morfologia
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MORFOLOGIA
ESTRUTURA DAS PALAVRASPor
Alex S. S. Santos(Estudante de Letras - UNIP)
O QUE É MORFOLOGIA? Segundo o dicionário Aulete Digital:
Gram. Parte da gramática que descreve os processos de formação e de flexão das palavras.Exemplo: BrasileiroBrasil (país)eiro (indica lugar, profissão etc.)
MORFEMA Morfema é a menor unidade de
significação que constitui o elemento ou os elementos integrantes de um vocábulo.
Um mesmo morfema pode ter várias funções. Por exemplo: eiro > profissão, recipiente, etc.
Os morfemas têm um significado, já os fonemas trazem uma distinção.
MORFEMAS LIVRES E MORFEMAS PRESOS Morfemas Livres (ou Reais ) - são aqueles
que não se ligam obrigatoriamente a outros morfemas. Exemplos: um, de, mas, eu, sim.
Morfemas Presos (ou Gramáticais) - só ocorre simultaneamente a pelo menos um morfema adicional com o qual forma um conjunto indissociável. Exemplos: cant-ar. São as noções de plural, de tempo, os sufixos etc. Como só fazem sentido quando juntos a outras estruturas são conhecidos como morfemas presos.
MORFEMA ZERO Morfema zero é quando a palavra não possui uma
letra para indicar a flexão, que é representada por outros recursos. Por exemplo: mar.Nessa palavra, há morfema zero. Isso porque não há nenhuma desinência que indique o singular. Sabemos que é singular porque, em português, o morfema que indica plural é -s. A ausência dele (morfema zero) indica o singular.
O morfema zero é indivisível em unidades menores de significado.
ALOMORFE De acordo com o dicionário online:
http://www.dicio.com.br/alomorfe/
sm (alo+morfo) Ling Variante dos morfemas; realização concreta deles. Resumindo: Alomorfe é a variação da forma de um morfema.
Em INFELIZ, por exemplo, a comparação com FELIZ nos faz depreender o morfema –in. Esse mesmo morfema realiza-se como i - antes de radicais iniciados por L-, M- e R-> Ilegal, Imoral, Irreal. Essas diferentes realizações são designadas como ALOMORFES.
RADICAL E AFIXOS RADICAL: É o morfema do qual irmana as
palavras da mesma família e lhes dá uma base comum de significação. Ex: (canto/cantemos/cantador).
AFIXOS: São os morfemas que se anexam ao radical para mudar-lhe o sentido (fazer/desfazer) ou para acrescentar uma idéia secundária. (livro/livraria). Dividem-se em Prefixos (antes do radical) e Sufixos (após o radical).
TEMA E VOGAIS TEMÁTICAS Tema é o radical somado à vogal temática.
Exemplo: Cantamos. Cant (radical) + a (vogal temática = canta (tema).
A vogal temática é a vogal que antecede o radical de nomes ou de verbos. Em verbos, indica a conjugação a que eles pertencem.Os nomes que terminam por consoante ou vogal tônica não possuem vogal temática e são chamados de nomes atemáticos.
VOGAIS TEMÁTICAS NOMINAIS:
As vogais temáticas nominais, em português, são –a, -e, -o. Assim, poderia haver confusão entre VT e DG, mas não há. Enquanto –o e –a desinenciais comutam com –a e –o para exprimir mudança de gênero (menino/menina), isso não ocorre com as vogais temáticas (livro e *livra), -o e –a temáticos não se associam às noções de masculino e feminino.A vogal temática –o apresenta em alguns lugares a variação com –u. Por exemplo: Conceito / conceitual / conceituoso. Mar e Lar e Cruz, por ex, seriam atemáticos, já que –es (do plural) é alomorfe.
VOGAIS TEMÁTICAS VERBAIS
As vogais temáticas verbais são três, no português: -a (primeira conjugação) –e (segunda conjugação) –i (terceira conjugação). Pode-se identifica-las pelo infinitivo, são as vogais que antecedem o –r desinencial:amar,vender,partir.
DESINÊNCIAS São os morfemas terminais de
palavras variáveis que têm simplesmente valor gramatical.
Desinências Nominais : Servem para indicar as flexões de gênero e número.
Desinências Verbais: servem para indicar as flexões de Modo e Tempo, Número e Pessoa.
Desinências Nominais Gênero: Em alguns casos o masculino
é uma forma desprovida de flexão específica. Exemplo: Mestre/Mestra.
Número: Não há desinência para o singular, o que permite-nos dizer que no referente ao número o singular é caracterizado pelo morfema zero.
Desinências Verbais As flexões de pessoa e número são expressas nos
verbos por desinências especiais, que podemos distribuir por três grupos: - Desinências do presente do indicativo- Do pretérito perfeito do indicativo- Do infinitivo pessoal (= futuro do subjuntivo).
As desinências modo temporais vêm antes das desinências número-pessoais, isso ocorre em português e em outros idiomas.
Exemplo: Desinência MT do presente do Indicativo. Canto – CANT (Radical) + o (Vogal Temática) + 0 (DMT)
Desinências Modo-temporaisModo Tempo Conjugação Desinências Exemplos
Indicativo Pret. imperfeito 1ª -va, -ve Cantavas, cantáveis
Pret. imperfeito 2ª e 3ª -ia, -ie Devias, devíeis
Pret. mais-q-perfeito
todas -ra, re (átono)
Cantara, deverêis
Fut. do presente todas -ra,- re (tônico)
Cantará, deveremos
Fut. do pretérito todas -ria, -rie Cantaria, partirieis
Subjuntivo Presente1 1ª -e Cantemos, canteis
Presente 2ª e 3ª -a Devas, devais
Pret. imperfeito todas -sse Cantasses, devêssemos
Futuro2 todas -r Cantares, devermos
Imperativo Negativo1 1ª -e Não cantem, não canteis
Negativo 2ª e 3ª -a Não devas, não partamos
Infinitivo Pessoal todas -r Cantarem, partirdes
Desinências número-pessoais
Número Pessoa Presente do
Indicativo
Pretérito perfeito
do indicativo
Futuro do presente
do Indicativo
Futuro do Subjuntivo
Infinitivo Pessoas
Outros tempos
Singular 1ª -o -i -i - - -
2ª -s -ste -s -es -es -s
3ª - u - - - -
Plural 1ª -mos -mos -mos -mos -mos -mos
2ª -is -stes -is -des -des -is
3ª -m -ram -ão -em -em -m
ELEMENTOS DE LIGAÇÃO
• São elementos que aparecem no interior dos vocábulos apenas para facilitar a pronúncia, desfazer sons desagradáveis ou ligar morfemas. Não são morfemas porque não são portadoras de nenhum tipo de informação.
Ex: gas-ô-metro: (dois radicais ligados pela vogal –o-, sem valor significativo)
cafe-t-eira: (um radical + um sufixo, entre os quais aparece a consoante insignificativa –t- para evitar o desagradável hiato –éê-.
BIBLIOGRAFIA - Dicionário online:
http://www.auletedigital.com.br/
- Dicionário online de português: http://www.dicio.com.br
- CUNHA, Celso; Gramática do português contemporâneo: edição de bolso. Rio de Janeiro: Lexikon; Porto Alegre, RS: L&PM, 2008.
KEHDI, Valter; Morfemas do português.. 6ª Edição. São Paulo, SP: Editora Ática, 2004.