no final do século xix (1898), os eua começaram a demonstrar forte interesse pelo golfo do méxico

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No final do século XIX (1898), os EUA começaram a demonstrar forte interesse pelo Golfo do México.

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No final do século XIX (1898), os EUA começaram a

demonstrar forte interesse pelo Golfo do México.

Devido à sua proximidade com o istmo do Panamá (faixa de terra que liga a América do

Norte e a América do Sul), área de potencial conexão entre os oceanos Atlântico e Pacífico

Devido à forma em S do Panamá, o Atlântico situa-se a oeste do canal e o Pacífico a leste, invertendo a orientação

usual.

O Canal do Panamá, inaugurado a 15 de Agosto de

1914, é um canal de 82 km que corta o istmo do Panamá, ligando assim o Oceano

Atlântico e o Oceano Pacífico.

Antes da construção do canal do Panamá, a rota mais rápida para se viajar de barco de Nova

Iorque à Califórnia era pelo Cabo Horn, no sul da América

do Sul, uma rota longa e perigosa.

Cabo Horn

Cabo Horn

O canal e a Zona do Canal em torno foram administrados pelos Estados

Unidos até 1999, quando o controle foi passado ao Panamá, como previsto

pelo Tratado Torrijos-Carter, assinado em 7 de setembro de 1977, no qual o presidente estado-unidense Jimmy

Carter cede aos pedidos de controle

dos panamenhos.

O tratado previa uma passagem gradual do controle aos

panamenhos, que se terminou pelo controle total do canal pelo Panamá em 31 de Dezembro

de 1999.

Guerra Hispano-Americana (1898)

Os EUA tinham um interesse especial por Cuba, pois ela era uma forte produtora mundial de

açúcar, o que significava um bom investimento para o capital

norte-americano.

A partir de 1895, os EUA passaram a apoiar abertamente os processos de independência

de Cuba e das Filipinas em relação à Espanha.

Este apoio acabou por gerar um conflito que ficou conhecido

com Guerra Hispano-Americana.

Resultados do Conflito

• As Filipinas e Porto Rico foram anexados pelos EUA;

• Cuba tornou-se protetorado dos EUA e foi obrigada a incluir em sua Constituição a Emenda Platt, que dava direito de intervenção no país por parte dos EUA e também permitia a instalação de uma base naval em Guantânamo.

Corolário Roosevelt

"Os Estados Unidos, ainda que

relutantemente, em caso flagrante de desordem ou total impotência, exercerá o poder internacional de

polícia." Corolário

Roosevelt, 1904

Roosevelt, o caubói de Dakota

Corolário Roosevelt de Theodore Roosevelt

estabeleceu a idéia do “Big Stick” ou grande porrete, devido à frase Speak softly and carry

a big stick (Fale com suavidade e tenha na mão um

grande porrete).

Origem do Corolário

No início do século 20 a Venezuela meteu-se em sérios apuros

internacionais.

Cipriano Castro, que ascendeu ao poder

em 1901, deparou-se com uma divida

externa impressionante.

Os juros dos grande bancos europeus

devoravam a pátria de Bolívar. Castro

bateu pé. Não pagaria mais nada.

Naqueles tempos não haviam tecnocratas do FMI, logo foi um

consórcio de esquadras (inglesa, alemã e italiana),

desferradas pelos banqueiros, quem tratou de executar a

dívida.

Os portos venezuelanos foram bloqueados e alguns dos seus navios foram apreendidos em

La Guaira pelos navios de guerra europeus.

Castro, em dezembro de 1902, lançou um manifesto indignado,

mas pouco pode fazer.

No ano de 1903, os Estados Unidos, assumindo o controle diplomático da situação, tratou

de arranjar uma acordo.

Quem não gostou nada da história toda foi o presidente

Theodor Roosevelt.

Sentiu-se agastado com o fato de uma frota européia

praticamente invadir seu pátio (quintal) sem que ele pudesse

impedir.

Decidiu-se então enviar ao Congresso, em 1904, o Corolário Roosevelt,

entendido como documento complementar à Doutrina

Monroe.

Dali em diante, afirmava o seu enunciado, os Estados Unidos não aceitariam demonstrações

de força nas suas áreas de interesse.

Ainda que os motivos fossem aceitáveis, como o de executar

dívidas em atraso.

Se quisessem, os financistas europeus, determinar aquele tipo

de operação, que solicitassem antes os préstimos dos Estados

Unidos, porque doravante o governo americano se arvorava em

concentrar os poderes internacionais de polícia.

Se algum vizinho, por sua vez, não se comportasse, ferisse interesses,

resvalasse no caos e no vandalismo, na devastação de propriedades, ele não hesitaria em enviar a Grande

Esquadra Branca, como ele chamava a sua marinha, para por ordem nas

coisas.

Nascia assim, há quase um século, a célebre política do big

stick, o grande porrete.

Foi contra o mundo árabe que ele foi usado pela primeira vez.

No dia 18 de maio de 1904, um milionário grego-americano,

chamado Ion Hanford Perdicaris, que vivia como um nababo em Tanger, nas terras

do sultão Mulia Abdul-Aziz, fora sequestrado.

Levaram-nos na presença de Mulai Ahmed er Raisuli, um

chefe tribal local, famoso por ser uma espécie de Robin Hood dos desertos, a quem o governo considerava como “o último dos

piratas bárbaros”.

Roosevelt viu naquilo a chance publicitária para a sua

reeleição.

De imediato, a título de salvar um cidadão norte-americano

em apuros, ordenou que quatro encouraçados, atravessando o Atlântico, rumassem para ao Marrocos para fazer o sultão

aceitar as exigências do seqüestrador.

“Quero Perdicalis vivo ou Raisuli morto!”

(Roosevelt)

O próprio Perdicalis reconheceu mais tarde que o tal bandido

nada mais era do que um líder tribal acossado pela miséria e

pela tirania do sultão, um patriota que queria livrar o

Marrocos dos assédios vindos de fora.

Roosevelt, porém, não deixou de usar o resgate de Perdicalis

como um belo trunfo a fazer desfilar nas eleições que

deram-lhe mais um mandato.

O Grande Porrete, hoje.

Estratégia de Segurança Nacional dos Estados Unidos,

do presidente George W. Bush

É na verdade uma mistura de ameaça de guerra ao mundo e sonoro desprezo às instituições

internacionais.

É uma revivência do Grande Porrete de Theodor Roosevelt, com a diferença de que o big

stick de hoje é nuclear, é devastador.

O Corolário de 1904, foi expressão política, objetiva e direta, da imensa acumulação de forças, econômicas, comerciais e militares,

que os Estados Unidos amealharam ao longo do século 19, absolutamente

desproporcionais em relação aos seus vizinhos latino-americanos

Este corolário também defendia o direito de intervenção dos EUA em alguns países da América para preservar a

democracia e restabelecer a ordem no continente.

Na verdade, estas intervenções serviam para preservar os investimentos do capital americano e garantir o

recebimento dos dólares emprestado por banqueiros de

Wall Street a paises latino-americanos.

O Corolário Roosevelt também serviu como mecanismo de reação à Doutrina Drago,

apoiada pelos latino-americanos, a qual implicava na supressão do uso da força para exigir o pagamento de dívidas

entre nações.

Além de tudo isso, esse corolário ainda justificava a

intervenção principalmente na América Central (Mar do

Caribe, Golfo do México e no istmo do Panamá).

O Corolário de 2002, o sumário da estratégia a ser seguida por George W. Bush, também o é, resulta da mesma

lógica.

Ao consagrarem-se no após-Guerra Fria como uma solitária

hiperpotência, os Estados Unidos com uma economia

responsável por ¼ da do planeta, o Resto do Mundo tornou-se-lhes irrelevante.

Theodor Roosevelt, o caubói de Dakota, não

tinha a mínima inclinação em

consultar os daggos - como ele chamava os latino-americanos, a quem pessoalmente desprezava -, para

decidir-se a fazer ou não uma intervenção

armada.

Por que supor-se que o texano George W.Bush

(ungido pela fé vingadora da tragédia de 11 de setembro),

armado com o poder de vida e de morte sobre o universo inteiro, levaria

em consideração, a opinião de franceses, de alemães, de russos

ou de chineses?

A sua vista, neste encontro síntese do big stick com o big

buck, (poder militar com o financeiro), estes países todos do globo, aquiescendo ou não, tornaram-se súditos do Grande

Império.

Aos olhos da águia americana tudo virou uma imensa reserva

comanche, tudo lhes parece pequeno e desprezível.

Doutrina Truman

“Doutrina Truman” é uma expressão que designa um

conjunto de medidas políticas e econômicas assumidas depois de março 1947, data em que o então

presidente dos EUA, Harry Truman, profere um violento discurso contra a “ameaça

comunista”.

EUA assumem o compromisso de defender o mundo

dos soviéticos.

Os EUA e a URSS, as duas

superpotências do pós-guerra, iniciam uma

verdadeira disputa onde dividem o mundo em dois pólos distintos.

Os EUA e a URSS, as duas superpotências

do pós-guerra, iniciam uma

verdadeira disputa onde dividem o

mundo em dois pólos distintos.

Ambos os lados acusavam-se mutuamente de tentar dominar o mundo através de políticas

autoritárias e antidemocráticas.

Nos EUA duas situações que contribuíram para sua adesão à

Guerra Fria foram:

1) a morte do presidente Franklin Delano Roosevelt

(1945) que defendia um mundo controlado

pelos EUA com o apoio da URSS após

o fim da guerra

2) Com a morte de Roosevelt, Harry

Truman assume o poder e muda o

discurso da “coexistência

pacífica” entre URSS e EUA.

Os EUA encontravam em vantagem por dispor de um arsenal de armas nucleares, além de ser o único país que

saiu fisicamente ileso do conflito.

Para consolidar de vez a polarização do mundo em “à favor” e “anti” comunistas, os

EUA lançam o Plano Marshall.

Oferecem apoio econômico aos países

que precisam se reerguer

após o fim da guerra.

A recusa de Stálin ao Plano e a exigência de que Romênia,

Polônia, Hungria, Tchecoslováquia, Iugoslávia e Bulgária também recusassem, foi o que consolidou a divisão

mundial.