mundotri magazine - fevereiro 2011 - nº 60

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magazine mundotri.com Nº 6 - Fev. 2011 ENTENDA TODO O PROCESSO DE CLASSIFICAÇÃO, OS ATLETAS, AS POSSIBILI- DADES E AS EXPECTATIVAS SOBRE O TRIATHLON BRASILEIRO NAS OLIMPÍADAS LONDRES 2012 Treino de transição Suplementação Belas e Feras Você precisa de descanso? < Carla Moreno, a brasileira mais cotada para disputar os Jogos em Londres

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Mundo TRI é uma Revista Eletrônica sobre triathlon, natação, ciclismo e corrida. Acompanhamos todas modalidades de triathlon, desde o sprint até Ironman e Ultraman.

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Nº 6 - Fev. 2011

ENTENDA TODO O PROCESSO DE CLASSIFICAÇÃO, OS ATLETAS, AS POSSIBILI-

DADES E AS EXPECTATIVAS SOBRE O TRIATHLON BRASILEIRO NAS OLIMPÍADAS

LONDRES

2012

Treino de transiçãoSuplementação Belas e Feras Você precisa de descanso?

< Carla Moreno, a brasileira mais cotada para disputar os Jogos em Londres

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Jogos Olímpicos

Pelotão nas Olimpíadas de Pequim 2008, que contava com os brasileiros Reinaldo Colucci e Juraci Moreira. No feminino, só tivemos como representante Mariana Ohata.

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Continue em frenteAs Olimpíadas de Londres estão batendo à nossa porta. Neste ano, veremos uma disputa incrí-vel, que vai selecionar 55 homens e 55 mulheres para o Triathlon.

Teremos no máximo seis brasilei-ros, mas é bem provável que seja menos do que isso, muito pouco para um país que levou 6 atletas em duas Olimpíadas seguidas (2000 e 2004).

Contemporânea das brilhantes participações brasileiras, Carla Moreno segue até hoje entre as melhores do mundo, um feito realizado por poucos atletas. Tra-ta-se de uma atleta que sempre continua seguindo em frente. As tentativas frustradas em Ironmans não a desanimaram. Ela retornou ao circuito olímpico e hoje está entre as melhores do mundo no-vamente.

Reinaldo Colucci é o nosso grande nome no masculino. Após a sábia decisão de abandonar a disputa de Ironmans até 2016, Reinaldo pode se concentrar na disputa olímpica. Único atleta do circui-to mundial que conseguiu com-petir simultaneamente em alto nível em qualquer distância, Co-lucci não me surpreenderia com a vitória no Pan-Americano de Guadalajara este ano e com uma medalha olímpica em 2012 ou 2016.

Acredito que possamos levar qua-tro atletas a Londres (dois homens e duas mulheres), mas existe o risco de que os preciosos pontos sejam pulverizados entre vários atletas e nenhum deles consiga a vaga. É o risco que corremos.

O que me chama a atenção em todos na disputa é a vontade de estar na maior celebração do es-porte, a vontade de melhorar e seguir adiante. Todos os atletas que lutam pela vaga já merecem os parabéns.

E por falar em seguir em frente, essa edição é a primeira disponí-vel em nossa App na Apple App Store para Ipad, Iphone e Ipod Touch. Trata-se da 4ª revista de Triathlon no Mundo, a primeira do esporte na América Latina e a primeira em Língua Portuguesa a ter uma App.

Mais uma vez, seguimos em frente e elevamos o Triathlon brasileiro a outro patamar, sem desperdiçar papel, sem cortar árvores e em tempo real, a qualquer lugar do Mundo (TRI).

Wagner AraújoTriatleta, fundador e publisherdo MundoTRI

4 MundoTRI.com [fevereiro 2011]

EDITOR

MundoTRImagazine

PUBLISHER

Wagner Araú[email protected]

COLABORADORES

Alexandre Giglioli

Amanda Guadalupe Ana Lídia BorbaCiro Violin

Felipe Campagnolla

Felipe Gomes

Lucas Helal

Márcio CunhaVinícius SantanaWagner AraújoYana Glaser

REVISÃO

Alan Sales

Rita Oliveira

FOTOS

Ana OlivaRivo BiehlDelly Carr/Triathlon.orgWagner Araújo

[email protected](11) 3711-8567

ATENDIMENTO AO [email protected]

www.mundotri.com.br

Page 5: MundoTRI Magazine - Fevereiro 2011 - nº 60

REVIEW

Nova linha pola-

rizada Oakley

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22 Entrevista: Sérgio Santos”Os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro vão marcar o Brasil para

sempre. O que temos a obrigação de fazer, é estarmos o melho

preparados possível para o desfio.”

destaques do mêsjan 2011

MundoTRI.com [fevereiro 2011] 5

76 1ª IMPRESSÃO

Câmbio Eletrônico Shimano Dura Ace Di2

12 NUTRIÇÃOCuidado com os suplementos alimentares

26 OLIMPÍADAS 2012

Tudo que você queria saber sobre o Triathlon em Londres

62 OPINIÃO

Devemos treinar transições?

56 DIA DE DESCANSO

Aprenda quando deve inserir um em sua rotina

EDITOR

BELAS E FERAS

Mariana Zanão

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ÍNDICE

6 MundoTRI.com [fevereiro 2011]

Edição Digital nº 6. Ano 2. Fevereiro de 2011

CAPA: Carla Moreno - Foto: Ana Oliva

07 ReviewLentes Polarizadas Oakley

16 SaúdeA condromalácia patelar

20 EntrevistaSérgio Santos, o técnico do Projeto Rio Maior 2016

33 Pâmella OliveiraA voz da nova geração

38 Vagas OlímpicasQuem são os brasileiros na disputa?

49 Mountain BikesGuia 2011 para o Cross Triathlon

62 OpiniãoÉ necessário treinar tran-sição?

56 Dia de DescansoAprenda quando deve inserir um em sua rotina

53 AutorretratoLucas Helal, o Luquinhas

Cartas para a redação:

[email protected]

10 BuzzNotícias do mundo do Tri-athlon: Lance, Fernandes e Macca

26 Olimpíadas 2012Entenda todos os critérios de classificação no Tria-thlon para as próximas olimpíadas e saiba quem são os brasileiros na dis-puta

Erramos:

Na última edição, na matéria sobre o Iron-man 70.3 Pucón, nos referimos a Daniel Fontana como Daniel “Santana”

12 NutriçãoCuidado com os suple-mentos alimentares

Os artigos dos colunistas são de responsabilidade dos mesmos e não refletem ne-cessariamente a opinião da MundoTRI.

Proibida a reprodução de qualquer conteúdo sem au-torização.

Muitas das atividades cita-das e mostradas na Revista envolvem riscos. Não tente realizá-las se não estiver ca-pacitado e com o equipa-mento correto.

71 Belas e Feras Mariana Zanão

76 1ª ImpressãoCâmbio Eletrônico Shi-mano Dura Ace Di2

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CAPA: Carla Moreno - Foto: Ana Oliva

REVIEW

Lentes PolarizadasOakley

Marca lança nova geração das revolucionárias lentes polarizadas, a OO Polarized®

A Oakley sempre esteve na vanguarda em rela-ção a lentes e armações para alto desempenho esportivo. Empresa focada na inovação, a cada ano surpreende a todos com modelos revolu-cionários, desde o clássico M-Frame até o mo-derno Jawbone.

Recentemente, a marca lançou sua nova linha de lentes polarizadas (a série OO Polarized®), que já eram consideradas as melhores do mer-cado em sua série original, seja nas característi-cas tecnológicas, seja na quantidade de cores e formatos.

As lentes da Oakley, polarizadas ou não, pos-suem diferenciais exclusivos, sendo que as suas tecnologias esportivas redefinem o mercado e o estilo de vida dos seus consumidores. Numero-sas patentes foram concedidas para as invenções por trás da Hiper Definição Óptica® (HDO®) da empresa. Esta tecnologia praticamente elimina os problemas das lentes comuns, incluindo a dis-torção que desvia luz (fazendo com que obje-tos não estejam realmente no lugar onde eles parecem estar) e falhas ópticas que ampliam as imagens, como lentes de prescrição feitas para outra pessoa.

MundoTRI.com [fevereiro 2011] 7

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REVIEWOs principais diferenciais da nova linha de lentes polarizadas da marca estão nas tec-nologias exclusivas da marca. As lentes po-larizadas são produzidas por um processo de infusão líquida que une as moléculas do filtro polarizador e da lente, eliminando a distorção encontrada nas tecnologias con-vencionais. Além disso, destacam-se:

- Hiper Definição Óptica® (HDO®): todas as lentes polarizadas da Oakley utilizam HDO®, uma série de tecnologias que inclui inovações patenteadas que oferecem clari-dade óptica e desempenho inigualável;

- Eixo de Polarização: a orientação do filtro polarizador é crucial para o desempenho. Sendo assim, as lentes polarizadas da mar-ca mantêm a precisão severa das normas EN1836;

- Molde por Infusão: o material de lentes se une ao filtro polarizador no nível mo-lecular para eliminar a distorção;

- Cores das Lentes: é possível escolher lentes para os mais diferenciados ambientes e

condições de iluminação, a partir de um espectro enorme de cores opcionais;

- Emissão Polarizada: esta medida de eficiência de polarização excede 99% nas lentes polarizadas da Oakley, um nível de desempenho inigualável na indústria;

- Resistência a Impactos: os óculos de desempenho da empresa cumprem todas as normas de resistência a impactos da American National Standards Institute;

- Hidrofóbico™: a Tecnologia Hidrofóbica da Oakley ajuda a manter a visão clara e nítida ao evitar o acúmulo de água e repe-lir óleos e impurezas.

No final de 2010, a empresa lançou as lentes OO Polarized®, uma nova geração que realça o contraste das cores com o uso combinado de lente G40 Plutonite® e a tecnologia de polarização da marca. Estas lentes possuem uma coleção de tons de alto desempenho com um filtro diferen-ciado que potencializa o equilíbrio entre as ondas de luz, oferecendo cores ricas e

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vibrantes, além de contraste visual a-primorado. Elas conferem ainda uma noção melhor de profundidade e distân-cia, possibilitando ver todos os mínimos detalhes que se perdia.

Basicamente, há três colorações para as lentes polarizadas, cada uma com fun-ção específica:

- OO GREY POLARIZED: são ótimas para “cortar” o brilho e fortes raios solares nos mais diversos tipos de ambientes;

- OO RED IRIDIUM: perfeitas para blo-quear o brilho, principalmente no as-falto ou na água. Ideal para dias com brilho médio e de céu nublado;

- OO BLACK IRIDIUM POLARIZED: pro-jetadas para os dias mais ensolarados nos quais os raios solares refletem um brilho ofuscante em superfícies planas, como estradas, água e neve.

Em nosso teste, utilizamos um Oakley Jawbone com a lente OO Red Iridium (como mostrado abaixo) para treinos de corrida e ciclismo. Nos dois esportes, as lentes de destacaram por uma nitidez excepcional e a ausência de reflexos,

o que é muito importante no ciclismo. Reflexos do asfalto, de vidros de carros e da pintura dos automóveis foram to-talmente eliminados. Esse fator é funda-mental para a segurança do atleta.

As características hidrofóbicas das lentes fazem com que o suor escorra rapida-mente, o que aumenta a sensação de conforto na corrida e evitam as distor-ções das imagens.

Trata-se de uma lente impecável, assim como toda a nova linha OO Polarized. Não é à toa que os principais triatletas do mundo e do Brasil utilizam essas lentes, que ainda possuem um visual fantástico. Na lista, temos Reinaldo Colucci, Fabio Carvalho, Carla Moreno, Oscar Galin-dez, Eduardo Sturla, Pâmella Oliveira, Fernanda Keller, Craig Alexander, Jan Frodeno, Terenzo Bozzone, Chrissie Wel-lington, Emma Snowsill, Javier Gomez, Cameron Brown, Samantha McGlone, Mirinda Carfrae, Brad Kahlefeldt, Con-rad Stolt, Chris Lieto e Julie Dibens. Isso sem falar o maior garoto propaganda da marca no ciclismo, Lance Armstrong.

8 MundoTRI.com [fevereiro 2011] MundoTRI.com [fevereiro 2011] 9

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10 MundoTRI.com [fevereiro 2011]

BUZZ novidades do Mundo do Triathlon

Poucos dias após uma entrevista à Associated Press, na qual não fez qualquer menção a seu re-torno ao Triathlon, o heptacampeão do tour de France, o superciclista Lance Armstrong correu a Livestrong Half Marathon, em sua terra natal (Austin, Texas). A prova foi patrocinada por sua fundação, a Livestrong e envolvia uma maratona e uma meia.

Segundo o twitter do atleta, ele terminou a qspwb dpn sftqfjuĆwfjt 2i33, vn qbdf 4'650ln,mostrando que poderemos, realmente, vê-lo nas disputas de Triathlons, especialmente em longas distâncias. A vencedora da prova da maratona foi a triatleta americana Desiree Ficker, que fechou a nbsbupob dpn 3i61'46/

Lance Armstrong surpreende e corre meia maratona em 1h22’

Vanessa fernandes anuncia pausaA ex-campeã mundial e fenômeno do Triathlon olím-pico mundial, a portuguesa Vanessa Fernandes, anun-ciou que irá se afastar temporariamente do esporte por problemas de saúde. No currículo da atleta estão, além do título mundial de 2007, a medalha de prata em Pequim 2008, 20 Copas do Mundo, cinco campe-onatos europeus e dois mundiais de Duathlon (2006 e 2007).

Após as Olimpíadas de Pequim, Vanessa sofreu uma série de lesões, o que a deixou dois anos fora do cir-cuito mundial. Em 2009, a atleta anunciou que pararia de treinar com o português Sérgio Santos (atual co-ordenador do projeto Rio maior 2016 da Confedera-ção Brasileira de Triathlon), técnico com o qual con-quistou todos os seus títulos. Desde então, a atleta só disputou uma competição internacional importante, terminando no 10º lugar em seu retorno na etapa de Madrid da Série Mundial da International Triathlon Union (ITU).

Vanessa afirma que não está abandonando o Tria-thlon, mas precisa ter um tempo para voltar com for-ça total. A portuguesa, contudo, não esclareceu quais são os problemas de saúde mencionados.

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MundoTRI.com [fevereiro 2011] 11

BUZZMacca abandona

disputas de

Ironman em

busca de uma

vaga em Londres

2012Chris McCormack, bicampeão mundial de Ironman (inclusive em 2010), anun-ciou que não vai correr provas de Iron-man neste ano. O atleta vai focar sua carreira na busca por uma vaga nas Olimpíadas de Londres 2012, conforme anunciou o jornal australiano Daily Tele-graph.

Segundo Macca, esta é sua última chance para conquistar esse sonho. O atleta, hoje com 38 anos, já foi campeão mundial da ITU em 1997 e agora vai ter que correr atrás de pontos para lar-gar nas provas classificatórias para as Olimpíadas. Sua última prova na ITU foi em 2004, quando conseguiu o terceiro lugar na Tempe ITU Triathlon Pan Ame-rican Cup.

O atleta ainda terá que fazer parte do time de dois ou três australianos que es-tarão em Londres. Para tanto, terá que superar nomes como Brad Kahlefeldt, Courtney Atkinson, Dan Wilson e James Seear, todos eles entres os 50 primeiros no ranking olímpico atualmente.

Será que ele consegue nadar e correr com a garotada da ITU? Macca é um dos maiores vencedores da história do Triathlon e esse feito coroaria sua car-reira, talvez como o maior triatleta de todos os tempos.

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ÇNUTRICÃOCuidado com os suplementos ali-mentares: nem sempre eles são o que parecem.

POR YANA GLASER

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MundoTRI.com [fevereiro 2011] 13

O mundo do esporte está cheio de produ-tos que prometem prolongar a resistência, melhorar a recuperação, reduzir a gordu-ra corporal, aumentar a massa muscular, combater a fadiga, minimizar o risco de doenças ou promover uma melhora no desempenho esportivo.

A indústria da nutrição esportiva é carac-terizada pelo constante fluxo de empresas no mercado. Poucos fabricantes mantêm-se estáveis por mais de cinco anos, o que reflete não apenas a natureza competitiva da categoria, mas também a dificuldade de formular e produzir alimentos saborosos, nutritivos e acessíveis, cujos benefícios se-jam comprovados.

O Food and Drug Administration (FDA) é o órgão responsável pela regulamen-tação e pelo controle tanto de alimentos e medicamentos quanto de suplementos nos Estados Unidos e de acordo com o Di-etary Supplement Health Education Act (DSHEA) assinado pelo presidente Clinton em 1994:

“SUPLEMENTO ALIMENTAR é um produto que tem o intuito de suplementar a di-eta, e que contenha pelo menos um dos seguintes elementos: vitamina, mineral, erva ou outros componentes botânicos, aminoácidos, ou uma substância dietética utilizada para suplementar a dieta au-mentando a ingestão alimentar total, ou concentrados, metabólitos, constituintes, extratos, ou uma combinação de quais-quer dos ingredientes anteriores. “ (1)

Os suplementos alimentares são divididos

em dois grupos:

- Ergogênicos: aqueles que podem pro-mover um aumento do desempenho físi-co.

- Repositores: aqueles que podem garan-tir a reposição dos nutrientes perdidos por alguma situação específica.

Os atletas estão sempre em busca de su-plementos nutricionais que os façam ter alguma vantagem sobre os outros com-petidores, e podem ser levados a consu-mir produtos de moda, cujos resultados são ilusórios, podendo causar efeitos prej-udiciais tanto para a saúde quanto para o desempenho.

Freqüentemente, determinadas substân-cias são comercializadas sem base em qualquer pesquisa científica que deter-mine seus benefícios ou possíveis efeitos colaterais nocivos. Infelizmente os espor-tistas confiam em qualquer informação recebida pelos “entusiastas” esportivos, treinadores, dos vendedores das lojas de suplementos, das propagandas e de ou-tras fontes não-científicas de informação, e acabam consumindo e colaborando para a venda desses produtos sem comprova-ção científica.

A escolha de qualquer alimento ou suple-mento deve levar em conta as despesas, o risco de efeitos colaterais provocados pe-los ingredientes, possibilidade de um re-sultado positivo no teste antidoping e a eficácia do produto.

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çnutricãoNos últimos anos, vários atletas “pegos” no antidoping alegaram o uso somente de suplementos legalizados. Vários estudos evidenciam que 10 a 15% dos suplemen-tos podem conter contaminantes. (2)

A nutrição desempenha um papel essencial para a manutenção dos grandes volumes e das altas intensidades de treinamento exi-gidos dos atletas competitivos e também para ajudar a estimular uma recuperação rápida e completa.

Atletas consomem mais calorias que os indivíduos sedentários, o que acaba ga-rantindo níveis adequados de vitaminas e minerais. Porém, eles geralmente enfren-tam dificuldades para selecionar os alimen-tos e fazer uma dieta bem balanceada,

elaborando planos alimentares de forma inadequada. Por isso, existe uma justifica-tiva para a utilização de alimentos esporti-vos eficazes, sempre sendo supervisionada por um médico ou nutricionista.

É fundamental saber que a suplementação acima dos níveis necessários não melhora mais o desempenho. A ingestão exagerada de vitaminas e minerais pode causar into-xicação e atrapalhar na absorção de outros nutrientes. Enquanto algumas pesquisas confirmam os benefícios diretos de com-postos como creatina, bicarbonato e cafeí-na, a maioria dos compostos e dos produ-tos destinados especificamente aos atletas não parece melhorar o desempenho.MT

DICAS

> Invista seu dinheiro em comida. Nada pode substituir alimentos bem selecio-nados. Os suplementos são mais caros do que os alimentos e fornecem menos nutrientes no final das contas.

> Aprenda a ler os rótulos dos produtos antes de comprá-los, e saiba o que os ingredientes significam.

> Os suplementos não devem ser recomendados antes de fazer uma avaliação da saúde, da dieta e das necessidades nutricionais e energéticas.

> Os suplementos devem ser utilizados sob cautela, e somente após a verifica-ção de sua legalidade e da literatura atual.

> Consulte um nutricionista confiável e reconhecido.

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1 - Nutrição esportiva: uma visão prática/[organização Márcia Daskal HIrschbruch e Juli-ana Ribeiro de Carvalho].- 2.ed.rev. e ampl.-Barueri, SP:Manole, 2008.

2 - Orchard JW, Fricker PA, White SL, Burke LM, HEaley DJ. The use and misuse of perfor-mance- enhancing substances in Sport. MJA 2006; 184: 132-6.

3 - Applegate EA, Grivetti LE. Search for the competitive edge: a history of dietary fads and suplements. J Nutr 1997; 127 (suppl): 869s-73s.

4 - Nutrição Esportiva/ Ronald J. Maughan e Louise M. Burke; Porto Alegre. ArtMed, 2007.

FONTES CONSULTADAS PELA AUTORA

Yana Glaser é Nutricionista e triatleta há 10 anos.

14 MundoTRI.com [fevereiro 2011] MundoTRI.com [fevereiro 2011] 15

O primeiro produto voltado à nutrição esportiva, o Gatorade®, surgiu

em 1960 para melhorar a performance do time de futebol americano

da Flórida, o Gators, após evidências de que o carboidrato poderia

retardar a fadiga. O Gatorade®, uma solução de glicose e sacarose em

água, deu frutos a uma indústria multimilionária de bebidas esportivas.

Atualmente, há mais de 20 bebidas esportivas diferentes no mercado

mundial, e estes produtos são utilizados por atletas e também por não-

atletas, estando disponíveis para o público em geral. (3)?

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A condromalácia patelar Por Márcio Cunha

A condromalácia patelar (antiga rótula) é uma lesão da cartilagem articular deste osso devido ao excesso das forças de cisa-lhamento (atrito). Encontramos muitos atletas de Triathlon, ciclismo e maratonis-tas com está famosa patologia, que é de-sencadeada após esforços repetitivos de flexão do joelho. A patela é um osso que serve de polia para a passagem do tendão do quadríceps facilitando o movimento de extensão do joelho. Com a condromalácia, observa-se também, uma sinovite (edema) reacional devido ao impacto da bursa su-pra-patelar.

O sintoma mais comum é a dor atrás da patela, especialmente nas subidas ou du-rante longos percursos com pedaladas len-tas. O atrito da cartilagem da patela se dá devido à ação dos músculos anterior da coxa (o quadríceps) que força a patela con-tra o fêmur para poder estender a perna no momento da marcha. Tal compressão é maior no início da extensão. A falta de fortalecimento do músculo vasto medial é um grande fator para desencadear este quadro.

Classificação da Condromalácia

Grau I - Descoloração e bolhas, sem frag-mentação ou fissura, sem dor;

Grau ll - Fissura e fibrilação (<1/3), sem dor;

Grau ll - Fissura e fibrilação (>1/3) com pequena erosões da cartilagem da patela com processo inflamatório gerando dor;

Grau lV - Erosão ou perda completa da car-tilagem articular, com exposição do osso subcondral com evolução ao processo de

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osteoartrite gerando edema, inflamação e dor.

Possíveis causas

Encurtamento do mecanismo extensor:

O mecanismo extensor é composto pelos ís-quios tibiais (semitendinoso, semimembrano-so e bíceps femoral). Esses músculos, quando apresentam-se em tensão, devido ao seu uso excessivo levam a uma diminuição do seu comprimento, com isso, o mesmo tracionará o osso ilíaco posteriormente que causará um reflexo de estiramento da musculatura do quadríceps.

Alterações do ângulo (Q):

O aumento do ângulo Q do joelho, que é for-mado pelo tendão do quadríceps da coxa e

o ligamento patelar. Com alteração deste ân-gulo favoreço o contato da cartilagem com fêmur. Os valores considerados como normais, do ângulo Q são de aproximadamente 12° para os homens e de 15° para as mulheres.

Enfraquecimento do vasto medial oblíquo:

O vasto medial oblíquo é considerado como o estabilizador mediano primário da patela. Uma falta de equilíbrio entre o vasto medial oblíquo e o vasto lateral pode contribuir para a subluxação da patela. A maioria dos autores atribui para este desequilíbrio a principal cau-sa que leva a condromalácia.

Tratamento para atletas

O que muitos profissionais da saúde deixam de mencionar as seus clientes atletas é que a partir do momento que se faz um esporte com

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altas cargas impostas nas articulações, deve-se prescrever de imediato a suplementação a base de condroitina e glucosamina que é base da construção da cartilagem, ela não irá regenerar a cartilagem mas atenuará o seu desgaste dando um maior suporte as articu-lações.

O tratamento deve-se iniciar com o fisiotera-peuta que irá fazer toda a analise do quadro tanto morfológico quanto biomecânico do atleta. Direcionando o mesmo a todo proces-so de reabilitação, trabalhando em conjunto com educador físico na prescrição de exercí-cios onde o fisioterapeuta com base patológi-ca irá descrever os exercícios mais eficientes para o quadro como segue abaixo.

Considerando que a dor patelo-femoral é re-produzida tipicamente com atividades que são associadas com maior força de contato patelo-femoral, um programa de exercício deverá ser projetado para aumentar o for-talecimento do quadríceps. Isto é particular-mente importante durante a fase aguda da dor quando os seus sintomas são exacerba-dos.

Outra ação importante é o fortalecimento do músculo quadríceps, principalmente do vasto medial oblíquo

As atividades de fortalecimento em cadeia aberta para o quadríceps são mais seguras de 50° a 90° e de O a 10° ao passo que ativi-dades em cadeia cinética fechada são mais seguras se forem feitas de 0° a 50° porque acima desse valor o contato fêmuro-patelar é muito excessivo.

Em seguida iniciam-se exercícios de hiper-trofia do quadríceps através de exercícios isotônicos assistidos.

Somente quando o tratamento conservador não obteve resultado, o tratamento cirúrgico é considerado.MT

Marcio Cunha é Fisioterapeuta e responsável pela procedimento Kinesio tape nos atletas do EC - Pinheiros - Triathlon. Membro da associação Brasileira dos Fisioterapeutas Quiropraxistas.

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ENTREVISTA: SÉRGIO SANTOSFo

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O TREINADOR PORTUGUÊS DO PROJETO RIO 2016 FALA SOBRE SUAS EXPECTATIVAS

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ENTREVISTA: SÉRGIO SANTOSO TREINADOR PORTUGUÊS DO PROJETO RIO 2016 FALA SOBRE SUAS EXPECTATIVAS

MundoTRI.com [fevereiro 2011] 21

Técnico de Vanessa Fernandes (uma das maiores tri-atletas da história) por vários anos, o português Sér-gio Santos assumiu recentemente o Projeto Rio 2016. A maior e mais ambiciosa ação da Confederação Brasilei-ra de Triathlon (CBTri) tem no seu comandante técnico a responsabilidade de reconduzir o Brasil às cabeças do Triathlon Olímpico Mundial. Muito consciente dos de-safios de seu trabalho, Sérgio conversou com a redação do MundoTRI sobre o Triathlon Olímpico nacional.

MundoTRI: Sérgio, o que o levou a aceitar o con-vite da CBTri para comandar o Projeto Rio 2016?

Sérgio Santos: Conheço a realidade da CBTri há al-guns anos, e esta parte desde que começei a colaborar na formação de treinadores. Senti que existiu nos úl-timos anos um esforço muito grande para estruturar de forma diferente a CBTri e lançar projetos alicerçados sobre um plano estratégico sólido. Acredito na capaci-dade das pessoas que lideram a CBTri para levar a cabo um projeto deste âmbito e acredito na capacidade dos Triatletas brasileiros. Gosto de novos desafios, portanto este Projeto tinha todos os ingredientes para que eu aceitasse o convite.

MundoTRI: O Brasil não teve o desempenho es-perado nas últimas Olimpíadas e o mesmo acon-teceu nos últimos mundiais de Triathlon. Na ver-dade, temos levado cada vez menos atletas nesses eventos. Qual sua opinião sobre o caminho para revertermos esse quadro?

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Fotos: arquivo pessoal

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Sérgio Santos: Esse caminho já começou. Apenas com trabalho igual ou melhor, em condições iguais ou melhores, podemos pensar em resultados elevados.

MundoTRI: Falando em Olimpíadas, como você vê o cenário para os atle-tas brasileiros em Londres 2012? Acredita que possamos levar mais de um atleta e uma atleta?

Sérgio Santos: Iniciei o trabalho há pouco tempo, e preciso ver como os atle-

tas respondem ao treino em situação competitiva, mas pelo que vi até agora, existe qualidade para o número ser supe-rior a 1+1. Para além disso, a CBTri tem criado condições de participação cada vez melhores a seus atletas, com calendários esportivos de qualidade pelo mundo afo-ra, o que irá possibilitar a conquista de mais pontos para a qualificação olímpica.

MundoTRI: E quais nomes brasileiros você vê com destaque para Londres

“No treino de alto rendimento não existem fórmulas matemáticas que se apliquem e que resultem sempre da mesma maneira. Cada caso é um caso. Muitos destes jovens têm muitas qualidades. Temos de saber geri-las e desenvolvê-las” - Sérgio Santos

22 MundoTRI.com [fevereiro 2011] MundoTRI.com [fevereiro 2011] 23

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2012?

Sérgio Santos: Não gosto de falar de nomes. Todos os atletas, tanto do Projeto como fora do mesmo têm muita quali-dade. Os melhores e mais bem treinados vão, com certeza, se destacar.

MundoTRI: Como foi o processo de seleção da equipe do Projeto Rio Maior 2016, você teve total autono-mia para escolher os atletas?

Sérgio Santos: Tive total autonomia. Inclusive, o grupo inicial estava previsto para 6 atletas, mas pela qualidade e nive-lamento dos candidatos, sugeri 8. Até este meu pedido, que inevitavelmente envolve uma viabilidade fianceira mais elevada, foi atendido pela CBTri. Todo o processo de observação e seleção aconte-ceu como planejei.

MundoTRI: Algum dos atletas sele-cionados o surpreendeu durante o processo seletivo?

Sérgio Santos: Todos, sem exceção! Também nos candidatos que ficaram de fora identifiquei muitas qualidades, não só atléticas, como humanas. Comparado com alguns atletas que já apresentaram resultados elevados no plano internacio-nal, nada temos a invejar.

MundoTRI: Como funciona o planeja-mento de competições da equipe de Rio Maior, você determina as com-

petições de acordo com sua metod-ologia de treinamento ou os atletas estão abertos a escolherem as provas que desejarem?

Sérgio Santos: A base do plano foi efe-tuada por mim, seja competitivo, seja do treino, enquadrado no plano estratégico e anual idealizado pela Direção Técnica da CBTri. No entanto, sabendo da ligação importante que os atletas devem manter com os seus Clubes no Brasil e de eventuais responsabilidades com patrocinadores, temos abertura para efetuar adapta-ções, desde que não ponham em causa os objectivos do Projeto. Já discutimos os planos anuais de cada atleta, e mais uma vez a humildade deles foi muito grande. Não tivemos sequer de alterar nada em relação ao planejado e todos estão foca-dos em estar nas melhores condições pos-síveis nas competições pensadas.

MundoTRI: Sérgio, o que falta para o Brasil brigar por títulos mundiais e medalhas olímpicas no Triathlon?

Sérgio Santos: Penso que neste momen-to falta deixar passar o tempo necessário, paciência para esperar pelo momento certo para que os resultados surjam, e muito empenho e dedicação de todos os envolvidos. Também é fundamental que todos acreditem nas suas capacidades.

“Penso que neste momento falta deixar passar o tempo necessário, paciência para esperar pelo momento certo para que os resultados surjam, e muito empenho e dedicação de todos os envolvidos. Também é fundamental que todos acreditem nas suas capacidades.” - Sérgio Santos

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MundoTRI: Tivemos casos de do-ping recentes no triathlon brasileiro, como isso tem repercutido na comu-nidade internacional?

Sérgio Santos: Não tive nenhum eco da comunidade internacional, mas é um assunto que nunca fica bem. O que falta mesmo é o que referia acima. Que as pes-soas acreditem. Acreditem que com talen-to, trabalho, dedicação e boas condições de apoio, os resultados irão surgir. Ou-vimos inevitavelmente conversas sobre os melhores atletas do mundo, e muita gente se questiona sobre os resultados que alcaçam. Pela minha experiência e pelo conhecimento que tenho da maioria dos atletas do circuito mundial, tenho a certeza que para um atleta ser o melhor do mundo, necessita apenas dos ingredi-entes que refiro acima e de nada mais.

MundoTRI: Você treinou a ex-campeã mundial Vanessa Fernandes durante

anos, quando ela conquistou prati-camente todos os títulos possíveis. Acha que pode replicar esse sucesso com os atletas brasileiros?

Sérgio Santos: No treino de alto rendi-mento não existem fórmulas matemáti-cas que se apliquem e que resultem sem-pre da mesma maneira. Cada caso é um caso. Muitos destes jovens têm muitas qualidades. Temos de saber geri-las e de-senvolvê-las.

MundoTRI: Por fim, o que podemos esperar do trabalho em Rio Maior ao longo dos próximos 5 anos?

Sérgio Santos: Muito trabalho, muita dedicação, muito empenho e uma grande vontade de vencermos, em conjunto. Os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro vão marcar o Brasil para sempre. O que te-mos a obrigação de fazer, é estarmos o melhor preparados possível para o des-fio. MT

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Em breve, seu iPad e seu iPhone serão inundados

pelo Triathlon.

App MundoTRI Maga-zine na Appstore. Em

março/2011.

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Entenda todos os critérios de classificação no Triathlon para as próximas olimpíadas e saiba quem são os brasileiros na disputa

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LONDRES 2012

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Largada da WCS London 2010 no Hyde Park, mesmo local da prova olímpica em 2012.

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O Brasil já chegou a levar 6 atletas (3 ho-mens e 3 mulheres) para as Olimpíadas de Sydney 2000. Na ocasião, Sandra Soldan, Mariana Ohata, Carla Moreno, Leandro Macedo, Juraci Moreira e Armando Barcel-los representaram o Triathlon brasileiro.

Em 2004, nos Jogos de Atenas, mantive-mos seis atletas na disputa, mas em Pequim 2008 esse número caiu pela metade.

Há pouco mais de um ano dos Jogos Olím-picos de Londres, temos um grande de-safio: classificar mais do que um atleta de cada gênero para a disputa.

Os Critérios de classificação

Ao todo, são 55 slots (vagas) para cada gênero na prova de Triathlon dos Jogos Olímpicos de Londres 2012.

Cada país pode ter um máximo de 3 atle-tas de cada sexo, mas, para garantir a re-presentatividade e a pluralidade, apenas oito países podem levar 3 atletas, o que faz enorme diferença para os brasileiros. Isso porque os atletas nacionais não pre-cisam estar, necessariamente, entre os 55 primeiros do ranking olímpico. Se um país, por exemplo, possui 4 atletas entre os 55 primeiros, a vaga vai para 56º da lista.

Para os demais países, serão permitidos, no máximo, 2 atletas.

Para se determinar quais serão os primeiros oito países, com direito a 3 slots, a ITU (In-ternational Triathlon Union) detrminou a seguinte ordem para os eventos:

1. Campeonatos Continentais da ITU

2. Evento qualificatório da ITU em 2011

3. Lista de Qualificação Olímpica da ITU

Para os brasileiros, O Campeonato Conti-nental serão os Jogos Panamericanos de Guadalajara 2011.

O sistema de classificação da ITU consiste na combinação de slots de diversas crité-rios, tanto para os homens quanto para as mulheres. Ao todo, os 55 slots são dividi-dos da seguinte forma:

5 vagas destinadas aos Campeões Conti-nentais, nos eventos que ocorrem entre 1º de Maio de 2011 e 30 de Abril de 2012.

3 vagas destinadas aos três primeiros co-locados no Evento Qualificatório da ITU em 2011, que ainda não foi definido.

39 vagas destinadas à Lista de Qualifica-ção Olímpica, respeitando a cota de três atletas para, no máximo, 8 países.

5 vagas destinadas aos melhores países no Ranking de pontos da ITU, e que não estejan nas 47 vagas acima.

1 vaga para o país sede.

2 vagas que serão distribuídas por uma Comissão Tripartite, sendo que os países interessados devem enviar seus pedidos até 16 de janeiro de 2012.

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Critérios de eligibilidade para os atletas

Os atletas serão elegíveis a uma vaga nos Jogos Olímpicos quando preencher um dos critérios abaixo até o dia 31 de maio de 2012:

> Ganhar um slot por seu país nos Campeonatos Continentais da ITU (no caso dos brasi-leiros, o Panamericano de Guadalajara-México 2011). Neste caso, somente o vencedor.

> Ganhar um slot por seu país no Evento Qualificatório da ITU em 2011 (ainda não definido). Neste caso também só o vencedor.

> Estar entre os 140 primeiros da Lista de Qualificação Olímpica da ITU.

> Estar entre os 140 primeiros do Ranking da Série do Campeonato Mundial da ITU.

> Estar entre os 140 primeiros do Ranking de Pontos da ITU.

Como obter pontos?

A principal tarefa para os atletas brasilei-ros é a obtenção de pontos para o ranking olímpico, principalmente no ano de 2011.

Desde o dia 01 de Junho de 2010 até o dia 31 de maio de 2012, os atletas podem competir em busca dos preciosos pontos. Há apenas quatro tipos de eventos consi-derados no ranking olímpico:

Eventos Nível I

> A Grande Final da Série do Campeonato Mundial da ITU em 2010 e 2011;

> O Evento Qualificatório da ITU em 2011.

Eventos Nível II

> Eventos da Série do Campeonato Mun-dial da ITU.

Eventos Nível III

> Copas do Mundo de Triathlon da ITU.

Eventos Nível IV

> Campeonatos Continentais da ITU em 2010 e 2011, restritos aos atletas de cada continente.

Para conseguir os pontos nos eventos, o atleta precisa ficar dentro da faixa de corte, que será determinada adicionando 5% ao tempo do vencedor para os eventos masculinos, e 8% para os eventos femini-nos.

Os vencedores (homem e mulher) de cada evento recebem pontos da seguinte for-ma:

1000 pontos para os eventos Nível I;

800 pontos para os eventos Nível II;

500 pontos para os eventos Nível III;

400 pontos para os eventos Nível IV.

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Nível I Nível II Nível III Nível IV

1 1000,00 800,00 500,00 400,00

2 925,00 740,00 462,50 370,00

3 855,63 684,50 427,81 342,25

4 791,45 633,16 395,73 316,58

5 732,09 585,68 366,05 292,84

6 677,19 541,75 338,59 270,87

7 626,40 501,12 313,20 250,56

8 579,42 463,53 289,71 231,77

9 535,96 428,77 267,98 214,38

10 495,76 396,61 247,88 198,31

11 458,58 366,87 229,29 183,43

12 424,19 339,35 212,09 169,68

13 392,37 313,90 196,19 156,95

14 362,95 290,36 181,47 145,18

15 335,73 268,58 167,86 134,29

16 310,55 248,44 155,27 124,22

17 287,26 229,80 143,63 114,90

18 265,71 212,57 132,86 106,28

19 245,78 196,63 122,89 98,31

20 227,35 181,88 113,67 90,94

21 210,30 168,24 105,15 84,12

22 194,53 155,62 97,26 77,81

23 179,94 143,95 89,97 71,97

24 166,44 133,15 83,22 66,58

25 153,96 123,17 76,98 61,58

26 142,41 113,93 71,21 56,96

27 131,73 105,38 65,87 52,69

28 121,85 97,48 60,93 48,74

29 112,71 90,17 56,36 45,08

30 104,26 83,41 52,13 41,70

31 96,44 77,15 48,22 38,58

32 89,21 71,36 44,60 35,68

33 82,52 66,01 41,26 33,01

34 76,33 61,06 38,16 30,53

35 70,60 56,48 35,30 28,24

36 65,31 52,25 32,65 26,12

37 60,41 48,33 30,20 24,16

38 55,88 44,70 27,94 22,35

39 51,69 41,35 25,84 20,68

40 47,81 38,25 23,91 19,12

41 44,23 35,38 22,11 17,69

42 40,91 32,73 20,45 16,36

43 37,84 30,27 18,92 15,14

44 35,00 28,00 17,50 14,00

45 32,38 25,90 16,19 12,95

46 29,95 23,96 14,97 11,98

47 27,70 22,16 13,85 11,08

48 25,62 20,50 12,81 10,25

49 23,70 18,96 11,85 9,48

50 21,93 17,54 10,96 8,77

< A distribuição de pontos em um evento decresce 7,5% a cada colocação em relação aos pontos do primeiro colocado.

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Em quais eventos focar?

Os brasileiros enfrentam um dilema para angariar pontos para o ranking olímpico. por um lado, os eventos de Nível I e II so-mam mais pontos, mas é extremamente difícil terminá-los em uma boa colocação. Por outro lado, os eventos de Nível III e IV dão menos pontos, mas é onde, normal-

mente, se consegue uma colocação me-lhor.

E qual dos dois compensa mais? Vamos considerar o brasileiro mais bem colocado na última simulação olímpica, Reinaldo Colucci. Reinaldo estaria com a 17ª vaga, sendo a 14ª no Ranking Olímpico da ITU.

Evento disputado por Reinaldo Colucci Nível Pontos obtidos

WCS London 2010 Nível II 90WCS Kitzbuhel 2010 Nível II 213Copa do Mundo Holten 2010 Nível III 248Copa do Mundo Tiszaujvaros 2010 Nível III 500Copa do Mundo Huatulco 2010 Nível III 396

Como pode-se observar, o atleta conquis-tou a maioria de seus pontos em Copas do Mundo e não na Série do Campeonato Mundial. Conforme o próprio atleta expli-cou, “É melhor brigar por boas colocações em Copas do Mundo do que somar 30 ou 50 pontos em uma WCS. Acredito que o caminho para a segunda vaga brasileira está aí.”

E o que pensa a Confederação Brasileira de Triathlon (CBTri)? No último dia 10 de fevereiro, a entidade publicou o “Regula-mento das Equipes de Alto Rendimento da Confede-ração Brasileira de Triathlon.

No documento, fica restringinda a partici-pação de apenas dois membros da seleção permanente nos eventos de Nível II, mas será fornecido apoio para 5 desses even-tos.

Em compensação, teremos delegação brasileira em apenas 4 Copas do Mundo, muitas delas com apenas 1 vaga para a Seleção Permanente.

Não obstante o foco equivocado, a CBTri anunciou que a seletiva para todas as dis-putas ao longo do ano será a ITU Pan-ame-rican Cup Salinas, no dia 27 de fevereiro, uma competição sem grande importância e em um período no qual os atletas ainda se preparam para as competições realmente importantes. Vale ressaltar que nenhum atleta entre os 50 primeiros do ranking olímpico vai competir nesse período. Mais uma vez o Brasil está na contramão do cenário mundial.

Ainda no mesmo Regulamento, o calendário oficial da CBtri contempla os Jogos Mundiais Militares, que não possui nenhuma relação com os Jogos Olímpicos 2012, que deveria ser a total prioridade de seus Dirigentes, parte deles, por coincidên-cia, militares.

Assim como já aconteceu em outras olimía-das, alguns atletas, mesmo com ótimas condições de classificação, acabam depen-dendo de seus próprios recursos. MT

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Sabe quantas árvores foram derrubadas para que você pudesse ler a MundoTRI

Magazine? Nenhuma.

Pense verde.

MundoTRI.com

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Uma das promessas da nova geração fala sobre suas ex-pectativas para os próximos anos e a seletiva olímpica.

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MundoTRI: Pâmella, como foi seu início

no Triathlon? Você parece ter um histórico

forte de natação.

Pâmella Oliveira: Ainda quando nadava,

conheci os meninos do CNTT de Vila Ve-

lha. Eles faziam a parte da natação no meu

clube, e como na época eu já era fundista,

qualquer horário que eles fossem nadar,

eu estava lá.

Acabava conversando muito com o Gléd-

son (técnico do CNTT) e fiquei encantada

com as histórias que ele contava dos trei-

nos em diferentes locais, várias modali-

dades, as surpresas que surgiam em cada

prova, enfim, me encantei com o Triathlon.

Parecia-me muito mais um desafio do que

um esporte propriamente dito. E a certa

altura, já desgastada da rotina da natação,

decidi que faria Triathlon, mas não contei

a ninguém. Só quando viram que eu esta-

va realmente interessada, que a CBTri en-

trou em ação. Isso foi no final de 2006. Eu

ainda continuei nadando o resto do ano

e, mesmo treinando bem menos que uma

atleta de fundo treinaria, nadei minhas

provas longas no brasileiro de verão (meu

último) que aconteceu lá mesmo no ES, no

meu clube. Depois de obter ótimos tempos

e ganhar as provas, meu técnico (Alexan-

dre Antunes, que esteve comigo durante

7 anos) ainda tentou me convencer a ficar

na natação. Mas não teve jeito, já estava

decidida.

Queria sair da natação bem, e nadei aquele

brasileiro com esse espírito, acho até que

foi por isso que deu tão certo, eu simples-

mente queria nadar bem, não importava

se tinha treinado o suficiente ou não.

Então passei o primeiro semestre de 2007

em uma espécie de transição. Eu nem era

nadadora e nem triatleta. Com o apoio da

CBTri, comecei a fazer uns treininhos de

pedal e corrida para realizar os testes do

CNTT feminino que seria inaugurado, fa-

zia provas de aquathlon e short triathlon.

Em agosto de 2007, comecei de fato no

Triathlon quando foi inaugurado o CNTT

feminino em Vila Velha, minha cidade na-

tal.

Uma colega de natação, certa vez, disse

que eu nadava uma prova, ganhava e que

depois aquilo perdia a graça e eu ia e trei-

nava para outra prova até ganhar e então

mudava de novo (risos). Dizia que eu era a

única que já tinha nadado e ganhado de

tudo. Na época achei graça porque ela era

muito brincalhona, mas talvez ela tivesse

toda razão, quem sabe não vi no Triathlon

uma fonte que nunca seca? Afinal, em uma

prova de Triathlon acontece tanta coisa em

seu decorrer que sempre temos onde fazer

melhor da próxima vez. Acho que isso vai

me alimentar por um bom tempo (RS).

MundoTRI: Por falar em natação, você é

uma das melhores nadadoras do circuito

mundial. Como tem usado essa caracterís-

tica nas provas da ITU?

Pâmella Oliveira: Com certeza não poupo

esforços na natação. Dou meu máximo

porque sei que, se posso mudar alguma coi-

sa durante a minha prova, ainda é nadan-

do. Sei que o primeiro passo para se chegar

na frente em um Triathlon é começando

na frente, sendo competitiva na prova.

Tem muita atleta que é boa corredora mas

se quer chega a competir de fato a prova

porque já sai muito atrás na natação, pega

um pelotão fraco no pedal depois, e aí já

não faz mais diferença se corre bem ou

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não. Já tenho o primeiro passo, sou com-

petitiva, agora falta a finalização.

MundoTRI: Você já consegue nadar e peda-

lar com as melhores atletas do mundo, mas

diria que seu ponto fraco é a corrida? O

que falta para brigar por vitórias em pro-

vas da ITU?

Pâmella Oliveira: O que falta? Tempo

(risos). Eu nado desde os 5 anos de idade,

passei da escolinha de natação até a cate-

goria sênior, nesse tempo nadei todas as

provas que se possa imaginar, com bons

resultados no âmbito brasileiro em todas

elas. Ganhei muita experiência, técnica e

conhecimento do que posso fazer nadan-

do. Não é milagre eu nadar bem, posso

até ter facilidade, mas junto, foram muitos

anos de trabalho árduo. Não tem segredo.

Desde que entrei no Triathlon, faz um ano

e meio (desde quando fui treinar com o

Cali) que não tenho nenhuma lesão e con-

sigo fazer treinos de corrida sem pausas de

meses para tratamento fisioterápico. Pode-

se ver que, nesse período, já tive um bom

ganho.

Agora o que preciso é ganhar tempo de

corrida, ganhar volume. Posso não ter a

facilidade na corrida que tenho para nadar,

mas com certeza posso chegar em um nível

de corrida que, juntamente com minha na-

tação e o meu pedal, me coloque entre as

melhores triatletas.

MundoTRI: Você deixou a estrutura do téc-

nico Cali aqui no Brasil, considerada por

muitos a melhor do país, para embarcar

para Portugal no Projeto Rio Maior. Foi

uma escolha difícil? O que a levou a tomar

essa decisão?

Pâmella Oliveira: Vim pra Portugal, do

mesmo jeito que sai de Vila Velha para São

Carlos, com os mesmo objetivos e sonhos.

Pensei muito, foi bem difícil a decisão, mas

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depois que a tomei, vim com a certeza de

que estava fazendo o melhor. Realmente

São Carlos proporciona algo parecido do

que temos aqui em Rio Maior. Não se tem

um centro de treinamento propriamente

dito, mas o fato da cidade ser pequena e

todos os locais de treino de fácil acesso, é

possível fazer toda a carga de treino e ain-

da descansar bem sem problemas. O que

pesou muito na minha decisão foi poder

treinar e estar nas mesmas condições das

minhas adversárias. São detalhes precio-

sos. Também precisava consultar patroci-

nadores e apoiadores. O SICOOB, que está

comigo desde a fase da natação, como

sempre, me apoiou em mais essa escolha.

E também continuo com o apoio da ASICS

que me proporciona ótimos materiais de

treinos e competição. Com apoio, foi mais

fácil finalizar minha decisão.

MundoTRI: E como ficou sua relação profis-

sional com o técnico Cali? Você continua

fazendo algum treino dele ou segue 100%

dos treinos do técnico Sérgio santos?

Pâmella Oliveira: Com a minha decisão de

vir pra Portugal, tive que sair da equipe SESI

– SP, por problemas burocráticos. Como o

Cali é técnico do SESI, automaticamente

não tenho mais nenhum vínculo com ele.

Mas tudo foi esclarecido entre a gente. As

vidas seguem um fluxo e não são necessari-

amente iguais. Acredito que passei por lá

por um bom motivo e que não foi em vão,

tudo vem para nos engrandecer. Agora sou

atleta do Sérgio e só sigo orientações dele,

mesmo quando estiver no Brasil.

MundoTRI: Por falar em Projeto Rio Maior,

como tem sido seu dia-a-dia com os outros

atletas brasileiros?

Pâmella Oliveira: Aqui em Portugal a ro-

tina é treinar, comer e dormir (risos). Nem

nos dias de folga tem muita coisa diferente

para fazer. A cidade é pequena e não há

opções de entretenimento, o que por um

lado também é bom, pois nos deixa 100%

focados.

No feminino só sou eu e a Estéfanie. É bom

ter mais uma mulher no grupo, apesar da

convivência com os meninos ser bem tran-

quila.

A meu ver, a sintonia do grupo é muito

boa e com o passar do tempo todos sere-

mos grandes parceiros, uma verdadeira

equipe.

MundoTRI: Apesar de você estar no Projeto

Rio Maior 2016, acreditamos que também

seja um objetivo a classificação para Lon-

dres. Como você vê suas chances de estar

nos Jogos de 2012?

Pâmella Oliveira: Terminei 2010 bem perto

de uma vaga na simulação e este ano vou

trabalhar para entrar. Com certeza está

dentro dos meus objetivos estar nos Jogos

em 2012, sentir o que é uma Olimpíada e

ganhar experiência pra 2016.

MundoTRI: E das demais brasileiras? Será

que conseguiremos levar três atletas, como

já fizemos no passado?

Pâmella Oliveira: É uma meta difícil, mas

não impossível. Acredito que todas nós es-

tamos trabalhando com o objetivo de au-

mentar as vagas brasileiras.

MundoTRI: A CBTri anunciou recentemente

que só vai apoiar 2 atletas da seleção per-

manente em cada competição que vale

pontos para as Olimpíadas. Acha que isso

pode atrapalhar vocês atletas e inviabilizar

nosso sonho de levar 6 brasileiros?

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Pâmella Oliveira: Acredito que não. O Sér-

gio fez um planejamento para cada atle-

ta, sendo uma das obrigações da CBTRI

custear as viagens do planejamento pro-

posto pelo técnico. O atleta tendo pontu-

ação irá largar a prova. Quanto ao apoio

em viagens para os atletas da seleção per-

manente, é à parte. O apoio em viagens

dos atletas do projeto Rio Maior 2016 e

o apoio aos atletas da seleção permanen-

te são duas coisas distintas. A CBTri está

apostando alto nesse projeto e daí o fato

de estar priorizando os atletas que aqui

estão com o custeio de todo o planeja-

mento proposto pelo Sérgio. Agora cabe

a nós que estamos aqui recebendo todo

esse apoio mostrar porque valemos. As

chances estão sendo dadas.

MundoTRI: Como tem sido o trabalho do

técnico Sérgio Santos, você se adaptou

bem à sua filosofia? Alguma coisa que

queira destacar?

Pâmella Oliveira: Mesmo com o curto tem-

po estou muito confiante em seu trabalho.

Ele é bem organizado com horários, pro-

gramas diários de treinos, planejamen-

tos. Isso torna nosso trabalho realmente

profissional. Está sempre presente nos

treinamentos, muda-os de acordo com as

necessidades e dá atenção extra a quem

precisa. Gosto muito da seriedade com

que trabalha, mas isso não o impede de

descontrair quando a situação permite.

MundoTRI: Por fim, como você se vê até

2016?

Pâmella Oliveira: Em boas mãos! Estou a-

nimada e confiante com o projeto. Acre-

dito que dentro deste tempo poderei co-

lher os frutos desse trabalho.MT

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2012

38 MundoTRI.com [fevereiro 2011]

QUEM SÃO OS BRASILEIROS QUE BRIGAM PELA VAGA?

< Carla Moreno é pratica-mente uma certeza nos Jogos de Londres, que será sua terceira partici-pação em Jogos Olímpicos. Em Sydney 2000 e Atenas 2004, a atleta não comple-tou a disputa, e 2012 pode ser o ano da redenção de uma das maiores triatle-tas brasileiras de todos os tempos. Carla ocupa atual-mente a 26ª colocação do ranking olímpico e a vaga das Américas na simulação.

Foto

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Page 39: MundoTRI Magazine - Fevereiro 2011 - nº 60

MundoTRI.com [fevereiro 2011] 39

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AS 2012

<Reinaldo Colucci é o brasileiro mais bem colocado, ocupando a 14ª colocação no ranking olímpico e a 17ª vaga na simulação. Com a vaga praticamente garantida, Reinaldo abriu mão das competições de Ironman até os Jogos Olímpicos do Rio 2016, uma decisão importante rumo a tão sonhada medalha olímpica.

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40 MundoTRI.com [fevereiro 2011]

<

Junto com Carla Moreno e Rei-naldo Colucci, Diogo Sclebin forma o trio que está dentro das Olimpíadas na simulação atual. Diogo ocupa atualmente a 44ª posição no ranking olímpico e 37ª vaga na simulação.

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< Pâmella Oliveira ocupa atualmente a 74ª posição no Ranking Olím-pico. Apesar de não entrar na atual simulação, tem grandes chan-ces de fazer parte da delegação brasileira em 2012.

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2012

42 MundoTRI.com [fevereiro 2011]

< Fabio Carvalho, talvez o maior triatleta brasileiro do Triathlon Olímpico sem vácuo, agora corre atrás de uma vaga olímpica. Ele é o 75º do ranking para Londres e pode ser o terceiro ou o segundo atleta brasileiro.

< Bruno Matheus é uma das maiores apostas da CBTri, membro do Projeto Rio Maior 2016, mas tem boas chan-ces de brigar já por uma vaga em 2012. ocupa a 64ª posição no Ranking Olímpico atualmente.

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MundoTRI.com [fevereiro 2011] 43

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AS 2012

< Flávia Fernandes é a terceira brasilei-ra no ranking, na 88ª colocação no Ranking Olímpico da ITU.Fo

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Outros nomesO Brasil ainda tem vários outros atletas em condições de disputar uma

vaga para os Jogos Olímpicos de Londres 2012, especialmente no masculi-

no. Danilo Pimentel ocupa a 99ª colocação no Ranking Olímpico, seguido

de Adriano Sacchetto em 100º, Matheus Diniz em 127º e Mauro Cava-

nha em 172º. Ainda sem pontos no Ranking Olímpico, mas com chances

na disputa estão a jovem revelação Igor Amorelli, além de Wesley Ma-

tos, Rafael Fonseca e Juraci Moreira, que já esteve em três Olimpíadas.

Juraci sabe o caminho para chegar lá e fará de tudo para conseguir esse

recorde.

Page 44: MundoTRI Magazine - Fevereiro 2011 - nº 60

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2012

44 MundoTRI.com [fevereiro 2011]

Fonte das vagas Atleta País Vaga Pos. no País

Países com 3 vagas

Campeão Africano Wolfaardt, Erhard RSA 1 1 0

Campeão das Américas Chrabot, Matt EUA 2 1 0

Campeão Asiático Hosoda, Yuichi JPN 3 1 0

Campeão Europeu Brownlee, Alistair GBR 4 1 0

Campeão da Oceania Gemmell, Kris NZL 5 1 0

Campeonato Mundial #1 Brownlee, Alistair GBR Vaga já alocada 0

Campeonato Mundial #2 Gomez, Javier ESP 6 1 0

Campeonato Mundial #3 Justus, Steffen ALE 7 1 0

Campeonato Mundial #4 Silva, Joao POR 8 1 0

Ranking Olímpico da ITU #1 Gomez, Javier ESP Vaga já alocada 0

Ranking Olímpico da ITU #2 Frodeno, Jan ALE 9 2 0

Ranking Olímpico da ITU #3 Silva, Joao POR Vaga já alocada

Ranking Olímpico da ITU #4 Justus, Steffen ALE Vaga já alocada

Ranking Olímpico da ITU #5 Riederer, Sven SUI 10 1 0

Ranking Olímpico da ITU #6 Kahlefeldt, Brad AUS 11 1 0

Ranking Olímpico da ITU #7 Brownlee, Alistair GBR Vaga já alocada

Ranking Olímpico da ITU #8 Chrabot, Matt EUA Vaga já alocada

Ranking Olímpico da ITU #9 Bryukhankov, Alexander RUS 12 1 0

Ranking Olímpico da ITU #10 Shoemaker, Jarrod EUA 13 2 0

Ranking Olímpico da ITU #11 Don, Tim GBR 14 2 0

Ranking Olímpico da ITU #12 Hayes, Stuart GBR 15 3 1

Ranking Olímpico da ITU #13 Atkinson, Courtney AUS 16 2 1

Ranking Olímpico da ITU #14 Colucci, Reinaldo BRA 17 1 1

Ranking Olímpico da ITU #15 Malyshev, Yulian RUS 18 2 1

Ranking Olímpico da ITU #16 Hauss, David FRA 19 1 1

Ranking Olímpico da ITU #17 Petzold, Maik ALE 20 3 2

Ranking Olímpico da ITU #18 Pais, Bruno POR 21 2 2

Ranking Olímpico da ITU #19 Turbayivskyy, Volodimir RUS 22 3 3

Ranking Olímpico da ITU #20 Moulai, Tony FRA 23 2 3

Ranking Olímpico da ITU #21 Meshcheryakov, Valentin RUS País excedeu a cota 4 3

Ranking Olímpico da ITU #22 Grajales, Crisanto MEX 24 1 3

Ranking Olímpico da ITU #23 Rank, Sebastian ALE País excedeu a cota

Ranking Olímpico da ITU #24 Chacon, Leonardo CRC 25 1 3

Ranking Olímpico da ITU #25 Celustka, Jan CZE 26 1 3

Ranking Olímpico da ITU #26 Wilson, Dan AUS 27 3 4

Ranking Olímpico da ITU #27 Vasiliev, Ivan RUS País excedeu a cota 5 4

Ranking Olímpico da ITU #28 Tutukin, Ivan RUS País excedeu a cota 6 4

Ranking Olímpico da ITU #29 Prochnow, Christian ALE País excedeu a cota 5 4

Ranking Olímpico da ITU #30 Clarke, William GBR País excedeu a cota 4 4

Ranking Olímpico da ITU #31 Wild, Ruedi SUI 28 2 4

Ranking Olímpico da ITU #32 Zipf, Jonathan ALE País excedeu a cota 6 4

Ranking Olímpico da ITU #33 Brownlee, Jonathan GBR País excedeu a cota 5 4

Ranking Olímpico da ITU #34 Raphael, Aurelien FRA 29 3 5

Ranking Olímpico da ITU #35 Polyanskiy, Dmitry RUS País excedeu a cota 7 5

Ranking Olímpico da ITU #36 Ellice, Clark NZL 30 2 5

Ranking Olímpico da ITU #37 Bucholz, Gregor ALE País excedeu a cota 7 5

Ranking Olímpico da ITU #38 Perez, Jose Miguel ESP 31 2 5

Ranking Olímpico da ITU #39 Pereira, Joao POR 32 3 6

Simulação Olímpica em 02/02/2011Masculino

Page 45: MundoTRI Magazine - Fevereiro 2011 - nº 60

MundoTRI.com [fevereiro 2011] 45

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AS 2012

Ranking Olímpico da ITU #40 Svarc, Premysl CZE 33 2 6

Ranking Olímpico da ITU #41 Krnavek, Martin CZE 34 3 7

Ranking Olímpico da ITU #42 Jones, Kyle CAN 35 1 7

Ranking Olímpico da ITU #43 Sapunov, Danylo UKR 36 1 7

Ranking Olímpico da ITU #44 Sclebin, Diogo BRA 37 2 7

Ranking Olímpico da ITU #45 Seear, James AUS País excedeu a cota 4 7

Ranking Olímpico da ITU #46 Mola, Mario ESP 38 3 8

Ranking Olímpico da ITU #47 Fabian, Alessandro ITA 39 1 8

Ranking Olímpico da ITU #48 Whitfield,Simon CAN 40 2 8

Ranking Olímpico da ITU #49 Gemmell, Kris NZL Vaga já alocada 8

Ranking Olímpico da ITU #50 Giglmayr, Andreas AUT 41 1 8

Ranking Olímpico da ITU #51 Syutkin, Oleksiy UKR 42 2 8

Ranking Olímpico da ITU #52 Ejeda, Ramon ESP País excedeu a cota 4 8

Ranking Olímpico da ITU #53 Noble, Gavin IRL 43 1 8

Ranking Olímpico da ITU #54 Vidal, Laurent FRA País excedeu a cota 4 8

Ranking Olímpico da ITU #55 Serrano, Francisco MEX 44 2 8

Ranking Olímpico da ITU #56 Daubord, Brice FRA País excedeu a cota 5 8

Ranking Olímpico da ITU #57 Bennett, Greg ITU Não elegível 8

Ranking Olímpico da ITU #58 Elvery, James NZL País excedeu a cota 3

Ranking Olímpico da ITU #59 Rana, Ivan ESP País excedeu a cota 5

Ranking Olímpico da ITU #60 Bowden, Adam GBR País excedeu a cota 6

Ranking Olímpico da ITU #61 Luis, Vincent FRA País excedeu a cota 6

Ranking Olímpico da ITU #62 Sexton, Steven EUA País excedeu a cota 3

Ranking Olímpico da ITU #63 Eksteen, Claude RSA 45 2

Ranking Olímpico da ITU #64 Matheus, Bruno BRA País excedeu a cota 3

Ranking Olímpico da ITU #65 Marques, Duarte POR País excedeu a cota 4

Ranking Olímpico da ITU #66 Collins, Bem EUA País excedeu a cota 4

Ranking Olímpico da ITU #67 Sissons, Ryan NZL País excedeu a cota 4

Ranking Olímpico da ITU #68 Croes, Peter BEL 46 1

Ranking Olímpico da ITU #69 De Villiers, Hendrik RSA País excedeu a cota 3

Ranking Olímpico da ITU #70 Huerta, Manuel EUA País excedeu a cota 5

Ranking Olímpico da ITU #71 Docherty, Bevan NZL NF over quota 46 5 12

NZL País excedeu a cota 5

Ranking Olímpico da ITU #72 Lescure, Aurelien FRA País excedeu a cota 7

Ranking Olímpico da ITU #73 Sexton, Brendan AUS País excedeu a cota 5

Ranking Olímpico da ITU #74 Alterman, Dan ISR 47 1

Lista de Pontos ITU novo país Europeu

Van Berkel, Jan HOL 48 1

Lista de Pontos ITU novo país Africano

Felgate, Christopher ZIM 49 1

Lista de Pontos ITU novo país das Américas

Farias, Luciano ARG 50 1

Lista de Pontos ITU novo país Asiático

Lee Chi Wo, Daniel HKG 51 1

Lista de Pontos ITU novo país da Oceania

Não elegível

Evento de Qualificação Conti-nental da Oceania

Não elegível

Ranking Olímpico da ITU #75 Carvalho, Fabio BRA País excedeu a cota 4

Ranking Olímpico da ITU #76 Freeman, Oliver GBR País excedeu a cota 7

Ranking Olímpico da ITU #77 Collington, Kevin EUA País excedeu a cota 6

Ranking Olímpico da ITU #78 Belaubre, Frederic FRA País excedeu a cota 8

Ranking Olímpico da ITU #79 Heo, Min Ho KOR 52 1

País sede GBR País excedeu a cota 8

Ranking Olímpico da ITU #80 Rendes, Csaba HUN 53 1

Comissão Tripartite1 54

Comissão Tripartite2 55

Page 46: MundoTRI Magazine - Fevereiro 2011 - nº 60

OLI

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2012

46 MundoTRI.com [fevereiro 2011] MundoTRI.com [fevereiro 2011] 47

Fonte das vagas Atleta País Vaga Pos. no País

Países com 3 vagas

Campeã Africano Roberts, Kate RSA 1 1 0

Campeã das Américas Moreno, Carla BRA 2 1 0

Campeã Asiático Adachi, Mariko JPN 3 1 0

Campeã Europeu Spirig, Nicola SUI 4 1 0

Campeã da Oceania Hewitt, Andrea NZL 5 1 0

Campeonato Mundial #1 Snowsill, Emma AUS 6 1 0

Campeonato Mundial #2 Moffatt, Emma AUS 7 2 0

Campeonato Mundial #3 Spirig, Nicola SUI Vaga já alocada 0

Campeonato Mundial #4 Norden, Lisa SUE 8 1 0

Ranking Olímpico da ITU #1 Jenkins, Helen GBR 9 1 0

Ranking Olímpico da ITU #2 Moffatt, Emma AUS Vaga já alocada 0

Ranking Olímpico da ITU #3 Spirig, Nicola SUI Vaga já alocada 0

Ranking Olímpico da ITU #4 Findlay, Paula CAN 10 1 0

Ranking Olímpico da ITU #5 Bennett, Laura EUA 11 1 0

Ranking Olímpico da ITU #6 Norden, Lisa SUE Vaga já alocada 0

Ranking Olímpico da ITU #7 Roberts, Kate RSA Vaga já alocada 0

Ranking Olímpico da ITU #8 Hewitt, Andrea NZL Vaga já alocada 0

Ranking Olímpico da ITU #9 Murua, Ainhoa ESP 12 1 0

Ranking Olímpico da ITU #10 Holland, Vicky GBR 13 2 0

Ranking Olímpico da ITU #11 Morrison, Aileen IRL 14 1 0

Ranking Olímpico da ITU #12 Ryf, Daniela SUI 15 2 0

Ranking Olímpico da ITU #13 Swallow, Jodie GBR 16 3 1

Ranking Olímpico da ITU #14 Snowsill, Emma AUS Vaga já alocada 1

Ranking Olímpico da ITU #15 Dittmer, Anja ALE 17 1 1

Ranking Olímpico da ITU #16 Groff, Sarah EUA 18 2 1

Ranking Olímpico da ITU #17 Adachi, Mariko JPN Vaga já alocada 1

Ranking Olímpico da ITU #18 Peon, Carole FRA 19 1 1

Ranking Olímpico da ITU #19 Tanner, Debbie NZL 20 2 1

Ranking Olímpico da ITU #20 McIllroy, Kate NZL 21 3 2

Ranking Olímpico da ITU #21 Annaheim, Melanie SUI 22 3 3

Ranking Olímpico da ITU #22 Blatchford, Liz GBR País excedeu a cota 4 3

Ranking Olímpico da ITU #23 Riveros Diaz, Barbara CHI 23 1 3

Ranking Olímpico da ITU #24 Razarenova, Alexandra RUS 24 1 3

Ranking Olímpico da ITU #25 Vodickova, Radka CZE 25 1 3

Ranking Olímpico da ITU #26 Moreno, Carla BRA Vaga já alocada 3

Ranking Olímpico da ITU #27 Mensik, Lisa HOL 26 1 3

Ranking Olímpico da ITU #28 Harrison, Jessica FRA 27 2 3

Ranking Olímpico da ITU #29 Czesnik, Maria POL 28 1 3

Ranking Olímpico da ITU #30 Petersen, Jillian EUA 29 3 4

Ranking Olímpico da ITU #31 Charayron, Emmie FRA 30 3 5

Ranking Olímpico da ITU #32 Jackson, Emma AUS 31 3 6

Ranking Olímpico da ITU #33 Sapunova, Yuliya UKR 32 1 6

Ranking Olímpico da ITU #34 Haskins, Sarah EUA País excedeu a cota 4 6

Ranking Olímpico da ITU #35 Abram, Felicity AUS País excedeu a cota 4 6

Ranking Olímpico da ITU #36 Lisk, Ricarda ALE 33 2 6

Ranking Olímpico da ITU #37 Ide, Juri JPN 34 2 6

Ranking Olímpico da ITU #38 Jerzyk, Agnieszka POL 35 2 6

Ranking Olímpico da ITU #39 Lang, Kerry GBR País excedeu a cota 5 6

Feminino

Page 47: MundoTRI Magazine - Fevereiro 2011 - nº 60

46 MundoTRI.com [fevereiro 2011] MundoTRI.com [fevereiro 2011] 47

OLIM

PÍAD

AS 2012

Ranking Olímpico da ITU #40 Rivas, Claudia MEX 36 1 6

Ranking Olímpico da ITU #41 Ueda, Ai JPN 37 3 7

Ranking Olímpico da ITU #42 Jorgensen, Gwen EUA País excedeu a cota 5 7

Ranking Olímpico da ITU #43 Damlaimcourt, Marina ESP 38 2 7

Ranking Olímpico da ITU #44 Tsuchihashi, Akane JPN País excedeu a cota 4 7

Ranking Olímpico da ITU #45 Samuels, Nicky NZL País excedeu a cota 4 7

Ranking Olímpico da ITU #46 Rodriguez, Zurine ESP 39 3 8

Ranking Olímpico da ITU #47 Becks, Neiske HOL 40 2 8

Ranking Olímpico da ITU #48 Kovacs, Zsofia HUN 41 1 8

Ranking Olímpico da ITU #49 Mazzetti, Annamaria ITA 42 1 8

Ranking Olímpico da ITU #50 Polyanskaya, Anastasiya RUS 43 2 8

Ranking Olímpico da ITU #51 Abysova, Irina RUS País excedeu a cota 3

Ranking Olímpico da ITU #52 Luxford, Annabel AUS País excedeu a cota 5

Ranking Olímpico da ITU #53 Caelers, Maaike HOL País excedeu a cota 3

Ranking Olímpico da ITU #54 Stimpson, Jodie GBR País excedeu a cota 6

Ranking Olímpico da ITU #55 Muller, Kathrin ALE País excedeu a cota 3

Ranking Olímpico da ITU #56 Raw, Vanessa GBR País excedeu a cota 7

Ranking Olímpico da ITU #57 Densham, Erin AUS País excedeu a cota 6

Ranking Olímpico da ITU #58 Frederiksen, Helle DIN 44 1

Ranking Olímpico da ITU #59 Sheedy-Ryan, Felicity AUS País excedeu a cota 7

Ranking Olímpico da ITU #60 Widney, Chantell CAN 45 2

Ranking Olímpico da ITU #61 Kikuchi, Hideko JPN País excedeu a cota 5

Ranking Olímpico da ITU #62 Bazlen, Svenja ALE País excedeu a cota 4

Ranking Olímpico da ITU #63 Duffy, Flora BER 46 1

Ranking Olímpico da ITU #64 Klamer, Rachel HOL País excedeu a cota 4

Ranking Olímpico da ITU #65 Shapiro, Margaret EUA País excedeu a cota 6

Ranking Olímpico da ITU #66 Shoemaker, Jenna EUA País excedeu a cota 7

Ranking Olímpico da ITU #67 Kaye, Alicia EUA País excedeu a cota 8

Ranking Olímpico da ITU #68 Fernandes, Vanessa POR 47 1

Lista de Pontos ITU novo país Europeu

May, Elizabeth LUX 48 1

Lista de Pontos ITU novo país Africano

Bravo, Elizabeth ECU 49 1

Lista de Pontos ITU novo país das Américas

Liu, Ting CHN 50 1

Lista de Pontos ITU novo país Asiático

Saint Louis, Fabienne MRI 51 1

Lista de Pontos ITU novo país da Oceania

Não elegível

Evento de Qualificação Conti-nental da Oceania

Não elegível

Ranking Olímpico da ITU #69 Jensen, Line DIN 52 2

Host Nation Não elegível

País sede Davis, Emma IRL 53 2

Comissão Tripartite1 54

Comissão Tripartite2 55

Page 48: MundoTRI Magazine - Fevereiro 2011 - nº 60

Faça o que milhares detriatletas já estão

fazendo, acompanhe o MundoTRI nas redes sociais:

twitter.com/mundotri

facebook.com/mundotri

MundoTRI.com

Page 49: MundoTRI Magazine - Fevereiro 2011 - nº 60

GUIA

DE M

OUNT

AIN BI

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2011Após o tremendo sucesso do Guia de Bikes para Triathlon

2011, publicado em nossa edição de Janeiro, fizemos uma

seleção de mountain bikes para vocês detonar nas trilhas

quando estiver treinando ou fazendo um Cross Triathlon.

MundoTRI.com [fevereiro 2011] 49

Page 50: MundoTRI Magazine - Fevereiro 2011 - nº 60

50 MundoTRI.com [fevereiro 2011] MundoTRI.com [fevereiro 2011] 51

GUIA DE MOUNTAIN BIKES GUIA DE MOUNTAIN BIKES

Soul SL 300

Quadro: Alumínio HTSuspensão: Rockshox Dart 2Grupo: Shimano Alívio 24VPreço sugerido: R$1.899,00www.soulcycles.com.br

Gary Fisher (By Trek) Wahoo Disc

Quadro: Alumínio HTSuspensão: SR Suntour SF11Grupo: Altus/SRAM X.4Preço sugerido: Até R$4 milwww.trekbikes.com.br

Merida Matts TFS 500

Quadro: Alumínio HTSuspensão: Rockshox Dart 3Grupo: Deore/Deore XTPreço sugerido: Até R$4 milwww.merida.com.br

Page 51: MundoTRI Magazine - Fevereiro 2011 - nº 60

50 MundoTRI.com [fevereiro 2011] MundoTRI.com [fevereiro 2011] 51

GUIA DE MOUNTAIN BIKES GUIA DE MOUNTAIN BIKES

Orbea Compair

Quadro: Alumínio HTSuspensão: Rockshox ToraGrupo: XT Shadow / AlivioPreço sugerido: Até R$6 milwww.orbea.com.br

Specialized Camber FSR Comp

Quadro: Alumínio FSRSuspensão: Rockshox ReconGrupo: Shimano SLXPreço sugerido: Até R$6 milwww.specialized.com.br

Jamis dakota D29

Quadro: Carbono HTSuspensão: Rockshox RebaGrupo: Sram X9Preço sugerido: Até R$11 milwww.ltdimports.com.br

Page 52: MundoTRI Magazine - Fevereiro 2011 - nº 60

GUIA DE MOUNTAIN BIKES

Scott Scale 30

Quadro: Carbono HTSuspensão: Rockshox RebaGrupo: XT Shadow/SLXPreço sugerido: Até R$11 milwww.scott.com.br

Cannondale Flash 1

Quadro: Carbono HTSuspensão: Lefty Speed CarbonGrupo: Shimano XTRPreço sugerido: Até R$20 milwww.cannondale.com.br

BMC Fourstroke FS01

Quadro: Carbono FSSuspensão: Fox FRLGrupo: Sram X0Preço sugerido: Até R$30 milwww.omegabr.com

52 MundoTRI.com [fevereiro 2011] MundoTRI.com [fevereiro 2011] 53

Page 53: MundoTRI Magazine - Fevereiro 2011 - nº 60

Cannondale Flash 1

Quadro: Carbono HTSuspensão: Lefty Speed CarbonGrupo: Shimano XTRPreço sugerido: Até R$20 milwww.cannondale.com.br

BMC Fourstroke FS01

Quadro: Carbono FSSuspensão: Fox FRLGrupo: Sram X0Preço sugerido: Até R$30 milwww.omegabr.com

52 MundoTRI.com [fevereiro 2011] MundoTRI.com [fevereiro 2011] 53

Autorretratro

Lucas Helal, o LUQUINHAS

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Page 54: MundoTRI Magazine - Fevereiro 2011 - nº 60

Minha história no Triathlon e no esporte tem um enredo bastante comum. Comecei a praticar esportes desde muito novo. Lembro que, na escola, pratiquei tudo que foi ofe-recido e estava disponível, no melhor estilo “Mamãe, agora eu quero jogar futebol...”, e lá se vão chuteiras, caneleiras, meias e uni-formes. Entretanto, em dois momentos eu consegui ficar quieto nas modalidades, pra-ticando Futsal e Tênis-de-Mesa em períodos prolongados, por quase toda a minha infân-cia e adolescência.

Sou maranhense, mas grande parte da min-ha família mora em Santa Catarina. Por este motivo, no ano de 2007, aos 18 anos, vim cursar a faculdade de Engenharia Elétrica na UFSC. Em agosto, tive a bênção de ter o primeiro contato com a pessoa que é, junta-mente com o apoio dos meus pais e da minha família, o responsável por tudo que venho conquistando e projetando na minha vida esportiva e profissional, que é o meu técnico Roberto Lemos. Naquela época, eu apenas praticava algumas corridas, sem muito obje-tivo, e sem saber o que estava fazendo.

O tempo foi passando, meu corpo foi res-pondendo de forma bastante satisfatória a um treinamento que não era nem um pouco parecido com o que eu tenho hoje, e eu fui começando a ficar mais competitivo. Não sei exatamente que motivos o levaram a me propor a mudança para o Triathlon, mas no início eu relutei. Não tinha bicicleta, há muito tempo não ia pra água, e nem sabia se realmente queria. Antes mesmo do fim de 2007 eu voltei pro Maranhão, desacreditado com a carreira de engenheiro, mas conti-nuei correndo sob a supervisão do chefe.

Em janeiro de 2008 eu lembro que enviei um e-mail pra ele dizendo que queria começar a fazer Triathlon e que iria fazer Educação Física – as duas escolhas mais importantes

até hoje na minha vida.

No começo, não tinha a menor noção do que estava fazendo, eu só sabia que gostava muito, e que, queria treinar pesado e ser o melhor que eu pudesse a cada dia. O fato de que em São Luis o Triathlon ainda passa por anos ruins, com poucas provas, e poucos atletas, dificultou algumas coisas, mas me ensinou logo cedo o valor da disciplina e do foco.

Comecei a vir com freqüência para Flori-anópolis, e não demorou muito para que eu voltasse para cá de vez para estudar e treinar. Uma coisa que me lembro até hoje com bastante clareza foi que o chefe sem-pre acreditou muito mais em mim do que eu mesmo durante muito tempo. Eu digo que fui abençoado em o conhecer , porque muito mais do que estar me inserindo no esporte competitivo e me mostrar a rotina dura de treinamento, me ensinou a enxer-gar o Triathlon logo cedo como parte da minha vida, fosse eu um grande campeão ou não. Simplesmente temos deixado acontecer e tomamos as decisões em razão do que os resultados vão mostrando.

Confesso que, por ainda estar no “começo”, apesar de completar 3 anos agora em 2011, cada vez que eu largava nas provas e vinha o resultado, principalmente os bons, eu real-mente não esperava, mas no fundo eu já sabia que era capaz. Finalizei o ano com a terceira colocação geral no Ranking Catar-inense de Triathlon, que foi o resultado de todo o esforço empregado. Dentre os princi-pais resultados, poderia citar a 3ª colocação geral na Copa TM de Triathlon, o 6º lugar geral na Elite Amador na última etapa do Troféu Brasil e a 7ª colocação geral Amador no Campeonato Brasileiro de Triathlon, aqui em Florianópolis. Esta foi, provavelmente, a prova mais marcante que fiz até hoje.

54 MundoTRI.com [fevereiro 2011] MundoTRI.com [fevereiro 2011] 55

Page 55: MundoTRI Magazine - Fevereiro 2011 - nº 60

54 MundoTRI.com [fevereiro 2011] MundoTRI.com [fevereiro 2011] 55

No primeiro semestre de 2010, treinava muita natação, mas não correspondia nas provas. Nos dias que antecederam o Brasi-leiro, eu vinha me sentindo muito bem, e já estava rendendo bem nas provas do es-tadual. Vinha fazendo boas séries de nata-ção e corrida e estava conseguindo correr bem depois de pedalar. Falei para o Rober-to que estava me sentindo bem e que iria fazer um bom resultado, melhor que todos os outros. Esse foi o melhor resultado que já tive até então.

Como a prova do amador foi separada do profissional, a torcida estava em peso e dava para ter um bom controle dos atletas na disputa.

Na terceira volta do ciclismo, em um mo-mento oportuno, eu e o Rodrigo Bal-tazar, (atleta catarinense) escapamos e demos tudo para buscar o Fred Monteiro, do Paraná, que liderava a prova sozinho.

Conseguíamos tirar a diferença e, no fim da quarta volta, o pegamos Neste momen-to, liderávamos a prova. Quando tomei conta da situação, entregando a bike em primeiro, vendo os batedores e os árbitros, aquela sensação foi impagável. Juro que naquele momento eu ainda não me dava conta do que estava acontecendo. Foi de-mais ao entregar a bike e ver todos os ami-gos, torcida felizes por mim. Foi também nessa prova que fiz minha primeira corrida abaixo de 40 minutos em um olímpico, o que há muito tempo eu já sabia ser capaz, mas não encaixava. Realmente esse dia foi inesquecível.

Espero ter conseguido falar um pouco so-bre minha trajetória, e se pudesse dar um conselho, apenas diria: ame acima de tudo. Quando se faz com amor, fica para vida in-teira, independente de ganhar ou perder, é simplesmente fazer. MT

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Dia de Descanso

Aprenda quando deve inserir um em sua rotina

por Vinícius Santana

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Descanso

Chegou a hora do treino e você está cansado, não sabe se é pela estres-sante semana de trabalho que lhe

tira energia e motivação, ou se treinou forte demais no final de semana e ainda está carregando a fadiga resultante.

Porém, água fura pedra. E é por isso que na ironguides preferimos usar a contínua tortura chinesa de gota após gota, do que explodir um atleta com excesso de volume ou intensidade. O objetivo do treinamento é consistência a longo prazo no treinamen-to.

Por este motivo, sugiro seguir alguns pro-tocolos para testar seu corpo antes de qualquer treino, nos quais não sinta von-tade de fazer, seja por estar muito cansado ou desgastado.

Quando em dúvida, vá para o treino e tente

Isso NÃO significa que você vai treinar quando estiver doente (nunca!). Mas a sugestão é que, se você estiver em dúvida se deve treinar ou não, simplesmente teste seu corpo e ouça o que ele irá lhe dizer. Comece o treino com um esforço muito fá-cil, antes de decidir se você deve continuar ou parar:

• Se você se sentir melhor depois de 20-30 minutos, continue o treino conforme planejado. Você pode ir um pouco mais devagar se achar prudente, afinal também haverá treino no dia seguinte.

• Se você se sentir igual ao início do treino, nem muito melhor nem muito pior, mude a série de forma que diminua a carga em seu corpo. Por exemplo, se você deveria fazer um treino longo de endurance, di-minua a duração e veja como vai se sen-tir no meio do treino para saber se deve

mesmo continuar ou fazer menos volume. Se o treino for uma série de tolerância de lactato, mude tanto a duração quanto a in-tensidade dos esforços, e lhe dê um pouco mais de descanso nos intervalos. Dessa ma-neira, você ainda vai trabalhar seu sistema aeróbico e fibras rápidas, fazendo uma manutenção de sua atual forma física até que comece a se sentir forte novamente.

• Se você se sentir pior depois do test-drive, mesmo após 20-30 minutos bem fáceis, aborte o treino e vá pra casa. Seu corpo está he dizendo que não está pronto para treinar naquele dia e que você irá ficar lutando contra uma doença ou simples-mente precisa de tempo para se recuperar. Ouça a esse aviso e tire um dia de descanso completo. Um dia de descanso agora pode significar salvar nove dias treino mais para frente. Se você de fato estiver doente ou lutando contra uma doença, tirar alguns dias de descanso no início vai prevenir que fique por tempo indeterminado sem trei-nar direito por uma doença mal curada.

Você pode usar essas simples instruções para julgar a melhor decisão a ser feita em um dia em que estiver se sentindo mal ou desligado. Com freqüência, você vai perce-ber que irá ter um excelente dia de treino, quando, normalmente, iria ter tirado o dia como folga total.

E nos dias em que você se sentir bem? Pise fundo! Mas lembre-se que o objetivo não é se matar de uma vez, e sim, ir aos poucos, a longo prazo, dando estímulos constantes ao seu corpo.

Descanso e a relação com seu estilo de vida

A vida tem uma maneira engraçada de nos tirar dos treinos, seja com trabalho, família e eventos sociais. Ao invés de ficar preocu-

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“A vida tem uma maneira engraçada de nos tirar dos treinos, seja com tra-balho, família e eventos sociais. Ao invés de ficar preocupado com os treinos

perdidos, você pode ficar tranqüilo quando isso acontecer, pois você sabe que esteve treinando de forma constante até aquele momento. “

Por Vinícius Santana

pado com os treinos perdidos, você pode ficar tranqüilo quando isso acontecer, pois você sabe que esteve treinando de forma constante até aquele momento.

Seu período de descanso por compromis-sos fora do esporte torna-se seus dias de recuperação dos treinos, que são auto-maticamente encaixados em sua vida, já que naquele momento é quando você mais precisa deles, e não quando um pro-grama ou calendário fala que chegou um período para descansar.

Você também pode encarar da seguinte maneira: Nenhum calendário ou programa sabe prever o que você vai estar fazendo em cada dia daqui a alguns meses. O que proponho para um atleta é: “descanse quando você precisar”.

Vários atletas amadores podem utilizar grande parte de seu dia descansando o lado físico do treino, sentado em uma mesa de escritório, já que poucos atletas podem se dar o luxo de uma rotina dedicada ao

esporte. Por esta razão, é preciso separar descanso mental e descanso físico.

Por exemplo, um dia estressante no tra-balho, que o impeça de treinar, pode lhe causar uma grande fadiga mental, mesmo quando seu sistema físico estiver descan-sando! Consequentemente, seu dia estres-sante de trabalho conta como um dia de descanso físico, mesmo que você esteja mentalmente cansado.

Porém, não se esqueça que tudo é relativo no treinamento. Considere seu equilíbrio hormonal. Se o dia estressante no tra-balho vem em uma hora em que você já está estressado com outras coisas em sua vida, isso pode criar um significante efeito catabólico em seu corpo. Nessa situação, a melhor sugestão é de evitar qualquer tipo de treinamento de endurance ou ex-cesso de treinamento de tolerância de lac-tato imediatamente após, ou durante esse período de estresse em sua vida.

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Vinícius Santana é técnico da Ironguides, empresa que oferece soluções esportivas para atletas e praticantes de atividade física de to-dos os níveis, com treinamento online ou presencial, planilhas espefícas por eventos, training camps, curso para treinadores, programas de incentivo a promoção da saúde em empresas, e produtos para a saúde e o bem-estar

que propiciam um estilo de vida saudável aos atletas.http://www.ironguides.net/br

DescansoComo voltar aos treinos

Se as circunstâncias em sua vida lhe força-rem um dia de descanso, use as seguintes regras para voltar ao seu treinamento:

* Adicione um pouco de volume no iní-cio de seu treino para “religar” seu cor-po antes de qualquer tipo de esforço com intensidade. Você não quer voltar a treinar muito forte logo após um perío-do de descanso. O volume extra vai te deixar um pouco cansado, mas sem pas-sar dos limites. Então, inicie a série prin-cipal daquele dia. Por exemplo, adicione 30min de corrida leve, 60min de ciclismo leve ou 1500m de natação leve antes dos treinos principais.

* Se você for um atleta de alta perfor-mance, então faça um dia de descanso

ativo após seu dia de descanso, com 20-40min em cada modalidade. A razão é que se você precisou de um day off por questão de fadiga, foi porque ela estava muito profunda e acumulada, e o dia extra de descanso ativo irá lhe ajudar a voltar para níveis de fadiga “normais” e religar sua musculatura e sistema aeróbi-co.

Aprenda a ouvir os sinais de seu corpo, e treine com consistência! Bons treinos. MT

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Não perca nenhum detalhe das principais competições do país. Acompanhe nossas transmissões ao vivo no site ou pelo nosso canal no Twitter @mundotrilive

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Guto Antunes, em Santos >

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É necessário treinartransição?

OPINIÃO

> Alexandre Giglioli [p.64]

* A coluna “Opinião” também traz a visão de atletas experientes, mas que não necessariamente possuem conhecimen-to técnico e formal sobre o assunto abordado.

> Ciro Violin [p.66]

> Ana Lídia Borba [p.68]

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Alexandre GiglioliFo

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Muitos atletas me perguntam se devem ou não treinar a transição. Não se trata

apenas de treinos combinados, tic-tacs, e outras nomenclaturas, mas sim de treinar a troca de roupa, colocação de equipamentos etc.

Vemos inúmeros atletas, tanto de curtas como de longas distâncias perderem muito tempo na “troca”, que engloba a colocação de equipamentos específicos para cada modalidade.

Acredito muito em um dos princípios do treinamento, a especificidade, ou seja, treinar especificamente aspectos importantes de sua modalidade esportiva, e a transição é uma delas.

Então vamos lá, vou explicar aqui alguns aspectos importantes de cada troca.

Natação para ciclismo

Neste tópico temos que ter em mente que a retirada da roupa de borracha têm que ser extremamente rápida e eficiente, dando condições para que o atleta comece seu ciclismo inteiro.

Em muitas provas de longa distância, existe a ajuda de staffs para a retirada da roupa, mas em outras isso não ocorre, ou mesmo, quando existem inúmeros atletas ao seu lado isso se torna um pouco difícil. A retirada da mesma se torna fácil quando você a coloca corretamente,

ou seja, utilizando vaselina ou produto adequado no braço e pernas, tornando assim o deslize mais fácil pelo seu corpo. Você poderá realizar este treino na piscina ou mesmo em casa. Lembro que a roupa deve ficar justa em seu corpo, sem folgas.

Outra coisa que facilita é a utilização de top, bermuda ou macaquinho para esta etapa, terminando a natação pronto, basta apenas colocar seus óculos e capacete.

Quando o uso de roupa de borracha não é permitido, o uso da vestimenta adquada, acima mencionada, é de extrema importância, pois deixará você pronto para a próxima etapa.

Alguns atletas preferem colocar as sapatilhas no chão, outros já pedalando. Isso requer treino também. Quanto mais, melhor. Pegue o estacionamento de seu prédio ou o quintal de sua casa e faça repetidamente este movimento até tornar-se rápido e eficiente. Você irá sentir na prática o tempo que irá ganhar.

Ciclismo para a corrida

Aqui, o importante é deixá-lo em condições de sair rapidamente da área de transição. Quando você estiver terminando o ciclismo, deve tirar os pés da sapatilha. É mais fácil fazer este

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Opinião: Treinos de Transição

movimento do que colocá-las. Sempre olhando para frente faça a retirada de um pé, depois o outro, quando estiver bem próximo à área de transição, mantendo uma velocidade mais reduzida.

Este movimento também requer treino, pois, além da retirada, temos também a descida da bike, a colocação dos pés no chão. Existem alguns jeitos de se fazer isso, mas vou me ater aqui há dois:

- Passagem da perna por trás do selim: a meu ver o modo mais fácil onde a velocidade da bike pode ser reduzida enquanto você executa o movimento e coloca o pé desta perna no chão, antes da faixa de desmonte;

- Passagem da perna pela frente, entre a mesa e a ponta do selim; a meu ver o modo mais difícil, sendo mais fácil você se enroscar em alguma parte da bike. A colocação do pé no chão se dá da mesma forma que a passagem por trás.

Imagine quanto de tempo você ganha somente neste movimento, já que não necessariamente precisa parar a bike.

Após a descida, você terá que empurrar sua bike para seu cavalete. Cabe aí também um treino, já que estamos acostumados a tirar a bike do carro e sair pedalando, você já correu com ela ao seu lado? Então teste e veja a dificuldade. Eu, por exemplo, não consigo empurrar a bike com a mão esquerda, eu acabo tropeçando e já viu... Perceba como este treinamento também é importante. Imagine se você cai em cima de sua

magrela, quebrando algum raio ou se ferindo, acabou sua prova, certo?

Corrida para a corrida?

Existem inúmeros modelos diferentes de tênis, sem cabedal, com elástico etc. Cabe a você experimentar o modelo que melhor se adéque à sua pisada. Chegando com sua bike no cavalete, deixe-a juntamente com seu capacete e calce seu tênis, um de cada vez, claro. O que quero dizer aqui é que coloque um pé, deixe-o justo e depois passe ao outro.

Isso também requer um treinamento, já que você pode se enroscar no cabedal. Se for colocar meias, vale a pena mais um treininho aqui!

Depois é só completar sua corrida da melhor maneira possível.

Além dos treinos de natação, ciclismo e corrida, você deverá realizar, principalmente na semana anterior a sua prova, treinos de transição. Pode observar que se tudo der certo, você pode economizar aí alguns minutos preciosos que, com certeza, farão a diferença no final.

Alexandre Giglioli, é Diretor Técnico A. GIGLIOLI ASSES-SORIA ESPORTIVA

www.agiglioli.com.br

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Ciro ViolinFo

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Quando falamos em treinos de transição, estamos falando de dois tipos de treinos. Primeiro

os treinos que fazemos para acostumar, adaptar e condicionar nosso corpo em um momento extremamente importante no Triathlon, que é a de troca de modalidades. A segunda é para treinar a troca de equipamentos. Uma coisa já digo de cara: As duas são importantes.

A primeira que cito, é um treino específico para condicionamento da musculatura, frequência cardíaca, respiração e lucidez na troca de modalidades, que são da natação para o ciclismo e do ciclismo para a corrida.

O ato de nadar é totalmente diferente do que qualquer ser humano costuma fazer, seja em atividade ou repouso. É uma posição de bruços e na horizontal, o que a torna totalmente atípica. A frequência cardíaca é a mais baixa dos três esportes, e a respiração também é diferenciada. Quando colocamos os pés no chão depois de nadar algum tempo, é natural nos sentirmos meio zonzos. Quando começamos a correr, iremos sentir uma sensação de “afogamento”, pois os batimentos subirão de repente. É necessário treinar essa troca de modalidade. Quanto mais treino, mas adaptado você ficará, menos incômodo sentirá, e melhor você sairá da água em direção à sua “máquina” na área de transição.

Como treinar isso? Simples: Nade e corra em seguida, e repita esta atividade 2 ou 3 vezes por treino. Precisa ser no mar

ou lago? Se puder ótimo, mas é possível fazer isso na piscina, correndo em volta da mesma.

Não para por aí. É necessário montar na bicicleta e sentir como suas pernas, batimento, e lucidez irão reagir. É preciso treinar a transição completa de nadar “X”, correr até a bike, e pedalar “Y”.

Quanto fazer? Indico dois exemplos de treinos: Os mais fortes e menores, como 200m de natação forte, corra até a bike, e pedale forte por 2km. Fazer 4 repetições. E os mais fracos e mais longos, como 1500m natação na sua frequência, corrida até a bike, e 30km na sua frequência. Pode ser feito com bike no rolo ao lado da piscina também.

Treinar a transição do ciclismo para a corrida é mais simples e mais fácil na logística, além de ser extremamente importante. Geralmente, sentimos as pernas bambas quando saltamos da bike para correr. Os batimentos também irão subir de repente, e os músculos que usamos para a corrida estarão frios.

É necessário treinar o desmonte da bicicleta para sempre o executar corretamente e não correr o risco de queda. Normalmente passamos o pé ou perna por cima do banco, ou por cima do top tube com ela ainda em movimento. Isso é perigoso, por isso é necessário treinar.

Depois disso, é importante sair para correr cadenciado, para esquentar corretamente a musculatura que usaremos na corrida, além de se

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Opinião: Treinos de Transição

concentrar na postura correta. Treinos que indico: Os mais fortes e menores, como 4km de ciclismo com cadência de pedaladas alta, transição para 500m de corrida saindo fraco e chegando forte. Fazer 4 vezes. Ou os mais lentos, como 30km de bike na sua frequência, com uma transição para 7km de corrida, também na sua frequência.

Agora existe ainda outro tipo de treino de transição: A de troca de equipamento. Essa também é necessário treinar, e treinar muito:

> Entrar e sair na água com macaquinho.

> Treinar colocar o top, se você apenas nadar de bermuda.

> Treinar entrar e sair da água usando roupa de borracha. Treinar tirar a roupa de borracha sozinho.

> Testar colocar condicionador de cabelo nos braços e canelas por de baixo do neoprene.

> É preciso decidir se você vai querer colocar a sapatilha clipada na bike ou correr com ela pela transição.

> Treinar calçar a sapatilha com a bike em movimento, se você decidir por este tipo de transição.

> Treinar como colocar os tênis, como deixar a língua dos tênis, e como colocar o cinto do número e o boné.

Tudo isso é importante. Muita gente não treina essa troca de equipamento, e só fica preocupada com a troca de modalidade. Se você não priorizar as

trocas de equipamento, não vai adiantar nada estar apto a desmontar da bike e sair pra correr, se não conseguir calçar corretamente os tênis, e ele ficar “pegando” e atritando, machucando você durante 5, 10, 21 ou 42km de corrida. Converse com seu técnico de Triathlon. Ele poderá te ajudar nesse tipo de treino específico.

Bons treinos. Abraço do Ciro Violin.

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Ciro Violin é atleta NewBalance, PipaDesign, TopTel-ha, Cia do Móvel, Energético 220V, Madeirani, Academia AcquaCenter – Leme e Leme-farma.

cirotriatleta.blogspot.com

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Ana Lídia BorbaFo

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Quando o tema da coluna deste mês foi proposto, pensei: “desta vez todos vão concordar”. Depois de algum tempo refletindo sobre o assunto, já não tenho tanta certeza. E, ao contrário dos argumentos técnicos que costumo usar, acho que desta vez a melhor maneira de justificar minha opinião é contando dois pequenos “causos”...

Causo 1 – Ironman Arizona 2008

Naquele dia, fiz uma prova que considerei quase perfeita para uma estréia, exceto pela quebradeira dos últimos oito quilômetros. Superei, nas três modalidades, os tempos que tinha estipulado como metas e terminei na sétima colocação uma prova muito forte.

Estava no pódio quando a sexta colocada, Hailey Cooper, começou a conversar comigo. Elogiou minha prova, disse que eu tinha futuro no Ironman, que era muito nova... E que só tinha ganhado de mim por causa da transição. Achei aquilo estranho, mas assim que cheguei ao hotel fui conferir os resultados.

Eu tinha chegado à T2 em sexto; passei a Hailey, fui passada pela Kim Loeffer, ganhei uma posição com o abandono da Joanna Zeiger e, depois de quebrar, fui passada pela Hailey. Matematicamente, eu seria a sexta, certo? Errado. Eu cheguei à T2 em sexto, mas saí dela em sétimo lugar. Minha transição durou 3’21”, enquanto a da Hailey durou 51”.

Cheguei à T2 na frente, corri quase um minuto melhor e perdi... Na transição.

Causo 2 – Hamburgo 2007

Vanessa Fernandes e Emma Snowsill eram os grandes nomes do triathlon feminino, sempre correndo mais de um minuto melhor que suas adversárias.

Na prova de Hamburgo, as roupas de borracha foram liberadas e as fortes nadadoras americanas não conseguiram abrir vantagem. Joelle Franzmann liderou as mulheres na saída da água à frente das americanas, de Emma Moffatt e Vanessa Fernandes. Snowsill, então tricampeã mundial, saiu apenas três segundos atrás.

Mas a australiana se enrolou com sua roupa de borracha e saiu da transição dez segundos atrás de Vanessa. O pelotão trabalhou muito bem desde o começo e chegou à T2 com quase um minuto e meio de vantagem. Snowsill correu abaixo de 33 minutos, chegou a passar Laura Bennett nos últimos 500 metros, mas Vanessa Fernandes garantiu ali – na transição – o primeiro título mundial da história de Portugal.

Triathlon é mais do que a soma dos tempos de natação, ciclismo e corrida – o cronômetro não para. Quanto mais curta a prova, mais decisivos são os segundos ganhados ou perdidos na área

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Opinião: Treinos de Transição

de transição e, portanto, mais importante o treinamento específico. Assim como treinamos as três modalidades, temos que trabalhar as duas transições. Não apenas a adaptação do corpo às mudanças de esportes, mas também como realizar essas mudanças rápida e eficientemente.

É muito comum vermos treinos combinando ciclismo e corrida, mas quantos atletas aproveitam a chance para treinar a transição, propriamente dita? Tirar as sapatilhas e desmontar da bike em movimento são habilidades básicas e essenciais a triatletas de provas curtas, assim como calçar um tênis

rapidamente. E todas essas técnicas podem ser trabalhadas em praticamente todos os treinos, de modo que não seja necessário o planejamento de uma sessão específica.

Por outro lado, treinos de transição natação x ciclismo não são tão frequentes. Exatamente por isso, todo treino com roupa de borracha deve ser aproveitado para aprender a retirá-la rapidamente, assim como toda sessão de ciclismo é uma chance de montar na bike corretamente e calçar as sapatilhas em movimento.

Por fim, mais importante do que a prática desses fundamentos nos treinos é o planejamento cuidadoso das transições

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nas provas. Conheça bem a área de transição: o espaço disponível para as trocas, o percurso a ser percorrido. Visualize e planeje, antes de ir para o check-in, todos os detalhes – a posição do capacete sobre o guidão da bicicleta, onde serão colocados os óculos de sol, se a sapatilha estará ou não presa com tira elástica, se o cinto com número deverá ser usado no ciclismo e na corrida ou apenas na corrida, se serão calçadas meias e onde elas estarão dispostas, como será feita a nutrição...

Seja no seu espaço na área de transição ou nas sacolas usadas em provas longas, deixe tudo absolutamente visível, distribuído de maneira lógica e organizada. Afinal, raciocinar quando o coração está saindo pela boca não é tarefa fácil – pergunte a quem já saiu para correr com o capacete ainda na cabeça...

Ana Lídia Borba é atleta Asics, com apoio de Aqua Sphere, Pacific Health, Clínica 449, Velotech e Cia Athletica. RM Elite Team.

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Belas e FerasFisioterapeuta, Educadora Física, professora de Pilates e Tri-atleta, essa é a rotina de Mariana Zanão, campeã do Troféu

Brasil de Triathlon em 2010 na categoria 25-29 anos.

MundoTRI: Mariana, conte-nos um pou-co sobre sua vida esportiva, como tudo começou?

Mariana Zanão: Tudo começou na Moun-tain Bike (2006), onde conheci uma turma que realizava passeios pela região. A prática de corrida veio logo em seguida, e então a primeira prova esportiva em 2007 (5km cor-rida). Após uma lesão no tornozelo, passei a nadar para não perder o condicionamento enquanto estava impossibilitada de correr. Em 2008 praticava as 3 modalidades, porém nunca tinha unido todos os esforços em uma

competição. Após um convite de amigos para acompanhá-los em uma prova de Triathlon em 2009, aconteceu a paixão. E como os re-sultados logo no inicio apareceram a paixão tornou-se acima de tudo prazerosa e hoje as competições são realizadas em um sentimen-to de felicidade; curto cada modalidade du-rante as provas e sinto a adrenalina como um sopro de saúde e vida.

Fotos: arquivo pessoal da atleta

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MundoTRI: Como sua rotina profis-sional impacta seus treinos? Você con-segue fazer tudo o que precisa fazer?

Mariana Zanão: Apesar de ser autôno-ma, tenho mantido elevada carga horária no trabalho. Acredito que a vida é um ca-minhar em fases, atualmente é necessária essa carga para minha independência fi-nanceira (com direito a hobbies como o Triathlon) e futuramente, maior estabili-dade. Dificilmente consigo cumprir a pla-nilha de treinos, mas meu treinador (Le-andro Lattaro) tem consciência de minhas prioridades e me fornece opções de trei-nos mais curtos, ou compensatórios.

MundoTRI: E o que a família e os ami-gos que não são atletas dizem para você? Normalmente eles não costu-mam apoiar muito.

Mariana Zanão: Na verdade entendo que a paixão pelo esporte é minha e não deles. No inicio todos acham legal, fazem

perguntas e parecem interessados, mas logo começam as reclamações sobre mi-nha ausência nas reuniões familiares e so-ciais e às vezes, até críticas aparecem so-bre as minhas prioridades.

Hoje em dia, sei que desperto admiração por parte de todos, apesar de não poder contar com a companhia deles nas ativi-dades esportivas. Pratico o Triathlon por mim e me sinto cada vez mais realizada, pretendo associar o turismo ao esporte e acredito que será ainda mais fascinante.

MundoTRI: Mariana, você já foi Campeã Paulista, Campeã do Troféu Brasil 2010 e Vice Campeã do Interna-cional 2011, em sua categoria. Como esses resultados a motivam para con-tinuar treinando?

Mariana Zanão: Os resultados são muito compensatórios e essenciais para estipu-larmos as novas metas a serem atingi-das. Procuro realizar as provas sem muita

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pressão, faço o melhor que posso, mas sempre tenho em mente que preciso aproveitar e curtir a prova.

Encaro como um desafio ir “buscar” as atletas adversárias e as conquistas trazem uma adrenalina e felicidade indescritível. Tento levar isso para minha vida particu-lar, me desafiando diante dos obstáculos. Assim como no esporte, acredito que fa-zendo minha parte, não tenho com o que me preocupar. Este controle do estresse é essencial para que as soluções apareçam.

As cenas vivenciadas a cada prova e a cada pódio são lembradas durante os treinos seguintes e aquela emoção parece conta-giar todo meu ser, estimulando e tornan-do os treinos mais prazerosos e eficazes.

MundoTRI: Pensa em algum dia ir

para a elite?

Mariana Zanão: Eu amo minha profis-são e gosto muito da minha rotina, desde que consiga incluir os treinos. Sinto-me privilegiada por trabalhar com a área da saúde e poder servir de exemplo aos meus alunos/pacientes. Hoje prefiro visualizar os treinos como algo essencial à minha formação pessoal. Os resultados acabam sendo legais e se um dia o caminho for a elite isso acontecerá naturalmente já que não é essa a intenção no momento.

MundoTRI: Já abriu mão de algum aspecto de sua vida profissional (um emprego, promoção, viagem) ou pes-soal (namorado, férias, viagem) pelo esporte?

Mariana Zanão: Quando levamos o Tri-athlon como hobbie, sempre falta tempo para suprir todas as obrigações da vida, então procuro pesar o equilíbrio e as pri-oridades. No momento trabalho bastante

e estou envolvida com projetos profis-sionais. Mas, sempre que possível, en-caixo um treino, por exemplo, no horário de almoço (mesmo que os treinos sejam mais curtos por falta de tempo).

No aspecto pessoal o contato e o envol-vimento com aqueles que gostam e prati-cam esportes é sempre mais facilitado. Geralmente uma de minhas bikes (ou pelo menos os tênis) me acompanham duran-te as férias e viagens. Já tive momentos inesquecíveis e experiências incríveis com MTB à beira mar; já conheci muitas pes-soas, vistas e trechos das viagens foram realizados de bike.

MundoTRI: As mulheres triatletas tem um complicador a mais que é o tempo necessário para os cuidados pessoais corporais, normalmente maiores do que os dos homens. Você consegue manter a vaidade, mesmo no período de treinos mais intenso?

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Mariana Zanão: Um pouco de vaidade é necessária à mulher. Há aspectos em que o esporte auxilia como manter um corpo mais forte e com menos gordura, apesar de acreditar que esse não seja o principal foco. Eu particularmente pratico porque sou apaixonada pelo esporte e o restante, é conseqüência. Em uma tarde de sába-do, por exemplo, dificilmente eu trocaria uma tarde de MTB em trilhas da região por compras num shopping! Mas quando preciso ir às compras ou ao cabeleireiro tento encaixá-los em outros horários, ou até deixo para outro dia e não deixo de fazê-los.

MundoTRI: Para terminar, qual o papel do Triathlon na sua vida, o que a faz acordar todos os dias para treinar?

Mariana Zanão: Considero o Triathlon um esporte apaixonante, num primeiro momento por envolver três modalidades fascinantes: a natação, o ciclismo e a corri-da. Estas nos desafiam a conquistar novas metas e melhores tempos a cada treino, obtendo assim um grande fator motiva-cional.

Vejo nos treinos a oportunidade de cuidar do meu ser como um todo, uma forma de continua evolução e aperfeiçoamento. Não só a questão física, mas mental e es-piritual também.

A mente voltada para o movimento rea-lizado em determinada modalidade per-mite melhora na consciência corporal, seja com uma braçada mais alongada na nata-ção ou um aumento na passada durante as corridas e assim, gradativamente ocorre o aperfeiçoamento de nossa técnica.

Alem disso, refletir sobre a vida ou encon-trar soluções para problemas pessoais ou

profissionais também é bastante viável durante os treinos, principalmente nos treinos de volume, onde sempre volto com respostas e maior discernimento so-bre os questionamentos pendentes. De-pois do esclarecimento, como um prêmio, a mente sempre viaja a algum mantra ou musica que me traga boas recordações e felicidade.

O resultado é muito compensatório: oca-siona melhora na auto-estima e confian-ça, já a auto- superação possibilita maior motivação e felicidade para a vida. Essa sensação de paz interior e o bem-estar proporcionado pelo treino são poten-cializados nas provas de Triathlon. Com a natação em águas abertas, na busca de alguém que esta na sua frente na corrida e no ciclismo; o contato com outros atle-tas que possuem diferentes experiências e historias de superação nos faz crescer a cada desafio. Para mim ocorre a sensação de bem-estar físico e renovação da alma. TRIATHLON é equilíbrio do corpo, mente e espírito! MT

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Dentro da caixa parece meio complicado, muitos fios e conexões que ainda não esta-mos acostumados, porém o processo de insta-lação já se torna um pouco mais fácil. Lem-brando que a criatividade do mecânico vai ser importante, principalmente nos quadros que não estão preparados para receber o Di2. Mesmo nos quadros preparados para ele, é importante lembrar que seus fios e conexões são dimensionados para quadros grandes (XL ou XXL), ou seja, se montados em um quadro de tamanho menor, será necessário esconder as sobras do fio.

Passada a fase de instalação, começam as fa-cilidades do Shimano Dura Ace Di2. No câm-bio dianteiro, basta acertar sua altura e seus limites inferior e superior. No câmbio traseiro somente seus limites devem ser ajustados.

Com os câmbios instalados e seus limites definidos, o processo de ajuste é bem sim-ples, feito através de sistema de ajuste fino. Sempre que uma marcha estiver funcionando perfeitamente, todas as outras estarão fun-cionando de forma perfeita, pois a eletrônica elimina o efeito de mola gerado pelos con-duítes e terminais quando novos.

O Di2, uma vez ajustado, terá funcionamento perfeito desde o final de sua instalação, eli-

Câmbio Eletrônico Shimano Dura Ace Di2

Por Felipe “PIPO” Campagnolla, Diretor da Vélotech, habilitado Retul bike fit

minando um possível ajuste posterior, às vezes necessário nos sistemas a cabo.

O câmbio dianteiro leva o grande trunfo do conjunto, corrigindo sua posição para que a corrente não o toque mesmo com marchas cruzadas (ex: 53x25 ou 39x11), sem que seja preciso algum tipo de co-mando no STI ou shifter.

O passador, quando instalado com STI, se torna mais macio, pois não oferece a resistência dos cabos em seus comandos,

Detalhes da Felt da triatleta profissional Talita Saab com o Di2 >>

1ª Impressão

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porém as trocas poderiam ser um pouco mais rápidas, principalmente quando várias trocas são solicitas de uma só vez, mas essa questão não tira seu mérito.

No caso das bicicletas de Triathlon e contra-relógio, o Di2 se torna uma ótima opção, ofe-recendo a opção de troca de marcha no clip e também no guidão, integrado à manete de freio. Isso facilita a troca de marcha em saí-das de curvas, subidas e trecho de aceleração onde o clip não é utilizado, podendo trazer um ganho significativo de tempo em circuitos com muitas curvas fechadas e retomada de ve-locidade.

Com relação à bateria, seu tamanho é muito bom e tem um peso imperceptível no conjun-to montado, seu manuseio é simples e fácil.

A durabilidade também é boa e um sinal lu-minoso indica quando seu final está próximo, faltando aproximadamente 20h de uso, tempo suficiente para terminar o treino sem nenhum problema e recarregar a bateria.

Ainda veremos muita evolução nessa nova era da eletrônica no ciclismo e o Di2 deu um grande passo. Lembrando que a Campagnolo já anunciou um grupo eletrônico em sua li-nha, e imagina-se que a SRAM não fique atrás de seus concorrentes.

Para aqueles que ainda têm dúvidas sobre a qualidade e durabilidade do DI2, podem ficar despreocupados, é um ótimo grupo e tem seus benefícios, mesmo tendo no preço um fator limitante para seu crescimento no mercado, o deve mudar em breve. MT

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NA PRÓXIMA EDIÇÃO:

Sesc Caiobá

Fast Triathlon Feminino

ITU Salinas Pan American Cup

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