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“O verdadeiro patriotismo, orientado pela sciencia, desvendará nossa miséria sanitária”:
Ciência, Sertão e Nação.
Romão Moura de Araújo
Mestrando em História das Ciências e da Saúde/COC-Fiocruz
Bolsista FIOCRUZ
Resumo: O problema da saúde pública, em voga no início da Primeira República, esteve
presente nas discussões dos médicos-sanitaristas e ganhou atenção dos políticos nas mais
diversas regiões do país, incluindo as regiões distantes dos grandes centros. Nesse sentindo, é
importante salientar o movimento sanitarista, iniciado nas primeiras décadas do século XX, o
qual contribuiu para a denúncia da precariedade sanitária do país, especialmente no interior,
buscando, de certa forma, promover a redefinição das fronteiras existentes entre os diversos
sertões e o litoral, pois naquele momento a saúde constituía-se como um dos elementos
principais de integração territorial e da construção de uma nacionalidade brasileira (CASTRO
SANTOS, 2004). Assim, elementos da ciência, neste caso, Saúde, tornaram-se recorrentes em
discursos que reclamavam a ausência do poder público em regiões que predominavam a
onipresença das doenças que pegam (HOCHMAN, 2012). Nesse sentido, o presente artigo
propõe, por meio da analises dos relatórios de Governo e do Serviço de Saneamento Rural do
Estado do Piauí, apontar em que medida, se deu a criação e o aparelhamento de repartições de
saúde pública como fatores cruciais para o desenvolvimento e ampliação dos serviços de saúde
no território piauiense.
PALAVRAS-CHAVE: Sertão; Saneamento Rural; Endemias rurais; Piauí.
Introdução
Durante a Primeira República a discussão acerca da “saúde pública, envolvida numa
ideologia de cunho marcadamente nacionalista, foi alçada ao topo da agenda política nacional”
(HOCHMAN, 2012, p.16) estando presente nas discussões dos médicos-sanitaristas e ganhando
atenção dos políticos nas mais diversas regiões do país. A inserção da saúde pública a lugar
privilegiado constituiu-se como um elemento substancial à penetração do Estado na sociedade
e no território do país. Portanto, as questões de saúde, em alguma medida, reorganizavam a
ordem federativa do país, pois as bases de uma política nacional de saúde pública “foram
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estabelecidas a partir de uma negociação entre os estados e o poder central, tendo o federalismo
como moldura político-institucional”1 (HOCHMAN, 2012, p.17).
Nesse sentindo, é importante salientar que o movimento sanitarista, iniciado nas
primeiras décadas do século XX, pôs em evidencia “as precárias condições de saúde das
populações rurais como principal obstáculo a que o país se civilizasse e se tornasse efetivamente
uma nação”, assim, “como movimento político, a campanha pelo saneamento expressou-se
fundamentalmente na reivindicação de que o Estado brasileiro aumentasse seu poder de
intervenção no campo da saúde pública” (PONTE; KROPF; LIMA, 2010, p.82). Desse modo,
contribuindo para a denúncia da precariedade sanitária das diversas regiões brasileiras, buscava-
se, de certa forma, promover a redefinição das fronteiras existentes entre os diversos sertões e
o litoral, pois naquele momento a saúde constituía-se como um dos elementos principais de
integração territorial e da construção de uma nacionalidade brasileira (CASTRO SANTOS,
2004). Assim, elementos da ciência, neste caso, Saúde, tornaram-se recorrentes em discursos
que reclamavam a ausência do poder público em regiões que predominavam a onipresença das
doenças que pegam (HOCHMAN, 2012).
Discursos que aqui serão percebidos através das mensagens governamentais do estado
do Piauí e dos relatórios do Serviço de Saneamento Rural, instalado ao ano de 1923 por meio
de acordo com a União. É nesse contexto que procuraremos observar os discursos que, no Piauí,
orientados pelos ideais científicos do momento, bem como noções de saúde pública e higiene
moderna, visavam desvendar a miséria sanitária do Estado2, durante as décadas de 1910 a 1930.
O esboço de um quadro triste
Não temos serviço de saude publica: o que há entre nós com este nome, é
cousa tão embryonaria, imperfeita e destituida de utilidade pratica, que melhor
fôra, se não existisse. Reorganizar, ou melhor, crear este ramo de serviço
publico constitue, pois, uma das nossas reaes necessidades. (Estado do
Piauhy, 1917, p.17-18)
1 Para maiores informações sobre a questão político-institucional na Primeira República ver: SOUZA, Maria do
Carmo Campello de. O processo político-partidário na Primeira República. In: MOTA, Carlos Guilherme (org).
Brasil em Perspectiva. 10ª edição. São Paulo, Difel, s/d, pp. 162-226. 2 Estado do Piauhy. Mensagem Apresentada Á Camara Legislativa Pelo Exm. Sr. Dr. Eurípedes Clementino de
Aguiar no dia 1 de Junho de 1918. Theresina: Imprensa. Official, 1918.p.26-27.
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O trecho acima refere-se à fala de Eurípedes Clementino de Aguiar3, governador do
estado, em mensagem anualmente encaminhada à câmara. Por meio das mensagens
governamentais os governadores comunicavam ano a ano acerca da situação e do
desenvolvimento de atividades dos mais diversos ramos da esfera administrativa. Neste caso,
nos interessa as questões que tratam sobre saúde pública. A mensagem de 1917 relata a atuação
do primeiro ano de governo, na qual Eurípedes Aguiar expõe que encontrou o estado em
situação triste, pois “todos os serviços públicos [estavam] desorganizados”. É nesse sentido que
parte sua fala acerca dos serviços de saúde pública, quando enfatizou ser “cousa tão
embryonaria, imperfeita e destituida de utilidade pratica, que melhor fôra, se não existisse”
(Estado do Piauhy, 1917, p.17).
E sabido que no Piauhy só são salubres as terras seccas, as chapadas altas,
regiões muito pobres, estéreis e quase desprovidas d’agua. Não oferecendo os
terrenos seccos condições favoráveis a vida do homem, a nossa população se
concentra nas terras frescas, situadas á margem dos rios, nas proximidades das
lagoas e brejos, propícios a lavoura e á creação de gados, mas que são todas
doentias, flagelladas pelo impaludismo. (Estado do Piauhy, 1917, p.18)
O relatório de 1917 é, sem dúvidas, em se tratando de saúde pública no Piauí um dos
mais expoentes movimentos de denuncia acerca do seu estado sanitário. Tal qual, como
salientamos, fora esboçado como primeira mensagem à câmara do governo de Eurípedes
Aguiar. Além das denúncias da falta de organização das instituições do estado, observa-se que
o mesmo expõe que a “miséria sanitária” da “vida do lavrador piauhyense é um verdadeiro
martyrio”, uma vez que o impaludismo “que reina endemicamente em quase todo o territorio do
Estado” é colocado como uma moléstia causadora de “devastações e prejuízos” constituindo “o maior
entrave ao nosso progresso” quanto “ao povoamento do nosso solo, ao desenvolvimento das nossas
industrias, principalmente da lavoura e da pecuária” (Estado do Piauhy, 1917, p.18). Pois o
lavrador piauiense ao preparar “o seu campo de lavoura”, “cava ao mesmo tempo a sua própria
sepultura” ao longo desse processo, pois
Durante o verão, sob o latejo de um sol abrasador, elle faz a derrubada e a
queima da matta e prepara a cerca dos roçados, para, ao cahirem as primeiras
chuvas, cheio de esperança, lançar ao solo as sementes. Mas vem o inverno, e
3 Dr. Eurípedes Clementino, de Aguiar – Médico, eleito Governador para o quatriênio de 1 de Julho de 1916 a 1
de Julho de 1920. Fonte: Almanaque Força Militar do Estado.
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com a cheia e transbordamento dos rios, lagos e pântanos, apparecem os
mosquitos e começam as febres (Estado do Piauhy, 1917, p.18)
Portanto, dentro deste quadro sanitário “bem poucos escapam ao mal”, “homens,
mulheres e creanças são quasi todos acommettidos" pelo impaludismo contra o qual o lavrador
“não dispõe de meios de defesa” e que todos os anos com maior ou menor intensidade flagela
o estado “enfraquecendo e dizimando” a população rural, impedindo o “desenvolvimento das
industrias” e “embaraçando o aproveitamento das nossas riquezas naturaes”, sendo a doença
determinante à “pobreza” e ao “atrazo” da gente piauiense (Estado do Piauhy, 1917, p.18).
Nesse sentido, continua o relato, apresenta o que “cumpre fazer” a classe dirigente, que
é, pois, “seguir o exemplo de outros paizes tropicaes” de modo a “sahir da inercia criminosa”
empenhando-se “seriamente na lucta contra o impaludismo”, contra o qual diz não dispôr o
estado, “ de recursos, para pôr em pratica todos os meios que a sciencia ensina para resolver o
problema complexo e difficilimo da extinção desta moléstia” (Estado do Piauhy, 1917, p.18).
[...] mas podemos, com pequenos sacrifícios, compatíveis com as nossas
forças, fazer desde logo alguma cousa de útil e de resultados compensadores.
E esta alguma cousa que eu venho vos propor. O mundo inteiro sabe que
contra o impaludismo dispõe a therapeutica de um especifico de real efficacia,
que é a quinina. Este medicamento age não só como curativo, como tem uma
valiosa acção preventiva. (Estado do Piauhy, 1917, p.19)
No entanto, dentro desse esboço da realidade sanitária no estado do Piauí, Eurípedes
Clementino de Aguiar, insere uma outra problemática no que se refere à obtenção e ao uso da
quinina, pois mesmo estando o governo “ao lado das preocupações que a higiene ensina” e
tendo na quinina “o recurso de mais força com que conta o homem que habita os paizes
tropicaes para se defender da infecção palustre”, enfatiza que, mesmo assim o piauiense
desconhecera “quase por completo, as vantagens da quinina” como se estivesse este “fora do
mundo”. Tal desconhecimento, tal “facto anomalo” ocorre, pois, “os saes de quinina são
vendidos em todo o Piauhy, por preços excessivos”, o que o mantinha fora do alcance da
população pobre (Estado do Piauhy, 1917, p.19).
Nos tempos normaes, o sulfato de quinina, importado das fabricas da Europa,
nos chegava a preço médio de 50 reis o gramma; pois bem; nunca se vendeu
nas pharmacias piauhyenses um gramma desse sal por menos de 400 reis;
Hoje, sob o pretexto de que o preço das drogas subiu, as pharmacias passaram
a vender a quinina a peso de ouro, a 1$200 o gramma! Como póde um pobre
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lavrador, que no maximo ganha 1$200 por dia, comprar quinina por preços
tão elevados? (Estado do Piauhy, 1917, p.19)
Assim, o piauiense pobre, “acommettido do impaludismo” acaba por não tomar a
quinina e quando o faz é em dozes insuficientes, portanto ineficazes, desse modo, a solução que
vem propor “ao modo de agir do Governo” é de intervenção no comercio da substância de forma
a colocar “este precioso medicamento ao alcance da bolsa dos desfavorecidos da fortuna”.
Eurípedes Aguiar propunha então que, “com uma dezena de contos de reis” se importasse a
quinina e a vendesse a preço de custo, por “intermedio dos colectores ou das municipalidades”
em todos os lugares flagelados pelo impaludismo e à medida que se efetuasse a venda, que fosse
o “seu produto [...] empregado em novas compras” (Estado do Piauhy, 1917, p.19).
Ao mesmo tempo propunha também que se investisse “[...] em uma campanha bem
orientada, feita pela imprensa, nos jornaes, em avulsos, escriptos em linguagem ao alcance de
todos”, por meio da qual se ensinaria “ao povo os meios de se precaver contra o impaludismo
e as vantagens e modo de usar a quinina”. Assim, conclui, que com uma despesa
“insignificante” poderia o estado dar início à “lucta contra o impaludismo, com fortes
probabilidades de alcançar resultados benificos inestimáveis”. No entanto, este, não poderia
lançar mão de uma outra medida que seria de grande alcance, a “nomeação de um certo numero
de médicos regionais, que espalhados em todo o Estado, poderiam prestar bons serviços á lucta
contra o impaludismo e outras molestias tropicaes”, pois esta medida requeria recursos os quais
o governo não dispunha (Estado do Piauhy, 1917, p.19-20).
Saneamento dos sertões
A partir do saneamento do Rio de Janeiro empreendido por Oswaldo Cruz e outros
médicos sanitaristas, uma forte campanha a favor do saneamento do país, sobretudo do interior
ganhou fôlego. Assim, como resultado contiguo das discussões que propunham,
gradativamente, revelavam um Brasil de miséria e doenças, o que os levou a impelirem a
atenção do governo.
Portanto, no referido contexto, tornava-se essencial para a cura dos males brasileiros
maior atenção do Estado em relação à saúde e, no bojo dessas questões, outros elementos, tais
quais como: modernidade, construção da identidade nacional estavam intrínsecos ao processo
(CASTRO SANTOS, 2004 & CARVALHO, 2002). Assim, no país, caminhavam lado a lado
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dilemas científicos, bem como dilemas públicos, os quais, por sua vez, representavam a ideia
de construção de uma “nova” nação, que, caso fossem atendidas as referidas necessidades de
saúde, estaria, por sua vez, livre dos flagelos epidêmicos que revelavam um Brasil doente e
atrasado (ALMEIDA, 2003).
entre os políticos e governantes daquele período estava bastante presente a
noção de que havia um caminho de “civilização” e “aperfeiçoamento moral”
a ser buscado, o qual só seria atingido através da solução dos problemas de
higiene pública (SAMPAIO, 2001. p.112.)
A título de elucidação do referido contexto, podemos nos referir as mensagens de
governo do estado do Piauí, nas quais verifica-se a introdução desta ideia de caminho da
“civilização” e de “aperfeiçoamento moral”, a ser buscado por meio da solução dos problemas
de higiene pública. Em sua fala, Eurípedes Clementino de Aguiar, então governador do estado,
enfatizava: O “saneamento dos sertões brasileiros”, eis o que preocupara a opinião pública, pois
dele depende o “progresso e o engrandecimento da nação”. Diante disso, observamos que a
inserção de tais questões no Piauí corroborava coma as discussões acerca da primazia da saúde
pública na capital Federal.
Nesse sentido observamos que as mensagens de governo evidenciam uma preocupação,
no âmbito da esfera pública, em se resolver os problemas acerca da “miséria sanitária”,
buscando propor meios para remediá-la. No ano de 1918, por exemplo, eram recorrentes,
segundo a mensagem governamental do referido ano, o aumento gradativo de estudos sobre o
estado sanitário da “nossa população rural”, os quais, contribuíam desvendando a “verdade
desoladora” de que as endemias reinavam pelo interior do país e indicando aos “dirigentes da
Nação” os rumos a serem seguidos (Estado do Piauhy, 1918, p.26-27).
A saúde pública, no Piauí, fora identificada como um problema vital a ser pensado,
considerando que a campanha fora iniciada, no Rio de Janeiro e em outras cidades do litoral e,
de acordo com Eurípedes Aguiar, seria “continuada e completada, estendendo-se aos sertões”.
Tarefa imensa e dificílima, mas “não têm outro caminho a seguir, senão enfrentar [...] esse
problema vital da nossa nacionalidade” (Estado do Piauhy, 1918, p.27), propondo que se
empenhe na solução dele todo o esforço de que for capaz o Estado. Portanto, para que se
concorra ao combate às endemias que flagelam a população do Estado
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Que se façam economias, que se cortem despesas, que os serviços adiaveis
sejam postos de lado, mas o que não é possivel é que o Governo da nossa terra
continue a assistir impassivel, de braços cruzados, a calamidade que tantos
prejuizos já nos causou e que si não fôr remediada com urgência, reduzira, em
breve, a população rural do Piauhy a uma legião de invalidos. (Estado do
Piauhy, 1918, p.28)
Em 1920 Eurípedes Clementino de Aguiar envia mensagem à Câmara Legislativa
reforçando que desde suas primeiras mensagens insistira na importância da organização do
serviço sanitário do estado, o que não ocorrera até o momento por conta dos embaraços
financeiros. Porém, por julgar tais embaraços “maios ou menos vencidos” considerava já ser
tempo de se tentar algum esforço no sentido de melhorar a condição sanitária do estado,
organizando-se uma campanha “bem orientada” contra as principais endemias que flagelavam
o território piauiense, quais sejam, o impaludismo e as verminoses, além de reiterar que em
relação ao impaludismo, por uma questão de escassez de recursos, deveria a campanha contra
essa endemia, se limitar à intervenção do “Estado no commercio da quinina” (Estado do Piauhy,
1920, p.44).
[...] não podemos desde logo organizar um serviço de saneamento complicado
e dispendioso [...] de accordo com a nossa pobreza, devemos traçar e seguir
um programma modesto. [...] quanto ás verminoses [...] devemos começar
pela montagem de um posto sanitario em Theresina, com o pessoal, material
e recursos estrictamente necessarios ao diagnostico e tratamento dessas [...] á
medida que se forem patenteando os resultados vantajosos da campanha, se
fundarão outros postos, de conformidade com o que a experiencia nos
aconselhar e as nossas forças comportarem. (Estado do Piauhy, 1920, p.44)
É pois, com o propósito de “combater as verminoses, malaria e outras endemias
reinantes no Estado e ocupar-se da vacinação e revacinação contra a variola” que “foram
inaugurados [...] os serviços do Posto Sanitario de Therezina” (Estado do Piauhy, 1921, p.41).
O que é expresso na mensagem como sendo “o primeiro passo do Piauhy – o ultimo dos
retardatarios – na corrente da grande campanha do saneamento do Brasil” (Estado do Piauhy,
1921, p.41).
É justamente no sentido de propor meios eficazes para a solução das questões de saúde
no que tange aos serviços de saneamento urbano e rural que “O Congresso das municipalidades
apela para o Governo do Estado no sentido de ser criada no Regulamento da Saúde Pública a
parte concernente á higiene rural ” (Estado do Piauhy, 1922, p.16), solicitando ainda que o
Estado
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faça organizar – pelos médicos do Posto Sanitário, com a maior brevidade
possível, uma cartilha de higiene, encerrando os preceitos mais rudimentares
contra a propagação do paludismo, ancilostomíase, tuberculose, alcoolismo,
sífilis e outras moléstias comuns ao nosso meio. Essas cartilhas serão
distribuídas ás municipalidades e escolas publicas e amplamente divulgadas
pelos Intendentes (Estado do Piauhy, 1922, p.16)
Em concomitância com a emergência do saber-médico surge, um forte discurso em
torno das práticas de higienização dos espaços urbanos e rurais, desencadeando na República
uma busca pela institucionalização das práticas de higienização dos espaços, que se dará através
da criação de órgãos institucionais nos estados e municípios, com o intuito de elaborar, aplicar
e fiscalizar ações de práticas de higiene pública. No Piauí as ações médicas no sentido de
intervir por sobre o estado sanitário da população ganham notoriedade nas décadas iniciais do
século XX, havendo uma expansão da sua atuação, muito embora ainda fosse pequena a
presença destes no estado, tornando recorrente a preocupação com a falta de um serviço médico
adequado que pudesse fazer frente às doenças que mais assolavam o estado (CARDOSO;
MORAES, 2013).
No sentido de ampliar a todo o Estado [...] a systematisação de um serviço de
tão relevante utilidade como seja o do nosso saneamento rural, ponderando as
conveniencias suggeridas pelos nossos representantes federaes snrs. Felix
Pacheco e Armando Burlamaqui em telegramma consequente aos
entendimentos que trocaram com o notavel dr. Carlos Chagas, actual Director
Geral da Saude Publica da União, encarreguei ao deputado Euripedes de
Aguiar, o mais aprofundado conhecedor das nossas necessidades na materia,
de estudar as bases de um convenio a exemplo do que tem feito quasi todos os
outros Estados, aproveitando as facilidades instituidas pelo Governo Federal
(Estado do Piauhy, 1921, p.43)
De acordo com Gilberto Hochman, o Governo, com o intuito de promover as políticas
de saneamento rural consideradas urgentes sem que fosse violada a Constituição, ou seja, os
estados obteriam serviços sanitários ao tempo em que manteriam suas respectivas autonomias
por meio do estabelecimento de convênios entre a União e os estados, os quais deveriam resultar
de atos voluntários dos próprios estados (HOCHMAN, 2012, p.161-162).
Dessa forma, partindo do interesse do Governo do estado do Piauí buscou-se fixar as
bases de um convênio com a União o que culminou na instalação do “Serviço de saneamento e
profilaxia rural especialmente o de combate ás principais endemias dos campos”. Por meio de
tal acordo assinado aos 31 de dezembro de 1923, entre esfera Federal e Estadual, assim como
as municipalidades obrigavam-se à aceitação de “todas as leis sanitárias, disposições e
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instruções do Departamento Nacional de Saúde Publica, relativas ao assumpto” (Estado do
Piauhy, 1925, p.70).
Aos vinte e oito dia do mês de abril de mil e novecentos de vinte e três,
compareceu na Diretoria Geral do Departamento Nacional de Saúde Pública,
perante o respectivo Diretor Geral, [...] o Sr. Senador Pites Rebello,
representante devidamente autorizado do Estado do Piauí, e declarou que,
tendo sido aceita a proposta [...] para, na conformidade do art. n.º 1.466 do
Regulamento aprovado pelo Decreto 16.300, de 31 de dezembro de 1923, ser
executado naquela região do pais por intermédio da Diretoria de Saneamento
Rural o Serviço de saneamento e profilaxia rural especialmente o de combate
ás principais endemias dos campos (Estado do Piauhy, 1925, p.70)
O serviço de saneamento rural tinha a incumbência de por meio de sua atuação, seja
pela execução dos serviços contra a lepra e/ou contra as endemias e doenças venéreas, alcançar
a todas as regiões do estado, na melhor forma de alcance de seu objetivo de saneamento do
território piauiense, atuando no estado a partir do ano de 1924, buscando estabelecer na medida
do possível os serviços sanitários dos quais a população mais carecia, levando em conta as
especificações regionais, bem como destinando toda a ajuda possível para as zonas mais
atingidas pelas endemias, não ficando sua atuação restrita apenas à Capital, mas lançando seu
alcance às diferentes municipalidades piauienses.
Ao se instalarem nos estados, os serviços federais poderiam ser um
instrumento de implementação de políticas outras, que não apenas o combate
às endemias rurais. Uma vez celebrados os acordos e a base técnica e
administrativa instalada pelos serviços de profilaxia rural, não seria difícil
ampliar a responsabilidade federal e os benefícios estaduais, dados os
inesgotáveis problemas de saúde pública (HOCHMAN, 2012, p.174)
De acordo com Hochman entre 1920 e 1924 dezessete estados haviam feito acordo para
o saneamento rural e todos estenderam o serviço para a profilaxia da lepra, sífilis e doenças
venéreas (HOCHMAN, 2012). Destes constava o Piauí que firmara acordo em 1923 com
atuação do serviço de saneamento rural a partir de 1924, no entanto, houve modificação no
acordo, “deixando de correr exclusivamente pela União, conforme preceituava a clausula nona,
a prophylaxia da lepra e molestias venereas” (Estado do Piauhy, 1925, p.73). No que diz
respeito a este serviço na mensagem governamental de 1926, consta um pedido de autorização
do governo para o aumento de “85 para 100 contos a contribuição do Estado”, pois há a
pretensão de “ampliar o serviço de prophylaxia de molestias venereas á cidade de Floriano”,
situada no centro-sul do estado (Estado do Piauhy, 1926, p.90).
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A ampliação ao interior do Estado dos serviços de prophylaxia de molestias venereas e
saneamento rural, fazia-se necessário ao desenvolvimento do saneamento do território
piauiense, percebemos por meio dos relatórios de execução dos serviços, intensa preocupação
com o propagar das diversas endemias reinantes nas populações rurais, assim como, com a ação
no sentido de resolver problemas referentes à propagação de doenças venereas, tais como a
sífilis, pois, esta continuava “a ser um dos flagelos que mais impiedosamente se fazem sentir
sobre os brasileiros” (Serviço de Saneamento Rural no Estado do Piauhy , 1927).
A mensagem governamental referente ao ano de 1928, decorrido três anos de execução
do serviço de saneamento rural e “findo o conctrato [...] para a manutenção desses mesmos
serviços” diz então que dada sua relevância foram tomadas “as necessarias providencias para a
celebração de outro que se concebeu [...] Aos vinte e três dias do mez de março de mil
novecentos e vinte e oito” (Estado do Piauhy, 1928, p.78-79).
Permanece assim, por meio deste novo contrato o serviço de saneamento rural, a atuar
no Estado do Piauí, dessa forma “os serviços sanitarios instituídos pelo presente accordo serão
executados durante três annos, a partir de mil novecentos e vinte e oito, sem interferencia de
qualquer autoridade municipal ou estadual” (Estado do Piauhy, 1928, p.79).
[...] as ações de profilaxia de endemias rurais implicavam uma presença mais
longa e organizada do poder central nos estados – diferentemente das
respostas emergenciais requeridas pelas epidemias, que mais rapidamente
eram percebidas como problemas nacionais -, uma vez que os resultados
dessas ações eram menos imediatos do que os obtidos pelo controle de uma
epidemia, além de serem politicamente mais delicadas [...] (HOCHMAN,
2012, p.171)
Politicamente mais complicadas, pois, os serviços sanitários instituídos por meio deste
acordo visavam prioritariamente as populações rurais o que em síntese punham os
representantes do Governo Central em contato direto, à medida em que eram realizados os
serviços de prevenção e combate às endemias e/ou epidemias, com as populações do interior
do país, com os governos e seus representantes e com chefes locais, o que na prática, significava
a penetração do Estado em territórios nos quais a doença era tida como resultante da ausência
deste (HOCHMAN, 2012, p.171). Portanto, fazia-se mister que o serviço de saneamento rural
concorresse para ampliação dos seus serviços mais ao interior do estado, buscando não atuar
apenas na capital piauiense e em cidades circunvizinhas. Tal ampliação ao interior do estado ao
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tempo em que significava a penetração do Governo Central em território piauiense, também
implicava na busca por parte do Governo do estado em consolidar-se enquanto um braço da
saúde pública no estado.
O serviço de saneamento rural tinha a incumbência de pela execução dos serviços contra
a lepra e/ou contra as endemias e doenças venéreas, alcançar a todas as regiões do estado,
destacando-se no combate ao impaludismo e às verminoses, bem como contra os surtos
epidêmicos da varíola a surgirem nas intendências (Serviço de Saneamento Rural no Estado do
Piauhy,1927). O quadro da saúde pública nesse período ainda estava por consolidar-se, em fala
referente ao assunto o governador do estado expõe que é “desconhecida a acção da Saúde
Pública” pois esta, não passa de uma “simples repartição burocrática”, visto que as “dotações
orçamentarias para esse serviço têm sido de molde a não permitir que sua Directoria cogite de
qualquer acção em defesa da Saúde Publica”, o que aquele momento comprometeria a
manutenção dos serviços de saneamento rural, posto que o contrato com a União previa
contribuição estadual com uma parte das despesas necessárias à manutenção do serviço,
rescindiu-se o contrato naquele momento, o qual fora renovado ainda aquele ano, devido à
melhorias orçamentárias do estado (Estado do Piauhy, 1929, 70).
acrescendo-se, ás obrigações nelle anteriormente estipuladas, a de ser creado
o serviço de combate ao trachoma, largamente disseminado em nossas escolas.
Foi a modificação introduzida no contracto anterior, o qual já previa a
incorporação da Saúde Publica á Prophylaxia, que será feita, assim seja posto
em execução (Estado do Piauhy, 1929, 71)
O chefe do serviço de saneamento rural em relatório referente ao ano de 1929 refere-se
à Diretoria Saúde Pública estadual, como um órgão “de existencia irrisória” visto que dispunha
de “ínfima [...] dotação orçamentaria”, limitando-se apenas à inspeção de saúde nos
funcionários estaduais (Serviço de Saneamento Rural no Estado do Piauhy, 1930, p.5). Tendo
em vistas uma possível melhoria do desempenho dessa repartição nos assuntos voltados para a
saúde pública estadual, foi que o governo do estado baixou “[...] Decreto annexando-a ao
Serviço de Saneamento Rural” (Serviço de Saneamento Rural no Estado do Piauhy, 1930, p.6).
Assim, foi anexada por meio do decreto Nº 1.053 de Julho de 1929 a repartição de Saúde
Pública do estado do Piauí ao serviço de Saneamento Rural, que para “melhor uniformidade do
Serviço de saúde publica, [ficou] sob a direção do Chefe do Serviço de Saneamento Rural”
(Serviço de Saneamento Rural no Estado do Piauhy, 1930, p.6).
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Como podemos comprovar pela fala do então chefe do Serviço de Saneamento Rural no
Estado, a aceitação do decreto que anexa ao mesmo serviço a Secretaria de Saúde Pública do
Estado, se deve ao fato de que no entender do mesmo há a necessidade de unificar a autoridade
sanitária no Estado, no que enfatiza ainda que escassez de verbas constitui dificuldade à
execução dos serviços sanitários, prejudicando assim o melhoramento da saúde pública no
Estado. Tão logo se deu a anexação o Serviço de saneamento rural “propendeu [...] á
organização desta secção de Higiene”, a qual passaria a “funccionar regularmente” (Serviço de
Saneamento Rural no Estado do Piauhy, 1930, p.8). Ainda em relação ao ano de 1929 diz não
ter sido possível iniciar as exigências sanitárias no que diz respeito às habitações, pois ainda “a
postura municipal chamava a sí esta fiscalização”, no entanto, relata a obtenção do “Intendente
a regulamentação do HABITE-SE”, que passaria a ser dado pelo Serviço de Saneamento Rural
“de accordo com o Codigo Sanitario”, da forma que é feito em todos os Estados onde o mesmo
é instalado (Serviço de Saneamento Rural no Estado do Piauhy, 1930, p.8-9).
O mesmo concorreu ainda para a regulamentação do exercício da medicina no Estado,
ao passo que diz ter a esse ano iniciando-se “o registro de titulos de medicos, pharmaceuticos,
cirurgiões-dentistas”, além de exigirem “responsavel titulado para cada uma das pharmacias da
Capital”. Diz ainda estar sendo levantado “O mappa dos profissionaes existentes em todo o
Estado e para isso temos providenciado junto aos Intendentes Municipaes que nos vão
attendendo com solicitude” (Serviço de Saneamento Rural no Estado do Piauhy, 1930, p.9). À
chegada do serviço em Teresina, diz ter lhes chamado a atenção “duas grandes endemias, a do
Trachoma e a da Raiva, “endemica no minicipio de Theresina e em quase todos os municipios
piauhyenses” (Serviço de Saneamento Rural no Estado do Piauhy, 1930, p.23), além da
Verminose e do Paludismo que grassavam com grande intensidade, iniciando-se o combate às
verminoses “com a fundação do Centro de Saúde CLEMENTINO FRAGA do qual faz parte o Posto
de Saneamento Rural da Capital” (Serviço de Saneamento Rural no Estado do Piauhy, 1930, p.24).
Em relação ao Paludismo “applicamos os saes de quinina por via oral e hypodermica, o
azul de methyleno eo 914 em injecções endovenosas” (Serviço de Saneamento Rural no Estado
do Piauhy, 1930, p.25). No que concerne ao combate à lepra e às doenças venéreas o estado
contou com a instalação do Serviço de Prophylaxia da Lepra e das Doenças Venereas, instalado
no Centro de Saúde Clementino Fraga, no qual “todas as afecções syphilicas e blenorrhagicas
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foram criteriosamente cuidadas, recebendo intenso e proveitoso tratamento” (Serviço de
Saneamento Rural no Estado do Piauhy, 1930, p.37). Deve-se ainda salientar, que
alem dos serviços de aplicação de injecções e consultas a não venereos, o de
pequenas intervenções cirurgicas, frequentemente praticadas e o serviço de
curativos diários [...] Teve o Dispensario augmentada a sua matricula de uma
media de doze (12) doentes novos por dia, o que prova a maneira com que se
vae impondo ao conceito publico (Serviço de Saneamento Rural no Estado do
Piauhy, 1930, p.37-38).
Logo é possível afirmar que no Piauí com a instalação do Serviço de Saneamento Rural
e com a anuência do governo estadual possibilitou-se a consolidação da autoridade sanitária do
Governo Central aos sertões do território piauiense, bem como proporcionou ao governo do
estado maior inserção e atuação nos assuntos de saúde pública, ou seja, também implicou na
consolidação do Governo do estado enquanto um braço da saúde pública que visava alcançar
as diversas municipalidades.
Considerações finais
A medicina de fins do século XIX e início do XX arrogava para si a imagem de “tutora
da sociedade, saneadora da nacionalidade, senhora absoluta dos destinos e do porvir”
(SCHWARCZ, 1993.p.265).
Nesse momento, conectada à noção de higiene, aparecia a ideia de
saneamento: caberia aos médicos sanitaristas a implementação de grandes
planos de atuação nos espaços públicos e privados da nação, enquanto os
higienistas seriam os responsáveis pelas pesquisas e pela atuação cotidiana no
combate às epidemias e às doenças que mais afligiam as populações
(SCHWARCZ, 1993.p.270)
No Piauí as ações médicas no sentido de intervir por sobre o estado sanitário da
população ganham notoriedade nas décadas iniciais do século XX, havendo uma expansão da
sua atuação, muito embora ainda fosse pequena a presença destes no estado, tornando recorrente
a preocupação com a falta de um serviço médico adequado que pudesse fazer frente às doenças
que mais assolavam o estado (CARDOSO; MORAES, 2013). A inserção dos discursos
sanitaristas sobre as mais longínquas regiões e a criação de repartições de saúde e seu devido
aparelhamento, foram fatores cruciais para o desenvolvimento de ações de saúde pública
eficazes nas mais diversas regiões.
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Nesse momento na sociedade brasileira “a higiene se transformava em tema primordial
em função das inúmeras epidemias que assolavam o país” (SCHWARCZ, 1993.p.270). É nesse
sentido que se enfatiza a necessidade de olhar e dar maior atenção a questão do
desenvolvimento dos serviços de saúde pública no território piauiense. No referido contexto,
tornava-se essencial para a cura dos males brasileiros maior atenção do Estado em relação à
saúde e, no bojo dessas questões, outros elementos, tais quais como: modernidade, construção
da identidade nacional estavam intrínsecos ao processo (CASTRO SANTOS, 2004 &
CARVALHO, 2002).
Assim, pudemos verificar através das mensagens governamentais do estado do Piauí e
dos relatórios do Serviço de Saneamento Rural que os discursos que, no Piauí, orientados pelos
ideais científicos do momento, bem como noções de saúde pública e higiene moderna, visavam
desvendar a miséria sanitária do estado, difundir ideias acerca criação e aparelhamento de saúde
pública que pudessem atender às demandas da população atingida pelas várias doenças que
grassavam as regiões piauienses. Da mesma forma foi-nos possível apontar a medida da
importância do acordo firmado para a instalação do serviço de saneamento rural no estado, o
qual, contribuiu para a unificação da autoridade sanitária no estado, devendo-se também ser
considerada sua importância no combate às endemias e epidemias, proporcionou ao governo do
estado maior inserção e atuação nos assuntos de saúde pública, ou seja, também implicou na
consolidação do Governo do estado enquanto um braço da saúde pública que visava alcançar
as diversas municipalidades.
Fontes
Estado do Piauhy. Mensagem Apresentada Á Camara Legislativa Pelo Exm. Sr. Dr. Eurípedes
Clementino de Aguiar no dia 1 de Junho de 1917. Theresina: Imprensa. Official, 1918.
Estado do Piauhy. Mensagem Apresentada Á Camara Legislativa Pelo Exm. Sr. Dr. Eurípedes
Clementino de Aguiar no dia 1 de Junho de 1918. Theresina: Imprensa. Official, 1918.
Estado do Piauhy. Mensagem Apresentada Á Camara Legislativa Pelo Exm. Sr. Dr. Eurípedes
Clementino de Aguiar no dia 1 de Junho de 1920. Theresina: Imprensa. Official, 1920.
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Estado do Piauhy. Mensagem Apresentada Á Camara Legislativa Pelo Exm. Sr. Dr. João Luiz
Ferreira no dia 1 de Junho de 1921. Theresina: Typ do O Piauhy, 1921.
Estado do Piauhy. Mensagem Apresentada Á Camara Legislativa Pelo Exm. Sr. Dr. João Luiz
Ferreira no dia 1 de Junho de 1922. Theresina: Typ. d’ O Piauhy, 1922
Estado do Piauhy. Mensagem Lida a 1 de Junho de 1925, perante a Assembléia Legislativa do
Estado do Piauhy. Mathias Olympio de Mello. Therezina - Piauhy, 1925.
Estado do Piauhy. Mensagem Lida a 1 de Junho de 1926, perante a Assembléia Legislativa do
Estado do Piauhy. Mathias Olympio de Mello. Therezina - Piauhy, 1926.
Serviço de Saneamento Rural no Estado do Piauhy. Relatório Apresentado ao Exmº. Sr. Dr.
Olavo Pires Rebello, M. D. Chefe do Serviço de Saneamento Rural, pelo encarregado do
Dispensario de Doenças Venereas. Therezina Piauhy, 1927.
Estado do Piauhy. Mensagem Lida a 1 de Junho de 1928, perante a Assembléia Legislativa do
Estado do Piauhy. Mathias Olympio de Mello. Therezina - Piauhy, 1928.
Estado do Piauhy. Mensagem Lida perante a Assembléia Legislativa do Estado do Piauhy. Pelo
Governador do Estado João de Deus Pires Leal. Therezina - Piauhy, 1929.
Serviço de Saneamento Rural no Estado do Piauhy. Relatório apresentado ao Dr. Lafayette
Freitas, pelo Dr. Luiz Pires Leal. Theresina , Imprensa Official, 1930.
Referências
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