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ÍNDICES EXPORTAÇÃO DO AGRONEGÓCIO 1º SEMESTRE 2018

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ÍNDICES

EXPORTAÇÃODO AGRONEGÓCIO

1º SEMESTRE 2018

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As vendas externas do agronegócio bra-sileiro somaram US$ 49 bilhões no pri-meiro semestre de 2018, alta de 2%

frente ao mesmo período do ano anterior. Esse resultado esteve atrelado ao aumento de qua-se 4% no volume exportado, já que os preços médios em dólar caíram. Em Real, o faturamen-to externo do agronegócio cresceu cerca de 10%, devido à depreciação da moeda nacional. O maior volume exportado, por sua vez, se deve ao crescimento das vendas de produtos do setor florestal, suco de laranja, milho, algo-dão e frutas. Com preços em queda de produ-tos importantes na composição da receita total, como açúcar e carnes, a desvalorização do Real ajudou a manter a atratividade das vendas ex-ternas do setor na primeira metade deste ano. A Figura 1 mostra a evolução das ven-das externas do setor nos últimos 19 anos (de 2000 a 2018). Observa-se que o volume expor-tado (medido pelo IVE-Agro/Cepea) apresentou aumento superior a 300% na comparação das

médias anuais e os preços médios em dóla-res (IPE-Agro/Cepea), de 68%. Embora desde 2011, ano que apresentou pico de valorização dos produtos agro no mercado internacional, tenha prevalecido tendência de queda dos pre-ços em dólar, após 2016 os valores (em dólar) estão mais resistentes e apresentaram leve recuperação em 2018 (Figura 1). A taxa de câmbio efetiva real do agronegócio (IC-Agro/Cepea), por sua vez, também se mostrou mais estável após 2016 e maior tendência à des-valorização em 2018. Mesmo nesse cenário, e retirando o efeito da inflação, o Real conti-nua valorizado. No período como um todo (de 2000 a 2018), a valorização da moeda nacional foi de 48,7%. Com isso, os preços (em Reais) das exportações (IAT-Agro/Cepea) diminuíram aproximadamente 13,5%, comparando-se a média do primeiro semestre de 2018 com a de 2000. No entanto, verifica-se recuperação em 2018, resultado da leve alta dos preços exter-nos e da desvalorização da moeda nacional.

Desvalorização do Real eleva atratividade das exportações agro no 1º semestre

Figura 1 - Índice de Preços de Exportação do Agronegócio (IPE-Agro/Cepea) em dólar, Índice de Volume de Exportação do Agronegócio (IVE-Agro/Cepea), Índice de Atratividade das Exporta-ções do Agronegócio (IAT-Agro/Cepea) e o Índice da Taxa de Câmbio Efetiva Real do Agrone-gócio (IC-Agro/Cepea). Dados anualizados. Para 2018, considera-se a média de janeiro a junho

Fonte: Cepea/Esalq/USP; com base em dados do MIDC

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Desempenho das vendas externas do agronegócio entre 2017 e 2018

O volume exportado pelo agronegócio brasi-leiro (IVE-Agro/Cepea) registrou crescimen-to entre janeiro e maio de 2018, período

de maior concentração dos embarques de soja. Em maio/18, o indicador atingiu o maior patamar entre 2017 e 2018, apresentando alta de quase 4,5% em relação ao valor observado no mesmo mês do ano anterior. Ao serem comparados os seis primeiros meses de 2018 com o mesmo pe-ríodo de 2017, observa-se crescimento de 3,8% no volume exportado. Já em junho/18 contra junho/17, houve queda de quase 2% (Figura 2). Os preços médios em dólares dos produ-tos exportados pelo agronegócio brasileiro (IPE--Agro/Cepea) apresentaram alta entre janeiro e abril de 2018, mas houve recuo após abril deste ano. Observa-se alta de 1% no comparativo de junho/18 contra junho/17, mas, ao comparar os preços médios dos seis primeiros meses de 2018 contra a média do mesmo período de 2017, há queda de aproximadamente 4% (Figura 2).

Quanto ao Índice da Taxa de Câmbio Efetiva Real do Agronegócio (IC-Agro/Cepea), depois da forte queda observada entre janeiro e fevereiro de 2017, o índice voltou a crescer. Em 2017, houve maior estabilidade do câmbio, que volta a apresentar aumento em 2018, evidencian-do a desvalorização da moeda nacional, que ga-nhou força a partir de março deste ano. Na com-paração entre os primeiros semestres de 2018 e 2017, o Real se desvalorizou aproximadamente 10% (em termos reais); já no comparativo mensal (junho/18 frente a junho/17), há desvalorização real da moeda nacional de quase 8% (Figura 2). Em consequência de os preços em dólar estarem, em 2018, levemente abaixo dos observa-dos em 2017, os valores em Reais (IAT-Agro/Ce-pea) aumentaram, seguindo o efeito da desvalori-zação do Real no primeiro semestre de 2018. Em junho, o indicador subiu 8% frente ao mesmo mês de 2017. Na média do semestre, a alta foi menor, de 10% frente ao mesmo intervalo de 2017 (Figura 2).

Figura 2 - Índice de Preços de Exportação do Agronegócio em dólar (IPE-Agro/Cepea), Índice de Volume de Exportação do Agronegócio (IVE-Agro/Cepea), Índice de Atratividade das Exportações do Agronegócio (IAT-Agro/Cepea) e Índice da Taxa de Câmbio Efetiva Real do Agronegócio (IC-Agro/Cepea). Dados mensais de janeiro de 2017 a abril de 2018 (Base 100= jan/17)

Fonte: Cepea/Esalq/USP; com base em dados do MIDC.

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Em termos anualizados, de julho de 2017 a junho de 2018 contra julho de 2016 a junho de 2017, o volume exportado pelo agronegócio bra-sileiro (IVE-Agro/Cepea) cresceu 20,8%. Por ou-tro lado, os preços médios em dólares recebidos

pelos exportadores do agronegócio caíram 5,7% (IPE-Agro/Cepea). E, dada a desvalorização média de 7,6% da taxa de câmbio efetiva real do agro-negócio (IC-Agro/Cepea) nesse período, a atrati-vidade do setor cresceu apenas 1,7% (Figura 3).

Figura 3 - Variação percentual do: Índice de Preços de Exportação do Agronegócio em dólar (IPE-Agro/Cepea); Índice de Volume de Exportação do Agronegócio (IVE-Agro/Cepea); Índice de Atratividade das Exportações do Agronegócio (IAT-Agro/Cepea) e Índice de Câmbio do Agronegócio (IC-Agro/Cepea). Comparação entre as médias de julho de 2017 a junho de 2018 com as de julho de 2016 a junho de 2017

Fonte: Cepea/Esalq/USP; com base em dados do MIDC.

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Exportações setoriais

Boa parte dos produtos exportados pelo agronegócio brasileiro apresentou alta nos embarques no primeiro semestre de 2018

quando comparado ao mesmo período de 2017. O bom desempenho das exportações brasileiras nesses primeiros meses de 2018 deveu-se aos embarques dos produtos do complexo da soja e florestais, além de frutas e suco de laranja. O milho foi o produto que apresentou a maior taxa de crescimento nos embarques no início de ano,

com aumento de 58,7%; e foi seguido pelo algo-dão em pluma (56,5%), suco de laranja (32,3%), madeira (12,9%), farelo de soja (12,6%), frutas (12,2%), soja em grão (5,2%) e carne bovina (5,2%). Por outro lado, os produtos que tiveram seus embarques reduzidos nesse período foram: açúcar (23,4%), carne suína (18,8%), celulose (18,6%), carnes de aves (12,9%), etanol (7,4%), café (5,6%) e óleo de soja (3%) (Figura 4).

Figura 4 - Variação do Volume das Exportações para Produtos Específicos (IVE-Agro/Cepea) – variações percentuais referen-tes ao primeiro semestre de 2018 comparados ao mesmo período de 2017

Fonte: Cepea/Esalq/USP; com base em dados do MDIC.

As exportações de milho voltaram a se recuperar no início de 2018, depois da queda em 2017 – no ano passado, os embarques foram limitados pela redução da oferta do-méstica na safra 2016/17. No entanto, esse resultado pode não se manter durante o ano de 2018, uma vez que há novamente redução esperada na oferta brasileira de milho para este ano. As exportações de suco de laranja também tiveram recuperação, devido à boa safra brasileira no ciclo 2017/18. O setor de carnes (com exceção da bovina), por outro lado, continua a enfrentar imposição de res-trições de seus parceiros comerciais, cenário

que mantém as vendas externas em queda. Quanto à variação nos preços de exportação (IPE-Agro/Cepea), no primeiro semestre de 2018 frente ao mesmo período de 2017, os produtos do complexo sucro-alcooleiro foram afetados pelo aumento da oferta mundial, que derrubou os preços do açúcar (-24%) no mercado internacional. As cotações do etanol também se redu-ziram no período, quase 1%. Os produtos do complexo da soja apresentaram alguma recuperação de preços no início de 2018: a soja em grão e o farelo se valorizaram em 2,3% e 8,3% respectivamente, mas os pre-

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Figura 5 - Variação do preço das exportações para produtos específicos (IPE-Agro/Cepea) – variações percentuais referentes aos seis primeiros meses de 2018 comparadas às do mesmo período de 2017

Fonte: Cepea/Esalq/USP; com base em dados do MDIC.

A desvalorização média em torno de 10% do Real no primeiro semestre de 2018, medida pelo IC-Agro/Cepea, frente ao primei-ro semestre de 2017, compensou a queda dos preços em dólar (IPE-Agro/Cepea) para a maio-ria dos produtos exportados pelo agronegócio nacional no início de 2018. Com isso, ganhos de atratividade prevaleceram para praticamen-te todos os produtos exportados pelo agrone-gócio nacional. As exceções foram o açúcar, as carnes de suínos e o café, que tiveram quedas

de 16,7%, 5,8% e 1,7%, respectivamente, no mesmo comparativo. Assim, o preço internaliza-do em Reais (IAT-Agro/Cepea) da maioria dos produtos apresentou variação positiva, com al-tas mais expressivas para madeira (32,8%), ce-lulose (25,3%), farelo de soja (19,7%), frutas (18,5%), soja em grão (15,5%), suco de laran-ja (12,6%), algodão em pluma (10,3%), eta-nol (9,3%), óleo de soja (8,5%), carne bovina (5,7%), carne de aves e milho (3,7%) (Figura 6).

Figura 6 - Índice de Atratividade da Exportação para Produtos Específicos (IAT-Agro/Cepea) – variações percentuais referen-tes a comparações entre os seis primeiros meses de 2017 e o mesmo período de 2016

Fonte: Cepea/Esalq/USP; com base em dados do MDIC.

ços externos do óleo de soja caíram 2,3%. Enquanto o mercado esteve em alta para os produtos do setor florestal – a madeira se valorizou 21% e a celulose 14% – os preços do café caíram mais de 10%. Os preços das

frutas, do milho, suco de laranja e algodão subiram 8,2%, 4,2%, 2,6% e 1,7%, res-pectivamente; na contramão, os preços em dólar das carnes de aves e de suínos caíram 10,5% e 14,5% respectivamente (Figura 5).

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Destinos das exportações do Agronegócio Brasileiro

Em 2018, primeiro semestre, a China mante-ve-se como principal destino das exportações do agronegócio brasileiro, com participação

de mais de 36% do total, seguida dos países da Zona do Euro (13,6%) e dos Estados Unidos (6,3%) (Figura 7). A demanda chinesa continuou concentrada nos produtos do grupo cereais/le-guminosas/oleaginosas, que representou mais de 80% das compras do país asiático. O produto mais importante da pauta de compras chinesa foi a soja em grão – o país asiático foi destino de 78,8% de toda a oleaginosa exportada pelo Brasil. Outro produto importante é a carne bo-vina: do total da carne brasileira exportada nes-

se semestre, quase 27% tiveram a China como destino – o país figura como segundo principal destino das exportações brasileiras do produto. Quanto aos países que compõem a Zona do Euro, 37,2% da demanda por pro-dutos do agronegócio brasileiro foi concen-trada no grupo cereais/leguminosas/oleagino-sas, seguido dos grupos: produtos florestais (21,3%), café e estimulantes (12,4%) e frutas (11,5%). Os Estados Unidos demandaram pro-dutos dos grupos: produtos florestais (39,7%), frutas (14,1%), café e estimulantes (13,1%), bovídeos (8,2%) e cana e sacarídeas (9,2%).

Figura 7 - Principais destinos das exportações do agronegócio brasileiro (US$ FOB) e as respectivas participações (%) no total exportado pelo agronegócio brasileiro

Fonte: Cepea/Esalq/USP; com base em dados do MDIC.

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Em relação aos destinos dos principais produtos exportados pelo agronegócio brasilei-ro, o Irã é responsável por demandar 48% do total de milho embarcado pelo Brasil, seguido pelo Egito (5,9%) e pela Espanha (5,3%). Os principais destinos dos envios do etanol foram os Estados Unidos, com quase 66,3% das ex-portações brasileiras do produto, e a Coreia do Sul (20,1%). No caso do farelo de soja, o desta-que em termos de destino das exportações na-cionais foi a Holanda, que comprou 18,3% do produto. No caso do óleo de soja, o destaque do semestre foi a Índia, responsável por com-

prar mais de 53% do total exportado pelo Brasil. Em relação à carne suína, se destacaram Hong Kong, responsável por 30% das exportações desse produto, e China, com 29%. Já a respeito das carnes de aves, os principais países deman-dantes foram a China (15%), Arábia Saudita (14,7%) e o Japão (12,5%). Os destinos mais importantes da exportação de açúcar foram a Argélia (11,9%), seguida de Bangladesh (7,7%), Arábia Saudita (6,9%) e Índia (6,7%). No caso da carne bovina, os principais importadores foram Hong Kong, que demandou 30,8% do total exportado, a China (27%) e Chile (10%).

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COORDENAÇÃO GERAL: Geraldo Sant’Ana de Camargo Barros, Ph.D, Pesquisador Chefe/Coordenador Científico do Cepea-Esalq/USP PESQUISADORA DO CEPEA: Andréia Cristina de Oliveira Adami, Dra. EQUIPE TÉCNICA: Victor Suursoo de Souza, graduando do curso de Ciências Econômicas CONTATOS: (19) 3429-8836/37 • [email protected] INFORMAÇÃO: www.cepea.esalq.usp.br

EXPEDIENTE

CONCLUSÕES

O faturamento em dólar das exporta-ções do agronegócio brasileiro cres-ceu pouco mais de 2% no primeiro

semestre de 2018. Neste ano, os preços em dólar estiveram mais baixos na média do semestre, mas o volume exportado conse-guiu segurar o faturamento externo do setor. O câmbio foi o destaque do semes-tre. A moeda nacional se desvalorizou qua-se 10% na média do período, elevando a atratividade das vendas externas. Com isso, a competitividade dos produtos exportados pelo setor no mercado internacional vol-tou a crescer no primeiro semestre de 2018. Milho, algodão em pluma, suco de laranja, madeira, farelo e soja em grão tive-ram vendas em volume maiores ao exterior, enquanto os embarques de carnes de aves e suínos, açúcar e café caíram. Os preços dos produtos florestais, dos produtos da soja, suco de laranja e frutas se mantiveram em alta no semestre, enquanto os dos produtos do setor sucroalcooleiro, café, carnes de aves e suínas e do milho caíram. Mas a desvalorização do Real conteve a perda de atratividade desses setores, sendo que apenas o açúcar, o café e a carne

suína perderam atratividade nesse período. Para o segundo semestre deste ano, espera-se maior volatilidade cambial, por con-ta das eleições no País. Além disso, com a al-teração da política comercial de importantes parceiros comerciais do Brasil, fica difícil pre-ver o efeito líquido sobre as exportações do setor. Por um lado, as vendas podem crescer para parceiros afetados pelo aumento das ta-rifas impostas pelos Estados Unidos, mas por outro, o país pode ter que negociar compras e vendas desses produtos com parceiros impor-tantes, como China, Estados Unidos e México. Além disso, eventos climáticos já re-duziram a oferta de importantes produtos como o milho e o café; mesmo assim, em ter-mos gerias, a safra brasileira deve se manter em bons níveis em 2018. Ainda, no segundo semestre, as atenções e preocupações devem se voltar ao desenvolvimento da safra nor-te-americana e desdobramentos da política comercal. Diante de problemas internos e ex-ternos, pode-se esperar que manter o mesmo nível de exportações de 2017, ou algo pró-ximo, será um desafio para o setor em 2018.