nutrição e a pele
TRANSCRIPT
-
8/12/2019 Nutrio e a Pele
1/49
NNNuuutttrrriiioooeeeaaaPPPeeellleee
NNNuuutttrrriiitttiiiooonnnaaannndddttthhheeeSSSkkkiiinnnMonografia
Ana Margarida Pereira da Silva de Portugal Dias
Orientador: Dr. Amadeu Armada
Porto, 2008
-
8/12/2019 Nutrio e a Pele
2/49
-
8/12/2019 Nutrio e a Pele
3/49
i
Nutrio e a Pele Monografia
ndice
Lista de Abreviaturas...........................................................................................iiResumo e Palavras Chave..................................................................................iiAbstract and Keywords ......................................................................................iii1. Introduo ...................................................................................................... 12. A Pele............................................................................................................. 13. Nutrio e Pele............................................................................................... 43.1 Vitamina A.................................................................................................... 73.2 Vitamina E ................................................................................................. 10
3.3 Vitamina C.................................................................................................. 123.4 Selnio ....................................................................................................... 143.5 Magnsio.................................................................................................... 153.6 Cobre ......................................................................................................... 163.7 Zinco .......................................................................................................... 173.8 cidos Gordos Essenciais ......................................................................... 183.8.1 cidos Gordos Poliinsaturados n-6 ......................................................... 183.8.2 cidos Gordos Poliinsaturados n-3 ......................................................... 203.9 Polifenis.................................................................................................... 223.10 Vitamina D................................................................................................ 253.11Outros Nutrientes/ Compostos .................................................................. 274. Nutrio e Envelhecimento da Pele ............................................................. 285. Anlise Crtica e Concluses........................................................................ 316. Referncias Bibliogrficas............................................................................ 35
-
8/12/2019 Nutrio e a Pele
4/49
ii
Nutrio e a Pele Monografia
Lista de Abreviaturas
UV ultravioleta
ADN cido desoxirribonucleico
MPM metaloproteinases da matriz
NADPH Nicotinamida adenina dinucleotdeo fosfato
13-HODE cido 13-hidroxioctadecadienico
12-HETE cido 12-hidroxieicosatetraenico
15-HETE cido 15-hidroxieicosatetraenico
PGE1 prostaglandina E1
PGE2 prostaglandina E2
LTB4 leucotrieno B4
EPA cido eicosapentanico
DHA cido docosahexanico
17-HODHE cido 17-hidroxidocosahexaenico
EC epicatequina
EGC epigalocatequina
EGCG epigalocatequina galato
-
8/12/2019 Nutrio e a Pele
5/49
iii
Nutrio e a Pele Monografia
Resumo
A pele o maior rgo do corpo humano, responsvel pela separao entre o
meio externo e o meio interno, sendo fundamental na proteco contra agresses
externas e na regulao da temperatura e homeostasia corporais, assumindo
ainda funes sensoriais, imunolgicas e bioqumicas.
Vrios estudos tm demonstrado a importncia de determinados micronutrientes
e outros compostos presentes em alimentos na realizao de algumas destas
funes, assim como na manuteno da integridade e capacidade de reparao
da pele. As vitaminas A, E, C, D e os carotenides, os oligoelementos selnio,
zinco e cobre, o mineral magnsio, oscidos gordos poliinsaturados n-6 e n-3, e
os polifenois so os exemplos melhor estudados.
So reconhecidas a estes compostos caractersticas que lhes permitem contribuir
de forma positiva na proteco contra a radiao UV, cicatrizao, sntese de
melanina, regulao do crescimento e diferenciao celulares, resposta
antinflamatria, manuteno da impermeabilidade e no antienvelhecimento.
Palavras-chave: pele, funes, vitamina A, vitamina E, vitamina C, vitamina D,
carotenoides, selnio, zinco, cobre, magnsio, cidos gordos poliinsaturados n-6
e n-3, polifenois.
-
8/12/2019 Nutrio e a Pele
6/49
iv
Nutrio e a Pele Monografia
Abstract
Skin is the largest organ of the human body, responsible for separation between
internal and external environment, and is essential in external damage protection,
regulation of body temperature and homeostasis, having also sensitive,
immunological and biochemical functions.
Several studies have demonstrated the importance of some micronutrients and
non nutrient substances in some of this functions, as well as in maintenance of
skins integrity and healing ability. Vitamins A, E, C, D and carotenoids, the trace
elements selenium, zinc and copper, the mineral magnesium, polyunsaturated
fatty acids n-6 and n-3, and polyphenols are the best studied examples.
These compounds have characteristics that are helpful in UV radiation protection,
wound healing, melanin synthesis, regulation of cellular growing and
differentiation, anti-inflammatory response, keeping impermeabilityproperties and
anti-aging.
Keywords:skin, functions, vitamin A, vitamin E, vitamin C, vitamin D, carotenoids,
selenium, zinc, copper, magnesium, polyunsaturated fatty acids n-6 and n-3,
polyphenols.
-
8/12/2019 Nutrio e a Pele
7/49
1
Nutrio e a Pele Monografia
1. Introduo
A pele o maior rgo do corpo humano. Recobre a superfcie corporal,
formando uma fronteira anatmica, fisiologicamente especializada entre o meio
interno e externo, essencial vida. A barreira que cria, entre o meio interno e o
meio externo, permite-lhe proteger o corpo das agresses externas e influenciar a
regulao corporal, assumindo tambm funes sensoriais, imunolgicas e
bioqumicas. (1-5)
Por ser a parte mais visvel do corpo, a pele funciona tambm como um espelho
do que se passa internamente, revelando desequilbrios e manifestando
necessidades do organismo.(4)
Mas, para alm das suas funes biolgicas, tem ainda um papel fundamental na
aparncia fsica, estando fortemente associada percepo da idade e da beleza
dos indivduos.(4)
Como qualquer outro tecido corporal, a pele tem necessidades nutricionais
especficas, de forma a garantir uma formao, desenvolvimento e regenerao
adequados assim como uma correcta realizao das suas funes biolgicas.(4)
Embora seja uma rea ainda pouco explorada, acredita-se que a alimentao
contribui para a satisfao das necessidades da pele, fornecendo-lhe
micronutrientes e outros compostos, importantes para a sua integridade eactividade.
2. A Pele
A pele constituda por duas camadas distintas: a epiderme e a derme. A
epiderme a camada mais superficial, constituda por epitlio estratificado
pavimentoso queratinizado. Existem quatro tipos de clulas na epiderme:
-
8/12/2019 Nutrio e a Pele
8/49
2
Nutrio e a Pele Monografia
queratincitos, melancitos, clulas de Langerhans e clulas de Merkel, sendo as
mais abundantes os queratincitos. De acordo com o grau de maturao dos
queratincitos, a epiderme pode ser dividida em 5 camadas: camada basal,
espinhosa, granulosa, lcida e crnea. A camada basal a mais profunda,
encontrando-se sobre a membrana basal que separa a derme da epiderme.
nesta camada e na parte mais profunda da seguinte (camada espinhosa), que
ocorre a formao dos queratincitos. Estes continuam a sua maturao ao longo
das camadas seguintes. Na camada crnea os queratincitos j no so mais do
que clulas mortas e sem ncleo, com o citoplasma repleto de queratina.(2, 3)
Quanto aos melancitos, podem encontrar-se na juno da derme com a
epiderme ou ento entre os queratincitos da camada basal da epiderme. Os
melancitos sintetizam um pigmento castanho escuro, a melanina. A sntese de
melanina tem como substrato o aminocido tirosina que, por aco da enzima
tirosinase d origem 3,4 diidroxifenilalanina (dopa) que, novamente por aco
da tirosinase forma a dopa-quinona. Aps vrias reaces, a dopa-quinona d
origem melanina.(2, 6)
Os grnulos de melanina formados so posteriormente injectados no citoplasma
dos queratincitos, que a armazenam. A melanina responsvel pelo
escurecimento da pele por exposio luz solar. O processo de escurecimento
resultante, inicialmente, do escurecimento da melanina pr existente (por foto-
oxidao) e da acelerao da transferncia da melanina para os queratincitos e,
numa segunda fase, do aumento da sntese de melanina. Embora esta seja a
aco visvel da melanina, como resposta luz solar, a sua principal funo
absorver radiao ultravioleta (UV) e visvel.(2, 3)
-
8/12/2019 Nutrio e a Pele
9/49
3
Nutrio e a Pele Monografia
As clulas de Langerhans encontram-se por toda a epiderme, entre os
queratincitos. Detectam antignios, que captam e apresentam aos linfcitos T
locais, tendo por isso um importante papel nas reaces imunolgicas cutneas.(2)
As clulas de Merkel so mecano-receptores, responsveis pela sensibilidade
tctil. Localizam-se na parte mais profunda da epiderme, encontrando-se
apoiadas na membrana basal. Este tipo de clulas exclusivo da pele espessa,
presente nas superfcies sujeitas a frico, por manipulao ou locomoo, como
o caso da pele da palma das mos e da planta dos ps. (2, 3)
Abaixo da epiderme encontra-se a derme. A derme constituda por tecido
conjuntivo, no qual se apoia a epiderme e responsvel pela unio entre a pele e
o tecido celular subcutneo (hipoderme).(2)
Existem duas camadas distintas na derme: a camada papilar e a reticular. A
camada papilar a mais superficial e apresenta uma organizao irregular, com
salincias, as papilas drmicas. A principal funo das papilas drmicas
aumentar a superfcie de contacto entre a derme e a epiderme, reforando a sua
ligao. Abaixo da camada papilar localiza-se a camada reticular. Ambas as
camadas so ricas em fibras elsticas, responsveis pela elasticidade da pele.(2)
Esto presentes na derme vrias estruturas derivadas da epiderme, como o
caso dos folculos pilosos e das glndulas sebceas e salivares. (2)
Internamente derme encontra-se a hipoderme, ou tecido celular subcutneo
que, embora j no faa parte da pele, fundamental na unio da derme aos
rgos adjacentes e responsvel pelo deslizamento da pele sobre as estruturas
em que se apoia. Outra funo da hipoderme a reserva de energia e proteco
contra o frio, como resultado da riqueza em tecido adiposo.(2)
-
8/12/2019 Nutrio e a Pele
10/49
4
Nutrio e a Pele Monografia
A complexidade celular e estrutural da pele torna-a apta realizao de vrias
funes, nomeadamente regulao da temperatura e homeostasia corporais,
proteco contra danos mecnicos e qumicos, invaso bacteriana e radiao,
desempenhando tambm funes a nvel sensorial (sendo responsvel pela
sensibilidade tctil), da defesa imunolgica e da sntese de previtamina D. (1-4, 7, 8)
3. Nutrio e Pele
O funcionamento e aparncia da pele so afectados por factores endgenos e
ambientais. Por um lado a pele susceptvel predisposio gentica, ao estado
imune, hormonal, nutricional, e ao stress. Por outro lado encontra-se exposta a
numerosos factores ambientais como a radiao UV, radicais livres, compostos
txicos e alergnios.(1, 4)
Uma das primeiras associaes feitas entre nutrio e pele foi relativa s
manifestaes cutneas de carncias nutricionais especficas, como o caso da
pelagra e do escorbuto. Embora estas deficincias nutricionais afectem tambm
outros tecidos, so acima de tudo visveis na pele. (4, 9)
Esta caracterstica da pele de revelar desequilbrios do organismo tambm
observada em certas reaces imunolgicas, como o caso de algumas alergias
alimentares. Mas nessas situaes, a pele pode no s ser o local do corpo onde
as manifestaes so mais visveis, como algumas das suas clulas,
nomeadamente as clulas de Langerhans, podem estar tambm envolvidas no
desencadear de reaces imunolgicas.(7)
No entanto, estudos recentes tm mostrado novas associaes entre nutrio e
pele, das quais se destaca a relao entre nutrio e fotoproteco.
-
8/12/2019 Nutrio e a Pele
11/49
-
8/12/2019 Nutrio e a Pele
12/49
6
Nutrio e a Pele Monografia
quando administrados tpicamente a aco dos antioxidantes fica limitada ao
local da aplicao, na administrao oral os antioxidantes so metabolizados e
distribudos na sua forma activa para todos os compartimentos da pele. Para alm
disso os antioxidantes administrados topicamente so afectados por lavagem,
transpirao ou frico, o que no acontece aos antioxidantes administrados
oralmente. Ainda que vantajosa, esta via tem os seus factores limitantes,
nomeadamente a absoro intestinal dos antioxidantes e a sua capacidade de
alcanar a circulao sangunea. (4, 11)
Estudos em humanos demonstraram que uma alimentao rica em compostos
como vitamina A,C, E e carotenides, entre outros, tem um efeito protector contra
a radiao UV, ajudando a eliminar espcies reactivas de oxignio e a neutralizar
radicais livres.(1, 4, 10, 12-18)
Tem sido tambm estudada a relao entre nutrio e aparncia da pele. A
aparncia da pele est associada a propriedades como hidratao, produo de
sebo e acidez. A hidratao da pele est relacionada com a presena de gua na
camada crnea que, quando em quantidade adequada responsvel por uma
aparncia lisa e uma textura suave. Quanto ao sebo, este secretado pelas
glndulas sebceas, formando uma camada lipdica protectora na superfcie da
pele que reduz a perda de fluidos atravs desta, ajudando a manter a hidratao.
A acidez da pele est associada presena de lpidos e aminocidos na pele e
fundamental na proteco contra microrganismos patognicos.(9)
Alguns trabalhos de investigao tm relacionado estas trs propriedades da pele
com a alimentao.(9)
Outra relao estudada, e tambm associada aparncia, a importncia da
nutrio no antienvelhecimento da pele.(4, 13, 18-20)
-
8/12/2019 Nutrio e a Pele
13/49
7
Nutrio e a Pele Monografia
Tem sido tambm alvo de interesse a importncia da nutrio noutros processos
como cicatrizao e aco antinflamatria, na pele.(21-23)
Seguidamente descrita a aco de diversos micronutrientes e de outros
compostos presentes em alimentos, na pele. Embora no sejam os nicos
referidos na bibliografia consultada so os mais estudados e cujos mecanismos
de aco so melhor conhecidos.
3.1 Vitamina A
Vitamina A uma famlia de compostos nutricionais lipossolveis e essenciais,
estruturalmente relacionados com o retinol e com o qual partilham a sua
actividade biolgica. O termo vitamina A inclui os retinides e os carotenides
(provitamina A). Nos retinides incluem-se o retinol e os seus metabolitos naturais
e uma vasta gama de anlogos sintticos, com semelhanas estruturais com o
retinol, podendo ter algumas das funes da vitamina A natural. Os carotenides
(provitamina A) so precursores alimentares do retinol, e so sintetizados
principalmente por plantas. Sendo assim, os alimentos ricos em carotenides
encontram-se no reino vegetal, nomeadamente em frutos de cores escuras, e em
vegetais como a cenoura, tomate e abbora, e vegetais folhosos. O Homem,
assim como outros animais, vai converter os carotenides presentes nos
alimentos em retinol e seus metabolitos. Consequentemente, os alimentos ricos
em retinol vo ser de origem animal, como o caso do fgado e dos lacticnios. (15,
24, 25)
A vitamina A fundamental, entre outros aspectos, para a proliferao e
diferenciao celular e um dos locais em que esse papel mais visvel na pele.
Alis, uma das manifestaes da carncia de vitamina A o desenvolvimento de
-
8/12/2019 Nutrio e a Pele
14/49
8
Nutrio e a Pele Monografia
hiperqueratose folicular, em que h formao de grande quantidade de epitlio
hiperqueratinizado volta dos folculos pilosos.(15, 24, 26)
Os retinides, tanto naturais como sintticos, so habitualmente utilizados no
tratamento de doenas da pele. Estes regulam o crescimento e diferenciao
celular da epiderme, podendo ser utilizados na teraputica de distrbios
hiperqueratticos como a psorase. A psorase uma dermatose resultante da
renovao aumentada das clulas da epiderme e certos retinides ajudam a
normalizar este estado hiperproliferativo.(15, 27)
O 13-cis-cido retinoico um retinide sinttico, supressor da proliferao das
glndulas sebceas e da produo de sebo, e por essa razo muito utilizado no
tratamento de alguns tipos de acne.(9, 24)
Alguns estudos mostraram tambm que a aplicao tpica de retinides tem um
efeito regenerador do colagnio, na pele fotoenvelhecida. Este efeito benfico
est relacionado com o seu papel na regenerao das fibras elsticas na pele
fotoenvelhecida, por induo da expresso de fibrilina 1, e na inibio de algumas
metaloproteinases da matriz (MPM), como a colagenase. As MPM so enzimas
responsveis pela degradao da matriz extracelular e funcionam como factores
angiognicos. As MPM esto localizadas tanto nos queratincitos (epiderme)
como nos fibroblastos (derme) e a sua expresso induzida pela radiao UV.(20,
28)
Relativamente aos carotenides, so-lhes reconhecidos vrios efeitos benficos
na pele. De entre os cerca de 600 carotenides existentes na natureza, apenas
um pequeno nmero se encontra nos alimentos e biodisponvel. Nesse grupo
restrito encontram-se, entre outros, o -caroteno, -caroteno, licopeno, lutena e
zeaxantina, e que esto habitualmente presentes na epiderme e na derme. Os
-
8/12/2019 Nutrio e a Pele
15/49
9
Nutrio e a Pele Monografia
carotenides que se encontram na epiderme so secretados pelas glndulas
sebceas. Por essa razo, os locais da pele com maior produo de sebo, como
a testa, so aqueles que tm maior concentrao de carotenides. (1, 29)
Os carotenides tm uma aco antioxidante, sequestrando e bloqueando
espcies reactivas de oxignio e radicais livres, o que impede a leso das
membranas celulares. Os carotenides tm tambm a capacidade de alterar
caractersticas absortivas da pele e tm um efeito imunomodulador. (4)
De todos os carotenides, aquele que tem sido alvo de maior ateno o -
caroteno. (4)
Um estudo concluiu que o consumo de -caroteno aumenta as propriedades
reflectoras da pele. Foi tambm demonstrado que, apesar de a quantidade de
carotenides existente na pele no ser suficiente para actuar como protector solar
fsico, o -caroteno pode ter uma aco fotoprotectora directa devido sua
capacidade fsica de absorver luz. Quantidades elevadas de -caroteno esto
tambm associadas a uma maior resistncia imunosupresso, aps exposio
radiao UV, que se sabe estar associada ao desenvolvimento de
fotocarcinogenese.(4)
O -caroteno tem ainda um papel como antioxidante, sequestrando espcies
reactivas de oxignio e radicais livres. Um estudo realizado em ratos, mostrou que
o -caroteno era capaz de inibir a carcinognese induzida pela radiao UV.(11)
Embora a maioria dos estudos se foque no -caroteno, outros carotenides vo
ganhando cada vez mais destaque, como o caso do licopeno, presente
maioritariamente no tomate e produtos derivados deste, e que descrito como
sendo o carotenide com maior aco antioxidante. So-lhe tambm
reconhecidas propriedades fotoprotectoras e anticarcinognicas, nomeadamente
-
8/12/2019 Nutrio e a Pele
16/49
10
Nutrio e a Pele Monografia
na reduo do risco de desenvolvimento de melanoma, uma neoplasia maligna
dos melancitos e que a forma mais fatal de cancro da pele.(29-31)
Apesar da importncia do consumo de vitamina A fundamental faze-lo em
quantidades moderadas j que o excesso de vitamina A pode ter consequncias
graves. O consumo excessivo de carotenides pode ter tambm consequncias
indesejadas, conferindo pele uma cor amarela ou laranja. (24)
3.2 Vitamina E
A vitamina E um conjunto de molculas com actividade biolgica do -tocoferol,
e encontra-se sob a forma de tocoferois e tocotrienis. uma vitamina
lipossolvel, com uma importante funo antioxidante. um potente sequestrador
dos radicais peroxil, prevenindo a peroxidao lipdica dos cidos gordos
poliinsaturados da camada fosfolipdica das membranas biolgicas e das
lipoprotenas plasmticas.(24)
As principais fontes de vitamina E so os leos vegetais, os gros de cereais
integrais, nozes, frutos, vegetais e algumas carnes.(15, 25)
A vitamina E est presente, entre outros locais, na pele. Tal como acontece com
os carotenides, a vitamina E secretada pelas glndulas sebceas.
Consequentemente, os locais de maior produo de sebo vo ter maior
concentrao de vitamina E. A presena de vitamina E no sebo vai proteger os
lpidos cutneos da aco dos radicais livres.(1, 15, 24)
So reconhecidas vitamina E propriedades fotoprotectoras, no s devido sua
aco antioxidante como tambm sua capacidade absortiva da radiao UV.(11)
Foi tambm demonstrada a inibio da imunossupresso induzida pela radiao
UV, aps suplementao (oral ou tpica) com vitamina E. (31)
-
8/12/2019 Nutrio e a Pele
17/49
11
Nutrio e a Pele Monografia
Alguns estudos mostraram mesmo existir uma relao positiva entre vitamina E e
reduo do cancro da pele induzido pela radiao UV. (10, 11, 31)
Um estudo relacionou a aco antioxidante da vitamina E com a formao de
clulas queimadas, aps exposio radiao UV. Clulas queimadas so
queratincitos com citoplasma eosinfilo, brilhante e reduzido, e com ncleo
picntico. Estes queratincitos surgem na epiderme aps exposio radiao
UV, podendo ser usados como marcadores da leso induzida pela radiao UV.
No entanto, nesse estudo, a vitamina E no protegeu as clulas da formao de
queimaduras. Esta situao pode ser explicada por um facto j constatado em
estudos anteriores. Nesses estudos a exposio radiao UV causou depleco
da vitamina E na pele, como resultado da sua oxidao. (4)
Apesar de oxidada, a vitamina E pode ainda ser regenerada, por aco de outros
antioxidantes, como a vitamina C. Sendo assim, quando usadas de forma
sinrgica, a vitamina C protege a vitamina E da oxidao e permite que esta
desempenhe as suas funes. Alis, vrios estudos tm vindo a comprovar a
eficcia da suplementao conjunta de vitamina E com vitamina C, na reduo de
queimaduras solares.(4, 11)
Um outro trabalho de investigao procurou estudar a relao sinrgica entre
vitamina E e carotenoides. No estudo comparou-se a aco da suplementao
com carotenoides com a da suplementao com carotenoides e vitamina E na
formao de eritema, uma leso foto-oxidativa. Como resultado do estudo
observou-se a formao menos pronunciada de eritema no grupo com
suplementao com carotenoides e vitamina E, comparativamente com o grupo
suplementado apenas com carotenoides. Sendo assim, a vitamina E pode
-
8/12/2019 Nutrio e a Pele
18/49
12
Nutrio e a Pele Monografia
fornecer uma proteco adicional, quando comparada com a suplementao s
com carotenoides. (17)
3.3 Vitamina C
Vitamina C o nome dado a todos os compostos com actividade biolgica do
cido ascrbico. As duas formas biologicamente activas so o cido ascrbico
(forma reduzida) e cido dehidroascrbico (forma oxidada). (1, 24)
Entre as principais fontes alimentares de vitamina C encontram-se os frutos
ctricos, vegetais verdes, tomate e batata. O cido ascrbico tambm por vezes
adicionado a alguns alimentos como antioxidante. A quantidade de vitamina C nos
alimentos significativamente reduzida quando estes so cozinhados, sendo
destruda e perdida para a gua de cozedura.(24, 25)
O cido ascrbico um redutor biolgico reversvel, essencial como cofactor em
reaces que necessitam de um io metlico reduzido sendo, por essa razo,
imprescindvel para a formao de fibras de colagnio em praticamente todos os
tecidos do corpo humano, incluindo a pele. O cido ascrbico funciona como
cofactor redutor da hidroxilao pstranslaccional de resduos de prolina e lisina
durante a sntese de colagnio. A enzima envolvida na hidroxilao da prolina, a
hidroxlase da prolil, dependente do ferro e necessita de oxignio molecular,
cido ascrbico e -cetoglutarato. Durante a reaco de hidroxilao o ferro
oxidado a Fe 3+, inactivando a enzima. A funo do cido ascrbico reactivar a
enzima por reduo do ferro a Fe 2+. A reaco de formao da hidroxilisina
anloga da hidroxiprolina. O cido araquidnico participa como cofactor na
hidroxilao de resduos de lisina, reaco catalizada pela hidroxlase da lisil, que
por sua vez dependente do cobre.(6, 24, 32)
-
8/12/2019 Nutrio e a Pele
19/49
13
Nutrio e a Pele Monografia
As unidades de hidroxiprolina e hidroxilisina formadas vo estabelecer pontes de
hidrognio que estabilizam a estrutura em tripla hlice do tropocolagnio, uma
unidade essencial do procolagnio.(24)
O cido ascrbico influencia tambm a secreo celular de procolagnio assim
como a biossntese de outros componentes do tecido conjuntivo como a elastina,
a fibronectina e os proteoglicanos. (24)
Numa situao de carncia de cido ascrbico, pode haver hidroxilao
insuficiente do colagnio, formando-se fibras anormais, o que pode resultar no
desenvolvimento de leses na pele e numa maior fragilidade dos vasos
sanguneos. Esta ltima situao vista no escorbuto, patologia resultante da
hipovitaminose C.(6, 24)
A vitamina C tem tambm uma reconhecida aco antioxidante. , alis, o
antioxidante hidrossolvel mais verstil e efectivo, doando electres para eliminar
vrios radicais livres e espcies reactivas de oxignio, voltando rapidamente ao
seu estado reduzido, por aco de dadores como a glutationa e o NADPH.(24)
Na pele, a vitamina C vai proteger as membranas das clulas da peroxidao
lipdica, de duas formas: a primeira ao eliminar os radicais peroxil na fase aquosa,
ainda antes de iniciarem a peroxidao lipdica, e por regenerar a vitamina E. A
regenerao da vitamina E um exemplo da proteco antioxidante de forma
indirecta da vitamina C, na qual o cido ascrbico disponibiliza electres que
regeneram formas reduzidas activas de outros antioxidantes biolgicos, no s a
vitamina E, mas tambm a glutationa e flavonoides.(24)
A vitamina C funciona tambm como antioxidante intracelular, protegendo o ADN
de leses oxidativas.(24)
-
8/12/2019 Nutrio e a Pele
20/49
14
Nutrio e a Pele Monografia
Associada sua aco antioxidante, a vitamina C tem tambm um efeito
fotoprotector, quer quando aplicada de forma tpica, quer quando administrada
oralmente, prevenindo a formao de eritema e de queimaduras, aps exposio
radiao UV. Um estudo experimental, realizado em ratos, mostrou que a
vitamina C alimentar reduz o desenvolvimento de tumores induzidos pela radiao
UV.(11, 13, 15, 20)
A vitamina C pode tambm influenciar a melanognese. Isto porque o cido
ascrbico, quando aplicado topicamente, inibe a aco da enzima tirosinase,
tendo um efeito supressor da pigmentao. Por essa razo a vitamina C muitas
vezes usada como clareante, principalmente em pases orientais.(32)
No entanto, esta aco da vitamina C pode no ser desejvel, j que a melanina
fundamental na proteco da pele da radiao UV. (11)
Apesar de a pele necessitar de vitamina C, e de se pensar que seria o rgo mais
sensvel sua deficincia, estudos recentes mostraram que a pele pode manter-
se com quantidades marginais de vitamina C enquanto que outros rgos, como o
crebro ou os pulmes, sofrem muito mais nessas condies. (1)
3.4 Selnio
O selnio fundamental para a defesa contra o stresse oxidativo, regulao da
hormona tiroideia e reduo do estado oxidado da vitamina C e de outras
molculas. Encontra-se em quantidades apreciveis nas vsceras, mariscos,
carne e cereais.(24, 25)
O selnio ingerido, quer na forma orgnica quer inorgnica, convertido pelo
fgado em selenocistena, usada na biossntese de selenoprotenas, como a
peroxdase da glutationa e a redtase da tioredoxina.(1)
-
8/12/2019 Nutrio e a Pele
21/49
15
Nutrio e a Pele Monografia
Na pele o selnio est presente como parte da redtase da tioredoxina e da
peroxdase da glutationa, que partilham o papel principal na defesa celular contra
o stress oxidativo. Ambas as enzimas protegem a pele da formao de leses
oxidativas, ao eliminarem directamente espcies reactivas de oxignio e radicais
livres. Estudos mostraram que a redtase da tioredoxina est localizada na
membrana celular dos queratincitos, facto que assume especial importncia na
proteco contra a formao de leses por radicais livres induzidos pela radiao
UV. Outra importante funo da redtase da tioredoxina a regenerao do cido
ascrbico a partir do cido dehidroascrbico.(1, 12, 24)
No entanto, sabe-se que a quantidade de redtase da tioredoxina na membrana
celular dos queratincitos no igual em todos os indivduos, estando relacionada
com os diferentes fototipos de pele (I a VI, segundo a classificao de Fitzpatrick).
Foram encontrados maiores nveis e uma actividade significativamente superior
da enzima em peles mais escuras, razo pela qual se acredita que os nveis de
selenoprotenas na pele so geneticamente determinados, reflectindo diferenas
genticas e raciais. igualmente possvel que as diferenas na composio em
selenoprotenas nos vrios tipos de pele estejam relacionadas com a existncia
de diferentes susceptibilidades ao dano induzido pela radiao UV. (1)
3.5 Magnsio
O magnsio encontra-se largamente distribudo em fontes animais e vegetais. As
suas principais fontes so os vegetais verde folhosos, cereais no refinados e
produtos animais (carne e lacticnios).(24, 25)
O magnsio est envolvido no metabolismo de mais de 300 reaces metablicas
essenciais, entre elas o metabolismo lipdico. (24, 33)
-
8/12/2019 Nutrio e a Pele
22/49
16
Nutrio e a Pele Monografia
Juntamente com outros caties, importante para a estabilizao das
membranas celulares (influenciando a sua fluidez e permeabilidade), a
manuteno da homeostasia intracelular e para a activao de clulas envolvidas
na cicatrizao. Esta ltima funo fundamental para a reparao cutnea.
Sabe-se que o aumento da concentrao de Mg 2+e a reduo da concentrao
de Ca2+, nos primeiros estdios da cicatrizao, est relacionado com o incio da
migrao celular para o local da leso.(24, 33)
Por outro lado, o facto de o magnsio ter um papel importante no metabolismo
lipdico da epiderme, contribui tambm para a reparao da barreira impermevel
gua.(24, 33)
3.6 Cobre
O cobre est presente em vrios alimentos. As suas principais fontes so os
crustceos, vsceras e cereais integrais.(24, 25)
O cobre essencial para a aco de vrias enzimas e a sua carncia est
associada a mudanas na actividade destas. Parte dessas enzimas dependentes
do cobre so fundamentais para a pele, como o caso da oxdase da lisina e da
tirosinase.(24)
A enzima oxdase da lisina essencial para o estabelecimento de pontes
cruzadas de colagnio e elastina, durante a formao do tecido conjuntivo.
Consequentemente o cobre fundamental para a cicatrizao. (21, 22, 24)
Em situaes de deficincia severa de cobre h um declnio da actividade desta
enzima. No entanto, na pele, e contrariamente ao que acontece na maioria dos
rgos e tecidos, a deficincia de cobre vai provocar mudanas pouco
significativas na actividade da oxdase da lisina, pelo que a sua funo no vai ser
comprometida.(24)
-
8/12/2019 Nutrio e a Pele
23/49
17
Nutrio e a Pele Monografia
A tirosinase, enzima envolvida na sntese de tirosina e na formao de melanina,
tambm dependente do cobre. Consequentemente, a carncia severa de cobre
vai ser responsvel pela despigmentao do cabelo e da pele.(24)
Outras enzimas dependentes do cobre, como a superoxido dismutase, tm uma
potente aco antioxidante.(24)
3.7 Zinco
O zinco est presente em quantidades apreciveis em carnes vermelhas,
crustceos e cereais integrais.(24)
O zinco assume um papel importante em vrias funes da pele: morfognese,
reparao, manuteno, proteco e defesa pois essencial para funes
catalticas, estruturais e reguladoras das protenas e/ ou enzimas envolvidas
nesses processos.(1)
Por ser importante para as vias anablicas e pelo facto de ser cofactor de muitas
enzimas envolvidas na sntese proteica, foram realizados estudos
epidemiolgicos que avaliaram a importncia do zinco na cicatrizao da pele. Os
resultados desses estudos mostraram que o zinco afecta positivamente a
cicatrizao, mesmo em doentes crticos, como no caso de doentes queimados.
(21, 22)
A importncia do zinco para a pele torna-se mais evidente em situaes de
carncia. Uma das consequncias da deficincia moderada de zinco o
desenvolvimento de pele spera e atraso na cicatrizao. Por outro lado, em
situaes de deficincia severa, como na acrodermatite enteroptica, h uma
absoro diminuda de zinco, com manifestaes dermatolgicas como dermatite
pustular, eritema, reas com eczema (inflamao) e alopcia.(1, 34)
-
8/12/2019 Nutrio e a Pele
24/49
-
8/12/2019 Nutrio e a Pele
25/49
19
Nutrio e a Pele Monografia
origem a prostaglandinas e tromboxanos de srie 2. Quanto via da lipoxigenase,
vai ser responsvel pela gerao, entre outros, de cido 12-
hidroxieicosatetraenoico (12-HETE), 15-hidroxieicosatetraenoico (15-HETE),
prostaglandina E1 (PGE1) e leucotrienos de srie 4. (23, 24)
Os eicosanoides modulam vrias funes celulares, a nvel cardiovascular,
pulmonar, imune, reprodutor e secretor. Alguns dos eicosanoides resultantes do
metabolismo do cido araquidnico, como prostaglandina E2 (PGE2), 12-HETE e
leucotrieno B4 (LTB4), so importantes mediadores de respostas imunes,
indutores da inflamao e quando produzidos em excesso podem desencadear
desordens inflamatrias e proliferativas. A nvel da pele essa produo excessiva
pode ser responsvel pelo desenvolvimento, entre outras condies e patologias,
de psorase, causando hiperproliferao epidrmica e inflamao cutnea. Por
outro lado, outros metabolitos, como o PGE1 e 15-HETE, tm uma aco
antinflamatria. (4, 23, 24)
No entanto, a epiderme o nico local do corpo que metaboliza
preferencialmente o cido linoleico em 13-HODE em vez de formar cido -
linolenico e posteriormente cido araquidnico. Isto porque a enzima responsvel
pela metabolizao de cido linoleico em cido -linolenico se encontra em
quantidade reduzida na epiderme.(23)
O cido 13-HODE, funciona como modulador da actividade e expresso da
cnase C de protenas epidrmica, que se sabe estar associada
hiperproliferao epidrmica.(23)
Estudos mostraram que os leos de plantas ricos em cidos gordos essenciais n-
6 tm um efeito benfico em desordens inflamatrias da pele. Nessas patologias,
os valores de metabolitos proinflamatrios esto aumentados. O consumo de
-
8/12/2019 Nutrio e a Pele
26/49
20
Nutrio e a Pele Monografia
alimentos ricos em cido linoleico vai fazer com que haja uma competio na
sntese de metabolitos, entre proinflamatrios e antinflamatrios, levando
diminuio da sntese de metabolitos proinflamatrios.(4)
Por outro lado, em situaes de deficincia alimentar de cido linoleico ou em
patologias em que h uma reduzida taxa de converso nos seus metabolitos,
nomeadamente no eczema atpico, h desenvolvimento de leses na pele, como
secura, descamao e vermelhido. Estas manifestaes so resultantes do
aumento da taxa de proliferao celular da epiderme e de uma dramtica reduo
da impermeabilidade gua.(9)
3.8.2 cidos Gordos Poliinsaturados n-3
Os cidos gordos poliinsaturados n-3 ou cido -linolnico, encontram-se
principalmente em leos de peixe como o leo de fgado de bacalhau e nos
peixes mais ricos em gordura, como a cavala e o salmo.(4)
O cido linolnico metabolizado no organismo em cido eicosapentanoico
(EPA) e cido docosahexanoico (DHA). EPA e DHA so precursores de
prostanoides de srie 3 (tromboxano A3 e prostaciclina I3) e de leucotrienos de
srie 5 (leucotrieno B5). O tromboxano A3 um fraco agregante plaquetrio, a
prostaciclina I3 um vasodilatador e inibidor da agregao plaquetria e o
leucotrieno B5 (LTB5) um fraco indutor da inflamao e fraco agente
quimiottico. Por outro lado, a presena dos metabolitos EPA e DHA leva
diminuio da produo de PGE2 e de LTB4, ambos indutores da inflamao,
assim como de tromboxano A2, potente agregante plaquetrio e vasoconstritor.
Consequentemente reconhece-se ao n-3 uma aco antinflamatria e
antitrombtica.(36)
-
8/12/2019 Nutrio e a Pele
27/49
21
Nutrio e a Pele Monografia
Como referido anteriormente, os prostanoides de srie 2 e leucotrienos de srie 4
so induzidos pelo cido linoleico. Sabe-se que quando uma alimentao
suplementada com cidos gordos n-3, estes vo substituir, parcialmente, os
cidos gordos n-6 de praticamente todas as clulas, por competirem com o n-6,
como substrato da cicloxigenase e da lipoxigenase. Consequentemente vai haver
uma reduo da sntese dos metabolitos de n-6.(24, 36)
Nem o EPA nem o DHA esto presentes na epiderme normal. Isto porque ambos
so metabolizados na epiderme em metabolitos monoidroxilados. O EPA
metabolizado em cido 15-hidroxipentanoico (15-HEPE) e o DHA em cido 17-
hidroxidocosahexanoico (17-HODHE), que se acumulam na epiderme.(23, 24)
Vrios estudos mostraram que a suplementao com leos de peixe, contendo
cidos gordos n-3, tem efeitos benficos nas inflamaes cutneas. Alguns
desses estudos focaram-se em doentes com psorase, tendo-se se observado
uma melhoria significativa das leses, aps suplementao. Esta melhoria est
associada substituio parcial dos cidos gordos n-6 e seus metabolitos
indutores de inflamao, por cidos gordos n-3, a nvel dos fosfolpidos da
epiderme.(4, 23)
Outros estudos demonstraram que o n-3 tem uma aco fotoprotectora.
Observou-se que a suplementao com leos de peixe ricos em n-3
responsvel por uma reduo da concentrao de PGE2, na pele irradiada. O
PGE2 um importante mediador da formao de clulas queimadas e da
imunossupresso, induzidas pela radiao UV. Na pele irradiada, a
suplementao com n-3 e consequente diminuio de PGE2 vai estar implicada,
pelo menos em parte, na reduo da formao de eritema e reduo parcial da
imunossupresso.(4, 37)
-
8/12/2019 Nutrio e a Pele
28/49
22
Nutrio e a Pele Monografia
Ficou tambm demonstrada, num teste clnico, a reduo da formao de clulas
queimadas e de inflamao resultantes da radiao UV, aps 3 meses de
ingesto de leo de peixe.(11)
Uma alimentao com uma maior proporo de n-3 relativamente a n-6 est
tambm associada a um menor risco de desenvolvimento de carcinoma no
melanoma. (12)
No entanto, sabe-se que os cidos gordos n-3 tm uma natureza instvel,
estando sujeitos aco lesiva dos radicais livres. Na pele irradiada, medida
que aumenta a concentrao de cidos gordos n-3, aumenta a sua
susceptibilidade peroxidao lipdica. Mas esta situao pode ser evitada se se
conseguir proteger os cidos gordos n-3 da aco dos radicais livres. Essa aco
protectora realizada por outros compostos, antioxidantes, como as vitaminas C
e E. (4)
3.9 Polifenois
Os polifenois so compostos presentes, por exemplo, no ch verde. Esto
associados a efeitos benficos na pele, apesar de se desconhecer, pelo menos
em parte, o seu exacto mecanismo de aco.(1)
O ch verde uma bebida muito popular, uma das mais consumidas depois da
gua, feito a partir de folhas secas e no fermentadas de Camellia sinensis, O
facto de no sofrer fermentao evita a oxidao e polimerizao de derivados
das catequinas, como acontece com as folhas de ch preto. Esses derivados das
catequinas so vulgarmente chamados de compostos polifenoicos. As principais
catequinas encontradas no ch verde so a epicatequina (EC), epigalocatequina
(EGC) e epigalocatequina galato (EGCG). Sabe-se que estes compostos tm uma
aco antioxidante, antinflamatria e anticarcinognica. De todas as catequinas, a
-
8/12/2019 Nutrio e a Pele
29/49
-
8/12/2019 Nutrio e a Pele
30/49
24
Nutrio e a Pele Monografia
Algumas destas aces dos flavonoides e isoflavonas tm como consequncia a
inibio da mutagenicidade.(16, 24)
Os flavonoides encontram-se maioritariamente presentes em frutos e vegetais.
Entre todos, o mais estudado a quercetina. O interesse parece ser justificado, j
que a quercetina mostrou ser efectiva na preveno de certos cancros, como o
cancro da pele.(24)
Outros flavonoides e isoflavonas, como a apigenina, genisteina, silimarina,
curcumina e a nobiletina mostraram estar relacionados com a inibio de
carcinomas da pele.(24, 31)
A apigenina mostrou inibir a carcinognese induzida pela radiao UV, atravs da
inibio do ciclo celular. Para alm disso, tem tambm uma aco antinflamatria
e antioxidante, protegendo as clulas da pele da peroxidao lipdica.(24)
O genistein uma isoflavona, abundante nos gros de soja. Vrios estudos
mostraram a capacidade do genistein em inibir a carcinognese qumica e a
fotocarcinognese. A sua aco anticarcinognica na pele est associada aos
seus efeitos antioxidantes e antiproliferativos, que mostraram tambm ser
efectivos na reduo da formao de eritema induzido pela radiao UV.(31, 38)
O silymarin composto por uma mistura de flavonoides presentes no cardo do
leite. Os estudos realizados com o silymarin mostraram a sua aco protectora da
carcinognese da pele (fotocarcinognese e carcinognese qumica), reduzindo
de forma significativa a incidncia, multiplicao e volume tumoral.(38)
A curcumina um corante natural presente no aafro e que, segundo foi
demonstrado, reduz a formao de tumores na pele.(38)
A nobiletina, presente nos frutos ctricos, tem uma aco antifotoinflamatria,
prevenindo a formao de danos agudos, como eritema e edema. Este flavonoide
-
8/12/2019 Nutrio e a Pele
31/49
25
Nutrio e a Pele Monografia
inibe a produo de PGE2 induzida pela radiao UV-B, por supresso da enzima
cicloxigenase Cox 2 nos queratincitos e da a libertao de cido araquidnico a
partir dos fosfolpidos membranares, por inibio da actividade da enzima
fosfolpase A2 citoslica, tambm induzida pela radiao UV-B, nos
queratincitos.(42)
3.10 Vitamina D
O termo vitamina D diz respeito a dois precursores, biologicamente inertes:
vitamina D3(colecalciferol) e vitamina D2(ergocalciferol). A vitamina D2 derivada
de plantas, produzida exogenamente e fornecida atravs da alimentao. A
vitamina D3 est tambm disponvel em alguns alimentos, como os leos de
fgado de peixe (ex: leo de fgado de bacalhau) e peixes gordos. Actualmente
existem tambm alimentos fortificados com vitamina D (D2ou D3), como o caso
do leite e de alguns cereais.(25, 43)
No entanto, a principal fonte de vitamina D no fornecida por via alimentar, j
que a vitamina D maioritariamente sintetizada na pele.(43)
Na pele existe um precursor da vitamina D, a provitamina D3. Este precursor
encontra-se, na sua maioria, armazenado na epiderme (60%), e o restante (40%)
encontra-se na derme.(24)
A partir do precursor provitamina D3 formada a previtamina D3, como resultado
da exposio radiao UV-B. A provitamina D3, presente na membrana
plasmtica das clulas da pele, absorve radiao UV-B, o que vai desencadear
uma alterao da sua conformao, dando origem previtamina D3. Cerca de80
a 90% da sntese de previtamina D3 ocorre nas camadas mais activas da
epiderme, nomeadamente na camada basal e na camada espinhosa. Apenas
-
8/12/2019 Nutrio e a Pele
32/49
-
8/12/2019 Nutrio e a Pele
33/49
27
Nutrio e a Pele Monografia
A principal funo biolgica da vitamina D3 activa a manuteno das
concentraes de clcio e fsforo no soro em propores adequadas aos
processos celulares, funo neuromuscular e ossificao. A vitamina D3consegue
alcanar esse objectivo aumentando a eficincia da absoro intestinal de clcio e
fsforo e ao mobilizar as reservas sseas de ambos.(24, 43)
A nvel cutneo a vitamina D tem um papel importante na diferenciao
epidrmica, inibindo a proliferao dos queratincitos ao mesmo tempo que
aumenta a sua diferenciao. Sabe-se tambm que, quando aplicada
topicamente, a vitamina D3 activa inibe a formao de clulas queimadas,
induzidas pela radiao UV-B. Isto porque a vitamina D3activa induz a expresso
de metalotionena, um potente destruidor de radicais livres.(11, 31, 46)
Sendo assim, a vitamina D um exemplo de uma vitamina importante para a pele
e representa tambm a importncia da pele para a nutrio.
3.11 Outros nutrientes/ compostos
Ao longo da bibliografia so referidos outros nutrientes e compostos que, pelas
suas propriedades, so importantes a nvel cutneo.
So exemplos desses nutrientes/ compostos a Ginkgo biloba, importante por
conter substncias com propriedades antioxidantes e o Polypodium leucotomos,
por conter substncias com aco antioxidante, imunomoduladora e
anticarcinognica.(4, 11, 47, 48)
A biotina, riboflavina e niacina so igualmente consideradas importantes para o
desenvolvimento e manuteno de uma pele normal, j que este um rgo
largamente afectado em situaes de carncia de qualquer uma destas trs
vitaminas. (24)
-
8/12/2019 Nutrio e a Pele
34/49
28
Nutrio e a Pele Monografia
O cido cafeico e o cido ferrlico, presentes nas azeitonas e no azeite, so
referidos como fotoprotectores, devido sua aco antioxidante. Alis, o cido
ferrlico (sozinho ou juntamente com outros compostos antioxidantes)
frequentemente adicionado a loes cosmticas para preveno de fotoleses e a
alimentos, para inibir a peroxidao lipdica e o dano oxidativo.(11, 49)
So ainda referidos como importantes para a pele outros compostos/ alimentos,
como a cafena, o resveratrol e o ginseng, por induzirem a apoptose de clulas do
melanoma.(11, 31)
Por ltimo, comum a associao entre determinados alimentos ou nutrientes e o
desenvolvimento de acne. Embora tenham sido muitos os estudos realizados em
torno dessa temtica, poucos foram os que obtiveram resultados conclusivos. Um
dos alimentos que se concluiu estar associado ao aumento do risco de
desenvolvimento de acne, nomeadamente em adolescentes do sexo feminino, foi
o leite. Nesses estudos sugerida a existncia de certos constituintes hormonais,
como precursores de andrognios, no leite, em quantidade suficiente para terem
efeitos biolgicos em raparigas.(46, 50)
4. Nutrio e Envelhecimento da Pele
A busca da eterna juventude , sem dvida, uma das preocupaes das
sociedades actuais.(4)
Embora o processo de envelhecimento se desenvolva por todo o corpo,
maioritariamente visvel na pele, j que as mudanas funcionais se vo reflectir na
alterao da sua aparncia fsica. Consequentemente este rgo o principal
alvo das atenes quando se fala em envelhecimento. (4, 20)
-
8/12/2019 Nutrio e a Pele
35/49
-
8/12/2019 Nutrio e a Pele
36/49
30
Nutrio e a Pele Monografia
a nvel da regenerao e cicatrizao tecidular. A vitamina C, por participar na
sntese de colagnio, fundamental na manuteno dessa funo. Um estudo
mostrou que o baixo consumo de vitamina C, independentemente da idade e da
exposio solar, est associado a uma maior prevalncia de aparecimento de
rugas e manchas senis, dois sinais visveis do envelhecimento e resultantes da
perda de elasticidade e da sntese reduzida de colagnio.(15)
O retinol frequentemente mencionado como tendo propriedades
antienvelhecimento e utilizado como ingrediente em vrias frmulas, como
cremes e loes. Vrios estudos demonstraram que o retinol melhora a aparncia
da pele fotoenvelhecida, nomeadamente a nvel da reduo da formao de
rugas. Embora a maioria dos estudos com o retinol seja relativo sua aplicao
tpica, natural que a administrao oral tenha efeitos semelhantes.(15, 20, 28, 52)
Outros nutrientes so tambm referidos como benficos para a reduo do
envelhecimento. o caso do cido linolnico, por ser precursor de EPA e DHA,
ambos fotoprotectores e por isso importantes na preveno do
fotoenvelhecimento.(13)
Embora a maioria dos estudos sobre envelhecimento se centre nos diferentes
nutrientes, alguns focam-se nos alimentos consumidos. Foi o caso de um estudo
que procurou estabelecer uma relao entre o desenvolvimento de rugas em
idosos, de diferentes etnias, expostos radiao solar, com o tipo de alimentos
consumidos. Esse estudo concluiu que um maior consumo de vegetais, frutos,
ch e azeite, est associado a uma menor prevalncia de rugas. (19)
Relativamente aos vegetais, frutos e ch a explicao est associada riqueza
em vitaminas C, E e carotenoides dos dois primeiros e presena de polifenois
no ch. A relao entre polifenois e menor prevelncia de rugas pode ser
-
8/12/2019 Nutrio e a Pele
37/49
31
Nutrio e a Pele Monografia
explicada pela aco antioxidante da EGCG. Quanto ao azeite, a explicao
parece estar relacionada com a sua riqueza em cidos gordos monoinsaturados,
constituintes da epiderme e resistentes oxidao, e presena dos cidos
cafeico e ferrlico, ambos com aco antioxidante.(11, 19)
5. Anlise Crtica e Concluses
Tendo em conta as aces benficas demonstradas, importante incentivar o
consumo de alimentos ricos em vitaminas A, E, C e D, carotenoides, selnio,
cobre, zinco, magnsio, cidos gordos poliinsaturados n-3 e n-6 e polifenois. De
entre as diversas aces que se reconhecem a estes compostos, a nvel cutneo,
destacam-se a proteco, cicatrizao, sntese de melanina, regulao do
crescimento e diferenciao celulares, resposta antinflamatria, manuteno da
impermeabilidade e antienvelhecimento.
No que diz respeito proteco da pele, fundamental o contributo de vrios dos
micronutrientes referidos, especialmente na proteco contra a radiao UV. A
vitamina E, C, carotenoides, e polifenois, actuam como antioxidantes, protegendo
a pele da aco dos radicais livres induzidos pela radiao UV. Os carotenoides e
a vitamina E tm tambm capacidade de absorver radiao UV, embora de forma
menos eficaz, quando comparadas com um protector solar. Estas propriedades
vo proteger as membranas e o ADN evitando, ou pelo menos reduzindo, a
formao de leses fotoxidativas, como eritema e cancro da pele (melanoma e
no melanoma).
A associao entre alguns destes compostos, nomeadamente a administrao
conjunta de vitamina C e E e de vitamina E e carotenoides mostrou ser vantajosa,
apresentando resultados mais significativos do que a admistrao isolada.
-
8/12/2019 Nutrio e a Pele
38/49
-
8/12/2019 Nutrio e a Pele
39/49
33
Nutrio e a Pele Monografia
atrasando e prevenindo o aparecimento das alteraes caractersticas desse
processo.
Os compostos referidos so os mais citados na bibliografia, com as aces mais
relevantes e melhor estudadas, no sendo por isso os nicos. Por outro lado,
compostos cujo consumo geralmente considerado benfico para a pele, como
o caso da gua e sua relao com a hidratao da pele, no foram referidos
porque nos estudos consultados a relao no foi considerada significativa.
A maioria dos estudos sobre administrao oral dos compostos descritos
relativa ao uso de suplementos. No entanto, e como foi constatado nos estudos
que se debruaram no consumo de alimentos, os resultados so semelhantes.
Embora no existam dados precisos no que diz respeito quantidade que deve
ser consumida destes compostos, de modo a obter-se os efeitos desejados, o seu
consumo dever estar de acordo com as necessidades dirias de cada um, e
dentro dos intervalos recomendados.
Constatou-se, como regra geral, que um maior consumo dos compostos
descritos, se reflectia num aumento da sua aco na pele, excepto no que diz
respeito ao selnio. A quantidade de selenoprotenas presentes na pele
geneticamente determinada, pelo que um maior consumo de selnio no vai
aumentar o seu nmero nem a sua aco.
Embora existam j vrios estudos sobre a relao entre administrao oral destes
compostos e efeito na pele, a grande maioria dos trabalhos de investigao so
relativos sua aplicao tpica. Seria por isso importante a realizao de mais
estudos sobre o consumo de nutrientes/ alimentos e respectiva aco na pele, de
forma a conhecer melhor os seus mecanismos de aco e, quem sabe, descobrir
novas associaes entre nutrio e pele.
-
8/12/2019 Nutrio e a Pele
40/49
34
Nutrio e a Pele Monografia
Ainda assim, muitos dos estudos j realizados, apontam no sentido de a ingesto
dos compostos referidos poder ser um complemento ou mesmo uma alternativa
aplicao tpica na manuteno de uma pele saudvel, durante mais tempo.
-
8/12/2019 Nutrio e a Pele
41/49
35
Nutrio e a Pele Monografia
6.Referncias Bibliogrficas
1. Richelle M, Sabatier M, Steiling H, Williamson G. Skin bioavailability of
dietary vitamin E, carotenoids, polyphenols, vitamin C, zinc and selenium. Br J
Nutr. 2006; 96(1):227-38
2. Junqueira L, Carneiro J, editores. Histologia Bsica. 10 ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan; 2004.
3. Williams P, Warwick R, Dyson M, Bannister L, editores. Gray's Anatomy.
37th ed. London: Churchill Livingstone; 1989.
4. Boelsma E, Hendriks H, Roza L. Nutritional skin care: health effects of
micronutrients and fatty acids. Am J Clin Nutr. 2001; 73(1):853-64
5. Escott-Stump S, editor. Nutrio Relacionada ao Diagnstico e Tratamento.
5 ed. S. Paulo: Manole; 2007.
6. Berg J, Tymoczko J, Stryer L, editores. Biochemistry. 5th ed. New York: W
H Freeman and Company; 2002.
7. Goldsby R, Kindt T, Osborne B, editores. Kuby Imunologia. 4 ed. Rio de
Janeiro: Revinter; 2002.
-
8/12/2019 Nutrio e a Pele
42/49
36
Nutrio e a Pele Monografia
8. Berne R, Levy M, Koeppen B, Stanton B, editores. Fisiologia. 4 ed. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan; 2000.
9. Boelsma E, Vijver L, Goldbohm R, Klpping-Ketelaars I, Hendriks H, Roza
L. Human skin condition and its associations with nutrient concentration in serum
and diet. Am J Clin Nutr. 2003; 77(1):348-55
10. McArdle F, Rhodes L, Parslew R, Close G, Jack C, Friedmann P, et al.
Effects of oral vitamin E and -carotene supplementation on ultraviolet radiation-
induced oxidative stress in human skin. Am J Clin Nutr. 2004; 80(1):1270-75
11. Kullavanijaya P, Lim H. Photoprotection. J Am Acad Dermatol. 2005;
52(6):937-58
12. Ibiebele T, Pols J, Hughes M, Marks G, Williams G, Green A. Dietary
pattern in association with squamous cell carcinoma of the skin: a prospective
study. Am J Clin Nutr. 2007; 85(1):1401-8
13. Cosgrove M, Franco O, Granger S, Murray P, Mayes A. Dietary nutrient
intake and skin-aging appearance among middle-aged American women. Am J
Clin Nutr. 2007; 86(1):1225-31
14. Eberlein-Knig B, Placzek M, Przybilla B. Protective effect against sunburn
of combined systemic ascorbic acid (vitamin C) and d--tocopherol (vitamin E). J
Am Acad Dermatol. 1998; 38(1):45-8
-
8/12/2019 Nutrio e a Pele
43/49
37
Nutrio e a Pele Monografia
15. Keller K, Fenske N. Uses of vitamins A, C, and E and related compounds in
dermatology: A review. J Am Acad Dermatol. 1998; 39(4):611-25
16. Sies H, Stahl W. Nutritional protection against skin damage from sunlight.
Annu Rev Nutr. 2004; 24(1):173-200
17. Stahl W, Heinrich U, Jungmann H, Sies H, Tronnier H. Carotenoids and
carotenoids plus vitamin E protect against ultraviolet lightinduced erythema in
humans. Am J Clin Nutr. 2000; 71(1):795-8
18. Strutzel B, Cabello H, Queiroz L, Falco M. Anlise dos factores de risco
para o envelhecimento da pele: aspectos gerais e nutricionais. Rev Bras Nutr Clin.
2007; 22(2):139-45
19. Purba M, Kouris-Blazos A, Wattanapenpaiboon N, Lukito W, Rothenberg E,
Steen B, et al. Skin wrinkling: can food make a difference? J Am Coll Nutr. 2001;
20(1):71-80
20. Rabe J, Mamelak A, McElgunn P, Morison W, Sauder D. Photoaging:
Mechanisms and repair. J Am Acad Dermatol. 2006; 55(1):1-19
21. Berger M, Baines M, Raffoul W, Benathan M, Chiolero R, Reeves C, et al.
Trace element supplementation after major burns modulates antioxidant status
-
8/12/2019 Nutrio e a Pele
44/49
38
Nutrio e a Pele Monografia
and clinical course by way of increased tissue trace element concentrations. Am J
Clin Nutr. 2007; 85(1):1293-300
22. Berger M, Binnert C, Chiolero R, Taylor W, Raffoul W, Cayeux M, et al.
Trace element supplementation after major burns increases burned skin trace
element concentrations and modulates local protein metabolism but not whole-
body substrate metabolism. Am J Clin Nutr. 2007; 85(1):1301-6
23. Ziboh V, Miller C, Cho Y. Metabolism of polyunsaturated fatty acids by skin
epidermal enzimes: generation of antiinflammatory and antiproliferative
metabolites. Am J Clin Nutr. 2000; 71(Suppl):361S-66S
24. Shils M, Olson J, Shike M, Ross A, editores. Modern Nutrition in Health and
Disease. 9th ed. Baltimore: Williams & Wilkins; 1999.
25. DRI, Dietary Reference Intakes. Washington DC: Institute of Medicine of
the National Academies, The Nacional Academies Press; 2006.
26. Bleasel N, Stapleton K, Sullivan J. Vitamin A deficiency phrynoderma: Due
to malabsorption and inadequate diet. J Am Acad Dermatol. 1999; 41(2):322-4
27. Cotran R, Kumar V, Collins T, editores. Robbins Patologia Estrutural e
Funcional. 6 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2000.
-
8/12/2019 Nutrio e a Pele
45/49
-
8/12/2019 Nutrio e a Pele
46/49
40
Nutrio e a Pele Monografia
36. Simopoulos A. Omega-3 fatty acids in health and disease and in growth and
development. Am J Clin Nutr. 1991; 54(1):438-63
37. Shahbakhti H, Watson R, Azurdia R, Ferreira C. Influence of
Eicosapentaenoic Acid, an Omega-3 Fatty Acid, on Ultraviolet-B Generation of
Prostaglandin-E sub 2 and Proinflammatory Cytokines Interleukin-1B, Tumor
Necrosis Factor-B, Interleukin-6 and Interleukin-8 in Human Skin In Vivo.
Photochem Photobiol. 2004; 80(2):231
38. Wright T, Spencer J, Flowers F. Chemoprevention of nonmelanoma skin
cancer. J Am Acad Dermatol. 2006; 54(6):933-46
39. Katiyar S, Elmets C, Katiyar S. Green tea and skin cancer:
photoimmunology, angiogenesis and DNA repair. J Nut Bio. 2007; 18(5):287-96
40. Hsu S. Green tea and the skin. J Am Acad Dermatol. 2005; 52(6):1049-59
41. Rees J, Stuke T, Perry A, Zens M, Spencer S, Karagas M. Tea
consumption and basal cell and squamous cell skin cancer: Results of a case-
control study. J Am Acad Dermatol. 2007; 56(5):781-5
42. Tanaka S, Sato T, Akimoto N, Yano M, Ito A. Prevention of UVB-induced
photoinflammation and photoaging by a polymethoxy flavonoid, nobiletin, in
human keratinocytes in vivo and in vitro. Biochem Pharmacol. 2004; 68(3):433-39
-
8/12/2019 Nutrio e a Pele
47/49
41
Nutrio e a Pele Monografia
43. Wolpowitz D, Gilchrest B. The vitamin D questions: How much do you need
and how should you get it? J Am Acad Dermatol. 2006; 54(2):301-17
44. Need A, Morris H, Horowitz M, Nordin C. Effects of skin thickness, age,
body fat, and sunlight on serum 25-hydroxyvitamin D. Am J Clin Nutr. 1993;
58(1):882-5
45. Nash J, Javaid Z, Rigel D, Tanner P. Impact of sunscreens on vitamin D: A
risk/ benefit analysis. J Am Acad Dermatol. 2005; 52(3):P161
46. Adebamowo C, Spiegelman D, Danby F, Frazier A, Willett WC, Holmes M.
High school dietary dairy intake and teenage acne. J Am Acad Dermatol. 2005;
52(2):207-14
47. Middelkamp-Hup M, Pathak M, Parrado C, Goukassian D, Rius-Daz F,
Mihm M, et al. Oral Polypodium leucotomos extract decreases ultraviolet-induced
damage of human skin. J Am Acad Dermatol. 2004; 51(6):910-18
48. Philips N, Smith J, Keller T, Gonzalez S. Predominant effects of Polypodium
leucotomos on membrane integrity, lipid peroxidation, and of elastin and
matrixmetalloproteinase-1 in ultraviolet radiation exposed fibroblasts, and
keratinocytes. J Dermatol Sci. 2002; 32(1):1-9
-
8/12/2019 Nutrio e a Pele
48/49
42
Nutrio e a Pele Monografia
49. Moyal D, Hansenne I. Topical application of ferulic acid, vitamins C and E
protects human skin from ultraviolet A radiation-induced erythema. J Am Acad
Dermatol. 2007; 52(2):AB163
50. Adebamowo C, Spiegelman D, Berkey C, Danby F, Rockett H, Colditz G, et
al. Milk consumption and acne in adolescent girls. Dermatol Online J. 2006; 12(4)
51. Kaul N, Pagnoni A, Lazer W, Mirabella S. Antiaging efficacy of a combined
oral & topical regimen: 4-week clinical investigation. J Am Acad Dermatol. 2007;
56(2):AB30
52. Wallo W, Bertin C, Oddos T, Costes F. Clinical improvement in the
appearance of photoaging with a serum containing retinol. J Am Acad Dermatol.
2007; 56(2):AB30
-
8/12/2019 Nutrio e a Pele
49/49
a1