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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE EDUCAÇÃO RAIMUNDO SOARES DE ANDRADE O COORDENADOR PEDAGÓGICO ENQUANTO GESTOR EDUCACIONAL “Questões relevantes entre a teoria e a prática” Cuiabá - MT 2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

RAIMUNDO SOARES DE ANDRADE

O COORDENADOR PEDAGÓGICO ENQUANTO GESTOR EDUCACIONAL

“Questões relevantes entre a teoria e a prática”

Cuiabá - MT

2014

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RAIMUNDO SOARES DE ANDRADE

O COORDENADOR PEDAGÓGICO ENQUANTO GESTOR EDUCACIONAL

“Questões relevantes entre a teoria e a prática”

Trabalho de Conclusão de Curso submetido à

Faculdade de Educação da Universidade

Federal de Mato Grosso como requisito do

Curso de Especialização lato sensu em

Coordenação Pedagógica.

Orientador: Prof.ª Kelly Katia Damasceno

Cuiabá - MT

2014

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RAIMUNDO SOARES DE ANDRADE

O COORDENADOR PEDAGÓGICO ENQUANTO GESTOR EDUCACIONAL

“Questões relevantes entre a teoria e a prática”

Este exemplar corresponde à redação final

aprovada do Trabalho de Conclusão de Curso

de Raimundo Soares de Andrade.

Data da aprovação: 18/02/2014.

Assinatura:___________________________

Orientadora: Prof.ª Kelly Katia Damasceno

4

Dedicatória

À Deus, minha família, meus amigos de trabalho e companheiros de estudo, dedico

esse Trabalho de Conclusão de Curso.

Muito obrigado a todos.

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Agradecimentos

De forma singela, agradeço a Deus por sempre me conduzir em força e sabedoria. Aos

companheiros de curso, sou grato, pela troca de experiências no decorrer desta Especialização

em Coordenação Pedagógica. Agradeço a atenção dada pelos tutores ao sanar cada dúvida e

dificuldades apresentadas ao longo do curso. Agradeço ao meu companheiro de trabalho e

também coordenador João Gonçalves, onde trocamos experiências diversas no nosso dia a

dia. Agradeço a minha família pela paciência nas horas aplicadas na execução deste trabalho e

por fim, ao senhor Sávio Antunes Santos, formador dos coordenadores do CEFAPRO (Centro

de Formação e Atualização dos Profissionais da Educação Básica) pelas boas sugestões de

apresentação e leituras sugeridas.

A todos, meu muito obrigado.

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RESUMO:

Este Trabalho de Conclusão de Curso intitulado “O Coordenador Pedagógico enquanto Gestor

Educacional” propõe apresentar, atribuições do coordenador, dando ênfase sobre sua função e as suas

práticas realizadas no cotidiano escolar. Busca, ainda, mostrar implicações da sua organização do

trabalho da escola, como também no trabalho docente diretamente com os professores e alunos. Para

tanto foi realizado leituras da temática em questão, a partir de pesquisas feitas nos artigos sugeridos na

Biblioteca da plataforma “Escola de Gestores” entre outros dos quais se pode citar: SERPA, 2011;

SANTIAGO, 1999 ; PIRES, 2005; NÓVOA, 2009 ; FUSARI, 1993; FREIRE,1999; DIMAS

CABRAL, 2008;CURY, 2002;/ PLACCO, 2009;VASCONCELLOS,1996. Dentre os temas presentes

procurou-se destacar: Funções e atribuições do coordenador pedagógico, O que é ser Coordenador

pedagógico? O Coordenador Pedagógico e a realidade de sua unidade escolar, O coordenador

pedagógico como mediador dos conflitos presentes na escola, O Coordenador Pedagógico e a

Formação Continuada, O Coordenador Pedagógico e sua auto-formação. Sabe-se, que coordenar exige

mais do que habilidades naturais, nisto, o estudo específico sobre coordenação, ajuda a desenvolver as

competências necessárias para desempenhar com eficácia, tal função que exige tanto do Professor-

Coordenador no seu dia a dia.

Palavras -Chave : Coordenação Pedagógica. Gestão Escolar. Formação humana.

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Sumário

Dedicatória................................................................................................................................04

Agradecimentos .......................................................................................................................05

Resumo......................................................................................................................................06

Sumário.....................................................................................................................................07

Introdução.................................................................................................................................08

Capítulo I. Funções e atribuições do Coordenador Pedagógico

1.1-O que é ser Coordenador Pedagógico?..............................................................................11

1.2-O Coordenador Pedagógico e a realidade de sua unidade escolar.....................................12

1.3-O Coordenador Pedagógico como mediador dos conflitos presentes na escola................14

1.4- O Coordenador Pedagógico e a Formação Continuada.....................................................16

1.5-A Importância do Coordenador na construção do PPP (Projeto Político Pedagógico.).....18

Capítulo II

O Coordenador Pedagógico e sua auto-formação....................................................................19

Capítulo III .

O Fazer Pedagógico. A relação teoria/prática na função do coordenador...............................21

Considerações Finais..............................................................................................................23

Referências..............................................................................................................................28

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Introdução

Este trabalho de conclusão de curso com o tema “O Coordenador Pedagógico

enquanto Gestor Educacional” se fundamenta em dados coletados nos textos estudados no

curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Coordenação Pedagógica da Escola de Gestores,

realizado pela UFMT (Universidade Federal do Mato Grosso), em parceria com o MEC

(Ministério da Educação), como também em práticas desenvolvidas na Escola Estadual

Professora Eunice Souza dos Santos em Rondonópolis-MT. Procura apresentar ainda funções

básicas do coordenador com ênfase nas suas ações realizadas dentro da própria escola. Visa

ainda, mostrar certas implicações do desenvolvimento do trabalho coletivo e questões

relevantes entre a teoria e a prática.

As mudanças nas práticas pedagógicas no interior da escola são temas e assuntos

discutidos em seminários, congressos, palestras e eventos educacionais em geral. Com o

incentivo à pesquisa, muitos são os autores que se atém a estudar e pesquisar a fundo a função

do coordenador em si e suas implicações no dia a dia da unidade escolar. (NÓVOA, CURY,

FREIRE, PIMENTA, SILVA entre outros).

PIRES (2005) na sua dissertação “A prática do coordenador pedagógico” procura de

forma sucinta apresentar qual é a função do coordenador pedagógico dentro da unidade

escolar e o apresenta como responsável principal pelo acompanhamento de todo o processo

pedagógico da instituição escolar.

A função primeira do coordenador pedagógico é planejar e acompanhar a execução

de todo o processo didático pedagógico da instituição, tarefa de importância

primordial e de inegável responsabilidade e que encerra todas as possibilidades

como também os limites da atuação desse profissional. Quanto mais esse

profissional se voltar para as ações que justificam e configuram a sua especificidade,

maior também será o seu espaço de atuação. Em contrapartida, o distanciamento

dessas atribuições seja por qual motivo for, irá aumentar a discordância e

desconhecimento quanto às suas funções e ao seu papel na instituição escolar

(PIRES, 2005, p. 182).

Conhecer as propostas das Políticas Educacionais também faz parte desta pesquisa.

Então, conforme estudado no módulo “Políticas Educacionais e Gestão Pedagógicas”, a

mesma é de grande relevância para o trabalho do coordenador e são ferramentas úteis e de

extrema importância para o sucesso coletivo. Quando o mesmo tem conhecimento e entende

acerca de algumas dessas políticas públicas tais como: FUNDEB (Fundo de Manutenção e

Desenvolvimento da Educação Básica dos Profissionais da educação), IDEB (Índice de

Desenvolvimento da educação Básica), SAEB (Sistema Nacional de Avaliação da Educação

Básica), O PDE (Plano de Desenvolvimento da Educação), o PDDE (Programa Dinheiro

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Direto na Escola), o PNFCE (Programa Nacional de Fortalecimento de Conselhos Escolares),

o PAR (Plano de ações Articuladas) e O PNE (Plano Nacional de Educação) a sua concepção

e visão de trabalho mudam pra melhor.

Quanto, porém ao PNE, é importante frisar que o mesmo assegura a valorização do

profissional da educação, sendo assim, o coordenador bem informado e que o conhece bem,

pode procurar colocá-lo em prática e fazer valer essa lei.

4. Valorização dos profissionais da educação. Particular atenção deverá ser dada à

formação inicial e continuada, em especial dos professores. Faz parte dessa

valorização a garantia das condições adequadas de trabalho, entre elas o tempo para

estudo e preparação das aulas, salário digno, com piso salarial e carreira de

magistério. (LEI No 10.172, de 09 de janeiro de 2001).

Vale ressaltar, que todos os programas de Políticas Públicas do Governo Federal

(MEC, Ministério da Educação) citados neste texto, têm por objetivos trazer, proporcionar e

promover benefícios e produzir melhorias na educação básica pública no Brasil, assim quando

o coordenador conhece uma por uma sabendo quais propostas e objetivos estão presentes nas

mesmas, a prática será realizada com outros olhares, olhares do desenvolvimento e da boa

aprendizagem. Não podemos afirmar porem, que tudo vai bem, mas precisamos acreditar que

é possível realizar um bom trabalho se todos estiverem presentes e trabalharem de mãos dadas

rumo a uma educação equilibrada.

É importante que o coordenador, ao participar de formações como esta especialização,

sinta a necessidade de colocá-la em prática acreditando na mudança das ações escolares

presentes. Portanto, a realidade escolar deve ser vivenciada sempre com novos olhares, novos

direcionamentos e novas perspectivas com ênfase em condições e melhoramentos que são

necessários ao bom andamento do ensino do trabalho pedagógico.

Para uma coordenação pedagógica de qualidade é imprescindível uma boa formação

profissional e condições físicas e materiais favoráveis à organização coletiva do

trabalho pedagógico, para evitar que a ausência ou insuficiência desses elementos

inviabilize o exercício das atividades que caracterizam a função do coordenador

(SANTOS, Lucíola Licínio de Castro Paixão / OLIVEIRA, Nilza Helena de. 2007)

Caminhar rumo a uma escola ideal, deve ser seu objetivo principal. Não que exista,

essa escola ideal, mas precisamos caminhar nessa direção. Uma escola que pense numa

formação concreta e realista e que tenha em vista não somente a aprovação automática, mas

que ensine com sabedoria o conhecimento. Neste sentido, uma escola ideal, se faz com: -

Alunos que queiram exercer a sua cidadania de tal forma a alcançar uma educação

comprometida com seu direito de ser e viver e realizar. -Professores comprometidos e

capacitados que usem toda a sua sabedoria para as práticas do bem comum. -Pais que levam a

sério o estudo dos seus filhos e que abram a mão e os olhos e percebam que a educação

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transforma o mundo. – Uma gestão que tenha visão e que desenvolva um trabalho

cooperativo. -Um Governo que entenda que a Educação é um compromisso de extrema

importância a uma nação, por isso as políticas públicas devem ser pensadas na educação como

um todo para a formação do aluno enquanto ser. A escola precisa ter embasamento junto ao

“PPP” para exercer sua função e assim cobrar a prática cidadã que é direito de cada um no

meio onde vive. Os direitos e deveres devem ser levados também em consideração nas

diversidades em todas as áreas trabalhadas na escola.

A seguir, serão tratados os temas que envolvem o dia a dia da função do coordenador

pedagógico na sua unidade escolar.

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1. Capítulo I

FUNÇÕES E ATRIBUIÇÕES DO COORDENADOR PEDAGÓGICO

1.1-O que é ser Coordenador pedagógico?

Quando se fala na função do coordenador (a), todos querem saber e se perguntam:

Afinal, quem é o Coordenador (a) Pedagógico (a) e qual a sua real função dentro do ambiente

escolar? Essa é uma pergunta de grande relevância para a comunidade escolar que em muitas

das vezes desconhece a figura desse profissional tão importante para o cotidiano da escola.

O coordenador pedagógico, como um dos principais responsáveis pelas práticas das

ações pedagógicas desenvolvidas na escola, deve buscar constantemente novos mecanismos

para essas práticas de ensino, isto precisa envolver tanto o trabalho docente, quanto discente.

Sendo assim, o cotidiano escolar, é uma espécie de oficina do saber-fazer. No seu dia a dia,

ele se encontra envolto com todos os tipos de situações que exigem uma boa capacitação de

conhecimentos e sabedoria. A escola, portanto, é um lugar laico. Nela, se encontram

presentes, diversas classes sociais, raças e religiões, onde todos precisam do mesmo

tratamento e respeito. O coordenador como figura que norteia essa junção de diversidades,

precisa aprender a conviver com todos os fatos que acontecem dentro desse espaço de

aprendizagem. Assim, a escola aprende a viver dentro desse patamar, em que a discriminação,

seja de qual espécie for, deve diminuir a cada dia que passa e onde todos de forma geral,

devem ser respeitados. (Cury, p. 7, 2002).

Todo trabalho pedagógico, deve ser realizado por ações conjuntas envolvendo a gestão

educacional (Direção, Coordenação, Articulação, Professores, Técnicos e demais

Profissionais da Educação) como também, todos os seguimentos que representam essa

unidade escolar: CDCE (Conselho Deliberativo da Comunidade Escolar), APM (Associação

de Pais e Mestres) e Grêmios Estudantis. Assim, esses segmentos que compõe a escola em si,

devem procurar desenvolver um trabalho de forma coletiva que seja produtivo e de qualidade.

Por trabalho coletivo, entende-se aquele realizado por um grupo de pessoas-

diretores, coordenadores, professores, funcionários, alunos, membros dos Conselhos

de Escola e demais representantes da comunidade-que tem um compromisso com a

causa da democratização da Educação Escolar no País, no Estado, no Município, e

que atuam com o objetivo de contribuir para assegurar o acesso do aluno à Escola,

sua permanência nela e a melhora da qualidade de ensino. (FUSARI, p. 70, 1993)

O cotidiano escolar é sempre recheado de vários acontecimentos, tanto bons,

quantos ruins. Da abertura do portão até o horário de saída, muita coisa acontece dentro deste

12

estabelecimento maravilhoso. Nesse momento, o coordenador se torna um elemento de

extrema importância na condução e na procura de soluções plausíveis. Vale ressaltar,

portanto, que o coordenador, tem como objetivo principal envolver-se nas ações que visam

aprendizagem tanto por parte do aluno, como do professor, ou seja: ações pedagógicas

(PILETTI, p.125, 1998). Assim, o mesmo visa procurar dar acompanhamento ao professor,

tanto nas horas atividades, como nas práticas e avaliações; dar o suporte necessário ao

desenvolvimento profissional do professor no que se refere à formação continuada realizada

por cursos e na Sala do Educador, realizada no próprio ambiente de serviço; deixar claro todo

o processo educacional, convidando a comunidade para reuniões e debates de interesses gerais

pelo CDCE (Conselho Deliberativo da Comunidade Escolar); acompanhar os processos de

intervenção e articulações na busca de resultados positivos aos alunos que precisam de uma

atenção mais especial que se encontra em alguma defasagem ou dificuldade de aprendizagem.

Também é de sua função acompanhar o diário eletrônico e orientar o professor nas

dificuldades presentes de sua execução na prática. Finalmente, a escola enfrenta uma

dificuldade onde muitas das famílias não acompanham a vida escolar dos seus filhos e muitos

dos pais e responsáveis faltam nas reuniões ou aparecem somente quando solicitado por meio

de um ofício. Assim, o coordenador pedagógico precisa ser ativo e envolvido com a

comunidade de forma que possa gerar e desenvolver um bom trabalho.

1.2 - O Coordenador Pedagógico e a realidade de sua unidade escolar

Cada coordenador tem por missão especial, conhecer bem a sua unidade de trabalho.

Saber pormenores da história da sua escola, fatos, relatos, acontecimentos, dificuldades e

limitações que impedem o bom desenvolvimento das ações pedagógicas contribuem para que

o mesmo possa traçar melhor seu plano de ação da coordenação pedagógica e assim obter um

bom resultado das práticas desenvolvidas ao longo do ano letivo juntamente com toda a

gestão.

A Escola Estadual Prof.ª Eunice Souza dos Santos, na qual atuo como um dos

coordenadores foi criada em 13 de março de 1987, pelo então Governador do Estado, Vilmar

Peres de Faria, o Secretário de Estado de Educação, Sr. Rubens da Cruz Pereira e outras

autoridades civis, militares e eclesiásticas e está localizada no Bairro Monte Líbano, no

município de Rondonópolis, Estado de Mato Grosso.

Pode-se afirmar que mesmo com certas dificuldades como o espaço físico limitado,

nossos professores e técnicos dispõem de boas condições na execução de seus afazeres.

13

Atualmente, a unidade escolar possui um total de 592 alunos, distribuídos em 20

turmas, sendo 10 no período matutino e 10 no período vespertino. Nosso quadro de

profissionais é composto por: 01 diretor, 02 coordenadores pedagógicos, 02 articuladoras.

Em relação aos professores, dispomos de 24 docentes, todos com nível superior, a maioria

com pós – graduação e um mestre. Quanto aos técnicos, temos: 04 Técnicos

Administrativos Educacionais, 03 Apoio Administrativo Educacional Vigia, 04 Apoio

Administrativo Educacional Infra – Estrutura, 05 Apoio Administrativo Educacional

Nutrição (Com 01 do Projeto mais Educação) e 01 Técnico Administrativo Educacional

Laboratório e 02 TAE (Professor auxiliar).

A Sala dos professores é grande, mas devido não haver biblioteca na escola,

vários livros, guardados em armários, ficam ocupando parte desse espaço. A mesma conta

com 03 computadores com acesso a internet fixa e sem fio que podem ser usados pelos

professores para práticas do diário eletrônico, planejamentos e pesquisas. Vale ressaltar

ainda, que há apenas um banheiro nesta sala e isto é pouco para tantos profissionais.

Dispomos ainda de um bom acervo de livros que estão à disposição dos professores para

estudo e pesquisas em geral.

Tanto técnicos, quanto professores participam do projeto Sala do Educador e

recebem formações direcionadas. Participam também de formações realizadas pelo

CEFAPRO (Centro de Formação e Atualização dos Profissionais da Educação Básica) em

cursos específicos da área e Pró-funcionário Os professores fazem bom uso das

Tecnologias Educacionais das quais a escola dispõe tais como: Notebooks, TVs de

plasma, Lousa digital, Aparelhos de CDs e DVDs, Caixas de som, Data Show e

Multimídia.

A escola, na semana pedagógica inicial, estabelece um cronograma de ações que serão

desenvolvidas ao longo do ano letivo. Esse cronograma é flexível, onde poderá ser revisto

algumas dessas ações. Dentro desse cronograma, estão inseridos os diagnósticos iniciais de

aprendizagem aplicados em todos os anos. A partir desse diagnóstico, são elaboradas as ações

pedagógicas que nortearão à práxis do professor/coordenação e articulação. Ao estabelecer

esse diagnóstico, é feita as avaliações individuais de cada aluno, sendo estabelecidos os

alunos que participarão da Articulação e do reforço pedagógico. A articulação busca trabalhar

concomitantemente com o professor em sala de aula, porém, em determinados momentos, é

focado o processo de alfabetização. Nesse processo, a Coordenação acompanha/participa e

orienta o trabalho da articulação e professor.

14

A relação da escola-comunidade é construída a partir da elaboração do PPP (Projeto

Político Pedagógico), pois é necessário compreender e construir metodologias pautadas na

elaboração de projetos que possam atender as necessidades dos alunos e também as

particularidades do meio social no qual a escola se insere.

Nossos alunos são oriundos de 18 bairros próximos à escola. Dentre eles se encontram

famílias de todas as classes e culturas variadas. As classes sociais se misturam desde a média

até a classe mais baixa. Sendo assim, como em qualquer outra escola, nossos problemas se

misturam e nos levam a discutir essas questões para resolver os problemas detectados tais

como: drogas, violências, brigas, bullying, entre outros.

1.3-O coordenador pedagógico como mediador dos conflitos presentes na escola

Como em qualquer outro lugar, a escola é um campo de grandes vivências para o

aluno. A escola propicia momentos diversos e fazem o aluno interagir nas diferentes áreas de

sua vida. Faz amizades, cria perspectivas, socializa, interage, cria conceitos e forma ideias. Na

escola estão presentes as portas para o mundo diverso, porque nela todas as classes se

encontram e todos estão juntos com suas mais diferentes concepções e caráter de vida. Todos

querem conquistar seu espaço e muitas vezes os que brigam se relacionam com os

apaziguadores e pacificadores. Este é um bom lugar para discutir e viver as concepções do

respeito ao próximo, da cultura da paz e da boa ordem (disciplina). A escola nesse sentido

pode construir essa ponte de ligação para criar um ambiente cada vez mais tranqüilo e

acolhedor. O “PPP” deve fomentar questões norteadoras e direcionadas no sentido de

promover o bom andamento de todo o ambiente escolar no sentido da construção de um

espaço de paz. Promover eventos, palestras e outros eventos podem melhorar essa questão em

si.

Sabe-se que todos os acontecimentos que sucedem no interior da escola e muitas vezes

nas imediações próximas, são levados ao conhecimento da gestão. Assim, o coordenador em

grande parte toma a frente desses fatos, mesmo que não seja de sua função específica para

lidar com a situação, registrar, chamar pais e fazer registros, etc. Esse momento tira muito

tempo do coordenador que às vezes fica a desejar nas práticas das ações pedagógicas. Alguns

desses registros são até simples, mas outros levam muito tempo: Conversar com os alunos

envolvidos, com os professores, fazer o registro e muitas vezes até ligar para os pais no caso

de questões mais graves. Em casos mais extremos, o assunto é levado e encaminhado via

ofícios aos órgãos competentes como Conselho Tutelar e também a Promotoria da infância e

15

Juventude, para que juntos encontrem soluções plausíveis. Desses casos encaminhados, a

maioria é por faltas injustificadas ou brigas graves e comportamentos inadequados.

Conseguir resolver os problemas de disciplina/indisciplina e a violência na escola é

um grande desafio. Isso compete não somente a uma pessoa, mas a todos os segmentos da

unidade escolar: CDCE, Pais, professores, alunos, etc. A violência, pode-se dizer que é um

grande mal que assola as nossas escolas e muitas são as formas de manifestação. Como bem

disse Aída Maria Monteiro Silvia no seu texto “A Violência na Escola: A Percepção dos

Alunos e Professores”

Já para diretores, coordenadores pedagógicos e professores, a percepção apresentada

com maior frequência é a da violência enquanto descumprimento das leis e derivada

da falta de condições materiais da população, associando-a à miséria, à exclusão

social e ao desrespeito ao cidadão: (p,259)

Vale ressaltar que além do caderno comum de anotações de fatos da escola, existe

outro somente para as visitas dos pais, onde são registrados os momentos que compareceram

na escola a pedido ou não da gestão. A conversa realizada entre aluno, professor, pai, diretor,

articulador ou coordenador é de grande importância para a busca das resoluções dos

problemas existentes e servem como dados comparativos para outros anos, tendo em vista as

melhorias a serem alcançadas.

Por fim, Cabe ao coordenador também acompanhar e zelar junto com todos os

responsáveis a frequência escolar, cabendo-lhe informar aos pais a frequência dos mesmos,

tanto de forma escrita ou via telefone, conforme consta na LDB (Lei de Diretrizes e Bases/96)

art.5º, III:

Zelo:

III- Zelar, junto aos pais ou responsáveis pela frequência à escola.

Informações de frequência e rendimento escolar. Art. 12

II- Informara os pais e responsáveis sobre a frequência e o rendimento dos alunos, bem como

sobre a execução de sua proposta pedagógica.

Notificação de alunos faltosos ao Conselho Tutelar e Promotoria da Infância e Juventude. Art

12.

VIII- Notificar ao Conselho Tutelar do Município, ao juiz competente da Comarca e ao

respectivo representante do Ministério Público a relação de alunos que apresentam quantidade de

faltas acima de cinquenta por cento do percentual permitido.

O coordenador só conseguirá desenvolver um bom trabalho se tiver o apoio e ajuda da

equipe gestora e de todos os seguimentos da unidade escolar. Assim, professores também

poderão trabalhar em todas as áreas questões referentes ao assunto do respeito, da ética e

16

principalmente dos direitos humanos, questão essa que é fundamental na formação de um

bom caráter. “A questão da disciplina pede, para seu enfrentamento, a ajuda de um conjunto de

áreas do conhecimento, como a Sociologia, Antropologia, Psicanálise, Ética, Política, Psicologia,

Economia, História, Tecnologia, Comunicação Social, além dos próprios saberes pedagogia.”

(VASCONCELLOS, Celso S. 1996).

1.4-O Coordenador Pedagógico e a Formação Continuada

Os coordenadores pedagógicos, com certeza, são atores importantes no

desempenho da formação continuada dentro da escola. A coordenação pedagógica é o

elemento crucial no que condiz a dar seguimento na formação específica do professor e

demais profissionais, até porque essa formação é continua e deve ser feita numa perspectiva

de inovação e interação entre os pares. O mesmo deve ter ciências do quão importante é a

Formação Continuada como espaço de reflexão para os professores. Essa importância também

precisa ser vista por parte de todos os educadores para que tal objetivo seja alcançado e que

no fim, esse saber-experiência seja vivenciado por cada docente envolvido.

A formação continuada se insere como desafio na superação da dicotomia entre

saber e experiência, conhecimento e prática, tendo como objetivo instrumentalizar o

professor na perspectiva de que ele assuma sua prática mediante a reflexão da

experiência vivida (SAUL, 1993 apud FREITAS, 2005)

Colocar a formação continuada no seu devido lugar faz parte da coordenação

pedagógica que se preocupa com a boa aprendizagem de uma escola que preza pela educação

de qualidade. A proposta de se organizar o tempo e o momento favorável tal como as ações

desenvolvidas no SALA DO EDUCADOR ( Momento de Formação continuada para todos os

profissionais da educação com ênfase especial direcionada mais para a prática docente, que

acontece em serviço) deve ser sempre revista com bons olhares para que as mesmas não

Caiam numa rotina repetitiva, mas que sejam envolventes e interessantes e assim, aumentará o

prazer de participar de cada um.

É importante também que o coordenador pedagógico tenha um bom suporte para

desenvolver um bom trabalho e alcançar uma boa participação dos docentes, noutro sentido,

será apenas mais um que orienta e de forma simples sem envolvimento. Qual qualidade de

ensino ele quer alcançar? Quais suas propostas e ações que quer desenvolver? Refletir sobre

essas práticas produz crescimento. Com a ideia de que, ao se colocar no papel de formador

do corpo docente, o coordenador pedagógico estará assumindo a responsabilidade junto aos

professores pela qualidade do ensino na escola (SCARPA, 2007).

17

É preciso criar estratégias de formação continuada com boas atividades direcionadas,

envolvendo todas as áreas. Assim, a equipe pedagógica deverá procurar mediar todas ações e

fornecer os elemento para a execução dos mesmo. Dar suporte é importante e essencial para o

alcance positivo das ações desenvolvidas. Isso tudo resulta em planejamento e administração

de uma boa gestão.

Em nossa unidade escolar, procuramos desenvolver a Formação Continuada da

seguinte maneira; ao início de cada ano letivo, junto com o formador do Cefapro, planejamos

e elaboramos nosso projeto de estudos do Sala do Educador. Assim, em conjunto observamos

os temas gerais e específicos, traçamos as metas, os objetivos e as ações a serem

desenvolvidas durante o ano letivo. Depois de pronto, o mesmo é enviado novamente ao

Cefapro e por fim, aguardamos o parecer do órgão para juntos mais uma vez, reavaliarmos e

discutirmos os temas elencados.

Durante o ano de 2013, a Escola Eunice realizou suas formações todas as terças feiras

das 17h15minh às 19h30minh. Foi utilizada a forma de divisão em grupos por áreas

específicas. Assim, entendemos que as dúvidas e dificuldades presentes poderiam ser

vivenciadas e discutidas de maneiras claras e com mais direcionamento gerando maior

proveito para cada participante. Os dois coordenadores visitavam os subgrupos e davam

atenção a discussão presente e orientava-os na condução das práticas e dos estudos. A cada

etapa de estudos realizados, nos reuníamos para um momento de socialização geral, onde cada

grupo apresentava a sua contribuição relatando o que estudaram nos encontros anteriores. Nos

encontros gerais estudamos temas de interesse comum dentre os quais se pode citar:

Orientações Curriculares, CONAE (Conferência Nacional da Educação), Normativas entre

outros.

Como coordenadores, procuramos de acordo com os textos estudados neste curso,

aproveitar o máximo dos grandes temas apresentados em cada módulo e diga-se que foi de

grande proveito para cada um. Alguns deles como Mídias na Educação (Módulo, Práticas e

Espaços de Comunicação na Escola) e Educação e Cultura, foram de grande proveito para

todos e gerou boas discussões na sala do educador. Sobre o tema “Mídias Eletrônicas no

contexto escolar”, está sendo realizada uma pesquisa sobre ética e condutas nas redes sociais

juntamente com alunos do 8º e 9º anos a área de linguagens com os professores desta área.

Após a conclusão da mesma, será publicado um artigo (em andamento) no blog da escola com

todos os dados colhidos pela ferramenta do Google Docs.

18

1.5-A importância do Coordenador na construção do PPP (Projeto Político Pedagógico)

Em se tratando da construção do “PPP” “Projeto Político Pedagógico,” é necessário

que haja conhecimentos básicos acerca do mesmo para que se consiga colocar em andamento

o seu processo de desenvolvimento. É de suma importância que o Coordenador saiba qual é a

sua real função na construção deste documento tão importante para a comunidade escolar. A

escola, nesse sentido, por mais difícil que seja, busca elaborar com a colaboração dos pares as

propostas para a efetivação do PPP (Projeto Político Pedagógico) de forma que todos os

segmentos sejam alcançados.

Sabendo que o “PPP” é um documento que visa se preocupar com os problemas que a

escola enfrenta no seu dia a dia, deve-se através dele discutir e levantar questões de interesse

da gestão e da comunidade como um todo, por isso, mobilizar a comunidade, sem dúvida

alguma é um dos pontos mais importantes da construção do PPP, mas ao mesmo tempo muito

difícil. Lutamos para conseguirmos uma interação entre a escola e a comunidade. Essa

realidade precisa ser trabalhada com mais ações envolvendo todos os segmentos da unidade

escolar. Um dia “D” é um marco positivo. Fazer convocações aproxima mais a equipe

organizacional e educativa. Durante 2013, nos reunimos em algumas terças à noite e

dividimos as dimensões em grupos direcionados. Enviamos também sugestões e dicas via e-

mail pedindo a colaboração de todo o grupo de professores e funcionários, tendo uma

interação direta na sala do educador com discussões e propostas dos temas abordados com os

grupos. É preciso, portanto, que todos se envolvam de tal forma que esse processo se construa

de maneira democrática e prazerosa.

A organização do trabalho pedagógico precisa ser realizada com o envolvimento de

todos e nunca ser realizado de forma neutra.

A questão do planejamento não pode ser compreendida de maneira desvinculada da

especificidade da escola, da competência técnica e do compromisso político do

educador e ainda das relações entre escola, educação e sociedade. O planejamento

não é neutro (FUSARI, 1993)

Muitas maneiras podem ser utilizadas para a construção do “Projeto Político

Pedagógico” para tanto é de suma importância que o coordenador tenha uma boa organização

bem detalhada para o desenvolvimento do mesmo. Vale ressaltar que o coordenador (a) deve

direcionar todos os pontos necessários para o bom andamento da conclusão final do PPP.

Assim, quando tem um cronograma de organização, fica mais fácil de conduzir as propostas

elencadas: Delimitar o tempo destinado, traçar as metas e objetivos, direcionar as propostas,

dividir funções, delegar representantes, marcar reuniões necessárias, fazer registros das ações

em atas, inserir/concretizar os dados e incentivar a participação geral. É importante também

que o PPP fique exposto num lugar de fácil acesso para todos da comunidade escolar

demonstrando assim uma gestão democrática para e entre todos.

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2. Capítulo II

O Coordenador Pedagógico e sua auto-formação

O Coordenador Pedagógico trás em si uma responsabilidade de grande valor. Nele

estão centrados os olhares da comunidade escolar, sendo assim, o mesmo se torna um

elemento importantíssimo na condução do bom ensino para o alcance do sucesso de uma boa

aprendizagem com ações pedagógicas que venham ao encontro das necessidades de cada um

(Professor, alunos, pai, articulador, etc.). Nesse sentido, tanto professor, quanto alunos

necessitam do seu acompanhamento. Isto pode ser feito de forma individual como também

coletiva, tendo sempre em vista o foco do conhecimento adquirido pelas práticas pedagógicas

que produzem bons resultados.

A formação continuada do coordenador deve passar por um momento de

transformações, inovações e aquisições de valores que visam o seu aperfeiçoamento

profissional como bom educador influenciando assim, toda a sua equipe pedagógica.

(NÓVOA, 1992.p, 28) “A formação passa pela experimentação, pela inovação, pelo ensaio

de novos modos de trabalho pedagógico. E por uma reflexão crítica sobre a sua utilização. A

formação passa por processos de investigação, diretamente articulados com as práticas

educativas”. Quanto mais investimos em formações, mais conhecimentos adquirimos. Tais

conhecimentos devem nortear nossas ações no sentido da construção e do melhoramento da

prática do aprender e do ensinar.

Uma das principais funções do coordenador pedagógico refere-se à formação

continuada, tanto sua, quanto dos professores e demais profissionais da educação, sendo esta,

realizada em serviço. Vale ressaltar que a formação já possuiu outras nomenclaturas em

tempos passados como: treinamento, reciclagem e capacitação, mas a partir de 1990, várias

publicações foram feitas como novas propostas e novos encaminhamentos direcionados; “A

Educação Continuada”.

A década de 90 será marcada pelo signo da formação contínua de professores. Uma

vez que os problemas estruturais da formação inicial e da profissionalização em

serviço estão em vias de resolução, é normal que as atenções se virem para a

formação contínua. (NÓVOA, 2009)

FREIRE (2009) um dos grandes educadores procura humanizar essa formação,

propondo colocar a comunidade dentro do ambiente da escola. Assim, enfatiza que é

necessário que todos sejam ouvidos nas suas limitações e dificuldades. Neste sentido, todos

crescem juntos e os objetivos podem ser traçados com mais desempenho.

20

NÓVOA (2009) procura trabalhar a Formação dentro da própria profissão, isto é,

dentro da formação do próprio profissional da educação, com mais direcionamento ao

professor. Em seu texto “Para uma formação de professores construída dentro da profissão”.

O mesmo faz um estudo baseado em cinco pontos que considera ser de máxima importância

no que diz a Formação para os professores: 1-Práticas. Utilizada como resultado do

conhecimento adquirido. 2-Profissão. Enfatiza a integração na profissão e o aprendizado

como uma troca de experiência, a cultura profissional. 3- Pessoa. Aqui, ele coloca como o

Tato Pedagógico. O ato e o jeito de educar adequadamente. 4- Partilha. O desenvolvimento do

trabalho em equipe que conduzem ao aperfeiçoamento do coletivo. Público. Aqui, ele envolve

o compromisso social onde envolve a família, a escola e a sociedade.

As teorias sobre as práticas da coordenação pedagógica no interior da escola, bem

como os estudiosos e pesquisadores apresentadas pelos módulos do curso que foram

desenvolvidas nas atividades propostas, com certeza trouxeram maior compreensão e clareza

do que realmente vem ser a figura do Coordenador e a sua real função na unidade escolar. A

importância dada aos assuntos em pauta disponíveis na plataforma e através dos textos tais

como: Disciplina/Indisciplina, a Realidade Escolar, a Construção do Projeto Político

Pedagógico, Mídias Eletrônicas, Aprendizagem, Políticas Públicas Educacionais, Gestão

Pedagógica, Currículo, Avaliação entre outros, fortaleceram ainda mais as práticas da

coordenação em si.

Pode-se dizer que grande parte da qualidade da educação, está nas mãos da

coordenação por isso a leitura na vida do coordenador é indispensável para contribuir com o

bom desenvolvimento e aperfeiçoamento da sua função. A sua preocupação maior não deve

ser somente de sustentar a escola em suas mãos e protegê-la do fogo cruzado entre alunos-pais

e professores, mas conduzi-la de forma sábia pensado nos valores da educação positiva.

Responsabilidade é algo que não deve ficar de fora de sua vida e o compromisso com todos, é

uma característica essencial para qualquer coordenador, afinal, um bom coordenador não

nasce pronto, é construído ao longo dos tempos.

As maiores dificuldades enfrentadas por um coordenador se resumem a atribuir coisas

que não são de sua competência tais como: porteiro, vigia de pátio, apagador de fogo,

encanador, psicanalista e coisas burocráticas. O coordenador até pode intervir e fazer serviços

gerais, mas isso não deve virar uma rotina na sua vida. A parte referente ao pedagógico deve

ser levada com seriedade e afinco.

21

3. Capítulo III

O Fazer Pedagógico. A relação teoria/prática na vida do coordenador

As novas pesquisas e produções em educação procuram mostrar e enfatizar que é

necessário haver bons investimentos para todos os profissionais da área educacional. Assim,

dissertações, artigos, monografias, teses e textos são introduzidos nos estudos de formações

para ampliação do conhecimento específico de cada educador. É preciso, portanto observar se

tais textos são coerentes com as teorias da educação haja vista que muitos escritos não

possuem dados precisos ou argumentos científicos completos e coerentes (GATTI, 2002).

Porém, para nada adiantará tais formações e informações se professores, gestores e

educadores em geral não introduzirem tais práticas no seu dia a dia em busca da melhoria do

ensino e da aprendizagem.

O fazer do coordenador pedagógico deve ser repensado e introduzido dentro das

formações direcionadas ao mesmo, para isto, é necessário investimento nessa qualidade de

ensino. “Além de aumentar a oferta de formação continuada para os coordenadores

pedagógicos, deve-se investir na qualidade dos conteúdos”. (SERPA, 2011). É importante

frisar também que a formação realizada em serviço do coordenador, não pode ficar apenas em

torno de formações esporádicas, mas é necessário que haja também orientações presenciais

completando assim uma formação de qualidade. Nesse sentido, o GE (Grupo de Estudos)

realizado pelo CEFAPRO (Centro de Formação e Atualização dos Profissionais da Educação

Básica) faz uma grande diferença na formação do Coordenador, pois nesses encontros, existe

uma troca de experiências entre os pares.

Os conteúdos trabalhados em todas as suas formações tais como: Cursos, seminários,

congressos entre outros, devem direcionar e nortear à melhoria do desempenho de sua função

no ambiente escolar de forma que seja percebidos por toda a gestão e demais profissionais da

educação.

Em se tratando do Coordenador Pedagógico, saber quais são suas atribuições e seus

limites é essencial. Também é de máxima importância que ele saiba trabalhar em equipe e que

se preocupe pelo bem estar e sucesso de cada profissional da educação em cada área

especifica. Conduzir cada situação que aparece no cotidiano escolar com humildade,

sabedoria e paciência, são atributos que devem ser desenvolvidos e aperfeiçoados

continuamente. Espera-se ainda que o mesmo tenha envolvimento com todos e saiba

organizar com empenho as atividades escolares em relação às práticas de ensino dos

professores, que saiba conduzir as ações de apoio dos articuladores, que se preocupe com a

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aprendizagem dos alunos, que possa atender e orientar os pais no que diz respeito à vida

acadêmica dos filhos.

Mais do que isso, o coordenador é o elemento principal responsável pela formação de

todos os profissionais da educação de sua escola. O mesmo deve dar uma atenção especial aos

professores, haja vista que ambos se encontram diretamente na sala de aula e necessitam de

uma formação mais direcionada e específica. Nesse sentido, o “Sala do Educador” (Projeto de

Formação para profissionais da Educação, desenvolvido em serviço na escola) é um momento

de aprendizagem e troca de experiências entre os pares. Zelar por essa formação é um dever

específico do Coordenador que deve buscar mecanismos práticos e eficientes para uma boa

formação de qualidade.

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Considerações Finais

Aprender e ensinar são práticas constantes na vida de um verdadeiro educador e

devem ser levados a sério com audácia, desempenho e determinação. Ser educador nos move

e nos faz ver a arte de ensinar como tarefa suprema. Nela, somos agentes capazes de provocar

mudanças e transformações na vida dos envolvidos. Como bem disse FREIRE (1999): “Me

movo como educador, porque, primeiro, me movo como gente”. Esse mover em nós deve ser

encarado como uma chave para as portas do universo da aprendizagem para uma boa

educação.

Ao passar no concurso do Estado do Mato Grosso no ano de 2011, ao ser chamado de

imediato assumi prontamente meu novo cargo de professor de arte na Escola Estadual

Professora Eunice Souza dos Santos, localizada no município de Rondonópolis-MT. Após um

mês de aula, a coordenadora da época aposentou-se, e prontamente, por aprovação de todos os

profissionais da educação da unidade escolar, assumi a coordenação com muita disposição,

mesmo com certa insegurança por falta de conhecimentos práticos e teóricos e por pouca

experiência, mas apoiado por todos.

No início do meu primeiro ano na coordenação, digo que não foi nada fácil

desempenhar a função de coordenador pedagógico, até porque sou formado em Licenciatura

em Música pela UFPR em Curitiba-PR-2000. Assim, faltavam embasamento e conhecimento

das funções do coordenador em si. Uma boa base teórica direcionada e específica. O que

fazer? Quais as funções principais? Como delegar, direcionar e nortear o trabalho pedagógico

envolvendo alunos, professores e pais? Essas perguntas e outras mais tiveram respostas e

direcionamentos nos cursos de formação do Grupo de Estudos e Formação para

Coordenadores realizados pelo CEFAPRO (Centro de Formação e Atualização dos

Profissionais da Educação Básica). Um momento onde todos os coordenadores (as) trocam e

vivenciam experiências conjuntas e sobre a orientação do formador, procuram soluções

plausíveis através dos textos e das formas que a formação se dá para as dificuldades presente

na vida de cada um.

No início do ano de 2013, tive a oportunidade de fazer parte do grupo de alunos desta

especialização, que veio direcionada para a minha área específica de atuação “Coordenação

Pedagógica”. Essa vontade de aprender me instiga a seguir sempre em frente. Sinto a

necessidade de me aprofundar muito mais na área de formação para professores, nas ações das

práticas pedagógicas, no relacionamento com os alunos e na interação com os pais e todos

profissionais da educação. Diga-se que o conhecimento adquirido, as trocas de experiências e

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envolvimento entre os demais participantes como também o feedback dos monitores do curso,

foram de grande eficiência no aperfeiçoamento maior e melhor da área.

Uma coisa é certa: todos os dias nos deparamos com novas situações no cotidiano

escolar, exigindo assim, maiores intervenções. A capacitação do coordenador precisa ser

contínua, prática, específica e direcionada. Esse curso de Especialização da Escola de

Gestores/MEC/UFMT, foi realmente muito produtivo para quem dele se apoderou e se

apropriou de tudo o que foi transmitido nos módulos e nos assuntos diversos e presentes,

alcançando assim, todos os âmbitos do trabalho pedagógico.

O coordenador pedagógico, como um dos responsáveis por uma boa qualidade na

educação, deve sempre estar em busca de novos mecanismos, boas práticas e boas ações que

possibilitem a todos uma aprendizagem adequada. Tanto professores quanto pais e alunos

precisam de um referencial positivo. Assim, se o coordenador pedagógico, enquanto sujeito

de formação, for bem preparado, com certeza obterá resultados bem positivos. É necessário,

portanto, que o mesmo saiba traçar os objetivos que norteiam seu fazer pedagógico e assim

poderá planejar e elaborar com bom desempenho toda a sua metodologia de trabalho.

A busca constante do saber/aprender nos faz caminhar rumo a uma aprendizagem que

possa valorizar o trabalho pedagógico, pois as ações do dia a dia necessitam de um bom

referencial. O conhecimento das políticas públicas, a história da educação, a pesquisa em

educação, as teorias da pedagogia e as concepções pedagógicas, são elementos de grande

importância para qualquer educador que deseja ver seu trabalho produzindo resultados

positivos e em se tratando da figura do coordenador pedagógico, deve ser levado com muito

mais afinco.

Com certeza, um dos objetivos das Políticas Públicas Educacionais é justamente tentar

organizar o ensino e a aprendizagem com empenho, eficácia e muita competência para que os

resultados sejam alcançados. De um lado, temos o aluno que precisa constantemente de

direcionamentos para que não somente decore ou memorize, mas aprenda na sua íntegra os

elementos essenciais de formação da sua vida educacional. Por outro, vemos o professor

buscando incessantemente novas formas e métodos de transmitir com empenho e sabedoria

todo o seu conteúdo. E por fim, coordenadores que precisam constantemente de uma boa

capacitação para desempenhar com eficácia sua função pedagógica.

A participação de uma especialização específica em coordenação pedagógica como

esta, é fundamental na vida de qualquer coordenador. Não pode ser vista somente como um

complemento anexado ao currículo, mas como um desdobrar e um enriquecimento de

aprendizado e ensino a si mesmo, um enriquecimento pessoal e àqueles que estão a sua volta.

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A formação deve estimular uma perspectiva crítico-reflexiva, que forneça aos

professores os meios de um pensamento autónomo e que facilite as dinâmicas de

auto-formação participada. Estar em formação implica um investimento pessoal, um

trabalho livre e criativo sobre os percursos e os projectos próprios, com vista à

construção de uma identidade, que é também uma identidade profissional. (

NÓVOA, 2009, p.16)

De forma geral, a formação do professor/coordenador, tanto inicial, quanto contínua,

deve ser tratada como elemento prioritário para que o mesmo consiga realizar e desempenhar

um trabalho docente eficaz. Nesse momento de formação, a figura do coordenador

pedagógico é de suma importância, pois o mesmo é responsável pelo bom andamento das

ações pedagógicas desenvolvidas e aplicadas na unidade escolar.

Assim, professores/coordenadores com mais preparo, terão novas visões, e com

certeza, poderão conduziras práticas do fazer pedagógico com muito mais empenho. Criarão

também novas possibilidades e parâmetros para a transmissão dos conteúdos programáticos e

com isso poderão alcançar os objetivos propostos com mais eficácia.

Ensinar o aluno a ver, pensar, formar um senso crítico e agir na tomada de decisões e

intervir em dificuldades e problemas presentes é um desafio a ser alcançado por todos, e isto

envolve principalmente a figura do coordenador.

Problematizar e discutir os assuntos do cotidiano escolar produzirá resultados mais que

positivos e assim, todos são beneficiados e enriquecidos e assim, poderão ser feitas as

intervenções necessárias.

Problematizar, então, parte da realização de estudo do contexto/realidade individual

e coletiva, seja de pessoas, de grupos ou de circunstâncias; cria situações de

aproximação sucessiva com a realidade através de diversos ângulos (leitura dos

textos, fatos, fotos, depoimentos) de modo a conhecer seus contornos e as múltiplas

leituras. Assim, a problematização pode conduzir a demandas de ações e de

intervenções. (SANTIAGO/ BATISTA NETO. Rev. Curriculum, S. P, 2011, p. 9 )

Muito se discute acerca da importância desse profissional e sobre sua real função

dentro da unidade escolar. Quem é o professor Coordenador Pedagógico e como ele é visto

pela comunidade escolar? Qual a sua principal função perante os professores e como ele

conduz a formação continuada dos mesmos? Como se dá a sua própria formação, tanto via

sala do educador como também fora dela? Qual a contribuição pedagógica que o mesmo pode

oferecer de modo que os alunos alcancem as metas projetadas pelos professores no âmbito de

uma aprendizagem positiva?

Durante esses três anos, como professor da educação básica, na atual função de

coordenador da rede estadual de ensino do estado de Mato Grosso, percebi que muita coisa

26

ainda precisa ser feita para que o aprendizado seja realmente de qualidade entre todos os

envolvidos. Vejo, de certa forma, que alunos necessitam de boa orientação e um

acompanhamento de qualidade por parte de seus professores que em muitas das vezes estão

atuando numa área diferente de sua formação específica, haja vista que o verdadeiro trabalho

do professor está baseado numa construção de práticas docentes que possam conduzir os

alunos à aprendizagem em si.

Todos os dias, novas experiências e dificuldades são agregadas ao cotidiano escolar,

sendo assim, o coordenador pedagógico como elemento principal que norteia os planejamentos

das atividades direcionadas tanto de alunos quanto de professores tem por incumbência a

responsabilidade de orientar e acompanhar todo o processo de desenvolvimento de tais ações.

Assim, se torna um elemento de extrema necessidade na busca constante de soluções e

resoluções das mesmas. Por isso é preciso refletir, crescer, é preciso atualizar, é preciso uma

boa formação. Formação esta que dê segurança, capacidade e suporte. Portanto, a capacitação

desse profissional da educação é primordial, pois através dela, as práticas educativas

pedagógicas serão ressignificadas com novas concepções e pensamentos.

Por fim, este curso de Especialização em Coordenação Pedagógica trouxe novos

parâmetros e novos conceitos e muitas contribuições para seus participantes, mostrando

claramente que a gestão democrática na figura do coordenador, deve caminhar na busca de

conquistas positivas e se preocupar em desenvolver um trabalho centrado em todos os

profissionais da escola e não somente numa pessoa, neste caso o coordenador. Assim, delegar

funções, dividir tarefas, compartilhar informações, sugerir boas leituras, participar ativamente

das atividades realizadas pelos professores são ações que precisam ser realizadas de forma

contínua e práticas.

É preciso que num primeiro momento os coordenadores pedagógicos, além de sua

competência técnica construída, através do conhecimento básico sem o qual o exercício da

função de coordenador não se faz possível, desenvolvam outras competências necessárias.

Isto implica Formação contínua do aprendizado e função.

Portanto, o coordenador pedagógico é fundamental no ambiente escolar, pois ele

promove a integração dos envolvidos no processo ensino-aprendizagem, estabelecendo

relações interpessoais de forma saudável. Ele tem um papel essencial na valorização da

formação do professor, pois desenvolve certas habilidades capazes de lidar com as diferenças,

tendo como objetivo ajudar efetivamente na construção de uma educação de qualidade. O

coordenador pedagógico precisa ter consciência da responsabilidade e do papel que assume na

27

instituição escolar, por isso, deve estar em constante processo de formação e em parceria com

o corpo docente, os pais, alunos e direção.

Os homens se fazem e se constroem nas trocas de experiências, compartilhando ações

positivas e repensando as negativas com vista a crescer em prática e teoria. Assim, a

palavra/leitura é base de aprendizagem, o diálogo é crescimento conjunto, o trabalho é a

execução das práticas pedagógicas bem sucedidas e a ação-reflexão deve ser baseada com

uma filosofia de vida educacional positiva. “Não é no silêncio e no isolamento que os homens

se fazem, mas na palavra, no diálogo, no trabalho e na ação-reflexão. ( FREIRE ,2000)”.

28

Referências

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Vivências ( Secretaria de Educação, Esporte e Lazer do Recife, 2008, p.93-100).

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Pedagógico no contexto de gestãodemocrática da escola. UFMG, 2007.

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VASCONCELLOS, Celso S. Os Desafios da Indisciplina em Sala de Aula e na Escola. São

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