motivacao na instrucao: comparação entre um enfoque...
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AR'f ~GO PuBLI CADO NA REV ISTA "TECNOLOJIA E!lUCAC IONAl", EDITADA PELA ASSOC IACÃO BRAS ILEI RA
DE TECflKJlOG IA EooCACIONAL, Arv XI L Nº 50, JAf\JEI ~O/FEVERE I RO DE 1383.
MOTIVACAO NA INSTRUCAO: - -Comparação entre um
enfoque comportamental e um cognitivo.
Jairo Eduardo Borges-Andrade-
A mot ivação. wmo tema A mot ivação. para o plane· em Psicologia. tem sido há muito jador do ensino. é de grarde imo tempo ex tensamente estudada. . . portância prática. pois constitui Muitú tem sido escrito a respeito o primeiro fenômeno numa se· do t ópico. tanto no contexto das qüência temporal que poce com· teorias da persona lidade quanto prometer. às vezes irreversive l· no da aprendizagem. Nestes con· men te. os resultados de um pro· 1ex tos; a preocupação dos auto· grama instrucional. Contudo. a res é a de construir O conhecimen· área denominada por Gagné e to a respeito de mot ivação. orga· Rohwer (1969) e por Glaser nizando·o em mode los teóricos. (1978) de "Psicologia I nstru· Nesses modelos, é ind icada e des· cional" carece de est udos volta· crita a term inologia a ser usada dos especif icamente para o pro· e são especificadas as relações suo b lema da motivação na instrução. postamente existentes entre os Nesse contexto, a preocupação termos def inidos. A intenção do planejador seria a de acumu · destes modelos teóricos é a de lar conhecimento sobre motiva· oferecer uma ampla exp licação ção. seja ele advindo de teor ias do fenômeno da mot ivação. A da aprendizagem ou da área ins· pesquisa desenvolvida em torno trucional. organizando·o em mo· destes modelos va loriza a com· delos. Esses modelos, ou conjun· provação cien tífi ca dos construo tos de procedimen tos congruen· tos e rel ações propostos e/ou a tes o devem indicar oIs) modo(s) sua vinculação com dados em· que o planejador pode usar para p ír icos. manipu lar eventos que ativem ou
determinem. no presente caso . a fase de aprendizagem denomina· da mot ivação. (Gagné. 1979 e Borges·Andrade. 1982al. Portan· to, a natureza desses modelos (assim como a de todos os outros de planejamento instruciona l) é prescr it iva e seus propósitos são f ina listas. O seu teste empirico é rea l izado à medida em que se rea· lizam a,val iações de .programas inst rucionais nos' quais eles são usados. Como não poderia deixar de ser. o principa l cr itér io utili· zado para sua comprovação cien· tif ica é o da efetividade. ind ica· da pe lo alcance dos objeti vos ins· t rucionais propostos.
Considerando a necessidade de const ruir modelos de mot iva· ção na instrução, o presen te tra· balho se propõe analisar e ·compa· rar dois enf oques teór icos a res· peito de motivação : um compor· tamental e um cog ni tivo. A preo·
• Ph. D. em S istemas Instrucionais - 1979 - Florida State Universit y - Tallahassee. E.U.A.; Pesquisador do Departamento de Recursos Humanos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - EMBRA PA ..
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cupação aqUI será a de extrair deles informações úteis para serem detalhadamente indicadél!> as condições a serem manipLlarl;is, visando ativar a fase de motivação da aprendizagem_ Em cada um dos dois enfoques, serão levantadas questões sobre cinco aspectos relevant es para a construção de modelos prescr it ivos de motivação na instrução:
a) qual o papel teór ico da mot ivação na aprend izagem;
b) porque ela funcio na (dentro do contexto teór ico específico) ;
c) como as d iferenças individuais da clientela são leva das em consideração, dent ro da proposta teó rica de mot ivação;
d ) como ela pode ser usada para os diferentes tipos de resultados da aprend izagem , e
e) como ela pode ser prog ramada_
Depois que as posições teóricas forem apresentadas e comparadas, serão mostradas suas possíveis aplicações prát icas_ Isso será feit o, apresentando-se seis situações hipotéti cas de ensino em que se descreverão seus objetivos instrucionais, a.i suas supostas cl ientelas, e os :nodos como poderiam ser at ivadas as suas fases de mot ivação da aprend izagem.
Enfoques Teóricos
Tendo em vista as d i ferenças que possam exist ir entre vários au tores, decid iu-se esco lher alguns cuj as proposições pudessem ser aceitas por uma parcela razoável dos teóricos em cada enfoque. Devido ao volume de trabalhos pu blicados e/ou à quantidade de citações que lhes tem sido fei tas, foram consideradas aqui , para fins de aná lise e comparação, as propostas de B. F.
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Skinner (enfoque comportamental) e W.K. Estes e D.F. Ausubel (enfoque cognitivo).
O autor do presente trabalho está cônscio das discrepâncias e controvérsias existentés entre os pressupostos e idéias desenvolvidos por aqueles três teóricos, bem como das dúvidas levantadas a respei to dos paradigmas que eles propõem. Contudo, ele acredita que, em paralelo às discussões teór icas vi sando a revisão e construção do conhecimento científico, devam ser desenvolvidos modelos prescritivos e finalistas, que usem o conhecimento existente no desenvolvimento de uma tec'nologia instrucional. Essa, por sua vez, deve ser modificada à medida que ocorrerem revi sões
. do conheci men to ou que as avaliações sucessivas demonstrarem a necessidade de mudanças.
A segu ir, serão interpretadas as propostas daqueles -"três autores, referentes a cada um dos cinco aspectos aci ma I istados. Nos casos em que as posições dos autores não est iverem claramente ex postas, elas serão omitidas. Tendo em vi sta a intenção pragmática do presente trabalho, o autor se limitará a extrair possíveis prescrições, sem emitir sua opinião, nem tecer críticas sobre as propostas teóricas apre;entadas' .
Papel da Motivação
Ausubel (1968) considera a mot ivação um fato significante, mas que não é indispensável para a aprendizagem. Os componentes do processo cognitivo seriam somente: reconci I iação integrat iva, subordinação, assimilação e consolidação. E les dependeriam diretamente de variáveis, tais como : materiais instrucionais potencialmente significativos (i .e. : que tenham signif icado para o aprendiz)
diferenciação. progressiva; organizadores avançádos e comparativos e estruturas cognitivas claras, estáveis e organizadas. As variáveis mot ivaciona is não estar iam d iretamente envolvidqs com o processo cognitivo supostamente responsável pela aprend izagem_
Skinner (1972) releva a mo· tivação, definida como valor do reforçado r, à condição de "chave" da aprendizagem. O paradigma básico para expl icar a aprendizagem seria o do condicionamento operante : a aprendizagem ocorre quando uma resposta de pouca força é sistema t icamente seguida de 'um reforçador e tem sua força aumentada. O fenômeno mais importante na aprendi zagem é supostamente o processo de reforçamento da resposta. Esse processo depender ia do va lor reforçador (motivação) da conseqüência que segue sist ematicamente a resp osta .
Por~ue a Motivação Funciona
Deacordo comAusubel (ib.l, a motivação aceleraria o processo cognitivo, intensif icando o esforço, a atenção e a prontidão. Entretanto, ela não seria um reagente, mas um catalisador no processo cognitivo que levar ia à apren-dizpgem_ .
Skinner (ib.) não explica porque um reforçador fortalece a respost3 que o precede, produzindo aprend izagem . De acordo com ele, <) único fator relevante é que o comportamento pode ser mod ificado (i _e.: aprendizagem) como resultado de um arranjo de conti-
1 Motivação é definida como um processo cognitivo em que são desenvolvidas expectativas sobre o desempenho a ser aprendido, as Quais podem ser determinadas pela antecipaç~o 5imoolica da recompensa e/ou por retroalimentação informativa proporcionada por recompensas recebidas ou vicariantes (Borges-Andrade; 198~-al.
gências de reforça men ta . I r além disso, ser ia inútil.
Estes (19721 iden t if ica duas funções dos eventos reforçadores : como recompensas que sat isfa zem mot ivos e como in formações sobre as ações que podem levar a recompensas no futuro. Estes (ib.1 sugere que a função informadora do even to reforçador é essencia l para tornar possive l a aprendizagem (i .e. : mudança na força da resposta I.
Diferenças Individuais e a Motivação
Ausubel (ib.1 afirma que, na aprendizagem, a importância da motivação é reduzida com a idade. Cr ia nças jovens necessitariam de recompensas e puniçõ8s numa extensão maior que crianças mais velhas. Com aprendizes mais idosos, os fatores cog n i~ivos seriam suficientes para a ocorrência da aprend izagem. Na civiJ:zação ocidental, os impu :sos de "enaltecimento do ego" (relacionados com rea l ização como fonte de posição socia ll ser iam os fatores motivacionais dom inantes em adolescentes e adultos. Impu lsos de adoção (re lacionados com reali zação como fonte de posição sociall seriam os falores motivaciona is dominan tes em adolescentes e ad ul tos. Impulsos de adoção (relacionados com reali zação como fonte de aprovação de pessoas superiores) seriam proeminentes na infância.
Um dos pressupostos básicos propostos por Skinner ( ibl é o de que os reforçadores secundári os (naturais ou sociaisl va riam de individuo para indiv íduo. Ele afi rma também que a ún ica ma· neira, de se cer tificar se um dado evento é um reforçado r, ser ia a observação dos seus efeitos so· bre a probabilidade de ocorrência das respostas que ele segue. Contudo, a motivação se ria sem-
pre uma condição necessária pa ra a aprendizagem, independentemente de aspectos culturais ou de idade. A experiência tem demonstrado que reforçadores primários (ligados a fatores de sobrev ivêncial são geralmente mais eficazes com crianças pequenas. E ntreta nto, sugestões são feitas para usá-los simL!'~~n~amente
com eventos naturais, visando cria r reforçadores secundários· que estar iam presentes na sociedade onde aquelas cria nças vi veriam no futuro.
Categorias de Aprendizagem e Motivação
Segundo Ausubel (ib.1. a motivação é mais indispensáve l para a aprendizagem de rot inas, para a instrumental, e para a reSO lução de problemas e mais dispensável pa ra a aprendizagem significativa . Na aprendizagem de sala de au las, o impulso cognitivo (desejo de conhecimento I ser ia a mot ivação ma is importante' sendo intr ínseco à aquisição de aprendizagem significa tiva. Assim, o seu uso extr ínseco deliberado seria redundância. A retroa limentação inf ormativa (i .e.: informar o aprendiz sobre o sucesso de sua açãol ser ia uma importante motivação para as aprend izagens sig nificat ivas por descoberta e por recepção. Pun ições e recompensas, que são fa tores motivacionais supostamente relacionados à redução de impulsos, ser iam importantes somente para as aprendizagens instrumental e de rot inas.
Para Skinner (ib .1. qualquer evento que segue uma resposta e aumenta sua probabi lidade de ocorrên Cia pode ser usado para produzir aprendizagem. Eventos reforçadores são considerados fatores motivac iona is fundamentais para to-
. dos os tipos de aprendizagens, dentro do dom ínio de comportamentos operantes. Reforçadores naturais deveriam ter prioridade sobre os artificiais. Os reforçadores sociais são altamente re·comendados para ambientes de sala de aula. Skinner (ib.1. tanto quanto Estes (ib.I , desencoraja o uso de punição em situações instrucionais.
Estes (ib.1 entra em detalhes a respei to dos reforçadores específicos a serem usados na instrução e dá ênfase ao fato de que eles devem fornecer retroalimentação informativa aoaprendiz. E le também indica que a antecipação do reforçador (i.e. : informar ao aprendiz sobre o valor do evento reforçado r!. a ser provido ao aprend iz, aumenta a ta xa de resposta à ta refa. Ass im, a cr iação de expectat ivas a Icançãveis poderia aumentar a ação das recompensas. Estes (ib .1 contudo, especifica abordagens diferencia is para o ensi no de tarefas com dist intos níveis de complexidade. Para ·tarefas com plexas, em situações altamente est ruturadas, a função informat iva dos . reforçadores deveria ser bastante explorada. Ao co ntrário, para hábi tos si mples em si tuações restritivas, estas características in formativas não seriam importantes, desde ,que o evento fosse capaz de aumentar a f orça das respostas que o precedessem (i .e.· desde que ele fosse um reforçador!.
Planejamento da Motivação
A motivação é vista por Ausubel (ib.1 como um produto da aprendizagem : é enfat izada uma relação de reciprocidade entre mot ivação e aprendizagem. O professor deveria inicialmente ignorar o estado motivacional do aprendiz e instruí-lo da manei ra mais efetiva possive l. Alguma aprendizagem sempre ocúrrer ia
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e aumentaria a motivação para aprender mais. Assim , a mot iva· ção aconteceria quando um empreendimento fosse atingic'o CI)m êx ito. No caso de aprendizagem com signif icado, que ocorresse a longo prazo, o estudante deveria sentir a necess idade do conteú do da disciplina, mas não de tópicos específ icos.
Ao contrário da proposta descrit a acima, Skinner (ib .) advoga que o instrutor deveria propositadamente programar situações nas qua is o reforçador esta ria contingente à resposta. Durante a fase de aquisição do desempenho, cada resposta deveria se r seguida de um reforçador. Nesta fase , as formas de resposta que se desviassem daquele desempenho seriam postas sob ex tinção. A instrução deveria ini ciar-se com pequenos passos, que seriam gradualmen te aumentados à medida que o desempenho fosse fortalecido. Depois desta fa5<3, se ria uti l izado reforçamento intermitente, visando manter o desempenho. Skinner (ib.) ainda enfatiza que o reforcador dever ia ser cont ingente à resposta.
Estes (ib.) por outro lado, não considera a contingência entre reposta E: reforço como uma condição necossár ia para obter aprendizagem com seres humanos. Como já fo i explicado anteriormente, a condição que é considerada muito importante (em substituição à da cont ingente) é que os reforçadores tenham valor in format ivo para o aprendiz.
Algumas Possíveis Apl icações Prá t icas
Na primeira parte do presente trabalho, descreveram-se algumas proposições teóricas a respeito da mot ivação na instrução, no que se refere ao seu papel e função teóricos, seus usos para di-
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ferentes categor ias de aprendizagem, tipos de ind ivíduos, e para o planejamento de ensino.
Nesta segunda parte, o autor procurará demonstrar como aqueles enfoques teóricos descritos poderiam se aplicar a uma gra nde variedade de situações de ensino: pré-escolar; de 10 grau; de 20 grau; profissionalizante; universitário; comuni tário e em organizações. Para realizar este propósito, serão definidos seis objetivos instrucionais hipotéticos e descritas algumas alternativas de clientelas que supostamente poder iam alcançar esses objetivos. Para cada um destes seis- casos, serão prescr itos eventos que obedeceria m às proposi ções teóricas descrit as acima.
As possíveis aplicações de va riáveis motivacionais, segundo Ausubel, Sk inner e Estes, respect ivamente, estão apresentadas abaixo.
Objet ivo I nstrucional : Def ini r as ca tegor ias de aprendizagem de Gagné. População Alvo : estudantes uni versitários de psiCOlogia e/ou educação; ou
- profissionais de trei namento , com curso superior completo; ou
- ·professores a qua lquer nível, com curso superior completo .
PR ESCR IÇÃO 1 (Segundo Ausubel; ib.) - Não seria necessár io programar recompensas extrínsecas para esta tarefa. A aquisição do conhecimen to com significado seria provave lmente uma motivação suf icien te. Essa aqúisição dever ia se real izar através da ut ilização de: a) orga ni zado res ava nçados (mater ia is introdu tórios relevantes, inclusivos, claros e estáveis, que são apresentados antes do material inst ruci onal e a níveis mais elevadsos de abstração, gMeralidade e abrangência)
e b) diferenciação progress iva (uso seqüênciá l de uma série hierárqui ca de organi zadores, numa ordem decrescente de abrangência, programando o conteúdo da discipl ina de modo que as idéias mais gerais e abrangentes apareçam primeiro e se jam progressivamente detalhadas e especificadas). Sendo o objet ivo parte de um curso maior, deveria ser enfat izada a importância da área de conteúdo geral para as atividades específicas da cliente la (estudantes universitários; ou profissionais de treinamento; ou professores) .
PR ESCRiÇÃO 2 (Segundo Skinner ; ib.) - Ser ia programada a ocorrência de eventos reforçadores depois de cada definição correta. Esses poder iam ser parte da nota (pontos), ou palavras ta is como "correto" ou "boa definição", ou uma afirmativa que indi casse a resposta correta.
PR ESCR IÇÃO 3 (Segundo Estes; ib.) - Tendo em vista o que está descrito na prescri ção anter ior, ser iam ut ilizados reforçadores que garantissem a confirmação de expectativas previamente estabeleci das. Se os aprendizes forem in icialmente informados da importância de definir cat.egorias de aprefl dizagem, o reforçador pOderia ser uma afirmat iva refer indo-se ao acerto ou erro da resposta, em relação ao que 0S aprendizes deveriam realizar.
Objetivo Instrucional: Usar corretamente o papel higiênico. :l. Popula ção A lvo : Crianças entre e e 3 anos de idade.
PRESCRiÇÃO 1 - Ausebe l (ib l não tem uma teoria ex tensa e in clusiva que faça propostas específicas a respei to da mot ivação para este t ipo de resultado da aprendizagem. Neste caso, ele
provavelmente concordar ia com as variáveis motivacionais sugeridas nas duas prescrições que se seguem, já que elas se ajustam ao seu modelo de recompensas/punições e de impulsos afiliativos, para a mot ivação destes tipos de aprendizagem e para uma clientela como a que está de fin ida acima.
PRESCRiÇÃO 2 - Inicia lmente seria m programadas pequenas contingências para o reforçamento de respostas próximas da forma correta final esperada. Então, haveria um aumento gradual das exigências {critér ios) para serem entregues os reforçadores. Esses poderiam ser fichas, doces, pontos, palavras tais como "muito bem", sorr isos, atenção e:< tra , ou horas ex tra de lazer (Sk inner; ib .!.
PR ESCRiÇÃO 3 - De acordo com o que está descr ;to na prescrição anterior, os su jeitos poderiam ter seus reforçadores antecipados verbalmente, sendo inf ormados do tipo de conseqüências que eles receberiam por rea lizar a tarefa corretamente. Contudo, essa retroalimentação informativa, segundo Estes (ib.l. não é essencial , pois o resultado de aprendizagem descrito pelo objet ivo inst rucional é uma tarefa bem simples.
Objetivo Instrucional : Identificar elemen tos químicos e suas características, a partir de uma tabela periódica de elementos. População alvo: estudantes de 29 grau; ou
- laboratoristas; ou - estudantes de cursos pro-
f issionalizantes.
PRESCRiÇÃO 1 - Tendo em vista que esta seria uma aprendi zagem significante (segundo a classificação de Ausubel; ib.), deve·se supor que sua aquisição efi-
caz seria motivação suficiente (sat isfação de impulsos cogni ti vos intrínsecos!. Assim, não de' veriam ser programadas variáveis motivacionais ex trlnsecas (variáveis de insumo tais com o organizado res avançados, diferenCiação progressiva e est rutura cognitiva estável não são consideradas mot ivacionais) . Entretan'') no início do curso de qu ímica, ao qual pertence o objetivo acima, o estudante (ou aprendiz) seria in formado da necess idade especifica, de con heci mento na área, que ele teria .
PR ESCR IÇÃO 2 - O reforçador deveria inicialmente seguir cada ident ificação correta de elementos. Gradualmente, o planejador aumentaria o número de identificações corretas necessárias para receber o evento refrçador. Depois da aquisição, um número va riável de identifi cações corretas seria reforçado. Os eventos ref orçadores a serem usados poderiam ser a resposta correta, a palavra "certo", ou partes de uma nota (pontos!.
PRESCRiÇÃO 3 - Somando-se à prescrição acima , a antecipação verbal do evento reforçado r poderia aumentar a velocidade de identi ficaçÕes sucessivas de elementos qu ,micos e suas características. Os t ipos de reforçadores descri tos acima seriam provave lmen te su fi cientes para prover a retroalimentação informativa.
Objetivo Instrucional : Fornecer os nomes das capita is de pelo menos 20 uni dades da federação. População Alvo: estudantes de 19 grau (9- 11 anos de idade ).
PRESCRiÇÃO 1 - Dado o tipo de resultado de aprendizagem do obje tivo, seria necessário usar mais do que impulsos cognitivos i ntr ínsecos. Considerando especif icame<) te as caracter íst icas da
popu lação alvo, variáveis mot ivacionais tais como a aprovação do grupo social (relacionada a impulsos afiliativos) e outras recompensas extrínsecas poderiam ser prescritas. A ssi m, Ausubel (ib.l. neste caso, usar ia even tos reforçadores ta l como Skinner (ib.) e Estes (ib.) (Ver as duas pres-
. crições abaixo).
PR ESC R IÇÃO 2 Reforça r cada nome de capital declinado corretamente (em relação a cada unidade da federação dada!. Os ref orçadores poderia m ser notas', fi chas, palavras tais como "muito bem" ou pontos num jogo competitivo em sala de aula.
PRESCR iÇÃO 3 - Considerando a prescri ção anterior, a antecipação verbal dos pontos ou notas ou fi chas poderia aumentar a taxa de respostas corretas. A sua posterior confirmação forneceria retroalimentação informat iva. De acordo com Estes (ib.), não é necessár io fornecer aos aprendizes reforçadores contingentes a cada resposta correta, desde que existam dei xas informativas .que anteci pem (e acumulem) os pontos, notas ou fichas. Os nomes das capitais deveriam ocorrer repetidamente e ser reforçados.
Objetivo Instrucional : Semear em vasos ' População Alvo: estudantes (15 a 18 anos de idade) de cursos profissionalizantes ou de cursos de ex tensão rural.
PRESCRiÇÃO 1 - Deveriam ser usadas variáveis mot ivaciona is extrínsecas para o tipo de aprendizagem ( instrumental). descrito neste objet ivo. Dada a presente cI ientela, essas variáveis poderiam estar relacionadas a impulsos de realce do egd: recompensas relacionadas à posição social alcançada pela aprendi zagem. A obtenção de vasos cu ltivados po-
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deria ser utilizada como recompensa (desde que o grupo soc;al valorizasse esse produto!.
PRESCRiÇÃO 2 - Deveriam ser inicialmente feforçadas unidades de resposta menores que aque la envolvida em cult ivar um vaso de plantas. Depois da aquisição. então o número de vasos cultivados poder ia ser usado como evento reforçador. Outros eventos que poderiam ser usados são pontos num jogo compet it ivo em sala de aula. notas. e aprovação social ("ótimo trabalho" . " lindos vasos". etc.!. O reforçanrento deveria ser dado intermitentemente. após a fase de aquisição do desempenho desejado_
PRESCRiÇÃO 3 - Ver a prescrição anterior. A observação das pequenas plantas crescerem pode prover sua própria retroalimentação informat iva e/ou cúnfirmação do desempBn ho adqu irido (provave lmente antecipado verbalmente pelo aprendiz!.
Objetivo I nstruciona l : const ruir um plano para reduzir comportamentos inadequados de crianças. População Alv:> : jovens (20-35 anos de idad&) casa is de pa is. com pelo menos o 29 grau completo; ou
professores de crianças.
PRESCRiÇÃO 1 - Este objetivo é tipi camen te um caso de tarefa que envolve reso lução' de problemas. Portanto. segundo Ausu bel (ib.l. seria necessário usar motivação extrínseca. Para estas populações alvo específicas. a confirmação dos resultados seria suficiente. pois ela sa tisfaria Impulsos de realce do ego.
PR ESCR IÇÃO 2 Skinner (ib.) recomendaria inicialmente a programação de pequenos pas-
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sos que levassem ao reforçador e. então. uma ampliação desses passos (unidades de resposta!. A aquisição seria mantida por ref orçamento inter mitente.
PRESCRiÇÃO 3 - A confirmação da meta esperada ser ia o reforçador ideal no presente caso . provendo retroalimentação informativa (decréscimo dos comportamentos inadequados) para as grandes expecta t ivas da presente clientela (supõe-se que a "melhora" dos comportamentos inadequados seja a sua meta prioritária ). A conf irmação da exa tidão dos planos construidos deveria ser feita à medida em que eles fossem desenvolvidos. Isso possibilitaria o reforçamento dos comportamentos em pequenos passos. sendo os aprend izes informados a respeito de desvios no caminho (i .e. : durante o pro-o cesso de planejar estratégias para reduzir comportamentos!.
Da Comparação Teórica à Validação Instrucional
A análise e comparação de alguns enf oques teóricos sobre motivação permit iu. no presente trabalho. a extração de prescrições alternativas que podem ser usadas para programar a ' ase de motivação na instrução. Através de alguns exemplos de situações instrucionais. demonstrou-se como estas prescrições al ternativas podem ser ut il izadas para diferentes categorias de aprend izagem e diversos tipos de clientela .
Naqueles exemplos. o leitor pode verifica r que. em muitos casos. as prescri ções baseadas em enf oques teóri cos divergentes podem se completar. Nesse caso. o planejador tem o dever de lançar mão de vários procedi mentos
-motivacionais simultaneamente. mesmo que eles sejam derivados
de f ontes teóricas divergentes. Ao fazer isso. 'seu propósito. como tecnólogo é o tornar efetivo o seu programa instrucional. Contudo. é também seu dever. como cientista. de ir além da vtri ficação da efetividade. anali sa ndo os dados obtidos e verifi cando areleváncia de cada pr ocedimento L'
variável na determin ilção do re-· sultado final do proglama (Borges-Andrade. 1982-b!.
Esse processo de inves tigação. nos contex tos educacional e de treinamento. poderá susten tar os pr incípi os teóricos subj acentes aos procedimentos motivac iona is usados. Ele poderá também indicar a necessidade de revisões desses princípios. Além dessas duas possibilidades. a investigação nestes co ntextos poderá mesmo determinar a construção de conhecimen to específi co para a área de motivação na instrução. Nesse tercei ro caso. estará sendo iniciadO um processo que poderá levar à construção de uma teoria Instrucional da motIvação. em paralelo ou em con traposição às teor ias de aprend izagem atua lmente vigentes.
Seja qua l for O rum o a tomar. a part ir das inves t igações real izadas. o planejador deve estar . consciente de que também é seu o papel de validar os modelos prllScritivos que util iza no planejament o instruciona l.
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