratégia de ensino sistematizado amplia a função do gênero

discursivo para além do ato comunicativo. Permite, portanto, o contexto dialógico.

Dolz e Schneuwly (1999) afirmam que os gêneros trabalhados em sala de aula, sem

relação com uma situação autêntica do uso da linguagem, ficam estereotipados e

canônicos, como a concepção sobre a descrição, narração e dissertação.

Já dentro de uma proposta contextualizada, a partir de uma produção inicial

escrita do gênero escolhido, de uma discussão coletiva do conteúdo e de uma

sequenciação de atividades que permita uma metodologia cuja finalidade seja

conhecer o gênero e transpô-lo para a realidade social, faz-se da sequência didática

uma experiência pedagógica possível para o ensino de Inglês. Segundo Dolz e

Schnewly:

Toda introdução de um gênero na escola é o resultado de uma decisão didática que visa a objetivos precisos de aprendizagem que são sempre de dois tipos: trata-se de aprender a dominar o gênero, primeiramente, para melhor conhecê-lo ou apreciá-lo, para melhor saber compreendê-lo, para melhor produzi-lo na escola ou fora dela e, em segundo lugar, para desenvolver capacidades que ultrapassam o gênero e que são transferíveis para outros gêneros próximos ou distantes. Isso implica uma transformação, pelo parcial, do gênero para que estes objetivos sejam atingidos e atingíveis (...) (DOLS & SCHNEWLY, 1999).

Cristóvão (2009) ressalta que esse tipo de projeto em classe prioriza a

produção escrita de textos. A concepção metodológica precisa estar alicerçada num

processo espiralado, pois parte do que o educando já consegue produzir. Também a

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utilização de textos autênticos3 orientam atividades essencialmente discursivas e

linguísticas. Isso leva a um fundamento básico de indissociabilidade entre

compreensão e produção textuais.

Nas mais diversas esferas sociais em que um texto possa circular, sua

presença no mundo digital traz características únicas, pois apresenta fascínio aliado

à participação interativa. Som e imagem contribuem para que o ambiente da Internet

seja interessante para um público que utiliza e valoriza o computador como

instrumento de comunicação de massa. E por que não utilizar essa ferramenta para

aproveitamento didático pedagógico, se há a possibilidade de se trabalhar a leitura e

a escrita concomitantemente. As escolas podem fazer uso de estratégias de ensino

que permitam que o aluno tenha acesso ao computador e à Internet, pois não há

como deixar a educação alienada do mundo virtual.

Os textos midiáticos possuem a característica de aproximar o mundo social e

cultural do aluno e para o aluno, no campo do discurso interativo. Em Língua

Inglesa, a possibilidade de utilizar o computador e a Internet como recursos

avaliativos colocam o educando em contato com as novas tecnologias na escola.

Sobre isso, Kenski relata:

A linguagem digital, expressa em múltiplas TICs, impõe mudanças radicais nas formas de acesso à informação, à cultura e ao entretenimento. O poder da linguagem digital, baseado no acesso a computadores e todos os seus periféricos, à internet, aos jogos eletrônicos etc., com todas as possibilidades de convergência e sinergia entre as mais variadas aplicações dessas mídias, influencia casa vez mais a constituição de conhecimentos, valores e atitudes. Cria uma nova cultura e uma outra realidade informacional. (KENSKI 2007, p. 33).

O professor de LE deve maximizar as oportunidades de aprendizagem no

interior da escola. A intervenção avaliativa é uma maneira de observar até que ponto

já se domina o conteúdo planejado e o que ainda precisa ser aprendido, conhecido.

Sobre essas afirmações, Luckesi pondera:

3 Segundo Kramsch (1993, apud CONFUORTO & JARMENDIA): “o termo ‘autêntico‘ é usado em

oposição à linguagem artificial pré-fabricada dos livros-texto e dos diálogos instrucionais: refere-se à forma não-pedagógica de uso da linguagem em situação natural de comunicação”. Podem ser textos veiculados socialmente, como artigos de revista, poemas, propagandas, textos da Internet, e possuem determinado objetivo, direcionados para um leitor específico naquele momento. É um termo presente nos documentos dos PCNs e das DCEs em se tratando de língua como discurso.

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Para uma prática de avaliação na escola, o ideal seria uma “avaliação processual”, como propõe a Lei de Diretrizes Nacionais para a Educação no país. Processual quer dizer contínua, permanente, todos os dias e todas as horas. Esse seria o ideal para a nossa prática diária de trabalho escolar. Todavia, sabemos que as condições materiais de ensino em nosso país, quer seja nas escolas públicas, quer seja nas escolas particulares, são perversas. (...) Frente a tal situação, recomendamos um modelo misto, que leva em consideração, de um lado, o processo e, de outro, momentos pontuais de práticas de avaliação. (LUCKESI, 2005, p. 107).

Para Hoffmann (2007), as escolas brasileiras preocupam-se com o ato

avaliativo, embora na prática pouca mudança ocorra, pois a avaliação da

aprendizagem ainda é realizada por um sistema de registro classificatório, que

atende a modelos de homogeneização. A quantidade de alunos em sala e o tempo

destinado a cada conteúdo não permitem, de modo geral, um olhar avaliativo

mediador do professor, que atenda à diversidade. E a avaliação enquanto mediação,

proposta pela autora, deve recorrer a princípios de relação e interação sociais,

somente assim os alunos terão seus direitos respeitados. Escolas que dedicam

maior reflexão em experiências avaliativas mediadoras possuem resultados na

diminuição da repetência e da evasão escolar.

Em avaliação não existe um caminho de resultados somente positivos e de

verdades absolutas. É preciso compreender que a prática avaliativa está a serviço

da aprendizagem e não ao contrário. Esse respeito à individualidade e o

entendimento de que cada um tem sua trajetória de aprendizagem estão presentes

na avaliação mediadora. O professor deve planejar sua ação de forma mais flexível,

ajustando objetivos e atividades a cada turma. Mesmo que haja encontros e

desencontros, existe um direcionamento a seguir. E a construção de uma pedagogia

nesse sentido precisa de amplo apoio da escola e da família. A autora ressalta que

as tarefas avaliativas devem ser preparadas de acordo com a sua finalidade e

mostrar a clareza das intenções do professor sobre os resultados.

As propostas avaliativas devem se adequar aos interesses e possibilidades

do grupo, sem deixar da atenção individual. Para que a avaliação se torne um

processo, há a necessidade da aplicação de atividades gradativas e pontuais, o que

pode ocorrer dedicando mais tempo a conteúdos mais complexos para a promoção

da aprendizagem. O tempo do aluno precisa ser respeitado e, por isso, o

planejamento precisa da flexibilidade sem comprometer conteúdos básicos

destinados à série. É privilegiar o qualitativo sobre o quantitativo.

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3 O ENFOQUE DADO AOS GÊNEROS TEXTUAIS NA MÍDIA VIRTUAL

O estudo com base em gêneros textuais num ambiente virtual é de certo

modo recente. Com a chegada da Internet na década de 60, nos Estados Unidos,

atividades em rede foram desenvolvidas para que neste século houvesse um “bung”

tecnológico, em que é possível falar em discurso eletrônico com certa familiaridade

mundial.

É possível realizar um estudo sobre os hipertextos e sua influência sobre as

novas gerações, pois os textos discursivos e interdiscursivos presentes no mundo

digital fazem parte das interações semióticas.

A utilização da Língua Materna (doravante LM) como instrumento mediador

de aprendizagem no desenvolvimento do projeto foi outro elemento importante.

Auxiliou a compreensão dos gêneros discursivos E-mail e textos de Blog, pois houve

a oportunidade de aproximação e de interação entre LI e LM, como nas atividades

de interpretação textual.

O primeiro gênero discursivo trabalhado em sala de aula abordou o E-mail,

que é um meio de comunicação de massa da atualidade. Esse correio eletrônico

surgiu na década de 70 e difundiu-se como meio de comunicação nos anos 80 e 90.

Com a globalização e o uso das novas tecnologias, como a Internet, a

correspondência eletrônica agiliza a vida na modernidade, pois é um ótimo recurso

para os mais variados negócios, como compras e vendas, para relacionamentos,

lazer, enfim, é um gênero textual que aproxima pessoas, compartilha ideias, faz

parte deste mundo capitalista.

A Unidade Didática foi dividida em habilidades de leitura e escrita, contendo

as seguintes práticas sobre o gênero:

PRACTICE A – Warm up: film – Romantic Comedy: You´ve Got Mail.

PRACTICE B – About E-mail.

PRACTICE C – Electronic pen-pal.

PRACTICE D – Culture Diversity.

PRACTICE E – How to Make Friends Through E-mail.

PRACTICE F – Writing/Typing: E-mail.

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A primeira prática motivou os educandos, preparando-os para uma escrita

preliminar sobre o gênero. O fragmento do filme permitiu interações orais e escritas

como nestes trechos:

1. What kind of movies do you like?

2. Do you like to watch romantic comedy?

3. Who is “NY152”? And “shop girl”?

4. Kathleen and Joe have a common business: a bookstore. Why are they rivals in

the real world? What´s the central conflict around them?

5. There are people who are interested in developing relationships through e-mail.

Do you use e-mail in your routine?

6. Did you recognize idiomatic expressions in the film? Write them.

Joe sends a message to Kathleen where he says:

“(…) Don´t you love New York in the fall? Make me want to buy school

supplies. I would send you a bouquet of newly sharpened pencils… if I know your

name and address. On the other hand, this not knowing has its charm.”

On the other hand is an idiomatic expression and it means Por outro lado.

Let´s understand this e-mail and then you are going to write some sentences using

that expression. Read the sentences for your classmate.

Em seguida houve a atividade sobre o texto informativo “About E-mail”.

Trabalhou-se com o conceito do gênero, dados históricos, estudo de vocabulário e

entendimento do texto por meio da versão e tradução no match the columns.

A terceira, quarta e quinta práticas contemplaram o tema Electronic Pen-pal.

A atividade compreendeu a abordagem de textos em forma de carta, de um E-mail

autêntico, e de como fazer amigos pela Internet. O estudo comparativo dos textos

em LM e LI ampliou a compreensão sobre o tema, pois houve a interpretação

textual, o estudo das funções linguísticas has got e have got, a compreensão sobre

os elementos que compõem um E-mail, curiosidades, netiquetas, acronyms,

pesquisa na Internet sobre a cidade citada na carta eletrônica (York – England),

confecção de um endereço eletrônico pessoal e postagem do primeiro E-mail.

Algumas exemplificações:

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TEXT GENRE – E-m@il

As we have seen before...

E-mail is a form of communication through the Internet. It is short for electronic

mail and it is a method of composing, sending, and receiving messages.

Letters written on papers are still being used but the digital inclusion is real in

our lives. Observe the format of a letter and an e-mail.

London, May 12, 2011.

Dear Mom,

Everything is well here. I’m enjoying this city! I have studied very much and my teachers are good. I stay at home the whole day because I have lots of tasks to do… then don’t worry of sending more money. How are Dad and Paul? I miss you… I love you all! I’ll go home next month. Wait for me! Lots of love,

David.

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Text Comprehension 1 – Você está familiarizado com os dois gêneros discursivos? Procure identificar a

composição de cada texto e anote suas observações abaixo:

2 – A carta é um tipo de correspondência “as old as time”. E você já imaginou o

quanto o e-mail é importante nos dias atuais? Isto porque

a – ( ) In general people use e-mail to quickly exchange time-sensitive information.

b – ( ) In general people use e-mail just to chat.

3 – O e-mail é uma correspondência eletrônica que:

a – ( ) it is a method of relationship that it happens out of cyberspace.

b – ( ) it is a method of composing, sending, and receiving messages in cyberspace.

4- O primeiro texto traz como conteúdo:

a – ( ) a preocupação de um bom estudante em contar à mãe que está se

adaptando em Londres e que sente muitas saudades de casa.

b – ( ) a preocupação de um estudante em contar à mãe que está amando a cidade

de Londres e que precisa de mais dinheiro para os gastos necessários na escola.

5 – O segundo texto apresenta:

a – ( ) o relato de uma garota sobre sua vida cotidiana e como gostaria de conhecer

o Norte da Inglaterra.

b – ( ) o relato de uma garota sobre seu modo de viver em York e que gostaria de

ter uma pen-pal friend, correspondendo-se por e-mail.

6 – Os dois textos trazem

a – ( ) a formal language. b – ( ) an informal language.

E-MAIL

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______________________________________________

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LETTER

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7 – Pen-pal é:

a – ( ) A person with whom one becomes acquainted through a friendly, regular

correspondence.

b – ( ) A person known well to another and regarded with liking, affection, and

loyalty; an intimate.

8 – Procure as palavras em inglês no caça-palavras:

everything – tudo here – aqui enjoying – amando city – cidade tasks – trabalhos/tarefas at home – em casa because – porque more – mais don’t worry – não se preocupe next month – próximo mês

(...)

WRITING - TYPING

A partir deste momento, com a ajuda do professor, você fará seu

endereçamento eletrônico no laboratório do Paraná Digital e digitará seu primeiro e-

mail, em inglês, com tema livre, para um colega da sala de aula. Procure redigi-lo

primeiramente. Good luck!

A última abordagem priorizou a confecção de um E-mail, tendo um texto-

modelo como apoio, além de um glossário para a ampliação do texto. A produção

textual foi o resultado de uma sequência de atividades para a compreensão da

função social do gênero.

WRITING – TYPING

@ PRACTICE F - E-m@il

Vamos postar um e-mail? Escolha um colega da sala de aula para ser seu

electronic pen-pal. Inicie o texto escrevendo-o primeiramente no caderno: apresente-

se, fale sobre suas preferências, seu hobbies, enfim, sobre seu dia a dia. Em

seguida, digite-o e envie-o para seu amigo virtual. Enjoy it!

B C D E F G H I J K L M O R E Q R S T U V X I A B

C D E N J O Y I N G M N O P Q R S T T l X Y Z A B

H O M E G H I J K L M N O P Y A S T U W X Y Z A B

C H E R E H I J K L B Z D E F G H I J K L M N O P

Q R S T U V X I A B C D E V E R Y T H I N G O P Q

R S T N W X Y Z A B C D E F G H I J K L M N O P G

R S T U W X Y Z A B C D E F G H I J K B E C A U S

E I J K L M O N T H R S T U V X Z A B C D E F G H I

J K L M N O P Q R S T U W O R R Y B C D E F G H I

J K L M N O P Q R S T A S K S Z A B C D E F G H I J

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Você terá como modelo mais um texto descritivo de apresentação pessoal.

Acompanhará um word bank para subsidiar sua produção textual.

O segundo gênero discursivo trabalhado foi textos de Blog. Como conceito

básico, é um site, um espaço interativo, um diário pessoal, onde se registram

novidades, notícias ou qualquer forma de expressão verbal e não-verbal. O blog

possui a característica de armazenar uma diversidade de gêneros textuais, cuja

intencionalidade é chamar a atenção do internauta sobre o conteúdo pessoal ou não

do referido site. A possibilidade de interatividade no blog é imensa, pois o autor

procura deixar a sua própria marca, ou seja, suas ideias que, compartilhadas,

possuem um caráter inovador, pois o registro cronológico de diversos textos convida

o leitor a ser um leitor assíduo do site.

Nessa segunda temática, os textos foram organizados da seguinte forma:

PRACTICE A – About Blog.

PRACTICE B – Lecture.

PRACTICE C – Emotions in a Blog.

PRACTICE D – Cartoon in a Blog.

PRACTICE E – Can you recognize your emotions?

PRACTICE F – Writing/Typing: How are you feeling?

Também organizada de acordo com uma proposta metodológica voltada ao

discurso e interdiscurso, esta sequência abriu um espaço para se falar sobre

Hi! How are you?

My name is Elisabeth. I´m from Brazil and I live in Londrina. I´m thirteen years old. My

birthday is on 21st August so I´m Leo. I am in Junior High School. I study in the morning and my

partners are nice! My favorite rock group is Coldplay. I like dogs very much and you? On

Saturday mornings I help my mother in the kitchen and on afternoons I like to play basketball. I

go to church every Sunday and then I will walk with my family.

I love my life and I have good friends. How would you describe yourself?

Best wishes,

Elisabeth

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feelings and emotions. Foram atividades voltadas para um público adolescente, com

estratégias que envolveram diversos recursos didáticos e um processo interativo

próprio.

A primeira prática deste gênero: a apresentação do tema e o acesso à

Internet de alguns Blogs sugeridos. Em seguida realizou-se a leitura de textos

informativos sobre a origem, dados históricos e curiosidades sobre o Blog,

envolvendo exercícios de versão, tradução e estudo do vocabulário.

A próxima prática foi uma palestra sobre o tema, convidando um profissional

da comunidade para o evento. A etapa seguinte envolveu os estudantes para a

primeira escrita sobre emotions, feelings and weather. Foram, então, utilizados

textos autênticos retirados de Blogs. A exemplo:

Emotions in a Blog

As we have seen before...

There are many different types of blogs. In some of them you can express

your opinions, your emotions, your feelings. You may add your own text as a reader

of that blog. An example:

You have ever heard or read about… the weather has a strong effect in our

mood. Other things may affect that, but it is not surprising the impact the weather on

how you dress or what you eat. It’s common to feel many emotions throughout the

day. And the science explains that people’s emotions are simply more vulnerable to

weather changes than others. Sometimes this situation affects our relationship with

other people.

Let´s read two texts from web about emotions, feelings and weather. Then put

the words in the box according to their semantic classification.

Sherri said...

Sunny weather motivates me.

Rainy weather relaxes me.

Snowy weather makes me want to cuddle.

Bitter cold weather makes me edgy.

Humid weather makes me stay inside in the cool air conditioning.

Tornado weather makes me go to my basement for cover! (…)

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B PRACTICE C – About texts

Text Comprehension

1 – Compare two texts. Have they the same purpose?

2 – How does Sherri feel in the rainy weather? And the tornado weather? Why?

3 – Is a tornado common in Brazil?

4 – Henry loves all weather except …………………...... Why?

5 – What can make Henry´s mother smile and feel good to be alive?

6 – And what can make you feel good to be alive?

7 – How do you like the weather in your country?

8 – Do you ever feel like a sunny weather in summer?

9 – Do you ever feel like a stormy weather in winter?

10 – Work in pairs. Ask your classmate about the questions 8 and 9 and write the

answers.

Weather Emotions and feelings

Henry the Dog said...

I love all weather, except rain. Rain makes me smell like wet dog – as you can imagine : )

Mum loves those freezing frosty mornings when the sky is icy blue and the sun is shining.

That makes mum smile and feel good to be alive : )

Adapted from HTTP://oneminutewriter.blogspot/

Adapted from HTTP://oneminutewriter.blogspot/

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WRITING

Vamos redigir frases em inglês observando sensações, emoções e

sentimentos, de acordo com as condições meteorológicas?

A quarta prática abordou o texto imagético cartoon. Trabalhou-se o conceito,

a exploração do gênero textual, a interpretação e a produção de textos. A quinta

prática permitiu o contato dos alunos com textos informativos reflexivos, além de se

explorar imagens, o estudo das funções linguísticas: adjectives e o sufixo -ful. Foram

atividades que exigiram um trabalho conjunto da LI e a LM, o que desencadeou

ideias para a última prática, a produção elementar de texto com o tema How are you

feeling? Alguns exemplos:

PRACTICE E – Can you recognize your emotions?

If I ask you how you are feeling, you may

answer: “I´m feeling good. I´m fine!” But what does that

“good” or “fine” really mean? Would it mean fascinated,

curious, balanced, joyful, encouraged, hopeful,

motivated, happy…?

On the other hand you might also reply: “I´m

feeling bad” and then, recognize that you are feeling bored, lonely, sorry, anxious,

fearful, nervous, insecure or frustrated.

The advantage of making such distinctions, rather than feeling “good” or “bad”,

is that your emotions indicate what you need to do feel something more satisfying.

(…)

Recognize each of your emotions and pay attention to what they are

communicating to you!

(Adapted from: Inglês: volume único para o ensino médio/Marisa Ferrari, Sarah G. Rubin.)

Text Comprehension

1 – Segundo o texto, o que uma emoção pode indicar?

Arquivo pessoal – Marisa Kobner

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2 – Quando você está se sentindo “fine”, está:

bored hopeful motivated anxious lonely

3 – Quando você está se sentindo “bad”, está:

nervous curious fearful balanced insecure

4 – De acordo com o texto, é importante ou não reconhecer o que os seus

sentimentos estão lhe comunicando?

5 – Observe os adjetivos abaixo relacionados, que expressam sentimentos básicos:

- Happy: joyful, glad, loved, excited, pleased, proud, friendly

- Upset: sad, scared, angry, mad, frightened, hurt, jealous

- Surprised: amazed, startled, puzzled, worried, confused

- Calm: normal, quiet, willing, peaceful, helpful, relaxed

(From: http://www.emc.cmich.edu/family/)

Com o apoio dos adjetivos, complete as orações:

a – My soccer team lost the game and I am …………………………… now.

b – She often cries when she is ……………………………….. .

c – It’s Rafael´s birthday. He is ……………………………….. .

d – I´m …………………………. because I haven´t any money for my lunch.

e – Sometimes I feel ………………………………, when I have to study.

f – Sometimes I feel ………………………………., when I help somebody.

g – You stay …………………………., when you don´t study for History exam.

h – I´m ……………………………….. . My boyfriend is with another girl.

i – They always laugh when they are ………………………………………. .

j – When I watch an action movie I stay …………………………………. .

6 – Olhe as imagens com atenção e escreva ao lado delas adjetivos, em inglês, que

revelem sua emoção: (...)

7 – O texto “Can you recognize your emotions?” traz alguns adjetivos terminados em

“FUL”, como “hopeful”, que significa “esperançoso”. É curioso observar que os

adjetivos em inglês possuem diferentes terminações e “FUL” significa ter muito, estar

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repleto, cheio de. Hope é o substantivo esperança que se transformou no adjetivo

esperançoso. De acordo com esta explicação, transforme os próximos substantivos

em adjetivos:

a – care (cuidado): ............................................

b – joy (alegria): ................................................

c – fear (medo): ................................................

d – success (sucesso): .......................................

e – beauty (beleza): ...........................................

8 – Com a ajuda de um colega da sala de aula, forme algumas frases com os

adjetivos do exercício anterior.

WRITING/TYPING

B PRACTICE F – Text

Você redigirá um texto em inglês com o tema “How are you feeling?”.

Observe o que já vimos anteriormente sobre emotions and feelings. Concluída esta

etapa, você pode ler sua produção para seu colega ou para a turma, encaminhá-la

por e-mail, ou quem sabe postar num blog. Enjoy it!

A proposta pedagógica contida nos gêneros é uma possibilidade de se

ensinar e aprender uma Língua Estrangeira para além do sentido social; existe

também o aspecto discursivo que a proposta oferece ao envolver textos autênticos.

4 O PROCESSO AVALIATIVO

As sequências didáticas são uma metodologia viável em sala de aula,

agregam a ideia da realização de uma avaliação inicial, formativa, final e, em última

instância, integradora, o que justifica o porquê de se avaliar, já que um teste

aplicado de forma aleatória é um ato avaliativo de juízo provisório, sem interesse na

produção do conhecimento como processo educativo.

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Luckesi pondera que:

A avaliação da aprendizagem é um ato rigoroso de acompanhamento da aprendizagem do educando, ou seja, ela permite tomar conhecimento do que se aprendeu e do que não se aprendeu e reorientar o educando para que supere suas dificuldades e carências, na medida em que o que importa é aprender. (LUCKESI, 2005, p. 133).

Professor e aluno devem participar da dinâmica avaliativa, o que pode

envolver até a autoavaliação, porque o desenvolvimento dessa capacidade crítica

orienta e reorienta o trabalho docente, certamente.

As propostas avaliativas devem permitir o diálogo à medida que se tornem

processo de construção de aprendizagem. E, nessa mediação, um bom instrumento

de documentação avaliativa pode ser o portfólio. Por meio desse recurso, é possível

criar um espaço de diálogo com o aluno sobre seu próprio aprendizado. Como

modalidade de prática avaliativa, começou a ser utilizada dentro das artes, contendo

a coleta de materiais artísticos, pareceres pessoais, entrevistas, sinopses,

fotografias, enfim, inúmeros dados sobre a caminhada, as ações desenvolvidas por

aquele profissional. A partir da década de 90, principalmente nos Estados Unidos,

difundiu-se no sistema escolar a utilização de pastas individuais que podiam guardar

uma parte da história escolar vivenciada pelo aluno. Tinha a finalidade de comprovar

a evolução do conhecimento, do ensino e aprendizagem do educando naquele

período, podendo ter a interferência do professor para que ações fossem

reelaboradas quando o objetivo não fosse alcançado.

No Brasil, a adoção do portfólio, na prática pedagógica, ganha cada vez mais

admiradores, porque representa um tipo de avaliação real da performance do aluno,

do trabalho pedagógico efetivo do professor e dá voz tanto para o educando quanto

para o educador. Nota-se que a eficácia do portfólio depende do diálogo individual

com o aluno, pois é possível a reflexão sobre o trabalho desenvolvido, se aquele

objetivo foi alcançado ou não e a retomada do que não se domina.

Shores e Grace (2001, p. 28) enfatizam que “o portfólio reforma a cultura da

sala de aula e o currículo, com uma prática adequada do ponto de vista do

desenvolvimento”. Emerge desse subsídio avaliativo um repensar do professor

sobre sua prática, pois oferece dados avaliativos mais autênticos, realiza o

planejamento e o replanejamento, oferece a oportunidade do diálogo, leva à reflexão

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sobre o que e por que ensinar e, consequentemente, promove o desenvolvimento

educativo.

Para o aluno, os portfólios representam uma forma mais organizada de

aprendizagem, pois é necessária a melhoria da habilidade de comunicação por meio

de relatos orais e escritos, uma postura mais crítica sobre o que está aprendendo,

devido à autoavaliação presente. Portanto, o propósito de reunir dados avaliativos

individuais, com a finalidade da contextualização do conhecimento, evidencia que os

portfólios podem ser um registro seguro de avaliação processual na prática docente.

Com base nessas reflexões, o desenvolvimento do projeto contou com esse

apoio pedagógico. Em cada etapa das práticas, houve uma avaliação por meio de

fichas avaliativas, que auxiliaram a compreender a aplicação da proposta, de forma

geral. Para ilustrar uma das etapas, seguem as seguintes fichas constantes do

portfólio:

Colégio Estadual “Prof. Leandro Manoel da Costa”

FORMULÁRIO AVALIATIVO INDIVIDUAL – ALUNO

Aluno (a): ................................................................................ Série: ...........

Data: ......./....../...............

Atividade desenvolvida: .................................................................................

A atividade avaliativa foi:

( ) ótima ( ) boa ( ) difícil ( ) muito difícil ( ) confusa

Minha dificuldade de compreensão foi: ....................................................................................... ............................................................................................................................................................................................................................................................................................................ O que aprendi com a atividade: ................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................. Comentário do professor: ............................................................................................................................................................................................................................................................................................................ ...................................................................................................................................................... Assinatura do aluno: Data: ......../......../..............

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.

Colégio Estadual “Prof. Leandro Manoel da Costa”

FORMULÁRIO AVALIATIVO DA TURMA

Série: .............................

Data: ......./....../...............

Atividade desenvolvida: ................................................................................................................

A receptividade da atividade foi:

( ) ótima ( ) boa ( ) regular ( ) insatisfatória

Pontos positivos a comentar:

.......................................................................................................................................................

.......................................................................................................................................................

Dificuldades apresentadas pela turma:

.......................................................................................................................................................

.......................................................................................................................................................

Comentários adicionais:

.......................................................................................................................................................

.......................................................................................................................................................

Assinatura do professor:

Data: ......../......../..............

Colégio Estadual “Prof. Leandro Manoel da Costa”

FORMULÁRIO AVALIATIVO INDIVIDUAL – PROFESSOR

Aluno (a): ................................................................................ Série: ...........

Data: ......./....../...............

Atividade desenvolvida: .................................................................................

Desenvolvimento do aluno durante a atividade:

( ) ótimo ( ) satisfatório ( ) regular ( ) insuficiente

Dificuldade apresentada: .................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... Encaminhamento dado pelo professor:

.......................................................................................................................................................

....................................................................................................................................................... Comentário final da atividade avaliativa:

.......................................................................................................................................................

.......................................................................................................................................................

....................................................................................................................................................... Assinatura do professor:

Data:....../....../................

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Paralelo ao desenvolvimento do projeto em sala de aula, houve a

oportunidade da participação dos professores PDE em um curso de formação

continuada para os profissionais da rede pública do Paraná, o GTR. Os Grupos de

Trabalho em Rede promovem uma interação virtual entre o professor PDE, que

passa a ser o professor-tutor, e os demais professores, caracterizando-se como

modalidade de curso à distância.

Kenski (2007, p. 82) afirma que “O artigo 80 da Lei de Diretrizes e Bases da

Educação Nacional introduz a educação à distância como modalidade válida para se

fazer educação no Brasil.”. Sob essa perspectiva, este projeto foi discutido e

avaliado por um grupo de professores, durante o percurso de sua implementação na

escola, colaborando no processo de concretização de pareceres avaliativos sobre o

educador e a elaboração de sua proposta didática.

5 A EXPERIÊNCIA EM SALA DE AULA

O projeto envolveu 34 alunos do 9º Ano B, período matutino, sendo que 01

aluno foi removido para outro período e houve a evasão escolar de 03 alunos. A

carga horária foi de 64 horas, distribuídas em atividades em sala de aula e

extraclasse.

Foi um período de construção de conhecimento, com adequação temporal e

espacial tanto para meus alunos quanto para mim. A fase inicial passou por

adaptações; a maioria dos estudantes ficou entusiasmada com as novidades de sala

de aula, mas muitos não tinham a dimensão da importância do projeto para suas

vidas. A clientela escolar, de maneira geral, de baixa condição social e econômica

não tinha acesso ao computador e à Internet em casa. Apenas 05 alunos possuíam

o computador em casa, sendo que 01 tinha acesso à Internet. O restante da classe

procurava sempre a casa de parentes, de amigos ou Lan Houses para acesso.

Raramente os estudantes utilizavam os computadores da escola, por

inúmeros motivos, dentre eles: lentidão do sistema ao utilizar coletivamente a

Internet, queda do sistema, ajuste do tempo hora/aula e o uso do computador, falta

de apoio de um assistente na Sala do Paraná Digital. De fato, este desafio também

fez parte de todo o processo avaliativo do projeto, demonstrando que inúmeras

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transformações deverão ocorrer no espaço escolar, para que aconteça o uso

racional e eficaz dessa ferramenta tão importante nos dias atuais.

Parti da apresentação do Projeto PDE para a turma, com atividades

motivadoras sobre o gênero textual e-mail. O que mais gostaram: cada um recebeu

uma carta formal em inglês, elaborada por alunos de séries anteriores, que levou-os

à curiosidade de leitura das cartas. Houve a análise do fragmento do filme “You´ve

got mail”. Realizaram a atividade com esmero e colaboraram com a expressão oral.

Gostaram, também, da organização do portfólio. Alguns alunos precisaram assistir

ao filme todo para participar da atividade escrita; então, levaram-no para casa e

precisei reencontrá-los para a conclusão dos exercícios. Consequentemente,

disponibilizei maior tempo do que o programado para esta etapa.

Realizei a segunda e a terceira etapas com o apoio da TV Multimídia, vídeos

e conteúdo em power-point. Sentiram-se bem ao acessar sites para pesquisa na

sala do Paraná Digital. Dividi a turma em 03 grupos, para que pudéssemos organizar

as contas de e-mail. A dificuldade já esperada foi a falha no sistema; foi necessária a

ida em escolas de informática da cidade, para a conclusão das atividades. Houve a

primeira postagem elementar do e-mail. Fiquei admirada por saber que alguns

alunos nunca tinham acessado um computador. Dediquei maior tempo para esse

período e tentei trabalhar de forma compartilhada. A falta de frequência do aluno

nesses dias também prolongou a etapa.

A Culture Diversity – uma atividade resultante do texto autêntico e-mail já

explorado. A pesquisa sobre a cidade de York, com apoio da Internet, textos em sala

de aula e o uso da TV Multimídia permitiram uma interação do discurso e

interdiscurso. Houve a oportunidade de discutirmos sobre os pontos turísticos de

cada cultura, de York e de Piraí do Sul. O registro dessa atividade, no portfólio,

demonstrou que alguns alunos gostariam de ter pesquisado outro ponto turístico,

uma cidade ou um país de interesse pessoal. Dei abertura para que houvesse essa

prática, todavia o aluno que pesquisou algo mais não quis deixar nenhum registro

sobre o tema.

As curiosidades sobre “How to make friends through e-mail?”, como o

significado do símbolo @, acronyms, netiquetas e o texto de como descobrir

interesses comuns levaram os meus alunos à confecção e à postagem de um e-mail

mais descritivo. Elaborei mais um texto descritivo de apresentação pessoal como

modelo, acompanhado de um word bank. Houve necessidade desse subsídio devido

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ao conhecimento restrito do inglês, para a ampliação das frases nos textos. Eles

preferiram um sorteio na turma para a escolha do colega que iria ser seu electronic

pen-pal. Fomos por diversas vezes até as escolas de informática da cidade,

também. Houve os Jogos Escolares do município nesse período, o que prolongou o

desenvolvimento do projeto. A maioria deles se entusiasmou pela atividade, pois

conheceram uma forma de comunicação irrestrita. Alguns, tão logo fizeram o login,

já estavam interagindo. Conheceram mais uma forma de diálogo além do msn, orkut

ou facebook.

A segunda sequência didática teve maior receptividade. Iniciei o tema “What´s

a Blog?” levando-os até a Sala do Paraná Digital, para acessarem diversos sites

sugeridos por mim e dialogamos sobre a importância e a funcionalidade desse diário

virtual nos dias atuais. Posteriormente, fizemos a compreensão de um texto

informativo sobre o tema, observando versão, tradução e atividades de vocabulário.

A segunda etapa englobou a participação de um profissional do município,

que ministrou uma palestra para a classe, com o tema “A Importância da Inclusão

Digital no Espaço Escolar”. Fizeram seus registros no portfólio em ficha avaliativa

própria. E o convite foi feito para que criassem seu próprio Blog, pois o objetivo

desta etapa seria o de conhecer textos postados nesse site, sendo a criação de um

Blog pessoal resultante da interação em sala de aula sobre o assunto. Esta palestra

proporcionou uma reflexão coletiva, pois o ministrante deixou seu depoimento

pessoal como exemplo de cidadania a ser seguido.

Falamos sobre os sentimentos e as emoções contidos em Blogs. Uma

atividade envolvente, pois os textos descritivos poéticos autênticos, retirados de um

site, falavam sobre o comportamento das pessoas diante dos fenômenos

meteorológicos. Realizaram, de forma escrita, as primeiras frases sobre sensações,

emoções e sentimentos, de acordo com as condições meteorológicas.

A quarta prática se constituiu na análise textual de cartuns. Houve a

possibilidade de se trabalhar com diversos recursos didáticos sobre os temas

“solidão” e “discriminação social”. As primeiras dificuldades surgiram, porque os

alunos, de modo geral, não souberam interpretar esse gênero textual. Alguns

cartuns com ideias mais críticas não foram compreendidos, para minha surpresa.

Então, redirecionei a prática, conduzindo as informações e interpretando

conjuntamente. Grande parte dos alunos não soube criar um cartum, que seria a

atividade final sobre o assunto. Consequentemente, deixei a produção textual de

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forma livre. Senti que não houve efeito de sentido do uso da Língua Inglesa nesse

processo.

A quinta prática resultou bem interessante para meus alunos. O texto reflexivo

“Can you recognize your emotions?” (texto adaptado) direcionou atividades criativas

de interatividade, utilizando cartões contendo o “How are you feeling today?”. O

trabalho com os adjetivos se deu de modo produtivo e percebi que a função

linguística da LI esteve bem presente no desenvolvimento dessas aulas. Não houve

dificuldade de compreensão da proposta, de maneira geral.

A última etapa consistiu na produção textual sobre “How are you feeling?”.

Um trabalho orientado a todo momento, devido à dificuldade da construção de frases

em inglês, cujo objetivo seria uma pequena organização textual. No final desta

etapa, alguns alunos leram suas produções, o que me pareceu muito importante

para a valorização da expressão oral em inglês.

Percebi que atividades com hipertextos puderam chamar a atenção dos

alunos e precisam ser reforçadas com estratégias de ensino para que haja o

processo de indução e dedução. A contextualização foi essencial para que houvesse

um bom desenvolvimento da compreensão; os comentários em língua materna

dinamizaram o processo para que o aluno desse importância às atividades. O uso

do portfólio demonstra que este sistema documental de avaliação demanda maior

atenção e dedicação tanto do professor quanto do aluno. As fichas avaliativas

permitiram que eu dialogasse de forma individual e observasse os problemas de

aprendizagem em LI. No entanto, o portfólio tem sua importância quando utilizado de

forma planejada, para um público específico, e o professor precisa observar que não

é apenas um pasta com a sequência de atividades, mas um recurso avaliativo para

o redirecionamento da função avaliativa.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O projeto de intervenção pedagógica possibilitou uma prática reflexiva sobre o

ensino e a aprendizagem de gêneros textuais em inglês, na sala de aula. Abordou-

se o contexto de produção, a intertextualidade, a ideologia, entre outros elementos

discursivos.

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O trabalho com textos midiáticos dinamizou o processo de conhecimento; a

receptividade dos educandos foi positiva, pois a utilização da tecnologia, como o

acesso à Internet, motivou-os a participarem de todas as etapas envolvendo o E-

mail e textos de Blog. As explicações em Língua Materna, na sequência didática,

facilitaram a compreensão das atividades, já que os alunos possuíam um

conhecimento elementar da LI, e, desta forma, puderam envolver-se no processo

metodológico com mais tranquilidade e desenvoltura. Consequentemente, a

produção textual, etapa final contida em cada sequência, precisou do meu apoio na

articulação de palavras e frases. Foi gratificante verificar que houve espaço em sala

de aula para a oralidade e a escrita de uma Língua Estrangeira.

O objetivo não foi o de conhecer as funções linguísticas, por meio de

repetições, de memorização, de se pensar numa segunda língua. E sim o de

apresentar o gênero textual e sua funcionalidade, sua necessidade sócio-

comunicativa e o contexto de produção, diante do mundo tecnológico em que a

sociedade vive. Os alunos envolvidos no projeto, em sua maioria, tinham pouco ou

nenhum contato com a Internet e o acesso a essa informação tornou-se um evento

inovador, já que grande parte residia na zona rural.

O processo avaliativo do projeto priorizou o aspecto sociodialógico da

linguagem, numa proposta voltada especificamente para tal fim. Como parte do

processo educativo, avaliação é percurso, é compreensão do processo de

aprendizagem, é análise da situação das condições de ensino que são ofertadas no

ambiente escolar. E o dia a dia mostra experiências muito positivas sobre o ato de

ensinar e aprender, quando realmente acontece a interação verbal, expressão

essencial presente em teorias que valorizam a pessoa.

O portfólio, reiterando, é um recurso metodológico viável como instrumento de

avaliação, a exemplo neste projeto. Não é viável para turmas numerosas, em que o

professor tenha dificuldade de conhecer as peculiaridades de cada aluno e um

número reduzido de aulas na turma. O sistema avaliativo vigente na escola pública

pede, bimestralmente, o resultado mensurado por notas e isso prejudica a

elaboração de dossiês.

Abordou-se no curso GTR a importância dos gêneros textuais aplicados como

recurso metodológico em LEM. Os professores salientaram que a língua é viva e

está em todos os tipos de textos ou gêneros discursivos, que compõem a sociedade.

Cada pessoa é constituída pelos discursos com os quais conviveu ou convive e, ao

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aprender uma segunda língua, torna-se mais dinâmica em relação à fala e à escrita.

É preciso, portanto, que o professor influencie seu aluno sobre a importância de se

aprender uma LE.

O suporte teórico em concepções metodológicas, que garantam um ensino e

aprendizagem voltados para a realidade escolar, deve ser observado pelo professor,

para que não haja frustrações ante ao ato de ensinar e aprender uma LE. A

avaliação, neste momento, é um instrumento de orientação e reorientação da prática

pedagógica e a oportunidade para que o aluno reflita sobre seu próprio aprendizado

para uma postura transformadora. A implementação permitiu verificar que os alunos,

no coletivo da sala de aula, compreenderam que a LI amplia o conhecimento sobre o

mundo, desperta para a consciência cultural e compartilha ideias, mesmo que as

condições socioculturais dos envolvidos fossem tão restritas.

Por meio dos textos e das escolhas linguísticas, a língua em foco pode ser

trabalhada de forma ilimitada. É necessário utilizar-se de variadas estratégias de

ensino para o sucesso da prática. O bom professor de línguas deve ser criador e

estrategista do fazer pedagógico.

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