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Monitoramento de Biotoxinas Marinhas
em Moluscos Bivalves
Rede Nacional de Laboratórios do Ministério da Pesca e Aquicultura
RENAQUA
Laboratório de Resíduos e Contaminantes em Recursos Pesqueiros
LAQUA-Itajaí/SC
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina
Campus Itajaí
Luis Antonio Proença
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa
Catarina – IFSC
Campus Itajaí
Monitoramento de Biotoxinas Marinhas
em Moluscos Bivalves
Rede Nacional de Laboratórios do Ministério da Pesca e Aquicultura
RENAQUA
Laboratório de Resíduos e Contaminantes em Recursos Pesqueiros
LAQUA-Itajaí/SC
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Campus Itajaí
Conteúdo:
•Contextualização: as ficotoxinas e os efeitos nocivos
•Desafios selecionados
As algas:
• As algas são organismos autotróficos, base da cadeia trófica aquática, que não possuem estruturas complexas de reprodução, em geral não possuem tecidos tão diferenciados como plantas terrestres (ex: xilema floema) e que vivem, na maior parte, no ambiente aquático.
• Algumas algas não são autotróficas!
Cadeias tróficas marinhas Lalli & Parsons, 1993
As áreas em azul indicam alta biomassa e as áreas em lilás indicam pouco biomassa. (www.athena.ivv.nasa.gov.gif)
●A maior parte das algas nocivas, como
definida são do fitoplâncton
O fitoplâncton é formado por microalgas adaptadas a vida
tridimensional na coluna de água e que apresentam mobilidade limitada,
são trasnportados pelas correntes
São vários os grupos de microalgas presentes tanto no ambiente epicontinental, como no ambiente marinho
Praticamente todas as classes, desde das relativamente simples cianobactérias até os complexos dinoflagelados.
Do ponto de vista funcional, inclusive alguns ciliados se comportam como algas.
●Algas Nocivas
O conceito nocivo é relativo. Ele se aplica sob o ponto de
vista cultural, humano.
•1 Que causa dano.
•2 Pernicioso, prejudicial.
•Antôn: útil, vantajoso.
Do ponto de vista cultural, humano, as algas podem
ser nocivas:
•À saúde publica
•Aos organismos marinhos
•À economia
As algas nocivas fazem parte de diferentes
grupos, entre eles estão:
• Dinoflagelados
• Diatomáceas
• Cianobactérias* (Cianofitas)
• Rafidofitas
• Primnesiofitas
• Crisofitas
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Mortandade de peixes redução de oxigênio danos mecânicos
Intoxicações tóxicos aos animais tóxicos aos humanos
Tipos de efeitos nocivos: elevada biomassa | Independente da biomassa
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Problema que afeta saúde humana consequente atividade econômica:
Bioacumulação de ficotoxinas em
moluscos bivalves
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Ficotoxinas marinhas
● São substâncias de composição química variada,
sintetizadas por microalgas.
● Através de diferentes mecanismos de ação promovem
efeitos nocivos (tóxicos) sobre outros organismos.
● Alguns destes compostos são nocivos aos humanos,
provocando diferentes sintomas.
● As que podem ser transmitidas por alimentos (recursos
pesqueiros) tem especial importância para a saúde
pública.
● Por este motivo o controle sanitário dos recursos
pesqueiros é fundamental antes do consumo.
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As Ficotoxinas Marinhas
● As toxinas das algas não modificam o sabor
ou cheiro do fruto do mar.
● As toxinas não tem cor e não podem ser
detectadas pelo pescador ou pelo consumidor.
● As toxinas não são destruídas pelo cozimento
ou processamento dos produtos.
• ASP – Amnesic Shellfish Poisoning *
• PSP – Paralytic Shellfish Poisoning *
• DSP – Diarrhetic Shellfish Poisoning **
• NSP – Neurotoxic Shellfish Poisoning
• CFP – Ciguatera Fish Poisoning (?) *
• Registro Brasil pelo menos das toxinas e organismos causadores*
• Registro de surto**
Principais Síndromes
Ácido Okadaico e análogos – DSP*
DSP é causado pelo ácido okadaico – lipofílico – e seus
análogos - dinofisistoxinas (DTX1, DTX2 e DTX3)
Essas toxinas são inibidores potentes da proteína
fosfatase PP 1A e PP 2A.
Em 2007 mas de 150 notificações de intoxicação foram registradas.
Se estima que milhares de pessoas sentiram os sintomas de DSP.
Ácido Domóico - ASP
Figure 2: Pseudo-nitzschia spp. a-P. pseudodelicatissima b- P. pungens c- P. calliantha d- P. multiseries e- P. cf. australis f- P. pungens g- P. pseudodelicatissima. Figure a, b, c, d, MET; fig. e, f, g MO. Schramm et al. 2009
a b
c d
e f
g
10µ
m
10µ
m
10µ
m
Algumas espécies de diatomáceas
do gênero Pseudo-nitzschia
produzem ácido domóico e seus
análogos e causam o
envenenamento amnésico por
consumo de mariscos Amnesic Shellfish Poisoning ASP
O ácido domóico produz toxicidade
na célula pela ativção dos receptores
de glutamato, levando a um exesso
de cálcio e subsequente morte
celular
A saxitoxina e seus análogos se
ligam seletivamente a canais de
sódio eletrodependentes e bloqueia
as membranas excitávies.
Produz paralisia e em casos
extremos morte por asfixia.
Saxitoxina e análogos - PSP
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Qual o Problema?
Produção de moluscos bivalves em Santa Catarina
http://www.epagri.sc.gov.br/wp-content/uploads/2013/08/Sintese_informativa_da_maricultura_2013.pdf
Ostra Crassostrea gigas
Mexilhão Perna perna
Pela primeira vez no Brasil, houve interrupção do consumo por causa
conhecida de contaminação de moluscos por ficotoxinas em 2007.
Produção Brasileira em Aquicultura
Ministério da Pesca e Aquicultura - Brasil
~ 300 unidades Produção em 2011: 2,000 t
Produção Brasileira em Aquicultura
Ministério da Pesca e Aquicultura - Brasil
~ 300 unidades Produção em 2011: 16,000 t
95%
Desafio 3: Definir as síndromes a serem monitoradas/observadas e
variávies para diferentes ecossistemas
Fonte Toxinas de referência Limites máximos Método de detecção
Normas
INI n.7
08/05/2012
Portaria
n.204
28/06/2012
Saxitoxinas
(Stx, Neo-Stx, dc-Stx,
dc-Neo-Stx, etc.....)
800 g de equivalente de
saxitoxina / Kg
(400MU/100g)
Método biológico
HPLC - FLD
Ácido Domóico 20 mg de ác. domóico / Kg HPLC - DAD
Ácido Okadáico +
Dinophysistoxinas
(Dtx-1, Dtx-2, Dtx-3)
160 g de equivalente de
ácido okadáico / Kg
LC-MS/MS
Método biológico
Yessotoxinas
(Ytx, 45 OH Ytx, Homo
Ytx, 45 OH Homo Ytx)
1 mg de equivalente de
yessotoxinas / Kg
LC-MS/MS
Método biológico
Azaspirácidos
(AZA1, AZA2, AZA3)
160 g de equivalente de
azaspirácido / Kg
LC-MS/MS
Método biológico
Armação Itapocoroy
jan/06 jul/06 jan/07 jul/07 jan/08 jul/08 jan/09 jul/09 jan/10
ce
l L
-1
0
500
1000
1500
pp
m
15
20
25
30
35
40
G. catenatum
0
0,5
1
1,5
2
J M M J S N J M M J S N J M M J S N
(10
4).
cé
l.L
-1
2000 2001 2002
Gymnodinium catanenatum tem uma ocorrência bastante diferente
de D. acuminata e Pseudo-nitzschia
●Por que monitorar microalgas?
● Geralmente um aumento na concentração de microalgas toxigênicas precede os níveis críticos de toxinas em moluscos bivalves.
● Auxilia no direcionamento das análises de toxinas em moluscos
● Integrado ao monitoramento de toxinas é operacional e tem custo reduzido
● Pode ser utilizado para investigar a origem de novas toxinas
● Pode ser utilizada como parâmetro para alternância do nível do monitoramento
● Fornece informação para gestão da intensidade espacial e temporal do monitoramento
Operacionalização
• Coleta
• Transposte de amostras
• Laboratórios credenciados
•Avaliação
• Informação ao maricultor/população
• Fiscalização