museu oscar niemeyer em revista
DESCRIPTION
Revista do Museu Oscar Niemeyer Curitiba (PR) Projeto ComunicaçãoTRANSCRIPT
Exhibition highlights creations of the Lumière Brothers:
autochrome (color photograph) and cinematograph (film)
Exposição celebra ano da França no Brasil e apresenta as duas invenções
revolucionárias dos irmãos Lumière: a fotografia colorida e o filme
Gênios da criaçãoExhibition highlights creations of the Lumière Brothers:
autochrome (color photograph) and cinematograph (film)
Exposição celebra ano da França no Brasil e apresenta as duas invenções
revolucionárias dos irmãos Lumière: a fotografia colorida e o filme
EM REVISTAMUSEU OSCAR NIEMEYERwww.museuoscarniemeyer.org.br Ano 3 - Nº. 11 - Julho de 2009
MUSEU OSCAR NIEMEYER EM REVISTA
MUSEU OSCAR NIEMEYER / THE OSCAR NIEMEYER MUSEUM
Secretária Especial do Estado do Paraná / Special Secretary of the State of ParanáMaristela Quarenghi de Mello e Silva
Assessoria Especial / Special AssessmentVera Regina Maciel Coimbra
Assessoria Jurídica / Legal AssessmentIsabel Cristina Storrer Weber
Comunicação / CommunicationMaria Tereza Boccardi
Planejamento Cultural / Cultural PlanningAriadne Giacomazzi Mattei Manzi, Marcello Kawase, Rebeca Gavião Pinheiro e SandraMara Fogagnoli
Acervo e Conservação / Collections and ConservationSuely Deschermayer, Humberto Imbrunisio e Ricardo Freire
Museologia / MuseologyKarina Muniz Viana e Vanderley de Almeida
Ação Educativa / Educational ActionRosemeri Bittencourt Franceschi, Sirlei Espindola e Solange Rosenmann
Documentação e Referência / Documentation and ReferenceIolete Guibe Hansel
Administração / AdministrationTatiana Maciel Passos Tizzot
Segurança / SecurityPalminor Rodrigues Ferreira Júnior
SOCIEDADE DOS AMIGOS DO MON – MUSEU OSCAR NIEMEYERASSOCIATION OF MON’S FRIENDS – THE OSCAR NIEMEYER MUSEUM
Presidência / ChairmanCristiano A. Solis de Figueiredo Morrissy
Diretoria Administrativa e Financeira / Administrative and Financial DirectorElvira Wos
Infraestrutura / InfrastructureDenise Caroline de Almeida
COORDENAÇÃO GERALRebeca Gavião Pinheiro
REDAÇÃOEditora-Chefe: Melissa Castellano
Reportagem: Caroline Bond, Denise Ribeiro, Flora Guedes e Jaqueline Tiepolo
Projeto Gráfico e Diagramação: Celso Arimatéia
Tradução para o Inglês: Silmara Oliveira
Fotografia: Acervo do Museu Oscar Niemeyer, Bernie Dechant, Cadi Busatto,Divulgação, José Gomercindo e Marcello Kawase
Produção e Edição: Projeto Comunicação -- (41) 3022-3687www.projetocomunicacao.com
Os textos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem,necessariamente, a opinião do Museu Oscar Niemeyer. É proibida a reprodução totalou parcial de textos, fotos e ilustrações, por qualquer meio, sem prévia autorização.
Para sugestões e críticas, escreva para nós: [email protected]
Tiragem: 25.000 exemplaresImpresso em papel couché fosco LD 150 g, comverniz UV (capa) e couché fosco LD 115 g (miolo)Impressão: Fotolaser
Museu Oscar NiemeyerRua Marechal Hermes, 999 -- Centro CívicoCEP 80530-230 -- Curitiba (PR) -- Tel.: (41) 3350-4400 / Fax: (41) 3350-4414www.museuoscarniemeyer.org.br
Imagem da capa:
Irmãos Lumière, “Suzana, Andreia e Madalena, no
Golfo de Lecques, perto de La Ciotat”
Lumière brothers, “Suzane, Andrea and Madleine,
Lecques Gulf, near La Ciotat”
e x p e d i e n t e
PRONAC 08-8683
3
Julh
o –
2009
Num momento culturalmente propício e enriquecedor, o Museu Oscar Niemeyer tem a oportunidade de mostrar grandesmestres latino-americanos, vindos da preciosa Coleção FEMSA do México, e duas notáveis vertentes da arte do nossotempo, trazidas pelo Ano da França no Brasil. Os Lumière, profetas da modernidade, inventaram a iconografia moderna,a partir dos autocromos, coloridos em chapas de vidro sensibilizadas com fécula de batata, e também com o cinematógrafo,que daria origem ao cinema e à televisão, antepassados da internet e do nosso universo virtual contemporâneo.
Os artistas contemporâneos reunidos na Coleção Renault resumem, através de seus trabalhos, nosso mundo industrialde angústias e inquietações do século 20, numa aventura moderna. Aí está a arte de Dubuffet, Miró, Le Parc, Erró, umdos grandes protagonistas da pop art europeia. A exposição traça um panorama da produção, obtida com o desafioproposto pela montadora a artistas convidados a realizar obras inéditas.
O traço de grandes mestres latino-americanos chega ao Museu e nos revela a riqueza e a diversidade de talentosna mostra vinda do México, da Coleção “Latitudes: Mestres Latino-americanos”, da Coleção FEMSA -- Fomento EconômicoMexicano S. A., grande conglomerado empresarial do México. Aí reunidos para serem apreciados -- alguns pela primeira vezno Paraná e no Brasil -- trabalhos de Frida Khalo, Diego Rivera, Botero, Arcangelo Ianelli, Torres García, Antonio Berni,Siqueiros, Tamayo e outros notáveis artistas modernos e contemporâneos, que sonharam sonhos de eterna beleza, semse esquecer de interpretar a realidade sob o prisma da consciência e da crítica social.
Da coleção Fundação Cultural de Curitiba, o Museu apresenta 70 obras do acervo, assinadas por Poty Lazzarotto,Guignard, Andy Warhol, Picasso, Di Cavalcanti, Portinari. Na sua maioria integram o legado de Célia e Poty Lazzarotto àcapital do Paraná, somado às coleções reunidas quando dos 300 Anos de Curitiba (1993) e 500 Anos do Brasil (2000).
O fotógrafo norte-americano Bernie Dechant retrata com sensibilidade a modernaarquitetura brasileira na mostra “Brasil, Além Brasil”. O acervo do Museu Oscar Niemeyerrealiza a mostra itinerante “Paisagens” pelo Paraná. No roteiro estão Paranaguá, Morretes,Rio Negro, Ponta Grossa, dentro do programa “Arte em Movimento”.
Todos são convidados a apreciar este mosaico da alma humana, expresso pela singulardiversidade cultural, exposta no Museu Oscar Niemeyer, neste outono-inverno de 2009.
Sejam todos muito bem-vindos.
Cultural MosaicAt a culturally favorable and enriching moment, the Oscar Niemeyer Museum has the opportunity to show great Latin American masters, from the
precious FEMSA Collection of Mexico, and two notable art segments of our time, brought by the Year of France in Brazil. The Lumičre Brothers,prophets of modernity, invented the modern iconography based on autochromes, colored on glass plates dyed with potato starch, and thecinematograph, which would enable the creation of cinema and television, ancestors of internet and our contemporaneous virtual universe.
The contemporaneous artists gathered in Renault Collection summarize in their works our industrial world of afflictions and restlessness in the20th century, in a modern adventure. It shows the art of Dubuffet, Miró, Le Parc, Erró, one of the greatest artists of European pop art. Theexhibition outlines a scenario of the industrial production, a challenge proposed by this vehicle manufacturer to artists who were invited to producethese new works.
The style of great Latin American masters is at the Museum showing the richness and diversity of talents in this exhibition from Mexico:“Latitudes: Latin American Masters”, from the Collection of FEMSA (Fomento Econômico Mexicano S.A.), a large Mexican business conglomerate.Gathered for the exhibition - some of them for the first time in Paraná and Brazil - works of Frida Khalo, Diego Rivera, Botero, Arcangelo Ianelli, TorresGarcía, Antonio Berni, Siqueiros, Tamayo and other notable modern and contemporaneous artists, who had dreams of eternal beauty, withoutforgetting to interpret the reality through social awareness and criticism.
From the collections of the Cultural Foudation of Curitiba, the Museum shows 70 works by Poty Lazzarotto, Guignard, Andy Warhol, Picasso, DiCavalcanti, Portinari. Most of them are part of the legacy of Célia and Poty Lazzarotto to the capital of Paraná, besides the collections of the 300thAnniversary of Curitiba (1993) and 500 Years of Brazil Discovery (2000).
American photographer Bernie Dechant shows Brazil’s modern architecture with sensitivity in “Brazil and Beyond”.The collections of the Oscar Niemeyer Museum promotes the “Landscapes”, an itinerant exhibition across the state of Paraná, including the cities
of Paranaguá, Morretes, Rio Negro, Ponta Grossa, which is part of the “Moving Art” project.Everyone is invited to admire this mosaic of the human soul, expressed through singular cultural diversity, at the Oscar Niemeyer Museum, in
autumn-winter 2009.Welcome to the Museum!
Oscar Niemeyer Museum
editor ia l
Museu Oscar Niemeyer
Mosaico cultural
4
Julh
o –
2009
4
Julh
o –
2009
Ano da França no Brasil
“Uma Aventura M
oderna -- Coleção de Arte R
enault” reúne
96 obras de 18 artistas europeus expoentes da Arte C
ontemporânea
The
Year
of F
ranc
e in
Bra
zil —
“A M
oder
n Ad
vent
ure
– Re
nault
Art
Colle
ction
”sh
ows 9
6 w
orks
of 1
8 Eu
rope
an ex
pone
nts o
f the
Con
tem
pora
neou
s Art
Acervo do Museu
Mostra itinerante apresenta seleção de paisagens do acervo do M
useu
a Paranaguá, M
orretes,
Rio Negro e Ponta Grossa
The
Mus
eum
’s C
olle
ctio
ns —
An i
tiner
ant e
xhib
ition
show
s a se
lectio
n of l
ands
cape
sfro
m th
e Mus
eum
’s co
llect
ion to
Par
anag
uá, M
orre
tes,
Rio
Negr
o an
d Po
nta
Gros
sa
6 14 22 28 30
Fotografia
Fotógrafo norte-americano Bernie Dechant retrata belas paisagens brasileiras
Phot
ogra
phy
— A
mer
ican p
hoto
grap
her B
ernie
Dec
hant
shoo
ts be
autif
ul Br
azilia
n lan
dsca
pes
Psiquiatria
Seminário propõe reflexão sobre o trabalho da psiquiatra Nise da Silveira
Psyc
hiat
rics —
Sem
inar p
ropo
ses c
onsid
erat
ions o
n psy
chiat
rist N
ise da
Silv
eira’
s wor
k
Para todos
Exposição de obras do acervo da Fundação Cultural de Curitiba apresenta obras de
Poty
Lazzarotto, Denise Roman, Picasso, G
uignard, Andy W
arhol, Di Cavalcanti e Portinari
For e
very
one —
Exh
ibiti
on w
ith w
orks
from
the c
ollec
tions
of th
e Cul
tura
l Fou
ndat
ion o
f Cur
itiba
show
s wor
ks of
Pot
y Laz
zaro
tto, D
enise
Rom
an, P
icass
o, G
uigna
rd, A
ndy W
arho
l, Di C
avalc
anti
and P
ortin
ari
í n d i c e
5
Julh
o –
2009
índice
5
Julh
o –
2009
Acontece
Confira as aberturas das exposições apresentadas no Museu
Exhi
bitio
n Op
enin
gs —
See
the e
xhib
ition
open
ings
at th
e Mus
eum
36 44 52 54 56
Lumière
Exposição presta homenagem às criações dos irmãos Lumière:
o autocromo (a fotografia colorida) e o cinematógrafo (film
e)Lu
mič
re —
Exh
ibiti
on h
ighl
ight
s cre
atio
ns o
f the
Lum
ičre B
roth
ers:
auto
chro
me (
color
phot
ogra
ph) a
nd ci
nem
atog
raph
(film
)
Mestres latino-americanos
Coleção FEM
SA reúne 41 obras de artistas como Frida Khalo, Diogo Rivera,
Fernando Botero, Jesús Soto, Iberê Camargo, Arcangelo Ianelli
Latin
Am
eric
an M
aste
rs —
The
FEM
SA C
ollec
tion
has 4
1 w
orks
of a
rtist
s suc
h as
Frida
Kha
lo, D
iogo R
ivera
, Fer
nand
o Bot
ero,
Jesú
s Sot
o, Ib
erę C
amar
go an
d Arc
ange
lo Ia
nelli
Por dentro do Museu
Conheça os detalhes dos espaços expositivos do MON
Insi
de th
e M
useu
m —
See
the d
etai
ls of
the M
useu
m’s
exhi
bitio
n ar
eas
Semana do Catálogo
Evento promoveu a venda de mais de 9 mil catálogos de arte a preços populares
The
‘Cat
alog
Wee
k’ —
Eve
nt p
rom
oted
the s
ale o
f mor
e tha
n 9
thou
sand
art
cata
logs
for p
rom
otio
nal p
rices
6
Julh
o –
2009
Acervo artístico da Renault compõe exposição inédita
no Brasil; mostra só acontece em Curitiba e São Paulo
por Flora Guedes
Tão grandiosa é a exposição “Uma Aventura Moderna --Coleção de Arte Renault” que, no plano físico, tomou conta deduas salas de exposições do Museu Oscar Niemeyer (MON).Reúne 96 obras de 18 artistas europeus expoentes da ArteContemporânea, entre elas instalações cenográficas gigantescasque geram um fantástico impacto visual. Apenas uma delaschega a medir mais de sete metros de largura por três e meiode altura. A mostra, sem dúvida, é uma das iniciativas maissignificativas do Ano da França no Brasil.
Porque da concepção à produção artística, cada detalhe fazdesse acervo valioso. A começar pela postura pioneira daRenault, empresa automobilística que investiu na produção artís-tica em sistema “diferente” de mecenato. A Renault estava maispara “pai” do que patrão dos artistas. “A empresa apoiou osartistas naquilo de que eles precisavam. Uns precisavam deajuda financeira, outros queriam apenas um espaço para traba-lhar e acabaram usando as instalações industriais como ateliê”,conta a curadora de arte da Renault, Ann Hindry, pontuandoque a mostra é inédita no Brasil, e foi montada anteriormentena Cidade do México e em Tóquio.
A especialista francesa ficou cerca de uma semana noMON para desembalar as obras e fazer a montagem daexposição, que só acontece aqui e em São Paulo. “Paraalguns artistas, a Renault possibilitou o contato com novas
tecnologias e matéria-prima ou mesmo a compra de imensospainéis arquitetônicos solicitados por Victor Vasarely. A obradele era visionária e era para a cidade. Por isso, pintouimensos painéis que estão instalados em diversas cidadeseuropeias, como em uma estação de trem de Paris. A Renaultficou com 29 obras dele, apenas”, informa.
Embora desse o suporte àquilo de que os artistas necessi-tassem, a Renault não era dona das criações. Os artistas tinhamliberdade de presentear a empresa com as obras que desejas-sem, ou mesmo a Renault solicitava para seu acervo algumapeça que lhe agradasse. Não havia regras estabelecidas paraposse da produção artística. “A Renault foi generosa e propôs umtipo de mecenato que, até hoje, acredito que nenhuma empresamundial desse porte tenha feito. A Renault é uma empresaemblemática na França. Não se tratava apenas da compra dasobras, mas da vontade de se relacionar com os artistas contem-porâneos e com o universo da Arte”, acrescenta Ann Hindry.
Os artistas, aliás, foram garimpados pelos diretores daRenault, na época, Claude Renar e Renné Direyfus. Os doismantinham contato mais amiúde com o círculo artístico deParis, que reunia muitos pintores e escultores estrangeiros, epode-se dizer que a dupla foi responsável em grande partepela iniciativa da empresa automobilística em atuar comomecenas de artistas contemporâneos.
capa
Tesouro da França
7
Julh
o –
2009
Erró, “Madona”, 1984, 98 cm x 62 cm
Erró, “Madona”, 1984, 98 cm x 62 cm
8
Julh
o –
2009
Um pedido da empresa foi que os artistas seinspirassem na produção industrial e no trabalho dosfuncionários. Mas também quanto a isso não foirígida, alguns dos artistas nem tocaram no tema. Dototal de 300 obras guardadas na reserva técnica daRenault -- ou melhor, na sede da empresa naFrança --, produzidas entre 1965 e 1985, 96 foramescolhidas a dedo pela curadora, que dividiu amostra em quatro núcleos. O primeiro chama-se“Universo Industrial”, muito bem condensado pelasesculturas do francês Arman.
Para se ter uma ideia, das cem obras que oescultor criou enquanto estava apadrinhado pela Re-nault, apenas dez estão sob os cuidados da empre-sa. Mas todas as cem são batizadas como “Acumu-lação Renault”. Ele não deixou as esculturas perde-rem essa referência, segundo Hindry. “A palavraacumulação causava nele tanto a admiração quantoo medo da indústria de massa. E ele utilizou muitobem as peças da indústria para compor suas obras,como centenas de chaves usadas para interromper alinha de montagem e espátulas, que de longe e porcausa da repetição, perdem a identidade e viramuma única imagem”, explica ela, imitando com asmãos os movimentos que Arman fez para carimbargigantescas marcas coloridas com a forma de ummotor cortado ao meio.
Ainda no primeiro núcleo da mostra, as “esculturas-máquinas” do grande escultor suíço contemporâneoJean Tinguely roubam a atenção para o barulho e osmovimentos repetitivos e mecânicos da indústria. Asesculturas, feitas a partir de materiais de recuperação,se movimentam (a energia elétrica) e fazem barulho,mas nada produzem. É só uma brincadeira do artista,
Niki de Saint Phalle, “A deusa branca”, 1963, 178 cm x 110 cm
Niki de Saint Phalle, “The white goddess”, 1963, 178 cm x 110 cm
capa
9
Julh
o –
2009
“que consegue dar à máquina magia e poesia”, segundo acuradora. “Ele fez máquinas enormes, dessas que estão no“Centre National d’Art et de Culture Georges-Pompidou” --para os franceses simplesmente Beaubourg --, em Paris”,completa Ann Hindry.
Já o escultor grego Takis optou por reproduzir asforças ocultas da natureza, que não vemos, mas existem.“São as forças magnética e elétrica, as ondas de rádio eondas sonoras, por exemplo. Ele fez uma escultura que
parece inerte, mas na verdade se move no campo mag-nético, mas não enxergamos”, detalha ela, contando que aobra específica de Takis fica exposta no corredor que dáacesso ao restaurante na sede da Renault, na França. Opintor islandês Erró (Guõmundur Guõmundsson) tambémmergulhou na linguagem da acumulação e na indústriaautomobilística para criar suas obras.
É dele uma das pinturas mais simbólicas desse flerte daArte com o automóvel e produção em série -- uma delas,
Jean Dubuffet, “Site à l’homme assis”, 1969, 60 cm, x 64 cm x 38 cm
Jean Dubuffet, “Site à l’homme assis”, 1969, 60 cm, x 64 cm x 38 cm
10
Julh
o –
2009
inclusive, é capa do catálogo da exposição, a “Madonna”, 1984 --onde se vê a reprodução das peças e do design da Renault, quasecomo uma obsessão, em harmonia com traços clássicos da pintura.“Todos os artistas da época demonstravam uma inquietação, a visãopositiva e negativa das coisas, a ambivalência; eles criticavam esentiam amor pela produção de massa”, define Ann Hindry.
A cenografia de DubuffetA crítica e o amor pela produção industrial foi consagrada em um
só artista, Jean Dubuffet, cujo trabalho mereceu um núcleo exclusivoda exposição “Uma Aventura Moderna”. Segundo a curadora,Dubuffet é o artista mais importante da coleção, sem dúvida, ecertamente um dos expoentes do século passado. E seu interessepelo material industrial e por novas tecnologias culminaram num dosciclos de criação mais importantes da carreira.
As gigantescas instalações, construídas em diversas partes quese juntam de diferentes formas para compor um cenário parateatro, é o clímax da mostra trazida ao MON. “Ele criou umapintura gigantesca na qual o espectador pudesse passar, interagir.E, para isso, criou um mecanismo louco que desse movimento aesses painéis de cenografia, que têm até rodinhas. As instalaçõesserviram de cenário para o teatro “Cou Cou Bazar”, composto porobras arquitetônicas e atores vestidos com roupas criadas porDubuffet”, conta Hindry.
Os painéis foram construídos com um material plástico (poliureta-no) -- na época, uma novidade, produzido com base no petróleo --e pintura da indústria automobilística. As peças dessa instalação deDubuffet pesam juntas mais de quatro toneladas e vieram ao Brasiltransportadas de navio. A produção do artista nesse período (1962-1974) se chama “Ciclo Hourloupe”, e é caracterizada pelas coresazul, vermelha e preta e em visão de vida multifacetada. A maiordas obras se chama “Mur Bleu” (350 x 710 x 110 cm) e écomposta por 19 partes.
Pintura Cinética e AbstrataA pintura crítica inventada por Victor Vasarely defendia que nada
era imóvel e, por isso, ele se dedicou a fazer a pintura semovimentar através de recursos da ilusão ótica. Ele conseguiu issoaplicando tinta óleo fosca na produção das obras, como na cor cinza,confundindo a tela com metal. Esse núcleo traz obras do argentinoJulio Le Parc, um dos artistas estrangeiros que se juntou aomovimento liderado por Vasarely. Ele é visto, inclusive, como um dosartistas mais comprometidos com a arte cinética e com a exploraçãode novos materiais para criar ilusão ótica.
Para a última parte da mostra, a curadora de arte daRenault, Ann Hindry, reservou as obras abstratas. “É importantepara mostrar que nem todos os artistas apoiados pela Renault seinteressaram em retratar o universo da indústria e nem esta foiuma condição imposta pela empresa. Alguns artistas trabalharam
Victor Vasarely, “Pokol”, 1973, 160 cm x 160 cm
Victor Vasarely, “Pokol”, 1973, 160 cm x 160 cm
capa
11
Julh
o –
2009
só a abstração, como foi o caso de Sam Francis”, revela Hindry.Além da madona de Erró, há a madona da escultora Niki de
Saint-Phalle. “The White Goddess” lembra uma bruxa onipotente, masexposta ao perigo. “Essa artista sempre foi muito feminista edefendeu a atuação da mulher na sociedade. Suas esculturas estãoespalhadas pelo mundo todo. Todas são muito coloridas, apenas duassão monocromáticas. A madona representa a vida, o sofrimento daterra e suas riquezas, a urgência em protegê-la”, conclui Ann Hindry.
Outros artistas cujos trabalhos ainda estão incluídos na exposiçãosão Robert Rauschenberg, Robert Doisneau, Georges Poncet, JuanMiró, Roberto Matta, Pierre Alechinsky, Jean Fautrier, DominiqueThiolat, Henri Michaux. “Uma Aventura Moderna -- Coleção de ArteRenault”, juntamente com a “Renault de Doisneau” -- em cartaz naCasa Andrade Muricy, até o dia 14 de junho -- ,foi a formaescolhida pela Renault para participar e presentear os brasileiros noAno da França no Brasil.
Treasure from FranceFine line: Renault art collection in exhibition for the
first time in Brazil, only in Curitiba and Săo PauloBy Flora Guedes
“A Modern Adventure - Renault Art Collection” is such a grandioseexhibition, that physically it occupies two rooms of the Oscar Niemeyer Museum
(MON). It has 96 works of 18 European artists, exponents of the ContemporaneousArt, that include huge scenographic settings that generate a fantastic visualimpact. Only one of them is more than 7 meters wide and 3,5 meters tall.Undoubtedly, the exhibition is one of the most significant initiative of the Year ofFrance in Brazil.
Because, from conception to artistic production, each detail makes it valuable.Starting with the pioneering position of Renault, a vehicle manufacturer thatinvested in the artistic production, adopting a ‘different’ sponsorship system.Renault was more like a ‘father’ than a boss to artists. “The company providedsupport to the artists in whatever they needed. Some needed financial help, otherswanted only an area to work and ended up using the industrial facilities as atelier”,tells the art curator of Renault, Ann Hindry, emphasizing that the exhibition is forthe first time in Brazil and has been to the Mexico City and Tokyo before.
The French specialist took about one week to unpack the works and preparethe exhibition assembly at the MON, which will be presented only here and in SăoPaulo. “For some artists, Renault enabled the contact with new technologies andraw materials, or even the acquisition of huge architectural panels requested byVictor Vasarely. His work was visionary and for the city environment. For thisreason, he painted huge panels that are installed in several European cities, such asat a train station in Paris. Renault kept only 29 of his works”, she informs.
Although the company provided the support that the artists needed, Renaultwas not the owner of the creations. The artists were free to give the worksthey wanted to the company, or Renault requested some works to its collections.There were no rules established for the possession of the artistic production.“Renault was generous and proposed a type of sponsorship, which I believe, noother company in the world had done before. Renault is an emblematic companyin France. It was not only about the purchase of works, but the interest in
Jean Tinguely, “Bascule V”,
1967, 90 cm x 200 x 50 cm
Jean Tinguely, “Bascule V”,
1967, 90 cm x 200 x 50 cm
12
Julh
o –
2009
Arman, “Composição”, 1974, 74 cm x 80 cm
Arman, “Composition”, 1974, 74 cm x 80 cm
capa
13
Julh
o –
2009
keeping a relationship with contemporaneous artists and the universe of art”,adds Ann Hindry.
The artists were selected by Claude Renar and Renné Direyfus, Renaultdirectors at the time of the initiative. Both of them had a more frequent contactwith the artists of Paris, including many foreign painters and sculptors, and thevehicle manufacturer’s initiative to become a sponsor of contemporaneous artistscan be particularly attributed to both directors.
The company made a request: the inspiration of the artists would have tocome from the industrial production and the employees’ work. But Renault was notsevere on that either, and some of the artists did not address this theme. Fromtotal 300 works kept at the company’s headquarter in France, produced from1965 to 1985, 96 were rigorously selected by the curator, who divided theexhibition into four parts. The first one, “Industrial Universe”, is well represented bythe sculptures of French artist Arman.
From one hundred sculptures the artist created while supported byRenault, only ten are with the company. But all of these one hundred worksare named “Renault Accumulation” as a whole. He did not allow the sculpturesto lose this reference, according to Hindry. “The word accumulation causedboth admiration to and fear of mass industry to him. And he used industrialparts very well to create his works, as the hundreds of keys interrupting theassembly line and the spatulas, which, from a distance and because ofrepetition, lose identity and become a single image”, she explains, imitatingwith her hands the movements that Armand made to print huge colorful stampsshowing an engine cut in the middle.
Also in the first part of the exhibition, the “machine sculptures” of JeanTinguely, a great contemporaneous Swiss sculptor, that draw the attention dueto the noise and repetitive and mechanical industrial movements. Thesculptures, made of recovery materials, are power driven and make noise, butdo not produce anything. It’s just the artist’s play, “which grants enchantmentand poetry to the machine”, according to the art curator. “He made hugemachines that are displayed at the Centre National d’Art et de CultureGeorges-Pompidou – or just Beaubourg for the French people -, in Paris”,complements Ann Hindry.
Greek sculptor Takis opted for the reproduction of occult powers in nature,which we do not see, but they exist. “The magnetic and electric power, the radiowaves and sound waves, for example. He made one sculpture that seems to beinert, but in fact it moves in the magnetic field, but we can’t see that”, shedetails, telling that this specific work of Takis is exhibited in the corridor thataccesses the restaurant at Renault headquarter, in France. Icelander painter Erró(Guőmundur Guőmundsson) also immersed in the language of accumulation andvehicle manufacture to create his works.
One of the most symbolic paintings of this association of art with vehicle andserial production was created by him – one of them is on the cover of theexhibition catalog: “Madonna” (1984) – showing the reproduction of Renault partsand design, almost like an obsession, in harmony with the classical lines of painting.“All artists in that occasion demonstrated inquietude, a positive and negative viewof the things, the ambivalence, as they criticized and loved the mass production”,defines Ann Hindry.
The scenography of DubuffetThe theme of criticism and love for the industrial production was best
represented by Jean Dubuffet, the artist whose works deserved an exclusive part of“One Adventure” exhibition. According to the art curator of Renault, Dubuffet isundoubtedly the most important artist of the collection and certainly one of theexponents of the last century. And his interest in industrial materials and newtechnologies culminated in one of the most important cycles of creation of his career.
The enormous assemblies, comprised of several parts that are joined indifferent ways to form a stage setting, is the climax of this exhibition brought toMON. “He created a huge painting which the observer could pass through andinteract with. And, for this purpose, he created a crazy mechanism that allowedthe movement of these scenographic panels, including even casters. The assembleswere utilized in the Cou Cou Bazar stage setting, with architectural works andactors and actresses wearing clothes designed by Dubuffet”, explains Hindry.
The panels were made of a polyurethane – something new on that occasion,an oil by-product - and vehicle industry paint. The parts of this assembly created byDubuffet weigh together more than four tons and came to Brazil by ship. Theremaining parts came by plane. the artist’s production in this period (1962-1974) iscalled “Hourloupe Cycle” and characterized by blue, red and black colors, as well asa multifaceted view of life. The largest of these works is “Mur Bleu”(350x710x110cm) and is comprised of 19 parts.
Kinetic and Abstract PaintingThe critical painting introduced by Victor Vasarely defended that nothing was
motionless and for this reason he dedicated himself to making paintings movethrough optical illusion resources. And he did it using opaque oil paint in theproduction of his works, applying for instance gray and confounding it with metalon the screen. This part of the exhibition brings the works of Argentine Julio LeParc, one of the foreign artists that joined the movement led by Vasarely. He is alsoconsidered one of the artists mostly committed to the kinetic art and the utilizationof new materials to create optical illusion.
For the last part of the exhibition, the art curator of Renault, Ann Hindry,reserved the abstract works of the company’s collection. “It’s important to showthat not all artists supported by Renault are interested in showing the industrialuniverse and that it was not a condition imposed by the company. Some artistsworked only with abstraction, such as Sam Francis”, she said, who left the two“collection-protecting Madonnas” for the end of the exhibition.
Besides Erró’s Madonna, there is sculptor Niki de Saint-Phalle’s Madonna. “TheWhite Goddess” reminds of an omnipotent witch, but exposed to danger. “Thisartist was always very feminist and defended the role of woman in the society. Hersculptures are in many places of the world. They are all colorful, except for twomonochromatic works. Madonna represents life, suffering on Earth and its richness,the urgency to protect it”, concludes Ann Hindry. Other artists whose works arealso included in the exhibition are: Robert Rauschenberg, Robert Doisneau, GeorgesPoncet, Juan Miró, Roberto Matta, Pierre Alechinsky, Jean Fautrier, DominiqueThiolat and Henri Michaux. The exhibitions: “A Modern Adventure - Renault ArtCollection” and “Renault by Doisneau” – at Casa Andrade Muricy until June 14 –represent the participation of Renault in the Year of France in Brazil.
SERVIÇO“Uma aventura moderna - Coleçăo de arte Renault”Salas Tarsila do Amaral e Guignard - Até 9 de agosto de 2009
“A Modern Adventure - Renault Art Collection”Tarsila do Amaral and Guignard rooms - Up to August 9th 2009
Patrocínio/Sponsorship: Apoio/Partnership:
14
Julh
o –
2009mostra sua
fotografia
mostra sua
Exposição de obras dofotógrafo americano retrata
belas paisagens brasileiras
14
Julh
o –
2009
Bernie DBernie D
15
Julh
o –
2009
a brasilidadea brasilidade
por Caroline B
ond
15
Julh
o –
2009
DechantDechant
16
Julh
o –
2009fotografia
Em comunhão com a multiculturalidade proposta pelabeleza de nosso país, o fotógrafo norte-americano BernieDechant retrata e imprime o dinamismo do cotidianobrasileiro e de suas sagradas geometrias por meio daexposição “Brasil, Além Brasil” (Brasil and Beyond), até dia8 de novembro.
São 41 fotografias coloridas e em preto e branco queretratam a visão de DeChant sobre o Brasil. O fotógrafodá ênfase à moderna arquitetura brasileira e a comparacom a de outros países. Suas imagens conciliam arte,arquitetura e design em uma composição estética harmô-nica de elementos arquitetônicos associados ao ambientedas cidades. Nesta coleção é evidenciado o olhar sensívelde fotógrafo estrangeiro nos aspectos mais marcantes desuas viagens.
Em um passeio pelo Brasil, pela China, pelo Marrocos,Japão e Estados Unidos, o olhar Dechant nos sensibilizapara a conexão com o universo sutil da jornada da vida.A exposição é um convite para uma caminhada entre sonhoe realidade, que certamente encanta os espectadorespela singularidade dos detalhes de suas fotografias.
17
Julh
o –
2009
17
Julh
o –
2009
18
Julh
o –
2009fotografia
19
Julh
o –
2009
“Brasil, Além Brasil” comove quem aceita participardo encanto do colorido de cada região, pessoa egeometria observada. A composição de suas fotografiasrepresenta uma sincronia da infinita possibilidade deolhares que, muitas vezes, escapa por entre os apres-sados olhos do cotidiano do século 21.
Para cada instante compartilhado com quem aceita o“mergulho” pelo nosso país, Dechant garante um espe-táculo da brasilidade representada em formas, cores emovimentos em diversos cantos do planeta. Segundoele, “a inspiração vem quando eu me percebo vivo. Oato de respirar estimula meu intelecto e aí identifico aoportunidade de criação”.
Com a consciência de que a diversidade e ocontraste são os pais da verdade criativa e do respeito,o fotógrafo busca no abstrato, na arquitetura e nasformas humanas o religare puro e simples. Reconhecen-do a interligação de todos os signos por ele observadoscomo a verdade da mente universal, Dechant provocauma reação serena no observador, uma vez que estese disponibiliza para com ele sambar o Brasil emdiversos lugares do planeta.
Sobre Bernie Dechant“O Brasil como fonte de inspiração”, assim diz
Bernie Dechant, ao ter sido convidado a entrar para ouniverso da fotografia durante uma viagem à AmericaLatina em 2006.
Da pouca experiência à maestria do retrato de umpaís que inspira e conversa com quem estiver disponívelao diálogo entre cores e formas. De um lado um artistagráfico cativado pela filosofia da linguagem do design,da cinematografia, da arquitetura e do universo sonoro;e do outro, uma infinidade de possibilidades que aguar-dam o olhar sistêmico de um artista com a almamulticulturalizada.
Morador do Brooklyn, em Nova Iorque, Dechant écofundador da agência de web design Adjacency e
19
Julh
o –
2009
20
Julh
o –
2009fotografia
responsável pela direção de arte de projetos como Adobe.com e daprimeira loja virtual da mundialmente conhecida Apple.
Bernie DeChant shows hisBrazilian experienceExhibition of the American photographer’s works shows beautiful
Brazilian landscapesBy Caroline Bond
Following the multicultural characteristic of our country’s beauties, Americanphotographer Bernie DeChant portrays and reflects the dynamism of the Brazilianeveryday and its honorable geometric forms in the exhibition “Brazil and Beyond”,at MON, starting in June to November 8.
The exhibition brings 41 color and black and white photos with DeChant’s viewabout Brazil. The photographer emphasizes the Brazilian modern architecture andcompares it to that of other countries. His pictures combine art, architecture anddesign in a harmonious esthetic composition of architectural elements associatedwith the environment of cities. This collection evidences a foreign photographer’sview on the most distinctive aspects of his trips.
In a tour that included Brazil, China, Morocco, Japan and the United States,DeChant’s perspective connects spectators with the subtle universe of the life’sjourney. The exhibition is an invitation for a ride between dreams and reality, whichcertainly enchants the spectators, for the singularity of his photos’ details.
“Brazil and Beyond” touches everyone who accepts to feel the colors of eachregion, person and geometry observed. The composition of his photos represents asynchrony of the infinite possibility of views that, many times, is not absorbed bythe hurried eyes of the 21st century’s daily life.
Each moment shared with someone who accepts this immersion in our country,DeChant guarantees a show of various Brazilian aspects represented in shapes,colors and movements in several places of the world. According to him, “theinspiration comes when I feel I’m alive. Breathing stimulates my intellect, whichshows the opportunity for creation”.
Aware of the fact that diversity and contrast are the genitors of creativetruth and respect, the photographer searches for the pure and simple religare(reconnection) in the abstract, architecture and human forms. Recognizing the
interconnection of all signs observed by him as thetruth of universal mind, DeChant provokes a serenereaction in the observer, once the spectator is willingto incorporate his Brazilian experiences and relate themto several places of the world.
About Bernie DeChant“Brazil as a source of inspiration”, said Bernie
DeChant, when he was invited to enter the universe ofphotography in a trip to Latin America in 2006.
From little experience to mastery in portraying acountry that inspires and talks with those available todialog, among colors and shapes. On the one hand, agraphic artist attracted by the philosophy of designlanguage, cinematography, architecture and universe ofsounds, and, on the other hand, an infinity ofpossibilities that await for the systemic view of anartist of multicultural soul.
Living in Brooklyn, in New York, DeChant iscofounder of web design agency Adjacency andresponsible for the art creation management ofprojects, such as for Adobe.com and the first virtualshop of globally famous Apple.
SERVIÇO“Brasil, Além Brasil”Galeria Niemeyer - Até 7 de fevereiro de 2010
“Brazil and Beyond”Niemeyer Gallery - Up to February 7th 2010
Patrocínio/Sponsorship:
Apoio/Partnership:
21
Julh
o –
2009
21
Julh
o –
2009
22
Julh
o –
2009
Paraná 22
Julh
o –
2009a r t e e m m o v i m e n t o
Exposição “Paisagens” apresenta seleção de
obras que fazem parte do acervo do Museua Paranaguá, Morretes, Rio Negro e Ponta Grossa
23
Julh
o –
2009
Democratizar o acesso à cultura é o objetivo maior do projeto“Arte em Movimento”, que desde 2004 leva, em exposiçõesitinerantes, o acervo do Museu Oscar Niemeyer para o interior doestado, e até mesmo, para fora do país.
Em 2009, a equipe técnica do Museu criou a mostra “Paisa-gens”, que dá continuidade ao projeto e vai apresentar, até o finaldo ano, uma seleção de obras que fazem parte do acervo dainstituição para Paranaguá, Morretes, Rio Negro e Ponta Grossa.
Foram selecionadas 30 pinturas, que em sua maioria retratampaisagens paranaenses e contemplam artistas como Alfredo Ander-sen, Bakun, De Bona, Viaro, Traple, Fernando Calderari e MazéMendes. Destaque para “A Construção da Via Férrea do Trem
Elétrico em Curitiba”, de Bakun; o “Mercado de Paranaguá”,pintado por Traple e o “Canal de Morretes”, retratado porGuido Viaro.
PalestrasParalelamente, o Museu promove, por meio da Coorde-
nação de Acervo e Conservação, a palestra “Pensando aExposição”, que tem o objetivo de preparar pessoas eprofissionais interessados em multiplicar conhecimentos sobrea organização, a realização e a montagem de uma expo-sição, além de discutir conceitos e a história da arte noParaná.
adentro
Ricardo Koch, “Vista de Morretes”, sem data, 25,2 cm x 38 cm
Ricardo Koch, “Morretes view”, n/d, 25,2 cm x 38 cm
23
Julh
o –
2009
24
Julh
o –
2009
Bruno Lechowski, “Pinheiro”, década 1920, 45 cm x 55 cm
Bruno Lechowski, “Pine tree”, 1920 decade, 45 cm x 55 cm
a r t e e m m o v i m e n t o
25
Julh
o –
2009
Theodoro de Bona, “Birigui”, 1970 , 76 cm x 91 cm
Theodoro de Bona, “Birigui”, 1970 , 76 cm x 91 cm
The interior of Paraná“Landscapes” shows a selection of works from the Museum’s collection to Paranaguá, Morretes, Rio Negro and
Ponta Grossa
The democratized access to culture is the main objective of the “Moving Art” project, which, since 2004, hasshown the Oscar Niemeyer Museum’s collections to the interior of the state and even abroad, in itinerating exhibitions.
This year, the Museum’s technical team has created “Landscapes” as part of this project. The exhibition will show,until the end of the year, a selection of landscapes from the Museum’s collections to Paranaguá, Morretes, Rio Negroand Ponta Grossa.
Thirty paintings were selected. Most of them are Paraná landscapes, works of artists such as: Alfredo Andersen,Bakun, De Bona, Viaro, Traple, Fernando Calderari and Mazé Mendes. Highlights: “A Construçăo da Via Férrea do TremElétrico em Curitiba” (The Railway Construction for the Electric Train in Curitiba), of Bakun; “Mercado de Paranaguá”(Paranaguá Market), painted by Traple and “Canal de Morretes” (Morretes Canal), of Guido Viaro.
LecturesThe Museum promotes simultaneously and under the Coordination of the Collection and Conservation Dept., the
lecture “Pensando a Exposiçăo” (Considering the Exhibition), whose purpose is to prepare people and professionals whoare interested in enhancing their knowledge related to the organization, execution and assembly of an exhibition, anddiscuss concepts and the history of art in Paraná.
26
Julh
o –
2009
Wilson Andrade Silva, “Jardim da Aclimação”,
1957, 65 cm x 50 cm
Wilson Andrade Silva, “Aclimação Garden”,
1957, 65 cm x 50 cm
a r t e e m m o v i m e n t o
Ida Hanemann, “Paisagem - Reflexos”,
1985, 55,5 cm x 65,5 cm
Ida Hanemann, “Landscape - Reflexes”,
1985, 55,5 cm x 65,5 cm
Guido Viaro, “Canal de Morretes”, sem
data, 60 cm x 72 cm
Guido Viaro, “Morretes waterway”, n/d,
60 cm x 72 cmSERVIÇO:
Paranaguá:De 8 de maio a 28 de junho de 2009Casa da Cultura Monsenhor Celso - Largo Monsenhor Celso, 23, Centro Histórico
May 8 to June 28, 2009Casa da Cultura Monsenhor Celso - Largo Monsenhor Celso, 23, Centro Histórico
Morretes:Abertura: 7 de julho de 2009 – 19h - De 8 de julho a 23 de agosto de 2009Grupo Escolar Miguel Schleder - Rua XV de Novembro, 135, Centro
Opening: July 7, 2009 – at 7 pm - July 8 to August 23, 2009Grupo Escolar Miguel Schleder - Rua XV de Novembro, 135, Centro
Rio Negro:Abertura: 2 de setembro de 2009 – 19h - De 3 de setembro a 25 de outubro de 2009Museu Histórico Professora Maria José França Foohs, dentro do Parque Eco Turismo MunicipalSăo Luís de Tolosa - Rua Juvenal Ferreira Pinto, 2070, Seminário
Opening: September 2, 2009 – at 7 pm - September 3 to October 25, 2009Museu Histórico Professora Maria José França Foohs, located in Parque Eco Turismo MunicipalSăo Luís de Tolosa - Rua Juvenal Ferreira Pinto, 2070, Seminário
Ponta Grossa:Abertura: 3 de novembro de 2009 – 19h - De 4 de novembro a 13 de dezembro de 2009Espaço Cultural Guaira - Rua Balduíno Taques, 785, Centro
Opening: November 3, 2009 – at 7 pm - November 4 to December 13, 2009Espaço Cultural Guaira - Rua Balduíno Taques, 785, Centro
Apoio/Partnership: Apoio/Partnership:
27
Julh
o –
2009
28
Julh
o –
2009em foco
Nis
e d
a S
ilve
ira
Dando continuidade à exposição sobre a psiquiatraNise da Silveira e o Museu da Imagem do Inconsci-ente que o MON trouxe a Curitiba, a Coordenação deAção Educativa promoveu, no mês de maio, o semi-nário gratuito “Nise da Silveira: caminhos de umapsiquiatra rebelde na contemporaneidade”.
A conferência, que contou com debates, mesa-redonda e visita guiada às obras da exposição, tevecomo objetivo fazer uma reflexão sobre a atualidadedo trabalho da médica psiquiatra Nise da Silveira,assim como a discussão da arte como terapia eforma de expressão para os pacientes com transtor-nos mentais.
Participaram do evento o diretor do InstitutoMunicipal Nise da Silveira, Edmar Oliveira, médicopós-graduado em psiquiatria e gestão pública; apsicóloga e coordenadora de projetos do Museu deImagens do Inconsciente (MII), Gladys Schincariol; ocurador e diretor do MII, Luiz Carlos Mello; e omúsico e mestre em Museologia e Patrimônio da-quele museu, Eurípedes da Cruz Júnior. O trabalhocontou ainda com a participação da doutora emSociologia da Cultura pela Universidade de Quebec(Canadá), Heloisa Helena Costa, e do sociólogo eautor da Lei da Reforma Psiquiátrica Brasileira,Paulo Gabriel Godinho Delgado, que foi deputadofederal por vinte anos, entre 1986 e 2006.
28
Julh
o –
2009
em fo
coNise da Silveira in focusIn parallel to the exhibition of works related to
psychiatrist Nise da Silveira and the Museu deImagens do Inconsciente - MII (Museum of theUnconscious) that MON has brought to Curitiba, theDept. of Educational Action promoted in May thefree seminar: “Nise da Silveira - Caminhos de umapsiquiatra rebelde na contemporaneidade” (Nise daSilveira - Paths of a rebel psychiatrist in thecontemporaneity).
The conference, with debates, roundtable andguided visit to the exhibition works, had the purposeof considering the current aspects of thepsychiatrist’s work, as well as the art discussion astherapy and form of expression to patients withmental disorders.
The event had the participation of the directorof Nise da Silveira Municipal Institution; EdmarOliveira, physician postgraduate in Psychiatrics andPublic Management; Gladys Schincariol, psychologistand project coordinator of the MII; Luiz Carlos Mello,curator and director of the MII; and Eurípedes daCruz Júnior, musician and master in Museology andPatrimony of the MII. The seminar also had HeloisaHelena Costa, doctor in Sociology of Culture at theUniversité du Québec (Canada); and Paulo GabrielGodinho Delgado, sociologist and author of the Lawof Brazilian Psychiatric Reform, who was federaldeputy for twenty years, from 1986 to 2006.
29
Julh
o –
2009
30
Julh
o –
2009mostra
Sebastião Salgado, “Trabalhadores”, 1986
Sebastião Salgado, “Workers”, 1986
30
Julh
o –
2009
31
Julh
o –
2009
Arte ao alcancede todos
Exposição de obras doacervo da Fundação
Cultural de Curitiba
apresenta obras de Poty
Lazzarotto, Denise Roman,
Picasso, Guignard, Andy
Warhol, Di Cavalcanti ePortinari
por Denise Ribeiro
Marcelo Buainain, “Índia quantos olhos tem uma alma”, 1999, fotografia PB
Marcelo Buainain, “Indian how many eyes has a soul”, 1999, fotografia PB
31
Julh
o –
2009
32
Julh
o –
2009mostra
32
Julh
o –
2009
Segunda mostra do projeto “Museu na Escola”, a primeira realizada no Museu Oscar Niemeyer, “Diálogos de
um acervo” apresenta ao público 70 obras pertencentes à Fundação Cultural de Curitiba (FCC). São peças do
Museu da Gravura, do Museu da Fotografia, do Museu Metropolitano de Arte, do acervo iconográfico da Casa
da Memória, entre outros, representativas de uma coleção que reúne cerca de 5 mil trabalhos de artistas
estrangeiros e nacionais, como os paranaenses Poty Lazzarotto e Denise Roman ou os internacionalmente
renomados Picasso, Guignard e Andy Warhol, além de Di Cavalcanti e Portinari, para citar apenas alguns. A
exposição segue até o dia 8 de novembro de 2009, na Sala Rembrandt.
“É a oportunidade de ver em sua amplitude um acervo que é bem diversificado”, afirma um dos organizadores,
Rodrigo Ferreira Marques, da divisão de acervos artísticos da FCC. De acordo com Marques, foram selecionadas
para esta mostra as obras mais representativas entre os 136 trabalhos que já integravam o material didático
produzido pelo projeto “Museu na Escola”, lançado no ano passado pela FCC em parceria com a Secretaria
Municipal de Educação.De julho de 2008 a janeiro de 2009, o “Museu na Escola” realizou uma mostra de 30 obras no Memorial
de Curitiba e distribuiu material de apoio a todas as escolas da Rede Municipal de Ensino, que incluía reproduções
dos 136 trabalhos selecionados do acervo da FCC. Para a coordenadora de Artes Visuais da Secretaria Municipal
de Educação, Daniela Pedroso, a exposição no MON permite que mais pessoas tenham acesso às obras e ao
material de apoio fornecido pelo projeto aos professores. “No Memorial o número de visitantes era grande por
tratar-se também de um ponto turístico, mas no MON o projeto ganhou uma amplitude muito maior. Antes era
restrito às escolas municipais de Curitiba. Hoje, alunos de escolas estaduais e de municípios da Região
Metropolitana tomaram conhecimento desse material e os professores estão solicitando os kits”, observa Daniela.
Denise Roman, “Intervalo no ensaio do Coral Curumim”, 1993
Denise Roman, “Break from Coral Curumim rehearsal”, 1993
33
Julh
o –
2009
33
Julh
o –
2009
“Você está dando
a oportunidade
para a população
e para as escol
as conhecerem o
acervo municipa
l, que é de todo
cidadão curitibano
. Essas obras sã
o da cidade de
Curitiba e são n
ossas”, completa
a coordenadora.
Os kits produzido
s para o “Museu
na Escola” estã
o sendo distribuí
dos diretamente
pelo MON para
as instituições
de ensino que vi
sitam a exposiçã
o. Além de auxili
ar o professor du
rante as aulas de
educação artístic
a, o projeto reve
la
aos alunos da re
de pública o qua
nto a arte pode
ser acessível. “N
os livros, eles ve
em obras, como
a “Monalisa”, que
estão distantes d
eles. Quando ele
s percebem que
podem ver um t
rabalho artístico
de perto, levar a
família, isso dá
uma gratificação
muito grande para
eles. Eles sente
m-se atingidos pe
las obras e donos
delas também”,
ressalta Daniela.
A proximidade co
m a arte e com
os artistas também
tem impacto no
desenvolvimento
dos estudantes, t
anto no que
diz respeito ao d
esempenho escol
ar quanto no pre
paro deles para
a vida. “Eles pe
rcebem que o a
rtista está faland
o
das coisas do n
osso cotidiano, m
as em outras ling
uagens. E perceb
em que um alun
o também pode
utilizar as artes
visuais para se c
omunicar, que ele
também pode se
r produtor de arte
”, defende Daniel
a. “É um aluno q
ue vai aprender
a argumentar me
lhor, ler e escrev
er melhor. Uma
criança que não
argumenta, não
escreve. A arte d
á voz. Os alunos
que em outras á
reas do conhecim
ento não têm ta
nta segurança, c
omeçam a argum
entar e defender
sua leitura de
mundo junto com
sua leitura da
obra”, completa a
coordenadora.
Embora a exposi
ção faça parte d
e um projeto vol
tado para a integ
ração entre muse
u e escola, o vis
itante que não
tem vínculo com
instituições de en
sino também tem
a oportunidade
de tomar contato
de uma só vez
com obras de
diversas técnicas,
de vários período
s históricos e mo
vimentos artístico
s, organizadas nu
ma linha do temp
o e divididas em
temas, e descobr
ir, por exemplo,
que, além da pi
ntura e da gravu
ra, Picasso dedic
ava-se à confecç
ão de peças de
cerâmica, e que
duas delas perte
ncem hoje ao ac
ervo da cidade d
e Curitiba.
34
Julh
o –
2009
Art within everyone’s reachThe exhibition of works from the Cultural Foundation of Curitiba shows works of Poty Lazzarotto, Denise Roman,
Picasso, Guignard, Andy Warhol, Di Cavalcanti and Portinari
by Denise RibeiroThe second exhibition organized by the “Museum at School” project and the first at the Oscar Niemeyer Museum (MON),
“Dialogs of a collection” shows 70 works that belong to the Cultural Foundation of Curitiba (FCC). These are works from the
Museum of Print, the Museum of Photography, the Metropolitan Museum of Art, the iconographic collection of Casa da Memória,
among others, representative of a collection that gathers around 5 thousand works of national and foreign artists, such as Poty
Lazzarotto and Denise Roman (from Paraná) or internationally renowned Picasso, Guignard and Andy Warhol, as well as Di
Cavalcanti and Portinari, to name a few. The exhibition will be at the Museum until November 8, 2009, at Rembrandt Room.
“This is the opportunity to see the amplitude of a very diversified
collection”, says one of the organizers, Rodrigo Ferreira Marques, from the
division of artistic collections of the FCC. According to Marques, the most
representative works were selected from the 136 works that already
comprised the didactical material produced by the “Museum at School”
project, released by the FCC last year in a partnership with the Municipal
Division of Education.From July 2008 to January 2009, the “Museum at School” project
promoted an exhibition of 30 works at Curitiba Memorial and distributed
supporting material to all municipal public schools, which included
reproductions of the 136 works selected from the FCC collections. For
Daniela Pedroso, coordinator of Visual Arts of the Municipal Division of
Education, the exhibition at MON enables broader access to works and
supporting material provided by the project to teachers. “At the Memorial, the
number of visitors was high, as this is a tour place, but at MON, the project
achieved a greater amplitude. Before, it was restricted to municipal public
schools of Curitiba. Today, students from state schools and schools of cities in
the Metropolitan Region know this material and the teachers are ordering the
kits”, says Daniela. “You’re giving the population and schools the opportunity
to know the city collections, assets of the city population. These works
belong to the city of Curitiba, they’re ours”, concludes the coordinator.
Fifty kits, from the 4.8 thousand kits produced for the “Museum at
School” project, are being distributed directly by the MON to educational
institutions that visit the exhibition. Besides helping the teacher during the art
education classes, the project shows the students of the public schools how
mostra
Raul Cruz,”Retrato de Pierre Riviére”, 1987
Raul Cruz,”Pierre Riviére Portrait”, 1987
Andy Warhol, “A Sombra”, 1987, 96,3 cm x 95,5 cm
Andy Warhol, “The Shadow”, 1987, 96,3 cm x 95,5 cm
34
Julh
o –
2009
35
Julh
o –
2009
accessible art can be. “The works they see in books, such as ‘Mona Lisa’, are distant from them. When
they notice that they can see an artistic work close at hand and take their family to see it, it is very
gratifying to them. They feel they’re touched by the works and their owners too”, Daniela emphasizes.
Being close to art and artists has also an impact on the students’ development, in terms of school
performance and their preparation to adult life. “They notice that the artist is talking about things of
our everyday life, but in other languages. And they feel that a student can use visual arts also to
communicate, that he or she can also be an art producer”, defends Daniela. “This student will learn how
to use arguments better, read and write better. A child that does not use arguments, does not write
either. Art expresses feelings. Students that don’t feel confident in other knowledge areas, start to
argue and defend their perception of the world with their perception of the art work”, concludes the
coordinator.Although the exhibition is part of a project
directed to the integration between museum and
school, the visitor not linked with educational
institutions also has the opportunity to be in contact
with works of several techniques, historical periods and
artistic schools, organized in timelines and divided into
themes, and discover, for instance, that, besides
paintings and prints, Picasso produced ceramic pieces,
and that two of them belong today to the collections
of the city of Curitiba.
SERVIÇO“Diálogos de um acervo - Museu na escola”
Sala Rembrandt- Até 8 de novembro de 2009“Dialogue of a collection - Museum at School”
Rembrandt room - Up to november 8th 2009
Cândido Portinari, “Sem Título”, 1948, 38,4 cm x 27,4 cm
Cândido Portinari, “Untitled”, 1948, 38,4 cm x 27,4 cm
35
Julh
o –
2009
Apoio/Partnership:
36
Julh
o –
2009mostra
As duas invenções revolucionárias
dos irmãos Lumière, o autocromo(a fotografia colorida) e
o cinematógrafo (filme),dialogam na exposição trazida
ao MON para celebrar o
Ano da França no Brasil
As duas invenções revolucionárias
dos irmãos Lumière, o autocromo(a fotografia colorida) e
o cinematógrafo (filme),dialogam na exposição trazida
ao MON para celebrar o
Ano da França no Brasil
36
Julh
o –
2009
Gênios da Gênios da
37
Julh
o –
2009
por Flora Guedes
37
Julh
o –
2009
criação criação
38
Julh
o –
2009mostra
A passagem do neto de Luís Lumière, Max Le Franc, em Curitiba para amontagem da exposição “Autocromos Lumière -- O Tempo da Cor”, mostra bemcomo é valiosa a exposição em cartaz no Museu Oscar Niemeyer. Trata-se de maisuma iniciativa do Ano da França no Brasil. Mas não é só isso. Ela estreita os laçosculturais entre os dois países, e com clara intenção da França, mais diretamente doInstitut Lumière, em Lyon, da Região Rhône-Alpes, e Culturesfrance que subsidiarama vinda da mostra, inédita na sua composição.
A exposição, singela no que diz respeito à sua disposição, reúne 70 fotografiascoloridas originadas nos autocromos de Luís e Augusto Lumière dialogando com trêsgrandes telas que rodam 17 filmes feitos pelos irmãos, entre 1895 e 1900 -- efazem parte da primeira produção cinematográfica mundial. O curador francêsDominique Paini completou a mostra com uma pintura, películas para a projeção defilmes dos irmãos Lumière e um autocromo original (do tamanho de uma fotografia),que ganhou “iluminação inteligente”. Só acende quando o visitante se aproxima,evitando que danifique o material sensível à luz.
“Essa exposição ‘Autocromos’, tão importante no estrangeiro, mostra as primeirasimagens em movimento que o homem viu e as primeiras fotografias coloridas. Osirmãos Lumière registraram momentos históricos e intimistas, os operários saindo dasfábricas, as famílias, o cotidiano de uma época, para que pudessem ser vistos nostempos futuros. Caso contrário, nunca saberíamos, ao certo, como era o mundo nofinal do século 19”, pontuou Cecile Bourgeat, presidente do Institut Lumière, onde ummuseu e um cinema guardam a história dos irmãos Lumière. Há dois anos, umaexposição com os autocromos aconteceu em Moscou, mas não com a mesmadimensão da apresentada no MON.
A verdade é que, à medida que se toma conhecimento da história dessasimagens, a exposição fica mais fascinante. Porque o impacto provocado pelas duasinvenções dos irmãos Lumière, o autocromo e o cinematógrafo, revolucionou o mundopara sempre. A primeira permitiu que amadores pudessem tirar fotos coloridas, apartir de 1903, quando o autocromo foi patenteado. O processo da fotografia coloridados Lumière utilizava fécula de batata e placas de vidro.
“Em Lyon temos 600 autocromos originais no museu, dos quais o curador selecionouesses 70, com certeza os mais famosos. Trouxemos apenas as cópias. Tenho algunsna minha casa também”, revela Max Le Franc, que não herdou a genialidade parainvenções do avô, mas certamente aprendeu a amar todo legado deixado por ele epelo tio-avô. Os autocromos foram divididos por tema na exposição: “Os IrmãosLumière”, “Família Lumière”, “Personagens”, “Paisagens Sublimes” e “Natureza Morta”.
“Se verificarmos nos manuais sobre os princípios da fotografia, vamos ver asregras para se tirar uma foto. O horizonte deve tomar um terço da foto, a pessoadeve ser retratada no lado direito, nunca no meio, há um vazio no lado esquerdoe um objeto colorido perto da pessoa. O olho humano sempre procura o lado direito,por isso esse espaço é valorizado”, ensinou ele. “Eles faziam isso instintivamente, não
39
Julh
o –
2009
39
Julh
o –
2009
40
Julh
o –
2009mostra
existia nenhum manual naquela época, mas eles tiravam fotos assimpelo bom gosto. Com os autocromos trabalharam profundidade, luz,delicadeza dos contornos, intensidade nas cores. A foto parece umapintura, transborda emoção”, explica Le Franc.
Já com o cinematógrafo, patenteado em 1895, os geniais irmãosLumière permitiram a projeção de filmes e, por isso, mandaramvárias pessoas ao redor do mundo para captarem imagens, como asfeitas no Japão, no México, na África do Sul, Rússia. No total, foramfeitos 1,4 mil filmes de 50 segundos (16 quadrados por segundo),em cinco anos. Entre os filmes exibidos na “Autocromos Lumière”estão “Banho de Mar” (1895), “Refeição do Bebê” (1895), “Chegadade Carro” (1896), “Aquário com Peixes Vermelhos” (1897) e “Épinal:as margens do Rio Moselle” (1900).
“Se não fosse a vontade deles, a humanidade nunca teria visto, porexemplo, a coroação do czar na Rússia. Esse filme, inclusive, está aquina exposição. Os filmes imortalizaram os costumes de uma época, comoas pessoas se vestiam nas ruas, na praia. De todas as invençõesdeles, as mais revolucionárias são as placas autocromos e o cinema-tógrofo”, reforça ele, informando que o alto-falante, o aquecedorcatalítico, a guitarra elétrica, o centrifugador de saladas e o curativopara queimaduras, por exemplo, foram criados pelo avô Luís.
“Para quem inventou a foto instantânea aos 16 anos, é de seesperar. Os irmãos Lumière eram inventores por natureza. Lembroque quando meu avô teve catarata, aos 80 anos, disseram que eleteria que usar um tampão no olho. Mas ele não queria de jeitonenhum, então criou óculos que substituíam o tampão”, contou LeFranc. “Também quando ficou doente e precisava tomar injeçõesaplicadas por uma enfermeira, tratou logo de ficar independente.Criou uma pistola que permitia que ele mesmo aplicasse os remédiose nunca mais precisou de enfermeira. Meu avô não parava deinventar coisas, muitas vezes, para facilitar a vida dele mesmo”,lembrou ele, que tinha 13 anos quando o avô Luís faleceu.
“O Augusto também era extremamente inteligente. Para passarnum concurso de engenharia, era preciso que a pessoa falassefluentemente inglês. Mas só faltavam três meses para o concurso.Então ele aprendeu a falar a língua, só nos livros, e estudouengenharia”, relatou Max Le Franc, explicando que todas as inven-ções eram assinadas pelos dois irmãos engenheiros, mas queAugusto sempre se interessou mais pela Medicina e Fisiologia,enquanto Luís pela Física e Química.
Segundo Max Le Franc, os irmãos franceses inventores buscaram,por muito tempo, criar o filme colorido, mas não conseguiram. Pintarammanualmente cópia por cópia de projeção para imprimir cor aos filmes.“O mesmo que fizeram nos autocromos, tentaram fazer na película, masnão deu certo. Luis tentou também fazer o filme em relevo (tridimen-
sional), até conseguiu, filmando a mesma cena com uma objetiva azule outra vermelha, mas não teve sucesso”, completa.
A família Lumière e a busca pela corO autocromo (significa: a cor por si mesma) era constituído por
uma mistura de milhões de grãos microscópicos de fécula de batata,nas cores laranja, violeta e verde (rede tricromo), que agiam como umfiltro e depois era espalhada sobre placas de vidro cobertas com vernize emulsão preta e branca. Através dessa emulsão, os grãos da féculase fixam no local correspondente às cores captadas. A revelação era
“Luís Lumière em família”, 1910, 9 cm x 12 cm
“Luís Lumière and family”, 1910, 9 cm x 12 cm
41
Julh
o –
2009
idêntica ao processo de fotografia em preto e branco da época; só precisava a inversão em positivoda imagem negativa impressa. A imagem passou, então, a ser capturada em uma só etapa.
O processo foi comunicado à Academia de Ciências de Paris, em maio de 1904, etransformou a estética e a indústria da imagem. Após a patente, Luís Lumière passou afabricar em escala industrial as placas batizadas de “Autocromo Lumière”. Por 30 anos, ou atéaparecerem no mercado as cores químicas, o autocromo não enfrentou concorrência. SegundoMax Le Franc, os irmãos Lumière tomaram gosto pelos inventos e pela busca pelo coloridocom o pai, Antônio, que foi pintor. Assim que a família se mudou para Lyon, Antoniomatriculou os filhos na escola técnica La Martinière, buscando oferecer a melhor educação paraos filhos. Parecia prever o futuro dos filhos inventores.
“Antônio Lumière, pai de Luís e
Augusto Lumière”, 1904, 9 cm x 12 cm
“Antônio Lumière, Luís and Augusto
Lumière’s father”, 1904, 9 cm x 12 cm
“Luís Lumière”,
1935, 18 cm x 24 cm
“Augusto Lumière”,
1905, 9 cm x 12 cm
42
Julh
o –
2009mostra
Geniuses of CreationFine line: The two revolutionary inventions of the Lumičre Brothers: the
autochrome (color photograph) and cinematograph (film) keep a dialog, in theexhibition brought to MON to celebrate the Year of France in Brazil.
By Flora Guedes
The visit of Max Le Franc, Louis Lumičre’s grandson, to Curitiba, for theassembly of exhibition “Autochromes Lumičre – The Color Time”, shows very wellhow valuable the exhibition at the Oscar Niemeyer Museum (MON) is. This is onemore initiative of the Year of France in Brazil, but it’s not only that. It reinforcesthe cultural links between both countries, and with clear intention of France,particularly of the Institut Lumičre, in Lyon, in Rhône-Alpes, and Culturesfrance,which are supporting the collection exhibition here, for the first time with thiscomposition.
The exhibition, with simple arrangement, presents 70 color photos made fromthe autochromes of Louis and Auguste Lumičre, that keep a relation with the threelarge screens showing 17 movies made by the Lumičre Brothers from 1895 to 1900– and that are part of the first cinematographic production in the world. Frenchcurator Dominique Paini complemented the exhibition with a painting, films for theprojection of movies created by the Lumičre Brothers and one original autochrome(of a photo’s size), which received “intelligent illumination”, i.e., it’s on only whenthe visitor approaches, preventing damages to the light-sensitive material.
“The exhibition ‘Autochromes’, so important abroad, shows the first movingimages that man has seen and the first color photos. The Lumičre Brothers madehistorical and intimate records, workers leaving factories, families, the everyday lifeof a period, for exhibition to future generations. Otherwise, we would never knowfor sure what late 19th century was like”, emphasized Cecile Bourgeat, presidentdo the Institut Lumičre, where a museum and a movie theater keep the history ofthe Lumičre Brothers. Two years ago, an exhibition with the autochromes waspromoted in Moscow, but not with the same dimension as this one, in MON.
The truth is that, as you learn the history of these images, the exhibition getsmore fascinating. Because the impact caused by these two inventions of theLumičre Brothers, the autochrome and cinematograph, changed the world forever.The first invention enabled amateurs to take color photos after 1903, when theautochrome was patented. The color photography process of the Lumičre Brothersused potato starch and glass plates.
“In Lyon, we have 600 original autochromes at the museum; the curatorselected these 70 from them, for sure the most famous ones. We brought onlycopies. I have some at home too”, says Max Le Franc, who has not inherited hisgrandfather’s geniality for inventions, but certainly learned how to love all legacyleft by his grandfather and great-uncle. The autochromes were divided by themefor the exhibition: The Lumičre Brothers, The Lumičre Family, Characters, SublimeLandscapes and Dead Nature.
“If we check in handbooks of photography principles, we will see the rules fortaking a photo. The horizon should occupy one third of the picture, the personshould be on the right side, never in the middle, an empty space is on the left and acolor object near the person. The human eye always focuses on the right side, andfor this reason this area is valued”, he taught. “They made it instinctively, therewas no handbook at the time, but they took pictures for their good taste. With theautochromes, they studied depth, light, contour fineness, color intensity. Thepicture looks like a painting, overflowing with emotion”, explains Le Franc.
With the cinematograph, patented in 1895, the ingenious Lumičre Brothersenabled the film projection and, for this reason, they sent several people across theworld to capture images, just like those made in Japan, Mexico, South Africa andRussia. In total, 1.4 thousand films of 50 seconds (16 frames per second) weremade in five years. The “Autochromes Lumičre” exhibition shows: Sea Bath (1895),Baby Meal (1895), Car Arrival (1896), Aquarium with Red Fishes (1897) andÉpinal: the margins of Moselle River, among others (1900).
“If they hadn’t wanted to do it, the humanity would never have seen, forinstance, the Czar crowning in Russia. This film is also here in the exhibition. Thefilms have immortalized the habits of a period, how people dressed on the streets,at the beach. From all their inventions, the most revolutionary ones are theautochrome plates and the cinematograph”, he emphasizes, informing that theloudspeaker, the catalytic heater, the electric guitar, the salad centrifuge and thebandage for burns, for instance, were created by his grandfather.
“For someone who invented the instant photo at 16 years old, we can expectthat. The Lumičre Brothers were inventors by nature. I remember when mygrandfather had cataract, at 80 years old, and they said that he would have towear a bandage on his eye. But he didn’t want it at all, then he created a pair ofglasses to replace the eye bandage”, Le Franc told. “And when he got sick andneeded to injections applied by a nurse, he soon found a way to be free of that. Hecreated a pistol that he used to inject the medicine and he never more needed anurse. My grandfather didn’t stop inventing things, many times to make his lifeeasier”, said he, who was 13 years old when his grandfather died.
“Auguste was also extremely intelligent. To be approved in an engineeringcontest, he would have to speak English fluently. But there were only three monthsfor the exam. Then, he learned how to speak the language, using books only, andstudied engineering”, said Max Le Franc, explaining that all inventions were signed
43
Julh
o –
2009
by both engineer brothers, but that Auguste was always more interested inMedicine and Physiology, while Louis was more interested in Physics and Chemistry.
According to Max Le Franc, the inventors tried for a long time to createthe color film, but they were not successful. They painted manually each projectioncopy to have color films. “They tried with films the same process as that forautochromes, but it didn’t work. Louis also tried to make tridimensional film,shooting the same scene with a blue objective lens and a red objective lens, but hewas not successful”, he complements.
The Lumičre Family and the search for colorThe autochrome (means: color by itself) was constituted of a mixture of
millions microscopic grains of potato starch, in orange, violet and green (thetrichrome process) that acted as a filter and was spread on glass plates coveredwith varnish and a black and white emulsion. Through this emulsion, the starchgrains are fixed to the points corresponding to the captured colors. Thedevelopment was identical to the black and white photo process at the time, withthe image positive inversion of the printed negative image. Then, the image startedto be captured in a single phase.
The process was notified to the Paris Academy of Sciences, in May 1904,and changed the image esthetics and industry. After the patent, Louis Lumičre
started to manufacture the plates in industrial scale, which were namedAutochromes Lumičre. For 30 years, or until the advent of chemical colors in themarket, the autochrome did not have any competitor. According to Max LeFranc, the Lumičre Brothers were engaged in inventions and the search for colorswith their father, Claude-Antoine, who was a painter. As soon as the familymoved to Lyon, the father registered his sons at the technical school LaMartiničre, to offer the best education to them. It seems that he foresaw thefuture of his ingenious sons.
SERVIÇO“Autocromos Irmăos Lumičre”Sala Pancetti - Até 13 de setembro de 2009
“Autochromes Lumičre Brothers”Pancetti room - Up to september 13th 2009
“A Senhora Antônio Lumière e
netos”, 1909, 13 cm x 18 cm
“Mrs. Antônio Lumière and
grandsons”, 1909, 13 cm x 18 cm
Patrocínio/Sponsorship:
Apoio/Partnership:
44
Julh
o –
2009a cervo
44
Julh
o –
2009
Obras vindas do México, da Argentina, da Colômbia, de outros lugares do Brasil, de Cuba
, do Chile, do
Equador, da Nicarágua, do Uruguai e da Venezuela chegam a Curitiba com a mostra “Latitud
es: Mestres Latino-
americanos na Coleção FEMSA”, que ficam em exposição até o dia 16 de agosto.
Pela primeira vez na capital paranaense e no Museu Oscar Niemeyer, o acervo da FEMSA, m
aior companhia
de bebidas da América Latina, com sede no México, reúne pinturas assinadas por alguns dos
mais expressivos
nomes das artes plásticas do mundo. A Coleção conta com mais de mil obras de diferentes ma
nifestações artísticas
– esculturas, desenhos, fotografias, pinturas, etc. -- que fazem parte da história da arte modern
a e contemporânea
latino-americana. Sob a curadoria de Rosa María Rodríguez Garza, a exposição que chega
a Curitiba traz um
recorte significativo da Coleção FEMSA, com a presença de 41 obras selecionadas. “A mostra
tem a participação
de grandes artistas, em especial dos mexicanos, dada a preeminência do México como polo c
ultural da América”,
ressalta Rosa María.
A riqueza e a diversidade da mostra são vistas a partir das influências e contribuições cultu
rais de artistas
como Frida Khalo, Diogo Rivera, Fernando Botero, Jesús Soto, Iberê Camargo, Arcangelo Ianel
li e outros grandes
mestres da arte que usam a genialidade e o talento para criarem suas obras.
A exposição é organizada pelos cinco núcleos temáticos: “a influência do cubismo nos pintores
da América Latina”, “o retrato e a paisagem como testemunhos de identidade”, “muralismo: a
evolução da América Latina na arte universal”, “a incorporação do surrealismo na arte latino
-
americana” e “abstração e informalismos”. Alguns trabalhos refletem o clima das primeiras
vanguardas do século XX, como os assinados por Diego Rivera, Joaquín Torres García e Ánge
l
Zárraga. A influência do cubismo – movimento que trata as formas da natureza por meio de
figuras geométricas – é visível na obra “El Grande de España”, do mexicano Diego Rivera.
A incorporação do retrato e da paisagem de maneira singular pode ser vista em obras de
criadores
que expressavam a realidade latino-americana, como em “Retrato de Gabriél Fernández”,
do mexicano
Roberto Montenegro, e algumas obras do venezuelano Armando Reverón. Já o surrealism
o – corrente
artística que representa o irracional e subconsciente - pode ser notado em obras de Frida
Khalo (como
“Mi vestido cuelga aqui”), Wilfredo Lam, Roberto Matta, Agustín Lazo e Guillermo Meza.
De acordo com a curadora Rosa María Rodríguez Garza, “desde 2000, ano em que s
e iniciou
o programa de itinerância, a Coleção FEMSA já participou de 52 exposições em diversas
cidades do
México e em outros países. Esta seleção de 41 obras já esteve na Argentina, está
no Brasil e
posteriormente irá para os Estados Unidos”. Rosa María adianta que o público de
Curitiba se
surpreenderá com a riqueza da arte de 10 países da América Latina. “Os curitibanos
vão poder
admirar obras do período de grande riqueza cultural da América Latina.”
45
Julh
o –
2009
45
Julh
o –
2009
MON recebe mestreslatino-americanos
por Jaqueline Tiepolo
Acervo da Coleção FEMSA permanece em Curitiba até 16 de agosto
Artistas participantes da mostraAntonio Berni, Jacobo Borges, Fernando Botero, Diego Rivera, Iberê Camargo, Leonora Carrington, Pedro Coronel, Olga Costa, Pedro Figari,Leonor Fini, José Gamarra, Oswaldo Guayasamin, José Gurvich, Alfredo Hlito, Arcangelo Ianelli, Frida Kahlo, Wifredo Lam, Agustín Lazo,Romulo Maccio, Roberto Matta, Francisco Matto, Carlos Mérida, Guilhermo Meza, Alfonso Michel, Roberto Montenegro, Armando Morales,Gerardo Murillo, Carlos Orozco Romero, César Paternoso, Alfredo Ramos Martínez, Armando Reverón, Manuel Rodríguez Lozano, David AlfaroSiqueiros, Jesús Soto, Rufino Tamayo, Luis Tomasello, Joaquín Torres García, Cordelia Urueta, Remedios Varo e Ángel Zárraga.
46
Julh
o –
2009a cervo
A Coleção FEMSAA coleção começou a se formar em 1977 por iniciativa das empresas do
Grupo FEMSA e com apoio de instituições e pessoas que fizeram doações aoacervo. Surgiu como parte do compromisso do Grupo FEMSA de promover edisseminar o interesse pela arte de seus colaboradores, familiares e comunidades.
Uma das premissas desde o início da coleção foi a de formar um acervoque mostrasse a evolução, pluralidade e riqueza da arte latino-americana a partirdo século XX, e na qual a presença da arte mexicana fosse incentivada. Contou-se com a assessoria de críticos de arte e de especialistas, cujos conhecimentose critérios validaram o curso da coleção. O início aconteceu a partir de aquisiçõesde obras de participantes do movimento do muralismo e, em seguida, a artelatino-americana somou-se ao acervo.
Depois de uma década de coleção, o Grupo FEMSA recebeu a generosadoação da Coleção Artes Gráficas Panamericanas (AGPA), formada por mais de400 obras de experimentação gráfica realizadas por grandes mestres latino-americanos dedicados, na sua maioria, à pintura e à escultura. Em 1991, aempresa também adquiriu a Window South, do colecionador americano PaulCook. Esta coleção incluiu mais de 200 obras dos máximos representantes dediferentes escolas latino-americanas, destacando a presença da Argentina, doBrasil, da Colômbia, do Chile, da Nicarágua, do Uruguai e do México.
A Coleção FEMSA se consolidou e adquiriu o reconhecimento como uma dascoleções de arte mais importantes no México. Suas mais de mil obras dediversas manifestações artísticas narram os caminhos da arte latino-americana doséculo XX, seus momentos culminantes na obra de grandes mestres e a chegadado século XXI por meio de criadores contemporâneos que lidam com surpreen-dentes linguagens e singulares propostas estéticas.
47
Julh
o –
2009
47
Julh
o –
2009
Frida Kahlo, “Meu vestido se pendura aqui aqui”
Frida Kahlo, “My dress hangs here”
48
Julh
o –
2009a cervo
Fernando Botero,
“Santa Rosa de Lima”
48
Julh
o –
2009
49
Julh
o –
2009
Diego Rivera, “O grande da Espanha”
Diego Rivera, “The biggest os Spain”
50
Julh
o –
2009
O Grupo FEMSA -- Fomento Econômico Mexicano S. A. -- estáentre os cinco maiores conglomerados empresariais do México e é amaior empresa de bebidas da América Latina, com operações emnove países (México, Guatemala, Nicarágua, Costa Rica, Panamá,Colômbia, Venezuela, Brasil e Argentina).
MON receives Latin American mastersExhibition of the FEMSA collection until August 16 in CuritibaBy Jaqueline Tiepolo
Works from Mexico, Argentina, Colombia, Brazil, Cuba, Chile, Ecuador,Nicaragua, Uruguay and Venezuela are in Curitiba for the exhibition: “Latitudes:Mestres Latino-americanos na Coleçăo FEMSA” (Latitudes: Latin American Mastersin the FEMSA Collection), at the MON until August 16.
For the first time in the capital of Paraná and at the Oscar Niemeyer Museum,the collection of FEMSA, the largest beverage company in Latin America, based inMexico, has paintings of some of the world’s most expressive plastic artists. Thecollection includes more than one thousand works from different artisticmanifestations – sculptures, drawings, photos, paintings, etc. - that are part of theLatin American modern and contemporaneous art history. Under curatorship of RosaMaría Rodríguez Garza, the exhibition that is coming to Curitiba has achieved asignificant record to the FEMSA Collection, with the selection of 41 works. “Theexhibition has the participation of great artists, particularly the Mexicans, whichhighlights Mexico as a cultural center in America”, emphasizes Rosa María.
The exhibition richness and diversity are noted in cultural influences andcontributions of artists, such as Frida Khalo, Diogo Rivera, Fernando Botero, JesúsSoto, Iberę Camargo, Arcangelo Ianelli, and other great art masters who usegeniality and talent to create their works.
The exhibition is organized according to five thematic cores: “the influence ofcubism on Latin American painters”, “portrait and landscape as evidences ofidentity”, “mural painting: the evolution of Latin America in the universal art”, “theincorporation of surrealism into the Latin American art” and “abstraction andinformalism”. Some works reflect the environment of the first vanguards of the20th century, such as those created by Diego Rivera, Joaquín Torres García andÁngel Zárraga. The influence of cubism - movement that represents the natureforms through geometric structures - is evident in “El Grande de Espańa” (The Greatof Spain), of Mexican Diego Rivera.
The combination of portrait and landscape in a singular manner is clear in worksof creators who expressed the Latin American reality, as in “Retrato de GabriélFernández” (Portrait of Gabriél Fernández), of Mexican Roberto Montenegro, andsome works of Venezuelan Armando Reverón. Surrealism - the artistic movement thatrepresents the irrational and the subconscious - is the influence of works like “Mivestido cuelga aqui” (My dress is hung here), of Frida Khalo, and others of WilfredoLam, Roberto Matta, Agustín Lazo and Guillermo Meza.
According to curator Rosa María Rodríguez Garza, “since 2000, when theitinerant program started, the FEMSA Collection has participated in 52 exhibitions inseveral cities in Mexico and other countries. This selection of 41 works has alreadybeen to Argentina, is now in Brazil and will be in the United States afterwards”. RosaMaría anticipates that the visitors in Curitiba will be surprised at the richness of theart from 10 Latin America countries. “The spectators in Curitiba will be able to admireworks from a period of great cultural richness of Latin America”.
The FEMSA CollectionThe collection was created in 1977 from an initiative of the FEMSA Group’s
companies and with the support of institutions and people who donated works tothe collection. Then, it came as part of the FEMSA Group‘s commitments topromote and disseminate the interest in art among its employees, family membersand communities.
Wifredo Lam, “Quando não durmo, sonho”
Wifredo Lam, “When I’m not assleep, I dream”
50
Julh
o –
2009a cervo
51
Julh
o –
2009
One of the purposes was to form a collection that could show theevolution, plurality and richness of the Latin American art startingfrom the 20th century and promote the Mexican art. They had thesupport of art critics and specialists, whose knowledge and criteriavalidated the collection course. The start actually happened with theacquisition of works made by artists influenced by mural painting, andsoon the Latin American art was added to the collection.
Ten years after the collection was created, the FEMSA Groupreceived the generous donation of the Pan-American Graphic Art (AGPA)Collection, of over 400 works of graphic experimentation made by greatLatin American masters mostly dedicated to paintings and sculptures. In1991, the company acquired the Window South collection fromAmerican collector Paul Cook, which included over 200 works of thebest representatives of different Latin American schools, withhighlighted presence of Argentina, Brazil, Colombia, Chile, Nicaragua,Uruguay and Mexico.
The FEMSA Collection has achieved consolidation and has beenrecognized as one of the most important art collections in Mexico. Itsmore than one thousand works from several artistic manifestationsnarrate the paths of the Latin American art in the 20th century, itsculminating moments among the workings of great masters and theadvent of the 21st century through contemporaneous creators whoutilize surprising languages and singular esthetic proposals.
The FEMSA Group - Fomento Econômico Mexicano S.A. - is amongthe five largest business conglomerates in Mexico and the largestbeverage company in Latin America, with operations in nine countries(Mexico, Guatemala, Nicaragua, Costa Rica, Panama, Colombia,Venezuela, Brazil and Argentina).
Artists that participate in the exhibition:Antonio Berni, Jacobo Borges, Fernando Botero, Diego Rivera,
Iberę Camargo, Leonora Carrington, Pedro Coronel, Olga Costa,Pedro Figari, Leonor Fini, José Gamarra, Oswaldo Guayasamin, José
Gurvich, Alfredo Hlito, Arcangelo Ianelli, Frida Kahlo, Wifredo Lam, Agustín Lazo, RomuloMaccio, Roberto Matta, Francisco Matto, Carlos Mérida, Guilhermo Meza, Alfonso Michel,Roberto Montenegro, Armando Morales, Gerardo Murillo, Carlos Orozco Romero, CésarPaternoso, Alfredo Ramos Martínez, Armando Reverón, Manuel Rodríguez Lozano, David AlfaroSiqueiros, Jesús Soto, Rufino Tamayo, Luis Tomasello, Joaquín Torres García, Cordelia Urueta,Remedios Varo and Ángel Zárraga.
SERVIÇO“Latitudes: Mestres Latino-americanos na Coleçăo FEMSA”Sala Gauguin - Até 16 de agosto 2009
“Latitudes: Latin American Masters in the FEMSA Collection”Gauguin room - Up to August 16
Armando Morales, “Figuras”
Armando Morales, “Figures”
Arcangelo Ianelli, “Superposição de quadros I”
Arcângelo Ianelli, “Superposition of tables I”
51
Julh
o –
2009
Patrocínio/Sponsorship:
Apoio/Partnership:
52
Julh
o –
2009
A arquitetura de Niemeyer
como cenário
52
Julh
o –
2009
As linhas retas. Os espaços vazios. O concreto armado. A harmonia das formas curvase assimétricas. Tudo amplia as possibilidades de utilização dos espaços do Museu OscarNiemeyer para a realização de exposições. Com 35 mil metros quadrados de área construídae quase 17 mil metros quadrados com potencial expositivo, o Museu também reserva diversasáreas para eventos.
A história do Museu começou em 2002, quando o prédio principal, projetado pelo arquitetoOscar Niemeyer na década de 60, deixou de ser sede de secretarias de Estado para setransformar em museu. O prédio, antes chamado de Edifício Presidente Humberto CasteloBranco, passou por adaptações e ganhou um novo anexo, conhecido como Olho, tambémprojetado por Niemeyer e inspirado nas araucárias paranaenses.
A instituição possui nove salas de exposição, divididas em mais de 5 mil metrosquadrados, além do espaço Niemeyer, do pátio das Esculturas e do Olho, que abriga o salãoprincipal, com área expositiva de 1.708,14 m2, e a Torre da Fotografia (com 3 salas, cadauma com 84 m2). O museu oferece ainda aos seus visitantes um espaço para a arte-educação, um café e uma livraria.
De 2003 a junho de 2008, o Museu realizou mais de 132 mostras nacionais, internacionaise itinerantes. A instituição recebeu quase 750 mil visitantes no mesmo período.
Espaços para eventosAuditório (484,15 m2)Com capacidade para 372 pessoas sentadas, conta com toda a infraestrutura de
áudiovisual. A entrada é feita pelo piso térreo do prédio principal.
Salão de Eventos (802,50 m2)Com capacidade para 500 pessoas sentadas, possui infraestrutura para montagem de bufê
e cozinha em ambiente fechado. Como apoio, também pode ser utilizada a ampla áreaexterna, adjacente ao salão, que tem as laterais abertas. O Salão de Eventos está localizadono piso térreo do prédio principal, imediatamente atrás da entrada do Museu, com acessoindependente da área interna da instituição.
por den tro do museu
53
Julh
o –
2009
53
Julh
o –
2009
Niemeyer’s architecture as sceneryThe straight lines, empty spaces, reinforced concrete and the harmony of
curved and asymmetrical shapes. All that expands the possibilities of use of theOscar Niemeyer Museum spaces for exhibitions. Counting on 35,000 square metersof built area and almost 17,000 square meters destined to exhibitions, the Museumalso has several areas for events.
The Museum’s history goes back to 2002, when the main building, designed bythe architect Oscar Niemeyer in the 1960s, went from being the Stateheadquarters to becoming a museum. The building, previously named EdifícioPresidente Humberto Castelo Branco, went through refurbishments and gained anannex, known as the Eye, also designed by Niemeyer and inspired on the ParanaPines (Araucaria angustifolia).
The institution has nine exhibition rooms – spread throughout more than 5,000square meters – besides the Niemeyer space, the Sculptures Hall, the Eye, which
houses the main hall and has an exhibition are of 1,708.14 m2, and thePhotography Tower, counting on 3 rooms of 84m2 each. The Museum also offersto visitors an area for art/education, a café and a bookstore.
From 2003 to June 2008, the Museum performed more than 132 national,international and itinerant exhibitions. The institution received almost 750thousand visitors during that same period.
Areas for events:Auditorium (484.15 m2)With capacity for 372 seated people, the auditorium counts on a
comprehensive audio-visual infra-structure. The entrance is on the ground floorof the main building.
Events Hall (802.50 m2)With capacity for 500 seated people, this space has the necessary infra-
structure for mounting a buffet and a kitchen in a closed room. As a support,the wide external area adjacent to the room with open sides may be used. TheEvents Hall is located on the ground floor of the main building, immediatelybehind the entrance of the Museum, with independent access from the internalarea of the institution.
O Museu Oscar Niemeyer é um dos mais ativos museus da América Latina e já é referęncia internacional.Para continuar com toda essa energia, precisa de um engajamento mais efetivo por parte da sociedade. Como projeto “Seja um Amigo do MON”, a instituiçăo visa agregar pessoas com interesse em participar dasassembleias gerais, do conselho fiscal e do conselho de administraçăo, podendo votar e ser votado. Para seassociar, basta entrar em contato com o Núcleo de Documentaçăo e Referęncia do Museu Oscar Niemeyer pelotelefone (41) 3350-4400. A taxa anual é de R$100,00 e dá direito a escolher tręs titulos diferentes entre oscatálogos disponibilizados pela instituiçăo. Participe e seja vocę ou sua empresa mais um Amigo do MON.
Be the Museum’s friendThe Oscar Niemeyer Museum is one of the most active museums of Latin America, an internationalreference. And, for the Museum to continue so energetic, the society must participate more effectively.With the “Be the Museum’s Friend” project, the Institution wants to attract people who are interested inparticipating in general assemblies, fiscal council, administration council, with the possibility of voting andbeing voted. To participate, contact the Núcleo de Documentaçăo e Referęncia of the Oscar NiemeyerMuseum at 41 3350 4400. The annual rate is R$100,00 and it gives the right to choose three differentcatalogs published by the institution. You or your company can be a Museum’s friend. Participate!.
Seja um Amigo do Museu
54
Julh
o –
2009catálogo
semana do
A última Semana do Catálogo produzida peloMuseu Oscar Niemeyer aproximou ainda mais o públicocuritibano de artistas nacionais e internacionais, comoLasar Segall, Tarsila do Amaral, Thomie Ohtake, IberêCamargo, Roy Lichestein, que tiveram exposições apre-sentadas pela instituição.
Com preços promocionais, entre R$ 1,00 eR$ 40,00, mais de 9 mil exemplares de 70 catálogosforam comercializados, entre 12 e 17 de maio, na lojado Museu e em pontos móveis de venda na Escola deMúsica e Belas Artes do Paraná, na UniversidadeFederal do Paraná, na Faculdade de Artes do Paranáe na Universidade Tuiuti.
Museum catalogsThe last ‘Catalog Week’ promoted by the Oscar
Niemeyer Museum placed the population of Curitibaeven closer to national and international artists,such as Lasar Segall, Tarsila do Amaral, ThomieOhtake, Iberę Camargo, Roy Lichestein, who hadworks in exhibitions presented by the Museum.
For promotional prices - R$ 1,00 to R$ 40,00 -more than 9 thousand copies of 70 catalogs weresold between May 12 and 17, at the Museum Shopand moving points of sale at Escola de Música eBelas Artes do Paraná, at the Federal University ofParaná, at Faculty of Arts of Paraná and TuiutiUniversity.
Museu Oscar Niemeyer Universidade Tuiuti do Paraná
Do Museu para casa
55
Julh
o –
2009
catálogoMuseu Oscar Niemeyer
Faculdade de Artes do Paraná Escola de Música e Belas Artes do ParanáUniversidade Federal do Paraná
56
Julh
o –
2009
quemquan
A curadora da mostra Renault, Ann Hindry
56
Julh
o –
2009
acontece
O jornalista Paulo Henrique Amorim recebe o livro do MON das mãos de
Maristela Quarenghi de Mello e Silva
Uiara Bartira com o artista Sérgio Fingermann
Max Le Franc e Ann Hindry
Maristela Quarenghi de Mello e Silva, Roberto Requião e Ann Hindry
A Miss Paraná em visita ao Museu
57
Julh
o –
2009
ndoonde
A atriz Vera Holtz em visita à mostra “Portinari na coleção Castro Maya”
O ator Dalton Vigh com os monitores do MON A atriz Juliana Didone
Os fotógrafos Orlando Azevedo e Vilma Slomp
Jean-Jacques Queyranne, presidente da região Rhône-Alpes
Vitor Hugo visita a exposição “Portinari”
58
Julh
o –
2009
Abertura da exposição “Autrocromos Lumière - O Tempo da Cor”
58
Julh
o –
2009
acontece
quemquandoonde
Max Le Franc e o fotógrafo Daniel Katz
Eleonora Pedroso, Antenor Bonfin e Leila Pedroso
Escola em visita ao MON
Atividades
educativas
no MON
59
Julh
o –
2009
60
Julh
o –
2009