mordida aberta anterior: a importância da abordagem...

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Artigo de Divulgação Resumo A mordida aberta anterior é uma das más oclusões de maior comprometimento estético-funcional, além das alterações dentárias e esqueléticas. Ela pode se de- senvolver a partir de diversos fatores etio- lógicos, tais como os hábitos bucais dele- térios (sucção de polegar ou chupeta), amígdalas hipertróficas, respiração bucal, anquilose dentária e anormalidades no processo de erupção. Estes fatores inter- ferem no crescimento e desenvolvimento normais das estruturas faciais, modifi- cando não somente a morfologia, mas também a função do sistema estomatog- nático. Sendo assim, para que o tratamento ortodôntico seja efetivo e estável, uma abordagem multidisciplinar é necessária, pois não basta apenas a correção do pro- blema morfológico. Os tratamentos coad- juvantes são importantes para a manu- tenção da oclusão normal obtida pelo tra- tamento ortodôntico. Dentre eles, encon- tram-se a psicologia, a otorrinolaringo- logia e a fonoaudiologia, que reeduca os padrões funcionais dos músculos. Este artigo apresenta considerações relevantes sobre a etiologia, o desenvol- vimento da mordida aberta anterior, bem como seu diagnóstico e a terapia multi- disciplinar de tratamento nas diversas fases de desenvolvimento da dentadu- ra. Também é apresentado um caso clí- nico de mordida aberta anterior causa- da por sucção digital, que foi tratado com grade palatina na fase de dentadu- ra mista, e que, após sete anos do tér- mino do tratamento, ainda mantém óti- ma estabilidade. Introdução A mordida aberta pode ser definida como um trespasse vertical negativo en- tre os dentes antagonistas, podendo ma- nifestar-se tanto na região anterior como na posterior, ou, mais raramente, em todo o arco dentário 19,21,34 . Neste contexto, a mordida aberta anterior merece des- Unitermos: Ortodontia; Má oclusão; Mordida aberta anterior; Grade palatina; Hábitos bucais deletérios. Mordida Aberta Anterior: A Importância da Abordagem Multidisciplinar e Considerações sobre Etiologia, Diagnóstico e Tratamento. Apresentação de um Caso Clínico Anterior Open Bite: The Importance of Multidisciplinar Approach and Considerations on the Etiology, Diagnosis and Treatment. A Case Report José Fernando Castanha Henriques A Guilherme Janson B Renato Rodrigues de Almeida C Eduardo Álvares Dainesi D Sandra Márcia Hayasaki E A Professor Titular e coordenador do curso de Pós-graduação ao nível de Doutorado da Disciplina de Ortodontia da Faculdade de Odontologia de Bauru - USP B Professor Associado da Disciplina de Ortodontia da Faculdade de Odontologia de Bauru - USP e coordenador do curso de especialização FUNBEO C Professor Assistente Doutor da Disciplina de Ortodontia da Faculdade de Odontologia de Bauru/USP e Professor Responsável pela Disciplina de Ortodontia da Faculdade de Odontologia de Lins e Coordena- dor do Curso de Especialização em Ortodontia da F.O.L /UNIMEP e Professor Titular da UNICID D Professor Doutor em Ortodontia pela Faculdade de Odontologia de Bauru-USP e Professor do Curso de Especialização em Ortodontia e Ortopedia Facial da FOB-USP E Aluna do Curso de Aperfeiçoamento em Ortodontia pela APCD - Bauru José Fernando Castanha Henriques Rev Dental Press Ortodon Ortop Facial - v.5, n.3, p.29-36 - maio/jun. - 2000 29

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Artigo de Divulgação

ResumoA mordida aberta anterior é uma das

más oclusões de maior comprometimentoestético-funcional, além das alteraçõesdentárias e esqueléticas. Ela pode se de-senvolver a partir de diversos fatores etio-lógicos, tais como os hábitos bucais dele-térios (sucção de polegar ou chupeta),amígdalas hipertróficas, respiração bucal,anquilose dentária e anormalidades noprocesso de erupção. Estes fatores inter-ferem no crescimento e desenvolvimentonormais das estruturas faciais, modifi-cando não somente a morfologia, mastambém a função do sistema estomatog-nático.

Sendo assim, para que o tratamentoortodôntico seja efetivo e estável, umaabordagem multidisciplinar é necessária,pois não basta apenas a correção do pro-blema morfológico. Os tratamentos coad-juvantes são importantes para a manu-tenção da oclusão normal obtida pelo tra-tamento ortodôntico. Dentre eles, encon-tram-se a psicologia, a otorrinolaringo-

logia e a fonoaudiologia, que reeduca ospadrões funcionais dos músculos.

Este artigo apresenta consideraçõesrelevantes sobre a etiologia, o desenvol-vimento da mordida aberta anterior, bemcomo seu diagnóstico e a terapia multi-disciplinar de tratamento nas diversasfases de desenvolvimento da dentadu-ra. Também é apresentado um caso clí-nico de mordida aberta anterior causa-da por sucção digital, que foi tratadocom grade palatina na fase de dentadu-ra mista, e que, após sete anos do tér-mino do tratamento, ainda mantém óti-ma estabilidade.

IntroduçãoA mordida aberta pode ser definida

como um trespasse vertical negativo en-tre os dentes antagonistas, podendo ma-nifestar-se tanto na região anterior comona posterior, ou, mais raramente, em todoo arco dentário19,21,34. Neste contexto, amordida aberta anterior merece des-

Unitermos:Ortodontia; Máoclusão; Mordidaaberta anterior;Grade palatina;Hábitos bucaisdeletérios.

Mordida Aberta Anterior: A Importância daAbordagem Multidisciplinar e Consideraçõessobre Etiologia, Diagnóstico e Tratamento.Apresentação de um Caso ClínicoAnterior Open Bite: The Importance of Multidisciplinar Approach andConsiderations on the Etiology, Diagnosis and Treatment. A Case Report

José Fernando Castanha HenriquesA

Guilherme JansonB

Renato Rodrigues de AlmeidaC

Eduardo Álvares DainesiD

Sandra Márcia HayasakiE

A Professor Titular e coordenador do curso de Pós-graduação ao nível de Doutorado da Disciplina deOrtodontia da Faculdade de Odontologia de Bauru - USP

B Professor Associado da Disciplina de Ortodontia da Faculdade de Odontologia de Bauru - USP ecoordenador do curso de especialização FUNBEO

C Professor Assistente Doutor da Disciplina de Ortodontia da Faculdade de Odontologia de Bauru/USP eProfessor Responsável pela Disciplina de Ortodontia da Faculdade de Odontologia de Lins e Coordena-dor do Curso de Especialização em Ortodontia da F.O.L /UNIMEP e Professor Titular da UNICID

D Professor Doutor em Ortodontia pela Faculdade de Odontologia de Bauru-USP e Professor do Cursode Especialização em Ortodontia e Ortopedia Facial da FOB-USP

E Aluna do Curso de Aperfeiçoamento em Ortodontia pela APCD - Bauru

José FernandoCastanha Henriques

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taque pois, além de sua prevalênciaser maior que a da mordida aberta pos-terior28, apresenta uma série de fato-res etiológicos possivelmente implica-dos, tais como os hábitos bucais de-letérios (sucção de polegar ou chupe-ta), amígdalas hipertróficas e a res-piração bucal.

Esta má oclusão requer dos profis-sionais uma intervenção imediata,após os 5 anos de idade, pois quantomais precoces forem o diagnóstico e otratamento, melhores, mais rápidos emais estáveis serão os resultados25. Otratamento precoce, apesar de ser re-lativamente simples, envolve áreasbastante diferentes, como a psicologia,a fonoaudiologia, a otorrinolaringo-logia e a ortodontia.

O objetivo deste trabalho é apre-sentar a etiologia, o desenvolvimentoda mordida aberta anterior, o diagnós-tico, os tipos de tratamento e a impor-tância da fonoaudiologia como trata-mento coadjuvante, seguindo-se coma apresentação de um caso clínico.

EtiologiaOs fatores etiológicos básicos da

mordida aberta anterior estão relaci-onados com a hereditariedade e comos fatores ambientais. Nas fases dedentadura decídua e mista, os fatoresetiológicos mais encontrados são osambientais: a hipertrofia das amígda-las, a respiração bucal e principalmen-te os hábitos bucais deletérios19. Ocomprometimento esquelético é pe-queno, nestes casos. Por essa razão émuito importante que os fatores etio-lógicos ambientais sejam interrompi-dos precocemente, pois na fase de den-tadura permanente, o envolvimentoesquelético-alveolar torna-se maior,principalmente se agravado por umpadrão de crescimento vertical asso-ciado. Portanto, o tratamento em fa-ses tardias é bem mais complexo e pou-co estável, envolvendo, em algunscasos, a cirurgia ortognática.

Outros fatores a serem relaciona-dos são a anquilose dentária, as ano-malias no processo de erupção, os trau-mas ou patologias condilares e as

compreendem a sucção de polegar e dechupeta.

O hábito de sucção digital ou dechupeta é considerado normal até osquatro anos de idade, pois consiste emum mecanismo de suprimento emocio-nal da criança e que não deve, prefe-rencialmente, sofrer interferências1,6.Com o início da socialização e da ma-turidade emocional da criança, que,geralmente, ocorrem a partir dos 5anos de idade, há uma tendência na-tural de abandono do hábito. Essapossibilidade, auxiliada por um pa-drão de crescimento favorável, podemuitas vezes culminar com a reversãoespontânea das alterações oclusais, ouseja, a auto-correção10,17,24.

A persistência do hábito após essafase deve ser considerada deletéria porprovocar alterações no desenvolvimen-to da oclusão e no crescimento e de-senvolvimento faciais normais6.

Quando a criança succiona o dedoou a chupeta, estes funcionam comoverdadeiros “braços de força”, exer-cendo força sobre a superfície vestibu-lar dos incisivos inferiores e lingualdos superiores, com o fulcro localizan-do-se próximo ao palato. Assim, osdentes ântero-superiores sofrem umaforça para vestibular e apical, enquan-to os dentes antagonistas são força-dos para lingual e apicalmente, comconseqüente aumento do trespassehorizontal. O posicionamento do po-legar ou da chupeta no palato man-tém a língua numa posição mais infe-rior. Ao mesmo tempo, a pressão dasbochechas contra os dentes póstero-superiores aumenta à medida que obucinador se contrai durante a sucção,causando o desequilíbrio entre a mus-culatura interna e externa. Destemodo, os molares superiores são pres-sionados para lingual, instituindo-se,com freqüência, a mordida cruzadaposterior e a conformação ogival dopalato1,6,23.

Adicionalmente, o simples obstá-culo mecânico realizado pelo dedo ouchupeta interfere na erupção normaldos incisivos, estabelecendo a mordi-da aberta anterior. Além disso, a fre-

iatrogenias. Estas patologias podemalterar o grau ou a direção do cresci-mento mandibular18. Além disso, empacientes com padrão de crescimentovertical, os movimentos ortodônticosque ocasionam extrusão e/ou a dista-lização dos dentes posteriores, podemresultar numa mordida aberta de ori-gem iatrogênica18.

A macroglossia verdadeira, apesarde rara, também é considerada comofator etiológico. Jovens com deficiên-cia mental e Síndrome de Down, nosquais a macroglossia é uma caracte-rística comum, apresentam uma altaincidência de mordida aberta anterior8.

Desenvolvimento da mordidaaberta anterior

No desenvolvimento normal dadentadura, um conjunto de vetores deforças de mesma intensidade é direcio-nado aos dentes e a seus componen-tes alveolares em dois sentidos: de lin-gual para vestibular e vice-versa. Alíngua é constituída por um potenteconjunto de músculos que exerce for-ça bastante intensa sobre os dentes.Opostamente a ela, existe a ação deum “cinturão muscular”, que envolveos arcos dentários externamente e quefoi denominado por BRODIE4 como“mecanismo do bucinador”. Numa si-tuação de normalidade, estas forças seneutralizam, de modo que os dentes eas estruturas adjacentes se mantêmem equilíbrio.

Porém, qualquer fator que interfi-ra nesta homeostase no período decrescimento e desenvolvimento das es-truturas faciais, pode alterar a morfo-logia e a função do sistema estoma-tognático1,25. Como fatores desenca-deantes encontram-se os hábitos bu-cais deletérios, as amígdalas hipertró-ficas e a respiração bucal. Além disso,o desenvolvimento e a intensidade damordida aberta estão relacionados aopadrão de crescimento facial.

- Hábitos bucais deletériosOs hábitos bucais deletérios são

assim denominados por estabeleceremo desequilíbrio neuromuscular19, e

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tal desproporcionalmente menor quea altura facial posterior total21. Fre-qüentemente, essa desproporção namorfologia esquelética é compensadapor um maior desenvolvimento den-toalveolar anterior no sentido verticale uma função oclusal satisfatória é ob-tida21. Porém, em um terço dos jovensdolicofaciais, essa compensação den-toalveolar não ocorre, e o plano pala-tino fica rotacionado no sentido anti-horário, resultando em uma mordidaaberta esquelética1,3,21. O prognóstico,nestes casos, é desfavorável, principal-mente se o tratamento iniciar-se em fa-ses tardias (após o crescimento). A in-tensidade das mordidas abertas esque-léticas pode ser aumentada pela ocor-rência concomitante de hábitos bucaisdeletérios, deglutição atípica e respi-ração bucal1,2,3.

DiagnósticoPara um correto diagnóstico, ini-

cialmente deve-se compreender quetoda má oclusão apresenta um com-ponente dentário e um esquelético; éa predominância de um destes compo-nentes que determina sua principal ca-racterística: dentária ou esquelética.Segundo MOYERS21, em 1991, a mor-dida aberta pode ser (1) simples, quan-do exibe interferência no irrompimen-to dos dentes anteriores e no cresci-mento alveolar; e (2) esquelética,quando ocorrem displasias esqueléti-cas verticais. Quando a análise cefa-lométrica revela valores normais nosentido vertical e o problema está con-centrado nos dentes e processo alveo-lar, a mordida aberta é simples.

Considera-se como mordida abertaesquelética aquela que apresenta ca-racterísticas como rotação do proces-so palatino no sentido anti-horário,associada a um aumento da alturafacial ântero-inferior (AFAI), rotaçãoda mandíbula para baixo e para trás,ângulo goníaco obtuso e ramo man-dibular encurtado.

Em crianças, geralmente a mordi-da aberta é dentária, pois os fatoresetiológicos impedem o crescimentodentoalveolar1,2,3. No entanto, é váli-

mandíbula posiciona-se mais póstero-inferiormente, e a língua se interpõeentre os dentes, criando e/ou manten-do a mordida aberta19. Com isso, osdentes posteriores irrompem mais nosentido vertical, agravando a mordi-da aberta. Logicamente, deve-se havera predisposição genética anteriormen-te citada, não significando, portanto,que toda criança com amígdalashipertróficas tenha mordida abertaanterior8,25.

- Respiração bucalA respiração bucal é causada pela

obstrução nasal, oriunda de tonsilasfaringeanas hipertrofiadas, rinitesalérgicas ou desvios de septos1,3,19. Alíngua, nesses casos, em vez de pres-sionar o palato, fica numa posiçãomais abaixada e a mandíbula posicio-na-se póstero-inferiormente, liberan-do os dentes posteriores para umaerupção passiva, proporcionando umaumento da altura facial ântero-infe-rior (AFAI) e da convexidade facial19.Desse modo, um menor crescimentotransversal da maxila é esperado, poisa língua não pressiona conveniente-mente o palato, criando também amordida cruzada posterior.

Como conseqüência da obstruçãonasal, a face apresenta característicaspeculiares, tais como olheiras, narizafilado ou estreito, falta de selamentolabial passivo, sendo conhecida como“face adenoideana”19.

- Padrão de crescimentovertical

O desenvolvimento da mordidaaberta anterior e sua gravidade estãodiretamente relacionados ao padrãode crescimento facial do paciente1,3,19.Os jovens dolicofaciais, que possuempredominância de crescimento no sen-tido vertical, apresentam um maior po-tencial para desenvolver uma mordi-da aberta do que os braqui ou meso-faciais1,3,21. O padrão de crescimentovertical caracteriza-se pelo crescimen-to vertical excessivo da maxila, prin-cipalmente na região posterior, ocasio-nando uma altura facial anterior to-

qüência, a duração e a intensidade dohábito (Tridente de Graber) possueminfluência marcante sobre a má oclu-são. A velocidade e a extensão do de-sequilíbrio neuromuscular são agrava-das quando existe uma predisposiçãogenética da criança6,25.

Apesar das alterações morfológicasdecorrentes da sucção digital serem asmesmas da sucção de chupeta, estaapresenta a mordida aberta anteriorcom um aspecto mais circular1,2.

Geralmente, a ocorrência da mor-dida aberta acarreta no desenvolvi-mento de outros hábitos como a inter-posição lingual e a hiperatividade domúsculo mentoniano.

Interposição Lingual: Conse-quência da Mordida Aberta

No passado, a interposição da lín-gua era apontada como uma das prin-cipais causas das mordidas abertas.30,33

Atualmente, a interposição lingual éconsiderada como um hábito secundá-rio, pois deve-se principalmente a umaadaptação ao espaço anteriormenteexistente e, portanto, atua mais comoum agravante da mordida aberta doque propriamente como a sua cau-sa29,32.

O indivíduo passa a utilizar a lín-gua para selar a região anterior daboca durante a deglutição, por exem-plo, a fim de prevenir que líquidos ealimentos escapem. A interposição lin-gual também ocorre durante a fala oudurante a própria posição postural derepouso da mesma. Trazer os lábios deencontro um ao outro e colocar a lín-gua entre os dentes anteriores sepa-rados é a única maneira de se alcan-çar um selamento anterior23 .

Os hábitos bucais secundáriosmantêm ou até agravam a má oclu-são já existente.

- Amígdalas hipertróficasA hipertrofia das amígdalas res-

tringe a passagem de ar, fazendo comque o reflexo neuromuscular deixe quea língua fique mais avançada para queas amígdalas a acompanhem, desobs-truindo a passagem do ar. Assim, a

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do ressaltar ainda que, apesar das ca-racterísticas esqueléticas serem ineren-tes ao jovem, uma mordida aberta sim-ples em fases precoces, se não trata-da, também poderá assumir um cará-ter esquelético ao final do período decrescimento e desenvolvimento fa-ciais1,3.

Tipos de tratamentoortodôntico

A conduta terapêutica a ser segui-da está diretamente relacionada coma etiologia e com a época de interven-ção.

- Dentadura decíduaConforme já comentado anterior-

mente, os hábitos bucais praticadosaté os 4 anos de idade não devem so-frer interferências, visto que a criançaainda não desenvolveu totalmentesua maturidade emocional1,5. Contudo,se distúrbios respiratórios ouhipertrofia de amígdalas forem detec-tados nesse período, a criança deve serencaminhada a um otorrinolaringolo-gista para avaliação e tratamento.

A partir dos 5 anos de idade, se ainterrupção do hábito for espontânea,auxiliada por um padrão de crescimen-to favorável, a correção da mordidaaberta pode ocorrer naturalmente10,17,24.A criança deve ser estimulada a aban-donar o hábito, tanto pelo ortodontis-ta quanto pelos pais. Entretanto, se ohábito bucal persistir após essa faseou a mordida aberta estiver sendomantida por hábitos bucais secundá-rios, a interação da ortodontia com apsicologia é a abordagem mais reco-mendada1,3.

Geralmente, o hábito bucal é de-sencadeado por problemas psicológi-cos da criança, pois consiste em umamaneira de “descarregar” as tensõesemocionais ou de receber maior aten-ção dos pais. Por esse motivo, o tra-tamento psicológico é muito impor-tante1,2.

A interceptação da má oclusão, porsua vez, deve ser realizada por meioda grade palatina, que pode ser remo-vível ou fixa. Assim, quando o pacien-

te é colaborador, indica-se o uso dagrade palatina removível, que tambémé denominada de “aparelho recorda-tório”, pois apenas lembra a criançade não mais praticar o hábito deleté-rio, além de impedir uma possível in-terposição lingual associada. Porém, seo paciente não colaborar com o trata-mento, deve-se utilizar a grade pala-tina fixa, ou seja, cimentada aos mo-lares por meio de bandas.

Verticalmente, a grade palatinadeve estender-se até a região lingualdos incisivos inferiores, proporcionan-do um vedamento da área da mordi-da aberta. A grade deve ser utilizadaaté a obtenção de 2 a 3 milímetros detrespasse vertical positivo. A conten-ção pode ser realizada com o próprioaparelho, por, no mínimo, 3 meses.Após esse período, deve-se observar sea criança ainda mantém a interposi-ção da língua ou de lábio. Geralmen-te, ao se corrigir a mordida aberta, oshábitos secundários são abandona-dos. Se isso não ocorrer, deve-se en-caminhar ao fonoaudiólogo, para quese restabeleçam as funções muscula-res corretas.

A mordida aberta esquelética rara-mente é observada na dentadura de-cídua10. Porém, esta possibilidade deveser considerada em casos que apresen-tem discrepância intermaxilar associ-ada a um aumento da AFAI24. Nestascircunstâncias, mesmo após a elimina-ção do fator etiológico ambiental, aauto-correção não ocorre, devendo sertratada imediatamente. Seu tratamen-to almeja controlar o crescimento ver-tical excessivo da maxila, assim comoo desenvolvimento vertical acentua-do dos dentes póstero-superiores e in-feriores. Todavia, não basta a utiliza-ção de um aparelho extrabucal de tra-ção alta, pois a AFAI pode continuar aaumentar, uma vez que os dentes in-feriores continuam a irromper vertical-mente. É por esses motivos que indi-ca-se a associação de um aparelho ex-trabucal de tração alta a ativadores,que restringem o desenvolvimento ver-tical dos dentes posteriores por meiodo bloco de mordida.

- Dentadura mistaNa dentadura mista, a principal

causa da mordida aberta relaciona-secom a persistência dos hábitos bucais,que comumente encontram-se associ-ados à interposição de língua ou delábio inferior. Nesta fase, a terapiacom a grade palatina ainda é a con-duta mais indicada e a abordagem mul-tidisciplinar também deve ser instau-rada. A criança deve ser encaminhadaao psicólogo quando preciso e, noscasos de hipertrofia de amígdalas ourespiração bucal, também é necessá-ria uma avaliação e tratamento porum otorrinolaringologista.

Dá-se preferência pela utilizaçãoda grade palatina fixa, pois além denão depender da colaboração do pa-ciente, fornece resultados mais rápidose seguros. Do mesmo modo que nadentadura decídua, o trespasse verti-cal de 2 a 3 milímetros deve ser obtidoao final do tratamento e a fase de con-tenção deve ser de 3 meses, no míni-mo. GRABER et al.10 demonstraram que50% dos pacientes tratados com gradepalatina apresentaram uma reduçãoda mordida aberta logo após a elimi-nação do hábito.

Quando existe associação da mor-dida aberta com a mordida cruzadaposterior e vestibularização dos den-tes ântero-superiores, a grade palati-na pode ser adaptada a aparelhos ex-pansores e a um arco vestibular, queirá ajudar na retenção e proporcionarpequenos movimentos dos incisivossuperiores para lingual.

Ao final da fase de contenção, oortodontista deve encaminhar a crian-ça ao fonoaudiólogo, pois apenas acorreção da forma dos arcos dentáriosnão é suficiente. Para evitar recidivas,é necessário o retorno das funçõesmusculares normais.

- Dentadura permanenteNa fase de dentadura permanen-

te, duas condutas podem ser realiza-das. Se a mordida aberta for pequena,com pouco envolvimento esqueléticoe padrão de crescimento horizontal, o

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fechamento da mordida pode ser feitomecanicamente, por meio de aparelha-gem fixa com tracionamento dos den-tes ântero-superiores. Porém, nos ca-sos mais severos, em que o padrão decrescimento é desfavorável, o trata-mento mais estável e seguro é o cirúr-gico-ortodôntico19.

Estudos realizados em adultos comClasses II e III com mordida aberta an-terior, apresentam um número signifi-cante de casos que requerem correçãocirúrgica, tanto na maxila como namandíbula, para que se obtenham re-sultados estético-funcionais satisfató-rios, bem como estabilidades esquelé-tica e dentária19.

A importância da Fonoaudiolo-gia no tratamento da MordidaAberta Anterior

O tratamento ortodôntico isoladoapenas corrige as alterações morfoló-gicas dos arcos dentários, sem, contu-do, normalizar os padrões funcionaismusculares. Porém, para que haja es-tabilidade dos resultados ortodônticos,tanto a forma como a função do siste-ma estomatognático devem estar cor-retas. Assim, a terapia miofuncional,realizada por um fonoaudiólogo aofinal do tratamento ortodôntico, éaceita como um valioso auxiliar de tra-tamento, levando à reeducação dasfunções musculares da língua e doslábios, adequando-os quanto à pro-priocepção, o tônus e postura derepouso13,21. O paciente somente deveser encaminhado para mioterapia seapresentar o meio bucal favorávelpara a correção das funções, ou seja,primeiramente deve-se corrigir a for-ma e depois, a função13,21. Quando aforma é corrigida, a própria função temsignificativa melhora7. A avaliação deum fonoaudiólogo determina a neces-sidade ou não do processo de reedu-cação funcional.

Na fase de dentadura decídua, amordida aberta pode ainda não estarrelacionada aos hábitos bucais secun-dários. Nesses casos, apenas a corre-ção da mordida aberta é suficiente. Sehouver interposição lingual, indica-se

o tratamento fonoaudiológico.Já na dentadura mista, a interpo-

sição lingual é mais freqüente, poisconsiste numa adaptação ao espaçode uma mordida aberta instalada hámais tempo. Sendo assim, após o tra-tamento ortodôntico, o profissionaldeve encaminhar a criança ao fo-noaudiólogo para a terapia miofun-cional.

Na fase de dentadura permanen-te, em que o tratamento ortodôntico érealizado com bráquetes colados aosdentes, o paciente pode e deve iniciaras sessões de fonoaudiologia logo apóso fechamento da mordida aberta, umavez que não está sendo utilizada agrade palatina, que impediria a exe-cução dos exercícios de fonação edeglutição. Em pacientes adultos quenecessitam de cirurgia ortognática, aterapia miofuncional também é neces-sária após o restabelecimento da for-ma.

O ortodontista deve avaliar e tra-tar cada caso como único, sem padro-nizações, com a consciência de que for-ma e função estão intimamente rela-cionados. A automatização do padrãocorreto da língua em repouso e emfonação somente é conseguida após otratamento ortodôntico das mordidasabertas.

Caso clínicoA paciente F.C.P., leucoderma, bra-

sileira, com 7 anos e 6 meses de ida-de, procurou a clínica de graduação,na disciplina de Ortodontia da FOB-USP para tratamento. Ao exame clíni-co, observou-se um bom perfil facial,com selamento labial passivo. Ao exa-me intrabucal, a paciente apresenta-va má oclusão de Classe I de Angle,com mordida aberta anterior de 4 mi-límetros e mordida cruzada unilateraldireita, causados por sucção digital. Apaciente encontrava-se na fase inicialde dentadura mista (FIG. 1).

No exame radiográfico, verificou-se que todos os germes dos dentespermanentes estavam presentes, enão foi constatada nenhuma anoma-lia (FIG. 2).

O plano de tratamento consistiuna utilização de um aparelho remo-vível com parafuso e grade palatina,com levantamento de mordida, queseria utilizado 24 horas por dia até anormalização da oclusão (FIG. 3).Após o irrompimento de todos os den-tes sucessores, a paciente seriareavaliada quanto à necessidade deuma fase corretiva, cujo objetivo se-ria apenas de alinhamento e nivela-mento dos dentes.

Desse modo, a paciente foi ori-entada para ativar o parafuso com1/4 de volta a cada cinco dias, atéa obtenção de uma sobrecorreção dedois milímetros. O controle da pa-ciente foi quinzenal, apresentandouma excelente colaboração por par-te da paciente. Após três meses detratamento, tanto a mordida aber-ta anterior como a mordida cruza-da posterior, foram corrigidas (FIG.4). A seguir, o mesmo aparelho foiutilizado como contenção por maisoito meses. Nesta fase, confeccio-nou-se um novo aparelho removí-vel com grade palatina para contro-lar e manter a estabilidade da cor-reção da mordida aberta anterior,permanecendo por mais um ano emuso.

Com a forma restabelecida, a pa-ciente foi encaminhada para avaliaçãoe tratamento fonoaudiológicos, a fimde se equilibrar a função do sistemaestomatognático, diminuindo os riscosde recidiva.

Após dezoito meses do término dotratamento interceptor, todos os den-tes permanentes encontravam-se ir-rompidos. Por meio da radiografia pa-norâmica tomada antes do início dotratamento corretivo, pode-se observaro fechamento da mordida aberta an-terior (FIG. 5).

Após a finalização do tratamentocorretivo (FIG. 6), foi instalada a con-tenção inferior (3x3) e placa de Hawleyno arco superior.

Atualmente, ou seja, sete anosapós o fechamento da mordida abertaanterior, a paciente ainda mantém óti-ma estabilidade oclusal (FIG. 7).

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FIGURA 1 (A, B, C, D, E) - Fotografias intra e extrabucais pré-tratamento.

FIGURA 2 - Radiografia panorâmica inicial. Pode-se observar amordida aberta anterior.

FIGURA 3 - Aparelho removível com parafuso expansor e gradepalatina.

FIGURA 4 - Final do tratamento ativo interceptor, com correçãoda mordida aberta anterior.

FIGURA 5 - Radiografia panorâmica pré-tratamento corretivo. Com-pare com a figura 2, o fechamento da mordida aberta anterior.

BA

C

C ED

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FIGURA 6 - Final do tratamento ortodôntico corretivo, antes dareconstrução dos incisivos centrais superiores.

FIGURA 7 - Controle após 7 anos do término da fase interceptora.

ConclusãoA interceptação da mordida aber-

ta anterior na fase de dentadura de-cídua ou mista é de fundamental im-portância, pois além de melhorar osaspectos estético-funcionais e psico-lógicos da criança, apresenta gran-de efetividade clínica, devido aos se-guintes fatores:

• Período de crescimento e desen-volvimento craniofacial;

• Curto período de tratamento;• Estabilidade de correção;• Boa aceitação do tratamento

pelo paciente;• Utilização de mecanoterapia

simples.Entretanto, somente a aborda-

gem multidisciplinar da mordidaaberta é que determina o sucesso dotratamento. Torna-se essencial queo ortodontista possua essa visãoglobal de tratamento, para que seusencaminhamentos ao psicólogo, aootorrinolaringologista e ao fonoau-diólogo sejam mais precisos e efi-cientes, culminando numa terapiaeficaz e diminuindo o risco de reci-diva desta má oclusão.

as well as, its diagnosis andmultidisciplinar therapy for the treatmentin the various stages of the dentitiondevelopment. A clinical case report ofanterior open bite caused by the thumbsucking habit is presented which wastreated with palatal crib in the mixeddentition stage, and that, after sevenyears following the completion of the tre-atment, the case maintained optimalstability.

Uniterms: Orthodontics; Malocclusion;Anterior open bite; Palatal crib; Oralhabits.

AbstractThe anterior open bite is a

malocclusion that most compromisesthe function and esthetics, in additionto dental and skeletal changes. It candevelop from a number of etiologicfactors, such as oral habits (thumbsucking or pacifier), hypertrophictonsils, oral breathing, dentalankilosis and abnormalities in theeruption process. These factors alsointerfere in the normal growth anddevelopment of facial structures,modifying not only the morphology,but also the stomatognatic systemfunctions. Thus, in order that the

orthodontic treatment can be effectiveand stable, a multidisciplinarapproach has been need, because thecorrection of the morphologicalproblem is not enough. Thecoadjuvant treatments are importantfor the maintenance of the normalocclusion obtained by the orthodontictreatment. Among them are thepsychology, otorhinolaryngology,speech therapy, wich re-educates themuscles functional patterns.

This paper presents relevantconsiderations about the etiology, thedevelopment of the anterior open bite,

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Endereço para correspondênciaJosé Fernando Castanha HenriquesDisciplina de Ortodontia – Faculdade deOdontologia de Bauru/USPAlameda Octávio Pinheiro Brizolla, 9-75Caixa Postal 73Bauru/SP CEP 17043-101Fone: (014) 235-8369

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