motivação dos acadêmicos de educação física da universidade

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NÚCLEO DE SAÚDE NUSAU DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA DEF CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA MOTIVAÇÃO DOS ACADÊMICOS DE EDUCAÇÃO FÍSICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA NELTON DA SILVA LOPES Porto Velho Rondônia 2013

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Page 1: motivação dos acadêmicos de educação física da universidade

NÚCLEO DE SAÚDE – NUSAU

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA – DEF CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA

MOTIVAÇÃO DOS ACADÊMICOS DE EDUCAÇÃO FÍSICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA

NELTON DA SILVA LOPES

Porto Velho – Rondônia 2013

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MOTIVAÇÃO DOS ACADÊMICOS DE EDUCAÇÃO FÍSICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA

Orientando: Nelton da Silva Lopes Orientadora: Profª Ms Silvia Teixeira de Pinho

Porto Velho – Rondônia

2013

Monografia apresentada ao Curso de

Educação Física do Núcleo de Saúde da

Universidade Federal de Rondônia – UNIR, para

obtenção do titulo de Licenciatura Plena em

Educação.

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BANCA EXAMINADORA

Data da Defesa: 11/04/2013

Profª. Ms Silvia Teixeira de Pinho

Julgamento: ______________ Assinatura: ___________________________________

Prof. Esp. Daniel Delani

Julgamento: ______________ Assinatura: ___________________________________

Prof. Ms José Roberto de Maio Godoi Filho

Julgamento: ______________ Assinatura: ___________________________________

Page 4: motivação dos acadêmicos de educação física da universidade

iv

AGRADECIMENTOS

A orientadora prof. Ms. Silvia Teixeira Pinho, pelas diretrizes seguras e

permanente incentivo, mesmo diante da minha falta de motivação em determinados

momentos.

Aos amigos Júlio Lima, Carlos Magno, Evandro Neves pela paciência e

companheirismo, e a todos que direta ou indiretamente colaboraram na execução deste

trabalho.

Page 5: motivação dos acadêmicos de educação física da universidade

v

“Tenho andado distraído, impaciente e indeciso, e

ainda estou confuso, só que agora é diferente, estou tão

tranquilo e tão contente... Quantas chances desperdicei.

Quando o que eu mais queria era provar pra todo o mundo

que eu não precisava Provar nada pra ninguém”.

Legião Urbana-Quase sem querer

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................09

1.2 JUSTIFICATIVA..........................................................................................11

2 OBJETIVOS...........................................................................................................11

2.1 OBJETIVO GERAL.....................................................................................11

2.2 OBJETIVOS ESPECIFICOS.......................................................................12

3 REFERENCIAL TEÓRICO.....................................................................................12

3.1 CONTEXTO HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO FÍSICA...................................12

3.2 CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA DA UNIVERSIDADE FEDEREAL DE

RONDÔNIA........................................................................................................................17

3.3 ENSINO APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO FÍSICA................................19

3.4 MOTIVAÇÃO..............................................................................................23

4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS...............................................................25

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO..............................................................................26

6 CONCLUSÃO.........................................................................................................35

7 REFERÊNCIAS......................................................................................................36

ANEXOS............................................................................................................................39

ANEXOI – Questionário.....................................................................................................40

ANEXO II – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido...............................................43

Page 7: motivação dos acadêmicos de educação física da universidade

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RESUMO

É de grande importância o estudo sobre a motivação nos alunos, seja qual for o nível de

aprendizado que ele esteja, da mesma forma se faz necessário compreender sobre o

processo de ensino aprendizagem. O presente estudo objetivou identificar o nível de

motivação dos acadêmicos de Educação Física com relação ao processo de ensino-

aprendizagem das disciplinas ministradas durante o curso. Para isso foi aplicado um

questionário semiestruturado aos estudantes que assinaram um termo de consentimento

livre e esclarecido, autorizando a utilização dos dados coletados. Trata-se de uma

pesquisa descritiva, com uma abordagem quantitativa, no que diz respeito a analise dos

dados. A amostra foi composta por 20 alunos matriculados no 8° período do Curso de

licenciatura Plena em Educação Física da Universidade Federal de Rondônia. Sendo

assim, considerando fatores como, motivos pelo qual se estuda Educação Física,

satisfação em relação à metodologia usada por professores perspectiva do mercado de

trabalho e estrutura oferecida pela universidade, concluímos que os acadêmicos do curso

de Educação Física da UNIR, se encontram desmotivados no que diz respeito ao

processo ensino aprendizagem das disciplinas.

Palavras chaves: Educação Física, Motivação, Acadêmicos.

Page 8: motivação dos acadêmicos de educação física da universidade

viii

ABSTRACT

It is of great importance to the study of motivation in students, whatever the level of

learning that he is, as it is necessary to understand about the process of teaching and

learning. This study aimed to identify the level of motivation of the students of Physical

Education in relation to the teaching-learning courses taught during the course. For this

we applied a semi-structured questionnaire to students who signed a consent form

authorizing the use of the collected data. This is a descriptive study, with a quantitative

approach, with regard to data analysis. The sample consisted of 20 students enrolled in

8th period licensure Full Course in Physical Education, Federal University of Rondonia.

Therefore, considering factors such as the reasons why studying physical education,

satisfaction with the methodology used by teachers perspective of the labor market and

structure offered by the university, we conclude that the students of Physical Education

Unite, are unmotivated in respect to the learning process of the disciplines.

Keywords: Physical Education, Motivation, Academic.

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1. INTRODUÇÃO

A educação é uma prática social que contribui efetivamente para a construção

e desenvolvimento da cidadania. Essa prática social é um processo que envolve

diversos fatores constituintes do ensino e da aprendizagem e que devem estar em

consonância com as reais necessidades dos alunos.

Para Freire (2000), o processo de educação implica em aceitar o desafio

constante do novo, do inquietante, que possibilita uma socialização mais efetiva e uma

consequente construção coletiva do saber, contribuindo para o envolvimento do aluno

e facilitando a compreensão da necessidade de uma visão mais abrangente sobre o

mundo.

Nesse processo, o professor e o aluno são os protagonistas que confrontam

diversos pontos de vista, organizam e aprofundam ideias com vista à promoção de um

espaço adequado para a expressão da diversidade e construção da cidadania.

Historicamente, entretanto, a ação do professor em sala de aula tem se norteado por

uma pedagogia tradicional, que prioriza uma conduta de manutenção, de repetição e

de memorização, com a crença generalizada de que o acúmulo de informações

propicia elaboração estruturada e organizada de conhecimento.

Nesse sentido, Freire (1977) descrevendo a concepção bancária da educação,

afirma que “a educação se torna um ato de depositar, em que os educandos são os

depositários e o educador o depositante”. Desta forma o professor é um mero

transmissor de informações que tem a pretensão de que o aluno receba, guarde e

arquive estas informações.

No contexto educacional, o interesse motivacional do aluno deve orientar-se no

sentido de possibilitar resultados positivos, impulsionando-o numa direção

permanente, em que o foco principal seja o aprender.

Nessa perspectiva, Brophy apud Alcará (2007) faz uma distinção entre a

motivação para aprender e motivação para o desempenho (performance). Ele

assegura que aprender envolve o processamento da informação e o avanço na

compreensão ou domínio de algo, eventos que ocorrem durante a aquisição de

conhecimentos e habilidades. A performance tem relação com a demonstração de

conhecimento ou habilidade, anteriormente adquiridos.

Page 10: motivação dos acadêmicos de educação física da universidade

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Nessa perspectiva, todo o processo de motivação tem um caráter especial,

tendo em vista que ela demonstra o estado de envolvimento do aluno com

determinada atividade, consequentemente é fundamental no processo de ensino e

aprendizagem. Segundo Bzuneck (2004), a motivação é entendida como um conjunto

de fatores ou como um processo que leva, instiga ou provoca uma escolha, iniciando

um comportamento que está direcionado a um objeto.

Com relação à Educação no Ensino Superior no Brasil tem sido criada uma

oferta crescente de vagas anualmente. Esta expansão do Ensino Superior ocorre não

somente nas instituições privadas como também nas instituições públicas.

Pelo que se percebe a tendência será de precarização das condições de

trabalho e de ensino. Os professores, com o aumento de alunos por turma, deverão se

concentrar na tarefa de repassar conhecimentos e os alunos de reproduzi-los nas

avaliações.

Covington apud Engelmann (2010), refletindo sobre a ação dos alunos no

contexto universitário, mostra que muitos professores pensam que ensinar é uma via

de mão única e que o processo de ensino ocorre por meio da transmissão da

informação sistematizada e aspiram que o aluno a assimile de forma inalterada. Já os

alunos, em sua maioria, compreendem que o seu papel de aprendiz se restringe a

passividade, desobrigando-se, assim, de um papel mais ativo no processo de

aprendizagem. Acreditam, portanto, que assistir às aulas, fazer as leituras e seguir as

orientações do professor são as únicas atividades de sua responsabilidade.

Em virtude disso, tem se observado como sendo uma das questões cruciais, no

contexto acadêmico, a falta de motivação dos alunos. Contudo, ao longo dos anos, as

Universidades Brasileiras vêm tentando adequar seus métodos aos novos paradigmas

que surgem, procurando adaptar-se em uma infra-estrutura que as auxiliem no

desempenho de suas funções, afinal a educação é, sem dúvidas, um fator primordial

para o desenvolvimento econômico e social de um país.

Segundo Bzuneck (2001), as pesquisas realizadas nas últimas décadas

reconhecem que a motivação para aprender afeta demasiadamente o desempenho

dos estudantes. Neste cenário, a pergunta norteadora da seguinte pesquisa é: Quais

os níveis de motivação com relação ao processo ensino-aprendizagem dos

acadêmicos do curso de Educação física da Universidade Federal de Rondônia?

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1.2 JUSTIFICATIVA

A motivação no ambiente educacional, independente do nível em que esta

inserida, tem sido destacada como um dos principais assuntos de estudos, pois tem

implicações diretas na qualidade do desenvolvimento do processo ensino

aprendizagem.

No âmbito do ensino superior, em especial no curso de Educação Física, os

fatores motivacionais entre os estudantes assumem papéis ainda mais importantes,

pois, considerando o acadêmico um futuro profissional cujo um dos seus papéis,

senão o principal, será o de transmitir os conhecimentos adquiridos durante sua

formação, fica ainda mais evidenciado a interveniência da motivação durante todo

esse processo.

Ainda sobre o ambiente universitário, é importante destacar minha experiência

sobre o assunto, que foi adquirida durante com os sete anos que vivi na Universidade

Federal de Rondônia, ate o presente o momento. Durante esse período, pude notar a

variação dos níveis de motivação dos alunos nos diversos períodos do curso.

Outro ponto relevante, diz respeito à escassez de estudos sobre esse tema nos

cursos superiores em geral, em especial nos cursos de Educação Física.

Desta forma, a seguinte pesquisa justifica-se pela necessidade de verificar o

nível de motivação dos acadêmicos do Curso de Educação Física da Universidade

Federal de Rondônia.

2. OBJETIVOS DE ESTUDO

2.1 OBJETIVOS GERAIS:

Identificar o nível de motivação dos acadêmicos de Educação Física com

relação ao processo de ensino-aprendizagem das disciplinas ministradas

durante o curso;

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2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

Investigar os motivos que os acadêmicos optaram pelo curso de Educação

Física;

Caracterizar o nível socioeconômico do acadêmico de Educação Física;

Averiguar os possíveis fatores intervenientes na motivação dos acadêmicos de

Educação Física;

Analisar a importância atribuída pelos acadêmicos de Educação Física com

relação às disciplinas ofertadas no curso;

Analisar o nível de motivação dos acadêmicos de Educação Física com relação

ao exercício da profissão de Educação Física;

3. REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 CONTEXTO HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO FISICA

Desde a pré-história a Educação Física, está presente no cotidiano do ser

humano. É possível claramente associar as atividades humanas utilizadas para a

sobrevivência, como correr, escalar, nadar, como sendo Educação Física, mesmo que

sem ter conhecimento de tal processo.

No Brasil, os próprios índios, mesmo sem ter a consciência dos seus benefícios

para a saúde ou higiene, praticavam atividades físicas por mera questão de

sobrevivência. Caçavam, pescavam, lutavam, utilizavam arco e flecha, canoas,

nadavam, mergulhavam, corriam e algumas tribos faziam uso dos cavalos, todas estas

atividades com muita destreza. Tinham a consciência que na luta pela existência era

preciso ser forte para garantir a sobrevivência (ROSA, 2002).

Através da observação das pesquisas realizadas nas ultimas décadas, é

possível dizer que legalmente a prática profissional em Educação Física é recente,

porem sua construção demandou de um considerável período de tempo dentro da

historia do país. Com isso, foi possível perceber a grande riqueza histórica da

Educação Física, principalmente quando se compreende a intima ligação à politica

educacional que fora implantada por cada governo, em diferentes períodos.

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Sobre o processo de introdução da Educação Física, Rosa (2002) diz que se

iniciou com a contribuição de diferentes setores da sociedade como os colonos,

imigrantes e militares, com a intenção de proporcionar o lazer, a formação corporal, e

a disciplina.

Nesse sentido, Neto (2004) afirma que desde a inclusão da ginástica na escola,

por volta de 1874, a Educação Física vem refletindo as condições sociais e culturais

do país e, em particular, o impacto das políticas educacionais implementadas de

acordo com as visões, concepções e interesses manifestados nos diferentes

programas de governo.

Em concordância com este pensamento, Sousa (2012) diz que militar e

médicos contribuíram na construção e organização dos conhecimentos para esta

formação profissional, a partir de um momento bastante significativo de sua história, o

inicio no século XIX.

De acordo com Paiva apud Albuquerque (2009), neste período, haviam pontos

paradoxais em relação à implantação da Educação Física no contexto social do Brasil,

tendo em vista que nesta época ainda existia um grande preconceito em relação às

atividades físicas, pois, frequentemente eram relacionadas ao trabalho escravo.

Outro fator complicante era o fato de que a proposta das ginásticas européias,

que eram à base da Educação Física brasileira, enfatizava aos exercícios voltados a

mulher, sendo assim, considerada imoral sua aplicação (SOARES, 1994).

Segundo Gondra (2004), foi por volta de 1857 que começou a ser defendida a

importância de um profissional que cuidasse das questões corporais, o chamado

professor de Educação Física. As escolas deveriam se preocupar em ter, no seu

estabelecimento de ensino, um professor voltado ao desenvolvimento intelectual e

moral e outro destinado a estimular o desenvolvimento físico. Desta forma, as

diretrizes da formação dos futuros professores de Educação Física deveriam ser

determinadas pelos médicos higienistas; nesse momento já se pensava em relacionar

os conteúdos, as faixas etárias e as questões de gênero.

Segundo Marinho (1980) o principal acontecimento ocorrido para a Educação

Física, foi o parecer de Rui Barbosa, em 12 de setembro de 1882, na Câmara dos

Deputados, onde se discutiu o Projeto nº 224, (Reforma do Ensino Primário), e as

várias instituições complementares da instrução pública.

Foi neste período que ocorreram as primeiras ações visando solucionar os

problemas da Educação Física no Brasil, e pela primeira vez cogitou-se a introdução

de programas de Educação Física no currículo escolar. A partir de então, a Educação

Física veio evoluindo gradativamente e ocupando papel de destaque no contexto

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educacional, com o aparecimento de leis e decretos que a regulamentavam, acrescido

de uma mudança de mentalidade no conjunto da sociedade brasileira (PAIVA, 1985).

O pioneirismo das Forças Armadas na Educação Física foi enfatizado por Melo

(2000), ao afirmar que os militares foram os pioneiros a incluir em seus programas de

formação, disciplinas ligadas à prática de exercícios físicos, fundamentalmente foram

os militares os primeiros professores de Educação Física do país.

Do ponto de vista prático, segundo Melo (2000) a valorização da prática

sistematizada de exercícios físicos se inseriu, por sua utilidade, na manutenção da

preparação física do combatente, como também, por sua utilidade, no processo

disciplinar da tropa e no desenvolvimento do espírito de corpo.

Barbosa apud Albuquerque (2009) diz que caberia ao governo contratar algum

professor estrangeiro para organizar e lidar com os assuntos da ginástica escolar no

Brasil. Com isso, de forma reduzida o projeto de Rui Barbosa em relação à Educação

Física no Brasil tratava de instituir uma secção de ginástica em cada escola normal,

com o objetivo de formar professores para as escolas primárias; inserir a ginástica nos

programas escolares e fora dos horários de recreio; equiparar, em categoria e

autoridade, os professores de ginástica aos de outras disciplinas.

De acordo com Albuquerque (2009), a primeira metade do século XX é de

fundamental importância para as análises da constituição histórica da Educação

Física, haja vista que os até então movimentos higienista e eugenista, se encontraram

com a real proposta da criação de um Estado forte que era idealizado pelo governo de

Getúlio Vargas.

Sobre isso Foucaut (1999) explica que o período do governo de Getúlio Vargas

foi marcante na determinação e na afirmação da Educação Física e de uma

concepção predominante para a formação de professores. Pois, assim acentuava os

princípios higienistas e eugenistas, dando a eles uma característica racional e

disciplinar.

Em 1930, o Ministério da Guerra promoveu uma reestruturação no Centro

Militar de Educação Física, ligando-o, didática e diretamente, ao Estado-Maior do

Exército, e, administrativamente, ao próprio Ministério da Guerra. Nesta mesma data,

também foi transferido o Centro Militar para a Fortaleza de São João, na Urca

(MARINHO 1980).

Em 1931, esse Centro passou a ser um estabelecimento independente, dentro

do Exército. Dois anos depois, o Centro Militar foi substituído pela Escola de Educação

Física do Exército (EsEFEx), criada, inicialmente, para formar instrutores, monitores,

mestre de armas, monitores de esgrima e médicos especializados, sendo aos civis,

também permitido, tomarem parte dos cursos (MARINHO 1980).

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Desta forma, devemos destacar que o poderio militar, em especial a EsEFEx

desempenhou, desde o início da implantação do curso de Educação Física forte

influência sobre a formação do primeiro currículo de Educação Física.

Segundo Cunha (1986), foi em função do ideário e dos objetivos econômicos

do governo de Getúlio Vargas que se iniciou uma estruturação mais consistente do

ensino superior no Brasil. Em 14 de novembro de 1931, foi criado o Ministério de

Educação e Saúde Pública, e, consecutivamente, foram instituídos o Conselho

Nacional de Educação (CNE) e o Estatuto das Universidades Brasileiras.

No Estado Novo ocorreu uma inquietação, ainda maior, com os rumos da

Educação Física, quando foi levantada a necessidade de uma escola nacional padrão,

principalmente, por meio de sua grade curricular. Pela primeira vez, após a criação do

curso de Educação Física, ocorreu a preocupação com o currículo escolar (FILHO,

1982).

Assim, a EsEFEx promoveu em 1938 um curso de emergência, onde se

formaram alguns instrutores que teriam de cumprir uma finalidade especial na época.

Estes instrutores, formados na turma de 1938 junto com alguns médicos, militares e

destaques esportivos da época, formaram o primeiro corpo docente da Escola

Nacional de Educação Física e Desportos (ENEFD) da Universidade do Brasil, criada

em 1939.

Entretanto, para além do discurso de determinado grupo, tem início um

processo de organização e regulamentação que irá contribuir para a constituição do

campo da Educação Física, pois se organizou e se regulamentou a profissão entre

leigos e não-leigos na constituição do seu “campo”.

Assim, dois diferentes cursos tinham em comum um núcleo de disciplinas

básicas e um conjunto de matérias específicas em função da modalidade de atuação

profissional pretendida.

Benites et al (2008) diz que, somente em 1945, com o fim do Estado Novo, se

iniciou um período democrático e nesse meio surgiu uma nova fase para a Educação

Física com o Decreto-Lei 8270, que propôs a primeira revisão da proposta curricular,

redimensionando o curso de dois para três anos, mas mantendo os cursos de um ano

e promovendo mudanças na carga horária das disciplinas.

Em termos de Brasil, foi uma época com muitas manobras políticas, na esfera

governamental e também econômica, principalmente após a queda de Getúlio Vargas

e a entrada de Juscelino Kubistchek no cenário democrático.

Para a Educação Física, a grande novidade ficou por conta do Decreto 1921,

de 1953, com a exigência da conclusão do 2º ciclo (Ensino Médio) para os candidatos

que pretendiam ingressar na área, deixando de ser um curso técnico apenas em 1957.

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16

Albuquerque (2009) afirma que a partir de 1964, a legislação educacional

brasileira foi pensada de acordo com os interesses de um modelo econômico voltado

para a entrada do capital e das indústrias estrangeiras no Brasil. A inspiração liberal

que embasava a Lei 4.024/61 foi substituída pela tendência tecnicista das Leis

5.540/68 e 5.692/71.

Segundo Neto (2004), grupos de trabalho nomeados para repensar a formação

na Educação Física (década de 1960), verificaram que os cursos paralelos aos de

professor de Educação Física e de técnico desportivo, na prática, não se mostravam

executáveis. Na formação do professor não havia as matérias pedagógicas e no curso

de técnica desportiva constatou-se, que muitas escolas não estavam aparelhadas para

manter cursos. Na prática não se estava atendendo efetivamente ao mercado de

trabalho em quantidade e qualidade, permitindo que ex-atletas continuassem a ocupar

o lugar dos profissionais formados por uma escola superior, propondo-se então, que a

formação deveria se restringir à formação de professores e de técnicos.

Segundo Guiraldelli Jr. (2003), nas décadas de 1960 e 1970, a Educação

Física escolar se transformou em um degrau para o treinamento de desportos

representativos. Um dos objetivos desse redirecionamento era o treinamento e a

preparação de futuros atletas, capazes de conquistar méritos e medalhas olímpicas

para o Brasil.

Já na década de 80, Darido (2003) afirma que, algumas instituições de ensino

superior voltadas à formação de profissionais em Educação Física implementaram

novas propostas curriculares, procurando formar o aluno numa perspectiva mais

ampla.

Em 1987, com a promulgação do parecer CFE n. 215/87 e da resolução CFE n.

03/87, foi estabelecida a criação do Bacharelado em Educação Física. Nessa

proposta, os saberes anteriormente divididos entre as matérias básicas e

profissionalizantes – localizadas dentro dos núcleos de fundamentação biológica,

gímnico-desportivo e pedagógico – assumem uma nova configuração, tendo como

fundamento da distribuição dos saberes na estrutura curricular, duas grandes áreas:

Formação Geral – humanística e técnica – e Aprofundamento de Conhecimentos.

No final do século, com as publicações da Lei de Diretrizes e Bases da

Educação Nacional e da lei n. 9.696/98 (LDBEN n. 9.394/96), com a regulamentação

profissional da Educação Física, observou-se, um novo desenho curricular para a área

da educação e um novo delineamento no campo da intervenção profissional da

Educação Física, marcados por um novo fenômeno, o profissionalismo (NETO, 2004).

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17

3.2 CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA

O Curso de Graduação em Educação Física da UNIR, é oriundo do curso de

Licenciatura Curta em Educação Física criado pela Universidade Federal do Pará

(UFPa) através do seu núcleo na cidade de Porto Velho. Com a criação da Fundação

Universidade Federal de Rondônia (UNIR) em 1982, o curso em questão teve a sua

incorporação nesta Instituição de Ensino Superior.

O primeiro Curso de Licenciatura curta em Educação Física da UFPa, através do

seu Núcleo em Porto Velho, foi oferecido em 1980. Em 1982, logo após a

transformação do Território em Estado em 1981 uma nova turma foi constituída. O

curso oferecido nesta época apresentava em seu currículo, componentes altamente

técnicos numa abordagem tradicional, com predominância na área biomédica.

Neste contexto, os aspectos pedagógicos representavam uma pequena parcela

nos seus conteúdos, o que veio a influenciar fortemente a estrutura curricular do curso

implantado posteriormente na UNIR.

O Curso de Licenciatura Plena da UNIR foi autorizado a funcionar pela Portaria n

04 CD de 03 novembro de 1982. No primeiro vestibular foram inscritos 223 candidatos

que concorreram a 40 vagas.

O curso iniciou seu funcionamento com a primeira turma em 1983 em regime

seriado.

Apesar de ter sua autorização para funcionamento em 1982, o curso só foi

reconhecido pelo Ministério da Educação e Cultura-MEC, em 13 de agosto de 1987

através da Portaria 461, publicada no Diário Oficial da União em 17/08/87.

O Departamento de Educação Física (DEF) vinculado estruturalmente ao

Núcleo de Saúde da Fundação Universidade Federal de Rondônia (NUSAU),

congregam atualmente 17 docentes, que atendem prioritariamente (não

exclusivamente) ao curso a que estão vinculados em função da formação acadêmica.

A maior parte são graduados em Educação Física, com cursos de Pós-Graduação em

diversos níveis e áreas variadas. Atualmente o DEF conta com 06 doutores, 09

mestres (dois cursando doutorado) e 2 especialistas.

O DEF e órgão de apoio acadêmico a nível intermediário. Integra as funções de

Ensino, Pesquisa, Extensão e Administração dos docentes e técnicos administrados

lotados na referida unidade acadêmica.

Page 18: motivação dos acadêmicos de educação física da universidade

18

O DEF atua no âmbito do ensino atendendo aos cursos de Graduação, Pós-

Graduação e Aperfeiçoamento, mediante solicitação dos interessados, disponibilidade

e apreciação do Conselho do Departamento. No âmbito da Pesquisa desenvolve

projetos dos docentes e ou Grupos de investigação, e dos acadêmicos sob orientação

dos professores. Todos os docentes do DEF atuam na área de ensino, nos curso de

Graduação, e alguns também ministram disciplinas na Pós-Graduação.

Individualmente ou vinculados a grupos de pesquisa,

A maioria dos docentes atua na área de pesquisa, quer a partir de projetos

próprios quer como orientador acadêmico de Trabalho Monográfico. A maioria das

atividades de extensão desenvolvidas pelos docentes são consideradas como Projetos

de Ensino visto que são atividades levadas a comunidade pelos acadêmicos (sob

orientação dos docentes) como trabalhos avaliativos das distintas disciplinas

oferecidas no curso.

O Curso de Graduação em Educação Física da UNIR busca formar profissionais

de Educação Física com título em licenciatura, habilitados para atuarem nos campos

do ensino escolar e não escolar, integrando-se ao processo educativo e a sociedade

na qual esta inserido .

Desde sua criação o curso passou por cinco reformulações curriculares.

Atualmente, uma comissão do DEF desenvolve estudos para mais uma reforma do

curso em questão.

O curso tem como objetivo geral habilitar/formar profissionais com uma sólida

formação geral e específica aliada a uma capacidade de análise e reflexão que

permita relacionar o saber, ao saber fazer e ao saber explicar – o fazer a partir da

compreensão do para que fazer e da articulação sobre `-o que-, -como-, e –para que-

ensinar embasada em informações e conhecimentos sobre as diferenças individuais e

a natureza socioeconômicas, cultural, étnica e política da realidade brasileira.

Desta forma, pretende capacitar profissionais da área de Educação Física em

competências e habilidades que envolvem aspectos técnico-instrumental a partir de

atitude crítica através de reflexão, senso de responsabilidade, iniciativa e

aprofundamentos constante de seus conhecimentos gerais e específicos, trabalho em

equipe, autonomia tudo numa visão ampla e multidisciplinar fundamentada em sólidos

conhecimentos de Educação Física que lhe possibilite atuar em vários setores da

sociedade.

A duração mínima do curso e de 04 (quatro) anos ou 8 (oito) semestres letivos e

máxima de 7 (sete) anos ou 14 (quatorze) semestres letivos.

A Grade Curricular consta de disciplinas de caráter obrigatório e aquelas

classificadas como de tipo complementar, de disciplinas que envolvem uma formação

Page 19: motivação dos acadêmicos de educação física da universidade

19

básica dos futuros profissionais, outras que se dedicam a formação específica e

aquelas do âmbito da formação pedagógica. Sendo que é obrigatório como Trabalho

de Conclusão de Curso - TCC, a apresentação de Monografia. Sua elaboração está

prevista na grade curricular.

O Curso regular de Educação Física da UNIR, funciona no Campus de Porto

Velho. Conta atualmente com 200 alunos distribuídos em 4 (quatro) semestres

acadêmicos.

3.3 ENSINO-APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO FÍSICA

Educação Física é um segmento da educação que utiliza as atividades físicas,

orientadas por processos didáticos e pedagógicos, com a finalidade do

desenvolvimento integral do homem, consciente de si mesmo e do mundo que o cerca

(BORGES, 2003).

Este papel de facilitador do desenvolvimento integral do ser demanda uma

formação bastante abrangente do profissional, que com esta responsabilidade, deve

se tornar também um eterno aprendiz, ao refletir constantemente sobre sua formação

e exercício da pratica docente, principalmente no que se refere aos conhecimentos

didáticos e pedagógicos.

Ao longo dos tempos, o processo ensino-aprendizagem vem sendo estudado e

discutido segundo diferentes pontos de vista. Diferentes correntes teóricas tentam

explicar esse fenômeno abordando enfoques diferenciados, muitas vezes devido ao

contexto histórico e social em que eles foram desenvolvidos.

Segundo Kuerthe (1978), ensinar inclui fazer com que as pessoas leiam certos

materiais, assistam a determinadas demonstrações e exerçam varias atividades,

contanto que a aprendizagem seja um dos produtos.

De acordo com Shigunov (2001), o ensino deve partir da realidade do

educando para ensinar fatos, pessoas e objetos que os alunos conhecem na sua vida

diária sobre os quais manifestam interesse e curiosidade para ampliar seus

conhecimentos.

Para Piletti (1997), para que alguém aprenda é necessário que ele queira

aprender. Ninguém consegue ensinar nada a uma pessoa que não quer aprender. Por

isso e muito importante que o professor saiba motivar seus alunos. Através de uma

Page 20: motivação dos acadêmicos de educação física da universidade

20

variedade de recursos, métodos e procedimentos, o professor pode criar uma situação

favorável a aprendizagem. Assim, entre a motivação e aprendizagem existe uma

relação mútua.

Segundo Libâneo (1994), a característica mais importante da atividade

profissional do professor é a mediação entre o aluno e a sociedade, entre as

condições de origem do aluno e sua destinação social na sociedade, papel que

cumpre provendo as condições e os meios (conhecimentos, métodos, organização do

ensino) que assegurem o encontro do aluno com as matérias de estudo.

O processo ensino-aprendizagem varia ao longo do tempo de outras

dimensões além do grau de estruturação e do grau de controle do professor. Outras

variáveis são o grau de percepção, por parte do estudante, daquilo que se deve

aprender, o grau de mensuração e o grau de feedback, todas as três intimamente

relacionadas entre si (KUETHE, 1978).

De acordo com Moreira (1986), o processo de ensino-aprendizagem é

composto por quatro elementos – o professor, o aluno, o conteúdo e as variáveis

ambientais, assim cada uma destas assume maior ou menor influencia durante o

processo. Já Santos (2003), diz que o processo de ensino-aprendizagem é composto

de duas partes: o ensinar e o aprender, que envolve certo grau de realização de um

determinado objetivo com êxito.

Não há meio de afirmar que ocorreu aprendizagem enquanto não se observar

alguma alteração de conduta. Tampouco existe meio de medir diretamente a

aprendizagem: ela só pode ser medida através do desempenho (KUETHE, 1978).

Analisando os diferentes conceitos sobre este assunto, podemos abordar as

teorias de ensino-aprendizagem segundo duas óticas, ou seja, tendências, que podem

se classificar como criticas e não criticas.

Seguindo este raciocínio, Mizukami (1986) aponta cinco tendências

pedagógicas que norteiam e que mais influenciam os professores brasileiros, sendo:

tendência tradicional, cognitivista, comportamentalista, humanista e sociocultural as

quais fornecem as diretrizes utilizadas na prática docente.

Considerando estas abordagens como sendo base para a prática docente, se

faz necessário um breve detalhamento sobre cada uma delas, lembrando que

nenhuma das teorias pedagógicas deve ser considerada superior ou ideal, tendo em

vista que uma pode, e frequentemente é aplicada levando em consideração o

conhecimento da outra. Na Abordagem Tradicional: segundo Mizukami (1986), a

escola é um local onde se raciocina, em que o ambiente deve ser austero para que o

aluno não se distraia. Considera o ato de aprender como uma cerimônia e acha

necessário que o professor se mantenha distante do aluno, ocorre uma relação

Page 21: motivação dos acadêmicos de educação física da universidade

21

vertical, onde o professor é considerado o detentor do saber e o mero aluno passivo e

receptor. Assim toda a metodologia se baseia na exposição do conteúdo por parte do

professor, e tendo como método de avaliação da aprendizagem, a mais exata

reprodução do conteúdo pelo aluno. Na Abordagem Comportamentalista: a

aprendizagem encontra-se na organização dos elementos para as experiências

curriculares. Assim, a aprendizagem será garantida pela sua programação, incluindo a

aplicação da tecnologia educacional, estratégias de ensino e formas de reforço no

relacionamento professor-aluno (MIZUKAMI, 1986). Sobre esta abordagem, Santos

(2005) destaca que, sua realização utiliza de reforços e recompensas para que por

meio de treinamento, se possa atingir os objetivos. Neste sentido, o ensino precisa de

tecnologias derivadas de pesquisas cientificas, instrução programada, computadores,

etc. Na Abordagem Cognitivista: a aprendizagem se dá no exercício operacional da

inteligência (MIZUKAMI, 1986), e a avaliação nesta abordagem é realizada a partir de

parâmetros extraídos da própria teoria e implicará verificar se o aluno já adquiriu

noções, conservações, realizou operações, relações etc. Na Abordagem Humanista: é

dada a ênfase no papel do sujeito como principal elaborador do conhecimento

humano. Da ênfase ao crescimento que dela se resulta, centrado no desenvolvimento

da personalidade do indivíduo na sua capacidade de atuar como uma pessoa

integrada. O professor em si não transmite o conteúdo, dá assistência sendo facilitador

da aprendizagem. O conteúdo advém das próprias experiências do aluno o professor

não ensina: apenas cria condições para que os alunos aprendam.

Na Abordagem Sociocultural: o ensino-aprendizagem procura superação da

relação opressor-oprimido. Essa superação exige condições tais como: reconhecer-se,

criticamente, e solidariza-se com o oprimido engajando-se na práxis libertadora, onde

o diálogo exerce papel fundamental na percepção da realidade opressora (MIZUKAMI,

1986). A Relação professor aluno nesta abordagem é horizontal e não imposta. Para

que o processo educacional seja real é necessário que o educador se torne educando,

por sua vez, educador (MIZUKAMI, 1986). De acordo com Santos (2005), este

esquema não se restringe a educação formal, mas a um processo amplo de

aprendizagem, inserido na sociedade. Assim a educação é vista como um ato político,

que visa provocar condições para que se desenvolva uma atitude de reflexão crítica

comprometida com a sociedade e a cultura.

As abordagens pedagógicas da Educação Física podem ser definidas como

movimentos engajados na renovação teórico-prática com o objetivo de estruturação do

campo de conhecimentos que são específicos da Educação Física. Abordagem de

aulas abertas: considera a possibilidade de co-decisão no planejamento, objetivos,

conteúdos e formas de transmissão e comunicação no ensino, sendo concebida na

Page 22: motivação dos acadêmicos de educação física da universidade

22

expectativa de que essa visão fosse alterar a preparação profissional, criando outros

sentidos de aulas para as crianças, no que se refere ao jogo, movimento, esporte e

prática docente. Na Abordagem atividade física para promoção da saúde: busca-se a

conscientização, sobretudo, da população escolar para as pesquisas que mostram os

benefícios da atividade física. Considera-se fundamental a promoção da prática

prazerosa de atividades físicas que conduzam ao aperfeiçoamento das áreas

funcionais. Na Abordagem construtivista-interacionista: a intenção é a construção do

conhecimento a partir da interação do sujeito com o mundo. Com isso, além de

valorizar as experiências, a cultura dos alunos, tem o mérito de propor alternativas aos

métodos diretivos, alicerçados na prática da Educação Física. Na Abordagem critico-

emancipatória e didática comunicativa: é enfatizado que é necessário orientar o ensino

num processo de desconstrução de imagens negativas que o aluno interioriza na sua

pratica. Sua orientação de concepção educacional é denominada crítico-

emancipatória, onde a emancipação pode ser entendida como um processo contínuo

de libertação do aluno das condições limitantes de suas capacidades racionais

criticasse ate mesmo do seu contexto sociocultural. Na Abordagem crítico-superadora:

busca-se entender com profundidade o ensinar, que não significa apenas transferir ou

repetir conhecimentos, mas criar as possibilidades de sua produção crítica, sobre a

assimilação destes conhecimentos, valorizando a questão da contextualização dos

fatos e do resgate histórico. Na Abordagem desenvolvimentista: tem-se como meio e

fim o movimento. É uma tentativa de caracterizar a progressão do crescimento físico,

do desenvolvimento fisiológico, motor, cognitivo e afetivo social. Na Abordagem

Educação Física plural: trabalha-se para que as diferenças entre os alunos sejam

percebidas, seus movimentos, expressões frutos de sua historia de corpo. A Educação

Física plural considera que os alunos são diferentes e que em uma aula, para se

alcançar todos os alunos deve-se levar em conta estas diferenças. Na Abordagem

humanista: fundamenta-se nos princípios filosóficos do ser humano. Nesta

concepção, o professor integra-se efetivamente no ambiente escolar em que atua, de

modo a se constituir em um agente educador. Assim, busca contribuir na ampliação de

crescimento pessoal dos alunos. Na Abordagem psicomotricista: trata-se das

aprendizagens significativas, espontâneas e exploratórias da criança e de suas

relações interpessoais. Focaliza sua metodologia com base em experiência com

grupos. Seus conteúdos são desenvolvidos a partir de condutas motoras. Na

Abordagem sistêmica: procura-se na definição de vivencia corporal o movimento de

introduzir o aluno nos conteúdos oferecidos na escola, oportunizando experiência da

cultura dos movimentos. Apoia-se no principio de não exclusão e da grande

diversidade de vivencias corporais. Na Abordagem tecnicista: centra-se na vivência e

Page 23: motivação dos acadêmicos de educação física da universidade

23

desenvolvimento de modalidades esportivas voltadas para a Educação Física nas

escolas e nos demais âmbitos em que os esportes estão inseridos. Considera como

fundamental a necessidade de um processo de aprendizagem gradual e coerente, que

proporcione ao aluno um crescimento físico saudável e permita que ele revele suas

aptidões na área de esportes.

Saviani (1999) destaca que para que a escola funcione bem, é necessário que

se utilizem métodos de ensino eficazes, por serem eles que estimularão a atividade e

iniciativa dos alunos, no entanto sem abrir mão da iniciativa do professor. O método

deve favorecer o diálogo dos alunos entre si e com o professor, mas sem deixar de

valorizar o diálogo com a cultura acumulada historicamente.

3.3 MOTIVAÇÃO

Para que se tenha uma compreensão sobre motivação, se faz necessário à

observação de algumas definições e conceitos que vem sendo apresentados e

estudados ao longo dos anos.

Motivação é tudo o que impulsiona uma pessoa a agir de determinada forma

ou, pelo menos, que dá origem a uma propensão a um comportamento específico,

podendo este impulso à ação ser provocado por um estímulo externo (provindo do

ambiente) ou também ser gerado internamente nos processos mentais do indivíduo

(CHIAVENATO, 1999).

A motivação consiste em apresentar a alguém estímulos e incentivos que lhe

favoreçam determinado tipo de conduta (PILETI, 1997).

Desta forma, Bzuneck (2004) diz que, ao longo dos anos, vem sendo

desenvolvida uma abordagem cognitivista da motivação, onde têm como ideia

principal que o comportamento de um individuo é iniciado e controlado pelo seu

pensamento, expectativas e atribuições e não simplesmente por eventos ou condições

físicas.

Sendo assim, motivação pode ser entendida como o conjunto de variáveis que

determinam a razão pela qual os alunos escolhem determinada atividade e persistem

nela por um período de tempo com empenhamento (ALVES et al, 1996, apud CID,

2002), desta forma pode ser estimulada por dois fatores principais- intrínsecos e

extrínsecos.

A motivação intrínseca refere-se ao envolvimento em determinada atividade por

sua própria causa, por esta ser interessante, envolvente ou, de alguma forma,

Page 24: motivação dos acadêmicos de educação física da universidade

24

geradora de satisfação e, sobretudo, com ausência de constrangimentos externos ou

internos. Implica ainda em uma orientação pessoal para dominar tarefas desafiadoras,

associada ao prazer derivado do próprio processo, evidenciando curiosidade e

persistência.

Segundo Ruiz (2003), os estudos sobre motivação aplicada a diferentes

contextos educacionais cresceram consideravelmente nos últimos anos,

principalmente pelo fato de que para qualquer aprendiz ser bem sucedido, é

necessário que este saiba utilizar de forma autorregulada, autodirigida e ativa

estratégias para gerenciar tanto a motivação como o comportamento e a

aprendizagem.

Dentro do âmbito escolar, segundo Boruchovitch (2002), a motivação para o

aprendizado vem sendo definida como a iniciação e continuação de determinado

comportamento com o objetivo de atingir uma determinada meta. Sendo assim, para

que comportamento seja estabelecido é necessário que o aluno enfrente situações

desafiadoras que demandem empenho. Além disso, o professor deve estabelecer um

ambiente com estratégias que favoreçam o desenvolvimento das orientações

motivacionais (SILVA & METTRAU, 2010).

De acordo com Piletti (1997), motivar os alunos não e tarefa fácil. Muitas vezes

o professor conhece as teorias e técnicas de motivação da aprendizagem, mas, ele

próprio não essa motivado para ensinar. Os alunos percebem essa desmotivação e,

apesar das técnicas e dos métodos de ensino utilizados, não demonstram maior

entusiasmo pela matéria.

Em relação à aprendizagem escolar, Guimarães (2002) afirma que há

evidências de que a motivação intrínseca facilita a aprendizagem e o desempenho,

pois, o aluno busca envolver-se em atividades que ofereçam oportunidade para o

aprimoramento de suas habilidades, concentra-se nas instruções dadas, esforça-se

para organizar o novo conhecimento de acordo com os seus conhecimentos prévios.

Para Tresca e Júnior (2000), a motivação intrínseca é a forma mais desejada

na educação, tendo em vista que proporciona o desenvolvimento da autonomia e da

personalidade. Os fatores extrínsecos podem iniciar e manter os alunos em algumas

atividades, mas não garantem a permanência, e consequentemente que conduza ao

esforço voltado para a efetiva aprendizagem.

No que diz respeito ao ensino superior, observou-se através das pesquisas

realizadas que ainda são escassos os trabalhos científicos que tratam sobre os fatores

implicantes na motivação dos alunos.

Page 25: motivação dos acadêmicos de educação física da universidade

25

Jesus apud Ruiz (2005) diz que nos chamados países industrializados, várias

reformas vêm sido realizadas, do ponto de vista político, a fim de favorecerem a

motivação principalmente em relação ao aprendizado e o desenvolvimento dos alunos.

.

4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

4.1 TIPO DE DELINEAMENTO DA PESQUISA

O presente estudo é uma pesquisa de campo do tipo descritivo-exploratória.

Tendo em vista que descrevemos as características, propriedades ou relações

existentes no grupo, bem como objetivamos nos familiarizar com o fenômeno de forma

a obter uma nova percepção e ideias ao seu respeito (MATTOS, 2004).

4.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA

Esta pesquisa foi realizada com alunos regularmente matriculados no curso

de Licenciatura Plena em Educação Física da Universidade Federal de Rondônia.

Sendo a população deste estudo composta de 150 alunos.

A amostra desta pesquisa foi composta por 20 alunos de ambos os sexos

regularmente matriculados, respectivamente, no 8º período do curso de Licenciatura

Plena em Educação Física da Universidade Federal de Rondônia no ano de 2013.

4.3 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

Para coleta de dados foi utilizado um questionário semiestruturado, composto

por 9 questões fechadas e abertas (ANEXO I). Thomas e Nelson (2002) acreditam que

com o uso do questionário, é possível através das respostas que os sujeitos

fornecerem analisar as suas percepções, interpretações e consciências da situação

Page 26: motivação dos acadêmicos de educação física da universidade

26

total na interação entre os atores e o cenário. Gil (1996) aponta que esta técnica

mostra-se bastante útil para a obtenção de informações acerca do que a pessoa sabe,

crê ou espera, sente ou deseja, pretende fazer, faz ou fez, bem como a respeito de

suas explicações ou razões para quaisquer das coisas precedentes.

4.4 PROCEDIMENTOS PARA A COLETA DE DADOS

Inicialmente foi realizada uma visita ao DEF, onde foi explicado o objetivo e

relevância do estudo, sendo analisado o histórico do DEF juntamente atual chefia. Em

seguida, foi oficializada a pesquisa através de uma solicitação para a realização do

trabalho, após ser acordado com o DEF um termo de consentimento para os alunos,

que ficou a cargo do pesquisador.

A partir da resposta do departamento à solicitação da pesquisa, o pesquisador

de posse do termo de livre consentimento (ANEXO II), explicou para os alunos os

objetivos, relevância e desenvolvimento do estudo, bem como a opção dos mesmos

em contribuir voluntariamente com a realização da pesquisa. Havendo comum acordo

entre as partes, cada aluno recebeu um do termo de livre consentimento assinado pelo

pesquisador, e deu-se inicio a coleta de dados. Os alunos responderam o questionário

em sua sala de aula durante o intervalo.

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Referente ao motivo pelo qual os escolares escolheram estudar Educação

Física, os resultados estão ilustrados na Tabela 1.

Tabela 1: Motivos pela escolha do Curso de Licenciatura Plena em Educação

Física.

INDIVÍDUO RESPOSTA

01 Pela importância da mesma, com o cuidado da qualidade de vida.

02 Porque sempre tive afinidade com esportes, bem como atividades voltadas a saúde.

Page 27: motivação dos acadêmicos de educação física da universidade

27

03 Porque eu queria ser professor de ensino infantil, mas não quero mais.

04 Área da saúde que trata, previne e cuida das pessoas para ter uma vida saudável.

05 Por ser um curso da área da saúde.

06 Porque gosto de esporte e tinha finidade com a área.

07 Por causa dos esportes.

08 Foi minha segunda opção. Gostaria de ter feito biologia

09 Identificação com a disciplina no período escolar.

10 Principalmente porque gosto de dançar e este era o que mais tinha a ver com o que eu queria.

11 Foi uma segunda opção no vestibular.

12 Porque sempre gostei de movimentar-me, além de achar um curso muito importante.

13 Por ser uma área humana e pela facilidade nos esportes.

14 Incentivo e vivencia nas aulas na escola.

15 Gosto de esportes.

16 Porque era o curso que mais parecia com o que eu queria. Fisioterapia.

17 Porque tive uma boa experiência com a Educação Física na escola.

18 Por me identificar com área.

19 Devido ser o curso que tem mais a ver com meu perfil.

20 Por ter afinidade com esportes.

Diante do exposto, verificamos que 35% dos acadêmicos disseram ter

escolhido o curso de Licenciatura Plena em Educação Física pela afinidade e gosto

pelos esportes, 25% por ser um curso da área da saúde, 15% por identificação da

disciplina no período escolar, 15% por ser a segunda opção no vestibular, e 10%

atribuíram ter escolhido o curso devido sua importância. Segundo Abreu (2002) o fato

de já ter sido ou ainda ser atleta fez com uma grande quantidade de pessoas optem

pelo curso, demonstrando o interesse em manter-se nesse meio e buscar

conhecimentos teóricos para aliá-los à prática, de maneira a possuírem um completo

conhecimento da área .

Corroborando com a ideia acima citada, Oliveira (1984) afirma que o perfil do

professor de Educação Física, quando atua na área escolar ficou caracterizado pela

sua inserção na esfera esportiva.

Page 28: motivação dos acadêmicos de educação física da universidade

28

Gráfico 1: Visão do acadêmico em relação ao curso de Educação. Física, antes

do seu ingresso na Universidade.

No que se refere à visão do curso de Educação Física antes do seu ingresso

na Universidade, 45% dos acadêmicos afirmaram mentalizar o referido curso como

sendo “constituído por disciplinas praticas, voltado para esportes e preparação de

atletas”; 30% imaginavam um curso “motivador, estruturado e com boas condições de

ensino” e 25% tiveram visões diversas, entre elas que o curso seria mais “fácil”, “sem

enrolação” e até mesmo “ mais respeitado”.

Estas informações corroboram com os dados apresentados anteriormente pela

tabela1, no sentido de que as duas figuras apresentam de certa forma, a frequente

relação entre Educação Física e o esporte, ou o professor e o atleta. Sobre essa

associação histórica, que tem como integrantes o professor de Educação Física e o

esportista Medina (1983) afirma que os licenciandos em Educação Física além de

terem poucas noções sobre a finalidade da Educação e da Educação Física no ensino

formal, supervalorizam a competição, o resultado e a vitória, objetivos próprios do

esporte.

Page 29: motivação dos acadêmicos de educação física da universidade

29

Gráfico 2: Motivos para continuar estudando Educação Física.

Se tratando dos motivos pelo qual os estudantes continuam no estudo da

Educação Física, 40% afirmam que o fazem para “possuir diploma de nível superior,

30% por “gostar do curso e querer ser diferenciado no mercado de trabalho, 20% pelo

“trabalho social e a possibilidade de contribuir na qualidade de vida da sociedade”, e

10% apontaram outros motivos, como, ”as pesquisas e os estágios” e ”a possibilidade

de trabalhar com musculação, ginastica laboral, entre outras modalidades”.

Gráfico 3: Nível socioeconômico dos acadêmicos.

Page 30: motivação dos acadêmicos de educação física da universidade

30

Conforme a figura apresentada acima, podemos observar que referente a

renda mensal dos acadêmicos, 45% dos entrevistados se encontra classificados na

classe C, sendo assim, o maior índice entre os entrevistados. 20% correspondem a

classe D, 15% compreendem a classe B1, 10% correspondem a classe A2. As classes

B2 e E apontaram os mesmos valores, sendo responsáveis por 5% dos acadêmicos

pesquisados. A classe A1 não foi encontrada na pesquisa sendo assim todos os

entrevistados por menor que seja a sua renda.

Inferimos que a maioria dos acadêmicos do curso de Educação Física da UNIR

possui uma renda baixa, ou seja, menor que 3 salários mínimos. Retratando a

persistente necessidade de um curso superior mais respeitado e que

consequentemente proporcione uma melhor remuneração mensal.

Gráfico 4: Satisfação com a metodologia utilizada pelos docentes durante as

aulas.

Diante do exposto, observamos que 75% dos acadêmicos demonstram

insatisfação com a metodologia utilizada pelos docentes nas aulas, enquanto que 25%

relatam sua satisfação com a metodologia aplicada pelos professores.

Ao verificar as justificativas dos 75% insatisfeitos com relação à metodologia

utilizada pelos professores, observamos que, 47% apontam a “Falta de motivação

interesse por parte do professor’, 40% atribuem a “Falta organização, sistematização e

conhecimento dos conteúdos’, enquanto que 13% a justificam pela “Falta de estrutura

e tempo adequado”. No estudo de Souza (2009) a insatisfação ocorre com a

percepção de falta de experiência, domínio dos conteúdos ministrados e dificuldade

para transmitir conhecimentos.

Page 31: motivação dos acadêmicos de educação física da universidade

31

Observando as justificativas dos 25% dos alunos satisfeitos com a metodologia

dos docentes, verificamos que, 40% afirmam que consideram “Aulas bem

estruturadas, abordando conteúdos importantes”, 40% apontam que as aulas contam

com “Professores com boa metodologia e domínio de conteúdo”, e 20%

“Demonstração de interesse em ensinar os alunos”.

Venturine et al(2008) diz que a satisfação é um fator primordial para garantir a

motivação do discente ao longo da sua formação acadêmica, interferindo no

aproveitamento do seu aprendizado e, consequentemente, na competência dos

profissionais que serão inseridos no mercado de trabalho.

Gráfico 5: Disciplinas consideradas mais importantes para a formação.

Em relação à disciplina que na visão dos acadêmicos, possui maior grau de

importância em sua formação, destaca-se “fisiologia do exercício” com 18%, seguido

de “anatomia” 11%, “fisiologia geral” 10%, “didática” 8%, “pratica de ensino” 8%,

“cineantropometria” 8%, “biomecânica” 7%, “caracterização profissional” 7%,

“elaboração de projeto de pesquisa” 3%, “metodologia” 3%. Além das disciplinas

descritas acima, foram citadas pelos discentes entrevistados outras disciplinas

(treinamento desportivo, psicomotricidade, técnica de pesquisa, didática aplicada,

sociologia, formação rítmica, biologia, psicologia, educação infantil, bioestatística)

sendo que, cada uma delas foi indicada uma única vez o que corresponde a 2% do

total.

Page 32: motivação dos acadêmicos de educação física da universidade

32

Analisando os dados expostos, inferimos que ocorre, por parte dos

acadêmicos, uma associação entre importância das disciplinas e o comportamento e

nível de exigência dos professores, pois não observamos um critério que fosse

determinante na escolha da disciplina por parte dos acadêmicos.

Com relação a necessidade de cursar alguma disciplina que atualmente não se

faz presente na grade curricular do curso, 85% dos questionados afirmaram necessitar

do acréscimo de alguma disciplina a organização do curso, enquanto que 15 %

afirmam não ser necessário a inclusão de outra disciplina na atual grade curricular do

curso.

As inúmeras disciplinas citadas pelos 85% dos discentes que afirmaram ter a

necessidade de incorporação à estrutura curricular do curso foram organizadas e

podem ser observadas na seguinte tabela.

Tabela 2: Disciplinas que gostaria que fossem adicionadas na grade curricular

do curso

DISCIPLINAS %

Nutrição 11%

Nutrição esportiva 14%

Libras 14%

Artes marciais 9%

Pilates 6%

Esportes de aventura/radicais 14%

Metodologia de esportes 6%

Massoterapia 6%

Hidroginástica 6%

Musculação 3%

Disciplinas voltadas aos idosos 3%

Dança 3%

Anatomia II 3%

Português II 3%

A tabela 2 demonstra o que os acadêmicos gostariam de terem algumas

disciplinas, destacamos a nutrição e os esportes de aventura.

Deduzimos que os alunos sentem a necessidade de disciplinas que abordem

assuntos relacionados a nutrição esportiva, devido ao crescente aumento da pratica

de esportes e exercícios em academias na cidade, desta forma, tornando necessário

um nível de conhecimento maior por parte dos profissionais. Ainda sobre a tabela

Page 33: motivação dos acadêmicos de educação física da universidade

33

acima, destacamos a disciplina relacionada aos esportes de aventura/radicais que foi

citada por grande parte dos alunos. Sobre esta disciplina, inferimos que seu

apontamento por parte dos acadêmicos, se deve pela expectativa do desenvolvimento

do turismo de aventura, que ate então se mostra praticamente inexistente na nossa

região.

Gráfico 6: O que se espera do mercado de trabalho.

Para melhor entendimento da opinião dos acadêmicos sobre o mercado de

trabalho o gráfico 6 ilustra que 45% dos estudantes do curso de Educação Física

almejam do mercado de trabalho, “respeito, reconhecimento e valorização profissional,

40% por “oportunidades/espaço”, 10% afirmam que “não tem expectativas” e 5%

apontam que ”não pretendem atuar na área”.

Através da analise do gráfico, deduzimos que apesar da aparente insatisfação

com o curso de Educação Física e todas as dificuldades que lhes são impostas

durante seu percurso de graduação, os estudantes persistem nos estudos visando

respeito e reconhecimento no mercado de trabalho.

Tabela 3: Se sente motivado a estudar e aprender com a estrutura física

oferecida pela universidade.

INDIVÍDUO RESPOSTA

01 Sim. Porque a universidade não nos da tanta base, é o aluno que tem que se especializar.

Page 34: motivação dos acadêmicos de educação física da universidade

34

02 Sim. Apesar de a universidade deixar a desejar, sou muito motivado.

03 Não. A universidade não oferece as mínimas condições para um aprendizado de boa qualidade. Não há laboratórios, piscina, nem mesmo os materiais básicos a serem utilizados nas aulas.

04 Não. Hoje, vejo que há uma certa estrutura. Não sei por qual motivo, não e utilizada.

05 Não. Muito desorganizado e sem estrutura a oferecer, sempre sujo.

06 Não. No único ginásio que existe não há iluminação, assim como na piscina, dentre outros.

07 Não. Pelo fato de não oferecer uma estrutura adequada e por notar negligencia ano ensino de alguns professores

08 Não. Falta matéria e os que têm não são utilizados. Os livros são muito antigos.

09 Não. Primeiro porque não tem estrutura mínima para as aulas praticas, segundo, a questão administrativa impõe muitas dificuldades para o aluno; terceiro, o aluno não e tratado como prioridade pela instituição.

10 Não. Porque a estrutura é obsoleta e os profissionais não motivam os alunos o suficiente.

11 Não, mais a motivação depende muito do professor na aplicação da aula. Isto independe do espaço da universidade, mas a estrutura física esta horrível.

12 A estrutura não motiva, porem, a paixão pela profissão me faz com que a falta de estrutura não me faça desistir.

13 Minha motivação e própria, pois gosto do curso independente da universidade, pois se dependesse não teria motivação alguma.

14 Não. Falta estrutura, em algumas disciplinas falta material e falta incentivo de certos professores.

15 Não. Falta laboratórios, piscina, agua, banheiro, entre outros.

16 Não. Isso desestimula demais, banheiros sujos e fechados, tatuzão sujo, bebedouro sujo e trancado, demora dos ônibus.

17 Não. Apenas procuro superar as dificuldades. Existem muitos problemas que dificultam a formação acadêmica.

18 Precisa melhorar muito, mas a formação tem que ser baseada no mercado de trabalho, ou seja na área de atuação.

19 Não. Falta infraestrutura.

20 Não. Pois infelizmente não possui estrutura para isso.

A Tabela 3: demonstra que 80% dos acadêmicos não se sentem motivados

para estudar e aprender com a estrutura oferecida pela universidade, enquanto que

20% afirmam se sentirem motivados para tal. Fica evidente a desmotivação dos

estudantes com relação à estrutura física disponível na universidade.

Inferimos que apesar dos avanços e melhorias realizadas pela universidade

nos últimos anos, muito deve ser feito para que se possa desenvolver a motivação no

meio acadêmico.

Page 35: motivação dos acadêmicos de educação física da universidade

35

6 CONCLUSÃO

Considerando o exposto, foi possível verificar que no momento de optarem por

ingressarem no curso de Educação Física, os alunos se guiam em sua grande maioria

pela sua afinidade e convivência com os esportes, tendo em vista que antes de seu

ingresso os mesmos afirmam que pensavam no curso de Educação Física como

sendo constituído principalmente por disciplinas práticas, voltadas para o esporte e

preparação de atletas.

Verificou- se também que o motivo pelo qual os acadêmicos persistem nos

estudos da Educação Física, em sua grande maioria é o interesse em possuir uma

graduação de nível superior.

Com relação ao nível econômico dos estudantes, observamos que é

basicamente formado por pessoas que são categorizados nas classes “C” e “D”, não

sendo identificado nenhum sujeito que esteja inserido na classe “A1” da classificação,

retratando a persistente necessidade de um curso superior mais respeitado e que

consequentemente proporcione uma melhor remuneração mensal.

O estudo deixou claro que os acadêmicos se encontram insatisfeitos com a

metodologia de ensino utilizada pelos docentes durante a ministração de suas

respectivas aulas, além de apontar o desejo dos alunos em uma reestruturação da

grade curricular, tendo em vista que grande parte dos estudantes afirma ser

necessária a inclusão de algumas disciplinas que até o presente momento não são

ofertadas pelo curso.

Sendo assim, considerando fatores como, motivos pelo qual se estuda

Educação Física, satisfação em relação à metodologia usada por professores

perspectiva do mercado de trabalho e estrutura oferecida pela Universidade,

concluímos que os acadêmicos do curso de Educação Física da UNIR, se encontram

desmotivados.

Visto a importância desta temática para a aprendizagem dos acadêmicos,

sugere-se a realização de novos estudos.

Page 36: motivação dos acadêmicos de educação física da universidade

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7 REFERÊNCIAS

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ANEXOS

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Anexo I: Questionário

Caro/a Acadêmico/a: este questionário tem como objetivo, dentre outros fatores, identificar o nível de motivação dos acadêmicos com relação ao curso de Educação Física, levando em consideração fatores como: o perfil do acadêmico, disciplinas mais importantes do curso, estrutura da universidade, entre outros. O resultado deste levantamento será apresentado no trabalho de conclusão do curso de Educação Física da UNIR. Desde já, agradeço sua colaboração em participar do estudo respondendo com maior franqueza possível às questões. Sexo ( ) Data de nascimento:__/__/__ Período: Questões:

1. Por que você escolheu cursar Educação Física? __________________________________________________________________________________________________________________________________________

2. Como você imaginava o curso de Educação Física, antes do seu ingresso na Universidade?

__________________________________________________________________________________________________________________________________________

3. O que te motiva a cursar Educação Física? __________________________________________________________________________________________________________________________________________

4. Qual o seu nível social econômico?

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5. Você esta satisfeito com a metodologia de ensino utilizada nas aulas

durante o curso? Justifique. _____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

6. Cite 3 disciplinas que você considera importante para sua formação.

_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

7. Você gostaria de cursar alguma(s) disciplina(s) que não está na grade curricular do curso? Qual (is)?

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

8. O que você espera do mercado de trabalho?

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

( ) Classe - A1 Classe de Renda - R$ 6.447 ou +

( ) Classe - A2 Classe de Renda - R$ 3.417 a R$ 6.447

( ) Classe - B1 Classe de Renda - R$ 2.056 a R$ 3.416

( ) Classe - B2 Classe de Renda - R$ 1.236 a R$ 2.055

( ) Classe - C Classe de Renda - R$ 576 a R$ 1.235

( ) Classe - D Classe de Renda - R$ 305 a R$ 575

( ) Classe - E Classe de Renda - Até R$ 340

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9. Você se sente motivado a estudar e aprender com a estrutura física oferecida pela Universidade, justifique?

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Muito obrigado pela colaboração!!!

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Anexo II: Termo de livre consentimento livre e esclarecido

Termo de livre consentimento livre e esclarecido

Dados de identificação Titulo do projeto: Motivação dos acadêmicos em relação ao curso de Educação Física. Pesquisador: Nelton da Silva Lopes Fone de contato: (69)92906732 O senhor (a) esta sendo (a) convidado (a) a participar de forma voluntária do projeto “Motivação dos acadêmicos em relação ao curso Educação Física”, de responsabilidade do pesquisador Nelton da Silva Lopes. A participação nesta pesquisa não lhe propiciará nenhum custo e nem ganhos financeiros, sendo que os dados obtidos serão utilizados por mim e pelo meu orientador, e que a qualquer momento você poderá solicitar a sua saída da pesquisa sem ônus de qualquer natureza. Qualquer duvida você poderá entrar em contato com o pesquisador através do telefone indicado acima. _______________________________

Nelton da Silva Lopes Acadêmico do 8º Período de Educação Física UNIR

Eu,__________________________________________________________________________,RG nº.____________ declaro ter sido informado e concordo em participar, como voluntário, do projeto de pesquisa “Motivação dos acadêmicos em relação ao curso Educação” acima descrito e fico ciente de que meus dados obtidos serão de caráter estritamente confidencial e só serão divulgados dados gerais dos participantes na pesquisa. Minha participação foi subsidiada pela leitura do termo de consentimento livre e esclarecido com o qual eu concordo.

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