número 13 da revista c

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1,50REVISTA SEMANAL 28 ABRIL 2011 13 CORONEL BÍVAR FOI CAMPEÃO EM QUASE TUDO C EM VISEU COM ANACLETO RAIMUNDO E SVETLANA MIRSKY SABE QUEM É A CANDIDATA PSD NILZA MOUZINHO? VIDAS EM CASA DE LEGISLATIVAS JOSÉ COUTO EMPRESÁRIOS PRECISAM DE MAIS COMPETÊNCIAS R E V I S T A O F I C I A L AINDA HÁ TABERNAS À MODA ANTIGA MÃES NO CENTRO DA CRISE MÃES NO CENTRO DA CRISE

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Número 13 da revista C

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coronel bívar foi campeão em quase tudo

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ainda há tabernas à moda antiga

mães no Centro da Crise

mães no Centro da Crise

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CONCESSIONÁRIO PEUGEOT / Grupo MCoutinhoCoimbra - Rua Manuel Madeira - Pedrulha - Tel.: 239 433 500www.mcoutinhocentro.pt

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índice

AO MICROSCÓPIO6 Alterações e evolução das Noites do ParqueEntrevista com o secretário-geral da Queima 12 PolíticaA C conheceu Nilza Mouzinho, a surpresa do PSD 20 Um dia com Jaime RamosDe sol a sol com o presidente da ADFP22 Que é feito de si?António Vigário foi presidente da AAC em 1992

SOCIedAde26 Ser mãe é hoje mais difícilC analisa situação no mundo atual32 Junta de Taveiro "afogada" em águaContas dispararam devido a vandalismo no Par-que de Merendas33 Academia despediu-se de Luzio VazEmoção incontida no funeral do "protetor dos estudantes"34 Tabernas mantêm-se únicasBastiões do passado sobrevivem à passagem do tempo

CéRebROS38 Um rádio que pensaEm Aveiro estão a criar-se aparelhos inovadores

dINHeIRO40 Empresários precisam de aumentar as competênciasEntrevista com José Couto, presidente do CEC46 1.º de MaioSalários em atraso castigam trabalhadores de Coimbra

vIveR52 Em casa de Anacleto e Svetlana RaimundoC visitou casa do advogado e da princesa russa 72 O coronel campeãoNuno Bívar recebeu medalha de bons serviços desportivos

ColuNiStAS23 Helena Vasconcelos 31 Mira lagoa Sobral 74 luís de Matos

5 Editorial 8 Sete sóis, sete luas 14 Ex(Sic)tações 15 Acredite se quiser 16 Retrato falado 18 Confidencial 19 Queima das Fitas 24 Via do leitor 25 Car tas 50 Empresário de sucesso 51 Casino 55 Viajar 56 topo de gama 58 À mesa 60 Moda 62 Antes e depois 70 Cultura

Grupo

Propriedade/ editora: MEDiNFoRMA, lDA; NIPC: 509711537; Capital Social: 50.000€; Rua Combatentes da Grande Guerra, 109 - 3045-469 - taveiro - Coimbra; email: [email protected].: 239 981 303; Fax.: 239 981 304; Tlm.: 916 987 300Gerência: António Gomes Abr antes; Maria Eugénia C. Figueiredo Abrantes; inês Micaela Figueiredo AbrantesCapital Social da entidade Proprietária: Beirastexto, SA – 87%; outros – 13%

CNotícias

Diretor: Soares Rebelo ([email protected])

Chefe de Redação: Mário Nicolau ([email protected])

Redação: Bruno Vicente ([email protected])

Marco Roque ([email protected]),Marta Varandas ([email protected]) Sílvia Diogo ([email protected])

Vasco Garcia ([email protected])

Colunistas: Alexandra Dinis, António Alegre, António Pedro Pita, Carlos Fiolhais, Helena Albuquer-que, Hélio loureiro, Joana Benzinho, luís lavrador, luís de Matos, luís Pirré, Manuel Rebanda, Margarida Regêncio, Mário Ruivo, Mira lagoa Sobral, Paulo leitãoColaboradores: José lorena, Márcia de oliveira; Fotografia: Pedro Ramos ([email protected])

Direção de Arte: inês Abrantes e Jorge CaninhasRelações Públicas- Diretora: Eugénia AbrantesProdução: André Navega , Hugo Campos e tiago CarvalhoServiços ComerciaisDiretor Comercial: luís Figueiredo ([email protected])

Técnicos de Vendas:Fernando Gomes ([email protected])

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PUBLICIDADE E ASSINATURASCNotíciasRua Combatentes da Grande Guerra, 109 - 3045-469 taveiro - CoimbraTel.: 239 981 303 - Fax: 239 981 304Tlm: 916 987 300Email: [email protected] [email protected]

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Interdita a reprodução de todos os conteú-dos editoriais, fotográficos, ilustrações paraqualquer meio ou fim, mesmo comerciais.

Assine e divulgue a Assinatura anual 55€Email: [email protected].: 916 355 014

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editorial

O silênciO, o jejum e a oração eram, anos atrás, nos dias que antecediam a Pás-coa, a festa mais importante do calendário litúrgico cristão, princípios inalienáveis no mundo católico. As vias-sacras, procissões que reconstituíam os passos de Cristo entre a casa do prefeito romano Pôncio Pilatos e o Calvário, suscitavam, praticamente em todo o país, fortes sentimentos de fé. A devoção era, inicialmente, tanta, que o Papa Bento XIV decidiu, inclusivamente, dividir o "cami-nho" em 14 estações.

O ritual mantém-se, simplesmente, com uma adesão constantemente diminu-ída de fiéis – e sem a abstinência quaresmal de outrora, antes uma prevalência da carta gastronómica. Hoje, como acaba de cons-tatar-se, só no mundo rural continuam a mobilizar-se vilas e aldeias para as vivências religiosas da quadra. As cidades despovoa-ram-se, uma vez mais, para férias.

dOmingO chegado, repicavam festiva-mente os sinos, animavam-se as ruas das localidades, fazia-se o Compasso – ou visita pascal. Com ou sem o pároco ou diáconos, percorriam-se as casas levando uma cam-painha, uma cruz florida e uma caldeira de água benta para abençoar quem lá vivesse. Depois da saudação ("Cristo ressuscitou" ), era oferecida comida e bebida aos mem-bros do compasso, ao mesmo tempo que se fazia uma contribuição monetária para a igreja. Os padrinhos, esses, davam, neste dia, prendas aos afilhados - o chamado folar da Páscoa.

tudO mudOu. Os Portugueses, agora, fecham as casas na Semana Santa, esgotam charters, rumo ao Brasil, ao Caribe, a Cabo Verde. Crise – qual crise? No Algarve estive-ram, ao que rezam as estimativas, para aí uns

500 mil por tugueses. Dir-se-á: os tempos são outros, a sociedade transformou-se, perderam-se, com a globalização, princípios e valores. É certo, mas a Igreja não é alheia à debandada do seu rebanho. A intervenção pública dos nosso bispos tem-se pratica-mente limitado, ultimamente, a questões bem mais relacionadas com a política do que com os a ssuntos eclesiá sticos. Aos "novos caminhos pastorais", de inovação, solicitados pelo próprio Papa, os nossos prelados dizem… coisa nenhuma. Que tem sido feito em prol da escola e da famí lia? E da transmissão da espiritualidade às novas gerações?

depOis dos combates perdidos do di-vórcio e do aborto, do reconhecimento dos casais homossexuais e heterossexuais, de múltiplas outras leis aprovadas mundo fora em setores tão delicados como a transmis-são e a defesa da vida, a doença, a identida-de da família e o respeito pelo casamento, os nossos prelados continuaram a ignorar a imprescindível adaptação às realidades deste novo milénio. Onde está o empenho das estruturas católicas para resolver os dramas que por aí se vivem, compreender as decisões que se vão tomando, colmatar eventuais erros? Onde está, afinal, a sua cau-sa civilizacional?

argumenta-se, teologicamente, que a Igreja Católica não deve mudar só porque muda a sociedade, uma vez que a sua men-sagem jamais poderá ser outra senão a do Evangelho. Só que, confrontado com pro-blemas novos e angústias crescentes e sem resposta clarificadora de uma Igreja cada vez mais sumptuariamente confinada à sa-cristia, o crente retrai-se, corre também ele a agarrar os momentos eufóricos de fruição lúdica – e, nos templos, é a debandada.

“Os Portugueses, agora, fecham as casas na Semana Santa, esgotam charters, rumo ao Brasil, ao Caribe, a Cabo Verde. Crise – qual crise?

Páscoa vazia sOares reBelODiretor

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ao microscópio

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head

A uma semana da Queima, qual é o ponto da situação?É ótimo. Como é o meu segundo ano, as coisas tornaram-se mui-to mais fáceis. Está tudo pronto par a começarem a s Noites do Parque, que são a face mais visível da Queima.

Quais são as grandes novi-dades da Queima deste ano?Vamos mudar muito o Parque. Mudámos toda a estrutur a das tendas, mudámos a organização interna e criámos dinâmicas que v ã o p ro p o rci o n a r a o p ú b l i co gr andes mudança s . Tentámos criar melhores condições par a a Cruz Vermelha, os bombeiros e a segurança, criámos uma zo-na central no Parque destinada aos nossos patrocinadores e as ten d a s t a m b ém ir ã o cr ia r um impacto enorme. Serão menos tendas, muito grandes e uma de-las será preta por dentro. Vamos deixar de ter os balcões de ma-deira típicos para criar módulos específicos, para dar condições diferentes. São pequenas coisas que melhoram a imagem geral da Queima.

O que há a destacar no cartaz?Fa z sentido destacar Editors. É talvez a banda mais direcionada para o nosso público e para aqui-lo que os estudantes gostam de

ouvir. Já a noite dos James é clara-mente virada para a cidade, para uma faixa etária mais velha . No restante, tentámos criar alguma dinâmica durante a semana, que são noites quase exclusivamen-te par a es tudantes . Tentámos trazer o melhor que há em por-tuguês. Com a Mega FM criámos uma noite com dj's muito publi-citados na rádio e apostámos em algumas bandas de Coimbra. O palco secundário também po -de fazer uma grande diferença e chamar gente que habitualmente não vai à Queima.

O preço dos bilhetes man-tém-se?Essa é uma luta muito grande que nós temos . O nosso resultado final é uma exigência grande e te-mos de ter um cuidado especial com o preço dos bilhetes. Não aumentámos, houve até um dia que baixou (a segunda-feira), e a nossa intenção sempre foi tentar descer. Neste ano de crise, esta-mos com algum medo, apesar de eu achar que as pessoas vão con-tinuar a ir ao Parque. Os consu-mos é que podem diminuir. É mui-to complicado, para o momento que vivemos, estar as oito noites a cur tir à gr ande a Queima das Fitas. O Bilhete Múltiplo é tam-bém uma novidade a assinalar. É algo que queríamos experimen-

atual

aomicroscópio A Queima evoluiu

porque os estudantes também evoluirama queima tem de inovar e criar eventos que marquem, defende joão alexandre, secretário-geral da queima das fitas TEXTO VASCO GArCiA FOTOS PEdrO rAMOS

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tar já há algum tempo e que este ano tentamos incutir. Vamos ver como corre. São quatro das oito noites à escolha, para qualquer público. É uma experiência que pode criar um bocadinho mais de ligação à cidade.

Além das Noites do Parque, que outras novidades?Tirando o Baile, o Chá, a Garraia-da ou a Serenata – eventos tra-dicionais que v ão ser iguais ao habitual – a atividade a que nós queremos dar ênfase é o Cortejo dos Pequenitos. É uma novidade que me parece que vai ficar para a história. Serão 1.200 crianças numa réplica do Cor tejo. Vai ser uma novidade muito engraçada.

Essa é uma iniciativa que se insere numa estratégia de ligação à cidade?A Queima tem de inovar e criar eventos que marquem. É uma es-tratégia que a Queima tem de ter. Já houve tempos em que a cida-de esteve separada da Queima e agora faz sentido que nós demos este contributo para unir a cidade e a Queima.

Como vê as críticas daqueles que dizem que a Queima per-deu a mística e não é mais que um festival de bandas?Eu acho que a Queima mantém a mística. Os nossos colegas é que a vivem de maneira diferente. A festa tornou-se naquilo de que os estudantes gostam agora. A Queima evoluiu porque os estu-dantes também evoluíram num sentido, talvez, contrário àquilo que era a Queima das Fitas. Não sou hipócrita ao ponto de dizer q u e a s N o i te s d o P a rq u e n ã o são parecidas com um festival. É complexo fazer este limbo entre o lucro que a casa pede e o even-to Queima das Fitas em si. Nós não v amos conseguir retir ar o lucro que nos exigem – porque exigem – tornando a Queima nal-go diferente do que ela é hoje. Se não tivermos um bom cartaz, se não criarmos estruturas para ter patrocinadores, se não criarmos

uma zona de imprensa digna para receber mais imprensa, que cha-me mais gente, se não se criarem dinâmicas de um festival de ban-das, não vamos conseguir tir ar esse lucro. Nós fa zemos aquilo que os estudantes nos pedem: melhores bandas, melhores es-trutur a s , melhores condições. Obviamente que há outros estu-dantes que pedem a tradição. A Queima tornou-se naquilo que os estudantes são hoje em dia, mas o amor e a paixão pela tradição continua igual.

Quais são as expectativas em termos de público?No ano pa ssado, contr a a s mi-nhas expectativas, batemos os recordes todos, quer na venda de bilhetes gerais, quer de pontuais. E já nessa altura falávamos de cri-se. Nós construímos o cartaz pa-ra trazer mais gente e, se tivermos o mesmo número, seria bom.

E em termos financeiros?Nós temos a noção que a Asso-ciação Académica de Coimbr a vive muito do lucro financeiro da Queima da s Fita s. E nós temos de ter isso em mente. Se um mi-lhão de euros é uma meta? Não é, nem nunca será . A meta é fa-zer um evento com condições e criar uma nova dinâmica à volta da Queima das Fitas.

Como encara toda esta res-ponsabilidade?É muito comple xo. Tenho dez secretários a tr abalhar comigo e só dois é que se mantiver am do ano passado. Além disso, os oito comissários for am eleitos nas faculdades e foram oito pes-soas novas que vieram. A maior dificuldade é criar dinâmicas nas pessoa s e tentar que a s coisa s funcionem à velocidade que eu quero, que não é a que eles têm. São oito meses intensos, de mui-

ta conversa, muita reunião e mui-to trabalho para que nada falhe.

A nível académico, é quase um ano perdido?Felizmente, eu fui fazendo as coi-sas certinhas. Esta é a minha sexta matrícula, é o meu último ano em Coimbra. A minha maior dificul-dade vai ser viver a última Queima, ao mesmo tempo que estou a tra-balhar. Vai ser complexo chorar na Serenata, ao mesmo tempo que estou a trabalhar.

O episódio da sua demissão e depois readmissão fragili-zou-o de alguma forma?Não. São questões internas, que passaram. A Associação Acadé-mica tem diferentes opiniões e, se assim não fosse, isto não crescia. Antes pelo contr ár io, deu - me mais força e mais responsabilida-de para criar uma festa que seja um estrondo.

“A Queima tornou-se naquilo que os estudantes são hoje em dia, mas o amor e a paixão pela tradição continua igual

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ao microscópio

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headsete sóis, sete luas

Miranda e Lousãquerem o metro

Viseu constróicasa episcopal

Castelo Brancorecupera igrejas

o movimento Cívico da Lou-sã e Miranda do Corvo analisa, a 3 de maio, a reação do Gover-no à exigência da continuidade das obras adjudicadas entre Serpins e Alto de S. João, colo-cando os carris e as catenárias. A suspensão do projeto signi-fica, segundo o movimento, um desperdício de mais de oito milhões de euros.

a nova Casa Episcopal de Vi-seu, destinada a substituir a antiga, instalada num edifício próximo da muralha da cidade que foi praticamente todo de-molido, vai começar a ser final-mente construída. A prospeção de vestígios arqueológicos no local já terminou e as obras de-verão ficar concluídas dentro de um ano e meio.

a c  m a r a já re c up e rou a Igreja da Senhora da Piedade e está a requalificar a Igreja do Espírito Santo, devolvendo--lhes a traça antiga, alterada na década de 90. A intervenção nos dois templos seculares, que apresentavam diversos problemas, prevê ainda a co-locação de placas informativas junto a cada um deles.

a Queima do Judas é uma tradição fortemente enraiza-da na vida cultural de Tonde-la, que voltou a juntar, nesta Páscoa, num mesmo espetá-culo teatro, dança e música, entre muitas outras artes. In-titulada "Ao Quixote não há quem o derrote!", a iniciativa, promovida pela Associação Cultural e Recreativa de Ton-dela (ACERT), destinou-se a exorcizar, segundo José Rui Martins, diretor artístico do projeto, aquilo que "dificulta o povo português de viver uma vida condigna, de conseguir o desenvolvimento do país sem ter de mendigar a todo o mo-mento ajuda exterior, acredi-tando nas forças nacionais".

Tondela exorcizou males do País

Dezenas de pessoas juntam-se para criar o espetáculo

Cadastro florestalem Góis e Vouzela

Mealhada recuperareclusos de Coimbra

os concelhos de Vouzela (Viseu) e Góis (Coimbra) fo-ram escolhidos para início, ainda este verão, do cadastro de terras em Por tugal, que deverá ficar pronto dentro de um ano. O projeto, que contará com o apoio de meios técnicos das Zonas de Intervenção Flo-restral (ZIF), visa dotar o país de um cadastro completo da propriedade fundiária.

um grupo de quatro reclusos do Estabelecimento Prisional de Coimbra está a trabalhar na manutenção dos espaços ver-des do concelho da Mealhada. O acordo celebrado entre a au-tarquia e a Direcção-Geral dos Serviços Prisionais, visa dar aos condenados uma oportunidade de inclusão na vida ativa. Na Ma-ta Nacional do Buçaco também já trabalham vários reclusos.

a su

bir

antónio arnaut, "pai" do SNS , condena viv amente a eventual recusa de medica-mentos aos doentes por par-te dos hospitais.

margarida mano passa a integrar o Conselho de Ges-tão da Universidade de Coim-bra. A vice-reitora não pára de subir.

Joana r amos continua a somar medalhas. Agora foi a de prata, na final dos campe-o natos europoeus de judo, -52 ks, realizados na Turquia.

otelo disse há dias que, se soubesse que íamos cair na atual situação, não tinha feito o 25 de Abril. Agora, já diz que sim. Em que ficamos?

elevadordo mercado

a d

esce

r

3,4 milhões de euros foi o valor

dos 605.737 artigos apeendi-dos pela ASAE em 2010

433 milhões de euros foi o au-

mento de janeiro / fevereiro nos depósitos de particulares

24% é o corte no 1.º trimestre nas despesas estatais com medi-

camentos nas farmácias

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Utentes/doentes

não raras vezes somos con-frontados com a necessidade, ao momento legal, de ter de passar atestados par a a car ta de con-dução, par a a licença de uso e por te de arma (de caça, defesa e despor tiva), de "validação" de atestados médicos emitidos por outras entidades justificando a evicção laboral de alguns "uten-tes", para o menino(a) a frequen-tar atividades desportivas, para o sénior ir ao ginásio, etc. etc. etc., e por mais incrível que pareça, até um atestado de robustez psíqui-ca para possuir (legalmente) uma determinada raça de cães consi-derados perigosos, vem parar ao gabinete /consultório do Médico de Família do "tal" utente. E o do-ente? Aquele também cidadão que deveria ter critérios de prio-ridade face à eventual patologia clínica que apresenta, é remetido para o "agendamento comum", tantas vezes administrativo, das vagas sobrantes? Não pode ser... e não o é efetivamente na grande maioria dos casos, mas é preciso o médico saber dizer ( conversan-do com o utente ) e fazer a gestão de prioridades de alguns atos, ain-da que legitimados, pese embora o "Livro Amarelo" exista logo co-mo coação psicológica. Se estiver efetivamente doente, ou pensar que o está, converse com o seu Médico de Famí lia, pois uma so-lução será necessariamente en-contrada.

ANtóNio ALEgrEMédico Centro Saúde de Eiras

visita demédico

50 milvisitantesno MuseuAliança

o underground Museum, de Sangalhos, registou, no primeiro ano de atividade, celebrado no fim de semana da Páscoa, mais de 50 mil visitantes, que conheceram as sete coleções artísticas em ex-posição e a produção de vinhos, espumantes e aguardentes da em-presa. Criado pelo comendador Joe Berardo, nas caves da Aliança Vinhos, é o primeiro espaço museológico subterrâneo em Portugal, concebido de forma a conciliar a arte da Colecção Berardo com a arte dos vinhos Aliança.

boa

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ícia

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ícia

Portugal reduziu, no ano passado, a taxa de abandono escolar em 2,5 pontos percentuais, para 28,7 por cento, em parte devido às vias profissionais.

o iC2 foi a estrada portuguesa onde se re gistaram mais vítimas em 2010, num total de de 27, das quais nove mortos, 11 feridos graves e sete feridos ligeiros.

InCÊndIos

o dIsPosItIvo especial de combate a incêndios f lores-ta is conta r á este a no com menos 15 meios aéreos e 700 elementos do que em 2010, poupando assim o Estado cer-ca de 11,5 milhões de euros. O Governo abriu, entretanto, concurso para a contratação de dois aviões Canadair, de menor capacidade que os do ano passado, a fim de poderem reabastecer-se em superfícies de água mais pequenas, com o que se espera ganhos de ra-pidez e eficiência. Para 2011, em que só estarão disponíveis 34 meios aéreos, prescindiu--se dos aviões não anfíbios, por terem de aterrar entre cada ataque ao fogo e ser re-abastecidos. O dispositivo contará, inicialmente, com quatro máquinas de rasto de um conjunto de 12 que atua-rá na fase mais complicada, a Charlie, que vai de 1 de julho a 30 de setembro e contará com 2.019 viaturas (em 2010 foram

2.177) e 9.210 elementos (no ano passado eram 9.985). O secretário de Estado das Flo-restas apelou, entretanto, ao envolvimento dos particula-res e autarquias no esforço de prevenção de fogos florestais. Segundo Rui Barreiro, 90 por cento da f loresta pertence a

privados, estando legisladas as suas responsabilidades em matéria de prevenção e mes-mo prevista a intervenção das autarquias quando os respeti-vos proprietários não fizerem o seu trabalho, imputando a estes os custos de eventuais intervenções.

Menos quinze meios aéreos

Helicópteros vão substituir este ano os aviões não anfíbios

Portugueses no 4.º lugar dos gastadores no estrangeiro

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ao microscópio

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O Museu dO côa , inaugura-do em julho de 2010, já recebeu cerca de 30 mil visitantes. Ali, em pouco mais de hora e meia, a “máquina do tempo” trans-porta os visitantes para uma v iagem que, com recurso às mais recentes tecnologias in-formativas, os faz recuar “mais de 20 mil anos” na história da Humanidade. Ocupando uma área com cerca de 22 mil hecta-res ao longo de 26 quilómetros de extensão, o Parque Arqueo-

lógico do Vale do Côa é patri-mónio mundial desde 1998. O museu, inaug urado após ter sido posta de lado a construção da barragem para lá prevista, dev ido aos protestos de am-bientalistas e de especialistas em arte rupestre, teve um custo aproximado de 18 milhões de euros. Estende-se ao longo de quatro pisos, que englobam au-ditório, serviço educativo, área administrativa, loja e salas de exposição.

é uMa nova técnica utilizada para enganar os utilizadores do Mu lt iba nco. O c a sh t ra-p p in g f a z - se colo c a ndo u m objeto plástico ou metálico - uma espécie de régua - na ra-nhura de saída das notas, que impede que estas saiam mas que permite recuperá-las, pu-xando pelo objeto. A intenção é " ludibriar " quem pretende levantar dinheiro e "julga que

o equipamento está avariado". As pessoas são levadas a desis-tir da operação e abandonam o local, permitindo aos suspei-tos retirar o objeto e ficar com o dinheiro. A PSP já registou casos em Coimbra e recomen-da aos utilizadores que não se vão embora e chamem a Polí-cia, recusando ajuda de quem "sugere que volte a marcar o código".

sete sóis, sete luas

Trinta mil no Côa

Instalações museológicas custaram 18 milhões de euros

A cobrança de dívidas comerciais

qual O MeiO mais aconselhável para um comerciante obter judi-cialmente o pagamento das fatu-ras que emite? De entre os meios judiciais que a lei coloca à sua disposição para esse fim, aquele que se revela menos complexo, mais célere, mais eco-nómico e, eventualmente, mais eficaz, é a injunção (prevista nos Decretos-Lei n.º 269/98 de 1/09 e n.º 32/2003, de 17/02). A injunção é um expediente judi-cial que consiste na apresentação, junto do Tribunal, de um reque-rimento em que se caracteriza a dívida, relativamente ao respetivo montante e origem. Tratando-se de um requerimen-to de modelo pré-aprovado, que pode ser entregue através da in-ternet, é extremamente simples. É também célere, graças aos pra-zos curtos e à desnecessidade, em geral, de intervenção de um juiz. É ainda uma solução económica, pois o custo associado é signifi-cativamente mais baixo do que o de uma ação declarativa "tradi-cional". Será ainda uma solução eficaz, já que se consegue que o devedor seja notificado pelo Tribunal para cumprir, o que muitas vezes po-derá ser suficiente para o persua-dir a pagar. No entanto, se este o não fizer, o credor passa a dispor de um título suficiente para uma ação executiva, com consequente penhora de bens.

ArTur Seguro pereirAAdvogado

direitodireto

vai sernotícia

leIrIA a câMara contratou, por um ano, sete arrumado-res de automóveis para traba-lharem nos jardins munici-pais. Todos eles beneficiários do Rendimento Social de Inserção, tiveram formação própria para integrar as equi-pas da autarquia que tratam dos espaços verdes, rece-bendo pelo seu trabalho 429 euros mensais. possível".

guArdA O dia Mundial da Fibromialgia (12 de maio) vai ser assinalado, a 14 de maio, a partir das 10H00, com um fórum sobre esta patologia, na Sala Polivalente "Tempo e Poesia", da Biblioteca Mu-nicipal Eduardo Lourenço. Está prevista a presença de especialistas na matéria, que vão abordar, entre outros temas, "O Impacto da Fibro-mialgia na Saúde e Qualidade de vida" e "Dor Crónica".

AveIro O casal de jovens que partiu de Ovar em bicicleta rumo a Macau já pedalou sete meses e, após uma alteração no trajeto para evitar a neve, atravessou a Líbia e o Egipto, encontran-do-se agora em Iskenderum, na Turquia. Rafael Polónia e Tanya Ruivo garantiram que a viagem tem sido “super pacífica”, mas confessam que os dias de inverno na Europa são duros. Data prevista de chegada a Macau: “antes do Carnaval do próximo ano”.

mIrAndA do Corvo as iguarias gastronómicas de carne de cabra velha, a chan-fana, a sopa de casamento, e os negalhos, ainda podem ser apreciados até domingo, dia1 de Maio, em Mirando do Corvo, num festival que pre-tende valorizar uma riqueza cultural local.

pSp alerta para cash trapping

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ao microscópio

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foi a grande surpresa nas lis-tas que os partidos políticos apresentaram às legislativas de 5 de junho.Chama-se Nilza Mouzinho de Sena e é professora universi-tária no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP). Aliás, foi nesta ins-tituição que fez toda a sua for-mação. Primeiro licenciou-se em Comunicação Social, de-pois fez o mestrado em Ciência Política e, mais tarde, o douto-ramento em Ciências Sociais.A nível político, e apesar de ter sido presidente da Assembleia de Freguesia do Santo Condes-tável (Lisboa), era uma ilustre desconhecida até há cerca de um ano, quando foi escolhida para vice-presidente do PSD. Na altura, assumiu-se como uma "caloira" nestas andan-ças.Agora, sobe do 34.º lugar da lista do PSD ao círculo de Lis-boa, que ocupou em 2009, para terceiro na lista de Coimbra.

"Quando aceitamos as respon-sabilidades que eu aceitei, te-mos de estar disponíveis para o que o partido solicitar. Estou muito honrada com este con-vite", afirmou Nilza Mouzinho de Sena, em declarações à C.A professora universitária, n a t u r a l d e M o ç a m b i q u e , considera que o seu percurso académico e profissional per-mite fazer "toda a ligação com Coimbra, cidade da cultura e do conhecimento". Admite que não conhece todo o distrito, mas diz não ter tempo: "ten-ciono conhecer e deslocar-me para aí assim que for possível, para estar ao lado do professor Canavarro na campanha em Coimbra".A m i lita nte la r a nja (desde 19 96 ) quer "con hecer, tão rápido quanto possível, a rea-lidade do distrito" para, na Assembleia da República, po-der ajudar a "ultrapassar o que estiver mal e potenciar o que está bem". VG

política

nilza Mouzinho de sena

Conheça a "caloira" do PSD

corridaeleitoral

debates frente-a-frente de 6 a 20 de maioO s d eb ate s tel e v isi vos d a p ré campanha para as legislativas vão decorrer entre 6 e 20 de maio nas três televisões gener alista s . O formato será semelhante ao das eleições de 2009, em modelo de frente-a-frente, com apenas dois candidatos. Ao todo serão dez de-bates que arrancam na RTP com o confronto entre o líder do CDS--PP, Paulo Portas, e o secretário--geral do PCP, Jerónimo de Sousa, terminando na mesma estação com o frente-a-frente entre José Sócrates e Passos Coelho.

leiria js e líder dadistrital ps em "guerra"

A Fed er aç ão D is tr it a l d e Leiria da JS acusou o presi-dente da federação socia-

lista no distrito, João Paulo Pedrosa, de ter tido um "com-

por tamento autoritário e anti-democrático" na aprovação da lista a apresentar pelo partido às eleições. Segundo a JS, o líder rosa "ignorou por completo os nomes indicados, designando ele próprio, e à revelia da estrutura, quem bem entendeu", não constando na lista nenhum nome indicado pela JS.

psd listas provocaram demissão na figueira

O v ice - presidente da Con -celhia da Fig ueir a da Foz d o P S D d e m i t i u - s e p o r d is co rd a r d a co l o c a ç ã o

de um nome indicado pela estrutura em 5.º lugar na lista de deputados, em vez do 3.º lugar. "Foi passado um atestado de in-competência à Figueira da Foz", afirmou David Azenha. O líder da distrital laranja desvalorizou a de-cisão. "As razões que esse senhor alega são razões que eu jamais na vida conseguirei entender, nem nenhum cidadão deste país con-seguirá entender", declarou Mar-celo Nuno.

nomeNilza Mouzinho de Sena

data de nascimento21 de novembro de 1976

naturalidade e residênciaNatural de Maputo, reside em Lisboa

profissãoProfessora no Instituto Superiorde Ciências Sociais e Políticas

formação académicaLicenciada em Comunicação Social (especializ ação em J or nalismo), mestre em Ciência Política e doutora em Ciências Sociais, na especialida-de de Sociologia, pelo InstitutoSu-perior de Ciências Sociais e Políticas

cargo políticoVice-presidente do PSD

zoom

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ao microscópio

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ex(sic)tações

toma lá dá cá

frases desfeitas

quem foi que disse?

Pela primeira vez, o PSD apresenta um líder marcadamente à direita, de conce-ções liberais e com um papel redutor para o Estado. Nunca PS e PSD estiveram tão afastados numa campanha eleitoral.

Deus lhes perdoe porque o Povo, no próximo dia 5 de junho, não perdoa-rá. Portugal merece muito melhor. É

impossível que aqueles que nos enterra-ram, agora arranjem força e sabedoria

para nos salvar.

Fernando SerraSqueiro, secretário de estado do Comércio

LuíS ProvidênCia Fátima ramoSJoão GabrieL SiLva

PauLo JúLio, presidente da Câmara municipal de Penela

“ Festejar o 25 de abril no meio da crise que assola o país poderia ser visto como resolver o problema das pontes de Konigsberg.

Resp

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cer

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Eu já tenho o Governo na minha cabeça

Pedro Passos Coelho,presidente do PsdE o FMI, meteu onde?

Das eleições vai sair um Governo de meros notários da Nação.

eduardo dâmaso, jornalistaNão vai ser realmente fácil dividir a pesada herança…

A troika de especialis-tas do BCE, CE e FMI já começou a trabalhar para prescrever a tera-pia. É bom prepararmo--nos para uns anos de purgatório.

horta e silva, ex-diretordo iNeti (Coimbra)Não seria melhor prepararmo--nos, antes, para uns anos de inferno?

Nas próximas eleições, ganhe ou perca o PSD, ao aceitar ser candidato pelos socais democra-tas em vez de apresen-tar o seu próprio proje-to, Fernando Nobre está politicamente morto.

José maNuel diogo,consultor de comunicaçãoJá se fazem apostas sobre quem serão os gatos-pingados que lhe vão fazer o funeral.

Neste momento, criar verdades à moda de Estaline só aumenta a desconfiança e agrava o desastre.

João Boavida,professor universitárioPois, até Trotsky foi eliminado da fotografia…

A chanfana, a sua his-tória e cultura, os seus valores sociais e popu-lares são, afinal, trans-versais a um conjunto de municípios.

Pedro maChado, presidente da entidade regio-nal de turismo do CentroAí está uma grande lição de vida: o que as cabras velhas têm a mais, têm os homens a menos.

Quem chegou à meia--final da Taça de Por-tugal, ao 8.º lugar da tabela e mantém a es-pinha dorsal da equipa, jamais pensa que, no ano seguinte, vai estar na luta pela permanên-cia.

aPrígio saNtos,presidente da NavalPois é, quando se aposta na vida eterna não poderá ignorar-se o Diabo.

Fontes: Facebook, as Beiras, diário de Coimbra e lusa. Seleção de frases e comentários: redação C

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acredite se quiser

Nem os ladrões escapamaos assaltosa cena é, no mínimo, surreal. Como, infelizmente, acontece inúmeras vezes no Brasil, um jovem de Rio Grande do Sul foi assaltado. O método também não é novo. Quando o rapaz parou num semáforo, o assal-tante apontou-lhe uma arma e obrigou-o a sair do carro. Como é natural, o jovem obedeceu. Até aqui, nada de novo. Surpreen-dente foi quando um outro veí-culo parou ao lado do da vítima e de lá saíram três indivíduos armados. De nada valeu ao pri-meiro assaltante dizer que tinha chegado antes e que o assalto era dele. Ficou sem carro e sem or-gulho. Será que estes também têm cem anos de perdão?

Doa péniscom 95... anosHá pessoas que têm orgulho no seu corpo ou partes dele. O islan-dês Pall Arason tinha orgulho no seu pénis. De tal forma que prometeu, ainda em vida, doar o seu órgão sexual ao museu fa-lológico de Husavik, na Islândia.

O homem faleceu recentemente, aos 95 anos, e o seu pénis foi o primeiro de um ser humano a fa-zer parte da exposição do espaço museológico, criado há 25 anos. Junta-se ao ex-líbris do espólio: um pénis de 170 centímetros de uma baleia cachalote.

Luz verde para quê?

a Holanda é conhecida como um dos países mais liberais do mundo, com grande abertura a todos os aspetos da vida, nomea-damente o sexo. Ainda assim, há algumas coisas que conseguem chocar os holandeses. Na pe-quena cidade de Nimwegen, os habitantes foram surpreendidos com um semáforo que, quando fica verde, em vez de aparecer o normal bonequinho verde,

aparecem dois bonecos numa posição sexual. Curiosamente, desde então, o sinal está quase sempre verde para os peões...

Palmas parao ciclista bêbedoaconteceu em S. João da Ma-deira. Ricardo Pereira, de 36 anos, esteve a lanchar com uma amiga. Bebeu umas cervejas, uns copos de vinho, whisky, aguar-dente… Depois pegou na sua bi-cicleta para ir para casa. Estava tão feliz que ia sem as mãos no guiador, a bater palmas. A PSP é que não achou muita piada. Quando soprou no balão, o ho-mem acusou 3,9 g/l de álcool. Nada que o preocupe: "Consigo conduzir melhor com os copos do que quando estou fino", disse ao JN. E nem o facto de ter ficado sem a bicicleta o irá parar. Tem mais duas em casa.

Orgasmo pela boca

a jovem Gabi Jones, de 25 anos, sofre de uma estranha desor-dem. A norte-americana tem orgasmos quando experimenta comidas de que gosta mesmo

muito. Como o prazer é tanto, Gabi não se inibe de comer. O resultado está à vista: passou de 90 quilogramas para 204. Nada que a preocupe, até porque, até ver, é completamente saudável. "Quando me satisfaço, eu nunca me apresso. Eu vou devagar, por-que toda refeição é como uma experiência sexual", conta.

O chinêsmais gordoda atualidadeé , m u ito prov avel mente, a criança mais obesa do mundo. Com apenas quatro anos, Lu Zi--Hao pesa uns impressionantes 62 quilogramas. Os pais estão preocupados mas o pequeno chinês só pensa em comer. "Ado-ro peixe", é uma das suas frases preferidas. A outra é "dá-me a tua comida". E quem não der, leva.

bolsa da praça

Pingo Docetem o cabazmais em conta

O Pingo Doce é a super-fície comercial com os preços mais baixos no cabaz desta semana. A diferença para o Jumbo é de apenas 20 cêntidos e a margem para o Continen-te e o Supercor também é relativamente pequena.

Preços em 22.04.11

:)

maisbarato maismais

carocaro

:(PreçOs/Kg/L

Bolachas Belgas Chocolate 1,69€ 1,69€ 1,69€ 1,37€

Leite Matinal Magro (1l) 0,69€ 0,82€ 0,82€ 0,89€

Compal Néctar Pêssego Clássico (1l) 1,19€ 1,16€ 1,18€ 1,25€

Cereais Nestlé Crunch 2,69€ 2,69€ 2,67€ 2,99€

Maionese Calvé (225ml) 1,29€ 1,32€ 1,32€ 1,33€

Óleo alimentar Fula (1l) 1,49€ 1,79€ 1,79€ 1,79€

Atum em óleo Bom Petisco 1,08 € 1,03€ 0,85€ 1,03€

TOTAL 10,12€ 10,50€ 10,32€ 10,65€

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ao microscópio

28ABrIl 2011

retrato falado

debate

Os clientes já falam das eleições de 5 de junho ou revelam outras preocupações?

praça de táxis

Esse assunto ain-da não está na or-dem do dia para

as pessoas. Antes da s pessoa s pen-

sarem nisso tem que se resolver o problema da dívida e do FMI. Mas acho que, quando chegarem as eleições, as pessoas não vão deixar de ir votar.

JOÃO LEMOS

Os clientes ainda n ã o f a l a m d a s eleiçõ es . Ainda

não ouvi esse tipo de comentário. Fa-

lam muito é do estado do tempo e da crise económica, isso não há dúvida . As pessoas estão é preocupadas com a parte que envolve o seu dinheiro.

aDÉLIa MaCHaDO

A s e l e i çõ e s s ã o u m a co i s a q u e ainda es tá mui-

to distante par a as pessoas. Ainda

f a l t a a l g u m te m p o , talvez por isso não estejam, ainda, muito preocupadas. A televisão fala muito das eleições, mas os nossos clientes nem por isso.

aRTUR CRaVEIRO

Na generalidade,

não se adaptaram à nova realidade, na qual exis-

te uma luta entre todos os tra-balhadores e o capital financeiro

especulativo. Não se atualiza-ram, ainda mantêm a menta-

lidade de luta de classes, entre operários e

patrões.

Os sindicatos souberam adaptar-se

ao século XXI?

Sim, houve uma evo-

lução positiva ao longo dos anos. No entanto, penso

que nem sempre a generalida-de se identifica com as formas de luta dos sindicatos. Há ou-tras formas de combate para

além das manifestações e greves de grande

dimensão.

MAdAlEnA cArrItO Presidente da Federação das Confrarias Gastronómicas

AntónIO ArnAut advogado

figura da semana

menções honrosas

O MOSTEIRO de Santa clara-a-Velha regis-tou, em 2010, mais 15 por cento de visitas do que em 2009, ano da sua reabertura ao público. desde então, já por ali passaram mais de 100 mil visitantes.

COnSIDERaDO o melhor museu português, foi inclusivamente nomeado para os European Museum of the Year Awards 2011, cuja cerimó-nia de entrega de prémios está marcada para 21 de maio, na Alemanha.

O COORDEnaDOR GERaL do espaço tudo tem feito, realmente, no sentido do desenvol-vimento cultural na área museológica e reforço do diálogo europeu.

Artur côrtE-rEAl

Filipa Pato

a EnóLOGa bairr adina foi eleita , pela revista alemã " Feinschmecker ", como a melhor produtor a do ano 2010. tornou--se, assim, aos 36 anos, a mais nova mulher portuguesa agraciada com o óscar do Vinho.

Barbosa de Melo

O PROFESSOR da Faculdade de direito da universidade de coimbra e ex-presidente da Assembleia da república foi agraciado com a Ordem da liberdade. com a Ar dissolvida, a ce-rimónia teve lugar no Palácio de Belém.

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se eu mandasse

INICIARIA um combate sem tréguas à corrupção e ao "ami-guismo".

O ESTADO condecoraria os melhores, aqueles que se desta-caram pelo seu trabalho, exem-plo e dedicação ao país.

A SAÚDE e a educação seriam pagas de acordo com os rendi-mentos de cada um, sendo to-talmente gratuitas para famílias cujo rendimento, dividido pelo número de elementos do agre-gado familiar, fosse menor que o salário mínimo nacional.

A FAMÍLIA seria o centro da so-ciedade, e protegia a maternida-de e as famílias que decidissem ter filhos.

INICIARIA uma luta sem tré-guas à evasão fiscal. Não haveria exceções ou casos especiais.

O RÁCIO entre o salário mais alto do país e o mais baixo não podia ser superior a 10. Seria ilegal.

INICIAVA uma reforma urgente da justiça. Teria de ser célere e igual para todos.

“Protegia a maternidade e as famílias que decidissem ter filhos

"Condecoraria os melhores"

Norberto Pires, presidente do CA do Coimbra iParque

www.cnoticias.net

Câmara Municipal de Penela não dá tolerância porque o melhor é trabalhar

+lida

Treinou várias equipas em Portugal. Qual lhe deixou melhores recor-dações?Treinei, entre outras, o Pe-nafiel, a União de Leiria, o Salgueiros, mas a Académi-ca ficou-me como o amor para sempre.

Está agora em Angola, ao serviço do Recreativo da Caála. Como se sente?Muito bem. Depois de ter pa ssado por dois outros grandes clubes angolanos, o 1.º de Agosto e o Sporting de Cabinda, aceitei este no-vo desafio. E não estou arre-pendido.

Longe de Coimbra, o que é que lhe provoca mais saudades?A família, o convívio com os amigos, as idas ao ginásio, os meus passeios a pé, brincar com o meu cão, sobretudo, passear com os meus dois ne-tos maravilhosos (a Maria, de três anitos, o Miguel, de um).

Tem alguma "estraté-gia", por exemplo gas-tronómica, para lidar com a situação?Procuro fazer refeições de acordo com os meus hábi-tos alimentares, não descu-rando, é claro, a boa comida angolana.

Tem consigo, aí, no Hu-

ambo, discos com o fado de Coimbra?Logicamente que sim. É mais uma forma de regresso às origens.

Cada vez que regressa a Coimbra encontra novi-dades?Encontro sempre aquele en-canto de quem é apaixonado pela cidade.

Q u a l é a i m a g e m d e Coimbra que mais inte-samente guarda na me-mória?A da minha casa, sem dúvida alguma.

Quando sai de Portugal leva habitualmente na bagagem livros, discos, vídeos que lhe permitam encurtar a distância?Felizmente, as novas tecno-logias dão-nos acesso a tudo, mas trago sempre comigo algo de muito pessoal e de muita intimidade (a minha família).

A A c a d é m i c a é u m a "marca" permanente na sua vida?Claro que é. E será sempre. Jamais esquecerei os tempos que lá passei.

Como vê Coimbra à dis-tância?Como a melhor cidade do mundo.

"Coimbra é a melhorcidade do mundo"Vítor ManuelTreinador em Angola

saudades decoimbra

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ao microscópio

28ABRIL 2011

confidencial

espelho meu

Fuga para o brasil Que o país está em crise, ninguém duvida. Mas tam-bém poucos acreditam que a crise é para todos. Nas

últimas semanas, mal a troika assentou pé em Portu-gal, assistiu-se a uma autêntica debandada de políticos com maiores ou menores responsabilidades para Cabo Verde, Brasil e outros paraísos que tais. "O FMI ainda não está aqui", dizem, ao sabor de uma água de coco.

Afinal de contas, é melhor gozarem enquanto podem…

o eterno candidato a candidatoQuem é o advogado de Coimbra que sente o aroma a elei-

ções mais facilmente do que deteta o cheiro nauseabundo das chaminés das cimenteiras onde se faz a coincineração e, mal o nariz lhe dá sinal, vai a correr para um Facebook perto de si – depois de longas semanas de ausência – fa-

zer campanha para todo e qualquer cargo que esteja a ser sufragado?

portas abertasEra das pessoas que mais iluminava esta cidade. Colo-cava um sorriso na cara de quem a visse. Depois veio o

Jogo da fama, abriram-se as portas a sul. E abalou. Agora não se sabe por onde anda, Lisboa ou Algarve, sempre em

destaque na animação noturna. Com ou sem varão.

o grande irmão do país irmão Está lá bem longe, do outro lado do Atlântico, mas nem por isso deixa de escrever nos blogues e nos jornais locais so-

bre tudo o que se passa cá no burgo. Garante que sabe tudo "e mais um par de botas" sobre os "filmes de terror" que

marcam a atualidade da política coimbrã (ou coimbrinha). Quem disse que os políticos têm de estar perto do povo?

aproVado reproVado

O seu ar arrogante não agrada a muitos, mas a verdade é que, depois de uma excelente épo-ca na Briosa, prepara--se para ganhar tudo no FC Porto e "calou" Jesus com resultados e não com bocas. Mourinho que se cuide... Nota 18

As críticas à ponte da se-mana passada são justas e universalmente acei-tes. Agora, as equipas de TV estarem à porta do ministério, aberto ao feriado para receber a troika, e ela não apare-cer é que parece estra-nho. Telhados de vidro, Poul Thomsen? Nota 7

André Villas Boas

Poul Thomsen

Jesus reuniu 12 + 1 para cear. Estes são 36, nem todos varões, juntam-se para tratar da saúde a um lado do rio. Em tempos difíceis, nem o FMI

parece conseguir cortar no milagre da multiplicação dos lugares.

Pedir não cus-ta... mas pode

ficar mal. Princi-palmente quan-

do se está na casa da pessoa a quem se pede e

com convidados (de honra) que não têm nada a

ver com o assun-to!

lente...de contato

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Tradição

Agenda Desportiva

corTejo DospequenitosA Queima das Fitas 2011 tem uma atividade para os mais novos. O Cortejo dos Pequenitos realiza-se ama-nhã, dia 29 de abril, com íni-cio pelas 15H00, na Praça

8 de Maio. A réplica do Cortejo vai ensinar aos colegas mais pequenos o que é a tradição coimbrã. Mais de 1.200 crianças vão desfilar na Bai-xa da cidade, num cortejo cheio de cor e animação.

mATrAquilhoshumAnosPelas 15H0 0 de dia 2 de maio realiza-se o Torneio de Matraquilhos Humanos da Queima das Fitas. No Largo D. Dinis, uma equi-pa de seis estudantes do

ensino superior de Coimbra terá a oportunidade de garantir o seu ingresso para as Noites do Parque da Queima das Fitas 2011.

é Uma das atividades mais tradicionais da Queima das Fitas. A Récita das Faculdades é uma exibição de imaginação e criativi-dade. Durante anos, os estudantes subi-ram ao palco e deixaram f lorir a sua veia poética, não deixando de parte a sátira e a crítica. Foi na Récita das Faculdades, por exemplo, que foi levada a palco pela pri-meira vez a Balada do Quinto Ano Jurídico 88/89. "Capa negra de saudade/no momen-to da partida/segredos desta cidade/levo comigo pr'á vida" é um verso que nenhum dos estudantes de Coimbra esquecerá.Contudo, a Récita tem vindo a perder im-portância e, há uns anos, não se realizou porque nem um estudante se inscreveu. A organização não quis deixar cair a tradi-ção e, já no ano passado, tentou revitalizar o evento, mudando-o para os Jardins da Associação Académica. Este ano, a apos-ta mantém-se. Com resultados. "Houve mais gente a inscrever-se. Mais do que no ano passado", afirma o secretário-geral da Queima das Fitas.Para atrair mais estudantes, a comissão organizadora ofereceu comida e bebida aos pa r ticipa ntes e, ma is impor ta nte, abriu o leque de possibilidades a quem quiser inter vir. "Poesia, teatro ou músi-ca" são algumas das formas com que os estudantes se poderão expressar. A lém disso, convidou uma banda conhecida, os conimbricenses Anaquim, para animar o

evento.Para João Alexandre, o importante é que as pessoas percebam o que é a Récita das Faculdades. "Essa foi a maior dificulda-de: as pessoas perceberem o que é a ré-cita. Porque quando perceberem podem tentar mostrar qualquer coisa", refere. E o responsável acredita que a atividade vai voltar a ter a importância que já teve. "Parece-me que vai ser um evento que vai ficar como história este ano", conclui.A Récita das Faculdades realiza-se hoje, dia 28 de abril, a partir das 22H00, nos Jar-dins da Associação Académica.

BilheTes à venDAJá estão à venda, desde ontem (dia 27 de abril), os bilhetes gerais para as Noites do Parque da Queima das Fitas de Coimbra 2011 (6 a 13 de maio). Até dia 6 do próximo mês, os ingressos podem ser adquiridos na Sala de Estudo da AAC. De 2 a 5 de maio, os bilhetes estarão à venda no Polo II, Polo III e na Faculdade de Economia. O geral pode ainda ser adquirido no Polo I da UC, de 3 a 5 de maio. Os estudantes pagam 47 euros, valor semelhante ao do ano passado. A or-ganização disponibilizou um "pa ck" que, por 55 euros, dá direito às Noites do Parque, ao Chá Dançante e à Garraiada. O "bilhete múltiplo", que abre as portas a quatro noites à escolha, custa 47 euros e pode ser adquiri-do por não estudantes. vG

Anaquim na récitadas Faculdades

Queima das Fitas 2011

festa

noites do Parque

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ao microscópio

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um dia com

é um verdadeiro homem dos sete ofícios. Médico, ativista cívico, dirigente associati-vo e, até, escritor… entre tanta atividade, é natural que o dia de Jaime Ramos seja um verdadeiro corrupio, sem um tempo morto.Na jornada em que a equipa da C acompa-nhou o antigo governador civil de Coimbra, o dia começou na mais antiga fábrica do país, a Companhia de Papel do Prado (hoje Prado - Cartolinas da Lousã, SA). Eram oito e meia da manhã e Jaime Ramos já tinha observado os pacientes que o esperavam nas instala-ções da empresa.Sem perder um segundo, arranca em direção aos Bombeiros Municipais da Lousã. É lá que dá as consultas aos funcionários da autar-quia. A tarefa ocupa-lhe o resto da manhã.Cerca de duas horas depois, volta a pegar no seu Mercedes AMG e arranca em direção ao Parque Biológico da Serra da Lousã. O mais recente projeto da Fundação Assistência, Desenvolvimento e Formação Profissional (ADFP), instituição de solidariedade social, sem fins lucrativos – de que é presidente do conselho de administração – dá a conhe-cer a vida selvagem do país mas é, acima de tudo, um exemplo de inclusão. Um dos seus grandes objetivos é criar emprego e atividades ocupacionais para pessoas víti-mas de exclusão, desempregados de longa

Jaime RamosPResidente do conselho de administRação da Fundação adFP

sempre a correr de um lado para outro, divide-se entre a me-dicina e o seu grande projeto, a fundação adfp texto vasco gaRcia Fotos PedRo Ramos

09H00 Consultas aos funcionários da câmara, nos Bombeiros da Lousã

08H30 Com Lusitana Fernandes, na Com-panhia de Papel do Prado, Lousã

12H00 Visita ao Parque Biológico da Serra da Lousã

12H30 Cumprimenta os artesãos no Parque Biológico da Serra da Lousã

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duração, deficientes ou doentes crónicos, integrando, promovendo a igualdade e a dig-nidade humana. À chegada, Jaime Ramos cumprimenta toda a gente pelo nome, um por um. Depois de uma rápida visita às obras do museu que quer ter construído ainda este verão, parte para o centro social comunitário da ADFP, que tem o seu nome.Assim que entra no gabinete, aproveita para ler os jornais diários regionais. Assinala as notícias sobre o seu livro, "Não basta mu-dar as moscas", lançado recentemente em Miranda do Corvo e em Coimbra. A leitura dos jornais é algo que não dispensa. "Leio quatro jornais por dia", diz. "Se estiver no es-trangeiro e perceber a língua, faço mesmo", acrescenta. Além dos regionais, tem como preferências o Público e o Diário Económico. Estes dois últimos são lidos com mais calma, à noite, já em casa. Aliás, é no final do dia, quando já poderia estar a descansar que Jai-me Ramos aproveita para fazer algumas das tarefas que não consegue executar durante o dia. "Raramente tenho tempo para estar ao computador durante o dia. À noite é que faço alguns despachos e respondo aos e-mails".Nos poucos minutos que esteve no gabinete, a porta não parou, num constante entra e sai de gente que trabalha na associação. A ADFP é, de facto, a sua grande paixão e dedica-lhe muito do seu tempo. Ainda assim, faz ques-tão de frisar: "sou voluntário, como todos os dirigentes".Outra questão que tem "roubado" algum tempo ao ex-deputado do PSD é o Metro Mondego. No dia em que a C o acompa-nhou, o também porta-voz do Movimento Cívico de Lousã e Miranda estava a preparar uma reunião desta estrutura para fazer um balanço do trabalho da comissão que ficou responsável por cortar nos custos do projeto.Com tanta agitação, o tempo corre e a barri-

ga começa a dar horas. Para o almoço, regres-sa à Quinta da Paiva e ao restaurante Museu da Chanfana. Mas não opta pelo prato mais famoso de Miranda. Escolhe um salmão gre-lhado. Acompanham-no três técnicos da Fundação ADFP. Aproveita o almoço para fa-zer um ponto da situação em relação a alguns assuntos da instituição e recordar as duas sessões de lançamento do seu livro. "Cor-reram muito bem, as pessoas foram muito calorosas". Lembrou também um outro al-moço, há uns atrás, que o marcou. Foi a 9 de novembro de 1989. Jaime Ramos almoçava com Barbosa de Melo quando caiu o muro de Berlim. O mesmo Barbosa de Melo que, ago-ra, apresentou a obra do antigo presidente da Câmara Municipal de Miranda do Corvo. Pede o café assim que chega a sobremesa, para não perder tempo.Voltamos para a ADFP. Perguntamos as ca-racterísticas do carro e responde que o que mais lhe interessa é a aceleração dos zero aos cem. "Tenho uma empresa especializada em Higiene Segurança e Saúde no Trabalho e, por isso, ando sempre de um lado para o outro, dou consultas em vários locais. Como estamos no meio da serra, tenho de ter um carro que me permita ultrapassar nas dis-tâncias muito curtas entre curvas" explica.Entra na ADFP e vai direto ao gabinete médi-co. Fica por lá grande parte da tarde, dando consultas a alguns dos mais de 300 utentes da instituição. Às 17H00, regressa ao seu gabinete, para rever alguns pormenores an-tes de partir.Mas o dia ainda está longe de terminar. Depois de sair da ADFP dirige-se às instalações da sua empresa, a Cruz Branca, onde fica até à hora de jantar. Depois, ainda tem uma reunião de direção da ADFP. Já a noite vai alta quando Jai-me Ramos regressa, finalmente, a casa e pode ler os seus jornais e enviar os seus e-mails…

12H30 Cumprimenta o utente mais anti-go do Centro Social Comunitário

13H00 Almoço com técnicos da fundação no restaurante Museu da Chanfana

14H30 Consultas com os utentes do Cen-tro Social Comunitário da ADFP

“Raramente tenhotempo para estar ao computadordurante o dia.À noite é que façoalguns despachos e respondo aos e-mails

NoMe Jaime Ramos

DAtA De NASCiMeNto13 de dezembro de 1952

teRRA NAtAl Miranda do Corvo

ReSiDêNCiAMiranda do Corvo

PRoFiSSãoMédico

PARtiDoPSD

à lupa

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ao microscópio

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o que é feito de si?

O primeiro presidente da direção-geral da As-sociação Académica de Coimbra eleito como independente de partidos políticos no pós-25 de abril, assumiu o cargo em 1992 e iniciou a luta contra as propinas. António Vigário guarda recordações "fantás-ticas" do tempo em que viveu e estudou em Coimbra, e considera "importante" o trabalho que a direção geral da AAC desenvolveu numa época que ficou marcada pela entrada ao ser-viço da televisão privada. O protagonismo garantido por António Vigá-rio revelou-se, nessa altura, um instrumento essencial na luta dos estudantes e o antigo di-rigente academista, que se "afastou" há mui-to das questões relativas ao ensino superior, deteta uma mudança clara na cobertura jor-nalistica: "a minha vida profissional levou-me para outros campos, pelo que acompanho os problemas através da comunicação social, que também não tem dado grande importância ao tema".Porém, é fácil perceber que a situação "agra-vou-se substancialmente " em várias áreas, nomeadamente no acesso ao mercado de trabalho. "As perspetivas são neste momento bastante piores das que tínhamos no meu tem-po ", assegura.A Queima das Fitas é um "lugar comum", mas a transição do Parque Doutor Manuel Braga para a Praça da Canção "não retirou interesse" à maior festa de estudantes que se realiza em Por tugal. " Vou regressar um dia destes para realizar uma avaliação, pois não gosto de falar sem conhecimento de causa".António Vigário confessa que falhou o recente centenário da República Ay-Ó-Linda porque "não foi devidamente notificado" e apesar da intensa atividade profissional e de viver na In-victa desloca-se com "alguma frequência" a Coimbra. "Por aquilo que percebo nessas via-

gens, a vivência estudantil é semelhante à do meu tempo", afirma.Mesmo assim, segundo o ex-presidente da direção geral da AAC, ao fim de um período de adaptação, "cada geração de estudantes constrói uma imagem de Coimbra", pelo que qualquer comparação é um processo difícil. "Coimbra não é melhor, nem pior, é diferente. Do meu tempo, guardo a grande solidariedade, a convivência e principalmente a proximidade entre os estudantes das várias regiões do país. Recordo, também , a diversidade e a riqueza cul-tural daquela altura", conta. Aliás, acrescenta, "a noção de solidariedade" une as gerações que passaram por Coimbra. "É uma marca que fica para sempre", sublinha. Se o tempo atenuou a irreverência e transfor-mou "um pouco a independência de espírito", o inconformismo mantém a forma dos tempos em que batia o pé ao Governo.O Fado de Coimbra e a Académica /OAF são "dois hábitos" que o ex-dirigente estudantil mantém na ordem do dia. "Continuo a gostar de ouvir Fado de Coimbra e costumo ir ver jo-gar a Académica. Sou sócio da Académica des-de 1987 e vou pagando as quotas".A par ticipação numa iniciativa do Casino Fi-gueira ficou, também, na memória de muitos. António Vigário contou que aquando de uma manifestação em Lisboa, com deslocação em comboio alugado, os estudantes foram con-frontados, à última da hora, com a indisponibi-lidade daquele meio de transporte. O "bloqueio", como lhe chamou na altura, aca-bou resolvido após terem recorrido a um polí-tico de Coimbra, o então presidente da Assem-bleia da República, Barbosa de Melo. "A verdade é que comboio lá apareceu. E, mais tarde, ficámos a saber que tinha havido um te-lefonema do ministro [para a CP] dizendo que não deveriam fornecer o comboio", conclui.

António Vigário“A noção de solidariedade une as gerações de estudantes que passam pela Universidade de Coimbra

1987

Entra na Universidade de Coimbra

Assume a presidência da direção geral da AAC

Inscreve-se na Ordem dos Advogados

Entrega a proposta de sócio da AAC/OAF

Forma-se em Direito Início da atividade do escritório no Porto

1988 1994 20011992 1996

Natural de Vila NoVa de Gaia, foi presideNte da direção Geral da associação académica de coim-bra. iNiciou a luta coNtra as propiNas TExTO MáRIO NICOLAU

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23

opinião

nunca gostei de dias de festejos for-çados, tipo o dia dos namorados, o dia da diabetes, o dia do urso branco e sei lá que mais. Alguns pretendem chamar a aten-ç ã o p a r a u m p ro b l e m a m a s h á o u tro s que não são mais que um opor tunismo comercial e que nunca tiveram qualquer fundamento nos nossos hábitos e cultu-r a, como é exemplo o dia de S. Valentim. Agora com esta crise até essa animosida-de está a desvanecer-se e a simpatia pelo comércio asfixiado está a aumentar.

o dia da mãe e do Pai não me desperta este tipo de ur ticária ou qualquer crítica. Embora saiba que esta comemoração es-tá inquinada pelo a speto comercial, ela vai muito para além disso. Supera tudo o que seja comércio de produtos e restau-r ação. Ser mãe é uma coisa viscer al que só se compreende quando se é, e só se va-loriza quando se passa pela experiência . Ser filho é uma vulgaridade que é comum a todos.

todos os poema s , desenhos e pala -vrinhas, relógios e roupitas não são nada quando comparados com essa coisa des-regulada, que é amar um filho. As demons-trações variam muito com o grau cultural e a educação, mas a essência é igual. Não há mãe que não valorize os versinhos, os pisa-papéis do infantário, a flor de madei-r a pintada na escola primária e bijutaria barata oferecida na adolescência. É vê-las babar, derreterem-se e desmoronarem-- s e co m o s p e q u e n o s g e s to s d a s su a s crias, dos seus meninos. E eles podem ter 5 , 15 ou 50, que não passam nunca desse estatuto, de seus meninos.

ma s ser mãe nos nossos dia s é uma coisa muito mais difícil do que er a há 20

ou 30 anos atr á s , talvez porque educar também seja uma tarefa mais árdua.

nesta sociedade que tudo afere e mede também as mães são julgadas pela “décalage” entre os objetivos e os resulta-dos. E como se está a ver por aí ,os resulta-dos não são brilhantes.

as mães modernas estão constante-mente a ser monitorizadas. Têm de repre-sentar o papel do antig amente e g anhar dinheiro para toda a panóplia de excessos que esta sociedade resolveu dar como re-comendável. Não chega contar a história antes de deitar, é preciso ganhar dinheiro para mandar a criança ao ballet , ao judo, natação e muitas vezes ao psicólogo.

e não chega mandar, também é pre-ciso par ticipar, comentar, estar presente, sob pena de ser crucificada pela socieda-de. E se a coisa corre mal, a culpa é da mãe, ora porque deu a menos, ora porque afo-gou com o seu amor. Vocês decidam-se. E já agora excedam-se em flores do jardim e ver sinhos ( presentes oficialmente re-comendados pela troika). Elas merecem tudo.

“As mães modernas estão constantementea sermonitorizadas

Mãe

helena VasconcelosMédica

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ao microscópio

28Abril 2011

Aviários e pocilgas

Os moradores de duas freguesias do meu concelho, Viseu, estão a ser confrontados com os terríveis cheiros que emanam dos aviários localizados nas proximidades do Montre de Santa Luzia. O que aqui se passa, a dois passo da cidade, faz lembrar a poluição provocada em Leiria, pelas descargas das pocilgas para a Ribeira dos Milagres. Não há ninguém capaz de acabar com estes atenta-dos ao bem-estar das populações?

Mário Antunes, Viseu

As sondagens

Estou preocupada. Segundo a televisão, as últimas sondagens põem o PS à frente do PSD nas intenções de voto para as legislati-vas de 5 de Junho. Nunca tal me passou pela cabeça. Aquilo que os socialistas têm feito não vai ser penalizado? A crise que vivemos não é culpa do Sócrates? A entrada do FMI em Portugal não se deve à má governação que tem sido feita pelo Partido Socialista? Claro que é. Então, porque insistem em dar--lhe votos? Eu nunca confiei no PS, confio agora muito menos, vou continuar a votar no PSD. Já que não foi Manuela Ferreira Leite, de que gosto muito, quero que Passos Coelho seja o nosso futuro primeiro-ministro.

CArlA rodrigues, CoiMbrA

via do leitor

Incoerências do PSD

Tempos atrás, o PSD anunciou, claro e bom som, que, se for governo, acabará com vá-rios ministérios (passarão de 16 para apenas dez), entre eles, o da Agricultura. O assunto causou, obviamente, polémica, com muitas vozes a manifestar-se abertamente contra tal iniciativa, por tornar o setor, já de si frá-gil, ainda mais desprotegido. O líder social--democrata veio agora dar o dito por não dito, dizendo que Portugal deve apostar na agricultura e na pesca para diminuir o em-prego e as importações. Em que ficamos?

JoAquiM siMões, MirA

Mesmo problema, noite e dia

De noite e de dia, os malditos arrumadores de carros, um autêntico cancro que anda a as-solar as nossas cidades, Coimbra inclusive...

riCArdo Cândido, CoiMbrA

cartas

enVie A suA opiniãoCArtA: rua 25 de Abril, n.º 7 taveiro 3406 - 962 CoimbraeMAil: [email protected] cartas deverão ser datilografadas com morada e número de telefone. A C reserva-se o direito de selecionar as partes que considera mais importantes. os originais não solicitados não serão devolvidos.

“Consumo de álcool, prostituição, ruído, street racing são todos problemas da cidade de Coimbra. E, para além dessas, existe também falta de policiamento...

José J. MArques, Coimbra

Empresas municipais deviam ser todas extintas?

Participe com a sua opinião em www.cnoticias.net

inquérito Seja repórter C

C, portal multimédia e revista semanal, assume a ligação aos seus leitores Como prinCipal objetivo

envie notÍCias para [email protected]

Das saídas aos táxis

Existe pouca vigilância, alguma inseguran-ça, preços demasiado altos e pouca diver-sidade de oferta, muitos bares e discotecas com música semelhante (e muito má). Há poucos espaços com música ao vivo, com mais que uma pista ou tipo de música. E fal-ta de autocarros de madrugada para diver-sos pontos da cidade para quando se sai da discoteca, o que nos obriga a gastar imenso dinheiro em táxi.

lino gAlVeiAs, CoiMbrA

A queima do fascismo

As celebrações do 25 de Abril têm vindo a perder peso de ano para ano. Os programas agendados não passam de folclore, quando se impunha uma ref lexão profunda sobre os atropelos que a "revolução dos cravos" tem sofrido. Os próprios sindicatos, mais preocupados em manifestar a sua força no decurso das comemorações do 1.º de Maio, Dia do Trabalhador, já se envolvem muito pouco em dar vida ao imaginário abrilista. A crise profunda que atravessamos, a perda de soberania resultante da gestão que vai ser feita do país pelo FMI, o desemprego galopante, tudo isso deveria servir para os portugueses exigirem mais respeito pela co-ragem que um grupo de capitães mostrou, há 37 anos, ao derrubar o Estado Novo. Como conimbricense, muito me congratula, por isso, a iniciativa levada a cabo pelo Ateneu, com a colaboração do Grupo de Etnografia e Folclore da Universidade de Coimbra. A "Queima do Fascismo" aumentou a minha auto-estima, como a de quantos outros esti-veram presentes. Obrigado Ateneu!

Júlio pires, CoiMbrA

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Sua Alteza, Rainha de Inglaterra

O casamento do príncipe William vai parar o mundo. Apesar de eu ter sido uma

das vítimas de ignominoso esquecimento do chanceler de cerimónias da Corte da

Vossa Majestade, que pura e simplesmente me riscou da lista de convidados, cá estarei,

ainda assim, em Lisboa, na minha "Casa das Tias", a acompanhar a cerimónia pela televisão. Tenho

pelo vosso excelso neto e sua consorte tamanho carinho, que até um dia destes, na minha casa de Arga-

nil, tomei a liberdade de lhes traçar os horóscopos. E que horóscopos!

Comecemos por William – e, para isso, vou recuar no tempo até ao antigo observatório mesopotâ-

mico onde sacerdotes que estudavam as estrelas (como o Luís Filipe Vieira, do Benfica, sabe quem é?)

acreditavam encontrar-se no centro do universo. E que vejo? Que o príncipe, nascido com o Sol a 29º

de Carneiro, terá de haver-se, no futuro, também ele, com vários perigos - desde logo, com o travão-

-de-mão do seu Rolls-Royce. As dez "emanações de Deus" não costumam favorecer aqueles que à Igreja

Católica preferem a Anglicana – e há sempre um anjo a empurrar-lhes o carro até às profundezas do

inferno… Lady Di foi a última vítima.

No que respeita a Kate, consultei a Aurora Sagrada, que, como se sabe, tem origem na Cabala e no

Livro dos Mortos. E que encontrei? Nada mais, nada menos, do que uma princesa ocultista sofisti-

cada, praticante de magia negra, em busca permanente do poder sobre o seu próprio ser – e o do rei

barbudo que a enlaça. A relação de Saturno e Urano com Neptuno e a Lua é um bom presságio. O ves-

tido que escolheu para a cerimónia de amanhã na Abadia de Westminster preenche todas as 12 casas

de Zodíaco. A princesa tem todas as prendas para vir a seu uma boa médium, aqui como a Maya. Sua

Alteza não sabe, mas ela já pôs as mãos em cera derretida e não se queimou…

A família real britânica tem sido alvo, nas últimas décadas, de insistentes acções de mau olhado:

umas, "mano cornuta", outras, "mano in fica", todas elas de grande eficácia. Pode descansar, Alteza:

a partir de agora, segundo os sinais esotéricos que me chegaram, não haverá mais lugar para temores

em Buckingham. Como? Bastará afastar do palácio toda a gente do signo da Água: os escorpiões, os

peixes, os caranguejos. Confie também, plenamente, no amuleto que acompanha esta carta. Tornará

não só a princesa parideira, como rechaçará todos os terríveis sentimentos de quem ousar impor-lhe,

como sucessora, essa horrorosa Camilla.

De Sua Alteza, respeitosamente

Lisboa, 28 de abril de 2011

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cartas

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26 28aBril 2011

ser mãe Hoje é mais dificil

Os cOmprOmissOs prOfissiOnais estãO a cOmplicar a vida às mães pOrtuguesas. nãO é difícil cOnstatar O óbviO, mas, em inglaterra, há númerOs esclarecedOres texto Mário Nicolau e Sílvia diogo

dia da mãe

sociedade

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ser mãe Hoje é mais dificil Em inglatErra mais de um ter-

ço das mães (34 por cento) acre-dita que hoje em dia têm menos tempo para elas próprias do que as mães tiveram.Dezoito por cento têm apenas 3-4 horas por semana para si, o que equivale a 26 minutos por dia.Os compromissos profissionais estão no centro do debate, mas no estudo encomendado pela P & G, empresa que detém marcas como a Ariel, Fada, Pampers, os filhos também pagam "a fatura".Lá como cá, os avós ajudam à causa da educação (e não só...):fornecem o maior apoio às mães que cuidam de bebés (22 por cento) e 47 por cento das mu-lheres dependem das mães em matéria de aconselhamento e apoio.Por outro lado, 20 por cento das mulheres inquiridas conside-ram fundamental viver perto das mães, de modo a melhora-rem a qualidade de vida.As novas tecnologias dão uma ajuda a 68 por cento das mães, que usam o Sk y pe, SMS e as redes sociais para comunicar e articular-se com as suas redes de apoio (leia-se, avós e outros familiares).Mesmo assim, 17 por cento não abdica do contacto pessoal e 63 por cento acredita que os con-tactos online e a participação em comunidades têm atenuado a tensão em que vivem.A "dupla jornada", no emprego e em casa, está a colocar as mães inglesas à beira de um ataque de nervos, mas, no nosso país, um simples inquérito de rua, em Coimbra, demonstrou "in loco" que "o copo está perto de entornar".Luísa Torres considera que "ser mãe é realmente complicado, principalmente quando os nos-sos bebés estão doentinhos".

Na Grécia antiga, honrava-se rhea, mulher de cronos e mãe dos deuses.

Quando o filho adoece, a jovem mãe "fica tensa", mas arranja uma "força enorme para lhe dar miminhos". Não sabe de onde vem, mas confessa que "dá re-sultado", pois o pequeno acaba por acalmar. "Tenho mais êxito do que o pai", garante. Nessas al-turas, as noites "são para esque-cer" e no dia seguinte "há um dia inteiro de trabalho para cum-prir". Luísa Torres olha para o repórter com os olhos macios de água e respira fundo antes de atirar: "é a vida, é a vida".

a profissão diminui o tempo dedicado aos interesses pessoais e compromete a educação dos filhos

HeleNa freiTas Vice-reitorada Universidade de Coimbra

Quando a mãe é uma pro-fissional ativa, tem que con-jugar o horário de trabalho com as suas múltiplas tarefas familiares e com a educação dos seus filhos. Se fosse possível reduzir a atividade profissional e garantir um rendimento satisfatório para a família, muitas mulheres fa-riam esta opção, mas esta é uma condição excecional no atual contexto de mercado de trabalho. Um contributo positivo importante seria uma maior compreensão por parte da entidade patro-nal, sobretudo para a flexibi-lidade dos horários ou para algumas faltas ou atrasos imprevistos. A pontualidade e o cumprimento do horário de trabalho ajudam a mulher que é mãe, mas infelizmente não se respeitam muito em Portugal. As novas tecnolo-gias têm ajudado bastante e podem continuar a ajudar, permitindo uma melhor ges-tão do tempo fora de casa.Não sei se seria mais fácil ser mae antigamente. A mulher e mãe, de uma forma ou de outra, sempre trabalhou. Julgo que a questão está orientada para a mãe que hoje trabalha fora de casa, gerindo o seu tempo entre o trabalho, a gestão da casa e o acompanhamento dos seus filhos. Importa salientar que hoje também o pai está mais presente e colabora em múl-tiplas tarefas que facilitam o trabalho da mãe.

opinião

126Em média, as mães inglesas passam 126 minutos por dia

a cuidar dos filhos.

49%Quarenta e nove por cento

das mães acreditam que gas-tam mais tempo com filhos do que as mães fizeram com elas

quando estavam no mes-mo estágio da vida

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28 28ABRIL 2011

sociedade dia da mãe

MARIA PRAZERES QUINTAS é mãe de um deficiente mental profundo com outras deficiên-cias associadas. Todos os dias luta a par do filho. "Ser mãe de alguém com muitas limitações é difícil", confessa.Sobretudo, quando o f ilho não é autónomo e vai sempre depender de alguém para so-breviver. "Vivemos esse dia--a-dia enquanto somos pais e é muito pior gerir o futuro porque não se sabe com quem eles ficarão".Presidente da direção da Ca-va lo A zul, uma associação fundada por pais e familiares de pessoas com deficiência e amigos solidários que se pre-ocupam com este problema social, Maria Prazeres mais do que ninguém, sabe como é ver crescer alguém que precisa de apoio e de ajuda constante. O filho não só sobrevive sozi-nho como também depende de cuidados específicos. Cui-dados de higiene, de alimen-

tação, de conforto e carinho. "Temos de saber ler os gestos, os olhares, o que quer, princi-palmente , quando não falam e não manifestam as suas dores e tristezas", adianta."Ao início como qualquer mãe, a tendência foi esconder um pouco. Preservar a intimida-de. Não é vergonha, é sim um receio de que não entendam. É ter medo que pensem que estamos a utilizar o filho para isto e para aquilo. Mas depois com o tempo, e com as carên-cias que se nota, começamos a perceber que temos de mos-trar os problemas". Ser mãe de alguém com inca-pacidades é não dormir. É pri-var dos amigos, das diversões e isto tem de ser sabido, tem de se dar a conhecer. A Cavalo Azul tem como obje-tivo passar a mensagem. Dá a conhecer as rotinas de quem sofre de problemas mentais e também de quem vive a par com eles.

É necessário passara mensagem

helenaalbuquerque Presidente da direção da APPACDM

Quando compreendemos que o nosso filho é "diferente" dos outros o choque é muito grande, o luto é doloroso, um pesa-delo instala-se no nosso real. Depois, pouco a pouco, vamos aprendendo a amar aquele novo menino,aceitando as suas diferenças, fi-cando felizes com a suas vitórias,partilhando as suas alegrias e tristezas. Ser mãe de alguém incapacitado não é ser diferen-te de ser mãe de alguém dito normal. O que nós sonhamos para ele é o que sonhamos para os outrosnossos filhos: que sejam felizes.Educar um filho é vê-lo crescer ao nosso lado, e é das coisas mais lindas que podemos vivenciar. Traz problemas e tristezas? Mui-tos. Causa lágrimas e noites sem dormir? Imensas. Traz alegrias? Um número infinito. Compensa?Sem dúvida. Mas além de tudo é a nossa possibilidade de deixarmos uma marca definitiva na terra, através deles e dos seus descendentes, podemos alcançar a eternidade. Uma mãe é essencialmente uma pessoa capaz de amar os seus filhos e de lhes dar a vida caso tal seja necessário. Todos sabemos que a capacidade de amar de um ser humano está dependente da sua felicidade e da sua realização como pessoa. Não há nada pior que uma mãe infeliz, que uma mãe frustrada, que se projeta nos seus filhos exigindo deles o que ela própria nunca conseguiu atingir. Uma mãe que cobra constantemente aos seus filhos o que ela abandonou na vida por eles. Uma mãe é em particular um ser humano que precisa de se realizar e de ser feliz para ser capaz de amar.

opinião

Ser mãe de alguém com incapacidade é não dormir. É privar dos amigos, das diversões e isto tem de ser sabido, tem de se dar a conhecer. a Cavalo azul tem como objetivo passar a mensagem

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SuSana é um caso. "Decidimos avançar: mais uma histerosco-pia com anestesia que correu bem, útero impecável para o embrião se implantar. Estáva-mos em Março de 2009. Tudo correu muito bem e f icámos com dois embriões congela-dos", conta.Mais uma vez um negativo. No mês seguinte decidiu avançar para a transferência de embri-ões congelados e pela última vez "t ive de l ida r com ma is um negativo". O 16.º de todo o percurso.Perdeu a conta ao d i n hei ro i nvest ido. Perdeu a conta às horas de sono, de trabalho, de viagens. Perdeu a conta "às lágrimas que caí-ram". Perdeu a conta "à revolta e à impotência que tantas vezes senti".Não perdeu a esperança e pre-para-se para mais uma tenta-tiva. Os números impressio-nam: 19 anos de infertilidade,

17 tratamentos realizados, 16 negativos, um positivo, uma perda gemelar.Me smo a s si m , S u s a n a e s t á determinada e garante que "a luta" ainda não terminou, pois "nunca se desiste de um filho".

A luta para ter um filho

Em Portugal são muito pou-cas as mulheres que dei xam de trabalhar para cuidar dos filhos.A taxa de emprego feminino au-mentou nos últimos anos, mas a taxa de natalidade de apenas 1,4 crianças por mulher é insu-ficiente para assegurar a subs-tituição das gerações.Os motivos financeiros levam a que muitas mulheres se es-forcem por conciliar a mater-nidade com o trabalho. Deixar de trabalhar para cuidar dos filhos, segundo a apurou C no inquérito realizado na Baixa de Coimbra, "é impossível nesta fase do país", considera a fun-cionária pública Alice Cunha.Aliás, neste capítulo, Portugal acompanha o ritmo da Europa no aumento da taxa de ativida-

de feminina em idade fértil, que não parou de aumentar desde 19 60. Mas a necessidade de ter dois salários em casa não é a única razão que mantém as mulheres "agarradas" à ativi-dade profissional. A inserção no mercado trabalho, além da independência económica, ga-rantiu-lhes um papel diferente no contexto social. O percur-so efetuado a partir de 1960, e que beneficiou da emigração masculina, da guerra colonial, é considerado por muitas "ir-reversível", ainda que ao tra-balho e à educação dos filhos seja atribuído o mesmo grau de importância. Nas ruas da Baixa de Coimbra, as opiniões dividi-ram-se entre "a necessidade" e a certeza que o trabalho fora de casa "prejudica" os filhos.

Impossível ficar em casa

"Nunca se desiste de um filho"

C11

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sociedade dia da mãe

"oS TÉCNICoS responsáveis es-tão sujeitos a um inoperante me-canismo burocrático que os impe-de muitas vezes de se lembrarem da sua humanidade", afirma Ma-ria Antónia Lima, que lembra "os imensos casos em que têm de dar resposta". Detêm em seu poder, acrescenta, "uma lista ordenada de candidaturas que os próprios candidatos desconhecem igno-rando a sua posição e evolução da mesma, assim como os crité-rios de seleção a que obedecem". Presos em difíceis decisões em que imperam "critérios subjetivos e estereotipados, que os fazem preferir casais a candidatos singu-lares, indivíduos do sexo feminino aos do sexo ma sculino, candi -datos mais jovens a outros mais velhos", alguns profissionais res-ponsáveis pela adoção, "não as-sumem, na maior parte das vezes, esta responsabilidade, atribuindo aos tribunais a razão da lentidão dos processos e às instituições de acolhimento o motivo de certas preferências de seleção". Se ques-tionarmos o outro lado, dir-nos--ão exatamente o inverso e assim se mantêm ad eternum muitos candidatos.

"ImagINe que um dia é acome-tido de um forte e incontrolá-vel desejo de ser pai ou mãe em Portugal, por processos que nada têm a ver com os bioló-gicos. Nada mais perigoso", afirma a docente universitá-ria, Maria Antónia Lima.E s s e í mp e t o , a c r e s c e nt a , "normalmente entendido co-mo um sinal de generosidade e afetividade, é no nosso país convertido numa força malig-na que se vira contra a vida dos sujeitos donde parte, os quais rapidamente se transformam num número de ordem numa lista secreta e macabra que pa-rece ter por fim retirar anos de existência a um conjunto de seres que dela depende".O número do ano em que to-mou essa decisão é ele mes-mo neg ro. " Pode ser 20 01, 1998 e até 1996. Sim, há mais de onze anos que potenciais candidatos a exercerem a sua paternidade aguardam ainda pelo facto extraordinário de

se tornarem pais, que no nos-so país é quase um fenómeno sobrenatural", afirma.Para que este aconteça, os pro-fissionais envolvidos no pro-cesso "aconselham os candida-tos a terem muita fé e crença", como se estes dependessem dos poderes especiais de algu-ma entidade divina. "Embora muitos deles não percam o seu fervor religioso, todos os potenciais candidatos perdem algo muito importante e real: anos de vida. Numa inexpli-cável espera, desperdiçam-se anos de afeto, partilha e convi-vência que provocam danos fí-sicos e psíquicos irreparáveis", refere. Para não os provocar, segundo Maria Antónia Lima, "necessário seria que tanto crianças como pais não fossem humanas. Só assim seria pos-sível resistir a um processo de adoção que ainda não enten-deu que o melhor método de o tornar eficaz é simplesmente não criar problemas onde eles

não existem e confrontar-se com as gravidades que ignora". Algumas delas encontram-se nas estatísticas "assustado-ras" que referem os milhares de crianças que "resistem en-carceradas nas várias institui-ções, à espera de adoção". Mas há quem não acredite em es-tatísticas, ou se as reconhece, assume que afinal "quem tem parte da culpa são exatamente os candidatos a pais que se re-cusam a adotar crianças com mais de três anos de idade, pois nas histórias de terror há sempre reversões de papéis em que muitas vítimas se trans-formam em vilões". A verdade, conclui Maria Antónia Lima, "é que tal não pareceria uma opção malévola, se o sistema tivesse a seu tempo resolvido, com a celeridade devida, todos os processos, impedindo que qualquer criança ficasse nas instituições de acolhimento para a lém dos três anos de idade".

O calvário da adoção

Burocracia limitahumanidadedos técnicos

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sociedade notícias

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O ESPÓLIO diversificado evo-cativo da Rainha Santa Isabel, integrando mais de 3000 peças, pode ser apreciado a partir de hoje num novo espaço museoló-gico de Coimbra dedicado à sua padroeira. Iniciativa da Junta de Freguesia de Santa Clara, o Re-cordatório Rainha Santa Isabel/Alfredo Bastos é inaugurado às 16H00 e vai funcionar no edifício recuperado, de uma antiga escola primária, situada junto do Por-tugal dos Pequenitos. Cartazes, fotografias, estátuas e estatue-tas, pinturas, medalhas, posters, artesanato, pequenas orações, livros ou recortes de jornais são algumas das peças alusivas à pa-droeira que compõem o espólio, disse à Lusa o presidente da Junta de Freguesia de Santa Clara, José Simão. O acervo é constituído pela coleção doada por Alfredo Bastos, tendo algumas outras

peças sido adquiridas pela junta, segundo José Simão. Entre estas figura uma estátua da Rainha Santa Isabel com mais de uma tonelada, concebida a partir de uma só pedra, e pinturas da pa-droeira da autoria de Mário Sil-va, Vasco Berardo e Pedro Olayo, entre outros. “A peça mais anti-ga é um livro do Século XVIII”, referiu o autarca. No espaço da antiga escola primária do Rossio vai funcionar também um posto de turismo, uma galeria de arte, uma sala de convívio para idosos e um bar. “Fizemos uma propos-ta à Turismo de Coimbra para instalar o posto”, disse José Si-mão, lembrando que aquela zona da cidade, onde se situam o Por-tugal dos Pequenitos, o Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, a Quinta das Lágrimas e o Exploratório, é visitada por "centenas de milha-res de turistas por ano".

autarcaS E empresários dos distritos de Leiria e Coimbra participam, no próximo sá-bado, em Monte Real, Leiria, num jantar pela abertura da base aérea local ao trá fego civil.O p r e s i d e n t e d a C â m a r a Mu n ic ipa l de L ei r ia , R au l Ca st ro, d isse à Lusa que a i n ic i a t i v a é l ide r a d a p elo

Fórum Centro de Portugal, composto por personalida-des que defendem os voos civis internacionais na base militar de Monte Real e que em maio de 2009 anunciou a realização de um estudo – entretanto suspenso – para analisar esta viabilidade. Raul Castro adiantou que o jantar, ao qual devem asso-ciar-se deputados dos dois círculos eleitorais e, também, autarcas de outros distritos da região Centro, pretende ser um espaço para assumir a “unidade necessária” para que se concretize este proje-to, que o presidente da Câma-ra Municipal de Leiria clas-sif icou de “ex trema mente relevante para toda a região”.

Jantar pela abertura da Base de Monte Real

Raul Castro

C69

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Recordatório da Rainha Santa inaugurado hoje

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www.dacia.ptDacia, a nova marca do Grupo Renault, está a revelar-se um espantoso sucesso de vendas em toda a Europa. O segredo? Automóveis fiáveis, seguros, espaçosos, confortáveis, com Garantia de 3 anos ou 100.000 km a preços que parecem bons de mais para ser verdade. Venha ensaiar qualquer modelo Dacia e descubra automóveis com tudo o que é importante e ainda uma vantagem irresistível: preços absolutamente incríveis. É mesmo a sério. É Dacia.*Campanha válida até 30/06/2011, para Sandero Access 1.2 75cv mediante o abate de um veículo com mais de 8 anos, Logan MCV Pack 1.6 90cv e Duster Pack 1.6 110cv. Não inclui despesas administrativas e de transporte. Emissões de CO2 (g/km) de 104 a 169. Consumo misto (1/100km) de 4,0 a 7,3.

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sociedade notícias

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O 25 de abril foi a data esco-lhida para a inaug uração do Centro Educativo de Miranda do Corvo. Const r u ído de r a i z , o novo centro é frequentado por cerca

de 200 crianças, que têm à dis-posição uma escola moderna e com equipamentos adequados a um ensino de qualidade.A nova infraestrutura possui 12 salas para o ensino básico,

mais duas para o ensino pré--primário. Cada sala está pre-parada para cerca de 24 alu-nos. O edifício desenvolve-se em dois pisos, e inclui salão polivalente, cozinha, biblio-teca, instalações sanitárias e gabinetes de apoio.No exterior, existem espaços para hortas, campo de jogos, parque infantil, espaço de re-creio e parque de estaciona-mento.A Rua Mota Pinto foi o local escol h ido pa r a a i mpla nt a-ção do novo centro educativo de M i r a nda do Cor vo, após um processo de beneficiação que transformaram o antigo a r r u a mento nu ma r u a com características urbanas. Fo-ra m constr u ídos passeios e parques de estacionamento, entre outras.

Parque de merendas de Taveiro vandalizado

a cOnta da água já chegou à Junta de Freguesia de Taveiro e, segundo apurou a C, ultrapassa os mil euros. Mas os prejuízos não ficam por aqui: indivíduos não identificados vandalizaram as instalações sanitárias e ou-tros equipamentos no Parque de Merendas de Taveiro, que ficaram num estado deplorável.Além de roubarem as loiças de casa de banho e boa parte da canalização, os vândalos deixa-ram o sistema em aberto, pelo que o desperdício de água só foi descoberto no dia seguinte à visita de quem "só foi para es-tragar".Devido ao sucedido, o executi-vo da Junta de Freguesia de Ta-veiro pondera novas medidas de segurança para o Parque de Merendas, além de alterações nos horários de funcionamento da infraestrutura.

a etar da Quinta de Cima, em Penela, já entrou ao ser v iço. Servirá perto de seis mil habi-tantes, até ao ano horizonte de 2029. Paulo Júlio, presidente da Câmara de Penela, Paulo Júlio, e o presidente do conselho de ad-

ministração da Águas do Mon-dego, Nelson Geada, presidiram à cerimónia de inauguração da nova Etar da Quinta de Cima. Paulo Canha e Fernando Antu-nes foram outras das personali-dades presentes.

penela

Nova ETAR ao serviço

Centro educativo em plenoUC e Santander atribuem bolsasestudantes, investigadores e docentes vão beneficiar das 22 bolsas de estudo atribuídas pela Universidade de Coimbra (UC) e pelo Banco Santander Totta, no valor global de 40 mil euros.A cerimónia de entrega das bol-sas decorre hoje, pelas 15H00, na Sala do Senado da Reitoria da UC, e será presidida pelo Reitor, João Gabriel Silva, e pelo admi-nistrador do Banco Santander Totta, António Vieira Monteiro.O programa de bolsas gerido pe-la Divisão de Relações Interna-cionais, insere-se no acordo de cooperação entre a UC e o Ban-co Santander Totta - Ação Inter-nacionalização e visa fomentar a cooperação e a mobilidade entre estudantes, investigado-res e docentes da Universidade de Coimbra e de universidades congéneres da América Latina e da CPLP.

A autarca Fátima Ramos presidiu à inauguração do novo centro

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www.dacia.ptDacia, a nova marca do Grupo Renault, está a revelar-se um espantoso sucesso de vendas em toda a Europa. O segredo? Automóveis fiáveis, seguros, espaçosos, confortáveis, com Garantia de 3 anos ou 100.000 km a preços que parecem bons de mais para ser verdade. Venha ensaiar qualquer modelo Dacia e descubra automóveis com tudo o que é importante e ainda uma vantagem irresistível: preços absolutamente incríveis. É mesmo a sério. É Dacia.*Campanha válida até 30/06/2011, para Sandero Access 1.2 75cv mediante o abate de um veículo com mais de 8 anos, Logan MCV Pack 1.6 90cv e Duster Pack 1.6 110cv. Não inclui despesas administrativas e de transporte. Emissões de CO2 (g/km) de 104 a 169. Consumo misto (1/100km) de 4,0 a 7,3.

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FALECEU ANTÓNIO LUZIO VAZ

Os EsTUdANTEs da Universi-dade de Coimbra (UC) estive-ram ao lado do seu "protetor", António Luzio Vaz, na hora do "adeus". A cerimónia fúnebre do antigo administrador dos Serviços de Ação Social da Uni-versidade de Coimbra (SASUC) juntou, esta terça-feira, largas centenas de pessoas, de vários setores sociais. O corpo saiu da Igreja de S. José para o cemitério dos Olivais, em Coimbra.Durante três décadas, Luzio Vaz protegeu os alunos, sendo, por isso, muito acarinhado. "Pas-sou a vida a ajudar os estudantes mais carenciados. Foi solidário, bom e generoso", afirmou o pre-sidente da Direção Geral da As-sociação Académica de Coimbra (DG/AAC), Eduardo Melo.

Para Humberto Martins, pre-sidente da DG/A AC em 2000 e 2001, a ajuda económica pres-tada pelo ex-administrador "nunca será esquecida". "Foram

gerações de alunos que foram tocadas por esta alma generosa e solidária, conseguindo assim acabar os seus cursos", diz. O reitor João Gabriel Silva re-

cordou que Luzio Vaz "elevou os serviços de ação social a níveis de qualidade sem igual no país". Luzio Vaz morreu aos 70 anos, de doença prolongada. BV

Adeus emocionado ao protetor dos alunos

Cerimónia fúnebre juntou largas centenas de pessoas, na Igreja de S. José e no cemitério dos Olivais

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sociedade tabernas

No reino do antigamente ainda se come, bebe e discuteQuem entra numa taberna, entra no passa-do. espaços de comer, beber e jogar Que se tentam manter iguais ao Que sempre foram texto Marco roque fotos pedro raMos

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Locanda, Tasca, chafarica, ermida. Ou, simplesmente, taberna. "Antigamente era outra vida, a malta vinha de bicicleta, pagava a conta do mês, ficava cá o dia todo, comia e bebia. Havia mais espírito. Agora, não há nada disso", conta Emílio Cera, dono de uma das mais antigas tabernas da região. "Foi aberta no dia 2 de novembro de 1942, pelo meu pai", revela. A Casa do Cera, mesmo no centro de Cantanhede, não tem identificação à porta, que está sempre aberta. "A feira costumava ser aqui ao pé, as pessoas começavam a comer às cinco da manhã, de forma que, à noite já nem havia comida", lembra. Lembra também "tempos da guerra", em que o espaço acabava por servir de depósito de milho e se registou como casa de pasto, "para ter mais senhas de comida". E onde está o louro à porta, identi-ficação de tabernas mais "urbanas", como as de Coimbra? "Queriam que pagássemos para ter isso, acabei por tirar", afirma, pragmático.Estamos numa sala ampla mas escura, com um balcão de mármore, uma mesa e alguns bancos de madeira. As prateleiras na parede guardam várias medidas de copos. Três pipas de vinho completam a simplicidade do qua-

dro. Tudo na mesma, já há mais de 60 anos. "Desde que ela foi aberta nada se alterou, até o balcão é o mesmo, as pipas é que já estão por estar, vende-se muito menos", destaca Emílio Cera. E lembra que "as pessoas paravam pela comida e pelo vinho, mas é o vinho que cria clientes habituais, neste caso, lavradores". Curiosamente, conta Emílio Cera, os melho-res a beber não sãos os homens do campo, são os do mar. "Quando morreu o dono de uma grande firma com barcos de pesca que morava aqui perto, vieram cá ter os capitães de navios e de traineiras", recorda. "Pediram vinho e eu pego nos copitos habituais, mas ele viram--se para mim e dizem: 'Isso não chega, dê-me aquele' [e apontaram para a picheira, a medida

de litro]", conta. "Ah, homens para beber d'um catano! Era cada martelada…", ri. Nessa tarde, "repetiram cinco ou seis vezes, porque o enter-ro demorou a sair". Assim se passavam os dias, entre jogos de cartas e encontros de negócios entre agricultores e compradores.

EntrE a Baixa E a altaNa Casa Chelense, em Coimbra, na rua das Rãs, a animação é grande. Discute-se ao bal-cão, as pombas entram alegremente, pode ser que ainda apanhem algumas migalhas. O dono, Manuel Fonseca, já está habituado a receber meios de comunicação: a parede está cheia de recortes de jornais, alguns datam já da década de 80. "Já tenho a casa há mais de 24 anos", conta. "O nome vem da minha aldeia, Chelo, perto do Lorvão, mas também é conhe-cida por Manuel do Garrafão". Isto porque há um garrafão à porta, bem como o louro. Foi um dos locais que entrou no circuito das taber-nas criado pela Câmara Municipal da cidade. Por isso, aposta forte na tradição, sem garan-tias de futuro. "Não sei se vai continuar depois de mim, são casas que não se podem passar a ninguém. Tem sido um erro das autoridades

implicarem com tudo e ma is a lg u ma coi-sa", desabafa Manuel Fonseca. Por cima do balcão uma coleção de notas ajuda à decora-ção. "Quando vim da América trouxe algu-mas notas, e meti-as aí. Com o tempo, as pes-soas foram-nas ofere-cendo. Estão sempre a chegar notas", revela, acrescentando que "há uma ligação muito for-te com a freguesia. Por isso é que gosto de tra-

balhar neste ramo: para falar com as pessoas e conviver". Mesmo ao lado, no Tapa, lê-se uma inscrição: "Quem vier a Coimbra sem visitar o Tapa, é como quem vai a Roma sem visitar o Papa". O nome - que surge porque quem lá ia beber tinha direito a algo para "tapar" a bebida - ante-cede a atual proprietária. Purificação, dona do espaço há de três anos, "manteve o espírito" e o estilo com que a casa foi fundada, "há mais de 60 anos". Um balcão corrido, agora metálico, antes de madeira, para comer de pé os petiscos da casa. "Coisas rápidas, sardinha e orelha saem muito", conta, acrescentando que "numa casa destas ou se mantém ou se fecha". Por isso aposta-se no vinho. "Olhe se vim cá ontem e

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sociedade

hoje estou a repetir, é porque o vinho é bom", diz um cliente, disposto a pagar um copo aos jornalistas, para provar o que diz. Só não quer é aparecer na foto, "senão a minha mulher dá cabo de mim". Na alta, a taberna mais famosa está ligada à universidade. Na Tasca do Pinto, o traçadinho é rei entre os estudantes, que ado-tam o espaço como uma segunda casa. "Hoje, com 78 anos, olho para os caloiros quase como meus trinetos", conta Luís Pinto. Fundada em 1978, a tasca é uma instituição. "Há pais que trazem cá os filhos, houve até um que, quando descobriu que a filha tinha vindo morar por cima de nós, nunca mais a deixou mudar de

casa", conta. A quan-tidade de gravatas cortadas por cima do balcão só demons-tra o amor dos estu-dantes pela casa. Até fizeram uma home-nagem que o senhor Pinto não esperava. "Ainda no outro dia me disseram: 'venha aqui ver o Facebook'. E lá estava eu, de gar-rafão na mão", ri. D e volt a a C a nt a-nhede, Emílio Cera resume, sem saber, em nome de todos os taberneiros, o futuro. "Enquanto eu for vi-vo, isto vai andando, qua ndo eu bater o

olho acabou tudo", sublinha. Os meus filhos já trabalham, ninguém pega nisto. Se isto for abaixo, vão ter de ser feitas obras". A calma dos anos já domina, por isso não vale a pena ceder à preocupação. "Olhe, beba mais um copo, que a jeropiga é da casa", convida.

A sobrevivênciA das tabernas até pode passar por um aspecto despercebido a quem as associa só ao álcool. "As tabernas mantiveram-se durante muitos anos liga-das às letras, à poesia, às ideias, à música", conta Paulino Mota Tavares, historiador e membro da Liga dos Amigos das Taber-nas Antigas (LATA). "Temos de ter outra visão da taberna. Apontámos demasiado para o alcoolismo e para as grosserias, pa-ra as asneiras e a LATA quer mudar isso", completa. Até porque foi numa taberna da baixa de Coimbra que se ouviu "pe-la primeira vez as palavras 'em nome do povo, Viva a liberdade, viva a república!'. Isto a 26 de agosto de 1849, mais de 60 anos antes de 1910", revela. Mantendo

a cenografia base, "as pipas, as garrafas antigas, o papel, o lavatório ou bacia", o historiador propõe que se recuperam tradições culturais como "folhetos de cordel ou o fado, que nasceu na taberna". Foi nessa linha que a Câmara de Coimbra lançou um Roteiro das Tabernas. Mário Nunes, vereador da Cultura na época, acredita que as "tabernas eram importan-tes ao nível social, económico e cultural". Para além disso, "tiveram e ainda têm uma função especial. Eram um espaço de encontro, discussão, reunião, tudo isso era lá". Paulino Mota Tavares completa, sorridente, "eram espaços de beber, co-mer e disparatar - também precisamos disso".

Do Roteiro até à LATA

Vinho branco e gasosa, a receita do traçadinho do "Pintos"

tabernas

O mistério do louro à porta

Se as tabernas estão associadas ao povo, foi um nobre que introduziu o ramo de louro à porta. Conta a história que, certa vez, um ministro do rei decidiu beber alguns copos de vinho an-tes de falar com o soberano. À saída da tasca, apercebeu-se que o hálito denunciava a sua escapadela. Para o disfarçar, roeu umas folhas de louro. O final não é feliz para o ministro, o rei entendeu a artimanha. Mas a moda do louro à porta pegou e, dizem, já ajudou a evitar algumas zangas entre marido e mulher.

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cérebros

inovação

daqui a cinco anos vão começar a chegar ao mercado os primeiros "rádios do futuro", que não são mais do que rádios constituídos por software, que vai permitir que sejam "rádios pensantes" e tomem algumas decisões por si. Contudo, dentro de 15 a 20 anos já vai ser possível comercializar aparelhos que vão ser "o verdadeiro rádio cognitivo", universal, conforme adiantou Nuno Borges Carvalho, coordenador do projeto que está a ser desen-volvido pela Universidade de Aveiro (UA), no Instituto de Telecomunicações (IT).O conceito não é de agora. Nasceu no ano 2000, pelo sueco Mitola, que sugeriu a cria-ção de um rádio com software - o Software Define Radio (SDR) -, sendo a forma como entendia que devia funcionar. "Era desta maneira que antevia os rádios no futuro", explica o investigador, docente na UA, no Departamento e Eletrónica, Telecomunica-ções e Informática.Mitola, visionário, criou o conceito. Mas não o colocou a funcionar. Em finais de 2008, o IT (já com passado na área da radiofrequên-cia), em parceria com o Instituto de Enge-nharia Eletrónica e Telemática de Aveiro quis concretizá-lo e propôs construir um rádio que está nesta linha de pensamento, submetendo em 2010 o projeto à Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT).Atendendo a que rádio diz respeito - à televi-são, rádio FM, bluetooth, telemóvel, internet sem fios ou os próprios comandos para abrir a garagem -, visto a comunicação ser feita

sem fios na área da radiofrequência, "o pro-jeto incide sobre a maximização da gama di-nâmica, que permite receber todos os sinais em simultâneo", considerando Nuno Borges Carvalho que este é o contributo "mais po-sitivo e importante, ao nível científico". O "aumento da gama dinâmica é feito através das cabeças de rádio, que permitem a sua im-plementação física", explica o investigador. Cognitive radio ou rádio cognitivo surge no contexto de que "se agora tenho um rádio por software, posso colocá-lo a tomar deci-sões. Caso contrário vou continuar a ter um telemóvel ou um Bluetooth. Sabemos que os rádios vêm definidos pela fábrica. Mas co-mo agora passam a funcionar por software, podemos construir 'rádios pensantes', sen-do estes os rádios do futuro", revela Nuno Borges Carvalho.O IT de Aveiro já fez as primeiras versões de protótipos de rádios por software. É a FCT que está a patrocinar o projeto e a atribuir bolsas de doutoramento. A equipa, que Nuno Carva-lho, de Tecnologia de Rádio, está a coordenar, é composta por mais dois docentes universitá-rios - Arnaldo Oliveira (Computação Recon-figurável) e José Neto Vieira (Processamento Digital de Sinal) -, três alunos de doutora-mento, vários de mestrado e um pós-doc. A investigação foi distinguida com o Prémio PLUG 2010, atribuído pela Associação dos Operadores de Telecomunicações, estando já publicados um conjunto de artigos científicos em revistas e conferências internacionais.

"Rádio do futuro" nasce em Aveironovos aparelhos, "pensadores" e constituídos por software, podem começar a ser comercializados dentro de cinco anos TexTo mARTA vARAndAs foTo pedRo RAmos

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o instituto Superior Miguel Torga realiza hoje mais uma conferência no âmbito da ini-ciativa "Ciclo de Conferências do ISMT". A temática "Como se tomam decisões numa empresa multinacional" vai ser a propos-ta para hoje, com uma palestra proferida pelo mestre António Ricciulli, diretor de uma multi-nacional. A sessão vai ter início às 18H00, na Sala 1 do Edifício da Rua Augusta. A próxima já está marcada para dia 4 de maio.

dia 3 de maio arranca em fren-te à Reitoria da Universidade de Aveiro a 11.ª edição do Fórum 3e - emprego, empresas, empreen-dedorismo. A UA oferece aos f inalistas a possibilidade de contactar com algumas das me-lhores empresas e instituições e de trocar currículos por opor-tunidades de emprego e estágios.

uma equipa de in-ve s t i g a dor e s do Instituto Biomédi-co de Investigação

da Luz e Imagem da Faculdade de Me-

dicina da UC, liderada por Rosa Fernandes, verificou que a sitagliptina - fármaco oral utilizado no tratamento da dia-betes tipo 2 para regular níveis de glicemia -, pode ser benéfico no tratamento da retinopatia diabética, uma das principais complicações resultantes da diabetes tipo 1 e tipo 2. O proje-to foi reconhecido pela Funda-ção Europeia para o estudo da Diabetes.

ISMT recebe conferência hoje

Fórum 3e volta ao recinto da UA

Investigação da UC reconhecida

ciência & tecnologia

NoMe Nuno Borges Carvalho

DATA De NASCIMeNTo29 de abril de 1972

NATUrAlIDADe Angola

reSIDêNCIA Aveiro

lIvro preFerIDo"Serão os Deuses Astronautas?"

FIlMe preFerIDo"A Paixão de Cristo"

prATo preDIleToCaril de Frango

víCIoSO trabalho

porTo De AbrIgoA minha casa

à lupa

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entrevista

dinheiro

São necessários novos processos e competências

josé couto

o presidente da câmara de comércio e indústria do centro - conse-lho empresarial do centro analisa o momento atual das empresas, que precisam de melhorar os processos de produção, de modo a re-novarem a capacidade económica. TEXTo E FoToS Mário Nicolau

Qual é o balanço do primeiro ano de atividade na Câmara de Comércio e Indústria do Centro – Conselho Empresa-rial do Centro?a nossa candidatura teve como principal objetivo o apoio aos nossos associados porque tínha-mos percebido que iríamos pas-sar um período mais ou menos complicado em que as empresas ter i a m d e u l tr a p a s s a r m ui to s obstáculos. Neste primeiro ano, a aposta na formação dos empre-sários foi a nossa aposta e teve feedback positivo dos par tici-pantes, que consideraram este tipo de iniciativas muito impor-tantes. os empresários têm pou-co tempo disponível, mas gostam de receber formação, ainda que de uma forma interativa e ligada à realidade.

Qual foi o tema central? o planeamento estratégico e o aumento das competências são d u a s p r e o cu p a çõ e s q u e p a r-tilhamos com os empresários , que precisam de procurar novos mercados e de perspetivar a in-ternacionalização de um modo criativo, ou seja, criando novos produtos ou nov a s roupagens para os produtos tendo em vista quer o mercado nacional, quer o

mercado internacional. a Europa é um objetivo, mas não devemos esquecer os mercados africano e da américa do Sul.

A inovação está na ordem do dia. Mas não basta "dizer" é necessário "fazer"? Sem dúvida. Tentámos estimular a introdução de novos processos na gestão e, também, ao nível da produção, de modo a tornar os produtos mais competitivos.

Um grande esforço tendo em conta a situação econó-mica...a s e m p re s a s p o r t u g u e s a s f i -zeram um grande sacrifício em 2008 e 2009, pelo que chegaram a esta fase numa situação muito complicada na captação de no-vos recursos, já que os acionistas es t ão e x aus tos e a b anc a não está disponível para aumentar o envolvimento. Para competir no mercado ex terno é necessário aumentar a resistência no capí-tulo financeiro e, acima de tudo, a liquidez. ora, esta foi outra das nossas preocupações: encontrar novas formas de financiamento. Er a difícil adivinhar que cheg a-r íamos a 20111 nes t a situação: a s empres a s es t ão e x aus t a s e o p a í s e s t á e x a u s to t a m b é m .

aler t amos os nossos a ssocia -d o s p a r a a q u e s t ã o d o f i n a n -ciamento. alguns projetos , no âmbito do QrEN, atrasaram-se p o rqu e a s emp re s a s e s t av a m inibidas na capacidade de inves-timento, não tendo possibilidade de cumprir os seus compromis-sos nesta área.

É correto questionar a qua-lidade dos nossos empresá-rios ?o nosso tecido empres ar ial é formado por pequenas, médias e micro empresas. a este nível, muitos empresários precisam de aumentar as competências.

Objetivo do momento

São necessários novos processos de produção, de modo a tornar os produtos portugueses mais competitivos

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É necessária uma nova mentalidade empresarial?Quem anda envolvido no dia-a-dia, muitas vezes, não tem tempo para ler os sinais que vêm dos mercados ou perceber as transformações. Além das regras de finan-ciamento, ocorreram mudanças drásticas ao nível da tecnologia e da comunicação, o que exige uma resposta rápida e, acima de tudo, enérgica das empresas. Anteci-par os acontecimentos é fundamental hoje em dia.

O CEC pode ajudar?Temos pequenas empresas que são brilhantes, mas te-mos outras que precisam de apoio para desenvolverem novas estratégias. Fomos apanhados numa evolução muito rápida que, segundo os nossos associados, não deu tempo para perceber o que estava a suceder. Assim, e de acordo com uma das referências do nosso manda-to, estamos a estimular o empreendedorismo que, e ao contrário do que se pensa, não é exclusivo das tecnolo-gias de ponta. Está presente em todas as áreas do nosso tecido empresarial e deve ser estimulado pelos empre-sários dentro das próprias empresas, de modo a que seja possível, a partir delas, criar novas empresas. A cria-tividade dos colaboradores não dever ser desperdiçada.

Mesmo com o FMI no país?O CEC teve alguns problemas de comunicação com a sua rede, teve de resolver alguns problemas financeiros, mas a estratégia que tem hoje em dia está adaptada a esta realidade. Ou seja, as empresas sabem que o lema é: aumentar a capacidade de exportação. Temos de ser bons naquilo que fazemos e termos um preço compe-titivo de modo a vencermos a inércia que é andarmos cerca de dois mil quilómetros até aos mercados que es-tão a consumir, já que o nosso mercado não consegue absorver a nossa capacidade de produção.

A logística é um desafio?É fundamental. Temos excelentes estruturas portuá-rias na região Centro (Aveiro e Figueira da Foz), rodovi-árias e as estruturas ferroviárias começam a ter alguma importância. Temos de aproveitar todos este meios e principalmente temos de perceber que fazemos um es-forço maior do que os empresários espanhóis para che-garmos ao centro da Europa. É necessária uma atitude concertada também a este nível.

É necessário ler os sinais

“As empresas chegaram a uma situação compli-cada na captação de no-vos recursos, já que os acionistas estão exaus-tos e a banca não está disponível para aumen-tar o envolvimento

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dinheiro entrevista

A região não tem demonstrado capacidade para diminuir os acidentes de trabalho

Quais são os fóruns deste mandato?A logística, que já referi, o respeito pelas normas ambientais e a competitividade dos territórios, ou seja, a importância das cidades hoje dia, a análise do que acontece no interior do país e, também, do aproveitamento dos produtos en-dógenos, que podem ter alguma importância se tiverem canais de distribuição adequados.

Quando é que o CEC iniciou a reflexão so-bre estes temas?No Fórum das Cidades, no mandato anterior, em que se discutiu a importância das cidades e a competitividade das cidades. Entendemos que as cidades são dinamizadoras do território, pelo que da relação entre as várias cidades da região Centro poderá resultar alguma riqueza. Por ou-tro lado, lançamos um fórum sobre a responsa-bilidade social e que tem os acidentes de trabalho dentro das empresas como tema principal, já que a nossa região não tem demonstrado capacidade para reduzir o número de acidentes de trabalho e principalmente os acidentes graves. Isto tem im-plicações para a produtividade das empresas e é um problema social porque representa custos na área da saúde. Não está em causa o respeito das regras por parte das empresas, mas é necessário que desenvolvam ações de melhoria interna e in-troduzam boas práticas, contagiando os colabo-radores para esta questão.

Está preocupado com a dependência das empresas portuguesas dos subsídios?Os PME Invest foram fundamentais para mui-tas empresas nos últimos três anos. Não nos podemos esquecer disso, mas não sei quais são os efeitos desses PME nas contas públicas. Todos nós, que participamos nas reuniões da direção do CEC, sabemos que os PME introduzi-ram dinheiro nas empresas numa época em que existiam graves problemas de financiamento e de liquidez, mas, agora, chegou a fase seguinte: é necessário pagar os empréstimos. Se calhar,

na altura em que foram negociados, esperava--se outro desempenho quer da economia

nacional, quer das outras economias euro-peias. Hoje em dia, além das necessidades

normais de financiamento , temos outra dificuldade: o rating da república influen-cia também o rating das empresas e pa-ra quem está a exportar e tem seguros

de crédito, a situação torna-se muito complicada.

Existe alguma solução?Havendo dinheiro, é neces-sário reforçar os capitais permanentes das empre-

sas com ou sem banca, o que

exige maior criatividade dos empresários. Têm de fazer uma prova de confiança junto dos fornecedores para poderem continuar a beneficiar do crédito que estes lhes atri-buem. Por outro lado, têm de ser capazes de encontrarem formas de encurtar os prazos de recebimento, de forma a diminuírem as neces-sidades de financiamento. A capacidade dos bancos obterem financiamento sem terem de recorrer ao Banco Europeu, é talvez a única vantagem da entrada do FMI em Portugal, pois garantirá a injeção de dinheiro fresco no mer-cado. O pouco dinheiro que há é tão caro que se revela altamente penalizador. As empresas podem estar a exportar, mas se os custos de contexto continuarem altos perderão mar-gem, deixando de ter capacidade de aumentar a atividade.

A exportação é o remédio para todos os males da economia?Não se começa a exportar de um momento para o outro. É necessário um percurso e prin-cipalmente preparar as empresas. Muitas das que estão no mercado têm hoje um desafio: conseguir vender mais do que os outros. Ago-ra, se o dinheiro é mais caro e se existem custos de contexto superiores aos dos concorrentes, a margem é menor. Na prática, as empresas ven-dem, mas podem não estar a ganhar dinheiro. Espero, e tenho quase a certeza, que a exporta-ção foi uma saída bem pensada pelas empresas da região e que terá consequências positivas. É necessário lançar um programa de substituição de importações que permita às empresas que estão a exportar e que têm de importar matéria prima, comprar dentro do país. Além de estimu-lar o empreendedorismo e a criação de novas empresas, o programa permitiria reconverter muitas das existentes.

Considera fundamental a alteração do Código de Trabalho?São necessárias alterações que tenham em os desafios da competitividade e, também, das novas regras da economia, sem perder de vista a coesão social. A duração dos contratos de trabalho e os custos das indemnizações são temas importantes, bastando lembrar o que aconteceu em 2008 e 2009 na indústria automóvel com os programas definidos pe-lo Governo que permitiram absor ver alguns custos que as empresas não conseguiam su-portar. Isto demonstra que é necessário fazer mais alguma coisa nesta área, mas pensando a médio prazo e não unicamente nas necessida-des do momento. O Código de Trabalho pode aumentar a competitividade, mas sempre de acordo com a noção de solidariedade.

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dinheiro trabalho

"o acidente aconteceu numa altura em que havia máquinas em movimento, não se sabendo ao certo como tudo se terá de-senrolado. Porém, próximo do acidentado havia uma pedra de grandes dimensões. O homem apresentava uma fratura na ca-beça". O relato do subchefe dos Bombeiros de Vila Nova de Foz Côa, Rafael Almeida, conta a história de um jovem de 21 anos que, na semana passada, perdeu a vida num acidente de trabalho, numa obra do IP2, perto de Vila Nova de Foz Côa. O caso está longe de ser uma raridade. Em Portugal, existem cerca de 230 mil acidentes de trabalho por ano. Mais de uma centena é fatal para as vítimas, que são sobretu-do do setor da construção.No acidente do IP2, a Autorida-de para as Condições do Traba-

lho (ACT) abriu um inquérito. "Nestes casos é feito um inqué-rito preliminar, assim que se tem conhecimento. São colocadas dez questões, para efeito esta-tístico. Depois há um inquérito definitivo, para apurar as causas do acidente, o que estava a ser bem feito e mal feito, se a culpa é imputável ao empregador ou ao trabalhador. Os inspetores de trabalho que conduzem o inqué-rito têm liberdade total para ou-vir as partes envolvidas, sejam empregadores, trabalhadores, empreiteiros ou fornecedores", explicou à C Jorge Dias, da ACT.

"Promover o trabalho digno"O inspetor-geral do Trabalho, José Luís Forte, explica que o quadro de crise económica e so-cial "aprofundou alguns dos as-

petos mais negativos da globa-lização", prejudicando o "bem--estar dos trabalhadores". Nos últimos anos, as mortes laborais no país têm diminuído, mas o número de acidentes continua elevado e difícil de controlar, apesar das campanhas de pre-venção e de fiscalização."As transformações que ocor-rem no mundo laboral estão a ter profundas implicações na vida dos trabalhadores e suas famílias", afirma José Luís For-te, alertando para a necessidade de "promover o trabalho digno"."Aumentaram os fatores de ris-co ligados a novas substâncias perigosas ou a novas tecnologias e regista-se a emergência de no-vos riscos ligados a formas de gestão, bem como vínculos la-borais causadores de condições propícias ao aumento do stress,

todos eles com pesadas conse-quências para a saúde. Desen-volvem-se, inclusive, em maior número e com maior frequência doenças psíquicas relacionadas com as condições de trabalho", explicou o responsável.

ministra confiante no futuroA ministra do Trabalho e da Solidariedade Social, Helena A ndré, admite que o número de acidentes laborais em Por-tugal "é deveras inquietante", mas não perde o otimismo. "Um olhar breve sobre a evolução da sinistralidade laboral portugue-sa neste século admite um vis-lumbre de confiança sobre o que temos feito para evitar os aci-dentes de trabalho mortais: 368 mortos no trabalho em 2000 e 231 em 2008", concluiu.

Fatores de risco no trabalho aumentaram

PUB

campanhas de fiscalização e de prevenção diminuem as mortes, mas as novas exigências do mundo do trabalho significam um elevado número de acidentes e de doenças psíquicas textos BrUno Vicente

dia nacional de Prevenção e segurança no trabalho é assinalado hoje, em Portugal. o setor que regista mais mortes é o da construção

230.000 acidentes de trabalho por ano em Portugal

115 acidentes mortais

em Portugal (2009)

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o coordenador executivo para a Promoção da Seg u-rança e Saúde no Trabalho, Luís Lopes, não esquece a frase que, nos anos 90, nos Estados Unidos, tornou-se o lema dos que perder a m familiares e amigos em aci-dentes de trabalho e doenças profissionais: "Recordar os mortos, lutar pelos vivos". É que, em 2011, esta expressão continua atual. "Em Portugal, o Dia Nacional de Prevenção e Segurança no Trabalho é uma data em que a chamada sociedade civ il revela o verdadeiro grau de integ ração da seg urança e saúde no trabalho na nossa

sociedade. E quanto mais a sociedade civil, os parceiros sociais, o tecido empresarial, a comunidade educativa e as autarquias se apropriarem da data, mais esta estará a cumpr ir o desíg nio pa ra o qual foi criada por resolução da Assembleia da República", explica.Luís Lopes não quer que este Dia Nacional seja "uma ence-nação de tudo aquilo que não é feito nos restantes dias". E passa uma mensagem de es-perança: "Que o 28 de abril não seja uma exceção, mas antes uma montra viva, um desafio e um incentivo para fazer ainda mais e melhor".

"Recordar os mortos, lutar pelos vivos"

PUB

4.841 novos casos de

doença profissional em Portugal (2008)

142.000 mortes anuais por

doença profissional na União Europeia

8.900 mortes anuais por

acidentes de trabalho na União Europeia

C33

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46 28AbRIL 2011

dinheiro dia do trabalhador

O PROGRAMA começa às 10H00, no Parque Verde do Mondego, com atividades para crianças que incluem contadores de histórias, pinturas e palhaços. À mesma hora tem início a 33.ª Volta à Cidade em atletismo, que con-templa vários escalões etários.

ÀS 15H00, na Praça da República, arranca uma manifestação que só termi-na na Praça 8 de Maio, que será palco de intervenções políticas. As comemorações encerram com um espetá-culo de música popular por-tuguesa e de intervenção.

ÀS 12H30 é tempo da "Sopa do Trabalhador", um almoço de confra-ternização, no Jardim da Sereia, onde haverá tam-bém animação cultural.

A UNIÃO dos Sindicatos de Coimbra (USC), afeta à CGTP Intersindical, vai celebrar o Dia do Tr abalhador, a 1 de maio, "com alegria ", mas sem esquecer os problemas que atingem todo o distrito. "A principal queixa que nos cheg a , dos tr a-balhadores de Coimbra, é a dos salários em atr aso. Várias empresas, dos mais diversos setores, cheg am a atingir os três meses de salários em atraso. E estamos a falar de orde-nados que, por si só, já são geralmente muito baixos", afirma o coordenador da USC, Antó-nio Moreira. A "precariedade laboral" é outro problema, "particularmente preocupante no distrito de Coimbra".Para o responsável, celebrar o feriado do Dia do Tr abalhador "continua a fa zer sentido", especialmente neste ano. "Atravessamos um quadro político, social e económico adverso, que está a penalizar muito os trabalhadores", recorda António Moreira, lamentando que as pessoas andem "deprimidas"."Mas nós não aceitamos este quadro. Por isso, este 1.º de maio tem de ser de união e agitação nas ruas, mas também de esperança, de con-

fiança. Os trabalhadores têm que acreditar que é possível encontr ar um Por tug al com futuro", conclui.

Quase 20 mil desempregadosNo Dia do Trabalhador deste ano, a União dos Sindicatos de Coimbra vai recordar também aqueles que tinham um emprego mas que, en-tretanto, o perderam."O distrito apresenta uma má situação laboral. O desemprego tem aumentado e, agora, já es-tá a afetar mais de 19.500 pessoas, principal-mente as que têm entre 35 e 55 anos", adianta António Moreira."Em Coimbra, infelizmente, não há novos in-vestimentos e desapareceu muita indústria, em áreas impor tantes da economia , como a cer âmica , têx teis , cer veja e tr anspor tes . Enquanto continuar esta lógica de esmaga-mento do aparelho produtivo a situação do distrito – e de todo o país - vai continuar muito difícil", explica o sindicalista.O afastamento de algumas direções regionais da cidade de Coimbra também influenciou "o fluxo do trabalho".

Prova deatletismo

ManifestaçãoSopa do trabalhador

Salários em atraso castigam trabalhadores de CoimbraSINdIcAtOS gArANtem qUe O prOblemA AtrAveSSA várIOS SetOreS. OrdeNAdOS bAIxOS e precArIedAde lAbOrAl SÃO OUtrAS dIfIcUldAdeS eNcONtrAdAS TExTO bRUNO VICENTE

Atividades do 1.º de maio

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C90

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48 28ABRIL 2011

dinheiro marketeer

Qual foi seu primeiro empre-go?Foi na Câmara Municipal de Mon-temor-o-Velho. Foi, também, um privilégio e um gr ande desafio poder ajudar a criar o g abinete de relações públicas e de comu-nicação.

Como gastou o primeiro or-denado?Ajudou a pagar uma ferramenta indispensável: uma máquina foto-gráfica.

Um sonho…Continuar a sonhar todos os dias, mesmo acordada.

O que não suporta?Politiquices e gente que acha que sabe tudo.

Um vício que não equaciona deixar…O chocolate. Sou uma "chocoho-lic".

E que marca não dispensa?Nuno Baltazar, porque me trans-

p o r t a p a r a u m o u t r o m u n d o atr avés da s roupa s linda s que desenha; no plano profissional, obviamente Montemor-o-Velho, por ser uma terra que me acolheu de braços abertos; o Google, por-que já não conseguimos viver sem googlar e... os carros desportivos.

Que música lhe dá vontade de cantar em voz alta?Não consigo escolher uma mú-sica . Todas, ou quase todas, as músicas têm esse efeito em mim. Defeito de quem vive a música co-mo quem respira.

Com quem não jantava?Aprendi com o Peter Pan a nunca dizer nunca.

Último livro lido, cd ouvido, filme visto?"Pequena Abelha", de Chris Cle-ave; "Between Two Lungs", Flo-rence + the machine; "Rio", com a minha filhota.

Lema de vida? "Carpe Diem".

João CanCela é proprietá-rio d’A Tabacaria desde o iní-cio, quando o Fórum Coimbra abriu, em 2006. "Vendemos de tudo, mas temos algumas coi-sas diferentes, como as cartas colecionáveis para os miúdos ou canivetes suíços", conta. De resto, o habitual de uma taba-

caria, entre revistas, tabaco e jornais. E o habitual jogo do Eu-romilhões. "Até já entregámos um prémio de 7.ooo euros", re-corda João Cancela. Mas a crise não facilita o negócio. " Vejo as pessoas com menos poder de compra, já nem o tabaco sai co-mo antes", conclui.

Não suportopolitiquices

ana Cabete ferreira é téCniCa superior da uni-dade de turismo e relações externas da Câma-ra de montemor-o-velho.

conversa dequiosque

A Tabacaria Loja 0.24 - Fórum CoimbraTelefone: 239811037

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É aos pÉs da Mata Nacional do Buçaco que mora o Gran-de Hotel de Luso e que, este mês, escreve mais uma pági-na numa história com mais de 70 anos, com a conclusão do projeto de remodelação, num investimento total de 2 mi-lhões de euros. A inauguração destas obras é hoje, às 11H30.A unidade hoteleira de qua-tro estrelas, uma das grandes obras de Cassiano Branco, referência nacional ao nível da arquitetura modernista, iniciou a intervenção a 22 de novembro do ano passado. Os espaços públicos ganha-ram "mais versatilidade", as-segura Jorge Fonseca, diretor do Grande Hotel de Luso.Visto por fora, não há nada de novo no edifício amarelo. Mas basta passar para o lado de lá da porta da entrada para rapi-damente perceber que o espa-ço mudou de forma radical. Da autoria do ateliê Reimão Pinto, o projeto teve como pon-to de partida a criação de uma nova imagem, respeitando a identidade e o espaço arquite-tónico original. Potenciando os elementos modernistas, utiliza ndo aponta mentos Art Déco e valorizando a sin-gularidade da sua arquitetu-ra, "criou-se uma nova alma para o hotel. O maior desafio foi conseguir uma marca de originalidade e modernidade mantendo viva a memória do

espaço", explica o diretor. O número de suites aumentou de três para 15. Quartos su-periores são 34 e standard 83. Cerca de 25 quartos são comu-nicantes entre si. "Estas são al-gumas das grandes novidades, assim como o auditório, com capacidade para 320 pessoas, que é hoje o melhor equipado, em hotel, da região Centro".A nobreza das madeiras, a sim-plicidade das linhas e conten-ção dos elementos decorativos caracterizam os espaços. As cores quentes e fortes garan-tem o conforto em ambientes de requinte. Na iluminação foram utilizados muitos LED.O restaurante agora estende--se por dois espaços, com di-ferentes loca lizações: um mantém-se na sala principal e o outro junto à janela, com vista para a piscina olímpica. Através do túnel que já fazia ligação às termas, é possível agora aceder à Malo Clinic Spa Luso, outra das novidades.

unidade hoteleira do luso inaugura hojeremodelação de 2 milhões de eurosTexTo MarTa Varandas FoTos Pedro raMos

1

2

3 5

4 6

1 - Fachada do Grande Hotel de Luso

2 - Receção e corredor que dá acesso ao restaurante e bar

3 - Nova sala do restaurante

4 - Sala principal do restaurante

5 - Aspeto de uma suite

6 - Bar do Grande Hotel de Luso

Vida nova para o Grande Hotel

Jorge Fonseca, diretor do Grande

Hotel de Luso

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50 28abril 2011

dinheiro empresário de sucesso

Fundada em 1988 por João Vidal, já faleci-do, e José Cardoso, a Dominó - Indústrias Cerâmicas SA iniciou a laboração em 1990. Na zona industrial de Condeixa-a-Nova mora uma empresa que "nasceu muito mais pequena do que é hoje", explica José Cardo-so, pois, na fase de arranque "fabricávamos 2.750 metros quadrados por dia e hoje em dia fabricamos 10.000 metros quadrados".Ao pavimento vidrado, a primeira aposta da Dominó, juntou-se mais tarde o reves-timento, já que quem compra pavimento também quer comprar revestimento."Sentimos necessidade de ter um ambiente e não só um produto. Digo internamente que vendemos ambientes e não produtos, o que demonstra a evolução do mercado", avança José Cardoso. O dinheiro ganho na primeira fase financiou a construção da no-va unidade dedicada ao revestimento pro-vocando, também, a alteração no método de trabalho: "começamos pela bicozedura de [hoje fazemos monocozedura] modo a darmos conhecimento e experiência às pessoas no capítulo do revestimento". Além das unidades de pavimento e de revesti-mento, a Dominó possui uma unidade de retificação, que "dá valor acrescentado ao produto". Na prática, "o material é retifi-cado como se fosse pedra natural", o que assegura uma qualidade de acabamento superior e resultados "surpreendentes" quando o material é aplicado. "As juntas são quase impercetíveis. Por outro lado, com o método que utilizamos, conseguimos peças do mesmo tamanho, evitando as variações da cozedura normal", garante José Cardoso. A criação do núcleo de inovação e desen-volvimento, em 2010, além do reforço dos quadros "com uma pessoa ex per iente" nestas áreas, conduziu "a vários projetos integrados que têm como objetivo a certi-ficação". Porém, a inovação, considera José Cardoso, não pode ser uma mera "vontade matinal" e "deve estar presente em todos os níveis" da empresa. No futuro, acrescenta, "as melhores ideias serão premiadas" numa atitude que visa promover o envolvimento de todos os funcionários no processo de crescimento da Dominó. O interruptor integrado no próprio azule-jo e o ambiente com perfume permanente para instalações sanitárias são exemplos da lista de novos produtos, que inclui ainda fachadas ventiladas e pisos flutuantes. Com a candidatura ao QREN Inovação de um projeto no valor de nove milhões de euros, a empresa criou condições para a produção de pavimento por um processo "completa-

mente diferente" do normal. "É produzida uma placa muito grande que é, depois, divi-dida no tamanho pretendido", explica José Cardoso.

A Dominó será a quinta empresa do mundo com este processo de fabrico e deverá co-meçar a produzir em meados de 2012. Com o mercado interno em crise, a empre-sa "compensou" a quebra nas vendas atra-vés do incremento das exportações para a Alemanha, França e Espanha. Moçam-bique, Angola, Cabo Verde e África do Sul integram, também, o plano de negócios da empresa."Parar é morrer, pelo que temos de continu-ar em frente. O elemento diferenciador em relação à concorrência é o grande objetivo. Temos de vender mais nos mesmos clien-tes", conclui. MN

Sem inovação não há futuro

O interruptOr integradO nO azulejO e O ambiente cOm perfume permanente para caSa de banhO SãO duaS nOvidadeS da dOminó

a empresaA constante atualização tecnológica

é uma prioridade para a Dominó - Indústrias Cerâmicas SA, que elegeu a qualidade dos produtos como objetivo

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agenda Casino Figueira

sab.30.16H00Quando for grande...

Piloto de ralis é o mote para a tarde inf antil, que inclui muita diversão na área de jogos Lego. A exposição de minia-turas está patente até 8 de maio.

qua.18.maio

Etapas : 18 e 19 de maio; 22 de junho; 13 e 14 de julho; 12 e 13 de outubro; 9 e 10 de novembro; 30 de novembro.Final: dezembro.

sex.20.maio

KnockoutFigueiraPoker Tour

Decorre de 20 a 2 2 d e M a i o mais uma eta-pa do Knockout Figueira Poker Tour 2011.

A etapa ibérica está agendada pa-ra 11 e 15 de agosto.

O júri dos prémios "Bento Pessoa – Casi-no Figueira", atribuiu pela primeira vez o "Prémio Especial" a duas personalidades: a título póstumo, ao ex-presidente da Câ-mara Municipal da Figueira da Foz, António Duarte Silva, falecido no passado dia 1 de Abril; Ticha Penicheiro, natural da Figueira da Foz, referência do basquetebol interna-cional, que representa neste momento o Sport Algés e Dafundo. Gonçalo Cadilhe, Carlos Lavoura, Mário Santos, Francis Obikwelu e Mário Zambujal completam o rol de "sete indiscutíveis per-sonalidades a nível nacional e internacio-nal", considera Marçal Grilo, presidente do júri, que o júri integra 14 personalidades, nomeadamente, o presidente do Comité Olímpico, Vicente de Moura, o jornalista ribeiro Cristóvão e o antigo ciclista Alves Barbosa. Em breve será definida data para a realiza-ção da Gala de entrega dos Prémios Bento Pessoa - Casino Figueira.

Prémios Bento Pessoa-Casino Figueira

A noite das mulheres cantoras

"qUANTAS vítimas se deixam pelo caminho para se perseguir um objetivo?". LídiaJorge res-ponde a esta questão no livro que apresenta amanhã, no Casino Figueira. A ação decorre no final dos anos 80 do século XX e invoca o tema da força da idolatria e a construção do êxito, visto a partir do interior de um grupo.

nOVO LIVRO DE LÍDIA JORGE

29 DE ABriL, àS 18H30

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júri ATriBuiu DOiS PréMiOS

ESPECiAiS PELA PriMEirA VEZ

Poker: Liga universitária

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VIVER

28aBril 2011

“Os melhOres amigOs dO mundO estãO nO seio familiar”A equipA dA C foi enContrAr o CAsAl no seu lAr, em Viseu. lá fAlArAm sobre os negóCios, A pAixão

dA fAmíliA pelA rádio, os filhos, os netos e A VidA entre A CidAde de ViriAto e A CidAde mArAVilhosA.

textO márcia de Oliveira fOtOs pedrO ramOs

VIVER

em casa de...

AnACleto e sVetlAnA mirsky rAimundo

AnACleto rAimundo, 69 anos, é advoga-do e economista. É casado com Svetlana Sviatopolk Mirsky Raimundo, há 42 anos. Oriunda da família real russa Sviatopolk Mirsky, que fez no ano passado 1000 anos, a princesa Svetlana, hoje com 73 anos, nas-ceu no nordeste brasileiro e adora pintar. Conheceram-se dentro de um autocarro, em pleno Rio de Janeiro. Foi o amor à primeira

vista, que fez com que Anacleto saltasse fo-ra da sua paragem para ir atrás dela. “Foi o Cupido”, afirma o advogado a sorrir.Ainda no Brasil e, pelo facto de ser econo-mista, Anacleto resolve apostar na comuni-cação social. “Tive um jornal da comunida-de portuguesa, o “Mundo Português”, com uma tiragem de 70 mil exemplares e com quase 100 anos. Fui também vice-presidente

da Federação das Associações Luso-Brasi-leiras”, realça.Voltaram para Portugal, definitivamente, em 1986. Anacleto montou escritório de ad-vocacia em Viseu, mas garantiu a continu-ação dos negócios na comunicação social: comprou a rádio RCI -105.5 – e, mais recen-temente, adquiriu a rádio cultura de Seia.O casal Raimundo tem três filhos: André

a célula da família é fundamental para integrar as pessoas e deve existir um respeito pelos valores e pelas tradições

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(41), Alexandre (35) e Rafael (32). Hoje, tem igualmente três netos: duas raparigas, a Ta-tiana (5), a Lara (14 meses) e o rapaz, o Afonso (4 meses). São eles os meninos dos olhos do casal. É por eles que ainda hoje se mantêm em Portugal, mais propriamente em Viseu, onde têm a casa de família e onde é possível ver as obras de arte de Svetlana a ornamentar as paredes da habitação. É lá que Anacleto também tem o seu escritório, onde mostra ser um homem ligado às novas tecnologias e que está em constante conexão com o mun-do inteiro, nos negócios da bolsa. “Este é o futuro”, destaca.Os filhos vão tocando as empresas para a frente, porque também adquiriram esse bi-chinho do pai, que assim consegue conciliar a vida familiar, com filhos e netos.

A importânciA dA trAnsmissão de vAlores nA fAmíliA“Nós, como família, convivemos muito. Cos-tumo dizer que os melhores amigos do mun-do são as pessoas da nossa família”, afirma o advogado/economista e remata destacando

que “se não olharmos para a família em si mesma, tudo o resto perde um pouco o con-teúdo”.Esta família tradicional junta-se sempre que pode e nas festas. “É engraçado, porque eu sempre fui um pouco rígido com a educação dos meus filhos, mas não era por mim ,era por eles. E isso foi fundamental para eles se transformarem no que são hoje”, realça Ana-cleto.Para o advogado, a família de hoje em dia é uma família moderna, muito materialista e dispersa. “Sinto que há muita dificuldade em fazer com que as pessoas se consigam identificar, porque perdem as referências. A célula da família é fundamental para in-tegrar as pessoas e deve existir um respeito pelos valores e pelas tradições. Se a família não consegue transmitir valores, as crian-ças fazem o que querem e, quando crescem, acham que é tudo fácil”, acautela. Por isso, faz questão de colocar a família como o primeiro agente de socialização, porque “é com ela que nós aprendemos ou devemos aprender tudo. Depois há a escola e finalmente os meios de

comunicação social, que também são um agente de socialização muito grande. Se este somatório de coisas não faz aquele homem que vai ser fundamental para o desenvolvi-mento da sociedade em que está inserido, nós vamos ser uns pobres coitados”, assevera o advogado. Para o Anacleto e Svetlana, o sonho é funda-mental. “Como diria Ary dos Santos, sempre que um homem sonha o mundo pula e avança como uma bola colorida entre as mãos de uma criança”. Ou seja, se não houver sonhos não há realizações. E, principalmente em ter-mos individuais, é fundamental sonhar”, ex-plica o advogado. E continua: “Se olharmos para a vida sempre com uma componente mais otimista as coisas acontecem”. Neste momento o desejo do casal é ver os netos a crescer com uma conduta como a de toda a família, porque, segundo os próprios, o futuro destes jovens vai ser muito difícil. “Se gostaria de recomeçar tudo de novo? Não, nem pensar. A luta sempre foi muito grande e não gostaria de passar por tudo de novo”, exclamou Anacleto.

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viver

O país irmãO ficasempre nO cOraçãORio de Janeiro, Brasil. Cidade Maravilhosa que acolheu Ana-cleto e Svetlana durante gran-de parte das suas vidas, num país abençoado. “Adoramos o Brasil em todos os aspetos”, af irma A nacleto. A Svetlana não é preciso perguntar. Nota--se nos olhos azuis da princesa russa a satisfação e a alegria que sente ao falar do seu país. O apartamento que ainda têm em Copacabana, mesmo jun-to ao Copacabana Palace, é o segundo lar do casal. É lá que vão, sempre que podem, matar saudades do calor, da praia e, sobretudo, do bom ambiente sociável. “Sinto que o facto de ter vivido no Brasil me abriu outras mentalidades. Fui es-trangeiro no Brasil, mas nunca recebi tanta paulada como re-cebi aqui sendo português. Por isso digo que me sinto mais es-trangeiro sendo português em

Portugal do que sendo portu-guês no Brasil, porque nós aqui somos muito invejosos e não somos dados ao convívio, à so-cialização”, explica Anacleto. E há um fator que, segundo o advogado, distingue bem Por-tugal do país irmão: “No Brasil não se sente o peso do Estado”.Ainda hoje recorda a volta de-finitiva para Portugal como o momento ma is marcante. O facto é que, explica, “quando se reside no estrangeiro não há ning uém mais por tug uês do que nós, porque o portuguesis-mo vai-nos na alma. Mas quan-do voltamos de vez e vemos que a realidade é completamente diferente, é muito complica-do. Principalmente porque as pessoas aqui não convivem e f ica mos com u ma sensação de va zio tota l”, escla rece. E conclu i: “O meu apa ná g io é que nunca fui ambicioso, mas também nunca fui medroso. E assim hei-de continuar”.

em casa de...

Adoramos o Brasil em todos os aspetos. Lá não se sente o peso do Estado

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Londres, atualmente com mais de 7, 5 milhões de habitantes (uns 14 milhões na área metropolitana) é, sem dúvida, a cida-de europeia com mais vida, mas também a cidade mais estranha. Não se consegue encontrar por lá duas pessoas iguais, as cores bizarras e misturas de raças são ha-bituais - e se isso passa completamente ao lado dos ingleses, é alvo de admiração dos cerca de 27 milhões de turistas que pro-curam anualmente a capital britânica. As lojas de grandes marcas de Oxford Street, Knightsbridge e Bond Street (aqui o real-ce vai para o célebre Harrod s), os pontos emblemáticos do Soho, Covent Garden, May fa ir, Piccadilly Circus e Leicester Square, a Abadia de Westminster e o Big Ben, o Museu de Cera de Madame Tussaud e a Tate Gallery, a Catedral de São Paulo e o Royal A lbert Hall – tudo isso se tor-nou atração irresistível. Há mais: a maior parte dos museus são gratuitos, como é o caso, entre outros, do Museu Britânico, o mais antigo do mundo. A cidade é ainda o principal centro financeiro da Europa. Cuidado, entretanto, com os invernos - são muito rigorosos, em contraste com os verões, deliciosamente suaves. Ninguém se admire, por isso, em ver na quadra esti-val gente em fato de banho no Hyde Park ou noutra qualquer zona verde da cidade, mesmo se as temperaturas não estiverem acima dos 20 graus.

ficha

Londres

Londres - Reino UnidoEuropa

1 - Torre de Londres e vista noturna sobre o Tamisa

2 - Abadia de Westminster

3 - Big Ben

1

2

3

Como irLondres tem três aeroportos: Heathrow, Luton e Stanstead. Os dois primeiros são mais centrais e reservados principalmente a companhias tradicionais, enquanto o último é sobretudo operado por companhias de baixo custo. De Lisboa ou do Porto poderá viajar-se, em low cost, a partir dos 50 euros e nas companhias tradicionais, a partir de 100 euros.

onde fiCarO alojamento em Londres, tal como em outras capitais europeias, não é barato. Há ainda outro problema: mesmo em hotéis de categoria superior, os quartos serem peque-nos. Opte por ficar na zona de Vitoria, pela proximidade a todos os pontos da cidade.

Como andar na CidadeO trânsito não é tão caótico como em ou-tras cidades europeias, embora seja intenso. O melhor será optar pelos tão característi-cos autocarros vermelhos, que têm vários percursos e passam de forma frequente. De noite, são a única opção. O metro é eficiente e cobre grande parte da cidade, embora, por exemplo, não chegue ao British Museum. Tenha atenção ao atravessar a estrada, pois a circulação automóvel faz-se pela direita. No entanto, encontrará de forma frequente inscrito na estrada a indicação “olhe para a esquerda” ou “olhe para a direita”.

Quando irO ideal será a primavera e o verão, pois em Novembro, às 16H00, já não existe luz e o frio é intenso.

a não perderDesde logo, os musicais, alguns deles em ce-na há mais de duas décadas. Ainda, o Palácio de Buckingham (onde mora a rainha), os par-ques reais (entre eles, o famoso Hyde Park), a Tower Bridge, o London Eye (a mítica roda gigante), Trafalgar Square. Um último con-selho: passeie pelas ruas, misture-se entre a multidão, sinta-se um londrino genuíno.

viver viajarviver

a CapitaL britâniCa, onde tem Corte a mais antiga monar-Quia do mundo, reCebe anuaLmente CerCa de 27 miLhões de turistas TExTO jOANA SEMEDO

Londres, cidade real

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56 3 Fevereiro 2011

viver topo de gama

O DESTAQUE do CT 200h vai para o sistema híbrido que a Lexus introduziu no segmento C com embalagem Premium. Mas o novo Lexus é... muito mais. O sistema motriz é idêntido ao do Prius: um bloco de quatro cilindros a gasolina com 1.8 litros e ciclo Atkinson com 136 cv. O motor elétrico com 82 cv e 207 Nm de binário, alimentado por baterias de níquel metal hídrico com 27 kW, completa o sistema.

A caixa de variação contínua é um hino... ao des-canso do condutor; a suspensão dianteira com estrutura McPherson e duplo triângulo atrás, aos quais se juntam inéditos amortecedores laterais que contrariam os movimentos laterais da car-roçaria, suavizou o traçado da conhecida Estrada da Beira. E a velocidade em curva aumentou com toda a segurança...Líder na redução de emissões, NOx e partículas, o Lexus CT200h funciona em modo eléctrico até

Lexus CT200hDe Coimbra à LousãViAgEm Em grAnDE ESTilO

Ford Transit Trophycom duas etapasem Espanha

competição

O fOrD Transit Trophy nasceu em 2010 e está a crescer em inúmeras vertentes. este ano, a competição sairá das fronteiras de Portugal, rumando, numa primeira fase, à vizinha espanha. Serão, aliás, duas as saídas de portas, uma já no final de Maio, outra em meados de ou-tubro.“Podemos, de facto e tal como es-perávamos, considerar o primeiro ano do Ford Transit Trophy como um verdadeiro sucesso, sendo cla-ramente uma aposta ganha por parte da Ford e da QF, corespon-sáveis pela sua organização, bem como por todos os seus parceiros, equipas e respetivos patrocinado-res”, refere Anabela Correia, dire-tora de Comunicação e relações Públicas, Ford Lusitana. A presente temporada do Ford Transit Trophy arrancou no Cir-cuito do estoril no início do mês, como supor te ao programa do Campeonato de Portugal de Cir-cuitos. Foram duas corridas de tir ar o fôlego, com vitórias das formações da Beta/eNi e da Auto rabal/espoauto.A par tir daqui é sempre a subir, o que até se aplica na íntegra na próxima jornada, a disputar no pe-núltimo fim de semana de Maio: a subida da rampa internacional da Falperra, sendo que o Ford Tran-sit Trophy integra o programa do Campeonato europeu de Monta-nha. Umasemana depois, ruma-se ‘a casa de nuestros hermanos’, ao Circuito de Jarama, nos arredores de Madrid.

ESTrEiA a tecnologia Hybrid4 na marca francesa, uma corrente de tração ‘full-hybrid’ que asso-cia as performances estradistas do bloco diesel HDi à eficácia da propulsão elétrica. Um ‘prazer’ certamente híbrido que oferece enérgicas sensações de condução (200 cv, tração integral, direcção

elétrica urbana, com função ‘bo-ost’ em aceleração) e emissões de CO2 bastante reduzidas (99g/km). Mas não só: pela sua con-ceção e inspirações estilísticas, é gerador do imaginário. O DS5 transporta os ocupantes a ao uni-verso aeronáutico. O tejadilho ti-po ‘cockpit’ é um bom exemplo.

Citroën DS5: o primeiro com tecnologia Hybrid4

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57

45 km/h, tem consumo combinado de 3,8 l/100 km e emissões de CO2 de 87 gr/km. O interior recebe nota máxima na qualidade de construção e de materiais, o posto de condu-ção é memorável e o equipamento completo.Com três modos de utilização (Eco, Normal e Sport), o CT 200h cumpre o tradicional 0-100 km/h em 10,3 segundos e garante velocidade máxima de 180 km/h.Os defensores do ambiente olham o Lexus

CT200h como uma mais valia e quem gosta de qualidade tem à disposição um automóvel com muito para oferecer. Com preços a partir dos 31.350 euros, o novo Lexus já deu que falar a nível internacional: recebeu o prémio de "Carro Ecológico do Ano", na Bélgica, num concurso patrocinado por duas publicações belgas especializadas na área automóvel, o clube automóvel belga VAB e o Circuito de Zolder.

concessionário

Salvador Caetano comercializa Via Verde

Scénic e Grand Scéniccom áudio de primeira

Bluethooth de série emtodos os modelos Saab

A viA Verde Portugal e o Salvador Caeta-no firmaram uma parceria de comerciali-zação de identificadores nos concessio-nários do grupo. Os atuais e potenciais clientes da Via Verde poderão adquirir identificadores – de todas as classes -, bem como tratar dos pedidos de habilita-ção à discriminação positiva em qualquer um dos 1.000 postos de venda que o gru-po Salvador Caetano dispõe de norte a sul do País. Este acordo é uma mais valia para os clientes do grupo.

O rENAULT Koleos e o Renault Laguna Coupé foram os primeiros modelos a be-neficiarem da cooperação com a Bose. Agora é chegada a vez dos monovolumes Renault Scénic e Grand Scénic. Dois mo-delos que inauguram uma nova gama de sistemas áudio, denominada Bose Energy Efficient Series. A alta qualidade dos sistemas Bose será alargada às gamas Renault Mégane, Mé-gane Coupé e Mégane Sport Tourer, já no próximo mês de Julho.

A SAAB dá um passo em frente no mundo da tecnologia. A partir de agora todos os automóveis vêm equipados de série com sistema de mãos-livres Saab Bluetooth.De acesso simples e muito prático, basta ligar o telemóvel equipado com bluetoo-th e a agenda telefónica e as listas de cha-madas são transferidas (dependendo do telefone) para o sistema de informação e entretenimento.O sistema é controlado através da uni-dade de entretenimento, dos botões no volante ou por comandos de voz.

quinta a fundo

XF e XKR-S são as principais novidades da Jaguar para 2012

Chevrolet Malibu tem estreia marcada para o final de 2011

Volvo Universe é um dos protóti-pos mais arrojados e elegantes da casa sueca

Centro Lexus CoimbraRua Entre Vinhas 1- Eiras3020-171 CoimbraCoimbraTel 239 433 99Fax 239 433 938

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58 28aBRIl 2011

viver à mesa

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modo de prepapração

Preparar o peixe e cortá-lo em pedaços de quatro filetes por pessoa e temperar com sal e pimenta. Saltear as fatias de pão em azeite e reservar. Numa caçarola estufar, sem tampa, todos os legumes em azeite, regar com o vinho branco e o caldo de verduras. Juntar o açafrão, o manjericão, o cebo-linho e a hortelã. Quando terminar a cozedura dos legumes, adicionar os filetes de peixe. Retirar algum excesso de líquido e adicionar o alho picado e um pouco de azeite. Colocar a tampa e deixar suar du-rante alguns minutos. Servir com as fatias de pão.

SalSa, tomilho, alecrim, orégãos, man-jericão, hortelã, coentros, pimenta, fun-cho e salva são indispensáveis para o chef Albano Lourenço. "Para perfumar ou simplesmente decorar", recomenda. As ervas aromáticas, segundo o chef do restaurante Arcadas, na Quinta das Lá-grimas, em Coimbra, são fundamentais na preparação de qualquer receita, desde que, explica, sejam lavadas antes de se-rem picadas. Mas há outros cuidados a ter: quando está a preparar um risotto de açafrão, o chef aconselha a nunca colo-car os filamentos de açafrão diretamen-

te no refogado. Primeiro, abra-os em vi-nho branco, pois o amarelo do açafrão é transferido para o vinho e, assim, é mais fácil dosear a intensidade cromática do prato. No caso dos alimentos indigestos, como o pimento, Albano Lourenço reco-menda que seja confecionado sem a pele e as sementes. As sementes são fáceis de tirar, "mas renunciar à pele pode trans-formar-se numa verdadeira aventura". Após ter assar o pimento, deve colocá-lo num saco de plástico numa espécie de vácuo durante algum tempo para depois conseguir tirar a pele com facilidade.

À medida do paladar

alBaNo loUReNço, chef

receitas do chef

ingredientes

1 kg de robalo 1 kg de rascasso (tipo de peixe) 8 cenouras baby 8 nabos baby 1 talo de alho françês 1 pimento verde 1 pimento vermelho 4 folhas de manjericão 4 chalotas 2 dentes de alho 4 fatias de pão alentejano 20 g de cebolinho, 250 ml de caldo

de verduras, 1 ramo de hortelã, 1 dl de vinho branco, 2 ramos de aipo, açafrão, sal, azeite e pimenta q.b.

Caldeirada de peixe com pequenos legumes e açafrão

modo de preparação

Cereja em vinho tinto: descaroçar as cerejas. Colocar num tacho o vinho do Porto, o açúcar, a canela e o cravinho e deixar ferver. adicionar as cerejas e retirá-las quando estiverem cozidas. Deixar o vinho ao lume e deixar reduzir mais alguns minutos. Por fim, regar as cerejas com esta redução e reservar.Gelado de canela: ferver o leite, as natas e a canela em pó. Numa taça, misturar o açúcar e as gemas e mexer bem. adicionar os dois preparados e levar de novo ao lume até atingir os 80.º. Dei-xar arrefecer e congelar.

ingredientes

Cereja em vinho tinto: 1 kg de cerejas, 500 ml de vinho do porto, 350g de açúcar, 1 pau de canela, cravinho q.b.

Gelado de canela: 250g de natas, 250g de leite, 100g de açúcar, 4 gemas, canela em pó q.b.

Cerejas da Cova da Beira com gelado de canela

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vinhos

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3b "Brut Nature"

O 3b, "Brut Nature" é um mé-to d o tr adicio nal d e b ele z a pura sem maquilhagem, uma edição limitada de 2.999 gar-rafas de 0,75 L e 20 magnum. Um vinho aromático e refres-cante, eleg ante, com acidez convidativa, para servir a ami-gos como aper itivo ou em harmonia com um agradável cardá-pio de frutos do mar. A id eia é p ro m over e respeitar a cultur a tradicional das castas locais, Baga (uva tinta) e Bical (uva br anca), que provêm de uma única vinha em solo argilo-calcário.

há cerca de três semanas, quando entrei no majestoso castelo "Schloss Bensberg", perto da cidade de Colónia, como nomeada para os "Óscares do Vinho da Alemanha" - prémio "Newcomer of the Year", no âmbito dos "Wine Awards" da conceituada revista alemã de gourmets "Feinschmecker" - pensei que a probabilidade de sair de lá com o galardão era diminuta. Os outros cinco nomea-dos eram de peso, sobretudo a produtora italiana, Sílvia Imperato, criadora do célebre "Montevetrano", um dos melhores vinhos produzidos em Itália.Quando ouvi o meu nome ao microfone, saltei da cadeira dire-ta para o palco. Chegara a hora do discurso, e com todo o entu-siasmo dirigi-me para a plateia com cerca de 700 pessoas, não perdendo a oportunidade de falar sobre as castas tradicionais com que temos o privilégio de trabalhar na Bairrada: Baga, Bical, Cerceal, e outras… Nomes desconhecidos para a maioria dos ou-vintes, mas que felizmente despertam cada vez mais a atenção dos apreciadores internacionais, sendo a nossa missão ajudá-los nessa descoberta.Viva Portugal! Viva a Bairrada!

prémio "Newcomer of the Year"

Viva Portugal! Viva a Bairrada!

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C11

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viver estilo

Artigos:DiAgonAlAv. Calouste Gulbenkian, 98/104 Lj. 52 - CoimbraModelo: Carla Sofia

Produção: Black at WhiteFotografia: M. CrespoCabelos: Natália Lopes CabeleireiroMake Up: Makeit Up

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viver

antes

vidaNOVA

Andreia Batista, 23 anos, aceitou o desafio da C para mudar de visual.A estudante universitária surpreendeu os seus colegas, depois da transforma-ção idealizada pela hairstylist Marisa, da equipa de Carlos Gago.A mudança foi bastante notada e elogiada já que Andreia tem agora um corte moderno, fluído onde os tons escu-ros foram equilibrados com madeixas mais ricas!

Produção global:CABELEIRO ILIDIO DESIGNby Carlos GagoC. COMERCIAL GIRASSOLUM

Fotografia: Pedro Ramos

Roupas e adereços:B&A RICARDO COLAçO Loja 121, 1º pisoHELENA COLAçOLoja 117, 1º pisoC. COMERCIAL GIRASSOLUM

Lingerie:LOjA MIRAGELoja120, 1º pisoC. COMERCIAL GIRASSOLUM

depois

LEITORAAndreia Batista

PROFISSÃOEstudante Universitária

IDADE23

HAIRSTYLISTMarisa

CORTEColecção Ilidio Design

STYLE Texture Expert; Sparkling mist; Tecniart Texture spray

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C07

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dinheiro aniversário

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"sEIs anos depois da abertura do Dolce Vita Coimbra, o balanço é claramente positivo", afirma So-lange Rocha. Marca a diferença pela oferta comercial, arquite-tura e "claras preocupações sus-tentáveis", beneficiando de exce-lente localização e assumindo-se como ponto de encontro da cida-de. "É um local incontornável da cidade", assegura.A abertura às iniciativas da so-ciedade civil, apoiando projetos e causas com grande relevância para a comunidade, "constitui uma marca distintiva do Dolce Vita e um património emocio-nal de grande valor". Segundo Solange Rocha, "é algo que nos diferencia de outros operadores e é com bastante orgulho que somos abordados por diferentes instituições como espaço de re-ferência para as suas iniciativas". Ponto de encontro para "amigos, famílias, colegas, estudantes", o Dolce Vita Coimbra é um caso de

sucesso junto dos consumidores mais novos e das famílias. A 2.ª edição do “Dolce Vita Feelwo-man Touch”, um evento dedica-do em exclusivo às mulheres, e que inclui workshops ministra-dos por profissionais credencia-dos e convidados VIP, em áreas como maquilhagem, hairstyle, fashion adviser, auto-estima, nu-trição, entre outras, converteu o centro comercial numa autêntica "capital das mulheres". No que diz respeito a famílias, o Dolce Vita convida as famílias "a visitarem-nos ao fim de semana e a envolver as crianças nos ateliês infantis gratuitos", denominados "Traquinas", onde os mais novos podem aprender de uma forma divertida e pedagógica. Ao do-mingo de manhã, promovemos sessões de cinema gratuitas para toda a família. As negociações com novas in-sígnias, explica Solange Rocha, "estão a decorrer a bom ritmo e

seis anos no centro das emoçõeso 6.º aniversário representa o início de um novo ciclo para o dolce vita coimbra. a abertura de novas lojas e a disponibilização de novos serviços integram a estratégia. "é um processo normal", garante adiretora solange rocha TExTo MárIo NIcolau E sílvIa DIogo

“A abertura à sociedade civil, apoiando proje-tos e causas de grande relevância para a comunida-de, constitui uma marca distinti-va do Dolce Vita Coimbra e um património emocional de grande valor

Solange RochaDiretora em discurso direto"Num contexto competitivo como aquele em que vivemos, é essen-cial estar atento às novas tendências, às necessidades e expectativas que os clientes revelam e ter a capacidade de inovar e de apresentar um for te mix comercial. são estas as ideias-chave que orientam a nossa gestão, procurando elevar ainda mais a qualidade do ser viço e tentar superar as expectativas dos nossos visitantes. Este é o objec-tivo último do trabalho que a nossa equipa desenvolve todos os dias e que tem vindo a ser reconhecido pelos visitantes".

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65

Para Paula leão, gerente da loja Sprin-gfield, uma das mais valias do Dolce Vita é o apoio administrativo. "Todo o trabalho administrativo é muito bom", assegura. A seg urança é outra das vantagens e os elementos da empresa ao serviço no Dolce Vita "estão sempre disponíveis e prontos para ajudar". Porém, segundo Paula Leitão, o que real-mente atrai os clientes é a localização do Dolce Vita "principalmente quando há jogos de futebol no estádio". Já Celeste Brízida, gerente da loja Ana Sousa, afirma que o Dolce Vita Coimbra "tem as melhores escolas à sua volta e permite fazer compras facilmente". Celeste Brízida defende a criação de no-vas vertentes e o reforço das já existentes nomeadamente, cabeleireiros, estética de unhas, laboratório de fotografia e "uma boa" papelaria. "É um shopping incompleto", con-sidera.Para Sara Gouveia, gerente da loja Américo Tavares, o Dolce Vita é um shopping de elite. O maior desejo da gerente é que as reestru-turações em curso no shopping aumentem o número de visitantes.Sara Gouveia gostava de ver o Dolce Vita Coimbra decorado com mais plantas, de mo-do "a dar um ar mais natural ao shopping".

Lojistas analisammomento do Dolce Vita

brevemente daremos mais novida-des", mas já este ano o Dolce Vita pas-sou a contar com novas marcas como a Springfield, a Não+Pelo e a Eureka Shoes.O trabalho "dedicado e rigoroso" de-senvolvido pela equipa do centro co-mercial em parceria com os operado-res permitiu superar as expectativas dos visitantes em muitas ocasiões, mas a tarefa não está concluída. "No futuro vamos continuar a receber e a promover iniciativas interessantes, trazendo o que de melhor é feito pela comunidade local para dentro do sho-pping. Estamos a fazer um reforço da nossa aposta no segmento de moda e lifestyle e das família, e a articulação deste conjunto de iniciativas vai com certeza reforçar a notoriedade do Dol-ce Vita em Coimbra", assegura a dire-tora do centro comercial.O atual contexto económico, acres-centa, é encarado pelo Dolce Vita Coimbra como um desafio para pro-curar fazer mais e melhor. "O shop-ping é um motor económico para a região, materializado pela criação de postos de trabalho diretos e indire-tos. Ao nível social, ao longo destes seis anos, tem apoiado uma série de causas e iniciativas da comunidade, sejam instituições da sociedade civil, da universidade, de entidades públi-cas e privadas", lembra. A gestão sus-tentável conduziu à racionalização do consumo de água e energia, o que coloca "os nossos centros comerciais uma referência nas melhores práticas ambientais a nível nacional e interna-cional no setor do retail". A introdu-ção de novas marcas e operadores, a renovação de espaços já existentes ou a introdução de espaços alternativos (como o Wine Bar, promovido pela Rota da Bairrada) estão nos planos de Solange Rocha, que elege a versa-tilidade do Dolce Vita como instru-mento fundamental na procura de soluções alternativas que tragam no-vidade e que sejam capazes de atrair novos visitantes.

Apoio administrativo, segurança e localização são mais valiasdo centro comercial

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viver prémio

1 CEO Charlie Young, João Esteves e Alexander E. Perriello 2 Rui Torgal, Fernando Sapinho, Gustavo Soares, João Esteves , Nuno Ramos e Paulo Morgado 3 Inês Henriques, João Esteves, Sérgio Estevão 4 Miguel Poisson, João Esteves e Gustavo Soares

A erA vAle dAs flores/solum garantiu de novo, o primeiro lugar nacional em número de vendas e faturação. Na "Convenção de Las Vegas" o prémio foi entregue por Charlie Young ao gerente e diretor geral, João Esteves no Hotel "The Mirage". A loja Era do Vale das Flores é a que mais fatura a nível nacional, tendo apenas um terço do mercado da marca de real estate em Coimbra.

prémio

Era Vale das Flores/Solum premiada nos Estados Unidos

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Mosteiro santa clara- a-velha

Miguel Saitz de 24 anos é o visitante 100 mil do Mosteiro Santa Clara-a-Velha. O estu-da nte de Docu mentação na Universidade de Salamanca, em Espanha, visitou pela primeira vez Coimbra e Portugal. Mesmo que não regresse à cidade dos estudantes, será sempre um ele-mento especial para o Mosteiro de Coimbra inaugurado há cer-ca de dois anos, depois de uma longa história de recuperação. O jovem veio na companhia da sua namorada Hana e foi guiado por cinco personagens criadas para animar o mosteiro - Ar-queólogo Manel , Inês de Cas-tro, Freira Hilária e Hortelão Gregório.

Visitante 100 mil recebido com festa

11 Miguel Saitzcom a namorada Hana e artur Couto Real 2 as figuras do Mosteiro: arqueólogo Manel , inês de Castro, Freira Hilária e Hortelão gregório

1 elói Pereira e luís eugénio 2 Manuel antunes, Orlando Sá e Maria da luz 3 Áurea Vieira e emília Sola 4 Fátima Campos e José Relvão 5 isabel garcia e ernesto Vieira

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inaugurada a vivenda do coraçãoa associação sem fins lucrati-vos Círculo de Amigos da Cirur-gia Cardiotoráxica de Coimbra inaugurou, recentemente, "A Vivenda".O espaço, na Rua António José de Almeida, tem capacidade pa-ra acolher três doentes (e três acompanhantes) que necessi-tem, após intervenção cirúrgica, de apoio médico durante o dia .Foram muitos os amigos daquela associação que marcaram pre-sença no evento. O cirurgião Manuel Antunes e Ernesto Vieira, presidente da direção do Círculo de Amigos, não pouparam nas palavras de agradecimento a todos quantos tornaram o sonho possível.

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68 28aBRiL 2011

viver festa

Música

City Spark brilharam no Rock Café

Cervejaria Praxis comemora segundo aniversário

Os City sPaRk foram os grandes vencedores da segunda elimina-tória do III Festival de Bandas do Rock Café de Coimbra. A banda de Castelo de Paiva conquistou o júri e o público do Parque Verde com o seu som original, entre o rock e o pop alternativo. Para trás ficaram os leirienses The Playar, que, contudo, mostraram uma excelente interação com o público. O III Festival de Bandas decorre até julho no Rock Café Coimbra. O conjunto vencedor receberá um prémio no valor de dois mil euros.

a PRÁ Xis, a cer vejaria mais famosa de Coim-br a , sit u a d a ju nto à margem esquerda do r io Mondego, come -morou o segundo ani-versário num ambiente amigável. Pedro Baptis-ta, proprietário da cer-vejaria, reuniu amigos e convidados para cele-brar o momento e afir-ma que foram dois anos com "algumas batalhas ganhas mas a cervejaria continua a ser um pro-jeto ambicioso". O DJ Mellow Full passou mú-sica ambiente durante a tarde e a noite enquan-to dezenas de pessoas aproveitam para beber a cerveja tradicional de Coimbra.

1 a equipa da cervejaria Praxis 2 Márcio Ferreira, Pedro Baptista e José Monteiro 3 Pedro Baptista e clientes

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NB

Noite

Easter Weekend

Saturday Night Fever no Duplex

Nem a páscoa fez parar as noites no NB. O serão de quinta-feira foi de UNIVERSITY RULES. Os convidados entraram sem consumo e tiverem direito a três bebidas apenas pagando duas.Na sexta-feira, a animação continuou com“The very best of Disco Sound”. O Dj. Filipe Sanches animou os convidados com o seu gosto particular que vai do deep house ao electro house passando pelo soulfoul. A noite de sábado foi de arromba com Music...Sounds...Love ao som de DJ Xani-nho e DJ Mouse.

a Noite de sáBado no Duplex foi de festa. Satur-day Night Fever apostou nas melhores sonorida-des dos anos 60, 70 e 80 com Diemarionetten.

C76

Page 70: Número 13 da revista C

70 28ABRIL 2011

A sessão, com oito curta-me-tragens e cerca de duas horas, está inserida na Festa do Cinema Italiano, a decorrer em Coimbra de 27 a 29 de abril.agenda

da semana

O grupo apresenta um EP que presta homenagem a

poetas de todo o pais, relem-brando tradições e enalte-cendo a lingua camoniana.

Café-concerto com David Santos, o mentor

dos criativos Noiserv.

Doze atores encarnam seis perso-nagens, gémeos siameses, o pró e o contra. Encenado por Graeme Pulleyn, com jovens de Viseu.

qui.28Quinta do Bill ao vivo- Fnac LeiriaShopping - 22H00

sex.29"A casa" (espetáculo de dança / A Jangada de Pedra)- Teatro Miguel Franco/Leiria - 21H30

sáb.30Marco Rodrigues ao vivo- Fnac Coimbra - 22H00

dom.1Conservatório de Música de Aveiro (ao vivo)- Teatro Aveirense - 11H00

seg.2Concerto UHF - Albergaria-a-Nova - 23H30

ter.3Estreia "Desligar e voltar a ligar" (teatro pelas classes d'O Tea-trão / PANOS 2011 - Culturgest)- OMT/Coimbra - 22H00

qua.4Exibição do filme "Potiche", de François Ozon- Teatro Miguel Franco/Leiria - 18H30 e 21H30

A Tuna Universitária de Aveiro organiza, desde 1990, aquele que é considerado um dos melhores festivais de tunas do mundo.

Programa multidisciplinar, que inclui um extrato do filme que mostra a chegada de Salgueiro Maia à Praça do Comércio.

Cine Teatro Avenida/Castelo Branco. 30 abril. 21H30. 5€

Teatro Municipal da Guarda. 30 de abril. 22H00

TAGV/Coimbra. 28 abril. 18H30. 2,5€ a 3,5€

Teatro Viriato/Viseu. 28 a 30 abr. 1€ a 2,5€

Teatro Aveirense. 29 e 30 abr. 21H30

TAGV/Coimbra. 30 de abril. 21H30. 5€

Xícara

Noiserv

Curtas italianas

Dentro de mim, fora daqui

XXI FITUA

"Charlie Oito"

O trabalho mais recente da cantora, "Fadas", é o mote para o concerto, onde Mafalda cruza o seu fado com uma homenagem às mulheres que mais a marcaram, como Amália, Her-minia Silva e Celeste Rodrigues.

Fnac Coimbra. 28 de abril. 22H00

Mafalda Arnauth

CULTURA

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Que livros está a ler?Neste momento, estou a ler o "Dicio-nário Imperfeito", de Agustina Bessa--Luis. É a escritora que me acompa-nha, sempre.

Vai regularmente ao cinema?Sim. Na minha opinião, ir ao cinema é ótimo para contrariar os caprichos do dia-a-dia.

E ao teatro?Adoro ver as representações do gru-po Fatias de Cá.

Que preferências musicais é que tem?World music.

E nas ar tes plásticas? O que aprecia mais?Gosto sobretudo do trabalho de Ma-tisse e de Miró.

Participa nas redes sociais da internet?Sou utilizadora mas não participo "ao minuto".

Exposição de mapas que pertenceram a Carlos Nabais Conde e que a Biblioteca Geral recente-mente adquiriu. Estão patentes 18 peças que cobrem a representação cartográfica do país entre os anos de 1482 e 1812. O visitante pode ver, por exemplo, o primeiro mapa português de Álvaro Seco de finais do século XVI, um mapa das ilhas dos Açores que inclui uma ilha inexistente e uma panorâmica de Coimbra do século XVI.

O Serviço de Anestesiologia dos HUC está a promover uma mostra fotográfica que tem surpreendido os visitantes. A exposição, que remete para o imaginário do mundo da anestesia, reúne nomes consagrados e emergentes nas artes visuais: Albano da Silva Pereira, António Barreto, Francisco Feio, Inês d'Orey, José Farinha, Leonardo Miranda, Miguel d'Aguiam, Paulo Abrantes, Sebastião Resende, Vandanuno e Wojtek Ziemilsky.

Biblioteca Joanina / Universidade Coimbra Até 31 de maio

Hall de entrada dos HUC/Coimbra. Até 21 de maio

Mapas Antigos de Portugal

No Reino D'aquém e D'além Dor

Esperanza Spalding atua nos coliseus do Porto (15 de julho) e Lisboa (16 de julho)

confidências

"Gosto de Matisse e de Miró"

PAULA CARMOJornalista (Diário de Notícias)

A cantora lisboeta, que recebeu o "Prémio Artista Revelação 2009" pela Fundação Amália Rodrigues, apresenta agora o novo álbum, "Retratos". Os "poetas cantados" no trabalho são Miguel Torga, Fer-nando Pessoa, Florbela Espanca, Cabral do Nascimento, Vasco Graça Moura, António Gedeão, António Aleixo, José Fanha, Luís Pedro Fon-seca, Augusto Gil, Fernando Vieira e Reinaldo Ferreira.

Teatro José Lúcio da Silva/Leiria. 28 abril. 22H00 12,5€

Cristina Nóbrega

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"Sempre tive uma paixão pelo desporto, nas-ci no quartel em Évora, costumo dizer que sou militar porque tinha de ser", lembra Nuno Bí-var. "O meu pai era lá oficial, eu ia para aulas de ginástica dos soldados e acabei por fazer parte de uma classe de filhos de oficiais e sargentos, foi esse o embrião da parte desportiva", com-pleta. Depois entrou para o Colégio Militar. "Tive a sorte de estudar lá, fiquei ligado ao colégio porque foi uma casa que me marcou", conta. Em 1982 regressou, como subdiretor "Voltei à origem. Foi uma missão de serviço, a minha paga ao colégio daquilo que me deu enquanto aluno", destaca, sublinhando que "foi talvez a missão mais difícil da minha vida". Militar de carreira, o coronel praticou "quase todos os desportos". "Os de maior destaque foram o andebol, o ténis, o tiro, o atletismo e o hipismo. Fui campeão de todos e, nalguns, recordista nacional", revela o coronel. No an-debol passou por Benfica, Oriental e Sporting, sempre a conciliar exército e desporto. "Na altura em que estive em melhor forma, che-gava a não treinar uma única vez na semana. Eu estava em Santa Margarida, os jogos eram em Lisboa", recorda Nuno Bívar. "Tive épocas muito boas no Sporting que foram vividas as-sim. Depois passei para Santarém, aí passei a ir fazer treinos a Lisboa", completa. Mas, mesmo assim, o coronel voltava dos jogos à uma da manhã, com instrução às sete. "Foi duro, mas recordo esses tempos com muita saudade. Tempos complicados, mas interessantes",

refere. E lembra com orgulho "a vitória por 13 a zero sobre a Espanha, numa seleção onde eu era o único jogador de Lisboa".Nem a guerra o parou. "Tive quatro comissões em Angola, com o desporto sempre ligado a mim", lembra. "Logo na primeira criei uma secção de andebol no Nun'Álvares, um clube feito 'a martelo', mas que acabou por ganhar os primeiros três campeonatos de Angola", des-taca. E também conseguiu manter a "chama" do hipismo acesa. "Não se levavam cavalos para lá. Mas como fui o primeiro comandan-te e fundador da Polícia Montada, ajudando também a criar o centro hípico de Luanda, consegui manter a chama", recorda. Hoje, o hipismo ocupa o seu tempo. Por isso, faz sentido que tenha recebido a medalha na Semana Equestre Militar, no dia 19 de março,

em Mafra. No entanto, o coronel sublinha que "é uma medalha de âmbito desportivo, geral, não de equitação". E também não é uma me-dalha militar. O local acabou por agradar. "Em vez de ser num gabinete, foi numa cerimó-nia militar, teve outro brilho", conta. "Gostei mais, sou militar, estava com a minha gente, em minha casa", completa. Um dia de emoção. "Foi uma festa bonita, agradável, com a presença de muitos ami-gos que me foram dar um abraço, como os soldados do meu batalhão, isso tocou-me profundamente", destaca. E houve tempo para uma surpresa. "Quando me dirijo para a bancada, ouço os meus antigos colegas e alunos do colégio militar gritar 'zacatraz!', seguido do 'ramalho' – honras tradicionais do colégio - toca fundo. A gente sente qual-quer coisa", revela. Nem tudo foi positivo. "Fiz vários convites, inclusive ao Centro Hípico de Coimbra, on-de todos os dias monto, a elementos da di-reção à qual também pertenço", refere. Mas "o centro acabou por não se representar, não disseram nada", conta. "Um convite é uma prova de consideração, aceito todas as mo-tivações para que não vão, agora não dizer nada... É fraco, não é bonito", reitera Nuno Bívar. Porque para o coronel, "os princípios de delicadeza e gratidão" que lhe incutiram, no exército e no colégio militar, são tudo. E "o caráter é imprescindível, na vida e no desporto".

viver vidas

Nuno Bívar, o coronel que dedicou a vida ao desportoaoS 78 anoS foi agraciado com a medalha de bonS ServiçoS deSportivoS. um galardão que repreSenta uma vida de SuceSSSo deSportivo texto Marco roque FotoS pedro raMoS

“Foi uma festa bonita, com a presença de muitos amigos, como os soldados do meu batalhão, isso tocou--me profundamente

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Do ténis ao hipismo,em tudo campeão

Ténis de mesa, no Colégio Militar, de voleibol, basquetebol e atle-tismo na Mocidade Portuguesa. Campeão nacional de estafeta, recordista no salto com vara e lançamento de peso. Campeão universitário de futebol, andebol e atletismo. Campeão nacional de andebol pelo Sporting. Obteve tí-tulos militares no pentatlo e no ti-ro desportivo. Três campeonatos (treinador-jogador) de andebol no Clube Nun'Àlvares. Campeão nacional por equipas, em ténis. Vários títulos no hipismo, incluin-do quatro campeonatos de vete-ranos.

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28ABRIL 2011

ideias dos outros

Dois jovens talentos das ciências da tec-nologia descobriram que o sistema operativo IOS4 , da Apple, presente em dispositivos co-mo o iPhone, arquiva um registo detalhado de dados geográficos dos seus utilizadores. Per-gunto eu, qual é o problema? Quem não deve não teme. Acho mesmo que até pode ser útil.

Para um cidadão inocente que se veja indi-ciado numa qualquer ilegalidade, esta infor-mação pode até revelar-se de impor tância extrema, podendo dessa forma provar onde se encontrava num certo dia a uma determi-nada hora. Mas esse mesmo ficheiro permite também conhecer rotinas privadas. É aqui que os puristas da privacidade se exaltam e nós devemos reflectir. Se alguém nos roubar o telemóvel, ou a ele aceder por via informática, pode então reconstruir a nossa vida recente, conhecer os nossos hábitos e saber, com rigor aterrorizador, onde trabalhamos, tomamos café e vivemos.

isso é mau. Mas será que, de facto, esta-mos genuinamente preocupados com a nossa privacidade? Sinceramente acho que não. Há meia dúzia de anos, na internet, todos usava-mos nomes falsos. Foi a era dos nicknames. Hoje usamos nomes completos e atualizamos diariamente as fotografias que nos identificam nas redes sociais. Quase sempre sem perceber que tudo o que na internet se coloca não só deixa de ser legalmente nosso, como aconte-ce no Facebook e demais redes sociais, como pode mesmo contribuir para que hipoteque-mos não só a nossa liberdade mas até mesmo o nosso futuro.

vejo com alguma estranheza pais que colocam fotografias dos seus bebés no Face-book e jovens que publicam orgulhosamente fotos das suas bebedeiras. A tão falada “pega-da digital” é indelével mas poucos têm disso consciência. O que esperam os utilizadores

das redes sociais? Colorir o albúm fotográfico de tarados e pedófilos? Hipotecar as eventuais futuras entrevistas de emprego? Permitir que patrões e colegas de trabalho percebam que estão sempre no chat e nas redes sociais quan-do deviam estar concentrados a trabalhar?

sou um ativo utilizador do Facebook e do Twitter. Acho que a internet é algo verdadei-ramente maravilhoso. Defendo uma internet aberta, livre e surpreendente. Gosto de sentir que vivo numa aldeia global. É bom ter acesso à informação quando ela surge e não quando já foi adulterada e o prazo de validade se venceu. Porém, é preciso conhecer as ferramentas pa-ra bem as utilizar. Com um carro se transporta alguém às urgências de um hospital, mas com o mesmo carro se pode pôr fim à vida da pes-soa que no dia anterior salvámos.

como artista , e atr avés da internet , comunico-me diariamente com cerca de cin-quenta mil pessoas. É para mim, profissional-mente, uma ferramente inestimável. Há quin-ze anos colava car tazes a anunciar os meus espetáculos. Hoje, a partir do meu telemóvel, posso anunciar que dentro de cinco minutos vou aparecer na televisão. É, de facto, extra-ordinário. Mas tal como no passado eu não ia pelas ruas com um megafone a anunciar a mi-nha vida privada, também hoje não uso as re-des sociais para partilhar com desconhecidos informações tão privadas para mim quanto irrelevantes para os outros. As redes sociais não são um confessionário, são um jornal de parede a que o mundo tem acesso e cujo con-teúdo os seus verdadeiros donos passam a legalmente possuir.

imaginem um café de aldeia onde tudo se diz e comenta... As redes socias são mais ou menos isso à escala global. A única diferença é que fica tudo gravado e toda a gente pode ouvir, vezes sem conta, para sempre!

“As redes sociaisnão são um confessionário, são um jornal de parede a que o mundo tem acesso

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luís De matos

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