motivação dos acadêmicos de educação física da universidade
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NÚCLEO DE SAÚDE – NUSAU
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA – DEF CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA
MOTIVAÇÃO DOS ACADÊMICOS DE EDUCAÇÃO FÍSICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA
NELTON DA SILVA LOPES
Porto Velho – Rondônia 2013
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MOTIVAÇÃO DOS ACADÊMICOS DE EDUCAÇÃO FÍSICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA
Orientando: Nelton da Silva Lopes Orientadora: Profª Ms Silvia Teixeira de Pinho
Porto Velho – Rondônia
2013
Monografia apresentada ao Curso de
Educação Física do Núcleo de Saúde da
Universidade Federal de Rondônia – UNIR, para
obtenção do titulo de Licenciatura Plena em
Educação.
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BANCA EXAMINADORA
Data da Defesa: 11/04/2013
Profª. Ms Silvia Teixeira de Pinho
Julgamento: ______________ Assinatura: ___________________________________
Prof. Esp. Daniel Delani
Julgamento: ______________ Assinatura: ___________________________________
Prof. Ms José Roberto de Maio Godoi Filho
Julgamento: ______________ Assinatura: ___________________________________
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AGRADECIMENTOS
A orientadora prof. Ms. Silvia Teixeira Pinho, pelas diretrizes seguras e
permanente incentivo, mesmo diante da minha falta de motivação em determinados
momentos.
Aos amigos Júlio Lima, Carlos Magno, Evandro Neves pela paciência e
companheirismo, e a todos que direta ou indiretamente colaboraram na execução deste
trabalho.
v
“Tenho andado distraído, impaciente e indeciso, e
ainda estou confuso, só que agora é diferente, estou tão
tranquilo e tão contente... Quantas chances desperdicei.
Quando o que eu mais queria era provar pra todo o mundo
que eu não precisava Provar nada pra ninguém”.
Legião Urbana-Quase sem querer
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................09
1.2 JUSTIFICATIVA..........................................................................................11
2 OBJETIVOS...........................................................................................................11
2.1 OBJETIVO GERAL.....................................................................................11
2.2 OBJETIVOS ESPECIFICOS.......................................................................12
3 REFERENCIAL TEÓRICO.....................................................................................12
3.1 CONTEXTO HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO FÍSICA...................................12
3.2 CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA DA UNIVERSIDADE FEDEREAL DE
RONDÔNIA........................................................................................................................17
3.3 ENSINO APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO FÍSICA................................19
3.4 MOTIVAÇÃO..............................................................................................23
4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS...............................................................25
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO..............................................................................26
6 CONCLUSÃO.........................................................................................................35
7 REFERÊNCIAS......................................................................................................36
ANEXOS............................................................................................................................39
ANEXOI – Questionário.....................................................................................................40
ANEXO II – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido...............................................43
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RESUMO
É de grande importância o estudo sobre a motivação nos alunos, seja qual for o nível de
aprendizado que ele esteja, da mesma forma se faz necessário compreender sobre o
processo de ensino aprendizagem. O presente estudo objetivou identificar o nível de
motivação dos acadêmicos de Educação Física com relação ao processo de ensino-
aprendizagem das disciplinas ministradas durante o curso. Para isso foi aplicado um
questionário semiestruturado aos estudantes que assinaram um termo de consentimento
livre e esclarecido, autorizando a utilização dos dados coletados. Trata-se de uma
pesquisa descritiva, com uma abordagem quantitativa, no que diz respeito a analise dos
dados. A amostra foi composta por 20 alunos matriculados no 8° período do Curso de
licenciatura Plena em Educação Física da Universidade Federal de Rondônia. Sendo
assim, considerando fatores como, motivos pelo qual se estuda Educação Física,
satisfação em relação à metodologia usada por professores perspectiva do mercado de
trabalho e estrutura oferecida pela universidade, concluímos que os acadêmicos do curso
de Educação Física da UNIR, se encontram desmotivados no que diz respeito ao
processo ensino aprendizagem das disciplinas.
Palavras chaves: Educação Física, Motivação, Acadêmicos.
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ABSTRACT
It is of great importance to the study of motivation in students, whatever the level of
learning that he is, as it is necessary to understand about the process of teaching and
learning. This study aimed to identify the level of motivation of the students of Physical
Education in relation to the teaching-learning courses taught during the course. For this
we applied a semi-structured questionnaire to students who signed a consent form
authorizing the use of the collected data. This is a descriptive study, with a quantitative
approach, with regard to data analysis. The sample consisted of 20 students enrolled in
8th period licensure Full Course in Physical Education, Federal University of Rondonia.
Therefore, considering factors such as the reasons why studying physical education,
satisfaction with the methodology used by teachers perspective of the labor market and
structure offered by the university, we conclude that the students of Physical Education
Unite, are unmotivated in respect to the learning process of the disciplines.
Keywords: Physical Education, Motivation, Academic.
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1. INTRODUÇÃO
A educação é uma prática social que contribui efetivamente para a construção
e desenvolvimento da cidadania. Essa prática social é um processo que envolve
diversos fatores constituintes do ensino e da aprendizagem e que devem estar em
consonância com as reais necessidades dos alunos.
Para Freire (2000), o processo de educação implica em aceitar o desafio
constante do novo, do inquietante, que possibilita uma socialização mais efetiva e uma
consequente construção coletiva do saber, contribuindo para o envolvimento do aluno
e facilitando a compreensão da necessidade de uma visão mais abrangente sobre o
mundo.
Nesse processo, o professor e o aluno são os protagonistas que confrontam
diversos pontos de vista, organizam e aprofundam ideias com vista à promoção de um
espaço adequado para a expressão da diversidade e construção da cidadania.
Historicamente, entretanto, a ação do professor em sala de aula tem se norteado por
uma pedagogia tradicional, que prioriza uma conduta de manutenção, de repetição e
de memorização, com a crença generalizada de que o acúmulo de informações
propicia elaboração estruturada e organizada de conhecimento.
Nesse sentido, Freire (1977) descrevendo a concepção bancária da educação,
afirma que “a educação se torna um ato de depositar, em que os educandos são os
depositários e o educador o depositante”. Desta forma o professor é um mero
transmissor de informações que tem a pretensão de que o aluno receba, guarde e
arquive estas informações.
No contexto educacional, o interesse motivacional do aluno deve orientar-se no
sentido de possibilitar resultados positivos, impulsionando-o numa direção
permanente, em que o foco principal seja o aprender.
Nessa perspectiva, Brophy apud Alcará (2007) faz uma distinção entre a
motivação para aprender e motivação para o desempenho (performance). Ele
assegura que aprender envolve o processamento da informação e o avanço na
compreensão ou domínio de algo, eventos que ocorrem durante a aquisição de
conhecimentos e habilidades. A performance tem relação com a demonstração de
conhecimento ou habilidade, anteriormente adquiridos.
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Nessa perspectiva, todo o processo de motivação tem um caráter especial,
tendo em vista que ela demonstra o estado de envolvimento do aluno com
determinada atividade, consequentemente é fundamental no processo de ensino e
aprendizagem. Segundo Bzuneck (2004), a motivação é entendida como um conjunto
de fatores ou como um processo que leva, instiga ou provoca uma escolha, iniciando
um comportamento que está direcionado a um objeto.
Com relação à Educação no Ensino Superior no Brasil tem sido criada uma
oferta crescente de vagas anualmente. Esta expansão do Ensino Superior ocorre não
somente nas instituições privadas como também nas instituições públicas.
Pelo que se percebe a tendência será de precarização das condições de
trabalho e de ensino. Os professores, com o aumento de alunos por turma, deverão se
concentrar na tarefa de repassar conhecimentos e os alunos de reproduzi-los nas
avaliações.
Covington apud Engelmann (2010), refletindo sobre a ação dos alunos no
contexto universitário, mostra que muitos professores pensam que ensinar é uma via
de mão única e que o processo de ensino ocorre por meio da transmissão da
informação sistematizada e aspiram que o aluno a assimile de forma inalterada. Já os
alunos, em sua maioria, compreendem que o seu papel de aprendiz se restringe a
passividade, desobrigando-se, assim, de um papel mais ativo no processo de
aprendizagem. Acreditam, portanto, que assistir às aulas, fazer as leituras e seguir as
orientações do professor são as únicas atividades de sua responsabilidade.
Em virtude disso, tem se observado como sendo uma das questões cruciais, no
contexto acadêmico, a falta de motivação dos alunos. Contudo, ao longo dos anos, as
Universidades Brasileiras vêm tentando adequar seus métodos aos novos paradigmas
que surgem, procurando adaptar-se em uma infra-estrutura que as auxiliem no
desempenho de suas funções, afinal a educação é, sem dúvidas, um fator primordial
para o desenvolvimento econômico e social de um país.
Segundo Bzuneck (2001), as pesquisas realizadas nas últimas décadas
reconhecem que a motivação para aprender afeta demasiadamente o desempenho
dos estudantes. Neste cenário, a pergunta norteadora da seguinte pesquisa é: Quais
os níveis de motivação com relação ao processo ensino-aprendizagem dos
acadêmicos do curso de Educação física da Universidade Federal de Rondônia?
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1.2 JUSTIFICATIVA
A motivação no ambiente educacional, independente do nível em que esta
inserida, tem sido destacada como um dos principais assuntos de estudos, pois tem
implicações diretas na qualidade do desenvolvimento do processo ensino
aprendizagem.
No âmbito do ensino superior, em especial no curso de Educação Física, os
fatores motivacionais entre os estudantes assumem papéis ainda mais importantes,
pois, considerando o acadêmico um futuro profissional cujo um dos seus papéis,
senão o principal, será o de transmitir os conhecimentos adquiridos durante sua
formação, fica ainda mais evidenciado a interveniência da motivação durante todo
esse processo.
Ainda sobre o ambiente universitário, é importante destacar minha experiência
sobre o assunto, que foi adquirida durante com os sete anos que vivi na Universidade
Federal de Rondônia, ate o presente o momento. Durante esse período, pude notar a
variação dos níveis de motivação dos alunos nos diversos períodos do curso.
Outro ponto relevante, diz respeito à escassez de estudos sobre esse tema nos
cursos superiores em geral, em especial nos cursos de Educação Física.
Desta forma, a seguinte pesquisa justifica-se pela necessidade de verificar o
nível de motivação dos acadêmicos do Curso de Educação Física da Universidade
Federal de Rondônia.
2. OBJETIVOS DE ESTUDO
2.1 OBJETIVOS GERAIS:
Identificar o nível de motivação dos acadêmicos de Educação Física com
relação ao processo de ensino-aprendizagem das disciplinas ministradas
durante o curso;
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2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
Investigar os motivos que os acadêmicos optaram pelo curso de Educação
Física;
Caracterizar o nível socioeconômico do acadêmico de Educação Física;
Averiguar os possíveis fatores intervenientes na motivação dos acadêmicos de
Educação Física;
Analisar a importância atribuída pelos acadêmicos de Educação Física com
relação às disciplinas ofertadas no curso;
Analisar o nível de motivação dos acadêmicos de Educação Física com relação
ao exercício da profissão de Educação Física;
3. REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 CONTEXTO HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO FISICA
Desde a pré-história a Educação Física, está presente no cotidiano do ser
humano. É possível claramente associar as atividades humanas utilizadas para a
sobrevivência, como correr, escalar, nadar, como sendo Educação Física, mesmo que
sem ter conhecimento de tal processo.
No Brasil, os próprios índios, mesmo sem ter a consciência dos seus benefícios
para a saúde ou higiene, praticavam atividades físicas por mera questão de
sobrevivência. Caçavam, pescavam, lutavam, utilizavam arco e flecha, canoas,
nadavam, mergulhavam, corriam e algumas tribos faziam uso dos cavalos, todas estas
atividades com muita destreza. Tinham a consciência que na luta pela existência era
preciso ser forte para garantir a sobrevivência (ROSA, 2002).
Através da observação das pesquisas realizadas nas ultimas décadas, é
possível dizer que legalmente a prática profissional em Educação Física é recente,
porem sua construção demandou de um considerável período de tempo dentro da
historia do país. Com isso, foi possível perceber a grande riqueza histórica da
Educação Física, principalmente quando se compreende a intima ligação à politica
educacional que fora implantada por cada governo, em diferentes períodos.
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Sobre o processo de introdução da Educação Física, Rosa (2002) diz que se
iniciou com a contribuição de diferentes setores da sociedade como os colonos,
imigrantes e militares, com a intenção de proporcionar o lazer, a formação corporal, e
a disciplina.
Nesse sentido, Neto (2004) afirma que desde a inclusão da ginástica na escola,
por volta de 1874, a Educação Física vem refletindo as condições sociais e culturais
do país e, em particular, o impacto das políticas educacionais implementadas de
acordo com as visões, concepções e interesses manifestados nos diferentes
programas de governo.
Em concordância com este pensamento, Sousa (2012) diz que militar e
médicos contribuíram na construção e organização dos conhecimentos para esta
formação profissional, a partir de um momento bastante significativo de sua história, o
inicio no século XIX.
De acordo com Paiva apud Albuquerque (2009), neste período, haviam pontos
paradoxais em relação à implantação da Educação Física no contexto social do Brasil,
tendo em vista que nesta época ainda existia um grande preconceito em relação às
atividades físicas, pois, frequentemente eram relacionadas ao trabalho escravo.
Outro fator complicante era o fato de que a proposta das ginásticas européias,
que eram à base da Educação Física brasileira, enfatizava aos exercícios voltados a
mulher, sendo assim, considerada imoral sua aplicação (SOARES, 1994).
Segundo Gondra (2004), foi por volta de 1857 que começou a ser defendida a
importância de um profissional que cuidasse das questões corporais, o chamado
professor de Educação Física. As escolas deveriam se preocupar em ter, no seu
estabelecimento de ensino, um professor voltado ao desenvolvimento intelectual e
moral e outro destinado a estimular o desenvolvimento físico. Desta forma, as
diretrizes da formação dos futuros professores de Educação Física deveriam ser
determinadas pelos médicos higienistas; nesse momento já se pensava em relacionar
os conteúdos, as faixas etárias e as questões de gênero.
Segundo Marinho (1980) o principal acontecimento ocorrido para a Educação
Física, foi o parecer de Rui Barbosa, em 12 de setembro de 1882, na Câmara dos
Deputados, onde se discutiu o Projeto nº 224, (Reforma do Ensino Primário), e as
várias instituições complementares da instrução pública.
Foi neste período que ocorreram as primeiras ações visando solucionar os
problemas da Educação Física no Brasil, e pela primeira vez cogitou-se a introdução
de programas de Educação Física no currículo escolar. A partir de então, a Educação
Física veio evoluindo gradativamente e ocupando papel de destaque no contexto
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educacional, com o aparecimento de leis e decretos que a regulamentavam, acrescido
de uma mudança de mentalidade no conjunto da sociedade brasileira (PAIVA, 1985).
O pioneirismo das Forças Armadas na Educação Física foi enfatizado por Melo
(2000), ao afirmar que os militares foram os pioneiros a incluir em seus programas de
formação, disciplinas ligadas à prática de exercícios físicos, fundamentalmente foram
os militares os primeiros professores de Educação Física do país.
Do ponto de vista prático, segundo Melo (2000) a valorização da prática
sistematizada de exercícios físicos se inseriu, por sua utilidade, na manutenção da
preparação física do combatente, como também, por sua utilidade, no processo
disciplinar da tropa e no desenvolvimento do espírito de corpo.
Barbosa apud Albuquerque (2009) diz que caberia ao governo contratar algum
professor estrangeiro para organizar e lidar com os assuntos da ginástica escolar no
Brasil. Com isso, de forma reduzida o projeto de Rui Barbosa em relação à Educação
Física no Brasil tratava de instituir uma secção de ginástica em cada escola normal,
com o objetivo de formar professores para as escolas primárias; inserir a ginástica nos
programas escolares e fora dos horários de recreio; equiparar, em categoria e
autoridade, os professores de ginástica aos de outras disciplinas.
De acordo com Albuquerque (2009), a primeira metade do século XX é de
fundamental importância para as análises da constituição histórica da Educação
Física, haja vista que os até então movimentos higienista e eugenista, se encontraram
com a real proposta da criação de um Estado forte que era idealizado pelo governo de
Getúlio Vargas.
Sobre isso Foucaut (1999) explica que o período do governo de Getúlio Vargas
foi marcante na determinação e na afirmação da Educação Física e de uma
concepção predominante para a formação de professores. Pois, assim acentuava os
princípios higienistas e eugenistas, dando a eles uma característica racional e
disciplinar.
Em 1930, o Ministério da Guerra promoveu uma reestruturação no Centro
Militar de Educação Física, ligando-o, didática e diretamente, ao Estado-Maior do
Exército, e, administrativamente, ao próprio Ministério da Guerra. Nesta mesma data,
também foi transferido o Centro Militar para a Fortaleza de São João, na Urca
(MARINHO 1980).
Em 1931, esse Centro passou a ser um estabelecimento independente, dentro
do Exército. Dois anos depois, o Centro Militar foi substituído pela Escola de Educação
Física do Exército (EsEFEx), criada, inicialmente, para formar instrutores, monitores,
mestre de armas, monitores de esgrima e médicos especializados, sendo aos civis,
também permitido, tomarem parte dos cursos (MARINHO 1980).
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Desta forma, devemos destacar que o poderio militar, em especial a EsEFEx
desempenhou, desde o início da implantação do curso de Educação Física forte
influência sobre a formação do primeiro currículo de Educação Física.
Segundo Cunha (1986), foi em função do ideário e dos objetivos econômicos
do governo de Getúlio Vargas que se iniciou uma estruturação mais consistente do
ensino superior no Brasil. Em 14 de novembro de 1931, foi criado o Ministério de
Educação e Saúde Pública, e, consecutivamente, foram instituídos o Conselho
Nacional de Educação (CNE) e o Estatuto das Universidades Brasileiras.
No Estado Novo ocorreu uma inquietação, ainda maior, com os rumos da
Educação Física, quando foi levantada a necessidade de uma escola nacional padrão,
principalmente, por meio de sua grade curricular. Pela primeira vez, após a criação do
curso de Educação Física, ocorreu a preocupação com o currículo escolar (FILHO,
1982).
Assim, a EsEFEx promoveu em 1938 um curso de emergência, onde se
formaram alguns instrutores que teriam de cumprir uma finalidade especial na época.
Estes instrutores, formados na turma de 1938 junto com alguns médicos, militares e
destaques esportivos da época, formaram o primeiro corpo docente da Escola
Nacional de Educação Física e Desportos (ENEFD) da Universidade do Brasil, criada
em 1939.
Entretanto, para além do discurso de determinado grupo, tem início um
processo de organização e regulamentação que irá contribuir para a constituição do
campo da Educação Física, pois se organizou e se regulamentou a profissão entre
leigos e não-leigos na constituição do seu “campo”.
Assim, dois diferentes cursos tinham em comum um núcleo de disciplinas
básicas e um conjunto de matérias específicas em função da modalidade de atuação
profissional pretendida.
Benites et al (2008) diz que, somente em 1945, com o fim do Estado Novo, se
iniciou um período democrático e nesse meio surgiu uma nova fase para a Educação
Física com o Decreto-Lei 8270, que propôs a primeira revisão da proposta curricular,
redimensionando o curso de dois para três anos, mas mantendo os cursos de um ano
e promovendo mudanças na carga horária das disciplinas.
Em termos de Brasil, foi uma época com muitas manobras políticas, na esfera
governamental e também econômica, principalmente após a queda de Getúlio Vargas
e a entrada de Juscelino Kubistchek no cenário democrático.
Para a Educação Física, a grande novidade ficou por conta do Decreto 1921,
de 1953, com a exigência da conclusão do 2º ciclo (Ensino Médio) para os candidatos
que pretendiam ingressar na área, deixando de ser um curso técnico apenas em 1957.
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Albuquerque (2009) afirma que a partir de 1964, a legislação educacional
brasileira foi pensada de acordo com os interesses de um modelo econômico voltado
para a entrada do capital e das indústrias estrangeiras no Brasil. A inspiração liberal
que embasava a Lei 4.024/61 foi substituída pela tendência tecnicista das Leis
5.540/68 e 5.692/71.
Segundo Neto (2004), grupos de trabalho nomeados para repensar a formação
na Educação Física (década de 1960), verificaram que os cursos paralelos aos de
professor de Educação Física e de técnico desportivo, na prática, não se mostravam
executáveis. Na formação do professor não havia as matérias pedagógicas e no curso
de técnica desportiva constatou-se, que muitas escolas não estavam aparelhadas para
manter cursos. Na prática não se estava atendendo efetivamente ao mercado de
trabalho em quantidade e qualidade, permitindo que ex-atletas continuassem a ocupar
o lugar dos profissionais formados por uma escola superior, propondo-se então, que a
formação deveria se restringir à formação de professores e de técnicos.
Segundo Guiraldelli Jr. (2003), nas décadas de 1960 e 1970, a Educação
Física escolar se transformou em um degrau para o treinamento de desportos
representativos. Um dos objetivos desse redirecionamento era o treinamento e a
preparação de futuros atletas, capazes de conquistar méritos e medalhas olímpicas
para o Brasil.
Já na década de 80, Darido (2003) afirma que, algumas instituições de ensino
superior voltadas à formação de profissionais em Educação Física implementaram
novas propostas curriculares, procurando formar o aluno numa perspectiva mais
ampla.
Em 1987, com a promulgação do parecer CFE n. 215/87 e da resolução CFE n.
03/87, foi estabelecida a criação do Bacharelado em Educação Física. Nessa
proposta, os saberes anteriormente divididos entre as matérias básicas e
profissionalizantes – localizadas dentro dos núcleos de fundamentação biológica,
gímnico-desportivo e pedagógico – assumem uma nova configuração, tendo como
fundamento da distribuição dos saberes na estrutura curricular, duas grandes áreas:
Formação Geral – humanística e técnica – e Aprofundamento de Conhecimentos.
No final do século, com as publicações da Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional e da lei n. 9.696/98 (LDBEN n. 9.394/96), com a regulamentação
profissional da Educação Física, observou-se, um novo desenho curricular para a área
da educação e um novo delineamento no campo da intervenção profissional da
Educação Física, marcados por um novo fenômeno, o profissionalismo (NETO, 2004).
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3.2 CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA
O Curso de Graduação em Educação Física da UNIR, é oriundo do curso de
Licenciatura Curta em Educação Física criado pela Universidade Federal do Pará
(UFPa) através do seu núcleo na cidade de Porto Velho. Com a criação da Fundação
Universidade Federal de Rondônia (UNIR) em 1982, o curso em questão teve a sua
incorporação nesta Instituição de Ensino Superior.
O primeiro Curso de Licenciatura curta em Educação Física da UFPa, através do
seu Núcleo em Porto Velho, foi oferecido em 1980. Em 1982, logo após a
transformação do Território em Estado em 1981 uma nova turma foi constituída. O
curso oferecido nesta época apresentava em seu currículo, componentes altamente
técnicos numa abordagem tradicional, com predominância na área biomédica.
Neste contexto, os aspectos pedagógicos representavam uma pequena parcela
nos seus conteúdos, o que veio a influenciar fortemente a estrutura curricular do curso
implantado posteriormente na UNIR.
O Curso de Licenciatura Plena da UNIR foi autorizado a funcionar pela Portaria n
04 CD de 03 novembro de 1982. No primeiro vestibular foram inscritos 223 candidatos
que concorreram a 40 vagas.
O curso iniciou seu funcionamento com a primeira turma em 1983 em regime
seriado.
Apesar de ter sua autorização para funcionamento em 1982, o curso só foi
reconhecido pelo Ministério da Educação e Cultura-MEC, em 13 de agosto de 1987
através da Portaria 461, publicada no Diário Oficial da União em 17/08/87.
O Departamento de Educação Física (DEF) vinculado estruturalmente ao
Núcleo de Saúde da Fundação Universidade Federal de Rondônia (NUSAU),
congregam atualmente 17 docentes, que atendem prioritariamente (não
exclusivamente) ao curso a que estão vinculados em função da formação acadêmica.
A maior parte são graduados em Educação Física, com cursos de Pós-Graduação em
diversos níveis e áreas variadas. Atualmente o DEF conta com 06 doutores, 09
mestres (dois cursando doutorado) e 2 especialistas.
O DEF e órgão de apoio acadêmico a nível intermediário. Integra as funções de
Ensino, Pesquisa, Extensão e Administração dos docentes e técnicos administrados
lotados na referida unidade acadêmica.
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O DEF atua no âmbito do ensino atendendo aos cursos de Graduação, Pós-
Graduação e Aperfeiçoamento, mediante solicitação dos interessados, disponibilidade
e apreciação do Conselho do Departamento. No âmbito da Pesquisa desenvolve
projetos dos docentes e ou Grupos de investigação, e dos acadêmicos sob orientação
dos professores. Todos os docentes do DEF atuam na área de ensino, nos curso de
Graduação, e alguns também ministram disciplinas na Pós-Graduação.
Individualmente ou vinculados a grupos de pesquisa,
A maioria dos docentes atua na área de pesquisa, quer a partir de projetos
próprios quer como orientador acadêmico de Trabalho Monográfico. A maioria das
atividades de extensão desenvolvidas pelos docentes são consideradas como Projetos
de Ensino visto que são atividades levadas a comunidade pelos acadêmicos (sob
orientação dos docentes) como trabalhos avaliativos das distintas disciplinas
oferecidas no curso.
O Curso de Graduação em Educação Física da UNIR busca formar profissionais
de Educação Física com título em licenciatura, habilitados para atuarem nos campos
do ensino escolar e não escolar, integrando-se ao processo educativo e a sociedade
na qual esta inserido .
Desde sua criação o curso passou por cinco reformulações curriculares.
Atualmente, uma comissão do DEF desenvolve estudos para mais uma reforma do
curso em questão.
O curso tem como objetivo geral habilitar/formar profissionais com uma sólida
formação geral e específica aliada a uma capacidade de análise e reflexão que
permita relacionar o saber, ao saber fazer e ao saber explicar – o fazer a partir da
compreensão do para que fazer e da articulação sobre `-o que-, -como-, e –para que-
ensinar embasada em informações e conhecimentos sobre as diferenças individuais e
a natureza socioeconômicas, cultural, étnica e política da realidade brasileira.
Desta forma, pretende capacitar profissionais da área de Educação Física em
competências e habilidades que envolvem aspectos técnico-instrumental a partir de
atitude crítica através de reflexão, senso de responsabilidade, iniciativa e
aprofundamentos constante de seus conhecimentos gerais e específicos, trabalho em
equipe, autonomia tudo numa visão ampla e multidisciplinar fundamentada em sólidos
conhecimentos de Educação Física que lhe possibilite atuar em vários setores da
sociedade.
A duração mínima do curso e de 04 (quatro) anos ou 8 (oito) semestres letivos e
máxima de 7 (sete) anos ou 14 (quatorze) semestres letivos.
A Grade Curricular consta de disciplinas de caráter obrigatório e aquelas
classificadas como de tipo complementar, de disciplinas que envolvem uma formação
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básica dos futuros profissionais, outras que se dedicam a formação específica e
aquelas do âmbito da formação pedagógica. Sendo que é obrigatório como Trabalho
de Conclusão de Curso - TCC, a apresentação de Monografia. Sua elaboração está
prevista na grade curricular.
O Curso regular de Educação Física da UNIR, funciona no Campus de Porto
Velho. Conta atualmente com 200 alunos distribuídos em 4 (quatro) semestres
acadêmicos.
3.3 ENSINO-APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO FÍSICA
Educação Física é um segmento da educação que utiliza as atividades físicas,
orientadas por processos didáticos e pedagógicos, com a finalidade do
desenvolvimento integral do homem, consciente de si mesmo e do mundo que o cerca
(BORGES, 2003).
Este papel de facilitador do desenvolvimento integral do ser demanda uma
formação bastante abrangente do profissional, que com esta responsabilidade, deve
se tornar também um eterno aprendiz, ao refletir constantemente sobre sua formação
e exercício da pratica docente, principalmente no que se refere aos conhecimentos
didáticos e pedagógicos.
Ao longo dos tempos, o processo ensino-aprendizagem vem sendo estudado e
discutido segundo diferentes pontos de vista. Diferentes correntes teóricas tentam
explicar esse fenômeno abordando enfoques diferenciados, muitas vezes devido ao
contexto histórico e social em que eles foram desenvolvidos.
Segundo Kuerthe (1978), ensinar inclui fazer com que as pessoas leiam certos
materiais, assistam a determinadas demonstrações e exerçam varias atividades,
contanto que a aprendizagem seja um dos produtos.
De acordo com Shigunov (2001), o ensino deve partir da realidade do
educando para ensinar fatos, pessoas e objetos que os alunos conhecem na sua vida
diária sobre os quais manifestam interesse e curiosidade para ampliar seus
conhecimentos.
Para Piletti (1997), para que alguém aprenda é necessário que ele queira
aprender. Ninguém consegue ensinar nada a uma pessoa que não quer aprender. Por
isso e muito importante que o professor saiba motivar seus alunos. Através de uma
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variedade de recursos, métodos e procedimentos, o professor pode criar uma situação
favorável a aprendizagem. Assim, entre a motivação e aprendizagem existe uma
relação mútua.
Segundo Libâneo (1994), a característica mais importante da atividade
profissional do professor é a mediação entre o aluno e a sociedade, entre as
condições de origem do aluno e sua destinação social na sociedade, papel que
cumpre provendo as condições e os meios (conhecimentos, métodos, organização do
ensino) que assegurem o encontro do aluno com as matérias de estudo.
O processo ensino-aprendizagem varia ao longo do tempo de outras
dimensões além do grau de estruturação e do grau de controle do professor. Outras
variáveis são o grau de percepção, por parte do estudante, daquilo que se deve
aprender, o grau de mensuração e o grau de feedback, todas as três intimamente
relacionadas entre si (KUETHE, 1978).
De acordo com Moreira (1986), o processo de ensino-aprendizagem é
composto por quatro elementos – o professor, o aluno, o conteúdo e as variáveis
ambientais, assim cada uma destas assume maior ou menor influencia durante o
processo. Já Santos (2003), diz que o processo de ensino-aprendizagem é composto
de duas partes: o ensinar e o aprender, que envolve certo grau de realização de um
determinado objetivo com êxito.
Não há meio de afirmar que ocorreu aprendizagem enquanto não se observar
alguma alteração de conduta. Tampouco existe meio de medir diretamente a
aprendizagem: ela só pode ser medida através do desempenho (KUETHE, 1978).
Analisando os diferentes conceitos sobre este assunto, podemos abordar as
teorias de ensino-aprendizagem segundo duas óticas, ou seja, tendências, que podem
se classificar como criticas e não criticas.
Seguindo este raciocínio, Mizukami (1986) aponta cinco tendências
pedagógicas que norteiam e que mais influenciam os professores brasileiros, sendo:
tendência tradicional, cognitivista, comportamentalista, humanista e sociocultural as
quais fornecem as diretrizes utilizadas na prática docente.
Considerando estas abordagens como sendo base para a prática docente, se
faz necessário um breve detalhamento sobre cada uma delas, lembrando que
nenhuma das teorias pedagógicas deve ser considerada superior ou ideal, tendo em
vista que uma pode, e frequentemente é aplicada levando em consideração o
conhecimento da outra. Na Abordagem Tradicional: segundo Mizukami (1986), a
escola é um local onde se raciocina, em que o ambiente deve ser austero para que o
aluno não se distraia. Considera o ato de aprender como uma cerimônia e acha
necessário que o professor se mantenha distante do aluno, ocorre uma relação
21
vertical, onde o professor é considerado o detentor do saber e o mero aluno passivo e
receptor. Assim toda a metodologia se baseia na exposição do conteúdo por parte do
professor, e tendo como método de avaliação da aprendizagem, a mais exata
reprodução do conteúdo pelo aluno. Na Abordagem Comportamentalista: a
aprendizagem encontra-se na organização dos elementos para as experiências
curriculares. Assim, a aprendizagem será garantida pela sua programação, incluindo a
aplicação da tecnologia educacional, estratégias de ensino e formas de reforço no
relacionamento professor-aluno (MIZUKAMI, 1986). Sobre esta abordagem, Santos
(2005) destaca que, sua realização utiliza de reforços e recompensas para que por
meio de treinamento, se possa atingir os objetivos. Neste sentido, o ensino precisa de
tecnologias derivadas de pesquisas cientificas, instrução programada, computadores,
etc. Na Abordagem Cognitivista: a aprendizagem se dá no exercício operacional da
inteligência (MIZUKAMI, 1986), e a avaliação nesta abordagem é realizada a partir de
parâmetros extraídos da própria teoria e implicará verificar se o aluno já adquiriu
noções, conservações, realizou operações, relações etc. Na Abordagem Humanista: é
dada a ênfase no papel do sujeito como principal elaborador do conhecimento
humano. Da ênfase ao crescimento que dela se resulta, centrado no desenvolvimento
da personalidade do indivíduo na sua capacidade de atuar como uma pessoa
integrada. O professor em si não transmite o conteúdo, dá assistência sendo facilitador
da aprendizagem. O conteúdo advém das próprias experiências do aluno o professor
não ensina: apenas cria condições para que os alunos aprendam.
Na Abordagem Sociocultural: o ensino-aprendizagem procura superação da
relação opressor-oprimido. Essa superação exige condições tais como: reconhecer-se,
criticamente, e solidariza-se com o oprimido engajando-se na práxis libertadora, onde
o diálogo exerce papel fundamental na percepção da realidade opressora (MIZUKAMI,
1986). A Relação professor aluno nesta abordagem é horizontal e não imposta. Para
que o processo educacional seja real é necessário que o educador se torne educando,
por sua vez, educador (MIZUKAMI, 1986). De acordo com Santos (2005), este
esquema não se restringe a educação formal, mas a um processo amplo de
aprendizagem, inserido na sociedade. Assim a educação é vista como um ato político,
que visa provocar condições para que se desenvolva uma atitude de reflexão crítica
comprometida com a sociedade e a cultura.
As abordagens pedagógicas da Educação Física podem ser definidas como
movimentos engajados na renovação teórico-prática com o objetivo de estruturação do
campo de conhecimentos que são específicos da Educação Física. Abordagem de
aulas abertas: considera a possibilidade de co-decisão no planejamento, objetivos,
conteúdos e formas de transmissão e comunicação no ensino, sendo concebida na
22
expectativa de que essa visão fosse alterar a preparação profissional, criando outros
sentidos de aulas para as crianças, no que se refere ao jogo, movimento, esporte e
prática docente. Na Abordagem atividade física para promoção da saúde: busca-se a
conscientização, sobretudo, da população escolar para as pesquisas que mostram os
benefícios da atividade física. Considera-se fundamental a promoção da prática
prazerosa de atividades físicas que conduzam ao aperfeiçoamento das áreas
funcionais. Na Abordagem construtivista-interacionista: a intenção é a construção do
conhecimento a partir da interação do sujeito com o mundo. Com isso, além de
valorizar as experiências, a cultura dos alunos, tem o mérito de propor alternativas aos
métodos diretivos, alicerçados na prática da Educação Física. Na Abordagem critico-
emancipatória e didática comunicativa: é enfatizado que é necessário orientar o ensino
num processo de desconstrução de imagens negativas que o aluno interioriza na sua
pratica. Sua orientação de concepção educacional é denominada crítico-
emancipatória, onde a emancipação pode ser entendida como um processo contínuo
de libertação do aluno das condições limitantes de suas capacidades racionais
criticasse ate mesmo do seu contexto sociocultural. Na Abordagem crítico-superadora:
busca-se entender com profundidade o ensinar, que não significa apenas transferir ou
repetir conhecimentos, mas criar as possibilidades de sua produção crítica, sobre a
assimilação destes conhecimentos, valorizando a questão da contextualização dos
fatos e do resgate histórico. Na Abordagem desenvolvimentista: tem-se como meio e
fim o movimento. É uma tentativa de caracterizar a progressão do crescimento físico,
do desenvolvimento fisiológico, motor, cognitivo e afetivo social. Na Abordagem
Educação Física plural: trabalha-se para que as diferenças entre os alunos sejam
percebidas, seus movimentos, expressões frutos de sua historia de corpo. A Educação
Física plural considera que os alunos são diferentes e que em uma aula, para se
alcançar todos os alunos deve-se levar em conta estas diferenças. Na Abordagem
humanista: fundamenta-se nos princípios filosóficos do ser humano. Nesta
concepção, o professor integra-se efetivamente no ambiente escolar em que atua, de
modo a se constituir em um agente educador. Assim, busca contribuir na ampliação de
crescimento pessoal dos alunos. Na Abordagem psicomotricista: trata-se das
aprendizagens significativas, espontâneas e exploratórias da criança e de suas
relações interpessoais. Focaliza sua metodologia com base em experiência com
grupos. Seus conteúdos são desenvolvidos a partir de condutas motoras. Na
Abordagem sistêmica: procura-se na definição de vivencia corporal o movimento de
introduzir o aluno nos conteúdos oferecidos na escola, oportunizando experiência da
cultura dos movimentos. Apoia-se no principio de não exclusão e da grande
diversidade de vivencias corporais. Na Abordagem tecnicista: centra-se na vivência e
23
desenvolvimento de modalidades esportivas voltadas para a Educação Física nas
escolas e nos demais âmbitos em que os esportes estão inseridos. Considera como
fundamental a necessidade de um processo de aprendizagem gradual e coerente, que
proporcione ao aluno um crescimento físico saudável e permita que ele revele suas
aptidões na área de esportes.
Saviani (1999) destaca que para que a escola funcione bem, é necessário que
se utilizem métodos de ensino eficazes, por serem eles que estimularão a atividade e
iniciativa dos alunos, no entanto sem abrir mão da iniciativa do professor. O método
deve favorecer o diálogo dos alunos entre si e com o professor, mas sem deixar de
valorizar o diálogo com a cultura acumulada historicamente.
3.3 MOTIVAÇÃO
Para que se tenha uma compreensão sobre motivação, se faz necessário à
observação de algumas definições e conceitos que vem sendo apresentados e
estudados ao longo dos anos.
Motivação é tudo o que impulsiona uma pessoa a agir de determinada forma
ou, pelo menos, que dá origem a uma propensão a um comportamento específico,
podendo este impulso à ação ser provocado por um estímulo externo (provindo do
ambiente) ou também ser gerado internamente nos processos mentais do indivíduo
(CHIAVENATO, 1999).
A motivação consiste em apresentar a alguém estímulos e incentivos que lhe
favoreçam determinado tipo de conduta (PILETI, 1997).
Desta forma, Bzuneck (2004) diz que, ao longo dos anos, vem sendo
desenvolvida uma abordagem cognitivista da motivação, onde têm como ideia
principal que o comportamento de um individuo é iniciado e controlado pelo seu
pensamento, expectativas e atribuições e não simplesmente por eventos ou condições
físicas.
Sendo assim, motivação pode ser entendida como o conjunto de variáveis que
determinam a razão pela qual os alunos escolhem determinada atividade e persistem
nela por um período de tempo com empenhamento (ALVES et al, 1996, apud CID,
2002), desta forma pode ser estimulada por dois fatores principais- intrínsecos e
extrínsecos.
A motivação intrínseca refere-se ao envolvimento em determinada atividade por
sua própria causa, por esta ser interessante, envolvente ou, de alguma forma,
24
geradora de satisfação e, sobretudo, com ausência de constrangimentos externos ou
internos. Implica ainda em uma orientação pessoal para dominar tarefas desafiadoras,
associada ao prazer derivado do próprio processo, evidenciando curiosidade e
persistência.
Segundo Ruiz (2003), os estudos sobre motivação aplicada a diferentes
contextos educacionais cresceram consideravelmente nos últimos anos,
principalmente pelo fato de que para qualquer aprendiz ser bem sucedido, é
necessário que este saiba utilizar de forma autorregulada, autodirigida e ativa
estratégias para gerenciar tanto a motivação como o comportamento e a
aprendizagem.
Dentro do âmbito escolar, segundo Boruchovitch (2002), a motivação para o
aprendizado vem sendo definida como a iniciação e continuação de determinado
comportamento com o objetivo de atingir uma determinada meta. Sendo assim, para
que comportamento seja estabelecido é necessário que o aluno enfrente situações
desafiadoras que demandem empenho. Além disso, o professor deve estabelecer um
ambiente com estratégias que favoreçam o desenvolvimento das orientações
motivacionais (SILVA & METTRAU, 2010).
De acordo com Piletti (1997), motivar os alunos não e tarefa fácil. Muitas vezes
o professor conhece as teorias e técnicas de motivação da aprendizagem, mas, ele
próprio não essa motivado para ensinar. Os alunos percebem essa desmotivação e,
apesar das técnicas e dos métodos de ensino utilizados, não demonstram maior
entusiasmo pela matéria.
Em relação à aprendizagem escolar, Guimarães (2002) afirma que há
evidências de que a motivação intrínseca facilita a aprendizagem e o desempenho,
pois, o aluno busca envolver-se em atividades que ofereçam oportunidade para o
aprimoramento de suas habilidades, concentra-se nas instruções dadas, esforça-se
para organizar o novo conhecimento de acordo com os seus conhecimentos prévios.
Para Tresca e Júnior (2000), a motivação intrínseca é a forma mais desejada
na educação, tendo em vista que proporciona o desenvolvimento da autonomia e da
personalidade. Os fatores extrínsecos podem iniciar e manter os alunos em algumas
atividades, mas não garantem a permanência, e consequentemente que conduza ao
esforço voltado para a efetiva aprendizagem.
No que diz respeito ao ensino superior, observou-se através das pesquisas
realizadas que ainda são escassos os trabalhos científicos que tratam sobre os fatores
implicantes na motivação dos alunos.
25
Jesus apud Ruiz (2005) diz que nos chamados países industrializados, várias
reformas vêm sido realizadas, do ponto de vista político, a fim de favorecerem a
motivação principalmente em relação ao aprendizado e o desenvolvimento dos alunos.
.
4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
4.1 TIPO DE DELINEAMENTO DA PESQUISA
O presente estudo é uma pesquisa de campo do tipo descritivo-exploratória.
Tendo em vista que descrevemos as características, propriedades ou relações
existentes no grupo, bem como objetivamos nos familiarizar com o fenômeno de forma
a obter uma nova percepção e ideias ao seu respeito (MATTOS, 2004).
4.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA
Esta pesquisa foi realizada com alunos regularmente matriculados no curso
de Licenciatura Plena em Educação Física da Universidade Federal de Rondônia.
Sendo a população deste estudo composta de 150 alunos.
A amostra desta pesquisa foi composta por 20 alunos de ambos os sexos
regularmente matriculados, respectivamente, no 8º período do curso de Licenciatura
Plena em Educação Física da Universidade Federal de Rondônia no ano de 2013.
4.3 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS
Para coleta de dados foi utilizado um questionário semiestruturado, composto
por 9 questões fechadas e abertas (ANEXO I). Thomas e Nelson (2002) acreditam que
com o uso do questionário, é possível através das respostas que os sujeitos
fornecerem analisar as suas percepções, interpretações e consciências da situação
26
total na interação entre os atores e o cenário. Gil (1996) aponta que esta técnica
mostra-se bastante útil para a obtenção de informações acerca do que a pessoa sabe,
crê ou espera, sente ou deseja, pretende fazer, faz ou fez, bem como a respeito de
suas explicações ou razões para quaisquer das coisas precedentes.
4.4 PROCEDIMENTOS PARA A COLETA DE DADOS
Inicialmente foi realizada uma visita ao DEF, onde foi explicado o objetivo e
relevância do estudo, sendo analisado o histórico do DEF juntamente atual chefia. Em
seguida, foi oficializada a pesquisa através de uma solicitação para a realização do
trabalho, após ser acordado com o DEF um termo de consentimento para os alunos,
que ficou a cargo do pesquisador.
A partir da resposta do departamento à solicitação da pesquisa, o pesquisador
de posse do termo de livre consentimento (ANEXO II), explicou para os alunos os
objetivos, relevância e desenvolvimento do estudo, bem como a opção dos mesmos
em contribuir voluntariamente com a realização da pesquisa. Havendo comum acordo
entre as partes, cada aluno recebeu um do termo de livre consentimento assinado pelo
pesquisador, e deu-se inicio a coleta de dados. Os alunos responderam o questionário
em sua sala de aula durante o intervalo.
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Referente ao motivo pelo qual os escolares escolheram estudar Educação
Física, os resultados estão ilustrados na Tabela 1.
Tabela 1: Motivos pela escolha do Curso de Licenciatura Plena em Educação
Física.
INDIVÍDUO RESPOSTA
01 Pela importância da mesma, com o cuidado da qualidade de vida.
02 Porque sempre tive afinidade com esportes, bem como atividades voltadas a saúde.
27
03 Porque eu queria ser professor de ensino infantil, mas não quero mais.
04 Área da saúde que trata, previne e cuida das pessoas para ter uma vida saudável.
05 Por ser um curso da área da saúde.
06 Porque gosto de esporte e tinha finidade com a área.
07 Por causa dos esportes.
08 Foi minha segunda opção. Gostaria de ter feito biologia
09 Identificação com a disciplina no período escolar.
10 Principalmente porque gosto de dançar e este era o que mais tinha a ver com o que eu queria.
11 Foi uma segunda opção no vestibular.
12 Porque sempre gostei de movimentar-me, além de achar um curso muito importante.
13 Por ser uma área humana e pela facilidade nos esportes.
14 Incentivo e vivencia nas aulas na escola.
15 Gosto de esportes.
16 Porque era o curso que mais parecia com o que eu queria. Fisioterapia.
17 Porque tive uma boa experiência com a Educação Física na escola.
18 Por me identificar com área.
19 Devido ser o curso que tem mais a ver com meu perfil.
20 Por ter afinidade com esportes.
Diante do exposto, verificamos que 35% dos acadêmicos disseram ter
escolhido o curso de Licenciatura Plena em Educação Física pela afinidade e gosto
pelos esportes, 25% por ser um curso da área da saúde, 15% por identificação da
disciplina no período escolar, 15% por ser a segunda opção no vestibular, e 10%
atribuíram ter escolhido o curso devido sua importância. Segundo Abreu (2002) o fato
de já ter sido ou ainda ser atleta fez com uma grande quantidade de pessoas optem
pelo curso, demonstrando o interesse em manter-se nesse meio e buscar
conhecimentos teóricos para aliá-los à prática, de maneira a possuírem um completo
conhecimento da área .
Corroborando com a ideia acima citada, Oliveira (1984) afirma que o perfil do
professor de Educação Física, quando atua na área escolar ficou caracterizado pela
sua inserção na esfera esportiva.
28
Gráfico 1: Visão do acadêmico em relação ao curso de Educação. Física, antes
do seu ingresso na Universidade.
No que se refere à visão do curso de Educação Física antes do seu ingresso
na Universidade, 45% dos acadêmicos afirmaram mentalizar o referido curso como
sendo “constituído por disciplinas praticas, voltado para esportes e preparação de
atletas”; 30% imaginavam um curso “motivador, estruturado e com boas condições de
ensino” e 25% tiveram visões diversas, entre elas que o curso seria mais “fácil”, “sem
enrolação” e até mesmo “ mais respeitado”.
Estas informações corroboram com os dados apresentados anteriormente pela
tabela1, no sentido de que as duas figuras apresentam de certa forma, a frequente
relação entre Educação Física e o esporte, ou o professor e o atleta. Sobre essa
associação histórica, que tem como integrantes o professor de Educação Física e o
esportista Medina (1983) afirma que os licenciandos em Educação Física além de
terem poucas noções sobre a finalidade da Educação e da Educação Física no ensino
formal, supervalorizam a competição, o resultado e a vitória, objetivos próprios do
esporte.
29
Gráfico 2: Motivos para continuar estudando Educação Física.
Se tratando dos motivos pelo qual os estudantes continuam no estudo da
Educação Física, 40% afirmam que o fazem para “possuir diploma de nível superior,
30% por “gostar do curso e querer ser diferenciado no mercado de trabalho, 20% pelo
“trabalho social e a possibilidade de contribuir na qualidade de vida da sociedade”, e
10% apontaram outros motivos, como, ”as pesquisas e os estágios” e ”a possibilidade
de trabalhar com musculação, ginastica laboral, entre outras modalidades”.
Gráfico 3: Nível socioeconômico dos acadêmicos.
30
Conforme a figura apresentada acima, podemos observar que referente a
renda mensal dos acadêmicos, 45% dos entrevistados se encontra classificados na
classe C, sendo assim, o maior índice entre os entrevistados. 20% correspondem a
classe D, 15% compreendem a classe B1, 10% correspondem a classe A2. As classes
B2 e E apontaram os mesmos valores, sendo responsáveis por 5% dos acadêmicos
pesquisados. A classe A1 não foi encontrada na pesquisa sendo assim todos os
entrevistados por menor que seja a sua renda.
Inferimos que a maioria dos acadêmicos do curso de Educação Física da UNIR
possui uma renda baixa, ou seja, menor que 3 salários mínimos. Retratando a
persistente necessidade de um curso superior mais respeitado e que
consequentemente proporcione uma melhor remuneração mensal.
Gráfico 4: Satisfação com a metodologia utilizada pelos docentes durante as
aulas.
Diante do exposto, observamos que 75% dos acadêmicos demonstram
insatisfação com a metodologia utilizada pelos docentes nas aulas, enquanto que 25%
relatam sua satisfação com a metodologia aplicada pelos professores.
Ao verificar as justificativas dos 75% insatisfeitos com relação à metodologia
utilizada pelos professores, observamos que, 47% apontam a “Falta de motivação
interesse por parte do professor’, 40% atribuem a “Falta organização, sistematização e
conhecimento dos conteúdos’, enquanto que 13% a justificam pela “Falta de estrutura
e tempo adequado”. No estudo de Souza (2009) a insatisfação ocorre com a
percepção de falta de experiência, domínio dos conteúdos ministrados e dificuldade
para transmitir conhecimentos.
31
Observando as justificativas dos 25% dos alunos satisfeitos com a metodologia
dos docentes, verificamos que, 40% afirmam que consideram “Aulas bem
estruturadas, abordando conteúdos importantes”, 40% apontam que as aulas contam
com “Professores com boa metodologia e domínio de conteúdo”, e 20%
“Demonstração de interesse em ensinar os alunos”.
Venturine et al(2008) diz que a satisfação é um fator primordial para garantir a
motivação do discente ao longo da sua formação acadêmica, interferindo no
aproveitamento do seu aprendizado e, consequentemente, na competência dos
profissionais que serão inseridos no mercado de trabalho.
Gráfico 5: Disciplinas consideradas mais importantes para a formação.
Em relação à disciplina que na visão dos acadêmicos, possui maior grau de
importância em sua formação, destaca-se “fisiologia do exercício” com 18%, seguido
de “anatomia” 11%, “fisiologia geral” 10%, “didática” 8%, “pratica de ensino” 8%,
“cineantropometria” 8%, “biomecânica” 7%, “caracterização profissional” 7%,
“elaboração de projeto de pesquisa” 3%, “metodologia” 3%. Além das disciplinas
descritas acima, foram citadas pelos discentes entrevistados outras disciplinas
(treinamento desportivo, psicomotricidade, técnica de pesquisa, didática aplicada,
sociologia, formação rítmica, biologia, psicologia, educação infantil, bioestatística)
sendo que, cada uma delas foi indicada uma única vez o que corresponde a 2% do
total.
32
Analisando os dados expostos, inferimos que ocorre, por parte dos
acadêmicos, uma associação entre importância das disciplinas e o comportamento e
nível de exigência dos professores, pois não observamos um critério que fosse
determinante na escolha da disciplina por parte dos acadêmicos.
Com relação a necessidade de cursar alguma disciplina que atualmente não se
faz presente na grade curricular do curso, 85% dos questionados afirmaram necessitar
do acréscimo de alguma disciplina a organização do curso, enquanto que 15 %
afirmam não ser necessário a inclusão de outra disciplina na atual grade curricular do
curso.
As inúmeras disciplinas citadas pelos 85% dos discentes que afirmaram ter a
necessidade de incorporação à estrutura curricular do curso foram organizadas e
podem ser observadas na seguinte tabela.
Tabela 2: Disciplinas que gostaria que fossem adicionadas na grade curricular
do curso
DISCIPLINAS %
Nutrição 11%
Nutrição esportiva 14%
Libras 14%
Artes marciais 9%
Pilates 6%
Esportes de aventura/radicais 14%
Metodologia de esportes 6%
Massoterapia 6%
Hidroginástica 6%
Musculação 3%
Disciplinas voltadas aos idosos 3%
Dança 3%
Anatomia II 3%
Português II 3%
A tabela 2 demonstra o que os acadêmicos gostariam de terem algumas
disciplinas, destacamos a nutrição e os esportes de aventura.
Deduzimos que os alunos sentem a necessidade de disciplinas que abordem
assuntos relacionados a nutrição esportiva, devido ao crescente aumento da pratica
de esportes e exercícios em academias na cidade, desta forma, tornando necessário
um nível de conhecimento maior por parte dos profissionais. Ainda sobre a tabela
33
acima, destacamos a disciplina relacionada aos esportes de aventura/radicais que foi
citada por grande parte dos alunos. Sobre esta disciplina, inferimos que seu
apontamento por parte dos acadêmicos, se deve pela expectativa do desenvolvimento
do turismo de aventura, que ate então se mostra praticamente inexistente na nossa
região.
Gráfico 6: O que se espera do mercado de trabalho.
Para melhor entendimento da opinião dos acadêmicos sobre o mercado de
trabalho o gráfico 6 ilustra que 45% dos estudantes do curso de Educação Física
almejam do mercado de trabalho, “respeito, reconhecimento e valorização profissional,
40% por “oportunidades/espaço”, 10% afirmam que “não tem expectativas” e 5%
apontam que ”não pretendem atuar na área”.
Através da analise do gráfico, deduzimos que apesar da aparente insatisfação
com o curso de Educação Física e todas as dificuldades que lhes são impostas
durante seu percurso de graduação, os estudantes persistem nos estudos visando
respeito e reconhecimento no mercado de trabalho.
Tabela 3: Se sente motivado a estudar e aprender com a estrutura física
oferecida pela universidade.
INDIVÍDUO RESPOSTA
01 Sim. Porque a universidade não nos da tanta base, é o aluno que tem que se especializar.
34
02 Sim. Apesar de a universidade deixar a desejar, sou muito motivado.
03 Não. A universidade não oferece as mínimas condições para um aprendizado de boa qualidade. Não há laboratórios, piscina, nem mesmo os materiais básicos a serem utilizados nas aulas.
04 Não. Hoje, vejo que há uma certa estrutura. Não sei por qual motivo, não e utilizada.
05 Não. Muito desorganizado e sem estrutura a oferecer, sempre sujo.
06 Não. No único ginásio que existe não há iluminação, assim como na piscina, dentre outros.
07 Não. Pelo fato de não oferecer uma estrutura adequada e por notar negligencia ano ensino de alguns professores
08 Não. Falta matéria e os que têm não são utilizados. Os livros são muito antigos.
09 Não. Primeiro porque não tem estrutura mínima para as aulas praticas, segundo, a questão administrativa impõe muitas dificuldades para o aluno; terceiro, o aluno não e tratado como prioridade pela instituição.
10 Não. Porque a estrutura é obsoleta e os profissionais não motivam os alunos o suficiente.
11 Não, mais a motivação depende muito do professor na aplicação da aula. Isto independe do espaço da universidade, mas a estrutura física esta horrível.
12 A estrutura não motiva, porem, a paixão pela profissão me faz com que a falta de estrutura não me faça desistir.
13 Minha motivação e própria, pois gosto do curso independente da universidade, pois se dependesse não teria motivação alguma.
14 Não. Falta estrutura, em algumas disciplinas falta material e falta incentivo de certos professores.
15 Não. Falta laboratórios, piscina, agua, banheiro, entre outros.
16 Não. Isso desestimula demais, banheiros sujos e fechados, tatuzão sujo, bebedouro sujo e trancado, demora dos ônibus.
17 Não. Apenas procuro superar as dificuldades. Existem muitos problemas que dificultam a formação acadêmica.
18 Precisa melhorar muito, mas a formação tem que ser baseada no mercado de trabalho, ou seja na área de atuação.
19 Não. Falta infraestrutura.
20 Não. Pois infelizmente não possui estrutura para isso.
A Tabela 3: demonstra que 80% dos acadêmicos não se sentem motivados
para estudar e aprender com a estrutura oferecida pela universidade, enquanto que
20% afirmam se sentirem motivados para tal. Fica evidente a desmotivação dos
estudantes com relação à estrutura física disponível na universidade.
Inferimos que apesar dos avanços e melhorias realizadas pela universidade
nos últimos anos, muito deve ser feito para que se possa desenvolver a motivação no
meio acadêmico.
35
6 CONCLUSÃO
Considerando o exposto, foi possível verificar que no momento de optarem por
ingressarem no curso de Educação Física, os alunos se guiam em sua grande maioria
pela sua afinidade e convivência com os esportes, tendo em vista que antes de seu
ingresso os mesmos afirmam que pensavam no curso de Educação Física como
sendo constituído principalmente por disciplinas práticas, voltadas para o esporte e
preparação de atletas.
Verificou- se também que o motivo pelo qual os acadêmicos persistem nos
estudos da Educação Física, em sua grande maioria é o interesse em possuir uma
graduação de nível superior.
Com relação ao nível econômico dos estudantes, observamos que é
basicamente formado por pessoas que são categorizados nas classes “C” e “D”, não
sendo identificado nenhum sujeito que esteja inserido na classe “A1” da classificação,
retratando a persistente necessidade de um curso superior mais respeitado e que
consequentemente proporcione uma melhor remuneração mensal.
O estudo deixou claro que os acadêmicos se encontram insatisfeitos com a
metodologia de ensino utilizada pelos docentes durante a ministração de suas
respectivas aulas, além de apontar o desejo dos alunos em uma reestruturação da
grade curricular, tendo em vista que grande parte dos estudantes afirma ser
necessária a inclusão de algumas disciplinas que até o presente momento não são
ofertadas pelo curso.
Sendo assim, considerando fatores como, motivos pelo qual se estuda
Educação Física, satisfação em relação à metodologia usada por professores
perspectiva do mercado de trabalho e estrutura oferecida pela Universidade,
concluímos que os acadêmicos do curso de Educação Física da UNIR, se encontram
desmotivados.
Visto a importância desta temática para a aprendizagem dos acadêmicos,
sugere-se a realização de novos estudos.
36
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ANEXOS
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Anexo I: Questionário
Caro/a Acadêmico/a: este questionário tem como objetivo, dentre outros fatores, identificar o nível de motivação dos acadêmicos com relação ao curso de Educação Física, levando em consideração fatores como: o perfil do acadêmico, disciplinas mais importantes do curso, estrutura da universidade, entre outros. O resultado deste levantamento será apresentado no trabalho de conclusão do curso de Educação Física da UNIR. Desde já, agradeço sua colaboração em participar do estudo respondendo com maior franqueza possível às questões. Sexo ( ) Data de nascimento:__/__/__ Período: Questões:
1. Por que você escolheu cursar Educação Física? __________________________________________________________________________________________________________________________________________
2. Como você imaginava o curso de Educação Física, antes do seu ingresso na Universidade?
__________________________________________________________________________________________________________________________________________
3. O que te motiva a cursar Educação Física? __________________________________________________________________________________________________________________________________________
4. Qual o seu nível social econômico?
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5. Você esta satisfeito com a metodologia de ensino utilizada nas aulas
durante o curso? Justifique. _____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
6. Cite 3 disciplinas que você considera importante para sua formação.
_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
7. Você gostaria de cursar alguma(s) disciplina(s) que não está na grade curricular do curso? Qual (is)?
_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
8. O que você espera do mercado de trabalho?
_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
( ) Classe - A1 Classe de Renda - R$ 6.447 ou +
( ) Classe - A2 Classe de Renda - R$ 3.417 a R$ 6.447
( ) Classe - B1 Classe de Renda - R$ 2.056 a R$ 3.416
( ) Classe - B2 Classe de Renda - R$ 1.236 a R$ 2.055
( ) Classe - C Classe de Renda - R$ 576 a R$ 1.235
( ) Classe - D Classe de Renda - R$ 305 a R$ 575
( ) Classe - E Classe de Renda - Até R$ 340
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9. Você se sente motivado a estudar e aprender com a estrutura física oferecida pela Universidade, justifique?
_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Muito obrigado pela colaboração!!!
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Anexo II: Termo de livre consentimento livre e esclarecido
Termo de livre consentimento livre e esclarecido
Dados de identificação Titulo do projeto: Motivação dos acadêmicos em relação ao curso de Educação Física. Pesquisador: Nelton da Silva Lopes Fone de contato: (69)92906732 O senhor (a) esta sendo (a) convidado (a) a participar de forma voluntária do projeto “Motivação dos acadêmicos em relação ao curso Educação Física”, de responsabilidade do pesquisador Nelton da Silva Lopes. A participação nesta pesquisa não lhe propiciará nenhum custo e nem ganhos financeiros, sendo que os dados obtidos serão utilizados por mim e pelo meu orientador, e que a qualquer momento você poderá solicitar a sua saída da pesquisa sem ônus de qualquer natureza. Qualquer duvida você poderá entrar em contato com o pesquisador através do telefone indicado acima. _______________________________
Nelton da Silva Lopes Acadêmico do 8º Período de Educação Física UNIR
Eu,__________________________________________________________________________,RG nº.____________ declaro ter sido informado e concordo em participar, como voluntário, do projeto de pesquisa “Motivação dos acadêmicos em relação ao curso Educação” acima descrito e fico ciente de que meus dados obtidos serão de caráter estritamente confidencial e só serão divulgados dados gerais dos participantes na pesquisa. Minha participação foi subsidiada pela leitura do termo de consentimento livre e esclarecido com o qual eu concordo.
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