o cerco da lapa e a tomada de curitiba - museu … · com a guerra dos farrapos, com as...
TRANSCRIPT
Desde o início do Império, a região de Curitiba, então 5ª
Comarca de São Paulo, sempre se postou ao lado do poder
central, funcionando como uma barreira contra revoluções que
vinham do sul.
As tentativas de golpes contra o poder central nunca
prosperaram além do Paraná até 1930, com Vargas. Assim foi prosperaram além do Paraná até 1930, com Vargas. Assim foi
com a Guerra dos Farrapos, com as insurreições liberais de
Sorocaba e Barbacena, da Revolução Federalista, no século XIX, e
com as Colunas Miguel Costa e Prestes, em 1924.
A Revolução Federalista de 1893/94 teve a emblemática
participação da cidade da Lapa na retenção dos revoltosos até
que Floriano tivesse condição de rearmar o Exército e a Marinha.
� Paraná custou a aderir à causa republicana
� Razões contra continuidade do Império:
◦ velhice do monarca;
◦ antipatia ao Conde D’Eu; ◦ antipatia ao Conde D’Eu;
◦ ser a única monarquia da América;
◦ oposição dos escravocratas, por abolição sem indenização;
◦ Questão Religiosa e
◦ reivindicações no Exército por valorização
� Os mais fortes partidos da monarquia logo se adaptaram aos
novos tempos. No Paraná, o Partido Conservador transformou-se
no Partido Republicano Federal. O Partido Liberal virou o Partido
Republicano Paranaense.
� No Rio Grande do Sul, Floriano apoiaria Júlio de Castilho, líder
positivista e republicano contra Silveira Martins, apontado como
simpatizante da monarquia. Acusação fatal naqueles tempos.
� Derrotados, os aliados de Martins se agrupariam no Uruguai,
promovendo a invasão do Rio Grande do Sul, em 1893. Esta
profunda divisão arrastaria o sul do numa revolta que sacudiu o
Brasil, com lances de barbarismo de ambos os lados.
� Os legalistas, partidários de Júlio de Castilhos e Floriano
ficariam conhecidos como “pica-paus” e identificados
pelo lenço branco amarrado no pescoço.
� Os federalistas, aliados de Silveira Martins, mas também � Os federalistas, aliados de Silveira Martins, mas também
monarquistas. Defensores da República, mas contrários
a Floriano, anarquistas ou mesmo “peleadores” sem
identificação política, passariam a ser chamados de
“maragatos” (‘coisas ruins’), de lenço vermelho como
distintivo.
� Em setembro de 1893, estourou na baía de Guanabara a
Revolta da Armada, quando os almirantes tomaram os navios
de guerra e iniciaram o bombardeamento da capital, unindo-
se à Revolução Federalista recém deflagrada no sul.
Seus principais líderes eram os almirantes Saldanha da Gama � Seus principais líderes eram os almirantes Saldanha da Gama
e Custódio de Mello, enquanto que o principal comandante
maragato era Gumercindo Saraiva, que propugnava a
separação do Rio Grande do Sul e a criação de uma nova
nação com o Uruguai, além de caudilhos e fazendeiros como
Juca Tigre, João Francisco e outros.
� Floriano ficava impedido de deslocar tropas por mar para o sul,
ao mesmo tempo em que se obrigava a defender a capital.
Custódio de Mello, com seus navios, criou um governo provisório
para os revoltosos na ilha do Desterro, SC.
Dominando uma boa parte do RS e de SC, os revoltosos � Dominando uma boa parte do RS e de SC, os revoltosos
estabeleceram planos de submeter o PR, para depois tomar SP e
seguir em direção à capital federal. Sua estratégia consistia em
atacar o PR em três frentes: Paranaguá, pelo mar, cortando a
saída da capital; Tijucas do Sul seria invadida por SC e a tomada
da Lapa deixaria Curitiba indefesa.
� Paranaguá acabou caindo pela força desproporcional dos navios
de Custódio de Mello. A fortaleza da Ilha do Mel rendeu-se,
deixando Paranaguá aos revolucionários em 14/01/1894.
� A tomada de Tijucas do Sul, por Gumercindo Saraiva, foi mais
custosa. Entre 15 e 19/01, Tijucas impôs várias derrotas aos custosa. Entre 15 e 19/01, Tijucas impôs várias derrotas aos
revoltosos, porém, sem possibilidades reabastecimento de
víveres e munição, por estarem cercados e sem cavalos,
renderam-se, quando Paranaguá já estava ocupada e o Governo
do Estado já havia abandonado Curitiba, tentando se instalar em
Castro, mas seguindo para São Paulo.
� Na Lapa, o general Argolo passou o comando da praça militar
ao Coronel Gomes Carneiro, com ordens de reter ao máximo
os revoltosos no Paraná.
� Impossibilitado de receber reforços do Rio de Janeiro, de
Curitiba, ou mesmo das tropas legalistas de Pinheiro
Machado, do Rio Grande do Sul, Carneiro resolveu
entrincheirar-se na cidade, que foi continuamente
bombardeada por 28 dias, entre 15 de janeiro e 11 de
fevereiro de 1894. A luta seguiu ferrenha pelas ruas da
cidade, onde restavam apenas escombros.
� A resistência surpreendeu e irritou os maragatos, que
pretendiam gastar apenas 72 horas com a conquista da Lapa. Em
7 de fevereiro o combate mais forte e sério nas ruas centrais
atingiria o coronel Gomes Carneiro, o coronel Dulcídio Pereira e
o tenente coronel José Aminthas de Barros. o tenente coronel José Aminthas de Barros.
� Gomes Carneiro, atingido no fígado, resistiria por mais dois dias.
Após sua morte, a Lapa não resistiria mais, capitulando em 11 de
fevereiro de 1894, tendo ficado sem munição e comida pelo
Cerco que ali se estabeleceu.
� Assinado o armistício, na Casa Lacerda, comprometeram-se os
federalistas a tratar com honra os sobreviventes do Cerco, por
sua bravura. Porém, logo após a rendição e desarmamento dos
derrotados, começaram as degolas.
Por outro lado, Curitiba, abandonada no dia 18 de janeiro, � Por outro lado, Curitiba, abandonada no dia 18 de janeiro,
por Vicente Machado, seria invadida pelos maragatos no dia
20 de janeiro, que permaneceram na cidade até o dia 26 de
abril, num total de quase 100 dias.
� Para evitar os saques e a violência em Curitiba e demais cidades, os empresários reuniram-se na criação da Comissão Especial de Empréstimos de Guerra, para arrecadar os 100 contos de réis exigidos como resgate pelos federalistas.
� Chefiados pelo Barão do Serro Azul, esta providência salvou a população de mais violência. Enquanto esperavam o fim do cerco da Lapa e usufruindo uma situação relativamente tranquila, os da Lapa e usufruindo uma situação relativamente tranquila, os revoltosos acabaram adiando seus planos de levar a revolução a São Paulo e Rio de Janeiro, ocupando apenas o Paraná até Ponta Grossa.
� Com o tempo que conseguiu com a resistência no Paraná, Floriano pôde adquirir armamentos e navios de guerra nos EUA e com eles derrotar Saldanha da Gama. Os comandantes maragatos resolveram voltar ao sul, alguns deles refugiando-se no Uruguai e Argentina.
� A Revolução Federalista foi um exemplo de barbárie e violência de ambos os lados. Não apenas os maragatos promoveram degolas, estupros e assassinatos de prisioneiros. Os legalistas ocuparam a capital eliminando todos aqueles que acusados de haver colaborado com os federalistas, ou de haver desertado.
A cadeia estava abarrotada de prisioneiros e mesmo o teatro � A cadeia estava abarrotada de prisioneiros e mesmo o teatro da capital era usado como prisão provisória. No km 65 da estrada de ferro Paranaguá-Curitiba, a execução do Barão do Serro Azul e mais cinco empresários, acusados de terem sido coniventes com os revolucionários.
� Ao todo foram executados 12 em represália no Paraná e 48 na ilha do Desterro, depois chamada de Florianópolis.
httphttphttphttp://www.youtube.com/watch?v=_h3wT0izlTM://www.youtube.com/watch?v=_h3wT0izlTM://www.youtube.com/watch?v=_h3wT0izlTM://www.youtube.com/watch?v=_h3wT0izlTMhttphttphttphttp://www.youtube.com/watch?v=_h3wT0izlTM://www.youtube.com/watch?v=_h3wT0izlTM://www.youtube.com/watch?v=_h3wT0izlTM://www.youtube.com/watch?v=_h3wT0izlTM