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Neurologia - Suporte Básico de Vida - SBV
Gestão para Educação Permanente dos Profissionais da Rede de Atenção às Urgências
GEPPRAU
NeurologiaSuporte Básico de Vida - SBV
Tema 4Crise epiléptica: medidas de suporte básico de vida
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Neurologia - Suporte Básico de Vida - SBV
Este conteúdo foi elaborado pelo Hospital Alemão Oswaldo Cruz (HAOC) em parceria com o Ministério da Saúde (MS) no âmbito do
Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Úni-co de Saúde (PROADI-SUS). A parceria entre o Ministério da Saúde e as entidades de saúde portadoras do Certificado de Entidade Benefi-cente de Assistência Social em Saúde (CEBAS-SAÚDE) e de Reconhe-cida Excelência, a exemplo do HAOC, é regulamentada pela Lei Fede-
ral nº 12.101, de 27 de novembro de 2009.
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NEUROLOGIASuporte Básico de Vida - SBVNeste tema, serão apresentadas as principais emergências clínicas na área da neurologia. O profissional de saúde terá informações importantes sobre anatomia, fisiologia, manejo e principais condutas a serem tomadas em pacientes que apresentam emergências neurológicas.
Tema 4Crise epiléptica: medidas de suporte básico de vida
Objetivos de aprendizagem• Identificar uma crise epiléptica.
• Realizar a abordagem em SBV da crise epiléptica.
• Reconhecer sinais de gravidade da crise epiléptica.
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Crise epiléptica: medidas de suporte 5 básico de vida
1. Definição de crise epiléptica ..............................................................62. Tipos de crise epiléptica ....................................................................63. Medidas de avaliação primária ...........................................................94. Medidas de avaliação secundária ........................................................95. Sinais de gravidade da crise epiléptica ..............................................106. Comunicação com a regulação médica ..............................................117. Aspectos essenciais ........................................................................11
Síntese ............................................................................................12Referências bibliográficas....................................................................13
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epilepsia é um dos problemas mais importantes do ponto de vista de saúde pública na área da neurologia. Tem pre-valência universal e atinge indivíduos de todos os sexos e idades.A
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Crise epiléptica: medidas de suporte básico de vida
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Definição de crise epilépticaPode ser definida como um conjunto de sinais e/ou sintomas transitórios devido à atividade anormal e excessiva de neurônios cerebrais. Por existirem vários tipos de crise epiléptica, é importante reconhecer adequadamente cada uma delas, visto que a abordagem em SBV pode ser diferente, dependendo da característica da crise.
(International League Against Epilepsy, 2005)
Crise tônico-clônica generalizada (crise convulsiva)Em uma crise tônico-clônica generalizada, o paciente perde a consciência e de-senvolve rigidez generalizada (fase tônica). Logo após, inicia-se a fase clônica, quando os músculos alternadamente relaxam e se contraem, resultando em movimentos clônicos.
Durante os abalos, o paciente pode morder a língua, urinar ou ter liberação esfincteriana. Quando todos os abalos cessam, o paciente pode sentir-se mui-to cansado, confuso e queixar-se de dor de cabeça.
Não se recomenda que a pessoa seja restringida durante a crise, e sim que se coloque proteção na cabeça, para que ela não se machuque. É importante cronometrar o tempo de crise e também não colocar nada na boca – o que poderia machucar ainda mais o paciente ou ferir a pessoa que está assistindo a crise. Ela geralmente é autolimitada, e é comum que após a crise a pessoa fique confusa durante algum tempo.
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• crise tônico-clônica generalizada (crise convulsiva);
• crise de ausência;
• crise parcial simples;
• crise parcial complexa.
Tipos de crise epilépticaExistem vários tipos de crise epiléptica, e é importante reconhecer adequadamente cada uma delas, visto que a abordagem do SBV pode ser diferente, dependendo da característica da crise:
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• anote o tempo de duração da crise;
• proteja a cabeça;
• vire a cabeça e o corpo para o lado (proteção de vias aéreas e prevenção de aspiração/obstrução);
• não ponha nada na boca do paciente (pode ferir a vítima e quem a está atendendo);
• não restrinja o paciente (apenas proteja-o de algum ferimento que possa ocorrer durante a crise).
• afrouxe roupas apertadas;
• posicione a vítima deitada no solo;
• apoie a cabeça, para que não haja ferimento no segmento cefálico.
Condutas de extrema importância na convulsão:
Outras condutas fundamentais:
Crise de ausênciaA crise de ausência, bem comum em crianças, é uma condição em que a pes-soa fica desorientada com os olhos abertos e parados.
Costuma ter curta duração (cerca de 20 segundos). Pode ocorrer diversas vezes ao longo do dia e o paciente não fica confuso ao final da crise.
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Proteja a cabeça, remova o óculos
Afrouxe roupas apertadas
Vire o paciente de lado
Quando a crise passar,ofereça ajuda Não contenha o
paciente à forçaProcure por identificadores
de alerta médico
Cronometre o tempo deconvulsão com um relógio
Não coloque nada na boca
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Crise parcial simplesOcorre quando impulsos elétricos anômalos ficam restritos a apenas uma região do cérebro. Nesse tipo de crise não há alteração no nível de consciência do paciente.
Os sintomas podem ser sutis e dependem da área cerebral afetada, como: mo-vimentos involuntários de parte do corpo, alterações sensoriais no paladar, au-dição, visão ou olfato, alterações na fala, vertigens.
Crise parcial complexaAo contrário das crises parciais simples, onde o paciente tem plena noção do que está acontecendo, nas crises complexas ocorre a perda de consciência. O paciente apresenta comportamentos e movimentos repetidos, como: mastigações, andar em círculo, olhar fixo, virar a cabeça para um lado e para o outro, esfregar as mãos, etc., mas com a consciência prejudicada.
A palavra “complexa”, nesse tipo de crise, significa perda de consciência. Nesse caso, é comum a pessoa estar com os olhos abertos, muitas vezes com piscamentos, movimentos estereotipados, um olhar vago. A pessoa pode conseguir andar ou tocar em coisas, mas a sua consciência está prejudicada. Por isso, durante a crise parcial complexa é importante que a pessoa seja protegida contra alguma situação em que possa se machucar. Mas ela não deve ser restringida nem presa em algum lugar, simplesmente é importante conduzi-la para locais seguros até que a crise desapareça.
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• Anote o tempo de duração da crise.
• Fale calmamente.
• Não restrinja o paciente.
• Conduza o paciente para um local seguro.
Crise de ausência/crise parcial
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Em caso de anormalidade em qualquer dos itens acima, inicie medidas de SBV relativas às vias aéreas, respiração e circulação.
Nível de consciência: verifique se o paciente desperta.
Vias aéreas: confira se as vias aéreas estão livres.
Respiração: observe se a respiração está normal.
Circulação: certifique se há pulso arterial.
Em geral, as funções vitais ficam preservadas em crises de ausência ou em crises parciais (simples ou complexas). Ainda assim, é sempre importante ava-liar se há alterações nos parâmetros vitais e anotar o tempo de duração da crise.
Crises que se prolongam por muito tempo podem caracterizar o que chamamos de estado de mal parcial complexo ou estado de mal parcial simples – uma situação que requer um tratamento mais intensivo.
É importante falar calmamente com o paciente, não o restringir, e colo-cá-lo em um ambiente seguro. Isso porque durante a crise, especialmente a crise parcial complexa, que pode demorar mais tempo para passar, a pessoa pode se conduzir ou estar em alguns locais que tragam risco para ela, como, por exemplo, atravessando uma rua, lidando com objetos pontiagudos. Então é importante protegê-la até que a crise espontaneamente cesse.
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Medidas de avaliação primária
Medidas de avaliação secundária
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• Crise prolongada (≥ 5 minutos) principalmente na crise convulsiva.
• Sem recuperação da consciência entre as crises.
• Gravidez (principalmente na crise convulsiva).
• Ferimento secundário à crise epiléptica (decorrente de quedas, ferimentos cortocontusos etc.).
• Primeira crise epiléptica (sem crises prévias) – pode ser a primeira manifestação de uma doença mais grave, como meningite, encefalite ou hemorragia cerebral.
Nas crises convulsivas, é comum ocorrer alterações na frequência respirató-ria e queda na saturação de oxigênio. Além disso, a glicemia pode estar alterada e ter sido a causa da crise, sendo fundamental sua verificação.
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Sinais de gravidade da crise epiléptica5.
• parâmetros vitais;
• aspectos relacionados ao tipo de crise epiléptica;
• sinais de gravidade da crise epiléptica.
• pulso;
• pressão arterial;
• frequência respiratória;
• saturação de oxigênio;
• glicemia capilar.
Medidas decorrentes da avaliação secundária:
Parâmetros vitais:
estado de mal epiléptico é a ocorrência de crises epilépticas prolongadas (acima de 5 minutos) ou repetitivas, per-sistindo por 30 minutos ou mais, que não permitem a recuperação da consciência entre os eventos.O
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Comunicação com a regulação médica
Sinais de gravidade da crise epiléptica
• Identificação do paciente.
• Quadro clínico resumido (atenção ao início dos sintomas).
• Avaliação primária e secundária.
• Registre a duração da crise epiléptica.
• Realize as avaliações primária e secundária.
• Observe os sinais de gravidade da crise epiléptica.
• Comunique rapidamente a regulação médica.
Aspectos essenciais
Informe a regulação médica sobre a avaliação primária e secundária do paciente e aguarde orientação sobre condutas adicionais e o hospital de destino.
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Anotações:
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Você viu como identificar um paciente com diferentes tipos de crise epiléptica: crise de ausência, crise parcial simples, crise parcial complexa e crise tônico-clô-nica generalizada (crise convulsiva).
Em cada uma dessas condições, pôde-se compreender como a vítima deve ser atendida e quais parâmetros de avaliação primária e secundária são essenciais. Conferiu também quais são os sinais de gravidade da crise epiléptica e quais infor-mações devem ser reportadas à regulação médica.
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Síntese
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Referências bibliográficasBrasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Protocolos de Inter-venção para o SAMU 192 - Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. Brasília: Ministério da Saúde; 2014.
Higa EMS, Atallah AN, Schiavon LL, Kikuchi LOO, Cavallazzi RS. Guia de medicina ambulatorial e hospitalar: guia de medicina de urgência. Barueri: Manole; 2004.
Martins HS, Damasceno MCT, Awada SB. Pronto Socorro: condutas do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. 2.ed. Ba-rueri: Manole; 2008.