no esplendor da santidade — jon payne.pdf

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PRIMEIRO CAPÍTULO GRÁTIS

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PRIMEIROCAPTULOGRTISNo Esplendor da SantidadeRedescobrindo a Beleza da Adorao Reformada para o Sculo XXIJon D. PayneNo Esplendor da SantidadeRedescobrindo a Beleza da Adorao Reformada para o Sculo XXITraduzido do original em ingls: In the splendor of holiness Rediscovering the beauty of reformed worship for the 21st century.Copyright 2008 by Jon D. Payne.Traduzido e Publicado no Brasil com a devida autorizao do autor. 2015 Os Puritanos.1.a Edio em Portugus Maio de 2015 1.000 exemplares. proibida a reproduo total ou parcial desta publicao sem a autorizao por escrito do editor, exceto citaes em resenhas.EDITOR: Manoel CanutoTRADUTOR: Marcos VasconcelosREVISOR: Waldemir MagalhesDESIGNER: Heraldo AlmeidaISBN: 978-85-62828-27-0Imagem da capa Can Stock Photo Inc. / AuntPittypatCom todo amor e afeio dedico este livro a minha amada esposa MarlaSumrioPrefcio .........................................................................9Por Que uma Liturgia?................................................11A Preparao para o Culto Pblico ..............................17A Chamada Adorao ..............................................41O Cntico de Salmos e Hinos .....................................43A Leitura Pblica da Escritura .....................................51A Confsso de Pecados ...............................................55A Certeza do Perdo ...................................................59A Confsso de F .......................................................61A Orao Pastoral .......................................................65Os Dzimos e Ofertas .................................................69A Pregao da Palavra de Deus ....................................73Os Sacramentos ..........................................................79A Bno ....................................................................87APNDICESO Dia do Senhor: Recuperando uma Bno Perdida .93A Sufcincia da Escritura ...........................................99Eplogo .....................................................................101Leituras Sugeridas para Aprofundamento ..................10311No Esplendor da SantidadePrefcioDarryl G. HartSeriaocultoaatividademaisimportantenaqualocristo pode participar? O Breve Catecismo de Westminster parece indicarsemdvidaque.Suaperguntaerespostadeabertura afrmamque:OfmprincipaldohomemglorifcaraDeus, egoz-loparasempre.Nocultopblico,noDiadoSenhor, os crentes glorifcam a Deus e dele desfrutam de forma apenas comparvel ao culto em que todos os santos tomaro parte no fnal dos tempos, no novo cu e na nova terra. Porque, no Dia do Senhor, quando os crentes se renem com os demais membros da sua congregao na presena de Deus, eles tambm se ajun-tam s hostes invisveis de anjos e santos, antecipando, assim, o culto que caracterizar a vida deles na Jerusalm celestial.Parece que hoje tanto os presbiterianos como os protestan-tesreformadosperderamosensodeimportnciadocultocor-porativo. Muitos pastores, telogos e lderes leigos encontram-se to preocupados em glorifcar a Deus durante o resto da semana seja em artes, cincias, educao, negcios, ou poltica , que perderam de vista a singularidade do culto pblico.Estar convencido da importncia do culto pblico uma coisa; participar dele com entendimento outra. No entanto, as duas coisas esto notavelmente inter-relacionadas, como mostra o livro a seguir. Jon Payne, com habilidade, guia os leitores ao longo das vrias partes do culto explicando por que essas ativida-des constituem o culto reformado, e no s isso. Ele tambm 12 No Esplendor da Santidadedescrevecriteriosamenteporqueospresbiterianoscultuamda forma como cultuam. Dessa maneira, Payne propicia um relato convincente e edifcante do culto reformado histrico. Aqui, os cristos encontraro uma ajuda magnfca para a parte mais sig-nifcativa de cada semana.Fevereiro de 2007Intercollegiante Studies InstituteWilmington, DE13No Esplendor da SantidadePor Que uma Liturgia?Ao se reunirem para adorar a Deus no Dia do Senhor, os cris-tos tomam parte da atividade mais signifcativa, importante e maravilhosa que possa existir. No obstante, o culto no ape-nas uma atividade preeminente da igreja, tambm a principal ocupao de querubins e serafns, esses terrveis servos de Deus que voam ao redor do trono celestial com infndveis expresses delouvoredevoo.-nosconcedidoumbrevevislumbredo culto celestial em Isaas 6, quando o profeta testemunhou Iav...assentado sobre um alto e sublime trono, e as abas de suas ves-tes enchiam o templo. Serafns estavam por cima dele; cada um tinha seis asas: com duas cobria o rosto, com duas cobria os seus ps e com duas voava. E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, santo, santo o Senhor dos Exrcitos; toda a terra est cheia da sua glria. (Is 6.1-3)Alm disso, o apstolo Joo nos informa que viu e ouviu, emsuavisodasaladotrononocu,milharesemilharesda multido angelical clamando em alta voz: Digno o Cordeiro que foi morto e quele que est sentado no trono e ao Cordei-ro, seja o louvor, e a honra, e a glria, e o domnio pelos sculos dos sculos. E os quatro seres viventes respondiam: Amm! Tam-bmosanciosprostraram-seeadoraram (Ap 5.11-14). Mais adiante, o apstolo olhou e viu uma grande multido que nin-gum podia enumerar, de todas as naes, tribos, povos e lnguas 14 No Esplendor da Santidade[o nmero completo dos eleitos de Deus], em p diante do trono e diante do Cordeiro [...] e clamavam em grande voz, dizendo: Ao nosso Deus, que se assenta no trono, e ao Cordeiro, pertence a salvao (Ap 7.9,10).Essa rpida olhadela dentro dos portais do cu revela que o culto celestial cheio de ardor reverente, de glria majestosa, de suma alegria; totalmente centrado em Deus, e voltado fer-vorosamente para a pessoa e a obra redentora de Jesus Cristo. essa magnfca perspectiva celestial do culto que, em parte, con-formou e inspirou o culto dos protestantes por quase 500 anos. Tristemente, porm, nos tempos recentes, isso tem mudado.Demodogeral,ocultoevanglicotem-setornadoradi-calmenteinformal,presunosamenteinovador,ebiblicamente empobrecido.Amaiorpartedissodeve-seemgrandemedida ao abandono da liturgia centrada em Deus e regida pela Bblia. O que tem sido descartado a herana litrgica protestante que, por sculos, levou com fdelidade os cristos a adorarem a Deus de forma bblica, alm de nutrir sua f em Cristo mediante os meios ordinrios da Palavra e dos sacramentos.Foi o eclipse do culto e da liturgia bblicos que levou Joo Calvino a escrever em 1544 um tratado intitulado A necessida-de de reformar a igreja. Calvino o enviou ao imperador Carlos V, que poca presidia a dieta imperial de Espira, na Alemanha, na esperana de persuadir o imperador a reformar o culto supers-ticiosoqueempestavaaIgrejaCatlicaRomana.Eraindispen-svel que a Palavra de Deus, e no substitutos inventados pelo homem, fosse o fundamento, guia e substncia do culto pblico. O reformador escreveu:HumaduplarazoporqueoSenhor,aocondenareproibir toda espcie de culto ilusrio, exige que obedeamos apenas sua voz. Primeira, a tendncia dominante de estabelecer sua autorida-de, para que no sigamos nosso prprio prazer, mas dependamos Por Que Uma Liturgia? 15inteiramentedasuasoberania;e,segunda,anossainsensatez tanta que, quando somos deixados livres, tudo quanto podemos fazer nos transviar. E, depois, uma vez desviados da reta vere-da,nohfmparanossosextravios,atacabarmossoterrados debaixo de uma multido de supersties. de modo merecido, portanto, que o Senhor, com o propsito de vindicar seu direito e domnio plenos, prescreve com todo o rigor o que deseja que faamos, e rejeita de pronto todo artifcio humano em desarmo-nia com seu mandamento. de modo merecido, tambm, que ele defne os nossos limites com termos explcitos para que, pela inveno de formas errneas de adorao, no provoquemos con-transasuaira.(JooCalvino,TeNecessityofReformingthe Chruch, 17)Embora escritas por Calvino h mais de 450 anos, tais pa-lavras falam energicamente ao nosso prprio contexto, no qual o objetivo e o foco do culto tm-se convertido na busca pela sa-tisfaodenossasprpriasnecessidades,emvezdeglorifcara Deus. A expresso formas errneas de adorao caracteriza no apenas a missa do sculo XVI, mas tambm o culto evanglico dosculoXXI. Teatroemensagensteraputicastmsolapado aleituraeapregaoautoritativasdaPalavradeDeus.Aora-o profunda, fervorosa e substancial tem sido empurrada para oladoafmdeabrirespaoparadepoimentosetestemunhos pessoais apelativos. O melhor dos salmos e hinos teologicamente ricos e estimulantes para a alma tem sido substitudo por rastei-ros cnticos de louvor. O batismo e a Santa Ceia, em muitos re-cantos, tm sido reduzidos a rituais sentimentais, dos quais nada se sabe. Em sntese, os meios ordenados e estabelecidos por Deus para a salvao do seu povo (Palavra, sacramentos e orao) tm sido, na melhor hiptese, minimizados, e na pior, abandonados totalmenteemtrocadeoutracoisa.indispensvelrecuperar uma liturgia bblica que estabelea e proteja esses meios.16 No Esplendor da SantidadeQuandopensamemliturgia,oscrentesquasesemprea imaginam nos termos do culto do alto anglicanismo ou da missa romana.Noentanto,averdadequetodocultodeadorao cristo tem uma liturgia. Em algumas das expresses mais espon-tneas do culto cristo, talvez seja mais difcil decifrar a liturgia, mas apesar disso ela est l. Quer seja tradicional ou contempo-rnea, pesada ou levemente estruturada, cada cerimnia de culto segue algum tipo de forma estabelecida. D. G. Hart declara:Todaigrejatemumaliturgia,noimportaseseusmembrosse considerem litrgicos ou no. A liturgia meramente a forma e ordem do culto de adorao. Tanto a mais alta missa anglo-cat-lica quanto o mais baixo culto de adorao e louvor evanglico solitrgicosnosentidomaisestritodapalavra.Obviamente, hentreelesumadiferenadramticanaliturgia,masambos compreendem uma forma e uma ordem de culto. (D. G. Hart, Recovering Mother Kirk: Te Case for Liturgy in the Reformed Tra-dition, 70)ODicionriodeInglsOxford[OxfordEnglishDictio-nary]defneliturgiacomoumaformaprescritadecultop-blico.Notequeotermoliturgiadefnidocomoumaforma prescrita,ouseja,umaformaimpostacombasenaautoridade. No caso da liturgia crist, a autoridade que prescreve ou impe a forma a Palavra de Deus. Alm disso, a Bblia deve prescrever no apenas a forma do culto de adorao, mas tambm seu conte-do. Basta dizer que, se a forma e o contedo de uma cerimnia de culto no forem prescritas pela Palavra de Deus, difcilmente podero ser chamadas de adorao crist.A liturgia regulada pela Bblia preserva e promove o culto que exalta a Deus, est centralizado em Cristo, e cheio do Es-prito. claro que, com uma liturgia bem estruturada, qualquer pessoa pode apenas cumprir cada uma das partes do comeo ao Por Que Uma Liturgia? 17fm.Masnoissoverdadeparaqualquerestiloouformade culto?Semprequealgumacongregaoestejaaconfessarum credo ou a cantar louvores com ardor, inevitvel que haja con-gregados insinceros. Por isso a ordem prescrita para o culto da igrejanodeveserregidapornadaque,segundoimaginamos, vivifque os coraes algo que, em ltima anlise, no pode-mos controlar. Antes, a inspirada e autoritativa Palavra de Deus deveserafonteeasubstnciadanossaliturgia,estabelecendo assimosmeiosqueDeusprometeuabenoarnavidadeseus flhos redimidos.Em minha igreja, em cada Dia do Senhor, nossa congrega-o segue uma liturgia fxa que raramente muda. Os presbteros queremqueosnossosmembrosdescansemnacertezadeque, todasemananocultopblico,tmaexpectativadeadorara DeuspormeiodaleituradaPalavradeDeus,daconfssode pecados,dacertezadoperdodeDeus,daconfssodefnas palavrasdeumcredohistrico,daparticipaocomoraore-verente,daentregadedzimoseofertas,etambmouvindoa proclamaodaEscritura,ensinadaeaplicadaporintermdio da pregao expositiva, participando dos sacramentos, que revi-goram a f e nutrem a alma, e ao receberem da bno de Deus, mediante as palavras de bendio, ao serem despedidos.pelainstrumentalidadedosmeiosordenadosdegraa a Palavra e os sacramentos que o nosso Pai celeste prome-teu comunicar Jesus Cristo ao seu povo. Assim tambm, a boa liturgiaproteger,garantirepromoveressesmeios.Portanto, se Deus mais plenamente glorifcado por intermdio deles, e ele prometeu abenoar os fis dando e recebendo desses meios de graa na vida do seu povo, por que no haveramos de querer preservar uma ordem de culto uma liturgia garantidora de que tais meios estaro presentes todas as semanas?Nas pginas seguintes, tentei estabelecer para o leitor uma introduorelativamentesimpleseamigvelsobreohistrico 18 No Esplendor da Santidadeculto protestante e reformado. Este livro, portanto, no preten-der ser erudito nem esgotar o assunto. Tenho a esperana de que aspginasaseguirsirvamparaabrirseuapetiteparaoestudo maisprofundo(quantoaisso,vejaalistadeleiturassugeridas na pgina 103). a minha orao mais sincera que todos os que lerem este livro sejam convencidos da urgente necessidade que a igreja tem de recuperar uma abordagem do culto pblico que refita a ado-raobblicacentradaemDeus,mediadaporCristo,cheia do Esprito e regida pela Palavra e o melhor da nossa herana protestante e reformada. Que compreendamos, uma vez mais, o que signifca adorar no esplendor da santidade.Perguntas para Estudo e Reviso1.Com suas prprias palavras, defna liturgia.2.O que uma liturgia regulada biblicamente promove e pre-serva? (Seja especfco.)3.Qual a diferena entre a boa e a m liturgia?19No Esplendor da SantidadeA Preparao para o Culto PblicoTodo Dia do Senhor, um pouco antes do incio dos nossos cultos da manh e da noite, a nossa congregao reserva al-guns breves momentos preparando-se para a adorao. Durante essecurtoperodo,somosencorajadosaremoverdamenteas questesordinriasecorriqueirasdasemana(isto,osprazos fnaisdotrabalho,entretenimento,eventosesportivos,tarefas escolares,etc.),pondonossamenteecoraodemaneira concentrada no que insondavelmente incomum, a saber, a natureza e as obras do Deus trinitrio.Essebrevetempodepreparao,noentanto,quaseno servir de nada para algum desprovido da viso bblica do culto ouquenotenhasepreparadoparaocultoaolongodetoda a semana. A seo seguinte foi escrita para pr em foco com a mxima clareza a verdadeira natureza bblica do culto cristo, e tambm para explorar algumas maneiras como os crentes podem preparar-sedaformaapropriadaparaoDiadoSenhorentrea segunda-feira e o domingo.O Que Culto... e o Que No Antesquepossamosprepararonossocoraodamaneiraade-quada para o culto temos que, primeiro e acima de tudo, enten-der o que o culto. algo triste, mas as igrejas dos nossos dias estotomadaspelaconfusocomrespeitoaoculto,eissotem VISITE-NOSOS-PURITANOS.COM