morte e vida severina - joÃo cabral de melo neto
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Analise da obraTRANSCRIPT
MORTE E VIDA SEVERINAAuto de Natal Pernambucano
MORTE E VIDA SEVERINAAUTOR: JOÃO CABRAL DE MELO NETOESCOLA LITERÁRIA: MODERNISMO – 3ª GERAÇÃOANO DE PUBLICAÇÃO: 1956GÊNERO: POESIA DRAMÁTICATEMAS: MORTE, VIDA, SECA, MISÉRIA – REGIONALISMO DE 30DIVISÃO DA OBRA: 18 CENASLOCAL: PERNAMBUCO (SERTÃO, LITORAL – RECIFE)NARRAÇÃO: 1ªPESSOA
JOÃO CABRAL DE MELO NETO
*Nasceu em Recife (1920)
*Foi diplomata
*Pertence à Academia Brasileira Letras desde 1968
*“Poeta-engenheiro”
*Morreu em 1999
PERSONAGENS*Severino: Um retirante nordestino que parte da serra para o litoral em busca de melhores condições de vida;
*José, Mestre carpina: Homem que convence Severino a não “saltar fora da ponte e da vida”, ou seja, não se matar; Representa a possibilidade de uma nova e esperançosa vida. O termo “carpina” signica carpinteiro
MORTE E VIDA SEVERINA: AUTO DE NATAL PERNAMBUCANO
*”auto” indica uma peça breve, de cunho religioso, pedegógico ou moral;*Religiosidade:*Estrela-guia = rio-guia*Pastores = severinos*Reis magos = os moradores que levam os presentes ás crianças*José (carpinteiro, pai de Jesus) = José, mestre carpina, pai da criança que nasce*Cristo = criança (esperança de vida)
A ESTRUTURA
*18 partes – todas acompanhadas de títulos que indicam uma espécie de resumo do seu conteúdo.
* Versos com 7 sílabas poéticas (redondilha maior), muita sonoridade, muita rima.
O ENREDO*Conta a história do retirante Severino que parte do sertão para o litoral (sertão-morte/litoral-vida)*Como guia, Severino tem o Rio Capibaribe, mas, durante o percurso, só encontra morte e miséria.*Ao chegar a Recife, a decepção: também lá há muita morte e tristeza.*Resolve, então, “saltar fora da ponte e da vida”, atirando-se no Capibaribe; enquanto conversa com o mestre José carpina, uma mulher avisa que o filho (de José) “saltou para dentro da vida” (nasceu).*O nascimento da criança devolve-lhe a esperança de vida, mesmo que seja uma vida Severina.
DIVISÃO DAS CENAS: Dois grandes grupos: cenas de morte e presépio.
*Grupo I – Cap. 1 ao 12 (cenas de morte) = Severino sai da serra e vai para Recife, seguindo o Rio Capibaribe. Vai para fugir da morte, mas a encontra por todo o caminho, para seu desespero.
*Grupo II – Cap. 13 ao 18 (presépio) = é descrito o nascimento do filho de José, mestre carpina, uma alusão feita ao nascimento de Jesus.
GRUPO I - MORTE
1- O retirante explica ao leitor quem é e a que vai.2- Encontra dois homens que carregam um defunto em uma rede.3- O retirante tem medo de se perder porque seu guia, o Rio Capibaribe secou com o verão.4- Na casa a que o retirante chega estão cantando excelências (cantigas de velório sem acompanhamento musical) para um defunto.
GRUPO I - MORTE
5- Cansado da viagem, Severino pensa interrompê-la por uns instantes e procurar trabalho ali onde sem encontra.6- Dirige-se á mulher na janela que depois descobre tratar-se de quem se saberá (rezadeira)7- O retirante chega á Zona da Mata que o faz pensar, outra vez, em interromper a viagem.8- Assiste ao enterro de um trabalhador e ouve o que dizem do morto os amigos que o levaram ao cemitério.
GRUPO I - MORTE9- O retirante resolve apressar os passos para chegar logo ao Recife.10- Chegando ao Recife, o retirante senta-se para descansar ao pé de um muro alto e caiado e ouve, sem ser notado, a conversa de dois coveiros.11- O retirante aproxima-se de um dos cais do Capibaribe.12- Aproxima-se do retirante o morador de um dos mocambos que existem entre o cais e a água do rio.
GRUPO II – PRESÉPIO (VIDA)
13- Uma mulher, da porta de onde saiu o homem, (José) anuncia-lhe o nascimento do filho.14- Aparecem e aproximam da casa do homem, vizinhos, amigos, duas ciganas, etc.15- Começam a chegar pessoas trazendo presentes para o recém-nascido.16- Falam as duas ciganas que haviam aparecido com os vizinhos.
GRUPO II – PRESÉPIO (VIDA)
17- Falam os vizinhos, amigos, pessoas que vieram com presentes.
18- (conclusão) O carpina fala com o retirante que esteve de fora, sem tomar parte em nada.
ANÁLISE DA
OBRA
O ESPAÇO
Movimento de deslocamento: o retirante faz a travessia do Agreste para a Caatinga, da Zona da Mata para o Recife – ele sai da serra (Serra da Costela) e vai para o litoral, para Recife.
A NARRAÇÃO
A história é narrada em primeira pessoa, pelo personagem Severino e é composta de monólogos (é uma longa fala ou discurso pronunciado por uma única pessoa ou enunciador) e diálogos com outros personagens.
A LINGUAGEM
*Linguagem concisa com expressões populares e musicalidade;
* Os traços orais, as rimas e as repetições são usados para intensificar a dramaticidade do texto.
SEVERINO*”Severino” – sinônimo de desgraça, miséria, fome e morte; *diminutivo de “severo”;
*Severino – substantivo próprio que se transforma em substantivo comum;*Morte Severina - adjetivo;
TÍTULO DA OBRAO título do livro já denuncia a qualidade de vida que o autor vai retratar, valorizando mais a morte e menos a vida. É como se a vida fosse perseguida de perto pela morte, criando uma ameaça constante. Sua linha narrativa segue dois movimentos que aparecem no título: "morte" e "vida".
No primeiro, temos o trajeto de Severino, personagem-protagonista, para Recife, em face da opressão econômico-social, Severino tem a força coletiva de uma personagem típica: representa o retirante nordestino. No segundo movimento, o da "vida", o autor não coloca a euforia da ressurreição da vida dos autos tradicionais, ao contrário, o otimismo que aí ocorre é de confiança no homem, em sua capacidade de resolver os problemas sociais.
TÍTULO DA OBRA
Severina é um nome de origem do Latim, que significa severo, austero; realidade dura, áspera.A palavra “Severino(a)” apresenta-se como substantivo próprio, comum e adjetivo, tal fato ocorre porque nessa obra, a palavra “severino (a)” designa aquele que fala, o protagonista do auto, bem como os retirantes que, como ele, escorraçados do sertão pela seca e da terra pelo latifúndio. O termo qualifica a existência como realidade dura, áspera.
SIGNIFICADO DENOTATIVO
UMA MULHER, DA PORTA DE ONDE SAIU O HOMEM, ANUNCIA-LHE O QUE SE VERÁ
— Compadre José, compadre,que na relva estais deitado:conversais e não sabeisque vosso filho é chegado?Estais aí conversandoem vossa prosa entretida:não sabeis que vosso filhosaltou para dentro da vida?Saltou para dento da vidaao dar o primeiro grito;e estais aí conversando;pois sabei que ele é nascido.
A mulher anuncia o nascimento do filho do carpinteiro.
E você já sabe o que esta representação significa: o nascimento de outro Severino, aproximado, o auto, dos modelos pastoris das peças medievais. É, metaforicamente, o nascimento de Jesus, em meio à pobreza. O subtítulo do poema se explica agora: auto de Natal pernambucano.
SUBTÍTULO
"...E não há melhor respostaque o espetáculo da vida:
vê-la desfiar seu fio,que também se chama vida,ver a fábrica que ela mesma,
teimosamente, se fabrica,vê-la brotar como há pouco
em nova vida explodida;mesmo quando é assim
pequenaa explosão, como a ocorrida;
mesmo quando é uma explosão
como a de há pouco, franzina;mesmo quando é a explosão
de uma vida severina."(Morte e Vida Severina)
Trabalho realizado por:
Jéssica Andrade 3º informáticaGabriela Bittencourt – 3º Turismo
Jennyfer Maynart – 3º TurismoLais Antunes – 3º Turismo
Michelle Yamamoto - 3º TurismoThais Paiva – 3º Turismo
Colégio São Sabas
Setembro/2011