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  • ANGELA MARIA LA SALA BAT

    O CAMINHO DO ASPIRANTE

    ESPIRITUAL

    Pensamento

  • ANGELA MARIA LA SALA BAT

    O CAMINHO DO ASPIRANTE ESPIRITUAL

    Traduo de Y o landa St e id l de T o l e d o

    H

    EDITORA PENSAMENTOSO PAULO

  • Ttulo do original: 1IL SENTIERO DELLASPIRANTE SPIRITUALE

    Angela Maria La Sala Bat

    Edio Ano9 8 7 6 S 4 3 2 3 4 5 6 7 8 9

    Direitos reservados.EDITORA PENSAMENTO LTDA.

    Rua Dr. Mrio Vicente, 374, 04270 So Paulo, SP, fone 63-3141.

    Impresso em nossas oficinas grficas.

  • NDICE

    1.a lio O Incio do Caminho .............................................. 92.a lio As Bases da Autoformao ................................. 153.a lio A Purificao Mental .............................................. 254.a lio A Purificao Emotiva ........................ ............... 395 a lio Nossas Tarefas para com a Natureza Emotiva . . 496.a lio A Purificao do Corpo Fsico-etrico............... 617.a lio Qualidades que Devem ser Desenvolvidas:

    Aceitao ................................................................. 738.a lio Qualidades que Devem ser Desenvolvidas:

    Adaptao ............................................................... 819 a lio Qualidades que Devem ser Desenvolvidas:

    Discernimento ............... ....................... ................... 8910.a lio Qualidades que Devem ser Desenvolvidas:

    O Correto Uso da Palavra ..................................... 9711.a lio Qualidades que Devem ser Desenvolvidas:

    Ausncia do Medo ............... .................................. 10712.a lio Qualidades que Devem ser Desenvolvidas:

    Humildade .......................... .................................... H ?13.a lio Qualidades que Devem ser Desenvolvidas:

    Compreenso ................................ ......................... 12514.a lio O Desenvolvimento Interior ................................... 135

    5 I. .1

  • l . a L io

    O In c io d o C a m in h o

    H um momento na marcha evolutiva do homem em que ele comea a intuir, a princpio vagamente e depois cada vez mais claro, sua verdadeira natureza e nessa ocasio entrev a realidade que est por detrs da aparncia dos fenmenos. Repara que evolui, que h dentro dele um mundo desconhecido, mais real que fsico, o qual pressiona para vir luz. Principia, acima de tudo, a sentir uma necessidade imperiosa de se aperfeioar, de tomar conta de si prprio, de iniciar sua autoformao, uma vez que j no lhe bastam teorias e conhecimentos intelectuais; -lhe indispensvel passar a realizaes prticas e a algo de concreto.

    Se antes houvera um perodo de buscas, de exame intelectual, de aquisio mental da verdade, ou de escolha entre vrias teorias, agora, ao contrrio, h uma adeso ntima aos conhecimentos reunidos, uma aspirao de os tomar parte real da vida da personalidade e uma necessidade de transformao de si prprio visando a tomar-se um canal de energias espirituais.

    Em outras palavras, o homem declara-se, conscientemente, a favor das foras evolutivas e com elas colabora.

  • Inicia-se, ento, para o homem, o perodo evolutivo chamado caminho do aspirante espiritual, porquanto sua nota fundamental a aspirao, que j no apenas um mpeto emotivo mas um verdadeiro e real pedido, um apelo apaixonado e insistente Alma, que suscita resposta e produz reais transformaes e sublimaes na personalidade.

    O efeito de tal aspirao o homem sentir nascer no seu ntimo o propsito de cuidar de si prprio, de purificar-se, de auto- formar-se. A autoformao , com efeito, o sinal de reconhecimento da aspirao espiritual.

    Nas lies seguintes, dirigidas queles que se desejam formar e querem passar da teoria prtica, ser apresentada uma perspectiva geral das vrias fases e mtodos da autoformao.

    necessrio, todavia, antes de iniciar o desenvolvimento propriamente dito de nossa argumentao, elucidar algumas questes e fazer algumas sugestes queles que se impe este trabalho, para que adquiram viso clara e objetiva do caminho que se propem seguir e o sigam sem iluses, mas com viso esclarecida e nimo resoluto e preparado.

    O trabalho de autoformao no fcil nem simples. uma verdadeira tcnica, que exige constncia e firmeza de propsito, mas o mais belo e luminoso trabalho que o homem pode empreender, pois aquele para o qual foi criado e que faz dele um participante do Plano Divino.

    ** *

    j preciso, doravante, ter em mente com clareza o significado

    | da palavra autoformao, pois muitos podem ter conceito errneo : de tal termo. No falta quem creia que autoformao significa renncia, | mortificao, destruio. No existe nada de mais errado.! Ao procurarmos tomar conta da prpria personalidade, a fim

    de corrigir-lhe os defeitos, desenvolver-lhe as qualidades marcantes

    10

  • e coordenar as vrias energias psquicas, no uma obra de destruio ou de anulao que praticamos mas sim e apenas de re- orientao.

    A personalidade humana composta de energias (mentais, emotivas e etreas) que no so positivas nem negativas mas simplesmente neutras. O uso que delas fazemos que as caracteriza como boas ou ms.

    Como disse Maturin: Nada h no homem, nenhuma substncia, nenhuma faculdade, nenhuma potencialidade que seja m, por si mesma. . . Analisai a Alma do maior Santo e depois a do maior pecador e no encontrareis neste um s elemento que no se ache naquele. Considerai a alma de Madalena e a de Agostinho, antes e depois da converso. Em nenhuma delas falta, depois da converso, qualquer coisa que l estivesse a princpio. . . Nada perderam, nada destruram, antes atingiram, com sua converso, a plena posse de todas as suas faculdades. (B. W. Maturin, Delia conoscenza e dei governo di s pp. 79-80.)

    E prossegue: A diferena entre malvadeza e bondade no consiste na presena ou ausncia, na preservao ou na destruio de qualquer coisa que est em ns o mal , mas no correto ou errneo uso de faculdades que so, por si mesmas, boas. O pecado o mau uso de faculdades que Deus nos concedeu e no seu uso para fins para os quais no nos foram dadas.. . Todo poder, toda faculdade, todo dom da nossa natureza nos foi concedido para o bem. Tudo nos foi dado para o servio de Deus e tudo pode ser usado a seu servio. (B. W. Maturin, idem, pp. 81-82.)

    Em outras palavras, os elementos que compem a nossa personalidade so apenas foras que devemos usar para fins evolutivos e para o bem. De fato, isto se verificar quando a Alma, o verdadeiro Eu, tomar o controle de seu instrumento e o utilizar para o Servio da Humanidade e para os fins espirituais dela conhecidos.

    Nada h portanto, em ns, de perverso; h apenas uma atitude errada que nos identifica com o lado ilusrio e irreal da vida e que nos faz inevitavelmente cometer erros.

    11

  • j O mal, no sentido absoluto, no existe; existe apenas a ignorncia, a inconscincia e a falta de Luz.

    Portanto, quando um homem, depois de vrias experincias e do amadurecimento, desperta e toma conhecimento de sua verdadeira natureza e do verdadeiro e exato objetivo da existncia, nada deve destruir e sim apenas canalizar e reorientar suas energias e faculdades para o verdadeiro e exato objetivo, isto , para a Luz, o Progresso e o Bem da humanidade.

    Naturalmente, pode haver um perodo de luta e de conflito interior at que a vontade assuma o predomnio das energias pessoais, a fim de as dirigir e canalizar. Pode haver uma fase, at bastante longa, de represso e de disciplina, mas nunca de anulao e des-

    traio.

    ! Devemos ter claramente em mente, mesmo enquanto lutamos para nos dominar, que estamos apenas procurando dar nova ordem e novo encaminhamento a nossas foras psquicas.

    Muitos obstculos que, s vezes, surgem quando nos preparamos para o trabalho de autoformao tornam-se mais facilmente superveis, quando se tem conscincia dessa verdade.

    A autoformao uma tendncia natural do homem, visto que ele anseia espontaneamente por crescer e se desenvolver, como tudoo mais na natureza. a prpria lei da evoluo que o impele a este crescimento interior, que o conduz sempre a novas expanses de conscincia, ao amadurecimento, s conquistas, ao poder de expressar as suas mais altas qualidades e de dar realidade sua natureza espiritual.

    Disto nasce um sentimento de plenitude, de alegria e de harmonia. A desgraa do homem provm do seu encarceramento nas trevas da matria e do conflito inconsciente que dentro dele se desenvolve entre as foras involutivas e as evolutivas, quando sua verdadeira felicidade consiste na auto-realizao e na capacidade de expressar sua Alma nos trs mundos.

    Por isso a superao do eu inferior no uma rida renncia vazia nem a morte da personalidade.

    12

  • Desde que a morte, no sentido material, no existe, mas apenas uma passagem para outro plano de existncia; uma retirada da Alma, de um nvel mais exterior para um mais interior e mais sutil; no existe, portanto, destruio e fim de uma tendncia negativa nossa, mas apenas um retirar-se de um plano inferior e uma reorientao em direo mais elevada.

    O conhecimento deste fato ser de grande auxlio e favorecer a considerao mais serena e objetiva de todos os lados de nossa personalidade, os bons e os maus; de todos os nossos impulsos, desejos e tendncias, dando-nos a possibilidade de neles divisar as possibilidades latentes para o bem.

    Devemos utilizar tudo o que temos no ntimo: defeitos e virtudes, impulsos negativos e tendncias positivas, sublimando os primeiros, potencializando os segundos e seguindo assim o caminho natural do desenvolvimento e do crescimento.

    Deste modo, ser muito facilitada a tarefa de quem sente no ntimo a aspirao de se dominar, a fim de realizar seriamente um trabalho real e constante de autoformao.

    preciso identificar a meta final, manter elevado o ideal e tambm saber discernir qual o prximo passo e reconhecer os vrios graus da ascenso, antes de chegar ao pico.

    Boa parte dos insucessos na senda da autoformao tem sido causada justamente pelo senso de inadequao e de incapacidade que surge no nimo daqueles que o enfrentam com demasiado entusiasmo, propondo-se metas excessivamente rduas e longnquas, para depois perceber que lhe faltam foras e aptides para persegui-las.

    O aspirante espiritual sabe que a estrada longa e rdua e no tem iluses de poder percorr-la com agilidade e rapidez. Contempla a si mesmo desiludida e objetivamente, sabe reconhecer os limites das prprias foras e utilizar as prprias capacidades. No ignora, todavia, que deve seguir para a frente, que preciso percorrer a estrada sem pavores e sem hesitaes, com constncia, confiana e coragem, tendo sempre diante dos olhos da mente a divisa sem pressa e sem trgua, que o acompanhar passo a passo em direo Luz.

    13

  • 2.a L io

    As Bases da Autoformao

    Quem se dispe a iniciar um trabalho de autoformao, a primeira coisa que deve fazer deixar bem claro para si mesmo qual o fim que deseja atingir. Eis por que necessrio formar um ideal.

    Como pode uma pessoa melhorar a si prpria, reparar nas prprias deficincias, nos erros que comete, se no tem diante dos olhos um termo de comparao?

    Como podemos compreender que se imperfeito, quando se ignora o que a perfeio?

    preciso, portanto, prefixar uma elevada meta a ser conquistada passo a passo, um ideal ao qual se inclinar, para tentar conformar-se com ele.

    Naturalmente o ideal da perfeio pode ser diverso, de pessoa para pessoa, por apresentar qualidades e notas diferentes, segundoo temperamento de quem o escolhe.

    Um mstico, por exemplo, desejar ser santo, um temperamento cientfico desejar ser um benfeitor da humanidade no campo da

    15 ; i

  • cincia, um artista tentar com todas as foras tornar-se um luminar no campo mais sublime da arte, e assim por diante.

    Todavia, preciso ter bem claras algumas idias e acima de tudo as seguintes: o ideal que nos devemos propor ser espiritual e no terreno e pessoal e deve ter em si qualidades espirituais e qualidades anmicas.

    Neste ponto, parece-me oportuno uma parada e a abertura de um parntese, a fim de indicar as qualidades da Alma.

    Sabemos que a Alma, ou Eu Superior, tem trs aspectos:

    Vontade Pai.Amor Filho.

    Atividade Inteligente Esprito Santo.Todavia, tais aspectos e qualidades no se assemelham a ns,

    que vivemos imersos na personalidade; ns os concebemos, mas como de outra natureza, mais ampla, impessoal, universal e unitria.

    A Vontade da Alma no a da personalidade, limitada, egosta, ambiciosa, afetada, e sim dinmica, ampla, libertadora e altrusta: a Vontade do Bem.

    O Amor da Alma nada tem a ver com o sentimento pessoal que conhecemos e que faz vibrar nosso corpo emotivo; uma radiao vivificante, magntica, que d o sentido da unidade, da universalidade, da conscincia de grupo, da compreenso completa e do poder de identificao com outros seres humanos e com tudoo que faz parte da criao. No possessivo, no exclusivo, no limitado, no pede reciprocidade, mas expande-se como um calor vivificante, como uma nascente natural.

    Ele oferece o poder de compreender, de intuir, de vibrar em unssono com tudo o que existe.

    O lado ativo da Alma sobretudo o da criatividade e da sabedoria. uma luz vivida e radiante, lmpida e clara. A mente da Alma no raciocina: sabe. No conhece: intui. , acima de tudo, Luz.

    16

  • Todavia, sinto que aqui esto nada mais que palavras, as quais no conseguem dar expresso beleza, harmonia, plenitude das qualidades da Alma que aqui procuramos em vo definir. Empenhamo-nos em imaginar quais so e nesse esforo nos elevamos at que, com o tempo, e depois de vrias fases de purificao, nos possamos sintonizar conscientemente com a vibrao Anmica e ter a revelao de sua verdadeira natureza. Saberemos realmente como a Alma s quando entrarmos em contato com ela.

    At ento, devemos fazer o possvel para dar ao nosso ideal todas as qualidades espirituais, as mais sublimes que nos venham imaginao, bem como as mais elevadas, as mais impessoais e as mais altrustas que nossa mente possa conceber.

    Este ideal, ainda que para cada um de ns possa assumir uma linha particular, dever possuir as qualidades espirituais fundamentais comuns a todos os demais ideais acerca da Vontade, do Amor e da Inteligncia da Alma.

    Devemos, alm disso, saber que nossa personalidade, a qual trplice (corpo fsico-etrico, corpo emotivo e corpo mental), deve atingir tal ponto de requinte e purificao que se possa tomar um perfeito canal para as trs energias da Alma, exatamente do seguinte modo:

    o corpo mental deve refletir a Vontade da Alma. o corpo emotivo deve refletir o Amor da Alma.

    o corpo fsico-etrico deve refletir a Atividade inteligente da Alma.

    Portanto, como disse na lio precedente, nada devemos destruir de nossa personalidade; devemos apenas requintar, purificar, sublimar.

    As trs energias da personalidade (etrica, emotiva, intelectual), so apenas o reflexo degradado das trs energias da Alma.

    Devemos ter sempre presente este fato.O ideal que devemos atingir, portanto, no deve ser vago e

    impreciso, mas bem definido, sob todos os seus ngulos. Em outras

    17

  • palavras, deve ser a imagem do verdadeiro Honiem, daquilo que ns realmente somos em potencial. evidente, portanto, que aquilo que propomos no nada de utpico, de ilusrio, de efmero, mas algo de eminentemente concreto e positivo.

    Parece absurdo, mas devemos nos tornar aquilo que realmente somos.

    Como dissemos em outra ocasio, devemos dar expresso ao que jaz latente, nossa verdadeira natureza espiritual, ao nosso ver-

    i dadeiro eu, Alma.Esclarecida a meta e definido em termos precisos o ideal a

    | atingir, devemos ver concretamente o que havemos de fazer para : conseguir tal fim.| Em primeiro lugar, devemos fazer, por assim dizer, um balano,

    o mais possvel prximo realidade, de nosso grau evolutivo, de nosso temperamento psicolgico e das condies dos veculos da nossa personalidade; em segundo lugar, devemos preparar um programa pormenorizado do trabalho a ser realizado.

    Um balano, ainda que sinttico, necessrio para que compreendamos quais as nossas maiores deficincias e quais, ao contrrio, os pontos sobre os quais podemos aplicar a alavanca.

    Devemos, por exemplo, procurar determinar se somos predominantemente introvertidos ou extrovertidos; ou melhor, se tendemos mais a nos voltar para o interior de ns mesmos, a refletir, a dar mais importncia ao nosso mundo subjetivo do que ao objetivo; ou se somos inclinados a expanses dirigidas ao exterior, a agir, a ob-

    j servar o mundo que nos circunda, etc.j Alm disso, devemos poder especificar qual o veculo de nossa personalidade (o etrico, o emotivo ou o mental) que mais se de- | senvolveu e amadureceu e conseqentemente, que podemos usar mais ! amide. Compreenderemos tambm nossa polarizao, isto , em | que veculo focaliza-se predominantemente nossa conscincia.I Devemos, enfim, ter um quadro bastante claro de ns prprios,| embora traado somente nas grandes linhas, para poder dar incio J obra de formao verdadeira e prpria.

    1 18 |

  • A primeira coisa que faremos tratar da purificao, que, na realidade, uma obra de preparao de terreno, de beneficiao, ou melhor, de liberao dos impedimentos, impurezas e defeitos.

    Que significa, na realidade, purificar?Literalmente significa tomar-se puro, lmpido, claro, asseado,

    liberar-se das impurezas, das escrias.Quando se quer extrair o metal puro de uma substncia bruta,

    submete-se esta ltima a vrias operaes qumicas, at que toda a escria se destaque, se aparte e se queime.

    Ns tambm, em certo sentido, devemos descobrir o metal puro, o ouro dos alquimistas, ou melhor, nossa verdadeira individualidade, nosso Eu verdadeiro; e deste modo, pouco a pouco, aprendemos a discernir em ns mesmos o que real e o que irreal; o que pertence ao Eu, e o que pertence ao no-eu; mas preciso submeter-se ao cadinho da purificao.

    Os trs veculos da personalidade, como j foi dito acima, devem respectivamente espelhar a qualidade da Alma. As substncias que compem estes trs corpos pessoais devem ser eliminadas e finalmente substitudas por energias Anmicas. Por enquanto isto remoto; devemos agora contentar-nos com uma meta mais prxima, ou antes, a de tomar estes trs veculos lmpidos, claros e puros, por meio do refinamento das substncias que os compem.

    A esta altura, necessariamente, surgem algumas perguntas: o que significa realmente impureza? O que toma impuros os trs corpos da nossa personalidade?

    Se considerarmos cada um dos veculos como um conjunto de energias, a impureza significar: "vibrao baixa, lenta.

    Cada corpo (ou veculo) da nossa personalidade subdividido em sete subplanos ou sete gamas vibratrias.

    Quando um homem pouco evoludo, apenas as mais baixas gamas vibratrias de seus veculos esto em movimento.

    Se traduzirmos a palavra vibrao em termos psicolgicos, teremos qualidade, tendncia, caracterstica, etc. De fato, se um homem tem qualidades negativas, ou melhor, defeitos, falhas,

    19

  • atitudes errneas, etc., suas vibraes psquicas sero baixas, ao passo | que se tem qualidades positivas, tais como virtudes, valores, aspira

    es superiores, suas vibraes sero mais elevadas e freqentes.A todos os nossos veculos correspondem qualidades e carac

    tersticas particulares e, de fato, os trs veculos da personalidade podem ter defeitos e virtudes prprias.

    j Portanto, a primeira coisa que deveramos fazer seria uma anlise que examinasse nossos defeitos e valores, procurando depois

    j decidir a que veculo seriam atribuveis.Assim poderemos perceber qual de nossos trs corpos o mais

    I puro e elevado e qual o mais impuro.Saberemos assim qual a vertente de nossas maiores dificul-

    | dades e qual o ponto em que temos vantagens e sobre o qual po- ; demos nos apoiar.

    A purificao por isso uma obra de refinamento das vibraes de qualquer dos trs veculos, isto , a eliminao dos defeitos, dos lados negativos de cada um e de sua substituio pelas qualidades e virtudes correspondentes.

    As pessoas comuns, quando ouvem falar de impureza, geralmente ligam o termo apenas ao lado fsico e instintivo do homem, ao passo que podem existir impurezas muito mais graves e nocivas no campo das emoes e do pensamento.

    Eis por que penso ser muito importante compreender bem o que significa pureza fsica, pureza emotiva e pureza mental, e para tanto preciso esclarecer quais so as maiores impurezas do:

    | 1) corpo mental (inferior),2) corpo emocional,3) corpo fsico-etrico.

    Existem duas espcies de impureza:; a) as prprias aos vrios veculos,j b) as derivadas das influncias de outros veculos ou do ex

    terior.

    20

  • A impureza propriamente dita a que se encontra num dado veculo por efeito das vibraes baixas e grosseiras e de carncia de refinamento da substncia que o compe; essas vibraes transformam-se sem demora em defeitos, negativismo, falhas e atitudes errneas, etc.

    As impurezas derivadas so as nascidas da influncia de outros veculos ou de energias provenientes do exterior, que provocam uma mescla hbrida de vibraes. Naturalmente, referimo-nos aqui s influncias negativas e impuras e no s boas e positivas.

    igualmente verdade que os veculos (ou corpos) da nossa personalidade no deveriam funcionar separadamente e que deveria haver uma cooperao harmnica e um intercmbio contnuo de energias, o que deveria provir de modo controlado e direto do veculo superior, que a mente, a qual deveria naturalmente ser purificada e desenvolvida adequadamente. Acontece geralmente que, ao contrrio, h uma influncia recproca entre os trs veculos, mas no em sentido positivo. Por exemplo, os instintos (cuja sede fica no etrico) podem influenciar as emoes, suscitando paixes e desejos, que influenciam at a mente, a qual ser, nesse caso, empregada para conseguir o desejo e estar, portanto, sujeita ao instinto.

    No apenas um veculo inferior pode influir negativamente no superior, mas tambm o superior pode aumentar a impureza do inferior. Por exemplo, o dio a uma dada pessoa pode ser acrescido pela mente produtora de orgulho, separao, pensamentos de crtica maldosa, etc.

    Considerando, portanto, que em todos os veculos existe impureza prpria (devida prpria natureza da substncia que os compe), e tambm impureza derivada, cabe-nos observar e analisar a fim de verificar se os defeitos humanos derivam do grau evolutivo de um dado veculo, ou do funcionamento errado desse veculo.

    Na personalidade harmnica e equilibrada o veculo superior domina o inferior, no o influencia negativamente e no por ele influenciado.

    21

  • 1Surge naturalmente uma pergunta: Ser meltior comear a pu

    rificao do exterior ou do interior?

    Em outras palavras: iniciar-se- a obra de purificao do mundo psquico ou do fsico?

    H uma grande diferena entre pureza exterior e pureza inte-i rior; visto que a primeira uma coisa francamente fsica e material,I possvel consegui-la pela simples obedincia s regras de higiene e

    limpeza, ao passo que a segunda, pelo seu carter psquico, e portantoI energtico, pressupe a aquisio de uma srie de qualidades morais, alm da superao do egosmo.j A verdadeira pureza a interior, e dela se consegue esponta- ( neamente a exterior. Por isso seria lgico que comessemos do | interior para atingir o exterior.

    Todavia, no sendo fcil conhecer a mais profunda camada de ns mesmos, raramente se aconselha que se tome como ponto de

    | partida o elemento mais fcil de conhecer, para qualquer de ns,, ou o veculo para o qual sentimos mais necessria a purificao e j a nova ordem.j Pode acontecer que, de incio, aflore na anlise apenas um ! defeito ou um s ponto negativo, o que constitui o maior obstculo ! e problema para ns. ento nesse defeito que se deve trabalhar,

    antes de comear a considerar a personalidade inteira.

    Devemos ter sempre presente, no entanto, que a verdadeira ei real pureza tem um significado muito profundo, visto que se refere ! ao que a determina: Se o incentivo ao nos trs mundos provm j do desejo pessoal, se a ao foi realizada por meio do uso da mente- inferior, ento sua caracterstica ser a impureza. ( Trattato diI Magia Bianca, de Alice Bailey, p. 292.)

    medida que nos adiantamos no caminho da purificao, per- cebemos que preciso investigar sempre mais profundamente, a fim ! de alcanar a origem de nossos atos, sentimentos, pensamentos e do ! impulso que realmente os causou, do mvel que est atrs das apa- ; rncias exteriores; s assim descobriremos a verdade e saberemos

    22

  • discernir o puro do impuro. Eis o motivo pelo qual uma das qualidades fundamentais que nos aconselham a cultivar o discernimento, isto , a faculdade de avaliar, julgar e separar o real do irreal, o justo do injusto e o verdadeiro do falso.

    Ao mesmo tempo que o discernimento, devemos desenvolver cada vez mais o senso moral, ou antes, a capacidade de compreendero que bom, justo, verdadeiro, construtivo e o que mau, nocivo e injusto.

    Nem todos tm o senso moral igualmente desenvolvido e po- der-se-ia julgar o grau de desenvolvimento de um homem pela sua maior ou menor amplido e profundidade.

    Em nossa prpria profundidade jaz a verdade. Ningum mais poder descobri-la, a no ser ns mesmos. Os outros s podem julgar do exterior, das aparncias. Um ato pode ser julgado bom pelos outros, embora suas razes mergulhem na ambio e no interesse. S ns mesmos, frente nossa conscincia, podemos saber qual foi o mvel do nosso ato.

    A exterioridade, portanto, nada vale; no conta que nos creiam bons, sbios, justos e afetuosos, se confrontados com a prpria Alma reconhecemos que ela abriga egosmo e ambio.

    A verdadeira pureza, portanto, fato interior, conquista interna.Eis por que iniciaremos com o exame da purificao mental,

    pois como um homem pensa, assim ele ; devemos, portanto, comear por purificar o modo de pensar, a fim de poder pouco a pouco agir sobre os demais veculos elevados e levar a Luz e a Pureza a toda a Personalidade.

    Questionrio

    1. Tem clara a meta a alcanar na sua autoformao?2. O fim da vida manifestar na personalidade as qualidades da alma.

    Saber dizer quais, segundo seu modo de ver, seriam essas qualidades?3. Qual dos trs veculos de sua personalidade lhe parece o mais desen

    volvido e qual o menos?4. Qual o mais purificado e requintado e qual o menos?

    23

  • I 5. Qual dos trs corpos apresenta para voc maiore obstculos e difi-! culdades?

    6. Qual o que voc domina menos?7. O que significa impureza?8. Que significa, segundo seu modo de ver, a purificao?9. Por que se diz que a verdadeira pureza interior?

    10. Que significa mvel justo?11. Acredita ser predominantemente extrovertido ou introvertido?

    iji

  • 3.a L io

    A Purificao Mental

    Antes de iniciar o exame da purificao mental, faamos uma pausa, a fim de considerar um pouco a composio do corpo mental do homem.

    Por corpo mental entendemos o conjunto de princpios intelectuais, assim como pelas palavras corpo emotivo entendemos o conjunto de energias e qualidades afetivas.

    O corpo mental tem vrios nveis e gamas vibratrias, como alis os demais veculos da personalidade, mas quanto a este h uma diferena muito importante. Os nveis dos outros corpos da personalidade (sete, para cada pessoa) pertencem todos ao plano da personalidade, ao passo que dos sete nveis do corpo mental, os primeiros trs (os superiores) pertencem ao plano da alma e os ltimos quatro (inferiores) pertencem personalidade. Os trs superiores so chamados globalmente pelo nome de corpo mental superior, e os quatro inferiores corpo mental inferior ou concreto.

    Isto poderia levar a crer que a mente do homem forma um todo nico com a Alma, mas o caso no este.

    25

  • Na realidade, entre a mente inferior e a superior existe uma como que interrupo, uma ciso, que o homem dever pouco a

    , pouco preencher, lanando do nvel mais baixo, do antakharana, uma j ponte cuja construo requer trabalho longo e difcil, mtodos e (tcnicas de meditao, desenvolvimento mental e ampliaes que ainda se situam muito longe do homem comum.

    Por que existe esta ciso?O homem, quando pensa, usa, geralmente, os ltimos dois n

    veis, ou planos inferiores do corpo mental inferior ou, precisamente,o stimo e o sexto, deixando de utilizar e portanto atrofiarem-se0 quarto e o quinto nveis.

    S quando comea a desenvolver-se a capacidade de raciocnio | abstrato, a ampla e impessoal inteligncia do sbio ou do filsofo, |e quando a mente comea a libertar-se das impurezas, incrustaes je limitaes, que principiam a vibrar o quarto e o quinto planos ; inferiores e comea a construir-se o antakharana.

    Somos ligados Alma por meio do fio de vida (sutratma), :o qual d vitalidade, energia e existncia personalidade, porm 'no o conhecimento, a conscincia e a percepo intelectual do plano anmico.

    ! Por meio do sutratma, que atravessa os trs veculos da perso- jnalidade, podemos chegar a um rpido vislumbre, a uma viso fu- jgitiva do esplendor da Alma, em momentos de elevao e de aspi- irao ardente; o contato so, consciente e duradoro, porm, s nos ser possvel depois de construda a ponte entre a mente inferior !e a superior.

    1 Tal ponte deve ser construda desde os alicerces.

    i No posso por ora alongar-me neste assunto porque seria prematuro e esconde, sob sua simplicidade aparente, todo um trabalho longo e complicado, uma tcnica de meditao, um grau evolutivoque ainda nos falta alcanar, iJ Ocupar-nos-emos aqui da mente inferior, que deve ser purificada e dominada e, em todo o caso, desenvolvida.

    |z6

  • O nvel superior do mental, onde residem a intuio, a razo pura e o mundo das idias abstratas, deve ser por ora deixado de parte.

    Durante a presente lio utilizaremos, uma vez ou outra, o termo mente para referirmo-nos ao corpo mental inferior.

    O problema da mente demasiado vasto e complexo e no temos a presuno de exauri-lo num estudo breve como o presente.

    Procuraremos tocar os pontos principais e apresentar as linhas gerais sobre as quais qualquer pessoa poder refletir mais profundamente, medida que prossegue no caminho da formao espiritual.

    Antes de examinar quais so os obstculos, defeitos e impurezas que podem ser encontrados na mente, procuremos verificar qual deveria ser o seu verdadeiro objetivo e a sua verdadeira natureza.

    No que toca personalidade, a mente deveria representar o fator dirigente, o ponto a partir do qual deveria proceder o governo e o controle das energias pessoais. preciso no esquecer que a mente representa o reflexo da Vontade espiritual na personalidade.

    Em relao ao mundo objetivo, a mente deveria funcionar como rgo de conhecimento, transformando as sensaes que chegam a ns, transmitidas do mundo externo por meio dos cinco sentidos, sob a forma de conceitos, idias, raciocnios, etc.

    Alm destas deve haver uma outra funo da mente, ignorada da maioria; a de voltar-se para o interior, para o que elevado, a fim de conhecer o mundo das causas e dos significados, captando as idias que descem ao plano da Alma.

    Na realidade, a mente tem natureza dualstica e por isso pode voltar-se para o interior e para o exterior.

    comparvel a Jano bifronte, que tem um rosto voltado parao mundo das formas, para as manifestaes, e outra face voltada para o mundo interno, subjetivo.

    O homem, todavia, utiliza quase exclusivamente o rosto voltado para o exterior e isto de modo errado, pois ele cr real aquilo que

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  • ilusrio e no consegue passar alm da forma' objetiva, No que j diz respeito personalidade, de mais a mais, nem sabe utilizar a

    mente como fator dirigente, deixando-se dominar pelos instintos e : paixes permitindo at que a mente a estes se subordine.

    A mente, se utilizada apenas para o exterior, pode constituir-se

    num grande problema para o homem e mesmo num imenso obstculo.

    Na Voz do Silncio est escrito: A Mente a grande destrui- dora do Real, isto , ela, com sua atividade contnua, com seus raciocnios capciosos, faz com que identifiquemos a realidade com

    I o mundo ilusrio que conhecemos pelos sentidos, produzindo uma espcie de nvoa que impede o livre fluxo da intuio.

    j a natureza dualstica da mente que produz a iluso, pois a| mente ou apresenta ao homem as chaves do reino dos cus ou lhej bate na cara a porta que o poderia admitir s realidades espirituais.I A mente concreta causa de muitos males para a humanidade. (A.I A. Bailey, Trattato di Magia Bianca, p. 691.)j Portanto, se no aprendermos o verdadeiro objetivo e uso da | mente ao invs de ver nela um grande auxlio, o qual nos po- deria conduzir soleira do Reino dos Cus teremos uma srie

    de dificuldades e problemas difceis de superar.Todavia, na presente fase de evoluo, todos temos ainda que

    resolver muitos problemas de natureza mental e muito que nos desenvolver.

    Vejamos agora quais so os pontos a examinar, no que toca j mente.j A primeira coisa que devemos tentar compreender, por meio ( da auto-anlise, so as dificuldades e falhas de nossa mente, conse- j qentes do escasso desenvolvimento ou talvez derivadas de um de- j senvolvimento errneo e da falta de purificao.

    Existem, naturalmente, vrios graus de desenvolvimento mental e no podemos pretender ter atingido eficincia completa e o ponto mximo da evoluo mental; pode at dar-se o caso da nossa mente

    28

  • estar em nvel evolutivo inferior ao dos outros dois veculos da personalidade, donde deriva sua nenhuma liberdade, sua falta de domnio e limpidez e sua situao continuamente ligada, subordinada e ofuscada por influncias instintivas e emotivas.

    Devemos, portanto, reconhecer com objetividade o grau de desenvolvimento de nossa mente a fim de poder agir com oportunidade.

    Existem at pessoas de mente embrionria, que utilizam predominantemente o corpo emotivo. Seu problema, portanto, exorbita do que tratamos na presente lio, o qual tem a ver com a purificao mental; mas este ser o mesmo que desenvolvimento mental.

    Trataremos agora das mentes que tm certo grau de desenvolvimento e tentaremos determinar quais podem ser os defeitos principais do corpo mental inferior.

    Como vimos na lio precedente, podem existir em cada veculo da personalidade, impurezas prprias e impurezas derivadas, e o mesmo acontece tambm na mente.

    I. As impurezas derivadas, isto , as influncias dos outros corpos pessoais sobre a mente so causadas pelo escasso desenvolvimento do veculo mental, em confronto com os outros dois. Por esta razo, como ficou dito acima, o pensamento deixa de ser lmpido e livre e toma-se confuso com elementos emotivos e instintivos. Pode-se at dizer que no existe o pensamento em si e sim um estado misto designado pelo termo snscrito t,kama-manas> (kama = desejo; manas mente).

    A maior parte da humanidade est neste estado kama-man- sico e no sabe, com efeito, distinguir entre pensamento, emoo ou impulso instintivo, tanto esto eles enleados, mesclados e confusos na sua psique. A maior parte das pessoas usa a mente s nas ocasies em que devem estudar, analisar um argumento difcil ou resolver um problema, e isso mesmo com esforo e por tempo limitado; permanecem geralmente imersas num estado passivo e confuso, no qual a mente apenas um instrumento que registra os estmulos que lhe so transmitidos por meio das sensaes, mas sem formular raciocnios, idias e conceitos.

    29

  • Poucos so os que sabem pensar. '

    Tal declarao pode parecer demasiado pessimista, o que na realidade no , pois o que nos impede o pensamento a prpria vida moderna, com sua atividade incessante, sua extroverso excessiva e seu ritmo agitado. Passamos de um estado de extroverso e atividade, voltados para o mundo fsico, a um estado, de tranqilidade semelhante a uma condio de sonho e ausncia de pensamento durante o qual, com o pretexto de que estamos cansados e temos necessidade de repouso, procuramos nos distrair com divertimentos ou leituras superficiais.

    Muito poucos so os que amam o pensamento, a leitura, o estudo, ! a reflexo e que usam sua mente e utilizam suas faculdades mentais.

    Voltando, portanto, ao argumento, as maiores impurezas mentais so devidas s influncias emotivas instintivas, pois no sabemos desenredar a mente daquilo que a entrava, para tom-la dinmica,

    | viva e eficiente.

    Se reconhecermos sinceramente, com uma auto-anlise, que ! temos uma mente ainda kama-mansica, e se s conseguirmos pensar

    com esforo e fadiga, devemos tentar desenvolver aos poucos o apa- relhamento mental, ou melhor, utiliz-lo mais, pois a mente se desenvolve com o uso. preciso tratar de ler, de estudar, pelo menos

    | uma hora por dia, um livro que estimule nosso mecanismo de pensar e que nos faa refletir. preciso cultivar o recolhimento, a solido,

    I pelo menos durante um certo espao de tempo, todos os dias.

    1 S na solido aprende-se a pensar, j

    Na realidade, nesta fase kama-mansica * trata-se de fortalecerI e ativar a mente, ainda mais do que de purific-la, visto que, aoI tomar-se mais positiva e eficiente, ela saber libertar-se das nvoas

    da emoo e dos vnculos do instinto.II. No que toca impureza propriamente dita, devemos dis

    tinguir duas espcies:; a) a comum a todas as mentes.| b) a particular, conforme o temperamento do indivduo.

  • Vejamos primeiro a impureza comum a todas as mentes.No incio desta lio afirmamos que a mente inferior pode

    constituir um grande problema para o homem e, na realidade, assim .

    Quando o homem comea a se polarizar mentalmente, ou melhor, a identificar a conscincia do seu eu com essa polarizao, sobrevm uma modificao muito sensvel em sua atitude interior.

    Antes, enquanto predominava o corpo emotivo, a conscincia do eu, como entidade separada e individualstica, era antes dbil e incerta, visto que a polaridade emocional era vaga e flutuante e tornava imprecisos os limites e contornos da personalidade. A pessoa emotivamente polarizada estava aberta a todos os influxos e oscilava continuamente entre vrios estados psquicos, carecendo portanto de fisionomia individual muito precisa e de uma conscincia do eu pessoal bem delineada e firme.

    Ao contrrio, ao passar para a polaridade mental, a primeira coisa que a pessoa descobre que um eu separado, um ser pensante. O cogito ergo sum, de Descartes, significa talvez isto mesmo: se penso, eu sou, colocando a importncia sobretudo no fato do eu sou, no ainda no sentido espiritual, mas no pessoal e separador.

    O reconhecimento do eu, como entidade separada, como um, no algo de mau por si s, ou algo de nocivo; , ao contrrio, um progresso, se confrontado com a vaga conscincia da massa, mas deveria ser um estgio de passagem para aprofundamentos ulteriores, um grau na ascenso para o reconhecimento de que o eu , na realidade, uma entidade bem definida e precisa, mas tambm algo de divino e comum a todos os homens, presente em todos os indivduos, alm de ser um fator interno que os confraterniza e os funde num sentimento de unidade subjetiva.

    Mas o homem, ao encontrar-se frente descoberta da prpria individualidade , de incio, invadido por um sentimento de orgulho infinito, de fora e superioridade, visto que acredita ser o nico a sentir a vida e ter a percepo da prpria existncia, e se sente diferente, isolado, separado dos demais.

    31

  • Surge ento a insdia oculta na mente: o sntimento da sepa- rao. Dela derivam todos os defeitos, impurezas e erros que trans

    formam a mente num mecanismo perigoso e num poderoso obstculo, que o aspirante espiritual deve saber superar e transformar.

    Eis porque todas as mentes com um certo desenvolvimento, mas ainda no purificadas e iluminadas, possuem como defeito fundamental a separao, que suscita o egosmo, o orgulho, a presuno, a ambio, a crtica, a dureza, a intolerncia, o desprezo e todas as impurezas que tm como perspectiva a conscincia errada de sentir-se diferente, separado, superior em relao aos outros homens.

    : A mente concreta sempre egosta, egocntrica e expressa a ambio pessoal que traz dentro de si o grmen de sua destruio. (A. A. Bailey, Trattato di Magia Bianca.)

    O homem, no entanto, deve necessariamente passar atravs da j fase do desenvolvimento da mente inferior e atravessar o estgio da ! polaridade mental, mas se tem conscincia dos perigos, das insdias

    ocultas, saber mais facilmente afront-las e super-las.

    | O aspirante espiritual deve saber que sua tarefa a de desen- ! volver a mente, de tornar seu aparelhamento mental mais eficienteI e mais poderoso e, ao mesmo tempo, deve conhecer os perigos, as

    dificuldades que surgem do desenvolvimento mental, a fim de sab-los evitar com sabedoria, equilbrio e discernimento, no negligenciando o cultivo do amor no seu corao, a compreenso do prximo e a pureza de motivos.

    Pouco a pouco aprender a utilizar a mente, e mesmo a volt-la para o interior, tomando-a um verdadeiro instrumento da Alma, que tenta comunicar-se com a personalidade.

    ! Vejamos agora as impurezas mentais particulares, ou melhor, as devidas ao particular tipo psicolgico, nota e ao raio de uma

    ! dada mente.As mentes, de modo geral, so de trs tipos:

    1) a mente de tipo cientfico (V Raio);

    32

  • 2) a do tipo que harmoniza os opostos (IV Raio);3) a do tipo filosfico (III Raio).

    Cada um destes tipos mentais tem suas caractersticas, suas qualidades e seus defeitos, bem como seu modo particular de conceber idias, de raciocinar, alm de seu funcionamento especfico,o qual diverso do de outros tipos.

    Trataremos agora dos defeitos e dos lados negativos e impurezas de cada um destes tipos de mente.

    1) A mente do tipo; assim chamado, cientfico (V Raio) muito analtica, profundamente aguda, alm de observadora; volta-se para o estudo do mundo objetivo, dos homens e dos fenmenos da natureza, desejosa de descobrir as causas que esto subjacentes s coisas.

    Destas atitudes tpicas derivam, quando a mente pertence a um homem no ainda purificado e iluminado na Alma, os seguintes defeitos: criticismo, presuno, preconceitos, prejulgamentos, cristalizaes, fechamentos, formalismo, rigidez mental, tendncia a julgar desapiedadamente, desprezo pelo prximo, incompreenso, intolerncia, exagerado esprito analtico, falta de senso psicolgico, materialismo, dureza.

    Todos estes defeitos e erros, afinal, derivam da atitude particular desta mente, a qual tende a procurar a verdade por meio da anlise e da observao do mundo externo, da vida da forma e dos fenmenos objetivos.

    Um homem suficientemente evoludo, quando possui este tipo de mente, dela se serve para alcanar alm do mundo dos fenmenos, descobrir causas, conhecer cientificamente as leis espirituais e a vida da Alma.

    Tais atitudes ocorrem sempre que desperta no homem a intuio e que h um contato com o Eu Superior. Nos menos evoludos, ao contrrio, a mente deste tipo produz as impurezas acima mencionadas, as quais, naturalmente, podem ser mais ou menos acentuadas e modificadas pelos outros elementos da personalidade.

    33

  • | 2) A mente do tipo da harmonia entre opostos (IV Raio),! bastante complexa, visto que, antes de atingir a harmonia, passa

    atravs de um conflito, que naturalmente produz uma srie de erros de atitude, de confuses e de crises.

    A meta seria poder ver mentalmente os dois lados de toda questo e de toda verdade, sabendo fundi-las numa unidade superior que as inclui a ambas. Mas exatamente essa tendncia fundamental de ver as coisas dualisticamente que degenera em dvida, incerteza, luta contnua, oscilao e inconstncia, alm da falta de princpios sos e conceitos claros.

    Com efeito, a impureza fundamental deste tipo de mente provm de tais oscilaes contnuas entre dois princpios. Eis por que

    j encontra-se freqentemente neste tipo de mente rebelio contra prin-i cpios morais e mesmo uma espcie de amoralidade, pois falta-lhe o

    senso do bem e do mal, do justo e do injusto. Alm disso, incapaz j de julgar os outros, por falta de domnio, anticonvencionalismo, excentricidade, originalidade e tendncia espontnea a submeter-se j s influncias de todo gnero no campo intelectual.j Acrescente-se a tudo isto, contnuos conflitos interiores, fre- qentes crises, dvidas profundas, pois naturalmente uma tal atitude

    mental no pode produzir a serenidade e a sabedoria, que so conseguidas pelo discernimento e pelo equilbrio, mas apenas desgraa, sofrimento e agitao incessante.

    Somente a harmonia e a fuso dos opostos numa verdade nica e mais elevada podero dar equilbrio e calma a este tipo de mente.

    3) A mente do tipo, assim chamado, filosfico (III Raio)I um tanto difcil de compreender, pois h muito destaque entre os j defeitos e qualidades que-pode produzir.! , antes de tudo, uma mente viva e ativa, mesmo quando per-| tence a um indivduo pouco evoludo, mas sua caracterstica prin- : cipal a falta absoluta de senso concreto e prtico.I um tipo de mente que se move, pensa e vibra s pelo prazer

    de utilizar a matria mental, de "raciocinar, embora no vazio e sem objetivo, com argumentos inteis, e sem sentido.

    ii

    34

  • Desta tpica atitude nascem no poucos defeitos em homens menos evoludos; por exemplo, a astcia, a tendncia ao equvoco e fraude, s trapaas, insinceridade, falsidade, falta de senso do concreto, ou de concentrao, inconstncia, incapacidade de terminar uma coisa comeada, falta de bom senso, etc. Em outras palavras, se tal tipo de mente pertence a uma pessoa no ainda desperta para a espiritualidade, ainda egosta e impura, haver a sujeio da inteligncia aos objetivos egostas e de separao da personalidade.

    Se uma tal mente, ao contrrio, iluminada pela intuio, temos o filsofo intuitivo, o matemtico abstrato, o homem de pensamento e de estudo. Em suma: ser a utilizao mais fcil da mente e a manipulao das idias em seu melhor sentido.

    Como fcil perceber, cada qual poder descobrir, a partir dos prprios defeitos mentais, as causas que os produziram, o tipo particular de sua mente e, portanto, poder passar a agir sobre ela de modo adequado, pois, naturalmente, o modo de corrigir e purificar uma mente do tipo cientfico ser diverso do que se deve utilizar para os outros dois tipos de mente.

    Efetivamente, os defeitos da mente do V Raio, que provm da excessiva identificao com a forma, com o mundo objetivo, modificam-se, com a tentativa de desenvolver a intuio, a sensibilidade psicolgica e, alm disso, procurando equilibrar a dureza da mente e sua escassa plasticidade com exerccios prprios para o desenvolvimento da imaginao e da fantasia. A mente deste tipo, alis, geralmente pertence a um indivduo pouco desenvolvido emocionalmente, carente de amor e de afeto; portanto, dever ser desenvolvido e mais utilizado o seu corpo emotivo, que certamente, nestes casos, reprimido ou embrionrio.

    Para a mente do IV Raio, ao contrrio, ser preciso sobretudo autodomnio e depois o desenvolvimento da sabedoria, do equilbrio e do discernimento.

    preciso, alm disso, cultivar a calma e a serenidade interiores, a fim de que, ao surgir um conflito, possa observ-lo com olhar

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  • j desligado e sereno e saiba esperar que se resolva, sem participar e j sem lanar-se insubordinadamente na luta. Ser necessrio elevar-se ; ainda mais e quando se apresentar uma dualidade que deve ser re

    solvida, melhor ser esperar, aguardar que nessa mente se apresente uma terceira alternativa que inclua as duas outras, fundindo-as todas.

    Quem tem mente do III Raio, parece-nos que deve agir segundo ; seus motivos e cuidar para que sua inteligncia se volte para o bem

    e para o justo, e nunca para objetivos egostas, ociosos e improdutivos. Ser necessrio habituar-se a dominar at a vivacidade do

    : pensamento, concentrando na escolha, propositalmente feita, dos as- suntos sobre os quais ser preciso refletir e pensar.

    A pessoa dever tomar-se mais ativa, mais concreta e criativa j e procurar dar realidade prtica ao pensamento, em vez de o manter ; num plano de abstrao intil e at prejudicial. Todavia, sendo o

    defeito principal deste tipo de mente, como acima dissemos, a im- | pureza dos motivos, a primeira coisa a cuidar ser tentar superar j a tendncia de servir-se da mente para fins egostas e enganosos,I aproveitando-se da ingenuidade de outros.

    Eis por que a purificao mental procura principalmente que as pessoas conheam quais as impurezas e defeitos que se podem encontrar na prpria mente, pois, como vimos, podem ser mltiplas as origens da falta de pureza do aparelhamento mental.

    preciso reconhecer igualmente que no fcil agir sobre a mente, pois a atual fase evolutiva da maior parte da humanidade cr que o princpio mental o mais alto que se conhece, sendo, portanto, difcil encontrar ponto de apoio superior donde observar

    | o aparelhamento intelectual e agir de acordo com as observaes, j Naturalmente mais fcil trabalhar com o corpo emotivo e | com o etrico, pois podemos nos elevar acima deles, focalizando a | ateno na mente.i Todavia, embora reconhecendo a dificuldade deste trabalho de j purificao mental, devemos tentar realiz-lo, visto que da mxima j importncia conseguir a pureza do pensamento. Desta provm a pu- : reza dos demais veculos e das nossas aes. O pensamento mais

    36

  • cedo ou mais tarde se traduz em atos, eis por que se diz: Como um homem pensa em seu corao, assim ele .

    Procuremos, igualmente, refletir conscienciosamente durante um certo espao de tempo, todos os dias, e recolher-nos para tentar analisar o funcionamento de nossa mente e verificar, sobretudo, se suficientemente desenvolvida ou no, e se nela se encontram impurezas provenientes dos outros veculos (o que certamente encontraremos) e se, alm disso, existem impurezas devidas s nossas prprias atitudes mentais errneas, visto que no aprendemos ainda a fazer de nossa mente um instrumento a servio da Alma; ns a usamos continuamente para obedecer aos desejos e necessidades da personalidade.

    Decerto encontraremos algumas das tais impurezas, juntamente com muitas deficincias de desenvolvimento; ser preciso ento, com calma e pacincia, pr mos obra, uma vez que desejamos que pouco a pouco nosso corpo mental se purifique, se desenvolva em toda plenitude e comece a vibrar em todos os seus nveis, para que seja preenchida a brecha entre a mente inferior e a mente superior; necessrio que superemos defeitos e erros e que preenchamos as lacunas. Deste modo ter incio a construo da primeira arcada da ponte que subir at a Alma.

    Questionrio

    1. Sabe pensar de modo claro, lmpido, livre de influncias emotivas ou instintivas?

    2. Tem facilidade de concentrar a mente sobre qualquer assunto, ou no?3. capaz de dominar pelo raciocnio um forte estado emotivo ou um

    afeto predominante?4. Para voc, fcil ou difcil refletir sobre assuntos abstratos?5. Quais so os assuntos e disciplinas intelectuais que mais atraem sua

    mente?6. capaz de compreender mentalmente outras pessoas, seus tempera

    mentos e exigncias, ou sente-se levado a julg-las?7. Percebe os defeitos das outras pessoas? Que reaes experimenta quanto

    a eles?

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  • 8. Como se comporta para com os que tm idias,' ou opinies diversas das suas?

    9. Qual a sua atitude para com tipos emotivos?10. Voc aberto a idias novas, livre de preconceitos ou fanatismos?11. J teve algum relmpago de intuio quanto a coisas abstratas, uni

    versais, impessoais?

  • 4 .a L i o

    A Purificao Emotiva

    Os problemas e dificuldades apresentados pelo corpo emotivo so muito diversos dos mentais.

    O corpo emotivo, que subdividido em sete nveis, composto de uma substncia fluida, mvel, impressionvel, sensvel; a substncia astral, que toma a cor e o movimento de seu ambiente, recebe impresses de todos os desejos fugidios. Entra em contato com todos os caprichos e fantasias de seu ambiente; toda corrente passageira a pe em movimento; todo som a faz vibrar . . . (De Lettere sulla meditazione occulta, p. 339, de A. A. Bailey.)

    Eis a razo pela qual no campo esotrico o smbolo da natureza emotiva a gua, que tambm fluida e mvel, tomando a forma e a cor do recipiente que a contm e refletindo a menor luz ou sombra.

    Existe, todavia, uma razo oculta para estas particulares caractersticas da substncia astral, que esconde o verdadeiro objetivo do corpo emotivo. Esta deveria simplesmente refletir impresses, energias, que provm do aspecto Amor da Alma, e transmitir destes

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  • para objetivos de servio. Eis por que o corpo ertiotivo deveria ser ! sempre calmo, tranqilo, sereno, lmpido como um espelho no qual

    se refletissem as luzes que vm do alto e que devem ser retransmitidas e difundidas nos planos da manifestao.

    A natureza emotiva da maioria, ao contrrio, agitada, vibrante, movida pelos desejos, pelas emoes, pelas impresses e pelas sensaes de todo gnero.

    preciso dizer neste ponto que o corpo emotivo, precisamente por causa de sua extrema sensibilidade e receptividade, aberto a todos os influxos, diversamente do corpo mental inferior, que (a princpio) fechado, separador e positivo. O senso do individual, que se forma com a polaridade mental, est ausente no indivduo

    ! emotivamente polarizado; este geralmente tem uma conscincia do | eu, vaga, flutuante e no raro mltipla, que oscila entre seus vrios ' estados de nimo e submerge nas agitadas ondas da emoo.| Em seguida, a nvel evolutivo mais alto, esta receptividade do corpo emotivo poder ser muito til ao aspirante espiritual, permi- ! tindo-lhe tomar-se, por meio dela, mais sensvel s necessidades e

    sofrimentos dos outros, sentir e compreender as dores, sentimentos e vibraes dos que nele buscam auxlio e conforto. Saber dominar e utilizar para o bem a energia emocional, por meio da qual poder sentir a vida psquica das outras pessoas e nela tomar parte.

    De incio, porm, no estando o homem ainda purificado e dedicado ao servio da Alma, nem tendo ainda compreendido sua verdadeira natureza e a verdadeira finalidade da vida, o domnio do

    j corpo emotivo ser muito difcil de conseguir. O homem oscilar j entre a entrega completa s exigncias e necessidades do corpo emo- j tivo, deixando-se guiar e at arrebatar por suas energias, e a re- ! presso e a inibio, que o tomam duro, frio, fechado e mutilado ; em sua sensibilidade afetiva, que , no entanto, to necessria a uma vida harmnica.j Os problemas de natureza emocional so diversos de pessoa | para pessoa, de temperamento para temperamento, podendo ser cau- j sados tanto por excesso como por carncia de emotividade.

  • Acredito, porm, que ser oportuno, antes de comear a falar nos defeitos e nas impurezas que podem ser encontradas no corpo emotivo, assinalar a diferena que existe entre emoes e afetos, do ponto de vista psicolgico, pois isto poder servir para dar melhor compreenso do que diremos a seguir e facilitar a anlise do nosso comportamento emocional.

    I. A palavra emoo (do latim movere) significa movimento interno e realmente a emoo move a substncia astral, fazendo-a vibrar e agitar-se. A emoo , portanto, um estado de suble- vao interna, repentino e intenso, quase sempre rpido ou pelo menos pouco duradouro.

    Durante a permanncia da emoo, quase sempre a mente entra num estado nebuloso no qual no pode pensar, dada a agitao interna, que produz uma espcie de paralisia do pensamento, uma estase do processo intelectivo.

    Existem muitas espcies de emoo: agradveis e desagradveis.As agradveis so, por exemplo, a alegria, o prazer, a emoo

    esttica ou mstica, a euforia, o entusiasmo, a exaltao, etc.Desagradveis so o medo, o terror, a averso, a angstia, a

    depresso, a tristeza, a dor, etc.A emoo geralmente produz efeitos sobre o fsico e se mani

    festa por meio de sensaes diversas, segundo sua natureza.As emoes agradveis produzem, no raro, aumento de calor,

    de vitalidade e de energia, visto que aceleram a circulao do sangue e as batidas do corao.

    As emoes desagradveis, ao contrrio, tm efeitos deletrios; provocam o frio, os arrepios e o cansao; provocam tambm uma sensao de fechamento na garganta, tiram o apetite e nos tomam incapazes de deglutir, ao passo que o corao afrouxa suas batidas e a vitalidade diminui. . .

    A sade de uma pessoa emotiva no boa, est sempre a oscilar entre estados de bem-estar e mal-estar e sofrimento fsico; em suma, no alcana um equilbrio psicolgico.

  • j Efetivamente, a emoo uma caracterstica do corpo emotivo,I bem como a dualidade entre plos opostos, isto , a ambivalncia.

    Geralmente, o surgimento da emoo determinado por uma . impresso imprevista vinda do exterior, que golpeia o corpo emotivo

    e o pe a vibrar.

    Poder-se-ia figurar a emoo como uma flecha que, do exterior, se dirige para o corpo emotivo.

    Naturalmente, podem existir outros estados emotivos nascidospor gerao interna, espontnea; mas permanecem na esfera do

    I corpo emotivo e no chegam ao exterior.

    II. O afeto um sentimento bem diverso da emoo.

    I um derramar de energias emotivas para o exterior, no sentido! de qualquer coisa ou pessoa; poderia ser representado por uma j flecha que, partindo do corpo emotivo, se dirigisse para o exterior.

    I O afeto tem uma direo, uma finalidade, um objetivo, portanto| radiante, positivo. Ao contrrio da emoo (mesmo a mais in-j tensa), que vaga, imprecisa e fugaz, ele tende maior estabili-| dade, maior durao e a ser mais delineado.

    j Alm disso, se a mente, durante a permanncia da emoo,toma-se paralisada e confusa, o afeto no a embaraa em seu trabalho, podendo at cooperar ou entrar em conflito com ele.

    I Seja como for, o afeto e o pensamento podem subsistir ao mesmo tempo, em conflito ou em acordo.

    | Existem muitas espcies de afeto mas, para simplificar, podemosj subdividi-las em trs grandes categorias, segundo os dois impulsos J fundamentais do corpo emotivo: a atrao e a repulso.

    j Temos, pois, na categoria dos afetos por atrao toda a gamado Amor, da simpatia, da amizade, da benevolncia, da devoo, da admirao, etc., e na categoria dos afetos por repulso, todas as variantes do dio, da antipatia, da inimizade, da malevolncia, do antagonismo, etc.

    42

  • Recapitulando:

    a) com a palavra emoo queremos indicar um movimeftto das energias emotivas, causado por uma impresso externa ou interna, que tende a permanecer na esfera subjetiva e que no possui uma direo e uma finalidade objetiva e que geralmente no dura muito tempo;

    b) com a palavra afeto, desejamos indicar um derramar de energias para o exterior, para um objeto bem definido, para uma finalidade precisa; uma condio do corpo emotivo que tende a durar e adquirir estabilidade e profundidade.

    ** *

    Depois destes esclarecimentos, to necessrios para melhor compreender a natureza e o funcionamento do corpo emotivo, vejamos quais so os problemas, as dificuldades e os defeitos que nele se podem encontrar.

    A primeira coisa que devemos fazer, todos ns, uma auto- anlise, a fim de determinar em que grau de desenvolvimento se encontra nossa natureza emocional, pois, como ficou dito no incio da presente lio, os problemas e impurezas do corpo emotivo variam de pessoa para pessoa, segundo o grau evolutivo e podem ser causados pela deficincia ou pelo excesso de energias emotivas.

    importante descobrir se o prprio corpo emotivo est ainda informe e embrionrio ou se est organizado e vital.

    E aconselhvel ter presente que o escasso desenvolvimento emotivo pode se encontrar, mesmo em pessoas suficientemente evoludas, no que se refere aos outros veculos. Pode-se encontrar, por exemplo, um indivduo cuja mente bastante desenvolvida e ativa, com um corpo emotivo dbil e minguado.

    O desenvolvimento do homem no ocorre de modo, por assim dizer, preordenado, segundo um esquema igual para todos; pode ocorrer tambm aos saltos, sem ordem precisa, pois cada um de ns,

    43

  • ainda que fazendo parte da Vida Una, tem uma individualidade prpria, uma liberdade de escolha, que determinam que a evoluo dos trs corpos da personalidade ocorra de modo absolutamente imprevisvel e pessoal.

    No desejo, no entanto, alongar-me agora sobre isto, para no me desviar do assunto.

    Nos corpos emotivos de escasso desenvolvimento encontram-se facilmente impurezas derivadas de influncias de um outro veculo da personalidade, mais desenvolvido.

    Predomina geralmente o corpo fsico-etrico, quando a natureza emocional embrionria e tem assim o domnio dos instintos sobre os afetos e as emoes. No haver capacidade de sentir, de vibrar emocionalmente, a no ser sob o impulso de uma instncia instintiva e no podero formar-se, naturalmente, estados emotivos de carter elevado e puro.

    A afetividade ser escassa; e no sero compreendidos nem sentidos os afetos, positivos ou negativos.

    Poder haver, naturalmente, um certo grau de emotividade, mas no ser caracterizada nem organizada e sim oscilante, vaga e mesmo rude ou grosseira.

    Vibrantes e vitais s o sero os nveis mais baixos do corpo emotivo; ao passo que os mdios e superiores sero ainda quies- centes.

    i Dissemos a princpio que o corpo emotivo subdividido em j sete nveis.I No homem emocionalmente pouco evoludo, apenas os nveis

    baixos so vibrantes, pois so a sede das emoes mais rudes, mescla de instinto e materialidade, ainda quase confusas com os nveis mais baixos do corpo etrico.

    A obra de purificao, para um indivduo que tenha ainda um corpo emotvo deficiente e impuro, porque inquinado de influncias instintivas, consistir em procurar liberar a parte emocional da cor-

  • rupo extrnseca, em discernir o emotivo e o instintivo, em desenvolver mais a sensibilidade emotiva e a afetividade.

    No corpo emotivo suficientemente desenvolvido, ao contrrio, encontramos impurezas e defeitos prprios, devidos talvez ao uso errado, ou falta de purificao da prpria substncia emotiva, a qual vibra ainda nos mais baixos nveis, no ainda controlada e canalizada.

    Poderemos, assim, dizer que a impureza prpria da natureza emotiva do homem devida principalmente carncia de tranqilidade, de calma e de controle das energias emocionais as quais, abandonadas a si mesmas, esto em contnua agitao e movimento, oscilando incessantemente de um plo a outro; reagem violentamente a qualquer estmulo, recebem as impresses de todos os desejos.

    Os defeitos e problemas que nascem de tal agitao de ondas emotivas so mltiplos e variados, mas procuraremos apresentar deles uma sntese, enquadrando-os sob algumas designaes principais, como as seguintes:

    1) Medo2) Depresso3) Exaltao4 ) Atrao

    5) Repulso1) O medo, na realidade, est isolado, pois, como se v, as

    demais caractersticas realmente so os plos opostos. No podemos, todavia, omitir tal nota do corpo emotivo, porque fundamental e comum a todas as naturezas emocionais.

    O medo congnito substncia astral, instintivo, espontneo e irracional.

    Apresenta-se sob mil formas, contudo no tem fisionomia e carter preciso; talvez devido extrema sensibilidade da substncia emotiva, que aberta e receptiva a todas as influncias, correntes e estmulos provindos da atmosfera astral da humanidade inteira, o

    45

  • que a torna participante de todas as angstias, dores e temores que existem no mundo.

    As dvidas, as incertezas, as previses funestas, a ansiedade, o temor do futuro, da doena e da morte so apenas alguns dos aspectos deste medo radicado na natureza emotiva do homem e queo tomam tmido, ansioso, acanhado e incapaz de afrontar as dificuldades da vida e de contemplar serenamente o futuro.

    2-3) Depresso e exaltao, so, na realidade, dois aspectos de uma s atitude do corpo emotivo, que produz uma contnua oscilao entre a melancolia e o jbilo, prpria dos temperamentos emocionalmente polarizados.

    Um indivduo em quem prevalece um corpo no-controlado est particularmente sujeito s caractersticas do fluxo e refluxo de energia, que ocorrem de maneira cclica, no decorrer at de um dia ou de poucas horas, fazendo-o passar da alegria, entusiasmo, vitalidade e otimismo a um estado de tristeza profunda, cansao e pessimismo.

    O mais caracterstico acontecerem tais modificaes sem razo nenhuma, sendo o indivduo presa passiva, ignorando o porqu do que suporta.

    Esta oscilao deve-se ao fluxo e refluxo das energias emocionais, que ora inundam o corpo emotivo, vivificando-o e fazendo-o vibrar, ora se retraem, deixando-o vazio, quase sem vida.

    4-5) A dualidade atrao-repulso outra das caractersticas fundamentais do corpo emotivo e dela provm numerosas outras dualidades do mesmo gnero, a saber: simpatia e antipatia; apego e averso; amizade e hostilidade; amor e dio, etc.

    Naturalmente, de tais dualidades nascem muitas outras caractersticas, qualidades e defeitos, que variam de indivduo para indivduo, segundo o grau evolutivo, tais como o cime, a inveja, o rancor, o fanatismo, o exclusivismo, a rivalidade, o desejo de vingana, o amor possessivo, os apegos exagerados, os invencveis antagonismos, etc.

    Estas dualidades, que se produzem no corpo emotivo, devem-se oscilao da energia astral entre dois plos opostos e a soluo deste problema ser encontrada s quando houVer calma e tran

    46

  • qilidade no corpo emotivo, quando deixar de haver aquela agitao que provoca os excessos, de um plo ou de outro, produzindo-se em seu lugar um equilbrio harmnico e o justo uso da energia emocional.

    Na realidade, o plano astral, onde vibra o corpo emotivo, o plano da duplicidade.

    No Trattato di Magia Bianca, de A. A. Bailey, d-se a isto diversos nomes, entre os quais:

    1. Plano da dualidade de foras.

    2. Plano dos dois caminhos.

    3. Plano dos plos que vibram.Enquanto o homem for presa de suas energias emocionais e no

    tiver controle sobre sua natureza emotiva, oscilar sempre entre dois plos opostos, combatendo entre duas foras que o tomam instvel, agitado, incapaz de querer e de decidir.

    Eis a dificuldade fundamental que provm do corpo emotivo e que o homem deve vencer, se desejar ascender, liberar-se dos obstculos que o impedem de entrar em contato com sua Alma.

    Porquanto os defeitos que se possam encontrar no veculo emotivo do homem no se originam somente das impurezas que se formam com a baixa vibrao da substncia astral, mas tambm com a agitao dessa substncia, a qual ocorre quando a mente no consegue dominar a personalidade e a vontade no est desenvolvida.

    Poderemos dizer que existem duas categorias de defeitos no corpo emotivo:

    a) os que ocorrem do fato de o indivduo utilizar somente os nveis mais baixos de seu veculo emocional e estar ainda sujeito influncia do corpo etrico (isto , dos instintos);

    b) os que se produzem do fato de o indivduo ser ainda presa de suas energias emocionais, no as sabendo dominar mas, ao contrrio, entregando-se aos seus desejos, o que aumenta a vitalidade e a agitao, abrindo-o a todos os influxos negativos.

    47

  • Toma-se, portanto, claro que a obra de purificao emotiva de longa pacincia e que passa por vrias fases, visto que o indis-

    pensvel no apenas liberar as energias emocionais da corrupo f ; dos instintos, mas tambm acalmar essa energia e desenvolver-lhe as ' qualidades emotivas superiores, utilizando o discernimento e a von

    tade, polarizando-os na mente.

    Todavia, o modo pelo qual se efetuar este plano de purificao e quais sero as nossas tarefas, no que toca natureza emotiva, no coisa que possa ser explicada em poucas palavras. Portanto, dedicaremos a prxima lio a este assunto, por ser ele de fundamental importncia, no s para a compreenso das dificuldades que podem

    ! ser causadas pelo nosso veculo astral, mas para o conhecimento dosI meios pelos quais poderemos requint-lo e domin-lo e de qual dever | ser a atitude certa, diante dos vrios problemas que se nos defrontam,

    causados pela exuberncia incontrolada das energias emocionais.

  • 5.a L io

    Nossas Tarefas para com a Natureza Emotiva

    No momento de passar atuao prtica da purificao e do domnio do corpo emotivo, vejamos como o problema torna-se mais particular e individual e como, portanto, no se lhe pode impor regras gerais, frmulas iguais para todos e sim conselhos diversos, para vrias categorias de indivduos, os quais, na prtica, cada um de ns dever adaptar, com sabedoria e discernimento, ao prprio caso.

    Como dissemos na lio precedente, o corpo emotivo igualmente desenvolvido em todas as pessoas, mas de modo diverso, segundo o temperamento, o grau evolutivo e as experincias que elas atravessaram, etc.

    necessrio, portanto, que cada um de ns procure reconhecer qual o grau de desenvolvimento de sua natureza emotiva, antes de pr mos obra de sua reordenao e purificao e antes de procurar ver com clareza se as dificuldades e problemas que encontra so devidos ao escasso desenvolvimento ou desordem e agitao das energias emocionais.

    49i

  • Alm disso, a pessoa deve procurar determinar qual o veculo de sua personalidade mais desenvolvido (entre o fsico-etrico, o emotivo e o mental), para formar um quadro claro de sua situao

    ; evolutiva.As tarefas para com a natureza emotiva, portanto, variam de

    ; pessoa para pessoa, mas buscaremos simplificar o trablho e apresentar um roteiro pelo qual se poder prosseguir, formulando as vrias situaes possveis nas quais se poderiam encontrar os indivduos, no que toca ao veculo emotivo.

    Em sntese, as situaes do corpo emotivo podem ser as seguintes:I. Corpo emotivo quase ausente. Corpo mental no desenvol

    vido. Polaridade no fsico.II. Corpo emotivo pouco desenvolvido. Corpor mental e etrico

    desenvolvidos.III. Corpo emotivo desenvolvido e organizado. Corpo mental

    escasso.IV. Corpo emotivo e corpo mental desenvolvidos em igual

    medida.Como se pode ver, as situaes tpicas so quatro. preciso

    examin-las uma por uma, a fim de tentar reconhecer qual dos casos corresponde ao nosso.

    A terceira situao na qual o corpo emotivo est desenvolvido e vital, embora ainda no dominado e purificado apresenta problemas emocionais verdadeiros e prprios, tais como a exigncia de purificao, a necessidade de superar defeitos, ao passo que as demais situaes apresentam problemas diversos que sero tratados em seguida. Apresentaremos, pois, uma rpida vista dolhos sobre as situaes I, II, IV, ao passo que da terceira falaremos com maior vagar.

    ii

    I I. Situao: (corpo emotivo quase ausente: polaridade no fsico).\| Esta situao mais comum do que se cr e mais propalada at j entre pessoas de evoluo mdia, 50

  • A emotividade escassa, ou antes, quase ausente, visto que o corpo emotivo embrionrio, amorfo e no organizado. H uma polaridade quanto ao fsico e predominam os instintos.

    Os indivduos pertencentes a esta categoria no percebem no ter o corpo emotivo desenvolvido e confundem instintos com emotividade, chamando afetos os seus impulsos instintivos.

    Na realidade, existem neles apenas uma emotividade e uma afe- tividade embrionrias, de baixo nvel, que se revelam na escassa sensibilidade e nos gostos antes grosseiros, bem como na incapacidade de compreender os afetos mais elevados e profundos, os sombreados mais delicados dos sentimentos, na impossibilidade de sentir e vibrar para alm e para cima das sensaes fsicas, e de saborear belezas no materiais.

    Em outras palavras, no h nessas pessoas aquela riqueza de sentimentos e sensibilidade que indcio de uma certa organizao do corpo emotivo.

    Tais indivduos comovem-se apenas ao contato de vibraes muito fortes, de paixes antes grosseiras e tm necessidade de estmulos e sensaes fsicas para poder vibrar emocionalmente.

    II. Situao: (mente desenvolvida emotividade escassa polaridade mental).

    Quando o corpo mental (inferior) desenvolvido e organizado, enquanto o corpo emotivo ainda permanece embrionrio e pouco vital, a conseqncia a polaridade mental.

    Todavia, quando existe esta situao, preciso perguntar: ser escassa a emotividade por falta de desenvolvimento do corpo emotivo, ou por ter sido reprimida e inibida pela preponderncia da mente?

    As duas possibilidades existem e do exterior no se pode julgar qual delas est presente. Uma anlise acurada e paciente, todavia, poder conseguir descobrir nas pessoas qual a verdadeira causa da escassa emotividade, visto que existem diferenas sensveis e reve- ladoras entre os dois casos.

    51

  • Se a emotividade deficiente por ser o corpo emotivo realmente ' pouco desenvolvido e organizado, teremos uma situao semelhante

    do n. 1. Haver talvez uma preeminncia dos instintos e das emoes e sentimentos mais grosseiros e baixos, embora haja desen-

    ' volvimento e polaridade mental.Se, ao contrrio, o corpo emotivo for bastante desenvolvido,

    | embora no se manifeste por estar reprimido, teremos todos os sintomas e distrbios que derivam da inibio, entre os quais:

    a ) averso ao sentimentalismo;b) negao do sentimentalismo;c) incapacidade de exprimir um sentimento;

    ! d) estados especiais de repulsa e dio;e ) estados de angstia e depresso, etc.

    m . Situao: (corpo emotivo, corpo mental e corpo etrico desenvolvidos em igual medida).

    Esta situao pareceria ideal se no apresentasse, ela tambm, vrias dificuldades, visto que no basta estarem os trs veculos da personalidade desenvolvidos igualmente, mas devem tambm funcionar

    | em cooperao harmnica e coordenadamente. Deve haver entre eles | a integrao necessria para evitar conflitos e cises entre as vrias ! energias. Ou antes, deve haver uma sntese da personalidade, para

    que ela possa funcionar como um todo harmnico e coordenado.A mente livre de impurezas deve estar na direo, a fim de con

    trolar e utilizar todas as energias da personalidade.

    i IV. Situao: (corpo emotivo desenvolvido e organizado; corpo I mental escasso) .

    j Na lio precedente procuramos descobrir e analisar os maiores : defeitos e as principais impurezas que pudemos encontrar no corpo

    I 52 I

  • emotivo; agora devemos, ao contrrio, determinar qual deve ser nossa atitude perante a natureza emocional e qual ser nossa tarefa, nosso trabalho, para superar os vrios defeitos, dificuldades e problemas emotivos. Nosso trabalho constar de duas fases principais:

    1) uma fase de anlise;2) uma fase de reordenao e purificao.

    1. Na fase de anlise, deveremos tentar orientar-nos com respeito atrs coisas:a) se somos preeminentemente emotivos ou afetivos,(Recordar aqui a diferena entre afeto e emoo, explicada na

    lio precedente.)b) qual o grau de desenvolvimento do nosso corpo emotivo;c) em que medida nossa mente capaz de controlar a emo

    tividade.

    2. Na fase de reordenao e purificao h dois trabalhos a desenvolver:a) Transformao e sublimao das emoes e afetos negativos

    e inferiores em emoes e afetos positivos e superiores.b) Domnio e correta utilizao do corpo emotivo.Examinando o 1. ponto, (isto , se somos preeminentemente

    emotivos ou afetivos) dir-se-ia que pode haver num indivduo uma emotividade exagerada, uma hipersensibilidade do corpo emotivo, sempre comovido e agitado, aberto a todo influxo e a toda vibrao; e isto, simultaneamente a uma escassa afetividade. O indivduo ser pouco disposto a externar energias emocionais diante de outras pessoas e pouco inclinado a afeioar-se. No ter sentimentos duradouros e profundos. Portanto, o corpo emotivo, embora em certo grau de desenvolvimento, estar presente apenas como sensibilidade, impressiona- bilidade, agitao, mas no como capacidade de amar outras pessoas.

    Por outro lado, pode dar-se o caso de uma pessoa ter desenvolvido tambm a afetividade, mas a nvel pouco elevado. Haver

  • ento tendncia aos afetos negativos, como o dio, antipatia, a inveja e o cime, alm de outros. Esta afetividade, portanto, ser impura eo corpo emotivo ser vibrante apenas nos nveis mais baixos.

    j Podemos tambm descobrir que no existem em ns afetos ne- 1 gativos, vibraes baixas, mas que existe um excesso de afetividade,

    ou antes, que no sabemos controlar nossos sentimentos, mesmo os bons e que eles nos dominam. No amor, o apego excessivo; damos mais importncia aos afetos que a qualquer outra coisa; no conseguimos ficar ss, nos preocupamos excessivamente com os que nos so caros; no sabemos renunciar a um afeto pessoal por algo de mais elevado; preferimos a companhia de um amigo, a uma hora de estudo ou de meditao; no sabemos ser objetivos e impessoais, etc.

    Eis que analisando a ns mesmos com referncia ao primeiro ponto encontraremos pouco a pouco a resposta ao segundo, isto ,

    qual seria o grau de desenvolvimento do corpo emotivo.Devemos sempre ter presente ante os olhos da mente qual a

    verdadeira finalidade do corpo emotivo e qual a meta que devemos atingir. preciso no olvidar que o corpo emotivo deve tomar-se um refletor e transmitir energias de Amor da Alma; portanto, a primeira coisa que deve ficar bem clara na nossa mente a diferena

    | que existe entre Amor Espiritual e amor pessoal.Apego no amor.Desejo de posse, de felicidade, no amor.

    Desejo de ser amado no amor.O sentimento pessoal e exclusivo que exige reciprocidade no

    amor.

    O verdadeiro amor radiao que flui espontaneamente, que d sem nada pedir, que conforta, protege, aquece e vivifica, dando liberdade ao outro.

    O verdadeiro amor sereno e jubiloso, alegre, jamais triste,| melanclico ou agitado.

    Escreveu Bonaro W. Overstreet em seu livro La natura delia \ mente: Amar significa afirmar os outros.

    i 54

  • E ainda: Amar uma pessoa no significa possu-la, mas afirm-la, o que significa conceder de bom grado a essa pessoa o direito sua humanidade (pp. 102-103.).

    Amar, do ponto de vista da Alma, significa, alm disso, compreender, a ponto de conseguir identificar-se com os outros; significa unio, inclusividade, sntese, fuso, etc.

    O amor da personalidade, ao contrrio, egosta, possessivo, exclusivo e exige algo em troca, tomando escrava a pessoa amada.

    Devemos tentar verificar com toda sinceridade se existe na nossa natureza emotiva, pelo menos em parte, a capacidade de amar altruisticamente, de esquecer-se de si mesmo e de identificar-se como outro.

    Poder-se-ia dizer at que poderemos calcular o grau evolutivo do corpo emotivo por meio de uma auto-anlise, que determinasse esta capacidade do verdadeiro amor.

    Os psiclogos reconhecem na natureza emocional e afetiva do homem uma infncia, uma adolescncia e uma maturidade, as quais deveriam corresponder idade fsica do indivduo. Todavia, acontece freqentemente que se diz de um indivduo que ele amadureceu fisicamente sem o ter feito emocionalmente.

    Os sinais da maturidade afetiva so: a capacidade de amar os semelhantes, de proteg-los, auxili-los e favorecer sua afirmao.

    Muitas pessoas tornaram-se adultas sem desenvolver uma generosa e espontnea capacidade de amar. (Overstreet, La natura delia mente, pp. 102-105.)

    Esta capacidade de amar e fazer felizes outras pessoas chamada tambm oblatividade (do latim oblare, oferecer). O advento da oblatividade caracteriza a maturao afetiva. (Juliette Boutonier, Riflessioni sulla psicanalisi, p. 60.)

    Na infncia, ao contrrio, existe a atitude captativa, (captare = tomar), ou o desejo de ser protegido, amado, cuidado, de modo egocntrico e egosta.

    H portanto um perodo evolutivo durante o qual o indivduo deveria tornar-se afetivamente amadurecido, ou antes, no deveria

    55

  • 1\ mais sentir necessidade de proteo e apoio, mas er autnomo, livre,| capaz de oferecer amor aos outros, alm de proteo e afeto.

    Todavia, como acima ficou dito, no poucos tornam-se adultos sem amadurecer, no aspecto afetivo.

    Afigura-se-me que h uma analogia entre estas consideraes da psicologia corrente e o que preconiza a psicologia espiritual.

    Um homem pode ser evoludo em considerao aos outros corpos de sua personalidade, mas imaturo no que se refere ao corpo emotivo e sua imaturidade se revela como incapacidade de sentir o verdadeiro amor altrusta, impessoal e generoso, que o reflexo da Alma.

    | Somente a pessoa que superou a fase da avidez e posse exclusiva,I em que se deseja apenas tomar sem dar, pode experimentar o ver- | dadeiro amor: (Overstreet, Comprendere la paura in noi e negt altri.)

    Devemos, por isso, reconhecer sinceramente a idade de nosso | corpo emotivo, pois essencial no cultivar iluses, se desejamos real- | mente prosseguir com nosso aperfeioamento e com nossa elevao.

    | Alm disso, tentaremos descobrir se somos capazes de dominar e| dar direo s nossas foras emotivas e se nossa mente sabe con

    trolar a natureza emocional e at que ponto, ou se est influenciada e ofuscada por ondas emocionais.

    Uma vez definida com clareza nossa situao emocional, devemos passar segunda fase, de reordenao e purificao do corpo emocional.

    Se nosso problema a excessiva emotividade, nossa tarefa ser, antes de tudo, a de tranqilizar as ondas agitadas do corpo emotivo e de nos tornarmos mais positivos e robustos perante as vrias influncias e vibraes externas.

    Consegue-se tranqilizar o corpo emotivo por meio de vrios exerccios e expedientes, entre os quais:

    1) Exerccios de relaxamento.

    2) Exerccios de vontade, para reforar o centro da conscincia. 1

    56

  • 3) Utilizao sbia das superabundantes energias emotivas.4) Desenvolvimento da mente.Se, ao contrrio, trata-se de purificar a afetividade, deveremos:1) Requintar as vibraes emotivas, eliminando sentimentos ne

    gativos.2) Substituir afetos baixos, tais como a inveja, o dio, a anti

    patia, etc., por afetos positivos como a simpatia, a benevolncia, o amor, etc.

    3) Desenvolver a compreenso para com as outras pessoas, procurando elevar-nos ao amor altrustico.

    4) Desenvolver a mente.Se nosso problema o da excessiva afetividade, deveremos:1) habituar-nos ao autocontrole;2) aprender a amar com desligamento (amar em Deus);3) utilizar de modo construtivo e mais amplo a energia afe

    tiva (em obras de beneficncia, educao, etc.);4) desenvolver a mente e nela polarizar-se;5) dirigir para o alto as energias emotivas, transmutando-as.No que se refere purificao da afetividade e ao domnio dela,

    aconselhvel ter em mente o significado profundo da aspirao.No Trattato sui sette raggi (p. 326, 7, Vol, I ) , est escrito que:

    A aspirao contm o segredo da translao (transferncia).Quer isto dizer que aquele que se sentir perturbado e entravado

    por problemas de natureza emotiva e afetiva, de ordem exuberante e indomvel, deve procurar adquirir ou suscitar em si a aspirao ardente por algo mais elevado e espiritual.

    Se tal pessoa substituir o amor pessoal pelos indivduos pelo fervente amor pela Alma, a ardente aspirao de conseguir contato com ela, produzir nele, automaticamente, uma transferncia de energias emotivas dos planos mais baixos aos mais elevados e uma eliminao das substncias atmicas mais densas e impuras.

    57

  • A aspirao uma atividade de natureza cientfica e instintiva na prpria substncia.

    A aspirao um processo cientfico que governa a prpria evoluo. Quando se lhe d um objetivo livre, quando so seguidos seus impulsos, a aspirao pode ser um meio para elevar a matria e a totalidade da personalidade ao Cu. ( Trattato sui sette raggi,

    ' Vol. I, p. 326, 7.)

    Exerccio de Relaxamento para tranqilizar a agitao emotiva:

    Exerccio: Estenda-se sobre o leito, ou sente-se numa poltrona; tente encontrar a posio mais cmoda possvel, que permita um re-

    ! laxamento completo.Procure alcanar um relaxamento fsico completo, abando

    nando-se e distendendo todos os msculos e nervos tensos.

    Respire profunda e regularmente, sem esforo.Quando lhe parecer que o relaxamento total, abandone-se e

    ; diga a si mesmo:! Meu corpo emotivo est calmo, sereno, lmpido, como um lago ! azul no qual se espelha o cu (Ao dizer isto, procure visualizar a j superfcie lisa e polida de um pequeno lago de montanha, azul e

    lmpido como um espelho.)

    Toda emoo se tranqiliza, toda preocupao se cala.

    HTudo silncio, paz e tranqilidade.

    Repita diversas vezes estas frases, com convio, calma e len- j tido, procurando sentir realmente a paz, a serenidade e o silncio ! que delas nasce.j Permanea em silncio e relaxamento por alguns minutos.1|| Questionrio

    j 1. Qual dos trs veculos de sua personalidade parece ser o mais desen- j volvido e organizado?! 2. Em qual deles parece-lhe estar polarizado? Por qu?

    58

  • 3. Tem problemas emocionais especiais?4. Cr possuir um corpo emotivo desenvolvido e organizado, ou no?5. Acredita ser muito afetivo? Por qu?6. Cr estar emotivamente reprimido? Por qu?7. possessivo e ciumento em seus afetos?8. muito carente de afeto ou no?9. Agrada-lhe ajudar, proteger e cuidar de seus semelhantes?

    10. Sua mente sabe controlar e dirigir a natureza emocional?11. Quais seus gostos em matria de msica?12. Agrada-lhe sonhar com os olhos abertos?13. Prefere estudar, ler, ou conversar com algum amigo?14. Agrada-lhe a solido?

  • (/

    t

  • 6 .a L i o

    A Purificao do Corpo Fsico-etrico

    O veculo fsico do homem composto de uma parte densa e visvel e de uma contrapartida energtica, invisvel, chamada corpo etrico. O aperfeioamento de tais veculos implica duas fases s quais podemos chamar:

    a) purificao externa,b ) purificao interna,

    compreendendo-se pela primeira a purificao do corpo fsico denso e pela segunda, a purificao do veculo etrico, que interno, relativamente ao fsico.

    Antes de falar nos vrios mtodos de purificao relativos ao corpo fsico em seu todo, oportuno recordar algumas caractersticas do corpo etrico.

    Este composto de energia etrica, que invade todo o universo e tudo que nele existe, desde o infinitamente pequeno ao infinitamente grande.

    No corpo do homem, tal energia alcana e compenetra todo espao, todo rgo, todo nervo, agindo pela fora coesiva dos tomos, sem a qual o corpo se desagregaria.

    61

  • O corpo etrico, portanto, compenetrando o'corpo fsico, sua exata contrapartida, mas o excede por alguns centmetros, formando uma espcie de halo, chamado aura magntica.

    ! Tal aura pode aumentar de tamanho e expandir-se nos indivduos altamente evoludos.

    No corpo etrico existem vrios filamentos de energia, que correspondem rede do sistema nervoso, os quais se chamam nadis e se encontram em alguns pontos focais, designados como centros de fora. Tais centros so muitos, mas os principais so sete.

    O corpo etrico muito importante para o homem, ainda que j ele no se d conta deste fato. Efetivamente, os homens, em suaI maioria, no tm conscincia da prpria existncia, visto que, pen- | sando no corpo fsico, consideram s sua parte densa e visvel, sendo,i antes, mais conscientes do corpo emotivo e at do mental que

    do etrico.Tal carncia de conscincia do corpo etrico causa de no

    I poucas dificuldades e de muita incompreenso.! O corpo etrico tem duas funes, a primeira das quais aquelaI que coloca o homem em contato com o plano etrico e com toda a

    energia etrica que existe no universo, alm de dar vitalidade, fora e sade ao corpo fsico denso. A segunda realizar a ponte entre o corpo fsico denso e os corpos mais sutis, isto , o emotivo, o mental e enfim o Causai, o corpo da Alma, atravs dos centros que assinalamos mais acima.

    Afirmamos que os principais centros so sete, dos quais trs so j situados abaixo do diafragma, trs sobre ele e um outro, indepen

    dente.Os trs inferiores, a comear do mais baixo, so:1) Centro da base da espinha dorsal (correspondente s gln-

    I dulas supra-renais: auto-afirmao).2) Centro sacral (correspondente s gnadas: instinto de pro-

    criao).3) O plexo solar (correspondente ao pncreas: instinto gre-

    ! grio, emotividade).I| 62

  • Os trs superiores so:1) O centro do Corao (glndula timo: do Amor altrustico).2) O centro da Garganta (glndula tiride: Criatividade su

    perior).3) centro do alto da cabea (glndula pineal: Vontade espi

    ritual).O centro independente:

    o centro situado entre as sobrancelhas (glndula pituitria: Integrao da personalidade).

    Como manifesto, os trs centros debaixo do diafragma correspondem aos trs principais instintos do homem, os trs centros acima representam a contrapartida sublimada e espiritualizada dos mesmos.

    Instinto de auto-afirmao Vontade Espiritual

    Instinto sexual - Criatividade SuperiorInstinto gregrio - Amor altrustico

    Nosso corpo etrico, portanto, permeado pela energia etrica propriamente dit