mulheres com câncer e o vínculo afetivo com suas mães...
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Rev. SBPH v.10 n.1 Rio de Janeiro jun. 2007
Mulheres com câncer e o vínculo afetivo com suas mães: compreendendo para
trabalhar em psicoterapia
Women with cancer and the affective bond with her mothers: understanding to the
psychotherapy work
Jacqueline Feltrin Quintana
Psicóloga, docente na Universidade da Região da Campanha – Urcamp/Bagé/RS
Juvêncio Lemos no 452
Fone: (53) 3241-4664
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RESUMO
O trabalho trata das mulheres que adoeceram por câncer e o vínculo afetivo que mantiveram com suas mães na infância. O método que proporcionou chegar aos resultados foi o de Análise de Categorias dentre as encontradas foram: sentimento de abandono, vínculo afetivo, recursos compensatórios adaptativos e medo.O instrumento utilizado para chegar às categorias foi uma entrevista semi-estruturada. A conclusão sobre as mulheres que adoecem de câncer e o vínculo afetivo que mantiveram com as mães na infância, confirmaram o que foi fundamentado na teoria, ou seja, as mulheres do estudo apresentaram sentimentos de abandono, suas mães não supriram carências necessárias na infância, ocasionando vazios internos na personalidade.
Palavras-chave: percepção, adaptação, sentimentos.
ABSTRACT
The paper deals with women who became sick due to cancer and the bond they kept with their mothers in the childhood. The method which led to results was the analysis of categories and among the found categories there are: abandonment feeling, affective bond, adaptive compensatory resources and fear. The instrument used to reach the categories was a semi-structured interview. The conclusion about women who become sick due to cancer and the affective bond which they had with their mothers during childhood, confirm what was the fundament in the theory, or, the women in the study presented abandonment feelings, their mothers did not fulfill necessary shortage in the childhood, causing intern blanks in their personality.
Key Words: perception, feelings, adaptation.
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O ser humano desde o nascimento até a morte, caracteriza-se pela necessidade do contato
social com seu semelhante, Klein (1975), atenta à observação de bebês chegou a um
entendimento profundo das formas pelas quais na criança e posteriormente no adulto, a vida
mental é influenciada pelas emoções primitivas e fantasias inconscientes. A hipótese de
Klein (1975) é de que o bebê possui uma percepção inconsciente inata da existência da mãe.
A principal hipótese do estudo refere-se, ao adoecimento de câncer das mulheres e
também sentimentos como medo, rejeição e raiva projetadas nas mães. Verificou-se também,
o sofrimento psíquico sofrido pelas vivências infantis repetidas na vida adulta frente às
adversidades. Os psicanalistas foram unânimes ao reconhecer, que a função do
comportamento de apego é a proteção do ser indefeso contra os predadores, esta observação
foi realizada com animais irracionais, constatado a veracidade desta teoria, na proteção que o
animal dispensa à prole, defendendo-a dos perigos. Foi comprovado que o comportamento de
apego persiste até a vida adulta, como ocorre em tantos mamíferos. A primeira relação de
uma criança com a mãe é como pedra fundamental sobre a qual se edifica a personalidade. A
principal função da mãe, quando a criança nasce é suprir suas necessidades fisiológicas,
principalmente a alimentação indispensável à sobrevivência A presença materna junto à
criança permite que suas necessidades tanto físicas como psicológicas, sejam satisfeitas sem
demora. Por necessidades psicológicas entende-se calor, afago, contato físico e proteção
(Ferreira, 1986).
A psicanálise se detém ao estudo do ser humano, cuja hipótese de que a sexualidade
infantil influencia na relação com a mãe porque a mesma é o primeiro e principal objeto de
apego, também representa alguém que vai competir com a filha o amor do pai, no complexo
de Édipo. Esta hipótese foi formulada com o objetivo de explicar o comportamento de um
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indivíduo adulto e o modo como percebe a relação afetiva com sua mãe. As perdas atuais da
vida de uma pessoa e a forma como são vivenciadas pela mesma, representa uma repetição
inconsciente das perdas vividas nos primeiros anos de vida. O excesso de frustrações nas
primeiras vivências infantis, fragiliza o ser humano (M. Filho, 1992).
O tema principal deste estudo, refere-se à investigação do vínculo afetivo entre mães e
filhas nos primeiros anos do desenvolvimento da personalidade e sua importância na saúde
física e mental. O trabalho tratará da problemática das mulheres que contraíram câncer na
idade adulta.
As diferenças individuais no comportamento, nos estilos pessoais de enfrentamento dos
conflitos, nos traços de personalidade, podem ocasionar diferentes características
imunológicas. A depressão faz com que a imunidade fique baixa propiciando o aparecimento
de doenças (Ballone, 2001).
As causas do câncer são multifatoriais, tanto de influência constitucionais como
ambientais. Para que a doença (câncer) se desenvolva é necessário que haja uma falha do
sistema imunológico do organismo em algum momento. O câncer é suscetível à influência de
estresse e de fatores psicológicos vários, quer na sua origem ou evolução. Segundo alguns
autores, os pacientes de câncer, costumam ter em comum, perdas significativas antes do
desenvolvimento do tumor (Miller, 1977).
Quando o desenvolvimento do psiquismo não se cumpre plenamente, podemos ter a
preponderância das características sensório-motoras, o que daria um aspecto operatório ao
psiquismo, a partir daí surgiu o conceito de “pensamento operatório”, que tem como
características ser consciente e não ter ligações significativas com representações afetivas.
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O pensamento operatório nem sempre permite a exteriorização da agressividade e revela
empobrecimento na organização do ego. O pensamento operatório limita a capacidade do
indivíduo que permite a integração de tensões pulsionais, sabe-se que as tensões pulsionais
quando não podem ser integradas e elaboradas, acabam por constituir na desorganização
somática, contribuindo para o adoecimento físico.
Para os oncologistas de linha mais holística, pessoas com dificuldades para expressar os
sentimentos, correriam mais risco de contrair câncer devido a traços de personalidade como
negação das experiências traumáticas, supressão das emoções e tendência à raiva. Outra
característica marcante neste tipo de personalidade é a amabilidade excessiva, não
reconhecimento de conflitos, aspiração social exagerada, comportamento forçosamente
harmonioso, paciência desmedida (às vezes, dissimulada), racionalidade contundente e um
rígido controle da expressão emocional (Baltrush,1991).
Existem riscos, segundo o autor, que aumentam a probabilidade de contrair câncer,
primeiro à perda de um vínculo importante como: pai, mãe, filho ou cônjuge e em segundo,
uma grande inabilidade para expressar sentimentos hostis ou uma liberação inadequada da
emoção, uma importante tensão em relação a uma figura parental, sentimentos de desamparo
e desesperança.
O termo self significa uma descrição psicológica de como a pessoa se sente
subjetivamente, sendo o “sentir-se real” o que a coloca no centro do sentimento do self
(Winnicott, 1998), descobriu sobre as pessoas possuidoras de um falso self, que as mesmas
não possuem verdadeira sensação de existir. Aparecem nos consultórios de psiquiatras e
psicólogos, sendo consideradas como possuidoras de crise de identidade, narcisismo,
depressão, falta de sentido na vida, somatizações variadas e vícios.
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A percepção de Winnicott (1998), quando comenta sobre falso self, é de que estas pessoas
teriam características como falta de espontaneidade e de um verdadeiro sentimento de serem
elas mesmas. As pessoas com falso self, não possuem o sentimento de serem reais.
Para Marty (1998), os seres humanos, possuindo um organismo e uma psique,
freqüentemente são submetidos a um certo número de excitações dos instintos e pulsões. Ao
interagir, vivendo as pressões do dia a dia, mais ou menos importantes, atingem a afetividade
e desencadeiam excitações que devem ser descarregadas ou extravasadas.
Para que as pessoas possam extravasar estas descargas, necessitam de um trabalho mental
de elaboração das excitações sentidas e os comportamentos motores e sensoriais
diferentemente ligados ou não ao trabalho mental. Estas excitações, quando não extravasadas,
se acumulam e atingem cedo ou tarde, de forma patológica, os aparelhos somáticos.
O autor afirma que é importante à dinâmica do aparelho psíquico ao extravasar
excitações, neste caso, as representações psíquicas constituem a base da vida mental de cada
ser humano. Durante o dia, por exemplo, elas fornecem o que se chama de fantasias, à noite,
fornecem os elementos dos sonhos. As representações permitem as associações de idéias, os
pensamentos, a reflexão interior, são também utilizadas constantemente na relação direta ou
indireta das pessoas umas com as outras.
A forma como as pacientes psicossomáticas, especificamente acometidas de câncer lidam
com as emoções e com o pensamento, segundo estudos de autores franceses e americanos
como Múzan (1983) citado por M. Filho (1992), é de pouca significação funcional para o
equilíbrio psíquico. Eles chamaram esta estrutura psicológica como estrutura de pensamento
operatório.
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Sifneos (1973) citado por M. Filho (1992), traduz estas características como dificuldade
de descrever suas emoções e mesmo de senti-las, criando assim o termo alexitimia, ou seja, a
pessoa não encontra palavras para nomear as emoções.
Galeno citado por M. Filho (1992) comenta a importância das perdas como principal
causa do adoecimento por câncer, isto é, a afetividade como fundamental no equilíbrio
psicossomático do ser humano. As perdas citadas podem ser imaginárias, perdas sentidas no
inconsciente, conflitos não resolvidos com figuras de apego muito importantes.
Sinfeos (1973) citado por M. Filho (1992) encontrou entre seus pacientes incapacidade
para expressar sentimentos hostis, importante tensão em relação a uma figura parental,
sentimentos de desamparo e desesperança. Afirmou ainda que estas pessoas com câncer
possuem uma vida de abandono, solidão, culpa e auto-condenação.
Os estudos de Thomas e colaboradores citados por M. Filho (1992) foram semelhantes,
no que se refere à história e ao perfil psicológico das pessoas que desenvolveram câncer,
essas pessoas relatavam história de relacionamento emocional distante com seus pais, o que
não aconteceu com os considerados normais e com os que desenvolveram coronariopatia.
Para M.Filho (1992), as pessoas que sofrem distúrbios psicossomáticos apresentam
dificuldade para cuidar de si mesmas, isto se deve ao fato de na infância, viver como
transgressão e sujeito a castigo, o ato de interiorizar o objeto materno com o propósito de
adquirir funções protetoras e tranqüilizadoras. Segundo pesquisas realizadas pelo autor, uma
paciente diz: [...] “Na minha família estava proibido estar triste, ou necessitando de qualquer
coisa”. Estas pessoas ficam muito vulneráveis às situações de perda, tais como: morte dos
pais, nascimento de um filho, divórcio e outras situações que ocasionem ferida narcísica.
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As pessoas portadoras deste tipo de pensamento, ou seja, operatório possuem um mundo
interno pobre e investem intensamente na realidade externa, da qual são dependentes ou
“hiperadaptados”. As emoções são afastadas da mente e as tensões físicas não encontram
caminho para o psíquico, permanecendo no campo físico. Segundo o autor a repressão dos
afetos na infância, é muito importante na formação deste tipo de funcionamento psíquico, a
criança não pode chorar, dizer o que pensa ou sente sem ser severamente reprimida.
Estudos realizados com pessoas que sofrem de câncer, constataram que a personalidade
predisposta ao tumor maligno caracteriza-se pela repressão dos sentimentos, M.Filho (1992)
afirma que estas pessoas vivem uma vida pouco estimulante, evitam experiências novas,
ignoram os poucos estímulos que rompem suas defesas, mantendo tudo sob controle dos
impulsos e desejos. A pessoa afetada pelo câncer não possui consciência de sua disposição
depressiva latente, com dificuldade para compartilhar a vida com os outros. Os autores ainda
constataram, que o surgimento de nódulos mamários nas mulheres, representa o retraimento
ou repressão das emoções.
O organismo humano é a integração entre corpo e psiquismo. A psicanálise faz um elo de
ligação entre ciências sociais nas questões da personalidade e adaptação ao papel e também
da fisiologia na investigação das doenças psicossomáticas. Sabe-se que o equilíbrio entre o
corpo e a mente, é responsável pela saúde do organismo.
O termo “homeostase” para Ackerman (1986), refere-se ao princípio vital que preserva a
integridade e continuidade do organismo humano, a capacidade de manter um funcionamento
coordenado, efetivo, sob condições de vida constantemente alteráveis. Na investigação da
saúde e doença o princípio da homeostase é um sine qua non.
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As funções da mente servem de intermediários entre o físico, intacto, vivo e seu
ambiente. O termo “homeostase” significa “permanecer o mesmo”. Sugere a capacidade
adaptativa de estabilização do “self” em face das exigências da vida em contínua alteração. O
indivíduo está sujeito à incessante pressão dos estímulos internos e externos, a homeostase é
a capacidade de resistir e modificar essa pressão a fim de manter o nível de integração que é
necessário para a preservação da atividade vital e um maior desenvolvimento (Ackerman,
1986).
O mesmo autor afirma que a essência da vida é mudança, crescimento, aprendizagem,
adaptação a novas condições e evolução criativa de novos níveis de intercâmbio entre pessoas
e ambiente. Nestas condições, o processo de vida não pode ser seguro e estável em qualquer
sentido, ele é fluido, mutável e instável. Sem essa “instabilidade”, não pode haver
crescimento, adaptação, aprendizagem ou criatividade, esta instabilidade é controlada, pelo
corpo e mente, permite a expansão do organismo enquanto protege sua integridade.
Para Hisada (2003), o que acima foi relatado, reforça o que se pretende estudar, ou seja, a
natureza do vínculo afetivo com figuras de apego, importante no desenvolvimento de
neoplasias. Além da predisposição genética a exposição longa ao estresse sem capacidade de
expressar os sentimentos pode propiciar o surgimento de doenças.
A idéia principal do estudo gira em torno da importância que o vínculo afetivo com a
figura materna representa para o ser humano quanto à saúde ou doença. O vínculo inicial, ao
ser sentido como de rejeição ou agressão pode ocasionar doenças como afirma Rossi (1997),
quando diz que a mente pode mover moléculas, este é o mais novo insight sobre a
comunicação psicossomática entre mente, emoções, comportamento e a expressão de genes
na saúde e na doença.
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Quando o assunto é rejeição, pode-se inferir que a empatia é fundamental no vínculo
entre mãe e filha, para que a mesma sinta-se compreendida e amada, isto não acontece nos
casos em que a mesma não se identifica com a filha, não se coloca no lugar dela, não
compreende aos seus desejos.
Estudos têm demonstrado que os bebês reagem a perturbações sentidas pelos que cuidam
deles, como se estas perturbações estivessem ocorrendo com eles próprios, os bebês possuem
empatia inata. A empatia não depende só da habilidade que o indivíduo tem para identificar
emoções de outras pessoas, mas da capacidade da pessoa para se colocar no lugar do outro e
experimentar uma resposta emocional apropriada (Ballone, 2001).
As patologias da empatia são muito negativas para as pessoas em geral, de qualquer
idade, pode ser destruída na relação com pais não empáticos. A ausência de empatia interfere
na vida do ser humano em muitos aspectos, na vida amorosa, na compreensão dos
movimentos culturais e no próprio desenvolvimento intelectual (Quilic, 2001).
O mais grave segundo Quilic (2001), é a carência de empatia no relacionamento da mãe
com o bebê, os efeitos dessa ausência durarão uma vida inteira, o bebê humano comunica-se
com a mãe através das emoções.
Observa-se, segundo Bolwby (1985), que a presença de impulsos hostis, conscientes ou
inconscientes dirigidos contra uma figura amada pode fazer crescer muito a angústia, esta
aumenta a hostilidade, especialmente quando ligada ao fato de uma figura de apego mostrar-
se inacessível ou não correspondente ao ser humano.
Farbian citado por Bowlby (1985), constatou que a raiva dirigida a uma figura de apego é
ocasionada pela frustração, ou seja, é uma reação à frustração. Sabe-se que o bebê não reagirá
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com agressividade se não sofrer frustração, principalmente frustração de relações libidinais, o
trauma de ver-se separado da mãe, seja por abandono, morte ou indiferença.
O que acima foi relatado pretende chegar à explicação de motivos que poderiam levar às
pessoas adultas, ao sentirem-se rejeitadas pela mãe na infância desenvolverem tipos de
personalidade suscetíveis ao adoecimento (Baltrush, 1991).
O autor comenta sobre a importância do vínculo afetivo que se estabelece entre mãe e
filha, principalmente na fase pré-edípica no desenvolvimento psicossexual da mulher e
conseqüentemente no desenvolvimento da personalidade e identidade feminina., considera-se
que por longo tempo o Complexo de Édipo na menina nos impediu de ver esta ligação com a
mãe pré-edípica, de forma tão importante que deixa como seqüelas, fixações duradouras
(Kancyper, 1994).
Estas fixações duradouras adquirem eficácia psíquica posteriormente, quando a mulher
assume seus papéis socialmente adultos. A fase pré-edípica na mulher alcança um significado
que não havia sido atribuído até então, visto que esta fase deixa espaço para todas as fixações
e repressões que conduzem a gênese das neuroses, tirando assim o caráter universal de que o
Complexo de Édipo é o núcleo das neuroses (Kancyper, 1994).
A ligação afetuosa com a mãe, condição necessária para o êxito de uma identificação
feminina estruturante, é substituída por uma ligação rancorosa, promovendo efeitos
patogênicos no momento de assumir seu papel como mulher, como esposa e como mãe
(Kancyper, 1994).
Para o autor, não se pode deixar de citar o ressentimento e a inveja, que permeiam as
primeiras relações objetais e também o Complexo de Édipo mais tarde. As conseqüências
psíquicas da inveja do pênis é absorvido como formação reativa do complexo de
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masculinidade. Ao se dar conta de sua ferida narcísica, a mulher desenvolve como cicatriz,
um sentimento de inferioridade.
Nesta etapa, ligam-se os conflitos relacionados aos vínculos objetais das etapas libidinais
anteriores, oral e anal, os quais configuram-se através de uma construção paranóide. A mãe é
responsabilizada pelo seu sentimento de inferioridade e por sua inveja ao pênis, manifestada
pela elaboração rancorosa, que não cicatriza ao longo do tempo. Forma-se assim, um vínculo
mediante provocações sado masoquistas que se manifestam na dimensão intra-subjetiva, por
sentimentos de inferioridade.
A psicanálise tem demonstrado especial interesse nos sentimentos de amor, medo e ódio,
porque é freqüente pessoas com problemas emocionais reagirem contra a figura de apego
com a combinação dos três elementos. Na tentativa de explicar as íntimas relações entre
apego, medo e raiva foram formuladas as seguintes hipóteses: o componente agressivo no
comportamento humano é devido à frustração sofrida, outros afirmam que a raiva expressa-se
independentemente de qualquer experiência que a pessoa tenha vivido (Kancyper, 1994).
O caso Dora, paciente histérica de Freud, ilustra o significado do vínculo afetivo da
mulher com a figura materna, evidenciando aspectos patológicos da relação. Neste estudo
Freud enfatiza com bastante freqüência a palavra vingança, proporciona alguns dados
relacionados ao vínculo de Dora com a Mãe. O problema intestinal de Dora, ocasionou-lhe
um câncer de colón, tendo sido esta a causa de sua morte.
Para Freud citado por Kancyper (1994) a psicologia da mulher se baseia na inveja do
pênis, onde a mãe é a figura rival que vai competir com a filha o amor do pai. O
ressentimento representa, independente da inveja do pênis, um fator dinâmico de grande
importância para a sexualidade feminina. A inveja é a expressão direta da pulsão de morte.
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Desenvolve-se sob as formas mais destrutivas da identificação projetiva com fantasias de
destruição do objeto bom.
MÉTODO
O estudo consiste em uma abordagem qualitativa, com análises de conteúdo, participaram
cinco mulheres, idades entre cinqüenta a sessenta anos com diagnóstico de câncer, entre 9
meses a 6 anos do surgimento da doença, independente do estado civil e condição sócio-
econômica. Os sujeitos participavam de um grupo de auto-ajuda para pessoas com câncer, na
cidade de Bagé, Rio Grande do Sul.
Após o contato com os sujeitos, que concordaram em colaborar com a pesquisa, foi
apresentado o documento Livre Esclarecido, onde foi garantido o anonimato e completo
sigilo sobre suas identidades.
A coleta de dados foi obtida através de entrevistas na forma semi-estruturada dirigida
individualmente para cada sujeito com roteiro elaborado pela pesquisadora, foi gravada e
transcrita para posterior análise das falas.
RESULTADOS
A análise das respostas, às perguntas semi-estruturadas, elaboradas conforme o método de
análise de categorias, levou-nos às seguintes manifestações: sentimento de abandono,
recursos compensatórios adaptativos , vínculo afetivo e medo.
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TEMA - SENTIMENTOS E SUAS MANIFESTAÇÕES
Nesta temática estão agregadas falas, definições que demonstram sentimentos e
manifestações como: sentimento de abandono, recursos compensatórios adaptativos, vínculo
afetivo e medo, que emergiram das seguintes perguntas: Qual a primeira lembrança negativa
que te vem à mente na infância? Como lembras da tua mãe quando eras criança? Como
lembras do teu pai quando era criança? Como lembras dos teus irmãos quando eras criança?
Qual a primeira lembrança positiva que te vem à mente na infância?
Sentimento de abandono
Observa-se nas falas das depoentes, o predomínio de sentimentos de ter sido abandonadas,
mesmo que o abandono seja imaginado ou mesmo seja sentido como rejeição.
Este sentimento aparece na fala de [...]: “A mãe trabalhava muito, não tinha tempo para
mim”. [...]: “Minha mãe morreu quando eu era criança”.
[...]: “Sou filha de mãe solteira, meu pai me abandonou”.
[...]: “A separação da mãe aos nove anos de idade foi muito difícil”.
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[...]: “Eu com câncer e o meu marido andava com a empregada”.
Para Galeno citado por M.Filho (1992) as perdas são uma das causas do adoecimento por
câncer, isto é, a afetividade é fundamental no equilíbrio psicossomático do ser humano. As
perdas citadas podem ser imaginárias, sentidas no inconsciente, conflitos não resolvidos com
figuras de apego muito importantes.
As mulheres experimentam sentimentos de abandono devido às perdas que tiveram na
infância, estas separações, sentidas como abandono, não foram elaboradas, estão presentes de
forma constante em suas vidas.
Recurso compensatório adaptativo
O recurso compensatório adaptativo é usado quando a pessoa não entra em contato com o
conteúdo do sofrimento, encontrando “saídas” amenas ou defesas para fugir dos conflitos.
Defesas, que dificultam a elaboração dos mesmos.
No caso dos sujeitos depoentes, as falas demonstram esta categoria quando:
[...]: “Eu ganhei uma boneca de verdade, eu só tinha bruxa de pano”.
[...]: “Eu adorava ir para o colégio, ao cinema, aos aniversários”.
[...]: “Meus pais montaram uma casa aqui em Bagé para eu morar, passava os verões na
estância”.
M. Filho (1992) comenta sobre a falta de consciência e disposição depressiva latente,
apresentada pelas mulheres com câncer. A típica personalidade ¨cancerígena¨ é considerada
modelar. Para ela, a aparência é mais importante que o ser, não sabe dizer “não”. As
mutações que ocorrem com as células deveriam ocorrer na mente da pessoa com câncer.
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Outra característica marcante neste tipo de personalidade é a amabilidade excessiva, não
reconhecimento de conflitos, aspiração social exagerada, comportamento forçosamente
harmonioso, paciência desmedida (às vezes, dissimulada), racionalidade contundente e um
rígido controle da expressão emocional (Beltrush, 1991).
O que propiciou a associação das características psíquicas das mulheres estudadas, com o
que Beltrush (1991) comenta, foram as respostas que deram à pergunta: “Qual a primeira
lembrança positiva que te vem à mente na infância?”. As respostas referem-se a objetos
externos, materiais, como se para ser feliz fosse necessário ter coisas e não ser alguém.
Vínculo afetivo
Os depoimentos que resultaram esta categoria se devem às falas das mulheres com
câncer, quando responderam às perguntas: “Como lembras da tua mãe, quando eras criança?”
[...]: “Tive carinho da minha mãe, tive muito carinho da minha mãe”.
[...]: “Eu era super apegada à minha mãe, ela era tudo pra mim...”
Segundo Mahler (1982), o vínculo afetivo é verdade universal da existência humana, a
dependência emocional com a mãe, ainda que seja pouca, por toda a vida. As primeiras
experiências formadoras da personalidade são derivadas da fase simbiótica da dupla mãe-
bebê. A imaturidade biológica do bebê humano para manter sua vida por conta própria
condiciona esta prolongada fase. Este apego aparece mais tarde, quando as depoentes foram
motivadas a lembrar dos pais, fica na mente inconsciente, permanecendo por toda vida.
Medo
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O sentimento “Medo” aparece no depoimento de uma das mulheres entrevistadas, da
seguinte forma:
[...]: “Eu era medrosa, tinha medo de tudo...”, “A mãe era muito dos filhos homens”...,
“Achava a mãe distante de mim”.
O medo é uma reação a perigos específicos, neste caso, o medo está misturado com
ansiedade, que é uma reação difusa.O medo é uma resposta à ameaças reais ou imaginárias
(May, 1980).
DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
O presente trabalho teve como um dos resultados, encontrado na maioria das respostas
das mulheres entrevistadas à categoria, “sentimento de abandono”. Como afirma Bowlby
(1998) ao longo do desenvolvimento, o ser humano prepara-se para enfrentar a separação.
Separar-se de quem ama para a criança, representa se for ausência prolongada, sentimentos
de abandono. A capacidade de amar e o sentimento de perseguição têm raízes profundas nos
processos mentais primitivos
Para Bowlby (1985), os sentimentos de angústia e raiva dirigidos à figura amada, ocorrem
pela frustração causada por esta. O trauma de separação seja por indiferença ou morte
provoca sentimentos hostis que mais tarde surgem na vida da pessoa como representação
deste afeto doloroso.
As mulheres que colaboraram com a pesquisa, relatam sentimentos de terem sido
abandonadas pelas mães, este abandono é caracterizado não só pelo afastamento físico, mas
principalmente pela indiferença que as mães demonstravam em relação às mesmas.
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Sentir-se abandonada pela perda de alguém importante, para Galleno citado por M. Filho
(1992) pode ser uma das causas do adoecimento por câncer, a afetividade é fundamental no
equilíbrio psicossomático do ser humano. O sentimento de abandono marca a vida das
mulheres deste estudo, quando relatam o que sentiam na infância, suas lembranças e vínculos.
Quanto à categoria “recursos compensatórios adaptativos”, verificou-se que as mulheres
do estudo, apresentam como características de personalidade esta forma de manter o
equilíbrio psíquico. Nos relatos às entrevistas, falam da importância de fatores externos para
seu bem estar emocional. Usam defesas egóicas, segundo Kancyper (1994), responsáveis pelo
atípico funcionamento do aparelho psíquico.
O autor refere que frente às perdas ou sentimentos de abandono, se a pessoa não consegue
elaborar os lutos, devido à organização psíquica com características sensório-motoras, o
psiquismo adquire aspecto “operatório”.
O pensamento operatório nem sempre permite a exteriorização da agressividade
evidenciando o empobrecimento na organização do ego. Este tipo de pensamento não permite
a integração de tensões pulsionais, que ao não serem integradas e elaboradas acabam
ocasionando a desorganização somática, contribuindo para o adoecimento físico.
As mulheres do estudo, através das respostas, demonstraram pobreza no uso de defesas
psicológicas como forma de resolver sentimentos de perda.
Para Ferreira (1986), a primeira relação da criança com a mãe é a pedra fundamental
sobre a qual se edifica a personalidade. A psicanálise afirma que a sexualidade infantil é
fortemente influenciada na relação com a mãe, principal objeto de apego, vai também
competir com a filha o amor do pai, no Complexo de Édipo.
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A percepção da mulher em relação à figura materna é explicada, com base na hipótese de que
na infância o vínculo com os pais, bom ou mau dependendo das vivências e da forma como
estes pais lidaram com os sentimentos da criança, será decisivo na formação da personalidade
da pessoa (May, 1980).
As mulheres da pesquisa nas entrevistas manifestaram sentimentos de raiva dirigidos à
figura materna. A raiva é um sentimento freqüente nas pessoas que sofreram perda real ou
imaginária nos primeiros anos de vida. É um meio de extravasar o sentimento negativo,
dirigindo-o para fora, enquanto a tristeza ataca o ego causando depressão e sofrimento
psíquico (Viorst, 1988).
Considera-se que a saúde mental está de certa forma relacionada com as primeiras
vivências infantis, o que em primeiro lugar está dirigido à mãe (o afeto). Mais tarde
organizam a relação da pessoa com o mundo e depois permitem a relação do indivíduo
consigo mesmo, por meio de um processo reflexivo pondo em contato com seu mundo
interno (Kancyper, 1994).
As mulheres com câncer em estudo apresentam como fator importante no
desenvolvimento de suas personalidades o vínculo afetivo com a figura materna, hora
sentindo-se dependentes e apegadas, hora sentindo-se abandonadas e rejeitadas com
expressão de tristeza e raiva pela situação.
Para Kancyper (1994), havendo perturbação no processo acima citado, ou seja, mães com
dificuldades de aceitar a separação de seus filhos podem dificultar o desenvolvimento das
representações. A criança não consegue diferenciar as suas representações das dos outros,
tendo assim dificuldades na integração e reconhecimento como seus, o seu corpo, os seus
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pensamentos e afetos. O processo de separação individuação é importante na origem de
muitas doenças psicossomáticas, dentre elas o câncer.
A pessoa com câncer possui dificuldades no reconhecimento de suas necessidades físicas
e afetivas, não podendo reconhecê-las, não pode atendê-las, o que ocasiona uma pobre
qualidade de vida.
O medo aparece no estudo, através de atitudes e percepções, como sentimentos de
insegurança, mesclados pela raiva da rejeição e do abandono. Bolwby (1998) comenta que as
reações dirigidas à figura de apego são: tendência a reprimir a raiva ou redirecioná-la
(projeção), atribuindo a raiva a outros e não, a si mesmo.
Considerando que os modelos de figuras de apego e as expectativas de como se
comportarão são criados na infância e tendem a permanecer inalterados, o comportamento de
uma pessoa, hoje, pode ser explicável não só em termos de situação atual, mas de
experiências vividas muitos anos antes.
O ressentimento representa um fator dinâmico de grande importância para a sexualidade
feminina. A inveja é a expressão direta da pulsão de morte mais tarde o Complexo de Édipo
toma conta dos sentimentos da mulher. Ao perceber a ferida de seu narcisismo, a mulher
desenvolve como cicatriz um sentimento de inferioridade. A mãe é responsabilizada pelo seu
sentimento de inferioridade e pela inveja do pênis, manifestada pela elaboração rancorosa que
não cicatriza ao longo do tempo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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O presente estudo conclui através dos resultados obtidos com relação ao vínculo à figura
materna, que as mulheres com câncer apresentam personalidade cuja formação se deu através
de vínculos afetivos excessivamente dependentes com suas mães, também com sentimento de
raiva e solidão pelo abandono ocasionado por este vínculo afetivo permeado de ausências,
rejeição e dependência.
O trabalho permitiu entender os motivos pelos quais, aspectos psicossomáticos tomam
conta da vida das mulheres com câncer. Conclui-se que sentimentos de raiva, dificuldades
para individualizar-se e incapacidade para integrar sentimentos bons e maus projetados na
mesma pessoa ocasionam vazios internos e angústia, dirigidos ao corpo.
A mulher não consegue adaptar-se aos conflitos que surgem na sua vida ao longo do
tempo, principalmente relacionados à perda que são revividas como aquelas dos primeiros
anos de vida.
Existe uma tentativa de externalizar os problemas de forma a afastá-los do mundo
psíquico, fato não conseguido, e, portanto, uso de recursos compensatórios para adaptar-se ao
mundo sentido como hostil. A negação e projeção dos sentimentos de tristeza e raiva
distanciam a mulher de sua realidade interna, ocasionando vazios internos, falso self,
sentimentos de não ser dona do próprio corpo.
O estudo das mulheres com câncer contribui para que se possa pensar numa forma de
identificar problemas cuja origem estão nos vínculos afetivos, para enfrentamento de
conflitos emocionais, trazendo subsídios para a identificação de conflitos inconscientes,
importantes no trabalho psicoterápico de pacientes com câncer. Outra contribuição do estudo
foi a conscientização sobre a importância dos cuidados com a infância, vínculos saudáveis,
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expressão de sentimentos que devem ser aceitos, assim cultivar a saúde mental, para que mais
tarde as pessoas não venham a usar o corpo como forma de expressão emocional de conflitos.
As mulheres estudadas expressaram na maioria das respostas, tristeza e sentimento de
vazio interno por terem sido abandonadas tanto na realidade como na imaginação. Ficou
evidente a dificuldade empática das mães destas mulheres, quando na infância trataram as
filhas com negligência e abandono.
Os recursos “compensatórios adaptativos” destas mulheres representam à forma como se
adaptaram às frustrações e perdas sentidas na infância, utilizam objetos e situações externos,
compensando afetos e figuras de apego.A carência de recursos subjetivos para suportar
rejeição e perda, usando mecanismos primitivos como repressão dos conflitos, a organização
psíquica com funcionamento operatório, com pobreza egóica.
O estudo permitiu identificar nas mulheres pesquisadas, dificuldades estruturais nas
personalidades, prejudicadas pelos vínculos com figuras de apego. As mulheres com câncer,
que colaboraram com o estudo, usam o corpo através da doença como expressão dos
sentimentos hostis provocados pela rejeição sofrida, seja esta real ou imaginária. O papel
do(a) terapeuta no tratamento psicológico às mulheres com câncer está na reconstrução
interna das representações percebidas como más, que frustram e abandonam.
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