nea santtana

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76 Revista [B + ] MAIO/JUNHO 2013 www.revistabmais.com 77 www.revistabmais.com MAIO/JUNHO 2013 Revista [B + ] LIFESTYLE | estilo QUESTÃO DE FÉ D a união da religião e da moda, nasceu a marca Nea Santtana, criada pela menina-mulher que aprendeu ainda criança as artimanhas do corte e costura com a mãe. Hoje com 27 anos e casada com o profissional de marketing João Torquato, ela não usa mais a varanda da casa da família no Pelourinho para expor aos visitantes suas roupas feitas com as fitinhas do Senhor do Bonfim. Seus modelos agora desfilam nas passarelas do Made in Bahia e da Expo de Moda, chamando a atenção daqueles que nunca imaginariam que a mesma fitinha que faz sucesso nos braços dos turistas serviria para fazer looks inteiros, da cabeça aos pés. São vestidos, saias, camisas, acessórios, calçados e objetos de decoração e de escritório produzidos com uma das lembranças mais tradicionais da terra baiana. A bandeira do Brasil foi a primeira e a mais trabalhosa das produções costuradas. Foram dois meses e meio de trabalho para presentear a mãe. Depois de ver a ideia realizada, ela não parou mais. A vontade de profissionalizar o negócio a fez se inscrever em mais de cinco cursos técnicos do Senac e Senai. De lá para cá, comprou equipamentos profissionais, formou uma equipe de freelancers e fez contato com fornecedores de São Paulo e Minas Gerais que enviam a principal matéria-prima das suas confecções. “As fitas do Senhor do Bonfim vendidas aqui não são de boa qualidade, elas não têm durabilidade. Salvador também é muito carente de aviamentos para costura, quando se acha algo bom é muito caro e se torna inviável comprar”, afirma Nea. Com a chegada de grandes eventos no Brasil, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas, a designer vê um bom futuro pela frente. Atualmente ela está em processo de formatação de produto e criação da coleção de Verão 2014, com 20 novos modelos que terão tecidos ecologicamente corretos e serão mais comerciais, para ter preço acessível a vários tipos de público. “Depois disso é se vestir de sorte e fazer os pedidos”, comemora. [B + ] Nascida no Centro Histórico de Salvador e criada no ateliê de costura da mãe, a designer baiana Nea Santtana passou anos vivendo entre o universo de festas religiosas e a produção de figurinos até perceber que suas roupas haviam ganhado uma identidade própria, digna de uma marca profissional por CAROLINA COELHO FOTO: Rômulo Portela FOTO: Divulgação FOTO: Divulgação FOTO: Rômulo Portela

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A designer baiana que usa a lembrança mais levada da Bahia para costurar roupas pra lá de estilosas. Matéria publicada no pilar Lifestyle da edição 18 da Revista [B+]

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Page 1: Nea Santtana

76 Revista [B+] M A I O / J U N H O 2 0 1 3 w w w. re v i s t a b m a i s . c o m 77 w w w. re v i s t a b m a i s . c o m M A I O / J U N H O 2 0 1 3 Revista [B+]

L IFESTYLE | es t i l o

QUESTÃO DE FÉ

D a união da religião e da moda, nasceu a marca Nea Santtana, criada pela menina-mulher que aprendeu ainda criança as artimanhas do corte

e costura com a mãe. Hoje com 27 anos e casada com o profissional de marketing João Torquato, ela não usa mais a varanda da casa da família no Pelourinho para expor aos visitantes suas roupas feitas com as fitinhas do Senhor do Bonfim. Seus modelos agora desfilam nas passarelas do Made in Bahia e da Expo de Moda, chamando a atenção daqueles que nunca imaginariam que a mesma fitinha que faz sucesso nos braços dos turistas serviria para fazer looks inteiros, da cabeça aos pés. São vestidos, saias, camisas, acessórios, calçados e objetos de decoração e de escritório produzidos com uma das lembranças mais tradicionais da terra baiana.

A bandeira do Brasil foi a primeira e a mais trabalhosa das produções costuradas. Foram dois meses e meio de trabalho para presentear a mãe. Depois de ver a ideia realizada, ela não parou mais. A vontade de profissionalizar o negócio a fez se inscrever em mais de cinco cursos técnicos do Senac e Senai. De lá para cá, comprou equipamentos profissionais, formou uma equipe de freelancers e fez contato com fornecedores de São Paulo e Minas Gerais que enviam a principal matéria-prima das suas confecções. “As fitas do Senhor do Bonfim vendidas aqui não são de boa qualidade, elas não têm durabilidade. Salvador também é muito carente de aviamentos para costura, quando se acha algo bom é muito caro e se torna inviável comprar”, afirma Nea.

Com a chegada de grandes eventos no Brasil, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas, a designer vê um bom futuro pela frente. Atualmente ela está em processo de formatação de produto e criação da coleção de Verão 2014, com 20 novos modelos que terão tecidos ecologicamente corretos e serão mais comerciais, para ter preço acessível a vários tipos de público. “Depois disso é se vestir de sorte e fazer os pedidos”, comemora. [B+]

Nascida no Centro Histórico de Salvador e criada no ateliê de costura da mãe, a designer baiana Nea Santtana passou anos vivendo entre o universo de festas religiosas e a produção de figurinos até perceber que suas roupas haviam ganhado uma identidade própria, digna de uma marca profissional

por CAROLINA COELHO

FOTO: Rômulo Portela

FOTO: Divulgação

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