monitoramento da qualidade da água e do uso e cobertura da ...€¦ · figura 16 - represa de são...
TRANSCRIPT
![Page 1: Monitoramento da qualidade da água e do uso e cobertura da ...€¦ · Figura 16 - Represa de São Pedro em outubro de 2014 destacando o assoreamento e o período ... sociedade (SAAD](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042312/5edb4951ad6a402d66656ca0/html5/thumbnails/1.jpg)
UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA
FACULDADE DE ENGENHARIA
CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL E SANITÁRIA
Hiago Fernandes Costa
Monitoramento da qualidade da água e
do uso e cobertura da terra
na bacia de contribuição da represa de São Pedro,
Juiz de Fora (MG) no período de 2005 a 2015
Juiz de Fora
2016
![Page 2: Monitoramento da qualidade da água e do uso e cobertura da ...€¦ · Figura 16 - Represa de São Pedro em outubro de 2014 destacando o assoreamento e o período ... sociedade (SAAD](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042312/5edb4951ad6a402d66656ca0/html5/thumbnails/2.jpg)
Hiago Fernandes Costa
Monitoramento da qualidade da água e do uso e cobertura da terra na bacia de
contribuição da represa de São Pedro, Juiz de Fora (MG) no período de 2005 a 2015
Trabalho Final de Curso apresentado ao
Colegiado do Curso de Engenharia Ambiental
e Sanitária da Universidade Federal de Juiz de
Fora, como requisito parcial à obtenção do
título de Engenheiro Ambiental e Sanitarista.
Orientador: Prof. Dr. Cézar Henrique Barra Rocha
Juiz de Fora
2016
![Page 3: Monitoramento da qualidade da água e do uso e cobertura da ...€¦ · Figura 16 - Represa de São Pedro em outubro de 2014 destacando o assoreamento e o período ... sociedade (SAAD](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042312/5edb4951ad6a402d66656ca0/html5/thumbnails/3.jpg)
Hiago Fernandes Costa
Monitoramento da qualidade da água e do uso e cobertura da terra na bacia de
contribuição da represa de São Pedro, Juiz de Fora (MG) no período de 2005 a 2015
Trabalho Final de Curso apresentado ao
Colegiado do Curso de Engenharia Ambiental
e Sanitária da Universidade Federal de Juiz de
Fora, como requisito parcial à obtenção do
título de Engenheiro Ambiental e Sanitarista.
Aprovada em:
BANCA EXAMINADORA
--
_______________________________________
Prof. Dr. Cézar Henrique Barra Rocha - Orientador
Universidade Federal de Juiz de Fora
________________________________________
Prof. MSc. Fabiano Amarante de Freitas
IFET Sudeste de Minas Gerais – Campus Barbacena
________________________________________
Prof. Dr. Otávio Eurico de Aquino Branco
Universidade Federal de Juiz de Fora
_______________________________________
Prof. Dr. Pedro José de Oliveira Machado
Universidade Federal de Juiz de Fora
![Page 4: Monitoramento da qualidade da água e do uso e cobertura da ...€¦ · Figura 16 - Represa de São Pedro em outubro de 2014 destacando o assoreamento e o período ... sociedade (SAAD](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042312/5edb4951ad6a402d66656ca0/html5/thumbnails/4.jpg)
Dedico este trabalho a minha família
e a todos os que estão próximos a mim
na caminhada de faculdade.
![Page 5: Monitoramento da qualidade da água e do uso e cobertura da ...€¦ · Figura 16 - Represa de São Pedro em outubro de 2014 destacando o assoreamento e o período ... sociedade (SAAD](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042312/5edb4951ad6a402d66656ca0/html5/thumbnails/5.jpg)
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus pela caminhada que Ele me ajudou a superar. Não foi
fácil, muitos trabalhos, provas, dores de cabeça, vontade de desistir, mas através da fé, Ele me
sustentou e sou grato pela conquista deste trabalho. Agradeço também à minha família,
destacando aqui meus pais Cirlélia e Alípio e meus irmãos Higor e Ingrid pelo apoio, pelos
cuidados, carinho e incentivo incondicional a todo o momento, durante toda a caminhada de
faculdade, sempre a meu lado querendo o meu melhor, me dando ânimo e força para chegar
até o fim.
Agradeço ainda aos demais familiares, meus avós, minha falecida avó Inácia pelos
cuidados e carinho na infância nos meus primeiros passos como estudante, aos tios e tias,
primos e primas e todos os amigos que também sempre incentivaram meus estudos.
Não poderia deixar de lembrar da minha namorada Pâmela que encontrei no meio da
jornada da faculdade, com quem aprendi e cresci muito e que também foi essencial para
conclusão deste sonho, apoiando e incentivando com muito carinho e amor.
Agradeço ainda aos professores e amigos de turma pelo que passamos e aprendemos
juntos e também, é claro, a meu orientador Cézar Henrique Barra Rocha e ao grupo NAGEA,
que me fizeram conhecer e interessar pela área, sempre acreditando em mim e me apoiando
na escolha e elaboração deste trabalho. Não poderia deixar de ser grato também a Companhia
de Saneamento Municipal – CESAMA pelos dados fornecidos para elaboração deste trabalho.
A todos o meu mais sincero obrigado!
![Page 6: Monitoramento da qualidade da água e do uso e cobertura da ...€¦ · Figura 16 - Represa de São Pedro em outubro de 2014 destacando o assoreamento e o período ... sociedade (SAAD](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042312/5edb4951ad6a402d66656ca0/html5/thumbnails/6.jpg)
“A água de boa qualidade é como a saúde ou a
liberdade: só tem valor quando acaba”.
(João Guimarães Rosa)
![Page 7: Monitoramento da qualidade da água e do uso e cobertura da ...€¦ · Figura 16 - Represa de São Pedro em outubro de 2014 destacando o assoreamento e o período ... sociedade (SAAD](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042312/5edb4951ad6a402d66656ca0/html5/thumbnails/7.jpg)
RESUMO
Os diversos usos que a água proporciona ao homem faz com que este recurso natural seja
essencial para nossa sobrevivência, tornando-se indispensável sua proteção com vistas a
garantia de melhor qualidade e quantidade. O presente trabalho trata da aplicação do Índice de
Conformidade ao Enquadramento – ICE na Bacia de Contribuição da Represa de São Pedro –
BCRSP no município de Juiz de Fora, Minas Gerais, entre os anos de 2005 e 2015, visando
identificar as alterações ocorridas na água e suas possíveis relações com as ações humanas.
Foram utilizados os seguintes parâmetros: Demanda Bioquímica de Oxigênio – DBO5,20,
Turbidez, pH e Escherichia coli, dados estes fornecidos pela Companhia de Saneamento
Municipal – CESAMA. Também foram monitoradas as alterações no uso e cobertura da terra
ocorridas nesta bacia hidrográfica durante este período de estudo. A aplicação do índice
mostrou que as águas da BCRSP se classificam ora como “Ruim”, ora como “Regular”,
apresentando quedas e melhoras ao longo desses 11 anos. As intervenções humanas ocorridas
na bacia neste período, destacando a duplicação da BR 040, início da construção da BR 440 e
do Condomínio Alphaville, justificaram os menores ICEs de 57, 61 e 62, respectivamente.
Associado a isto, as precipitações ocorridas também foram importantes nessas alterações, seja
tanto pelo aumento do carreamento, quanto à ausência de chuvas aumentando a carga
orgânica nas águas, principalmente devido ao lançamento de esgoto, como aconteceu no
longo período de estiagem em 2014, resultando no pior ICE de 55. Ficou bastante claro o
aumento da ocupação urbana na bacia de contribuição, saltando de 3% em 2006 para 7,3% em
2015, em especial em direção às áreas de pastagem. Um resultado interessante foi a pequena
recuperação das áreas de mata, apesar desta expressiva expansão urbana. A BCRSP também
se mostrou passível de ser recuperada, visto que nos anos em que as principais intervenções
cessaram, o ICE recuperou, revelando a possibilidade de preservação deste manancial de
abastecimento, caso haja um controle maior do poder público e da sociedade civil organizada.
![Page 8: Monitoramento da qualidade da água e do uso e cobertura da ...€¦ · Figura 16 - Represa de São Pedro em outubro de 2014 destacando o assoreamento e o período ... sociedade (SAAD](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042312/5edb4951ad6a402d66656ca0/html5/thumbnails/8.jpg)
ABSTRACT
The various uses that water gives the man makes this natural resource is essential for our
survival, making it essential to your protection to guarantee of better quality and quantity. The
present work deals with the application of the Establishment Conformity Index (ECI) in the
Contribution Watershed of the São Pedro Dam - CWSPD in Juiz de Fora, Minas Gerais,
between 2005 and 2015, aiming to identify the changes in water and its possible relations with
human actions. The following parameters were used: Biochemical Oxygen Demand -
BOD5,20, Turbidity, pH and Escherichia coli, these data were provided by the Municipal
Sanitation Company – CESAMA. The changes in land use and cover occurred in this
watershed during this study period were also monitored. The application of the index showed
that the waters of the CWSPD are classified either as "Bad", or as "Regular", presenting
reductions and improvements over the 11 years. The human interventions in the watershed in
this period, highlighting the duplication of BR 040, beginning of the construction of BR 440
and the Condominium Alphaville, justified the lowest ECI of 57, 61 and 62, respectively.
Linked to this, the rainfalls that occurred were also important in these alterations, either by
increasing the carriage, about the absence of rainfall increasing organic load in the waters,
mainly due to the release of sewage, as happened in the long period of drought in 2014,
resulting in the worst ECI 55. It was pretty clear also the increase of the urban occupation in
the contribution watershed, from 3% in 2006 to 7,3% in 2015, especially towards the pasture
areas. An interesting result was the small recovery of the forest areas despite this impressive
urban expansion. The CWSPD also proved to be able to be retrieved, since in the years in
which the main interventions have ceased, the ECI has recovered, revealing the possibility of
preserving this source of supply, since there is a greater control of the government and civil
society.
![Page 9: Monitoramento da qualidade da água e do uso e cobertura da ...€¦ · Figura 16 - Represa de São Pedro em outubro de 2014 destacando o assoreamento e o período ... sociedade (SAAD](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042312/5edb4951ad6a402d66656ca0/html5/thumbnails/9.jpg)
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 – Modelo conceitual do índice. Fonte: Adaptado de CCME (2001a) ........................ 15 Figura 2 - Localização da BCRSP. ........................................................................................... 20 Figura 3 - Fluxograma do processamento das imagens ............................................................ 23
Figura 4 - Comportamento da DBO5,20 durante o período estudado. ....................................... 24 Figura 5 - Comportamento da Turbidez durante o período estudado. ...................................... 25 Figura 6 - Comportamento do pH durante o período de estudo. .............................................. 26 Figura 7 - Comportamento do parâmetro Escherichia coli ao longo do período estudado ...... 26 Figura 8 - Resultados do ICE para a captação da Represa no período de 2005 a 2015. .......... 30
Figura 9 - Precipitação acumulada em todos os anos de estudo e as contribuições de cada mês
.................................................................................................................................................. 31
Figura 10 - Recorte da precipitação mensal ocorrida de 2005 a 2007 ..................................... 34 Figura 11 - Intervenção para duplicação da BR 040. Fonte: Juiz de Fora (2007). ................... 35 Figura 12 – Porcentagem de cada classe em relação a área total da BCRSP no ano de 2006. 39 Figura 13 - Porcentagem de cada classe em relação a área total da BCRSP no ano de 2015. . 39
Figura 14 – Uso da terra na BCRSP no ano de 2006. .............................................................. 40 Figura 15 - Uso da terra na BCRSP no ano de 2015 ................................................................ 41
Figura 16 - Represa de São Pedro em outubro de 2014 destacando o assoreamento e o período
de seca ocorrido neste ano. ....................................................................................................... 42
![Page 10: Monitoramento da qualidade da água e do uso e cobertura da ...€¦ · Figura 16 - Represa de São Pedro em outubro de 2014 destacando o assoreamento e o período ... sociedade (SAAD](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042312/5edb4951ad6a402d66656ca0/html5/thumbnails/10.jpg)
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Uso das águas doces conforme classe de enquadramento ........................................ 8
Tabela 2 – Limites estabelecidos pela Resolução CONAMA nº 357/2005 para os parâmetros
E. Coli, DBO5,20, Turbidez e pH. ................................................................................................ 9 Tabela 3 - Classificação e significado de cada classe do ICE .................................................. 18 Tabela 4 - Estatística descritiva dos parâmetros analisados no período de 2005 a 2015. ........ 28 Tabela 5 - Comparação entre o uso da terra na BCRSP entre os anos de 2006 e 2015 ........... 38
![Page 11: Monitoramento da qualidade da água e do uso e cobertura da ...€¦ · Figura 16 - Represa de São Pedro em outubro de 2014 destacando o assoreamento e o período ... sociedade (SAAD](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042312/5edb4951ad6a402d66656ca0/html5/thumbnails/11.jpg)
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 1 2 OBJETIVOS........................................................................................................................ 5
2.1 OBJETIVO GERAL .................................................................................................... 5 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ...................................................................................... 5
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................................ 6 3.1 Água ............................................................................................................................. 6 3.2 Bacia Hidrográfica ....................................................................................................... 6
3.3 Enquadramento de corpos d’água ................................................................................ 7 3.4 Parâmetros de qualidade da água utilizados nessa Pesquisa ........................................ 9 3.5 Índice de Conformidade ao Enquadramento ............................................................. 13
4 METODOLOGIA ............................................................................................................. 19 4.1 Caracterização da área ............................................................................................... 19 4.2 Dados utilizados ......................................................................................................... 20 4.3 Geoprocessamento ..................................................................................................... 22
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................................................... 24 5.1 Resultados do Índice de Conformidade ao Enquadramento ........................................... 24
5.2 Resultados do uso do solo na bacia de Contribuição da Represa de São Pedro ............. 37 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 45
7 RECOMENDAÇÕES ....................................................................................................... 47 8 REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 48 9 ANEXO ............................................................................................................................. 58
![Page 12: Monitoramento da qualidade da água e do uso e cobertura da ...€¦ · Figura 16 - Represa de São Pedro em outubro de 2014 destacando o assoreamento e o período ... sociedade (SAAD](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042312/5edb4951ad6a402d66656ca0/html5/thumbnails/12.jpg)
1
1 INTRODUÇÃO
O Brasil, apesar de ser um dos países mais ricos em disponibilidade hídrica, possui
diversas cidades que sofrem frequentemente com problemas relacionados ao abastecimento de
água, tanto devido à baixa qualidade, quanto à pequena quantidade deste recurso, remetendo
para a necessidade de se estabelecer um processo de gestão dos recursos hídricos no país
(AMARO, 2009).
A vida humana é extremamente dependente da água, pois ela proporciona múltiplos
usos indispensáveis a nossa sobrevivência, tais como: o consumo humano, o abastecimento
industrial, a irrigação, a produção de energia elétrica e as atividades de lazer e recreação,
assim como a preservação da vida aquática (BARROS et al., 2012).
Tendo em vista que a água é um dos principais recursos naturais disponíveis para a
sociedade (SAAD et al. 2007), é importante compreender a dinâmica das águas, além de
entender quais fatores interferem em sua qualidade e quantidade para que se possa planejar o
seu uso. Sendo estes itens essenciais para a manutenção da espécie humana no planeta, Vasco
et al. (2011) destacam a importância de se estudar as bacias hidrográficas urbanas e rurais
para que se possa buscar o equilíbrio entre a exploração de recursos naturais e a
sustentabilidade ambiental.
Um dos principais instrumentos que sustentam a gestão dos recursos hídricos é o
monitoramento da qualidade das águas (GUEDES et al., 2012). Buscando uma melhor gestão
dos recursos hídricos, muitos estudos vêm sendo realizados no intuito de determinar a
qualidade das águas de rios, lagos e represas através do monitoramento dos parâmetros
físicos, químicos e biológicos da água (ROCHA et al., 2014). Segundo Viana et al. (2013), o
monitoramento da qualidade da água é um fator essencial para os gestores, pois conforme
completam Cunha & Calijuri (2010), o monitoramento ambiental nos permite conhecer o
comportamento da qualidade das águas ao longo do tempo e do espaço e assim realizar um
amplo diagnóstico da bacia, compreendendo as respostas do ecossistema aquático aos
impactos antrópicos na sua área de drenagem ou de influência.
Assim, para que os mananciais possam fornecer água em maior quantidade e melhor
qualidade, há a necessidade de se ordenar o uso e ocupação do solo nas bacias de drenagem
dos mesmos, a fim de evitar, ou ao menos, minimizar processos que atuem na degradação das
águas (LATUF, 2004). A ocupação destas áreas acontece de maneira desordenada,
impulsionada, principalmente, pelo crescimento populacional acelerado, expansão das áreas
agrícolas e intensa urbanização (VASCO et al., 2011).
![Page 13: Monitoramento da qualidade da água e do uso e cobertura da ...€¦ · Figura 16 - Represa de São Pedro em outubro de 2014 destacando o assoreamento e o período ... sociedade (SAAD](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042312/5edb4951ad6a402d66656ca0/html5/thumbnails/13.jpg)
2
A cidade de Juiz de Fora, localizada na Bacia do Rio Paraibuna, pertencente à Bacia
do Rio Paraíba do Sul, em Minas Gerais, se encontra inserida neste cenário, possuindo um
elevado crescimento demográfico e uma urbanização intensa. O censo de 2010 mostra que
nos últimos 20 anos o crescimento populacional da cidade foi de 25,2% totalizando 516.247
habitantes (IBGE, 2014).
De acordo com Ribeiro & Pizzo (2011), o crescimento da cidade de Juiz de Fora vem
acontecendo em direção aos mananciais do município. Isto gera movimentações de terra e
retiradas de vegetação para dar lugar às edificações e demais obras estruturais, o que
consequentemente provoca o assoreamento destes reservatórios e assim uma grande redução
do volume d`água a ser armazenado pelos mesmos (MACHADO, 2006). Além de alterar a
disponibilidade da água, as atividades antrópicas somadas aos múltiplos usos desenvolvidos
nas bacias hidrográficas são capazes de provocar diversos impactos nos ecossistemas,
afetando, consequentemente, a qualidade das águas e seus usos, havendo ainda a possibilidade
de prejudicar a saúde da população que consome ou faz algum tipo de uso dessa água
possivelmente contaminada (SILVA et al.,2012).
Em Juiz de Fora, já existem mananciais que se encontram inoperantes, como por
exemplo, a Represa Poço D’Anta que foi desativada em 2006. A Represa de São Pedro, ainda
não foi desativada, mas poderá deixar de abastecer o município, caso nenhuma atitude
visando sua recuperação seja tomada (Ribeiro & Pizzo, 2011).
O município conta atualmente com quatro mananciais de abastecimento, sendo eles a
Represa Doutor João Penido, o Ribeirão Espírito Santo, a Barragem de Chapéu D’Uvas e a
Represa de São Pedro, esta última com capacidade de abastecer aproximadamente 5,5% do
município, sendo esta a região denominada de Cidade Alta (JUIZ DE FORA, 2014). Segundo
a CESAMA (2016) - Companhia de Saneamento Municipal, a Represa de São Pedro
apresenta ocupações concentradas em sua bacia hidrográfica, sendo estas atividades
incompatíveis com este local, o que torna este manancial ameaçado por esse processo de
degradação, observando-se intensos assoreamentos em época de seca, quando a vazão é muito
reduzida.
O PDDU (2000) - Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano ainda reforça que o
processo de implantação da BR-040, que seccionou a bacia hidrográfica da Represa de São
Pedro numa extensão de aproximadamente 4 km, provocou o início de assoreamento da
mesma, hoje agravado com a movimentação de terra, dado ao desmatamento e a crescente
ocupação das margens da Represa, principalmente nas nascentes, podendo comprometer a
![Page 14: Monitoramento da qualidade da água e do uso e cobertura da ...€¦ · Figura 16 - Represa de São Pedro em outubro de 2014 destacando o assoreamento e o período ... sociedade (SAAD](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042312/5edb4951ad6a402d66656ca0/html5/thumbnails/14.jpg)
3
qualidade e a quantidade da água armazenada. Atualmente existe ainda a construção da BR-
440, a qual vem sendo executada às margens da represa, logo na Área de Preservação
Permanente (APP) deste manancial, visando interligar a BR-267 com a BR-040, prejudicando
ainda mais a qualidade de suas águas, acelerando o processo de degradação deste manancial
(FREITAS, 2015). Essa questão já havia sido levantada pelo Prof. Cezar H. Barra Rocha
devido à proximidade de cinco metros entre a BR- 440 e a represa, denunciando o risco de
contaminação das águas apenas pela pirólise – queima dos combustíveis dos veículos –, em
curto prazo de tempo, não precisando nem acontecer acidentes com cargas perigosas
(VANINI, 2011). A ausência da Mata Ciliar não permitiria a retenção desses compostos –
Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos (HPA) –, como acontece no caso da amenização dos
efeitos da BR-040 (SOUZA, 2008).
Entretanto, pesquisas conduzidas pelo Núcleo de Análise Geo Ambiental (NAGEA)
da UFJF de 2012 até 2016 encontraram vazões da ordem de 500 litros/segundo, considerando
os dois principais córregos que abastecem essa Represa: São Pedro e Grota do Pinto
(VALENTE, 2015). Considerando que a Estação de Tratamento de Água trata atualmente 120
litros/segundo, poder-se-ia aumentar de forma considerável a sua capacidade de
abastecimento, extraindo da Represa uma maior vazão, respeitando as vazões mínimas,
aproveitando a vantagem das redes prontas e mais curtas e a posição em cota já alta atendendo
vários bairros por gravidade. Outro aspecto também estudado por este Grupo comprova que a
autodepuração da Represa de São Pedro, no ponto de captação, apresenta resultados melhores
que na captação da Represa Dr. João Penido (ROCHA et al., 2016a).
Desta forma, torna-se evidente a importância do monitoramento dos mananciais
destinados ao abastecimento público como a Represa de São Pedro, a fim de se realizar uma
gestão adequada deste recurso visando assegurar a disponibilidade da mesma em padrões de
qualidade adequados aos respectivos usos para as atuais e futuras gerações, conforme objetiva
a Lei nº 9433/1997 (BRASIL, 1997).
Para Costa et al. (2012) e Amaro (2009), índices e indicadores ambientais são
importantes na estratégia de programas de monitoramento e gestão ambiental por converter
uma série de informações através de um único número, um símbolo, uma cor ou descrição
verbal de fácil compreensão, possibilitando a tomada de decisões por gestores em várias áreas
de atuação. Um dos índices mais utilizados na área de recursos hídricos é o Índice de
Qualidade da Água (IQA), desenvolvido em 1970, pela National Sanitation Foudation (NSF)
dos Estados Unidos baseando-se numa pesquisa de opinião junto a especialistas na área
![Page 15: Monitoramento da qualidade da água e do uso e cobertura da ...€¦ · Figura 16 - Represa de São Pedro em outubro de 2014 destacando o assoreamento e o período ... sociedade (SAAD](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042312/5edb4951ad6a402d66656ca0/html5/thumbnails/15.jpg)
4
(IGAM, 2014). Existem também outros índices como, por exemplo, o Índice de
Conformidade ao Enquadramento (ICE), Índice de Estado Trófico (IET) e Índice de
Balneabilidade (IB).
De todos esses índices citados, o que mostrou maior aderência com a realidade dos
mananciais estudados pelo NAGEA em Juiz de Fora foi o ICE (ROCHA et al., 2015a).
Trabalhos já publicados pelo Grupo mostram que o IQA homogeneíza pontos totalmente
diferentes, por exemplo, nascentes, fozes e captações (ROCHA et al., 2015b). O IQA
CETESB também foi muito criticado por outros pesquisadores em outras regiões do Brasil
(BARROS et al., 2012; SILVA et al. ,2012). Moretto et al. (2012) e Cunha et al. (2013)
também questionaram os resultados dos IQA à luz da Resolução CONAMA nº 357/2005 e a
necessidade de readequação desses índices.
Sabe-se que a ocupação desordenada e as atividades no entorno dos mananciais de
abastecimento público comprometem substancialmente a qualidade da água, o que acaba por
elevar o custo do tratamento para atendimento às necessidades da população, por proporcionar
um desgaste dos mananciais de abastecimento, o que por sua vez exigirá ainda mais o uso de
produtos químicos a fim de tornar a água potável visando o consumo, e também por passar a
demandar pontos para captação cada vez mais distantes dos consumidores.
Portanto, o presente trabalho tem por objetivo diagnosticar a situação da bacia de
contribuição da Represa de São Pedro, no município de Juiz de Fora, através da aplicação do
Índice de Conformidade ao Enquadramento – ICE.
Esse objetivo geral é motivado pela importância do monitoramento e gestão das águas,
a fim de subsidiar aos gestores, fornecendo o conhecimento do grau de comprometimento em
que se encontra a represa em questão, procurando evitar ações ainda mais tardias para sua
recuperação ambiental, possibilitando a identificação dos principais tipos de poluição e suas
fontes, seja pontual ou difusa.
![Page 16: Monitoramento da qualidade da água e do uso e cobertura da ...€¦ · Figura 16 - Represa de São Pedro em outubro de 2014 destacando o assoreamento e o período ... sociedade (SAAD](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042312/5edb4951ad6a402d66656ca0/html5/thumbnails/16.jpg)
5
2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Monitorar a qualidade das águas no ponto de captação da Represa de São Pedro entre
os anos de 2005 e 2015 através da aplicação do Índice de Conformidade ao Enquadramento
(ICE), bem como o uso e cobertura da terra na bacia de contribuição desta represa durante o
mesmo período.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Verificar o comportamento do Índice de Conformidade ao Enquadramento (ICE) no
período de 2005 a 2015.
Gerar cartas de uso e cobertura da terra para os anos de 2005 e 2015 para avaliação das
alterações ocorridas.
Observar possíveis relações entre o uso da terra e a qualidade da água.
Analisar o comportamento pluviométrico do período de estudo e suas implicações
possíveis nos parâmetros de qualidade da água estudados.
![Page 17: Monitoramento da qualidade da água e do uso e cobertura da ...€¦ · Figura 16 - Represa de São Pedro em outubro de 2014 destacando o assoreamento e o período ... sociedade (SAAD](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042312/5edb4951ad6a402d66656ca0/html5/thumbnails/17.jpg)
6
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1 Água
A água é um dos principais recursos naturais presentes no planeta, sendo essencial
para a subsistência do homem, principalmente pelo fato de diversas atividades humanas serem
dependentes deste recurso, como o abastecimento humano, o uso industrial, o uso na
agricultura, a geração de energia elétrica, turismo, lazer, dessedentação animal, pesca, dentre
outros. Apesar disso, como afirmam Saad et al. (2007), a água é uma das principais formas
de difusão de agentes patogênicos.
A água é um bem de domínio público, um recurso limitado e que possui valor
econômico sendo destinada prioritariamente ao consumo humano e à dessedentação de
animais em caso de escassez (BRASIL, 1997).
O comprometimento da qualidade das águas está atrelado às diversas fontes de
poluição. Na Região Hidrográfica Atlântico Sudeste, a qual engloba o município de Juiz de
Fora, apresenta como algumas das principais fontes de poluição das águas o lançamento de
efluentes domésticos e industriais, a mineração, atividades agropecuárias e manejo
inadequado do solo, a disposição imprópria de resíduos sólidos e acidentes ambientais (ANA,
2005). Existem ainda outras fontes antrópicas capazes de alterar a qualidade das águas no
Brasil como, por exemplo, a suinocultura, a ocupação desordenada e o consequente
desmatamento, a salinização, construção de barragens, poluição difusa em áreas urbanas e a
aquicultura, podendo ocorrer também a poluição por causas naturais como a decomposição de
biomassa vegetal que fica submersa em períodos de cheia na Região Hidrográfica do Paraguai
(ANA, 2005).
3.2 Bacia Hidrográfica
Todos os espaços estão inseridos em uma bacia hidrográfica sobre a qual se
desenvolvem relações sociais e ecológicas (TURRETTA, 2011). Este mesmo autor simplifica
a definição de bacia hidrográfica afirmando ser uma região que faz convergir toda a drenagem
para um rio principal e seus afluentes. Em contrapartida, Heller e Pádua (2010) definem esta
unidade territorial de forma mais técnica, afirmando que a bacia hidrográfica é uma unidade
fisiográfica, delimitada pelas cristas das elevações do terreno ou divisores de água, que
recolhe a precipitação, funciona como um reservatório de água e sedimentos, convergindo
![Page 18: Monitoramento da qualidade da água e do uso e cobertura da ...€¦ · Figura 16 - Represa de São Pedro em outubro de 2014 destacando o assoreamento e o período ... sociedade (SAAD](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042312/5edb4951ad6a402d66656ca0/html5/thumbnails/18.jpg)
7
todos estes elementos dos pontos mais altos para os mais baixos até que alcance um ponto
único denominado de exutório.
Esses mesmos autores complementam ainda que a integração entre as conformações
de relevo e a drenagem é feita por meio da bacia hidrográfica, sendo que a rede de drenagem
de uma bacia hidrográfica é formada pelo rio principal e seus tributários, constituindo-se
assim em um sistema de transporte de água e sedimentos.
Conforme a Lei nº 9433/1997 que instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos, a
bacia hidrográfica é a unidade de planejamento territorial, nas quais serão implementadas
políticas voltadas para sua gestão e proteção (BRASIL, 2007).
3.3 Enquadramento de corpos d’água
Segundo a Resolução CONAMA nº 357/2005, o enquadramento expressa metas a
serem alcançadas em determinado curso d’água baseando-se nos níveis de qualidade que este
curso d’água deveria possuir a fim de atender as necessidades da população e não em seu
estado atual. A Lei nº 9.433/1997 que instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos
complementa que o enquadramento dos corpos d’água em classes, segundo os usos
preponderantes da água, tem por objetivo garantir às águas uma qualidade compatível a qual
esta foi destinada, reduzindo desta forma os gastos com a recuperação de danos causados a
elas. Desta maneira, o enquadramento dos cursos d’água em classes proporciona o
estabelecimento de um objetivo a ser alcançado ou mantido, ou seja, um nível de qualidade
que aquele corpo d’água deverá apresentar ou manter para atender aos seus usos mais
exigentes ao longo do tempo.
Os comitês de bacia deverão discutir e aprovar a proposta de enquadramento dos
corpos d’água, sendo a sua deliberação de responsabilidade dos conselhos de recursos
hídricos (ANA, 2013). O processo de enquadramento leva em consideração diversos fatores,
tais como, os usos desejados para o corpo d’água, a condição atual deste corpo hídrico, a
viabilidade técnica e os custos necessários para o alcance dos padrões de qualidade
estabelecidos pelo enquadramento (ANA, 2013).
Conforme a Resolução CONAMA nº 357/2005, as águas doces são classificadas em
cinco classes sendo elas: classe especial, classe 1, classe 2, classe 3 e classe 4 as quais são
destinadas a diferentes usos conforme tabela 1.
![Page 19: Monitoramento da qualidade da água e do uso e cobertura da ...€¦ · Figura 16 - Represa de São Pedro em outubro de 2014 destacando o assoreamento e o período ... sociedade (SAAD](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042312/5edb4951ad6a402d66656ca0/html5/thumbnails/19.jpg)
8
Tabela 1 – Uso das águas doces conforme classe de enquadramento
Classe Uso da água
Classe Especial
a) abastecimento para consumo humano, com
desinfecção;
b) preservação do equilíbrio natural das
comunidades aquáticas;
c) preservação dos ambientes aquáticos em
unidades de conservação de proteção
integral.
Classe 1
a) abastecimento para consumo humano,
após tratamento simplificado;
b) proteção das comunidades aquáticas;
c) recreação de contato primário, tais como
natação, esqui aquático e mergulho,
conforme Resolução CONAMA nº 274, de
2000;
d) irrigação de hortaliças que são consumidas
cruas e de frutas que se desenvolvam rentes
ao solo e que sejam ingeridas cruas sem
remoção de película;
e) proteção das comunidades aquáticas em
Terras Indígenas
Classe 2
a) abastecimento para consumo humano,
após tratamento convencional;
b) proteção das comunidades aquáticas;
c) recreação de contato primário, tais como
natação, esqui aquático e mergulho,
conforme Resolução CONAMA nº 274, de
2000;
d) irrigação de hortaliças, plantas frutíferas e
de parques, jardins, campos de esporte e
lazer, com os quais o público possa vir a ter
contato direto;
e) aquicultura e a atividade de pesca.
Classe 3
a) abastecimento para consumo humano,
após tratamento convencional ou avançado;
b) irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas
e forrageiras;
c) pesca amadora;
d) recreação de contato secundário;
e) dessedentação de animais.
Classe 4 a) navegação;
b) harmonia paisagística.
Fonte: Adaptado BRASIL (2005) – CONAMA nº 357/2005
![Page 20: Monitoramento da qualidade da água e do uso e cobertura da ...€¦ · Figura 16 - Represa de São Pedro em outubro de 2014 destacando o assoreamento e o período ... sociedade (SAAD](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042312/5edb4951ad6a402d66656ca0/html5/thumbnails/20.jpg)
9
A Resolução CONAMA nº 357/2005 em seu artigo 7º relata que os padrões de
qualidade das águas determinados por esta resolução estabelecem limites individuais para
cada substância conforme cada classe de enquadramento. De acordo com a Deliberação
Normativa COPAM n° 16/1996, o Córrego São Pedro de suas nascentes até a captação de
água da Represa de São Pedro se enquadra como de Classe 1. A Tabela 2 enfatiza os limites
de alguns parâmetros de maior interesse para o presente estudo.
Tabela 2 – Limites estabelecidos pela Resolução CONAMA nº 357/2005 para os parâmetros E. Coli,
DBO5,20, Turbidez e pH.
Parâmetro Limite Resolução CONAMA nº 357/2005
Escherichia coli
200 de coliformes termotolerantes por 100
mililitros em 80% ou mais, de pelo menos 6
amostras, coletadas durante o período de um
ano, com frequência bimestral. A
Escherichia Coli poderá ser determinada em
substituição ao parâmetro coliformes
termotolerantes de acordo com limites
estabelecidos pelo órgão ambiental
competente.
DBO5,20 Até 3 mg/L
Turbidez Até 40 UNT
pH 6,0 a 9,0
Fonte: Adaptado BRASIL (2005).
3.4 Parâmetros de qualidade da água utilizados nessa Pesquisa
A partir de uma série de dados de diversos parâmetros fornecidos pela Companhia de
Saneamento Municipal – CESAMA ao longo dos anos compreendidos entre 2005 e 2015,
como Oxigênio Dissolvido, Ferro, Demanda Química de Oxigênio – DQO, Cloreto, Fósforo,
Nitrogênio, Cor, Alumínio, Manganês, Alcalinidade, Dureza, Oxigênio Consumido,
Condutividade, Coliformes Totais e Cianobactérias, foram selecionados para a aplicação do
ICE os seguintes parâmetros: pH, Turbidez, DBO5,20 e Escherichia coli. Esta escolha ocorreu
visando respeitar algumas restrições para aplicação do ICE de maneira mais adequada como,
por exemplo, possuir ao menos quatro parâmetros para aplicação, os quais devem possuir no
mínimo quatro coletas ao longo do ano, sendo aplicados sempre os mesmos parâmetros em
todos os anos para que haja uma comparação adequada (CCME, 2001a). Sendo assim, apenas
o pH, a Turbidez, a DBO5,20 e a Escherichia coli mostraram-se dentro dos critérios para
![Page 21: Monitoramento da qualidade da água e do uso e cobertura da ...€¦ · Figura 16 - Represa de São Pedro em outubro de 2014 destacando o assoreamento e o período ... sociedade (SAAD](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042312/5edb4951ad6a402d66656ca0/html5/thumbnails/21.jpg)
10
aplicação do índice proposto, apresentando uma série de dados mais contínua e
enquadramento na Resolução CONAMA nº 357/2005.
Destaca-se que todos os quatro parâmetros utilizados são de suma importância nos
estudos que visam monitorar a qualidade das águas, conforme detalhados a seguir.
pH – Potencial Hidrogeniônico
O pH é um parâmetro químico e representa a concentração de íons hidrogênio H+
na
água, fornecendo desta forma uma indicação quanto à acidez (pH entre 0 e 7), neutralidade
(pH = 7) ou alcalinidade (pH entre 7 e 14) da mesma. As condições que influenciam nos
valores de pH das águas podem ser naturais ou antropogênicas. Dentre as condições naturais
estão a dissolução de rochas, a absorção de gases atmosféricos, a oxidação da matéria
orgânica e a fotossíntese; já as condições antropogênicas são, principalmente, devido aos
despejos domésticos e industriais (SPERLING, 2005; LIBÂNIO, 2010).
O pH é um parâmetro muito importante nos estudos ambientais, principalmente pelo
fato de influenciar no equilíbrio químico de diversas reações que ocorrem naturalmente ou em
processos unitários de tratamento de água sendo frequentemente utilizado na caracterização
destas águas (CESTESB, 2015; SPERLING, 2005).
Valores baixos de pH fazem com que a água apresente certo grau de corrosividade e
agressividade nas tubulações e peças de abastecimento, enquanto que valores elevados
possibilitam incrustações nestas estruturas. Valores de pH afastados da neutralidade podem
afetar a vida aquática, como os peixes (SPERLING, 2005).
Segundo Libânio (2010), o pH influencia em vários aspectos, tais como na cor da água
devido à sua interferência no grau de solubilidade de diversas substâncias, na distribuição das
formas livres e ionizadas de vários compostos químicos, bem como na definição do grau de
toxicidade de diversos elementos.
A Resolução CONAMA nº 357/2005 estabelece que em águas doces,
independentemente da classe, o pH deve estar entre 6 e 9.
Turbidez
A Turbidez é um parâmetro físico e representa o grau com que os sólidos em
suspensão presentes na água atenuam a passagem de luz no meio líquido, proporcionando
aparência turva à água (CETESB, 2015). A turbidez pode ter origem natural através de
![Page 22: Monitoramento da qualidade da água e do uso e cobertura da ...€¦ · Figura 16 - Represa de São Pedro em outubro de 2014 destacando o assoreamento e o período ... sociedade (SAAD](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042312/5edb4951ad6a402d66656ca0/html5/thumbnails/22.jpg)
11
partículas de rocha, argila e silte, algas e outros microoganismos ou origem antropogênica por
meio de despejos industriais e domésticos, microrganismos ou erosão (SPERLING, 2005).
Segundo Sperling (2005), este é um parâmetro muito utilizado na caracterização de
águas de abastecimento brutas e tratadas, podendo servir de abrigo para organismos
patogênicos e assim reduzir a eficiência da desinfecção e estar associada a compostos tóxicos.
Além disso, a alta turbidez é um problema para realização da fotossíntese da vegetação
enraizada e algas em corpos d’água, visto a ocorrência de interferências na penetração da luz
neste ambiente, afetando assim a produtividade de peixes e as comunidades biológicas
aquáticas em geral (CETESB, 2015).
Em lagos e represas, ou seja, em ambientes lênticos, a turbidez tende a ser bastante
reduzida, frequentemente menor do que 10 UNT. No Brasil, a turbidez tende a ser mais
elevada nas localidades com solos erodíveis, pois a ação das chuvas pode carrear partículas de
argila, silte, areia, fragmentos de rocha e óxidos metálicos deste solo para os corpos d’água
(LIBÂNIO, 2010). Segundo a CETESB (2015), o aumento da turbidez nas águas pode estar
ligado à erosão das margens dos rios em estações chuvosas, sendo tal processo intensificado
pelo mau uso do solo.
Conforme Libânio (2010), quase todas as estações de tratamento de água do mundo
monitoram este parâmetro, principalmente pela rapidez e facilidade de determinação, sendo
seu valor reportado em unidades de turbidez (uT), também denominada unidades
nefelométricas de turbidez (UNT).
A Resolução CONAMA nº 357/2005 traz como padrões para águas doces os valores
de até 40 UNT para as águas enquadradas como de classe 1, até 100 UNT para classes 2 e 3,
não havendo limites estabelecidos para classe 4.
Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO5,20)
A Demanda Bioquímica de Oxigênio – DBO5,20 é uma medida indireta para
quantificação da matéria orgânica, a qual é uma característica muito importante, provocando
um dos principais problemas relacionados à poluição das águas, principalmente pelo fato de
que durante a estabilização e utilização da matéria orgânica em processos metabólicos dos
microrganismos, acontece o consumo do oxigênio dissolvido da água, provocando assim o
desaparecimento da vida aquática (SPERLING, 2005; MENEZES et al. 2012).
Desta forma, a determinação da DBO5,20 se baseia na necessidade de oxigênio
dissolvido pelos microrganismos para estabilizar a matéria orgânica presente na água, num
![Page 23: Monitoramento da qualidade da água e do uso e cobertura da ...€¦ · Figura 16 - Represa de São Pedro em outubro de 2014 destacando o assoreamento e o período ... sociedade (SAAD](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042312/5edb4951ad6a402d66656ca0/html5/thumbnails/23.jpg)
12
período de cinco dias e a uma temperatura de 20°C, sendo tal parâmetro dado em mg/L
(LIBÂNIO, 2010).
A DBO5,20 pode ser originada de forma natural por meio de matéria orgânica vegetal e
animal ou microrganismos, ou ainda através da ação humana por meio de despejos
domésticos e industriais (SPERLING, 2005). Conforme Sperling (2005), a DBO5,20,
juntamente com a DQO – Demanda Química de Oxigênio, é um dos parâmetros de maior
importância para caracterizar o grau de poluição que um corpo d’água apresenta.
Na Resolução CONAMA nº 357/2005 se estabelece que para águas doces de classe 1,
o valor máximo para a DBO5,20 deve ser de 3 mg/L, para águas classe 2 de até 5 mg/L e até 10
mg/L para águas doces classe 3, não havendo limite estabelecido para a classe 4.
Escherichia Coli (E. coli)
Escherichia coli são bactérias em forma de bastonete curto, são Gram-negativas, não
esporuladas, medindo entre 1,1 a 1,5 µm por 2 a 6 µm, sendo que em sua grande maioria são
móveis, devido a existência de flagelos peritríqueos (CORRÊA, 2012). A Eschericha coli é
um dos principais representantes do grupo de coliformes termotolerantes, diferenciando-se
dos demais microorganismos deste grupo pelo fato de somente a Escherichia coli ser
proveniente exclusivamente de fezes humanas, de mamíferos e pássaros apresentando-se
nestes indivíduos em altas concentrações, sendo dificilmente encontrada na água ou no solo
que não tenha recebido contaminação fecal (CETESB, 2015).
O Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM, 2013) também afirma que a espécie
Escherichia coli é o único representante dentre os coliformes termotolerantes que pode ser um
indicador de forma inequívoca da contaminação por fezes humanas ou animais em águas
doces. Sua presença indica ainda uma contaminação fecal recente (ela não sobrevive muito
tempo no meio ambiente) e de eventual presença de organismos patogênicos (BRASIL,
2004).
De acordo com Saviolli (2010) a presença de dejetos de diversos tipos favorece a
disseminação das bactérias como a Escherichia coli, proporcionando a contaminação
ambiental, em especial de cursos d’água e praias.
O ambiente natural da Escherichia coli é o trato intestinal, porém a mesma pode ser
encontrada em locais de criação de aves, na água, na poeira, possuindo a capacidade de
crescer rapidamente utilizando uma grande variedade de tipos de nutrientes (ANDRADE,
2005).
![Page 24: Monitoramento da qualidade da água e do uso e cobertura da ...€¦ · Figura 16 - Represa de São Pedro em outubro de 2014 destacando o assoreamento e o período ... sociedade (SAAD](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042312/5edb4951ad6a402d66656ca0/html5/thumbnails/24.jpg)
13
A bactéria Escherichia coli apresentam-se no ambiente desde linhagens comensais à
linhagens patogênicas para os indivíduos que a hospedam, sejam humanos ou animais
(ALVES, 2012).
A Resolução CONAMA nº 357/2005 estabelece limites para a classe 1, classe 2 e
classe 3 referentes à coliformes termotolerantes, porém ressalta que a Escherichia coli poderá
substituir o parâmetro coliformes termotolerantes de acordo com limites estabelecidos pelo
órgão ambiental competente. A Deliberação Normativa COPAM/CERH-MG n° 01/2008
complementa que a Escherichia coli poderá substituir os coliformes termotolerantes
observando os mesmos limites estabelecidos para este último.
3.5 Índice de Conformidade ao Enquadramento
O Índice de Conformidade ao Enquadramento (ICE) foi desenvolvido no Canadá em
1997 pela Canadian Council of Ministers of the Enviromental Water Quality Index – CCME
WQI (CCME, 2001a). O ICE é baseado na excedência aos padrões de qualidade da água
estabelecidos e incorpora três elementos: abrangência - número de parâmetros que não
cumprem os objetivos de qualidade da água pelo menos uma vez; frequência - número de
vezes que o parâmetro não atendeu aos padrões de qualidade; e amplitude – diferença entre o
valor medido e o limite definido para o enquadramento segundo a Resolução CONAMA nº
357/2005. Este índice é uma representação do número de parâmetros que superam os limites
estabelecidos, bem como a frequência e a magnitude dessas superações (CCME, 2009).
A aplicação de índices como o ICE auxiliam na redução e simplificação de
informações em resultados únicos, mais facilmente interpretáveis. O ICE possui uma fácil
aplicação, sendo um índice bastante flexível, pois não restringe quais variáveis devem ser
utilizadas como no Índice de Qualidade da Água (IQA) amplamente utilizado no Brasil e
ainda nos permite averiguar se determinado corpo hídrico encontra-se mais próximo ou mais
afastado do enquadramento proposto para o mesmo.
Segundo Amaro (2009), o índice canadense se baseia na comparação entre os
resultados dos parâmetros monitorados em determinado curso d’água com os valores
estabelecidos pelo enquadramento, legislação ou aqueles determinados cientificamente.
Como já foi colocado, de acordo com a Deliberação Normativa COPAM n° 16/1996, o
Córrego São Pedro de suas nascentes até a captação de água da Represa de São Pedro é
enquadrado como de classe 1, logo os parâmetros monitorados foram comparados com os
respectivos limites de águas doces de classe 1 tratados na Resolução CONAMA nº 357/2005.
![Page 25: Monitoramento da qualidade da água e do uso e cobertura da ...€¦ · Figura 16 - Represa de São Pedro em outubro de 2014 destacando o assoreamento e o período ... sociedade (SAAD](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042312/5edb4951ad6a402d66656ca0/html5/thumbnails/25.jpg)
14
Segundo Cunha e Calijuri (2010), o monitoramento do meio aquático deve sempre
proporcionar uma forma de comparação entre o que foi observado no meio, através dos
parâmetros estudados, e o que preconiza o enquadramento daquele meio aquático baseado nos
limites destes mesmos parâmetros estabelecidos na Resolução CONAMA nº 357/2005.
A aplicação do Índice de Conformidade ao Enquadramento demanda algumas regras
que devem ser levadas em consideração, conforme proposto por CCME (2001a):
Comparações do índice só devem ser feitas quando os objetivos forem os mesmos, ou
seja, não é recomendado aplicar o índice quando o objetivo for comparar um ICE que deve
atender aos limites definidos no enquadramento para classe 1 com outro cujo objetivo foi a
classe 2.
Não é recomendado comparar índices de diferentes lugares calculados com parâmetros
diferentes, por exemplo, se em um lugar o índice é calculado utilizando parâmetros de
pesticidas, tal valor não deve ser equiparado com outro local onde o índice é obtido com a
utilização de metais.
Deve-se ter cuidado com a utilização de dados mais antigos, pois métodos mais
modernos podem apresentar metodologias e limites de detecção distintos daqueles utilizados
para os dados mais antigos, alterando o valor final do índice, gerando conclusões errôneas.
O índice deve ser aplicado utilizando parâmetros relevantes para o corpo d’água que
está sendo estudado.
O ICE não deve ser aplicado com menos de quatro parâmetros e quatro amostras por
ano.
Conforme o Relatório Técnico CCME (2001a), o índice se baseia na combinação de
três fatores: a abrangência, a frequência e a amplitude. Estes fatores visam determinar a
“distância” que as variáveis monitoradas se encontram do que é desejado para determinado
corpo hídrico, representando as desconformidades quando se encontram fora do estabelecido
ou as conformidades, quando está dentro do recomendado como padrão.
Estes três fatores, ao se combinarem formam um vetor num espaço tridimensional de
modo que, quanto pior for a qualidade da água, ou seja, quanto mais próximo de zero, menor
o comprimento deste vetor, em contrapartida, o comprimento do vetor aumenta e toma o valor
de 100 ou próximo a 100 quanto melhor for a qualidade da água estudada (CCME, 2001a). A
figura 1 mostra o modelo conceitual do índice:
![Page 26: Monitoramento da qualidade da água e do uso e cobertura da ...€¦ · Figura 16 - Represa de São Pedro em outubro de 2014 destacando o assoreamento e o período ... sociedade (SAAD](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042312/5edb4951ad6a402d66656ca0/html5/thumbnails/26.jpg)
15
Figura 1 – Modelo conceitual do índice. Fonte: Adaptado de CCME (2001a)
O relatório técnico do CCME (2001a) traz de forma resumida os conceitos e equações
de cada um dos três fatores mencionados, os quais apresentam amplitudes de 0 a 100:
Fator 1 – F1 (Abrangência): representa aquelas variáveis que durante o período
estudado obtiveram alguma falha ao menos uma vez, isto é, esse fator retrata a porcentagem
de variáveis que estiveram em desconformidade com o enquadramento do curso d’água.
Logo, se houve o monitoramento de determinado parâmetro durante um ano e em algum mês
este parâmetro se apresentou fora do enquadramento daquele curso d’água, este parâmetro
será contabilizado neste fator, caso contrário, se o parâmetro não falhar durante o ano de
estudo o mesmo não influenciará o fator F1, o qual quanto maior for, pior será o resultado
final do índice. O fator F1 é determinado pela equação 1 a seguir:
(
)
Equação 1
![Page 27: Monitoramento da qualidade da água e do uso e cobertura da ...€¦ · Figura 16 - Represa de São Pedro em outubro de 2014 destacando o assoreamento e o período ... sociedade (SAAD](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042312/5edb4951ad6a402d66656ca0/html5/thumbnails/27.jpg)
16
Fator 2 – F2 (Frequência): a frequência representa a porcentagem de vezes em que um
determinado parâmetro falhou durante o período de estudo. Deste modo, se aquele parâmetro
que falhou apresentar muitas desconformidades durante o ano, este fator será elevado
piorando o resultado do índice; porém, se houver poucas desconformidades em relação ao
enquadramento durante o período de análise, menor será o fator 2 e assim melhor o resultado
final do índice. O fator F2 é calculado conforme equação 2:
(
)
Equação 2
Fator 3 – F3 (Amplitude): este fator fornece uma indicação da diferença entre o valor
encontrado de determinado parâmetro que falhou e o valor que aquele parâmetro deveria
apresentar segundo o estabelecido pelo enquadramento. Assim, se em algum mês durante o
ano de estudo, um determinado parâmetro superou muito o limite do enquadramento, maior
será o valor deste terceiro fator; porém, caso tenha superado apenas um pouco, o fator F3 será
menor e assim menor será também o índice de conformidade ao enquadramento. Este índice é
calculado em três etapas, sendo elas as seguintes:
1 – Representa o número de vezes em que o valor encontrado para determinado
parâmetro, durante o monitoramento da água, foi maior (ou menor, no caso de limites
mínimos, como no caso do Oxigênio Dissolvido) do que o limite estabelecido pelo
enquadramento, ou seja, indica quantas vezes variou o valor encontrado em desconformidade
no monitoramento daquele que seria o objetivo. Logo, essa primeira etapa analisa
individualmente cada variável mês a mês a fim de verificar esta variação caso tenha ocorrido,
sendo determinado pela equação 3:
(
)
Equação 3
![Page 28: Monitoramento da qualidade da água e do uso e cobertura da ...€¦ · Figura 16 - Represa de São Pedro em outubro de 2014 destacando o assoreamento e o período ... sociedade (SAAD](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042312/5edb4951ad6a402d66656ca0/html5/thumbnails/28.jpg)
17
Para os casos em que o valor de determinado parâmetro não deva ser inferior ao limite
estabelecido, como no caso do Oxigênio Dissolvido em que são estabelecidos por leis valores
mínimos que devem ser mantidos no corpo d’água, a equação 3 deverá ser substituída pela
equação 4 que se segue:
(
)
Equação 4
2 - Esta variável, denominada de soma normalizada das variações (snv), é obtida pela
soma de todas as variações encontradas no item anterior, dividindo pelo número total de
análises de todos os parâmetros considerados realizadas durante o período de monitoramento,
conforme a equação 5 a seguir:
∑
Equação 5
3 – A terceira etapa do cálculo do fator F3 é a obtenção do próprio fator, sendo o
mesmo calculado pela soma normalizada das variações dos objetivos, sendo que tais variações
foram reduzidas a uma variável entre 0 e 100. Desta forma, a equação 6 demostra o modo de
se obter este fator:
(
)
Equação 6
Após a obtenção dos fatores abrangência (F1), frequência (F2) e amplitude (F3), o
Índice de Conformidade ao Enquadramento estará pronto para ser calculado, conforme a
equação 7:
![Page 29: Monitoramento da qualidade da água e do uso e cobertura da ...€¦ · Figura 16 - Represa de São Pedro em outubro de 2014 destacando o assoreamento e o período ... sociedade (SAAD](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042312/5edb4951ad6a402d66656ca0/html5/thumbnails/29.jpg)
18
(√
)
Equação 7
A partir do resultado do ICE, o mesmo deverá ser enquadrado nas categorias propostas
por CCME (2001a) e ANA (2012), cujos intervalos e significados estão descritos na tabela 3:
Tabela 3 - Classificação e significado de cada classe do ICE
Valor do
ICE Classes Significado
94<ICE EXCELENTE
A qualidade da água está protegida com virtual ausência de
impactos. A qualidade da água está muito próxima da
condição natural. Estes valores de ICE somente podem ser
obtidos se todas as medidas estiverem durante todo o tempo
dentro dos padrões estabelecidos pelo enquadramento.
79<ICE94 BOA
A qualidade de água está protegida, apresentando somente um
pequeno grau de impacto. A qualidade da água raramente se
desvia dos padrões estabelecidos pelo enquadramento.
64<ICE79 REGULAR
A qualidade de água está protegida, mas ocasionalmente
ocorrem impactos. A qualidade da água algumas vezes se
desvia dos padrões estabelecidos pelo enquadramento.
44<ICE64 RUIM
A qualidade de água está frequentemente afetada. Com
frequência os parâmetros de qualidade da água não atendem os
padrões estabelecidos pelo enquadramento.
ICE44 PÉSSIMA
A qualidade de água quase sempre está alterada. Os
parâmetros de qualidade frequentemente não atendem os
padrões estabelecidos pelo enquadramento.
Atualmente no Brasil já existem vários trabalhos utilizando o ICE como instrumento
de gestão e monitoramento como no trabalho de Amaro (2009) no qual o índice foi aplicado
nas bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí predominantemente no estado de São Paulo;
o trabalho de Oliveira et al. (2012) que aplicou o índice para águas subterrâneas dos domínios
hidrogeológicos do estado da Bahia e nos estudos de Nascimento e Mello (2015) os quais
utilizaram o ICE na bacia do Rio das Velhas na região central do estado de Minas Gerais.
Cita-se ainda a utilização do ICE pela Agência Nacional das Águas (ANA) em diversos
estados brasileiros, principalmente na região Sudeste conforme ANA (2013).
![Page 30: Monitoramento da qualidade da água e do uso e cobertura da ...€¦ · Figura 16 - Represa de São Pedro em outubro de 2014 destacando o assoreamento e o período ... sociedade (SAAD](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042312/5edb4951ad6a402d66656ca0/html5/thumbnails/30.jpg)
19
4 METODOLOGIA
4.1 Caracterização da área
A Bacia de Contribuição da Represa de São Pedro - BCRSP está localizada na cidade
de Juiz de Fora, Zona da Mata mineira, sendo um munícipio de suma importância para várias
cidades vizinhas, tanto em relação a área da saúde, quanto em relação a área de comércio e da
educação (ROCHA E COSTA, 2015).
Conforme classificação de W. Koeppen, o clima na cidade de Juiz de Fora se
caracteriza como um clima Cwa, que corresponde a um clima mesotérmico com ocorrência de
verões quentes e estação chuvosa também no verão (SOARES, 2007). No município existem
duas estações bem definidas, sendo uma que se estende de outubro a abril, com maiores
temperaturas e precipitações pluviométricas e outra de maio a setembro, caracterizada por um
clima mais frio e seco (JUIZ DE FORA, 2000).
O córrego São Pedro deságua no rio Paraibuna, que pertence à Bacia do Rio Paraíba
do Sul.
A Represa de São Pedro passou a compor o sistema de abastecimento do município de
Juiz de Fora em 1967, cerca de 50 anos. Este manancial se localiza a 8 Km da densa malha
urbana e a área total de drenagem da Bacia de Contribuição da Represa é de aproximadamente
13 km² e seus principais tributários são os córregos São Pedro e Grota do Pinto, sendo capaz
de atender 15 bairros extraindo deste manancial uma vazão de 120 L/s (CESAMA, 2016). O
Plano de Saneamento Básico de Juiz de Fora (2014) relata que a Represa de São Pedro
abastece atualmente cerca de 5,5% do município, sendo esta a região denominada de Cidade
Alta. A Figura 2 destaca a localização da bacia e o ponto de captação para o abastecimento
público, cujas coordenadas são 21° 46’ 43,9” S e 43º 24’ 29,2” W, referentes ao Datum WGS-
84.
Segundo a Deliberação Normativa COPAM nº 16, de 24 de Setembro de 1996, que
dispõe sobre o enquadramento das águas estaduais da bacia do rio Paraibuna, o córrego São
Pedro é enquadrado como de Classe 1 de suas nascentes até o ponto de captação da Represa
de São Pedro, sendo que após tal ponto o córrego passa a ser enquadrado como de Classe 2
até sua foz no Rio Paraibuna.
Rocha e Costa (2015) destacam a proximidade da BR 040, do Centro de Convenções
Expominas e do Condomínio Alphaville ao corpo d´água principal. Além disso, conforme
afirma Freitas (2015), existe ainda a execução da BR 440 às margens da Represa de São
Pedro, proporcionando supressão da vegetação ciliar, elevando desta forma os impactos sobre
![Page 31: Monitoramento da qualidade da água e do uso e cobertura da ...€¦ · Figura 16 - Represa de São Pedro em outubro de 2014 destacando o assoreamento e o período ... sociedade (SAAD](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042312/5edb4951ad6a402d66656ca0/html5/thumbnails/31.jpg)
20
as águas deste importante manancial. Segundo este mesmo autor, a região vem sendo
supervalorizada devido à execução de condomínios de classe alta e a presença de paisagens
com belezas naturais, o que ao se associarem à ausência de políticas públicas efetivas, vem se
sobressaindo ao uso mais nobre deste manancial, que seria o abastecimento da população.
Rocha et al. (2016b) defendem que os mananciais de abastecimento são ativos
ambientais que precisam da atenção de toda a sociedade. Entretanto, o Poder Público e a
sociedade juizforana não têm defendido essa Represa, apesar dos técnicos da CESAMA a
considerarem importante dentro da matriz hídrica municipal. Recentemente, essa Represa foi
vendida para empresários, sendo que o município poderia ter negociado de alguma forma a
sua permuta por outros bens municipais, o que não aconteceu.
Figura 2 - Localização da BCRSP.
4.2 Dados utilizados
Para o cálculo do Índice de Conformidade ao Enquadramento – ICE, foram utilizados
dois parâmetros químicos, um físico e um biológico referentes à água bruta captada na
Represa, sendo eles: Demanda Bioquímica de Oxigênio – DBO5,20, pH, Turbidez e
Escherichia Coli (E. Coli), respectivamente. Tais parâmetros foram obtidos junto à
![Page 32: Monitoramento da qualidade da água e do uso e cobertura da ...€¦ · Figura 16 - Represa de São Pedro em outubro de 2014 destacando o assoreamento e o período ... sociedade (SAAD](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042312/5edb4951ad6a402d66656ca0/html5/thumbnails/32.jpg)
21
Companhia de Saneamento Municipal - CESAMA referentes ao período de 2005 à 2015.
Corroborando essa escolha, no panorama da qualidade das águas superficiais brasileiras
realizado pela ANA (2012), para o cálculo do ICE foram utilizados os parâmetros: pH,
Turbidez, DBO5,20, Coliformes Termotolerantes, Oxigênio Dissolvido e Fósforo Total.
A escolha pelo período compreendido entre 2005 e 2015 se deu também pelo fato de
neste período terem ocorrido as principais intervenções na bacia de São Pedro, como a
duplicação da BR 040, o início da Rodovia BR 440, a qual ainda não foi finalizada, e a
construção do Condomínio Residencial Alphaville.
Visando determinar a qualidade da água desta Represa de maneira mais exata e
próxima possível da realidade, procurou-se aplicar o ICE conforme recomendado pelo
Conselho Canadense - CCME (2001a). Conforme já foi colocado, de acordo com este
conselho, para o cálculo do ICE deve-se utilizar no mínimo quatro parâmetros, os quais
devem possuir ao menos quatro coletas no ano, sendo aplicados sempre os mesmos
parâmetros em todos os anos para que haja uma comparação adequada. Devido a esta
restrição, outros parâmetros também importantes fornecidos como Oxigênio Dissolvido,
Ferro, Demanda Química de Oxigênio – DQO, Cloreto, Fósforo e Nitrogênio, não puderam
ser utilizados neste cálculo devido a grandes falhas, havendo vários anos com diversos meses
sem resultados. Outros parâmetros não foram utilizados por não apresentarem enquadramento
na legislação como, por exemplo, a Condutividade.
Para a realização dos cálculos do ICE de cada ano estudado, foi utilizado o Software
Microsoft Excel 2010, sendo os dados agrupados por parâmetro na sequência dos meses do
ano, sendo utilizadas abas diferentes para cada ano, contabilizando de forma individual cada
falha dos parâmetros.
Os dados pluviométricos foram obtidos através do Banco de Dados Meteorológicos
para Ensino e Pesquisa - BDMEP disponível no site do Instituto Nacional de Meteorologia –
INMET, o qual apresenta dados meteorológicos diariamente em forma digital de diversas
estações meteorológicas convencionais da rede do INMET (INMET, 2016). Os dados são
fornecidos por meio de planilha referente ao software Microsoft Excel 2010 e foram obtidos
na data de 16 de abril de 2016, englobando o período entre janeiro de 2005 e dezembro de
2016, com dados mensais de precipitação referentes à estação localizada sob as coordenadas:
21º 45’ 59, 60” S e 43º 21’ 00, 28” W, distante cerca de seis quilômetros da captação da
Represa de São Pedro.
![Page 33: Monitoramento da qualidade da água e do uso e cobertura da ...€¦ · Figura 16 - Represa de São Pedro em outubro de 2014 destacando o assoreamento e o período ... sociedade (SAAD](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042312/5edb4951ad6a402d66656ca0/html5/thumbnails/33.jpg)
22
4.3 Geoprocessamento
Para gerar as cartas de uso e cobertura da terra foi utilizado o software ESRI®
ArcMapTM 10.2.1, através do qual foram trabalhadas as imagens georreferenciadas obtidas
no software Google Earth Pro, a fim de se observar as mudanças ocorridas no uso da terra
entre os anos de 2005 a 2015. Dentre as imagens da série histórica disponibilizada pelo
programa Google Earth Pro, todas as imagens de 2005 para a área de interesse possuíam
nuvens ou não estavam em boas condições de análise. Desta forma, a imagem mais próxima
que apresentou melhor qualidade foi a de junho de 2006.
Foram trabalhadas duas imagens de satélite, sendo ambas referentes ao mês de junho,
período da estação seca (JUIZ DE FORA, 2000), porém, uma do ano de 2006 e outra do ano
de 2015, totalizando 10 anos. Tais imagens foram escolhidas visando abranger o mesmo
período do ano a fim de reduzir interferências e características diferentes ocasionados por
épocas do ano distintas, preocupando-se também em obter cenas mais limpas, ou seja, com
menor presença de nuvens. As imagens foram obtidas a partir da ferramenta de série histórica
do software Google Earth Pro, sendo necessário localizar a área de estudo, salvar esta imagem
e posteriormente inseri-la no software ESRI® ArcMapTM 10.2.1 e georreferenciá-la
conforme Figura 3. A imagem foi salva com resolução máxima (4800 x 2845). A escolha por
estas imagens se deu pela busca do maior detalhamento que esta produz quando se compara,
por exemplo, com as imagens do satélite LANDSAT, tendo em vista que este possui uma
resolução espacial de 30 metros, enquanto que as imagens utilizadas neste trabalho
apresentaram 2 metros de resolução, portanto, muito mais detalhadas.
Foi criado um arquivo shapefile delimitando a bacia de contribuição da Represa de
São Pedro por meio da ferramenta Hidrology. Esse polígono foi comparado com as curvas de
nível da Carta do IBGE de Matias Barbosa (SF-23-X-D-IV-3 ou MI-2681-3) para evitar
imprecisões. Com este arquivo realizou-se o “corte” da imagem a fim de se obter apenas a
parte correspondente à área de interesse.
Foi utilizada a técnica de classificação digital supervisionada por Classificação de
Probabilidade Máxima para a realização da escolha das amostras de cada cobertura e uso da
terra nesta bacia. Conforme Souza (2012), este método consiste em selecionar amostras de
pixels de uma determinada classe de uso em uma imagem cujo uso já está definido e, quando
todas as diferentes classes já estiverem identificadas, aplica-se em toda a área de interesse.
A partir dos resultados, explorando as ferramentas do software ESRI® ArcMapTM
10.2.1, como a tabela de atributos, se conheceu a proporção das áreas de cada tipo de uso
![Page 34: Monitoramento da qualidade da água e do uso e cobertura da ...€¦ · Figura 16 - Represa de São Pedro em outubro de 2014 destacando o assoreamento e o período ... sociedade (SAAD](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042312/5edb4951ad6a402d66656ca0/html5/thumbnails/34.jpg)
23
referentes aos dois anos (2006 e 2015) a fim de se constatar as mudanças ocorridas no uso da
terra desta Bacia. A tabela de atributos foi convertida para o programa Microsoft Excel 2010,
a partir do qual se obteve os resultados de área total de cada classe e os gráficos.
Figura 3 - Fluxograma do processamento das imagens
Foram utilizadas seis classes distintas para a classificação do uso e cobertura da terra
nesta bacia, sendo elas: Mata, Uso urbano, Pasto, Vegetação de Alagado, Solo exposto e
Represa, baseando-se no trabalho de Freitas (2015). Estas classes são definidas como:
Mata: classe referente à vegetação de porte arbóreo e arbustivo;
Uso urbano: nesta classe estão inclusos as vias, estradas e edificações urbanas e
rurais.
Pasto: refere-se a toda vegetação rasteira encontrada na bacia.
Vegetação de alagado: área cobertas, principalmente, por Typha sp. (Taboa), muito
comum na foz dos principais tributários da Represa.
Solo exposto: solo onde o pasto se encontra degradado, com o solo visivelmente
exposto ou com vegetação rasteira falha, compactada pelo pisoteio ou devido a
movimentações de terra.
Represa: classe referente à área de armazenamento de água ocasionado pelo
barramento do curso d’água.
Dados (Área, Porcentagem, etc.)
Mapa Final
Classificação/Refinamento
Escolha de amostras de cada classe
Recortar imagem com arquivo Shapefile
Georreferenciar imagem
Inserir no Software ArcGis 10.2.1
Salvar imagem
Imagem do Google Earth
![Page 35: Monitoramento da qualidade da água e do uso e cobertura da ...€¦ · Figura 16 - Represa de São Pedro em outubro de 2014 destacando o assoreamento e o período ... sociedade (SAAD](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042312/5edb4951ad6a402d66656ca0/html5/thumbnails/35.jpg)
24
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1 Resultados do Índice de Conformidade ao Enquadramento
O Anexo 1 traz os dados brutos obtidos pela análise realizada pela CESAMA na
captação da Represa de São Pedro os quais foram dispostos em gráficos para se compreender
o seu comportamento ao longo dos anos estudados.
É possível identificar pela Figura 4 picos elevados de DBO5,20, principalmente em
janeiro de 2007 com 46,0 mg/L e dezembro de 2014 com 90,0 mg/L, sendo este o maior valor
encontrado para a DBO5,20, coincindindo com a pior seca do período analisado. Percebe-se que
em quase todo o período de estudo o limite da resolução Conama nº 357/2005 de 3 mg/L foi
superado.
Figura 4 - Comportamento da DBO5,20 durante o período estudado.
A Figura 5 revela como o parâmetro Turbidez se comportou ao longo destes 11 anos
estudados. Observa-se concentrações quase sempre abaixo do limite estabelecido na
Resolução CONAMA nº 357/2005 para águas doces de classe 1 que é de 40 UNT. Apenas em
três momentos este valor foi superado, sendo um deles o mês de setembro de 2007, o outro
em novembro de 2013 e por último no mês de outubro de 2014, apresentando 45,50 UNT,
05
101520253035404550556065707580859095
jan
-05
abr-
05
jul-
05
ou
t-0
5ja
n-0
6ab
r-0
6ju
l-0
6o
ut-
06
jan
-07
abr-
07
jul-
07
ou
t-0
7ja
n-0
8ab
r-0
8ju
l-0
8o
ut-
08
jan
-09
abr-
09
jul-
09
ou
t-0
9ja
n-1
0ab
r-1
0ju
l-1
0o
ut-
10
jan
-11
abr-
11
jul-
11
ou
t-1
1ja
n-1
2ab
r-1
2ju
l-1
2o
ut-
12
jan
-13
abr-
13
jul-
13
ou
t-1
3ja
n-1
4ab
r-1
4ju
l-1
4o
ut-
14
jan
-15
abr-
15
jul-
15
ou
t-1
5
DB
O 5
,20
(m
g/L)
Meses
DBO5,20 (mg/L)
DBO 5,20 (mg/L) Limite Conama nº 357/2005
![Page 36: Monitoramento da qualidade da água e do uso e cobertura da ...€¦ · Figura 16 - Represa de São Pedro em outubro de 2014 destacando o assoreamento e o período ... sociedade (SAAD](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042312/5edb4951ad6a402d66656ca0/html5/thumbnails/36.jpg)
25
40,90 UNT e 120,0 UNT, respectivamente, sendo que este terceiro superou em três vezes
mais o limite de 40 UNT, novamente coincidindo com uma seca que se prolongou pela
estação chuvosa, a pior dos 11 anos analisados.
Figura 5 - Comportamento da Turbidez durante o período estudado.
A partir da Figura 6 verifica-se que o pH se manteve de modo geral dentro da
neutralidade, concentrando-se próximo ao pH 7. Ocorreram alguns picos em alguns
momentos, principalmente tendendo à acidez, sendo que apenas em julho de 2010 o limite
mínimo de pH igual a 6 foi superado, apresentando neste mês um valor de 5,66 que indica um
certo grau de acidez nas águas da Represa.
Na Figura 7 observamos o parâmetro Escherichia coli, que de maneira geral, se
apresentou abaixo de 200 NMP/100mL. Alguns picos também podem ser notados neste
parâmetro, principalmente em junho de 2008 e março de 2011. Conforme estabelece a
Resolução CONAMA nº 357/2005, o limite estabelecido para este parâmetro, tratando-se de
águas doces classe 1 são 200 coliformes termotolerantes por 100 mililitros em 80% ou mais,
de pelo menos 6 amostras coletadas durante o período de um ano, com frequência bimestral,
sendo que a Escherichia Coli poderá ser determinada em substituição ao parâmetro
coliformes termotolerantes de acordo com limites estabelecidos pelo órgão ambiental
competente.
0,005,00
10,0015,0020,0025,0030,0035,0040,0045,0050,0055,0060,0065,0070,0075,0080,0085,0090,0095,00
100,00105,00110,00115,00120,00125,00
jan
-05
abr-
05
jul-
05
ou
t-0
5ja
n-0
6ab
r-0
6ju
l-0
6o
ut-
06
jan
-07
abr-
07
jul-
07
ou
t-0
7ja
n-0
8ab
r-0
8ju
l-0
8o
ut-
08
jan
-09
abr-
09
jul-
09
ou
t-0
9ja
n-1
0ab
r-1
0ju
l-1
0o
ut-
10
jan
-11
abr-
11
jul-
11
ou
t-1
1ja
n-1
2ab
r-1
2ju
l-1
2o
ut-
12
jan
-13
abr-
13
jul-
13
ou
t-1
3ja
n-1
4ab
r-1
4ju
l-1
4o
ut-
14
jan
-15
abr-
15
jul-
15
ou
t-1
5
Turb
ide
z (U
NT)
Meses
Turbidez (UNT)
Turbidez (NTU) Limite Conama nº 357/2005
![Page 37: Monitoramento da qualidade da água e do uso e cobertura da ...€¦ · Figura 16 - Represa de São Pedro em outubro de 2014 destacando o assoreamento e o período ... sociedade (SAAD](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042312/5edb4951ad6a402d66656ca0/html5/thumbnails/37.jpg)
26
Figura 6 - Comportamento do pH durante o período de estudo.
Figura 7 - Comportamento do parâmetro Escherichia coli ao longo do período estudado
0123456789
1011121314
jan
-05
abr-
05
jul-
05
ou
t-0
5ja
n-0
6ab
r-0
6ju
l-0
6o
ut-
06
jan
-07
abr-
07
jul-
07
ou
t-0
7ja
n-0
8ab
r-0
8ju
l-0
8o
ut-
08
jan
-09
abr-
09
jul-
09
ou
t-0
9ja
n-1
0ab
r-1
0ju
l-1
0o
ut-
10
jan
-11
abr-
11
jul-
11
ou
t-1
1ja
n-1
2ab
r-1
2ju
l-1
2o
ut-
12
jan
-13
abr-
13
jul-
13
ou
t-1
3ja
n-1
4ab
r-1
4ju
l-1
4o
ut-
14
jan
-15
abr-
15
jul-
15
ou
t-1
5
pH
Meses
pH
pH Limite mínimo Conama nº 357/2005 Limite máximo Conama nº 357/2005
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
2000
2200
2400
2600
jan
-05
abr-
05
jul-
05
ou
t-0
5ja
n-0
6ab
r-0
6ju
l-0
6o
ut-
06
jan
-07
abr-
07
jul-
07
ou
t-0
7ja
n-0
8ab
r-0
8ju
l-0
8o
ut-
08
jan
-09
abr-
09
jul-
09
ou
t-0
9ja
n-1
0ab
r-1
0ju
l-1
0o
ut-
10
jan
-11
abr-
11
jul-
11
ou
t-1
1ja
n-1
2ab
r-1
2ju
l-1
2o
ut-
12
jan
-13
abr-
13
jul-
13
ou
t-1
3ja
n-1
4ab
r-1
4ju
l-1
4o
ut-
14
jan
-15
abr-
15
jul-
15
ou
t-1
5
Esch
eri
chia
co
li (N
MP
/10
0m
L)
Meses
Escherichia coli (NMP/100mL)
E. coli (NMP/100mL) Limite Conama nº 357/2005
![Page 38: Monitoramento da qualidade da água e do uso e cobertura da ...€¦ · Figura 16 - Represa de São Pedro em outubro de 2014 destacando o assoreamento e o período ... sociedade (SAAD](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042312/5edb4951ad6a402d66656ca0/html5/thumbnails/38.jpg)
27
Na Tabela 4 foram representadas as médias, medianas e os valores maiores e menores
de cada parâmetro utilizado, sendo divididos pelos períodos chuvoso e seco de cada ano
conforme definido pelo Plano Diretor de Juiz de Fora (JUIZ DE FORA, 2000), sendo o
período de outubro a abril definido como chuvoso e o de maio a setembro como seco.
É possível observar que, de maneira geral, a Turbidez apresenta uma maior variação
no período chuvoso do que no período seco, apresentando maiores valores de média quase
sempre no período definido como chuvoso. A DBO5,20, a exemplo da Turbidez também se
apresenta quase sempre maior nos períodos chuvosos do que nos períodos secos, conforme se
observa pela mediana deste parâmetro.
Esses dados revelam que por se tratar de uma bacia hidrográfica predominantemente
rural, as chuvas favorecem, principalmente o carreamento da matéria orgânica e sólidos para o
corpo d’água através do escoamento superficial, aumentando os valores de Turbidez e
DBO5,20. Em contrapartida, nas bacias urbanas, que no geral são amplamente
impermeabilizadas, as precipitações favorecem a diluição devido ao grande volume de água.
Em relação ao pH, este apresentou pequenas variações ao longo dos períodos secos e
chuvosos de cada ano, sendo que aparentemente não foi influenciado por estes dois períodos,
visto que sua variação não seguiu um padrão como pôde ser observado na Turbidez e DBO5,20.
O parâmetro Escherichia coli também não apresentou uma relação com os períodos
definidos como seco ou chuvoso, apesar de apresentar em alguns momentos maiores valores
em época de chuvas comparado à época de seca do mesmo ano. Este parâmetro se mostrou
com grandes variações, como no caso do período seco de 2008, variando de 1,0 a 2419,3
NMP/100 mL.
Nos estudos de Freitas (2015) foi encontrada essa mesma situação na captação da
Represa de São Pedro, observando maiores médias de Turbidez, DBO5,20 e de Coliformes
Termotolerantes no período chuvoso e uma uniformidade no caso do pH, o qual praticamente
não variou entre a estação chuvosa e a seca, mantendo-se próximo da neutralidade.
![Page 39: Monitoramento da qualidade da água e do uso e cobertura da ...€¦ · Figura 16 - Represa de São Pedro em outubro de 2014 destacando o assoreamento e o período ... sociedade (SAAD](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042312/5edb4951ad6a402d66656ca0/html5/thumbnails/39.jpg)
28
Tabela 4 - Estatística descritiva dos parâmetros analisados no período de 2005 a 2015.
Legenda: Valores destacados em vermelho - Resultados acima dos limites estabelecidos pela
Resolução Conama nº 357/2005 para cada parâmetro.
Perí
od
oM
éd
iaM
ed
ian
aM
aio
rM
en
or
Méd
iaM
ed
ian
aM
aio
rM
en
or
Méd
iaM
ed
ian
aM
aio
rM
en
or
Méd
iaM
ed
ian
aM
aio
rM
en
or
Chu
vo
so 2
00
51
3,4
11
4,2
51
5,7
09
,42
xx
xx
6,7
96
,81
6,9
36
,63
41
8,0
36
5,4
81
6,4
72
,3
Sec
o 2
00
57
,50
6,2
69
,89
6,0
29
,58
,21
4,7
4,3
7,0
26
,81
7,7
06
,72
18
,21
6,9
24
,99
,8
Chu
vo
so 2
00
5/2
00
61
2,3
01
1,9
02
1,7
05
,42
22
,32
5,2
30
,18
,27
,13
7,0
67
,67
6,8
31
29
,62
7,2
72
7,0
1,0
Sec
o 2
00
61
0,0
88
,75
12
,80
8,2
75
,45
,78
,22
,17
,16
7,1
77
,43
6,9
81
2,7
7,1
32
,74
,1
Chu
vo
so 2
00
6/2
00
71
6,2
61
6,7
03
0,5
07
,21
20
,01
4,9
46
,09
,87
,05
7,0
37
,25
6,8
34
7,9
32
,71
33
,31
7,7
Sec
o 2
00
71
6,2
79
,84
45
,50
4,9
89
,87
,62
1,8
2,1
7,2
07
,15
7,4
76
,91
26
,22
3,9
41
,31
6,9
Chu
vo
so 2
00
7/2
00
81
3,4
51
1,7
02
7,5
04
,98
13
,21
3,0
15
,81
0,4
6,8
47
,03
7,4
86
,03
32
,12
2,1
83
,91
,0
Sec
o 2
00
87
,22
6,5
71
0,9
04
,74
5,2
4,3
8,2
3,8
7,0
67
,07
7,2
76
,92
53
0,7
56
,12
41
9,3
1,0
Chu
vo
so 2
00
8/2
00
97
,90
6,9
01
1,6
05
,57
8,0
6,8
16
,90
,07
,22
7,1
27
,93
6,8
05
0,9
15
,81
72
,55
,2
Sec
o 2
00
96
,33
5,3
68
,97
4,7
37
,16
,51
1,5
4,3
7,0
36
,99
7,1
96
,97
19
,01
8,3
34
,19
,8
Chu
vo
so 2
00
9/2
01
01
0,2
28
,25
20
,10
5,3
41
9,1
19
,72
1,9
15
,86
,80
6,7
87
,00
6,6
21
72
,83
9,0
61
3,1
0,0
Sec
o 2
01
04
,19
2,9
97
,17
2,0
97
,09
,31
0,9
1,0
6,6
76
,86
7,2
85
,66
39
,64
2,8
44
,13
1,8
Chu
vo
so 2
01
0/2
01
19
,67
9,3
81
1,7
07
,10
17
,71
7,9
19
,71
5,3
7,0
07
,02
7,2
26
,81
81
7,5
19
,72
41
9,3
13
,5
Sec
o 2
01
19
,56
9,9
31
5,8
05
,39
17
,61
5,3
36
,57
,17
,22
7,2
77
,65
6,8
34
0,3
16
,81
25
,42
,0
Chu
vo
so 2
01
1/2
01
21
1,7
11
1,0
02
0,0
05
,87
15
,21
5,6
23
,07
,66
,92
7,0
07
,50
6,2
46
1,9
17
,11
99
,02
,0
Sec
o 2
01
26
,27
6,1
21
0,0
03
,80
8,9
8,2
15
,33
,86
,88
6,8
77
,21
6,5
62
4,3
3,1
10
9,0
1,0
Chu
vo
so 2
01
2/2
01
38
,75
7,1
31
9,5
05
,07
17
,71
6,4
29
,03
,87
,21
7,2
67
,72
6,7
11
3,8
9,2
28
,54
,1
Sec
o 2
01
39
,31
5,5
32
2,6
04
,76
11
,59
,81
6,4
6,5
7,1
86
,92
8,2
46
,66
42
,23
5,4
86
,05
,2
Chu
vo
so 2
01
3/2
01
41
5,7
61
2,3
04
0,9
07
,81
9,4
11
,51
7,5
0,0
6,8
86
,86
7,2
16
,69
12
2,4
10
0,0
29
0,0
52
,0
Sec
o 2
01
41
3,3
31
1,3
03
4,2
00
,75
6,6
8,2
9,3
2,1
7,0
16
,86
7,3
66
,69
42
,81
2,0
10
0,0
1,0
Chu
vo
so 2
01
4/2
01
52
4,0
87
,15
12
0,0
04
,27
25
,11
0,4
90
,06
,06
,94
6,9
17
,25
6,5
64
4,5
28
,71
10
,04
,1
Sec
o 2
01
59
,77
10
,11
12
,30
6,3
43
,43
,84
,91
,67
,32
7,2
47
,68
7,2
0x
xx
x
Chu
vo
so 2
01
57
,92
7,1
01
0,5
06
,16
12
,21
2,2
12
,41
2,0
7,3
07
,23
7,4
97
,18
31
,53
1,5
52
,01
1,0
Tu
rbid
ez
(UN
T)
DB
O (
mg
/l)
pH
Esc
heri
ch
ia c
oli (
NM
P/1
00
ml)
![Page 40: Monitoramento da qualidade da água e do uso e cobertura da ...€¦ · Figura 16 - Represa de São Pedro em outubro de 2014 destacando o assoreamento e o período ... sociedade (SAAD](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042312/5edb4951ad6a402d66656ca0/html5/thumbnails/40.jpg)
29
O cálculo do Índice de Conformidade ao Enquadramento (ICE) resultou na Figura 8
que pode ser verificada a seguir. Percebe-se que nos 11 anos de estudo ocorreram grandes
variações neste índice, sendo que os melhores resultados do ICE foram obtidos nos anos de
2009 e 2015, ambos com valor de ICE igual a 78 e o pior em 2014 que foi de 55.
Desta forma, verifica-se que os resultados encontrados para este índice se
concentraram entre as classes “Ruim” e “Regular”, de modo que em seis anos a água se
classificou como “Regular” e em cinco anos como “Ruim”. Entre estes cinco anos em que a
água se classificou como “Ruim”, quatro deles são referentes a anos mais recentes sendo eles
2010, 2011, 2013 e 2014, período este em que a bacia do Córrego São Pedro sofreu grandes
intervenções antrópicas conforme será verificado mais adiante. Destaca-se que as águas
classificadas como “Ruim” são aquelas em que sua qualidade frequentemente está afetada, ou
seja, com frequência os parâmetros estudados não se apresentam enquadrados de acordo com
os padrões estabelecidos pela Resolução CONAMA nº 357/2005 (AMARO, 2009).
A maior parte dos anos estudados classificaram a qualidade da água desta Represa
como “Regular”, o que conforme Amaro (2009) indica que a qualidade da água geralmente é
protegida, mas ocasionalmente ocorrem impactos, havendo, às vezes, desvios dos padrões
estabelecidos pelo enquadramento. Conforme citado por Freitas (2015), a mídia local trouxe a
divulgação dos resultados do ICE trabalhados pelo Grupo de Pesquisa NAGEA através de
dados próprios no período de 2012 a 2014 na captação da Represa de São Pedro, sendo
encontrada também a classificação “Regular” para as águas desse ponto (VALENTE, 2015).
O fato dos resultados se apresentarem entre as classes “Ruim” e “Regular” corrobora
com o panorama da qualidade das águas superficiais do Brasil realizado pela ANA (2012) na
Região Hidrográfica do Atlântico Sudeste, região esta onde está inserida a cidade de Juiz de
Fora. Neste panorama, entre 253 pontos monitorados nesta região hidrográfica, 81 %
apresentou o ICE entre as classes “Ruim” e “Regular”, enquanto que apenas 19% estavam
enquadrados nas classes “Boa” e “Excelente”, sendo atribuído a estes resultados negativos do
ICE o lançamento de efluentes domésticos e industriais nos cursos d’água monitorados.
Ao analisarmos o Brasil como um todo a situação não se diferencia, pois cerca de 55%
dos pontos monitorados no país apresentaram ICE “Regular” ou “Ruim” e apenas 18 % como
“Boa” ou “Excelente” (ANA, 2012).
A partir da Figura 8 é possível notar sucessivas quedas e recuperações do índice, que
apesar de se classificar em categorias que revelam que esta água ainda sofre com impactos,
![Page 41: Monitoramento da qualidade da água e do uso e cobertura da ...€¦ · Figura 16 - Represa de São Pedro em outubro de 2014 destacando o assoreamento e o período ... sociedade (SAAD](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042312/5edb4951ad6a402d66656ca0/html5/thumbnails/41.jpg)
30
nos mostra também a capacidade de recuperação da qualidade da água desta Represa em
alguns momentos ao longo do período estudado.
Figura 8 - Resultados do ICE para a captação da Represa no período de 2005 a 2015.
É interessante notar a ocorrência da recuperação do índice no ano de 2015, sendo este,
junto com o ano de 2009, os dois melhores anos em que o ICE ficou bem próximo da
classificação “Boa”, apresentando este índice no valor de 78, classificado como “Regular”.
Tal melhora no ano de 2015 ocorreu devido ao menor carreamento de sedimentos e material
orgânico para o interior do corpo d’água, reduzindo a ocorrência da poluição difusa,
ocasionado possivelmente pelo baixo índice pluviométrico, segundo menor nos 11 anos
estudados (Figura 9). De acordo com Libânio (2010) o período chuvoso favorece o aumento
do transporte de sedimento aos corpos d’água, sendo acentuado pelas intervenções antrópicas.
Freitas (2015) afirma que a ausência das matas ripárias aumenta os efeitos do carreamento
para o interior do córrego São Pedro, degradando a qualidade de suas águas, havendo
inclusive incremento na turbidez e na concentração de DBO5,20 no período de chuvas.
De acordo com a ANA - Agência Nacional das Águas – (2012), foram encontrados
baixos valores do ICE em locais próximos à grandes centros urbanos, como também em
bacias rurais, destacando a atuação da poluição difusa que ocorre nestas localidades,
constatando também a sensibilidade do Índice de Conformidade ao Enquadramento.
A menor pluviometria ocorrida em 2014, ao contrário do ocorrido em 2015, a baixa
concentração de chuvas não favoreceu o ICE deste ano, pois apesar da redução do
carreamento, neste ano, a Represa chegou ao patamar de 1% da sua capacidade total em
69 69 57
70 78
61 64 66 62 55
78
0
20
40
60
80
100
2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
ICE
Anos
ICE - 2005 a 2015
ICE Péssima Ruim Regular Boa Excelente
![Page 42: Monitoramento da qualidade da água e do uso e cobertura da ...€¦ · Figura 16 - Represa de São Pedro em outubro de 2014 destacando o assoreamento e o período ... sociedade (SAAD](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042312/5edb4951ad6a402d66656ca0/html5/thumbnails/42.jpg)
31
meados de setembro, ficando praticamente vazia (VALENTE & CAETANO, 2014).
Ocorreram elevadas cargas orgânicas devido à poluição pontual, principalmente na Bacia do
córrego Grota do Pinto onde se encontra instalado o Loteamento Chácaras Paço Del Rey,
afetando também a turbidez da água. Associa-se a este fato, o crescimento urbano ocorrido na
BCRSP nos últimos anos (Tabela 5, figuras 14 e 15), possivelmente elevando a carga
orgânica que aflui para a Represa.
Rocha e Costa (2015) e Rocha et al. (2016b) confirmam em seus trabalhos o despejo
de esgoto doméstico sem tratamento nas águas da Represa de São Pedro. Particularmente, o
ano de 2014 proporcionou um esgoto muito concentrado devido a pouca chuva ocorrida e
consequente redução do volume da Represa. Libânio (2010) confirma tal situação ao garantir
que longos períodos de seca irão favorecer os impactos do lançamento de esgoto doméstico e
industrial devido à redução de vazão e menor assimilação e diluição da carga do efluente.
Figura 9 - Precipitação acumulada em todos os anos de estudo e as contribuições de cada mês
Os impactos sentidos no ambiente decorrentes do lançamento de esgoto doméstico
também foram constatados no trabalho de Amaro (2009), o qual determinou o ICE no rio
Atibaia e verificou que na Ponte de Salto Grande existe uma tendência de degradação das
águas nos últimos anos, principalmente devido ao aumento populacional da Região
0
500
1000
1500
2000
2500
2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Pre
cip
itaç
ão a
cum
ula
da
(mm
)
Anos
Precipitação acumulada em cada ano por mês
DEZ
NOV
OUT
SET
AGO
JUL
JUN
MAI
ABR
MAR
FEV
JAN
![Page 43: Monitoramento da qualidade da água e do uso e cobertura da ...€¦ · Figura 16 - Represa de São Pedro em outubro de 2014 destacando o assoreamento e o período ... sociedade (SAAD](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042312/5edb4951ad6a402d66656ca0/html5/thumbnails/43.jpg)
32
Metropolitana de Campinas, o qual vem provocando o aumento da carga orgânica proveniente
do despejo de esgoto doméstico nestas águas.
Em 2009 e 2015, o ICE alcançou o valor de 78, classificando como “Regular”,
chegando ao limiar do “Bom”. Apesar das cargas de DBO5,20 excederem o valor máximo
estabelecido pelo enquadramento de 3 mg/l na maioria dos meses, essa superação não foi tão
elevada quanto nos outros anos, ficando mais próxima ao que coloca a Resolução CONAMA
nº 357/2005 para água de Classe 1 tanto no ano de 2009, quanto no ano de 2015, tornando o
fator F3 (amplitude) do ICE, os menores calculados nos 11 anos analisados.
Além do mais, em 2009 aconteceu a segunda menor média de Turbidez encontrada no
período de 11 anos, conciliado com a reduzidas cargas de DBO5,20, sendo a menor média
encontrada para este parâmetro exatamente neste ano no valor de 6,71 mg/l. A ocorrência de
uma alta precipitação em 2008 e 2009 (Figura 9), pode ter sido a causa dessa redução da carga
orgânica e material carreado nas águas da Represa devido ao aumento da assimilação destas
cargas ocasionado pelo grande volume armazenado na Represa (diluição) somado a redução
das intervenções nesta Bacia.
Os piores índices encontrados na BCRSP foram nos anos de 2007, 2010, 2013 e 2014,
anos em que ocorreram quedas no ICE com relação ao ano anterior. Ao analisar mais
detalhadamente as causas, percebe-se que estes 4 anos foram justamente os únicos que
apresentaram mais de um parâmetro com falha, ou seja, enquanto os demais anos sempre
apresentaram a DBO5,20 como parâmetro em desacordo com a Resolução CONAMA nº
357/2005, os anos de 2007, 2013 e 2014 apresentaram falhas não só na DBO5,20, como
também na Turbidez e o ano de 2010 apresentou desacordo quanto aos parâmetros pH e
DBO5,20.
Em relação ao parâmetro Escherichia coli, este não apresentou falhas quanto ao
enquadramento, visto que para este parâmetro estar em desconformidade é necessário
apresentar concentrações de 200 Escherichia coli por 100 mililitros em 80% ou mais, de pelo
menos 6 amostras, coletadas durante o período de um ano, com frequência bimestral
(BRASIL, 2005), o que não aconteceu no período estudado. Apesar disso, em alguns meses
isolados ao longo dos anos analisados a concentração de Escherichia coli se apresentou acima
de 200 Escherichia coli por 100 mililitros, porém insuficiente para representar 80% das
amostras conforme descrito na Figura 7.
Os anos de 2007 e 2014 apresentaram uma média de DBO5,20 de 14,44 mg/l e 15,14
mg/l e uma média de Turbidez de 16,90 UNT e 21,23 UNT, respectivamente, sendo ambas
![Page 44: Monitoramento da qualidade da água e do uso e cobertura da ...€¦ · Figura 16 - Represa de São Pedro em outubro de 2014 destacando o assoreamento e o período ... sociedade (SAAD](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042312/5edb4951ad6a402d66656ca0/html5/thumbnails/44.jpg)
33
médias de Turbidez, as maiores da série estudada. A associação destes valores elevados foi
muito relevante e por isso capazes de reduzir significativamente o ICE, gerando os piores
índices.
No período entre 2006 e 2009 foram realizadas obras de duplicação de 37 km da BR
040 entre os municípios de Matias Barbosa e Juiz de Fora segundo a Companhia de
Concessão Rodoviária Juiz de Fora-Rio – CONCER (2016). No período entre 2006 e 2007, o
trecho que atravessa a Bacia da Represa de São Pedro estava sendo executado, ocorrendo
grande movimentação de terra e supressão de vegetação.
O ano de 2007 apresentou uma queda no valor do ICE, principalmente pelo fato de
apresentar desconformidade nos dados de Turbidez em setembro de 2007 e de DBO5,20 em
praticamente todos os meses, com exceção do mês de maio. Este ano apresentou-se com a
segunda maior média de turbidez dentro do período estudado, destacando os meses de janeiro
com 30,50 UNT e setembro com 45,50 UNT. Apresentou também valores de DBO5,20 bem
acima do estabelecido pelo enquadramento, como é o caso de janeiro que obteve o valor de
46,0 mg/l e setembro com valor de 21,8 mg/l. Percebe-se, assim, que os meses de janeiro e
setembro de 2007 foram os piores meses em que as águas da Represa de São Pedro sentiram
impactos capazes de repercutir de forma significativa no resultado do ICE.
A partir do gráfico da Figura 10, pode-se constatar que no período em que a obra
estava em plena execução na bacia ocorreu um pico de chuva no mês de janeiro e um período
muito seco entre junho e setembro de 2007, com média de 4,65 mm de chuva, mais seco
inclusive do que os anos anteriores, voltando a ocorrer chuva em setembro com 6,4 mm após
um mês de agosto com apenas 0,8 mm.
![Page 45: Monitoramento da qualidade da água e do uso e cobertura da ...€¦ · Figura 16 - Represa de São Pedro em outubro de 2014 destacando o assoreamento e o período ... sociedade (SAAD](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042312/5edb4951ad6a402d66656ca0/html5/thumbnails/45.jpg)
34
Figura 10 - Recorte da precipitação mensal ocorrida de 2005 a 2007
Desta forma, possivelmente o resultado do ICE no ano de 2007 que o classificou como
“Ruim” devido ao valor 57, pode estar atribuído às obras de duplicação da BR 040 somada ao
pico de chuva em janeiro que elevou a carga orgânica no corpo d’água devido ao aumento do
carreamento de solo e material orgânico. Nos estudos de Cunha e Calijuri (2010) no Rio
Pariquera-Açu em São Paulo no ano de 2007, o mês de janeiro também foi o mês com maior
precipitação e também um dos meses com elevado valor de turbidez, sendo tal fato atribuído à
ausência de mata ciliar nos pontos estudados o que contribuiu para o carreamento do material
em suspensão para a calha do rio devido ao escoamento superficial.
Pode-se verificar na parte superior da Figura 11 que em 2007 a obra estava ocorrendo
exatamente no trecho da BR 040 que sobrepõe um dos córregos afluentes ao córrego São
Pedro, córrego este oriundo da região de Vargem Alegre, onde foi necessária a execução de
um talude para superar uma depressão no terreno, permitindo que a pista ficasse plana, sendo
necessária, inclusive, a supressão de vegetação rasteira e arbustiva e revolvimento de solo
nesta área para a execução da obra. Logo, tal intervenção realizada atribuída ao fato do
retorno das chuvas no mês de setembro após um longo período de estiagem de cerca de 4
meses e acúmulo de materiais, por meio do carreamento provocado pelo escoamento
superficial, foi possivelmente a causa da elevação da turbidez e matéria orgânica nas águas
desta represa, reduzindo assim o ICE.
0
100
200
300
400
500
600
700ja
n-0
5fe
v-0
5m
ar-0
5ab
r-0
5m
ai-0
5ju
n-0
5ju
l-0
5ag
o-0
5se
t-0
5o
ut-
05
no
v-0
5d
ez-0
5ja
n-0
6fe
v-0
6m
ar-0
6ab
r-0
6m
ai-0
6ju
n-0
6ju
l-0
6ag
o-0
6se
t-0
6o
ut-
06
no
v-0
6d
ez-0
6ja
n-0
7fe
v-0
7m
ar-0
7ab
r-0
7m
ai-0
7ju
n-0
7ju
l-0
7ag
o-0
7se
t-0
7o
ut-
07
no
v-0
7d
ez-0
7
Pre
cip
itaç
ão m
en
sal (
mm
)
Data
Precipitação ocorrida durante período de duplicação da BR 040
Precipitação
![Page 46: Monitoramento da qualidade da água e do uso e cobertura da ...€¦ · Figura 16 - Represa de São Pedro em outubro de 2014 destacando o assoreamento e o período ... sociedade (SAAD](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042312/5edb4951ad6a402d66656ca0/html5/thumbnails/46.jpg)
35
Figura 11 - Intervenção para duplicação da BR 040. Fonte: Juiz de Fora (2007).
Nota-se ainda que nos anos seguintes, mais precisamente em 2008 e 2009, houve uma
recuperação do ICE, passando do patamar “Ruim” para o “Regular”, o que pode ser explicado
pela finalização da obra, redução das grandes intervenções como revolvimento de solo ou
supressão de vegetação, ocorrendo neste período apenas o acabamento da obra como o
asfaltamento, plantação de vegetação nos taludes e demais áreas expostas, sinalização, dentre
outros serviços menos impactantes.
No fim de 2009, iniciaram-se as obras da BR - 440 às margens da Represa, ocorrendo
desta forma um maior fluxo de veículos como máquinas e caminhões. Segundo Amaral e
Piubeli (2003), os motores a combustão, com a queima de combustíveis fósseis, são fontes de
emissão de gases como, por exemplo, o Dióxido de Enxofre - SO2, sendo este parâmetro um
dos precursores da chuva ácida responsável pela acidificação de corpos d’água. Assim sendo,
analisando os dados pluviométricos, foi constatado uma ausência de chuvas no mês de junho
de 2010, voltando a ocorrer precipitação no mês seguinte, exatamente no mês em que houve o
menor valor para pH da água da Represa de São Pedro (5,66), podendo ser esta a causa deste
baixo valor de pH encontrado no mês de julho, ocorrendo a acidificação das águas associada à
poluição atmosférica local. No ano de 2010 foi constatada uma média de pH de 6,80, sendo
![Page 47: Monitoramento da qualidade da água e do uso e cobertura da ...€¦ · Figura 16 - Represa de São Pedro em outubro de 2014 destacando o assoreamento e o período ... sociedade (SAAD](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042312/5edb4951ad6a402d66656ca0/html5/thumbnails/47.jpg)
36
esta a menor média entre os anos estudados. As falhas ocorridas na DBO5,20 e no pH foram
capazes de reduzir o ICE deste ano.
Notava-se nesta época a presença de geradores instalados próximo a barragem para
servir de apoio aos serviços executados. Não foram colocadas proteções para evitar que a
poeira do tráfego e da terraplenagem precipitassem sobre o manancial. Uma série de erros foi
cometida nessa obra que teve uma licença do Conselho Municipal de Meio Ambiente de Juiz
de Fora (COMDEMA) apenas para movimentação de terra, ignorando a presença de um
manancial de abastecimento que levaria o Processo para um licenciamento muito mais
rigoroso, exigindo EIA/RIMA que certamente não recomendaria essa obra.
Nesse ínterim, vale salientar que interpretaram de forma equivocada a DN COPAM nº
74/2004 (MINAS GERAIS, 2004), ignorando sua menção a DN CERH nº 07/2002 (MINAS
GERAIS, 2002) que assegura a proteção dos mananciais e recursos hídricos de substancial
importância para a subsistência das sociedades. A DN CERH nº 07/2002 deveria ter sido
observada desde o início do processo, evitando os danos de difícil reparação que já foram
causados, estabelecendo o enquadramento correto do empreendimento e respectivo
licenciamento do mesmo como um todo, avaliando seus impactos globais com os estudos
pertinentes (ALCANTARA, 2015).
Através de uma decisão do Tribunal de Contas da União no dia 16/12/2010, a obra da
BR-440 foi suspensa devido a diversas irregularidades (BRASIL, 2010). Nos dois anos
seguintes à esta intervenção, 2011 e 2012, ocorreram melhoras no ICE, levando à recuperação
da qualidade da água.
No ano de 2013 houve desconformidade quanto a DBO5,20 em praticamente todos os
meses do ano e da Turbidez apenas no mês de novembro. Este fato foi suficiente para reduzir
o ICE deste ano comparado ao ano de 2012. Sabe-se que a movimentação de terra do
empreendimento Alphaville iniciou no período seco do ano de 2012 conforme estabeleceu a
Licença de Instalação concedida pela SUPRAM ZONA DA MATA (MINAS GERAIS,
2011), provavelmente a partir do mês de abril de 2012, realizando uma série de serviços de
terraplenagem.
No período em que estavam acontecendo os serviços de movimentação de terra para
execução do Alphaville, ocorreu um longo período de baixa pluviosidade no ano de 2013 que
se estendeu de abril a outubro, gerando um aumento da pluviometria exatamente no mês de
novembro cuja precipitação foi de 168,1 mm contra o mês de outubro com 57,9 mm,
favorecendo o transporte de sedimentos acumulados na BCRSP. Cabral (2005) cita como
![Page 48: Monitoramento da qualidade da água e do uso e cobertura da ...€¦ · Figura 16 - Represa de São Pedro em outubro de 2014 destacando o assoreamento e o período ... sociedade (SAAD](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042312/5edb4951ad6a402d66656ca0/html5/thumbnails/48.jpg)
37
alguns dos fatores que contribuem para o transporte de sedimentos, a quantidade e intensidade
das chuvas, cobertura e uso do solo, erosão das terras, escoamento superficial, dentre outros.
Portanto, a elevação da turbidez pode estar relacionada à execução do
empreendimento Alphaville conjuntamente ao carreamento do solo pelas chuvas, bem como
ao assoreamento da Represa e a elevação da presença de materiais mais finos que não se
sedimentaram e foram detectados na coleta deste mês, elevando-se assim a turbidez das águas
da Represa. Segundo Cabral (2005), um dos modos de transporte de sólidos em suspensão é a
chamada carga de lavagem, constituída geralmente por materiais mais finos que se mantêm
quase que permanentemente em suspensão na coluna d’água e não se depositam. Além disso,
o transporte e a velocidade de sedimentação variam com a vazão, tempo de residência, seção
transversal dos afluentes que alimentam os lagos, características morfométricas, localização e
uso da bacia.
Um dos grandes impactos relacionados às construções de represas e demais estruturas
de barramento da água é o assoreamento destes lagos que é intensificado pela ação humana
como é o caso da Represa de São Pedro. Cabral (2005) corrobora com esta afirmação,
relatando que o principal problema que atinge os lagos é o assoreamento, reduzindo o volume
de água armazenada, tendo como principal causa a água da chuva a qual transporta os
sedimentos em suspensão que serão retidos por meio da sedimentação e pelo atrito com o
fundo destes lagos. Os sedimentos são oriundos do solo exposto devido à remoção de
vegetação nas bacias hidrográficas, tornando-as frágeis, devido ao uso inadequado na bacia
hidrográfica, levando à ocorrência do assoreamento em lagos e consequentemente à redução
da vida útil dos mananciais (SODRÉ, 2007; CABRAL, 2010).
Quanto ao ano de 2014, como tratado anteriormente, foi o ano de menor pluviometria
no qual a Represa se apresentou praticamente vazia, estando a mesma com alta concentração
de esgoto doméstico, elevando a DBO5,20 e assim a Turbidez de suas águas. Este ano
apresentou o dezembro menos chuvoso da série estudada, apresentando 155,7 mm de chuva,
enquanto que a média de dezembro dos demais anos era de 362,6 mm. O mês de dezembro de
2014 apresentou uma DBO5,20 de 90,0 mg/l, superando excessivamente o estabelecido pelo
enquadramento, sendo este fato o principal responsável pela maior redução do ICE neste ano.
5.2 Resultados do uso do solo na bacia de Contribuição da Represa de São Pedro
As cartas de uso e cobertura da terra na bacia de contribuição da Represa de São Pedro
nos anos de 2006 e 2015 permitiram verificar as alterações ocorridas na BCRSP de maneira
![Page 49: Monitoramento da qualidade da água e do uso e cobertura da ...€¦ · Figura 16 - Represa de São Pedro em outubro de 2014 destacando o assoreamento e o período ... sociedade (SAAD](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042312/5edb4951ad6a402d66656ca0/html5/thumbnails/49.jpg)
38
clara. Destaca-se o predomínio das áreas de pastagem, caracterizando-se assim por uma bacia
hidrográfica predominantemente rural, seguido das áreas de mata, uso urbano e solo exposto
corroborando com o trabalho de Freitas (2015). A bacia apresentou uma área total de
contribuição de 13,5 Km².
Conforme a Tabela 5, houve um aumento da classe “uso urbano” no ano de 2015 em
relação ao ano de 2006 em 139%, visto que a área desta classe era de 0,41 Km² e passou a ser
de 0,98 Km², correspondendo a aproximadamente 7,3% da área total da bacia de contribuição
da Represa. Outro uso da terra que também obteve um aumento de área foi a classe “mata”,
cuja área se elevou de 4,30 Km² para 4,55 Km². Já as demais classes obtiveram quedas em
suas áreas ao longo dos 10 anos estudados, como é o caso da classe “represa” que caiu de 0,24
Km² para 0,23 Km²; a classe “solo exposto” de 0,39 Km² para 0,26 Km²; a “vegetação de
alagado” de 0,08 Km² para 0,07 Km² e de “pasto” de 8,07 Km² para 7,38 Km², sendo esta a
classe com a maior redução de área na BCRSP dentre as classes estudadas.
Tabela 5 - Comparação entre o uso da terra na BCRSP entre os anos de 2006 e 2015
Classe Área em 2006
(Km²) Área em 2015
(Km²) Diferença de
áreas (Km²)
Uso urbano 0,41 0,98 + 0,58
Mata 4,30 4,55 + 0,25
Solo
exposto 0,39 0,26 - 0,13
Pasto 8,07 7,38 - 0,69
Vegetação
de alagado 0,08 0,07 - 0,01
Represa 0,24 0,23 - 0,01
A porcentagem de cada uma dessas áreas em relação a área total está descrita nos
gráficos das figuras 12 e 13 para os anos de 2006 e 2015, respectivamente. Percebe-se de
forma clara, por meio destes gráficos, o predomínio das áreas de pastagem em ambos os anos
apesar da queda percentual da área desta classe no ano de 2015. Destaca-se ainda a elevação
da classe “uso urbano” entre os anos analisados, representada principalmente pela execução
da estrutura do condomínio Alphaville conforme Figura 15.
![Page 50: Monitoramento da qualidade da água e do uso e cobertura da ...€¦ · Figura 16 - Represa de São Pedro em outubro de 2014 destacando o assoreamento e o período ... sociedade (SAAD](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042312/5edb4951ad6a402d66656ca0/html5/thumbnails/50.jpg)
39
Figura 12 – Porcentagem de cada classe em relação a área total da BCRSP no ano de 2006.
Figura 13 - Porcentagem de cada classe em relação a área total da BCRSP no ano de 2015.
A análise do uso da terra da bacia de contribuição da Represa de São Pedro, tanto no
ano de 2006, quanto no ano de 2015, permitiu verificar que nesta bacia ocorreu um grande
avanço urbano ao norte da mesma, como já foi colocado, devido à execução do
empreendimento Alphaville no ano de 2013, e também nas margens do espelho d’água da
Represa de São Pedro, principalmente devido à construção da BR 440, conforme destacado
pelo aumento substancial dos tons de rosa entre as figuras 14 e 15, cerca de 139%.
1,8
31,9
2,9
3,0
0,6
59,8
Uso da terra na BCRSP em 2006
Represa
Mata
Solo exposto
Ocupação urbana
Vázea
Pasto
1,7
33,8
1,9 7,3
0,6
54,8
Uso da terra na BCRSP em 2015
Represa
Mata
Solo exposto
Ocupação urbana
Várzea
Pasto
![Page 51: Monitoramento da qualidade da água e do uso e cobertura da ...€¦ · Figura 16 - Represa de São Pedro em outubro de 2014 destacando o assoreamento e o período ... sociedade (SAAD](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042312/5edb4951ad6a402d66656ca0/html5/thumbnails/51.jpg)
40
Figura 14 – Uso da terra na BCRSP no ano de 2006.
![Page 52: Monitoramento da qualidade da água e do uso e cobertura da ...€¦ · Figura 16 - Represa de São Pedro em outubro de 2014 destacando o assoreamento e o período ... sociedade (SAAD](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042312/5edb4951ad6a402d66656ca0/html5/thumbnails/52.jpg)
41
Figura 15 - Uso da terra na BCRSP no ano de 2015
![Page 53: Monitoramento da qualidade da água e do uso e cobertura da ...€¦ · Figura 16 - Represa de São Pedro em outubro de 2014 destacando o assoreamento e o período ... sociedade (SAAD](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042312/5edb4951ad6a402d66656ca0/html5/thumbnails/53.jpg)
42
Segundo Souza (2012), a ocupação humana na BCRSP ocorreu principalmente ao
longo dos vales dos córregos São Pedro e Grota do Pinto, região esta que se apresenta com
elevações entre os 800 e 900 metros de altitude. Uma exceção para esta afirmação se deveu ao
Condomínio Alphaville que até então não havia sido executado, sendo o mesmo construído
sobre áreas montanhosas.
Destaca-se uma área muito grande de solo exposto acima do espelho d’água da
Represa, a qual aumentou no ano de 2015. A movimentação de terra e consequente exposição
do solo, associado ao carreamento pelas águas pluviais, acabam por provocar o assoreamento
dos corpos d’água conforme se observa pela Figura 16. Souza (2012) realizou a batimetria
nesta Represa e constatou que no ano de 2010 a Represa de São Pedro apresentava uma
profundidade média de 2 metros, sendo a profundidade máxima encontrada em seu trabalho
de 3,50 m próximo a barragem.
Figura 16 - Represa de São Pedro em outubro de 2014 destacando o assoreamento e o período
de seca ocorrido neste ano.
Quanto a BR 440 (Via São Pedro), de acordo com Freitas (2015), sua implantação na
margem da Represa vem favorecendo o aumento da urbanização do local, o que por
![Page 54: Monitoramento da qualidade da água e do uso e cobertura da ...€¦ · Figura 16 - Represa de São Pedro em outubro de 2014 destacando o assoreamento e o período ... sociedade (SAAD](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042312/5edb4951ad6a402d66656ca0/html5/thumbnails/54.jpg)
43
consequência, gera a supressão da vegetação ciliar, ou seja, das Áreas de Preservação
Permanente, e logo impacta as águas deste manancial. Este mesmo autor destaca ainda que a
área vem sendo supervalorizada tendo em vista a construção de condomínios de luxo nos
arredores da bacia.
É notória a ocorrência do crescimento urbano em direção as áreas de pastagem,
conforme Figuras 14 e 15, o que favoreceu a elevação da área de “uso urbano” e a queda das
áreas de “pasto”. Nota-se ainda que o asfaltamento de estradas e a construção de casas e
granjas nestes últimos anos nos lotes que em 2006 apresentavam-se em solo exposto e que em
2015 já se apresentavam construídos foram as causas da redução de “solos expostos”
somando-se a este fato também a maior estabilidade da BCRSP devido às menores
interferências de grandes obras, provocando certa estabilização e recuperação do solo.
Apesar deste acelerado crescimento urbano, as áreas com vegetação arbórea
apresentaram ligeira recuperação, muito provavelmente devido à sucessão ecológica ocorrida
sobre os pastos abandonados.
Nota-se ainda uma pequena diferença na classe Represa entre ambos os anos
estudados, cerca de 0,01 Km² a menos em relação a área total, o que pode ser explicado
possivelmente pela seca ocorrida no fim do ano de 2014, prolongando-se até meados do ano
de 2015, sendo este também o possível motivo da pequena queda da área da classe “vegetação
de alagado”.
Percebe-se ainda pelos mapas de uso e cobertura da terra uma vegetação ciliar muito
fragmentada e pouco densa ao redor da Represa, apesar da recuperação durante o período
estudado. Souza (2012) destaca que na Bacia de São Pedro, as áreas de mata preservada
encontram-se nos altos dos morros, sendo que as encostas se caracterizam por ausência de
cobertura vegetal, de modo que a predominância de pastagens se torna um motivo de
preocupação devido a ausência de cobertura vegetal e/ou substituição de matas por pastagens.
A proteção dos recursos hídricos está atrelada à presença de remanescentes de vegetação ciliar
e aos diferentes usos da terra (DONADIO et al., 2005). Segundo Bonnet et al. (2008) a
compreensão das relações entre o uso do solo e a qualidade da água oportuniza uma boa
gestão ambiental, tendo como unidade básica de gerenciamento a bacia hidrográfica.
Observa-se que no resultado final das alterações ocorridas na bacia, é notório o
crescimento urbano na área da BCRSP nos últimos 10 anos, principalmente devido ao
Condomínio Alphaville, a BR-440, a região à margem direita da Represa, bem como devido
ao desenvolvimento da região das Chácaras Paço Del Rey ao sul da bacia, constatando o que
![Page 55: Monitoramento da qualidade da água e do uso e cobertura da ...€¦ · Figura 16 - Represa de São Pedro em outubro de 2014 destacando o assoreamento e o período ... sociedade (SAAD](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042312/5edb4951ad6a402d66656ca0/html5/thumbnails/55.jpg)
44
afirmam Moura et al. (2013) quanto a definição, no Plano Diretor do município, de ser essa
região uma “área de expansão urbana” devido a posição estratégica e com grande beleza
natural, questionável por se tratar de uma bacia de manancial de abastecimento ativo. Esse
crescimento urbano e todas as intervenções provocadas no período de estudo vêm
comprometendo a qualidade e a quantidade das águas da Represa de São Pedro, a qual
mostrou pelo resultado do ICE, que é passível de recuperar sua qualidade, no que diz respeito
a este índice, desde que essas intervenções sejam cessadas, preservando-se este manancial
para as gerações atuais e futuras.
![Page 56: Monitoramento da qualidade da água e do uso e cobertura da ...€¦ · Figura 16 - Represa de São Pedro em outubro de 2014 destacando o assoreamento e o período ... sociedade (SAAD](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042312/5edb4951ad6a402d66656ca0/html5/thumbnails/56.jpg)
45
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A DBO5,20 foi o parâmetro que mais esteve em desconformidade com a Resolução
CONAMA 357/2005, ocorrendo falhas em todos os anos estudados, sendo que em alguns
anos, no máximo dois meses não falharam. Tal fato demonstra a alta carga orgânica nas águas
da Represa, possivelmente proveniente do lançamento de efluentes domésticos nos tributários
de abastecimento do manancial de São Pedro associados ao crescimento urbano nesta bacia,
comprometendo a qualidade das águas do mesmo, sendo tal problema agravado em períodos
muito secos.
É possível verificar pelos resultados que o Índice de Conformidade ao
Enquadramento- ICE se mostrou bastante sensível às falhas dos parâmetros estudados, visto
que nos anos em que o ICE sofreu quedas houve falhas não somente devido à DBO5,20, mas
também devido à desconformidade de algum outro parâmetro como a Turbidez e o pH.
Percebe-se que de fato está ocorrendo o aumento da ocupação urbana na bacia de
contribuição da Represa de São Pedro em direção às áreas de pasto e ainda que no período
estudado tal bacia passou por intensas intervenções como a duplicação da BR-040, a execução
da BR-440, bem como a construção da estrutura para instalação do Condomínio Alphaville.
Destaca-se que o Condomínio Alphaville, por enquanto, se encontra em fase de venda de
terrenos, não apresentando ainda construções. Com o passar dos anos, este condomínio
começará a funcionar, atraindo trafego de veículos e pessoas, podendo comprometer ainda
mais a qualidade e a disponibilidade hídrica deste manancial devido a grande proximidade.
Certamente, em outros locais do mundo, a licença para construção de estradas e condomínios
tão próximos a um manancial de abastecimento não seguiriam adiante. O bom senso na
administração pública sugere priorizar o coletivo, algo que não aconteceu nessa Bacia.
Outra consequência das intervenções humanas neste manancial é o assoreamento desta
Represa, o qual vem se agravando com o passar dos anos, reduzindo cada vez mais o volume
útil do reservatório, comprometendo também a disponibilidade hídrica.
O regime pluviométrico associado com as intervenções antrópicas comprometeram a
qualidade da água da BCRSP, tanto devido ao carreamento de materiais advindo do
escoamento superficial, quanto à ausência de chuvas como no caso do ano de 2014, elevando
a concentração de matéria orgânica proveniente de lançamento de esgoto pelas granjas e
residências instaladas nas margens dos tributários e da própria Represa.
As falhas dos parâmetros puderam ser justificadas pelas principais intervenções
causadas sobre a bacia, destacando-se a BR-440 e o Alphaville, havendo uma recuperação dos
![Page 57: Monitoramento da qualidade da água e do uso e cobertura da ...€¦ · Figura 16 - Represa de São Pedro em outubro de 2014 destacando o assoreamento e o período ... sociedade (SAAD](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042312/5edb4951ad6a402d66656ca0/html5/thumbnails/57.jpg)
46
mesmos sempre que tais intervenções cessaram ou reduziram, revelando que as águas da
Represa de São Pedro ainda podem se recuperar, caso tais intervenções sejam controladas.
Desta forma, conclui-se que a BCRSP vem necessitando de maiores cuidados, visto
que o ICE demonstrou diretamente que seus piores momentos foram justamente aqueles em
que a mesma passou por intervenções antrópicas intensas, o que não deveria acontecer por se
tratar de uma bacia que alimenta um manancial de abastecimento público. Qualquer
intervenção em bacia de manancial deveria passar por processos de licenciamento rigorosos
como previsto na DN CERH nº 07/2002. A Represa de São Pedro é uma jovem de cerca de 50
anos que tem resistido a uma diversidade de impactos, mostrando em vários estudos recentes,
uma capacidade de recuperação maior que as outras represas de Juiz de Fora. Essa resiliência
pode estar próxima da sua capacidade. A manutenção da qualidade das suas águas dependerá
de uma maior participação da sociedade civil organizada em contraposição a inércia dos
órgãos públicos que deveriam efetivamente protegê-la.
![Page 58: Monitoramento da qualidade da água e do uso e cobertura da ...€¦ · Figura 16 - Represa de São Pedro em outubro de 2014 destacando o assoreamento e o período ... sociedade (SAAD](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042312/5edb4951ad6a402d66656ca0/html5/thumbnails/58.jpg)
47
7 RECOMENDAÇÕES
Sabe-se que o monitoramento proporciona informações essenciais para que os gestores
possam analisar e tomar medidas visando a detecção de problemas e assim a resolução destes,
bem como a manutenção daquilo que já está bom. Portanto, visando observar novas situações
e confirmar o cenário em que se encontra a Represa de São Pedro, seguem algumas
recomendações:
- Utilizar mais parâmetros para aplicação do Índice de Conformidade ao
Enquadramento - ICE, em especial parâmetros que possam se relacionar diretamente com o
uso e cobertura da terra nesta bacia, observando também os critérios para aplicação deste
Índice.
- Além disso, que seja observado o período anterior ao ano de 2005 e que se dê
continuidade à análise após o ano de 2015.
- Aplicar ferramentas estatísticas que possam determinar correlações entre as chuvas e
as variações dos parâmetros.
- Avaliar a aplicação do ICE em outros pontos da Bacia, em especial nas fozes dos
córregos a fim de se observar a recuperação proporcionada pelo reservatório da Represa.
- Dar continuidade a análise das modificações ocorridas no uso e cobertura da terra na
Bacia de contribuição da Represa de São Pedro, abrangendo um espaço de tempo maior,
ressaltando em especial o crescimento urbano.
![Page 59: Monitoramento da qualidade da água e do uso e cobertura da ...€¦ · Figura 16 - Represa de São Pedro em outubro de 2014 destacando o assoreamento e o período ... sociedade (SAAD](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042312/5edb4951ad6a402d66656ca0/html5/thumbnails/59.jpg)
48
8 REFERÊNCIAS
ALCANTARA, L. A. G. Parecer sobre o Pedido de vistas da 28ª Reunião extraordinária
conjunta da Câmara de Atividades de Infraestrutura e Saneamento e Câmara de Proteção aos
Recursos Naturais e à Biodiversidade realizada no dia 28 de abril de 2015. Conselho
Municipal de Meio Ambiente (COMDEMA), Juiz de Fora, MG.
ALVES, A. R. F. Doenças alimentares de origem bacteriana. Dissertação de mestrado.
Ciências Farmacêuticas, Universidade Fernando Pessoa, Porto, 2012.
ANA – Agência Nacional de Águas. Panorama da Qualidade das Águas Superficiais no
Brasil. Brasília, 2005. Disponível em: <http://www.ana.gov.br>. Acesso em: 28 ago. 2014.
ANA – Agência Nacional de Águas. Panorama da qualidade das águas superficiais no Brasil.
Brasília, 2012. Disponível em: <http://www.ana.gov.br>. Acesso em: 28 ago. 2014.
ANA – Agência Nacional de Águas. Conjuntura dos recursos hídricos no Brasil: 2013.
Brasília, 2013. Disponível em:
<http://arquivos.ana.gov.br/institucional/spr/conjuntura/ANA_Conjuntura_Recursos_Hidricos
_Brasil/ANA_Conjuntura_Recursos_Hidricos_Brasil_2013_Final.pdf>. Acesso em: 28 ago.
2014.
ANDRADE, C. L. Histopatologia e identificação da Escherichia coli como agente causal da
celulite aviária em frangos de corte. Dissertação de mestrado do Curso de Pós Graduação em
Medicina Veterinária da Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2005.
AMARAL, D. M.; PIUBELI, F. A. A poluição atmosférica interferindo na qualidade de vida
da sociedade. In: X Simpósio de engenharia de produção, 2013.
AMARO, C. A. Proposta de um índice para avaliação de conformidade da qualidade dos
corpos hídricos ao enquadramento. Dissertação de mestrado. Escola Politécnica da
Universidade de São Paulo, Departamento de Engenharia Hidráulica e Sanitária, São Paulo,
2009.
![Page 60: Monitoramento da qualidade da água e do uso e cobertura da ...€¦ · Figura 16 - Represa de São Pedro em outubro de 2014 destacando o assoreamento e o período ... sociedade (SAAD](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042312/5edb4951ad6a402d66656ca0/html5/thumbnails/60.jpg)
49
BARROS, J. C.; BARRETO, F. M. S.; LIMA, M. V. Aplicação do Índice de Qualidade das
Águas (IQA-CETESB) no açude Gavião para determinação futura do Índice de Qualidade das
Águas Brutas para fins de Abastecimento Público (IAP). In: VII Congresso Norte Nordeste de
Pesquisa e Inovação, Palma/Tocantins, 2012.
BONNET, B. R. P.; FERREIRA, L. G.; LOBO, F. C. Relações entre qualidade da água e uso
do solo em Goiás: uma análise à escala da bacia hidrográfica. Revista Árvore, v. 32, n. 2, p.
311-322, 2008.
BRASIL. Lei nº 9.433 de 08 de Janeiro de 1997. Institui a Política Nacional de Recursos
Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, regulamenta o
inciso XIX do art. 21 da Constituição Federal, e altera o art. 1º da Lei nº 8.001, de 13 de
março de 1990, que modificou a Lei nº 7.990, de 28 de dezembro de 1989. Diário Oficial [da]
República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 09 jan. 1997.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de vigilância em Saúde. Portaria MS nº. 518 de
março de 2004. Estabelece os procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e
vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade, e dá
outras providências. Brasília, DF: Diário Oficial da União, 2004.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Conselho Nacional de Meio Ambiente. Resolução
CONAMA nº 357 de março de 2005. Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e
diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões
de lançamento de efluentes, e dá outras providências. Brasília, DF: Diário Oficial da União,
2005.
BRASIL. Tribunal de Contas da União. Gabinete do Ministro Raimundo Carreiro. TC-
006.957/2010-2. Brasília, DF, 2010.
BUZELLI, G.M.; CUNHA-SANTINO, M.B. Análise e diagnóstico da qualidade da água e
estado trófico do reservatório de Barra Bonita, SP. Revista Ambiente & Água, v.8, n.1, p.
186-205, 2013.
![Page 61: Monitoramento da qualidade da água e do uso e cobertura da ...€¦ · Figura 16 - Represa de São Pedro em outubro de 2014 destacando o assoreamento e o período ... sociedade (SAAD](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042312/5edb4951ad6a402d66656ca0/html5/thumbnails/61.jpg)
50
CABRAL, J. B. P. Estudo do processo de assoreamento em reservatórios. Caminhos de
Geografia, v. 6, n. 14, p. 62-69, 2005.
CCME – Canadian Council of Ministers of the Enviroment. Water Quality Index: Technical
Report. In: Canadian Water Quality Guidelines for the Protection of Aquatic Life. 2001a.
Disponível em: <http://ceqg-rcqe.ccme.ca/dowload/en/137>. Acesso em 16 out. 2014.
CCME – Canadian Council of Ministers of the Enviroment. Reducing the Sensitivity of the
Water Quality Index to Episodic Events. 2009. Disponível em:
<http://www.ccme.ca/files/Resources/water/water_quality/pn_1435_wqi_sensitivity.pdf>.
Acesso em: 23 abr. 2016.
CESAMA – COMPANHIA DE SANEAMENTO MUNICIPAL. Mananciais – Represa de
São Pedro. Disponível em: <http://www.cesama.com.br/?pagina=rsaopedro>. Acesso em: 07
jan. 2016.
CETESB – Companhia Ambiental do Estado de São Paulo. Relatório de qualidade das águas
superficiais. Significado ambiental e sanitário das variáveis de qualidade - Apêndice D, 2015.
Disponível em: <http://aguasinteriores.cetesb.sp.gov.br/wp-
content/uploads/sites/32/2013/11/Ap%C3%AAndice-D-Significado-Ambiental-e-
Sanit%C3%A1rio-das-Vari%C3%A1veis-de-Qualidade-1.pdf>. Acesso em: 29 de ago. 2016.
CORRÊA, F. A. F. Características dos patótipos de E. coli e implicações de E.coli patogênica
para aves em achados de abatedouros frigoríficos. Dissertação de metrado do Programa de
Pós Graduação em Ciência Animal da Escola de Veterinária e Zootecnia da Universidade
Federal de Goiás, Goiânia, 2012.
COSTA, A.B.; POSSELT, E.L.; MENEZES, C.M.; LOBO, E. A. Desenvolvimento e
aplicação de índices de qualidade da água. Caderno de Pesquisa, Série Biologia, v. 24, n. 1,
p.69-77, 2012.
CUNHA, D. G.F.; CALIJURI, M. C. Análise probabilística de ocorrência de
incompatibilidade da qualidade da água com o enquadramento legal de sistemas aquáticos –
![Page 62: Monitoramento da qualidade da água e do uso e cobertura da ...€¦ · Figura 16 - Represa de São Pedro em outubro de 2014 destacando o assoreamento e o período ... sociedade (SAAD](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042312/5edb4951ad6a402d66656ca0/html5/thumbnails/62.jpg)
51
estudo de caso do rio Pariquera-Açu (SP). Revista de Engenharia Sanitária e Ambiental, v.15,
n.4, p.337-346, 2010.
CUNHA, R. W.; GARCIA JÚNIOR, M. D. N.; ALBERTONI, E. F.; PALMA-SILVA, C.
Qualidade de água de uma lagoa rasa em meio rural no sul do Brasil. Revista Brasileira de
Engenharia Agrícola e Ambiental, v. 17, n. 7, p.770-779, 2013.
DONADIO, N. M. M.; GALBIATTI, J. A. PAULA, R. C. Qualidade da água de nascentes
com diferentes usos do solo na bacia hidrográfica do córrego Rico, São Paulo, Brasil. Revista
Engenharia Agrícola, v. 25, n. 1, p. 115-125, 2005.
FREITAS, F. A. Qualidade da água e uso da terra na Bacia de Contribuição da Represa de
São Pedro, Juiz de Fora – MG. Dissertação de mestrado do Programa de Pós Graduação em
Ecologia da Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2015.
GUEDES, H. A. S.; SILVA, D. D.; ELESBON, A. A. A.; RIBEIRO, C. B. M.; MATOS, A.
T. & SOARES, J.H.P. Aplicação da análise estatística multivariada no estudo da qualidade da
água do Rio Pomba, MG. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v. 16, n. 5,
p.558-63, 2012.
HELLER, L. e PÁDUA, V. L. Abastecimento de água para consumo humano. 2ª edição
revista e atualizada. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2010.
IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Canais –
Cidades@ - MG – Juiz de Fora. Disponível em:
<http://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?lang=&codmun=313670&search=minas-
gerais|juiz-de-fora>. Acesso em 07 mai. 2014.
IGAM - INSTITUTO MINEIRO DE GESTÃO DAS ÁGUAS. Qualidade das Águas
Superficiais de Minas Gerais em 2013. Resumo Executivo. Belo Horizonte: IGAM, 2014.
Disponível em: <http://www.igam.mg.gov.br/images/stories/qualidade_aguas/2014/resumo-
executivo-2013.pdf>. Acesso em : 07 jan. 2016.
![Page 63: Monitoramento da qualidade da água e do uso e cobertura da ...€¦ · Figura 16 - Represa de São Pedro em outubro de 2014 destacando o assoreamento e o período ... sociedade (SAAD](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042312/5edb4951ad6a402d66656ca0/html5/thumbnails/63.jpg)
52
INMET – INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGIA. Banco de dados
meteorológicos para ensino e pesquisa. Disponível em:
<http://www.inmet.gov.br/portal/index.php?r=bdmep/bdmep>. Acesso em: 16 abr. 2016.
JUIZ DE FORA. Prefeitura Municipal. Secretaria de Planejamento e Gestão. Base
Cartográfica Digital de Juiz de Fora. Esteio, 2007.
JUIZ DE FORA. Lei nº 9.811 de 27 de junho de 2000. Institui o plano diretor de
desenvolvimento urbano de Juiz de Fora. Disponível em:
<http://www.jflegis.pjf.mg.gov.br/c_norma.php?chave=0000023630>. Acesso em: 07 mai.
2014.
JUIZ DE FORA. Plano de Saneamento Básico de Juiz de Fora, 2014. Disponível em:
<http://www.planodesaneamento.pjf.mg.gov.br/o_plano.html>. Acesso em: 29 ago. 2016.
LATUF, M. de O. Diagnóstico das águas superficiais do córrego São Pedro, Juiz de Fora-MG.
Geografia, v.13, n. 1, p.21-55, 2004.
LIBÂNIO, M. Fundamentos de qualidade e tratamento de água – 3ª ed. Campinas, São Paulo:
Editora Átomo, 2010.
MACHADO, P. J. O. Crescimento urbano e ocupação de mananciais: o caso de Juiz de
Fora/MG. In: III Fórum Ambiental da Alta Paulista, Estância Turística de Tupã/São Paulo,
2006.
MENEZES, M. J. S.; SIQUEIRA, J. A. C.; VIEIRA, A. C. MENEZES, K. L.;
LORENCETTI, G. A. T.; SCHMATZ, K. M. Parâmetros da qualidade da água e aspectos
ambientais do Rio Sarandi e Rio Anta Gorda. Acta Iguazu, Cascavel, v. 1, n. 4, p. 17-26,
2012.
MINAS GERAIS. Conselho de Política Ambiental do Estado de Minas Gerais – COPAM.
Deliberação Normativa COPAM n° 016, de 24 de Setembro de 1996. Dispõe sobre o
![Page 64: Monitoramento da qualidade da água e do uso e cobertura da ...€¦ · Figura 16 - Represa de São Pedro em outubro de 2014 destacando o assoreamento e o período ... sociedade (SAAD](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042312/5edb4951ad6a402d66656ca0/html5/thumbnails/64.jpg)
53
enquadramento das águas estaduais da bacia do rio Paraibuna. Belo Horizonte, MG: Diário do
Executivo – Minas Gerais, 1996.
MINAS GERAIS. Conselho Estadual de Recursos Hídricos – CERH-MG. Deliberação
Normativa CERH – MG nº 07, de 4 de novembro de 2002. Estabelece a classificação dos
empreendimentos quanto ao porte e potencial poluidor, tendo em vista a legislação de
recursos hídricos do Estado de Minas Gerais, e dá outras providências. Belo Horizonte, MG:
Diário do Executivo – Minas Gerais, 2002.
MINAS GERAIS. Conselho Estadual de Política Ambiental – COPAM. Deliberação
Normativa nº 74, de 09 de setembro de 2004. Estabelece critérios para classificação, segundo
o porte e potencial poluidor, de empreendimentos e atividades modificadoras do meio
ambiente passíveis de autorização ou de licenciamento ambiental no nível estadual, determina
normas para indenização dos custos de análise de pedidos de autorização e de licenciamento
ambiental, e dá outras providências. Belo Horizonte, MG: Diário do Executivo – Minas
Gerais, 2004.
MINAS GERAIS. Conselho de Política Ambiental do Estado de Minas Gerais – COPAM e
Conselho Estadual de Recursos Hídricos do Estado de Minas Gerais – CERH-MG.
Deliberação Normativa Conjunta COPAM/CERH-MG n° 01, de 05 de maio de 2008.
Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para seu
enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e
dá outras providências. Belo Horizonte, MG: Diário do Executivo – Minas Gerais, 2008.
MINAS GERAIS. Parecer único SUPRAM-ZM N.º: 860920/2011. Superintendência
Regional de Regularização Ambiental da Zona da Mata. Disponível em:
<http://www.meioambiente.mg.gov.br/copam/urcs/zona-da-mata>. Acesso em: 29 set. 2016.
MORETTO, D. L.; PANTA, R. E.; COSTA, A. B.; LOBO, E. A. Calibration of water quality
index (WQI) based on Resolution n° 357/2005 of the Environment National Council
(CONAMA). Acta Limnologica Brasiliensia, v.24, n.1, p.29-42, 2012.
![Page 65: Monitoramento da qualidade da água e do uso e cobertura da ...€¦ · Figura 16 - Represa de São Pedro em outubro de 2014 destacando o assoreamento e o período ... sociedade (SAAD](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042312/5edb4951ad6a402d66656ca0/html5/thumbnails/65.jpg)
54
MOURA, A. B. A. P.; JÚNIOR, M. W.; FARIA, R. L.; ZAIDAN, R. T. Processamento
Digital de imagens LANDSAT como auxílio à classificação e análise da evolução da mancha
urbana de Juiz de Fora – MG entre os anos de 1990 e 2011. In: Anais XVI Simpósio
Brasileiro de Sensoriamento Remoto, Foz do Iguaçu, Paraná, 2013.
NASCIMENTO, L. P.; MELLO, C. E. F. Análise espaço-temporal do Índice de
Conformidade ao Enquadramento em trecho da bacia do Rio das Velhas no município de
Ouro Preto – MG. In: XXI Simpósio brasileiro de recursos hídricos. Segurança hídrica e
desenvolvimento sustentável: desafios do conhecimento e da gestão, Brasília, Distrito Federal,
2015.
OLIVEIRA, I. B.; ALMEIDA, R. A. S.; NEGRÃO, F. I.; BERETTA, M. Avaliação da
qualidade da água do aquífero sedimentar do estado da Bahia utilizando índices de qualidade
IQNAS e CCME WQI. In: XVII Congresso brasileiro de águas subterrâneas, Bonito, Mato
Grosso do Sul, 2012.
RIBEIRO, C. R.; PIZZO, H. S. Avaliação da sustentabilidade hídrica de Juiz de Fora/MG.
Mercator, v. 10, n. 21, p. 171-88, 2011.
ROCHA, C. H. B.; FREITAS, F. A.; SILVA, T. M. Alterações em variáveis limnológicas de
manancial de Juiz de Fora devido ao uso da terra. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e
Ambiental, v.18, n.4, p.431-436, 2014.
ROCHA, C. H. B.; COSTA, H. F. Variação temporal de parâmetros limnológicos em
manancial de abastecimento em Juiz de Fora, MG. Revista Brasileira de Recursos Hídricos,
v. 20, n. 2, 2015.
ROCHA, C. H. B.; COSTA, H. F.; CASQUIN, A. P.; PEREIRA, B. H. C.; OLIVEIRA, M.;
SILVA, A. F. R.; SILVA, R. R.; PEREIRA, A. M.; PAULA, I. F. M.; ALMEIDA NETO, J.
O. Dinâmica de parâmetros limnológicos e uso e cobertura da terra nas bacias hidrográficas
das represas Dr. João Penido e São Pedro, Juiz de Fora/MG. In: XXI Seminário de Iniciação
Científica da UFJF, 2015a.
![Page 66: Monitoramento da qualidade da água e do uso e cobertura da ...€¦ · Figura 16 - Represa de São Pedro em outubro de 2014 destacando o assoreamento e o período ... sociedade (SAAD](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042312/5edb4951ad6a402d66656ca0/html5/thumbnails/66.jpg)
55
ROCHA, C. H. B.; FREITAS, F. A.; CASQUIN, A. P.; OLIVEIRA, M.; PEREIRA, A. M.
Comparação dos IQAs CETESB e IGAM adaptado em bacia de manancial de abastecimento
de Juiz de Fora, MG. In: XII Congresso de Ecologia do Brasil, Sociedade de Ecologia do
Brasil (SEB), São Lourenço, MG, 2015b.
ROCHA, C. H. B.; OLIVEIRA, M.; CASQUIN, A. P.; GONCALVES, I. M.;.CARVALHO,
A.; PRADO, T. O.; NICOLAU, G. M. O. Monitoramento da qualidade da água dos principais
tributários das represas Dr. João Penido e São Pedro que abastecem Juiz de Fora/MG. In:
XXII seminário de iniciação científica da UFJF, 2016a.
ROCHA, C. H. B.; SILVA, T. M.; FREITAS, F. A. Processos condicionantes de alterações
em variáveis limnológicas: uma abordagem estatística na Represa de São Pedro, Juiz de Fora
(MG). Eng. Sanitária e Ambiental, v. 21, n. 1, p. 131-138, 2016b.
SAAD, A. R.; SEMENSATTO JR, D. L.; AYRES, F. M.; OLIVEIRA, P. E. Índice de
Qualidade da Água – IQA do reservatório do Tanque Grande, município de Guarulhos, estado
de São Paulo, Brasil: 1990 – 2006. Revista UnG – Geociências, v.6, n.1, p.118-133, 2007.
SAVIOLLI, J. Y. Pesquisa e caracterização de Escherichia coli patogênica (E.coli produtora
de toxina Shiga – STEC; E.coli aviária patogênica – APEC) de fragatas (Fregata
magnificiens) da Costa do Estado de São Paulo. Dissertação de mestrado do Programa de Pós
Graduação em Patologia Experimental e Comparada da faculdade de Medicina Veterinária e
Zootecnia da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2010.
SILVA, G. L.; AURELIANO, J. T.; LUCENA, S. V. O. Proposição de um índice de
qualidade de água bruta para abastecimento público. Revista de Gestão de Água da América
Latina, v.9, n.1, p.17-24, 2012.
SOARES, D. C. Aspectos limnológicos do córrego São Pedro Juiz de Fora – Minas Gerais.
Dissertação de mestrado do Programa de Pós Graduação em Ecologia da Universidade
Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2007.
![Page 67: Monitoramento da qualidade da água e do uso e cobertura da ...€¦ · Figura 16 - Represa de São Pedro em outubro de 2014 destacando o assoreamento e o período ... sociedade (SAAD](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042312/5edb4951ad6a402d66656ca0/html5/thumbnails/67.jpg)
56
SODRÉ, S. S. V. Hidroquímica dos lagos Bolonha e Água Preta, mananciais de Belém – Pará.
Dissertação do Programa de Pós Graduação em Ciências Ambientais do Instituto de
Geociências da Universidade Federal do Pará, Belém, 2007.
SOUZA, R. C. Metodologia para determinação de Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos
em sedimentos e solos periféricos à represa de São Pedro – Juiz de Fora, MG. Dissertação de
mestrado do Programa de Pós Graduação em Química da Universidade Federal de Juiz de
Fora, Juiz de Fora, 2008.
SOUZA, F. F. C. Modelagem do regime térmico e caracterização do estado trófico de um
reservatório tropical de abastecimento público. Dissertação de mestrado. Instituto de Ciências
Biológicas da Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2012.
TURETTA, A. P. D. Mudança de uso da terra em bacias hidrográficas. Documentos 139. Rio
de Janeiro: Embrapa solos, 2011.
VANINI, E. Indefinições sobre BR-440 persistem há um mês. In: Tribuna de Minas, 15 jan.
2011. Disponível em: <http://www.jfclipping.com/wp/2011-01-15-indefinicoes-sobre-br-440-
persistem-ha-um-mes/definir>. Acesso em 28 nov. 2016.
VON SPERLING, M. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de esgotos. 3.ed. Belo
Horizonte: Imprensa Universitária da UFMG, 452 p, 2005.
VASCO, A. N.; BRITTO, F. B.; PEREIRA, A. P .S.; MÉLLO JÚNIOR, A. V. M.; GARCIA,
C. A. B.; NOGUEIRA, L.C. Avaliação espacial e temporal da qualidade de água na sub bacia
do rio Poxim, Sergipe, Brasil. Revista Ambiente & Água, v.6, n.1, p. 118-30, 2011.
VALENTE, E.; CAETANO, C. Cidade alta tem situação crítica. In: Tribuna de Minas, 30 set.
2014. Disponível em: <http://www.tribunademinas.com.br/cidade-alta-tem-situacao-critica/>.
Acesso em: 23 ago. 2016.
VALENTE, E. Futuro das represas em risco: bacias de contribuição dos lagos estão
vulneráveis e prejudicam a qualidade da água e a capacidade de volume armazenado. In:
![Page 68: Monitoramento da qualidade da água e do uso e cobertura da ...€¦ · Figura 16 - Represa de São Pedro em outubro de 2014 destacando o assoreamento e o período ... sociedade (SAAD](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042312/5edb4951ad6a402d66656ca0/html5/thumbnails/68.jpg)
57
Tribuna de Minas, 08 mar. 2015. Disponível em: <http://www.tribunademinas.com.br/futuro-
das-represas-em-risco-cesama-admite-vulnerabilidade/>. Acesso em: 23 ago. 2016.
VIANA, L. G.; DIAS, D. F. S.; OLIVEIRA, V. P. S.; OLIVEIRA, M. M. Qualidade das
águas da Lagoa do Taí, em São João da Barra, RJ. Boletim do Observatório Ambiental
Alberto Ribeiro Lamego, v.7, n.1, p. 139-51, 2013.
![Page 69: Monitoramento da qualidade da água e do uso e cobertura da ...€¦ · Figura 16 - Represa de São Pedro em outubro de 2014 destacando o assoreamento e o período ... sociedade (SAAD](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042312/5edb4951ad6a402d66656ca0/html5/thumbnails/69.jpg)
58
9 ANEXO
Anexo 1 – Dados brutos fornecidos pela Companhia de Saneamento Municipal
(Cesama) no período de 2005 a 2015 referentes à ponto de captação da Represa de São
Pedro.
PARÂMETROS
DATA Turbidez (NTU) DBO 5,20 (mg/L) pH Escherichia coli (NMP/100mL)
jan-05 15,70 x 6,81 365,4
fev-05 13,30 x 6,93 72,3
mar-05 15,20 x 6,80 x
abr-05 9,42 x 6,63 816,4
mai-05 6,02 4,3 6,72 22,3
jun-05 9,30 5,9 6,81 16,9
jul-05 6,26 8,2 6,72 16,9
ago-05 9,89 14,2 7,16 9,8
set-05 6,04 14,7 7,70 24,9
out-05 5,42 25,2 7,06 1,0
nov-05 12,20 25,2 7,01 727,0
dez-05 19,50 24,1 7,67 27,2
jan-06 11,90 29,5 7,18 46,4
fev-06 21,70 30,1 6,83 83,0
mar-06 9,06 13,7 7,11 12,1
abr-06 6,29 8,2 7,03 10,7
mai-06 8,29 7,6 6,98 4,1
jun-06 8,27 2,1 7,02 32,7
jul-06 8,75 3,8 7,43 13,1
ago-06 12,80 8,2 7,20 7,1
set-06 12,30 x 7,17 6,3
out-06 16,90 x 7,16 17,7
nov-06 7,21 9,8 7,14 58,8
dez-06 26,20 24,1 6,94 21,1
jan-07 30,50 46,0 6,97 29,8
fev-07 7,87 15,3 7,25 32,7
mar-07 16,70 10,4 6,83 133,3
abr-07 8,47 14,4 7,03 41,6
mai-07 7,52 2,1 7,03 23,9
jun-07 9,84 7,6 6,91 22,6
jul-07 4,98 5,7 7,46 16,9
ago-07 13,50 12,0 7,47 26,5
set-07 45,50 21,8 7,15 41,3
out-07 17,40 15,8 7,07 83,9
nov-07 13,00 10,4 7,48 1,0
![Page 70: Monitoramento da qualidade da água e do uso e cobertura da ...€¦ · Figura 16 - Represa de São Pedro em outubro de 2014 destacando o assoreamento e o período ... sociedade (SAAD](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042312/5edb4951ad6a402d66656ca0/html5/thumbnails/70.jpg)
59
dez-07 27,50 11,8 6,03 22,1
jan-08 11,30 14,8 6,83 29,1
fev-08 11,70 12,6 7,32 61,6
mar-08 8,28 14,1 7,03 17,1
abr-08 4,98 13,0 6,09 9,7
mai-08 4,74 4,3 7,08 143,9
jun-08 6,57 3,8 7,07 2419,3
jul-08 4,88 3,8 6,92 1,0
ago-08 9,02 8,2 6,95 33,1
set-08 10,90 6,0 7,27 56,1
out-08 5,86 16,9 7,42 14,5
nov-08 9,39 9,8 6,80 15,8
dez-08 10,20 15,8 7,93 172,5
jan-09 6,90 x 7,16 33,6
fev-09 11,60 3,8 7,12 107,6
mar-09 5,76 1,6 7,06 7,4
abr-09 5,57 0,0 7,05 5,2
mai-09 4,73 4,3 6,99 34,1
jun-09 5,36 6,5 6,98 11,0
jul-09 4,80 8,7 6,97 21,8
ago-09 7,80 4,3 7,19 9,8
set-09 8,97 11,5 7,02 18,3
out-09 6,10 x 7,00 x
nov-09 9,86 19,7 6,72 613,1
dez-09 16,20 x 6,62 x
jan-10 8,25 x 6,68 69,7
fev-10 5,72 x 6,84 8,3
mar-10 20,10 21,9 6,92 x
abr-10 5,34 15,8 x 0
mai-10 2,09 9,3 6,86 x
jun-10 6,06 2,7 6,42 x
jul-10 2,62 10,9 5,66 42,8
ago-10 7,17 10,9 7,14 44,1
set-10 2,99 1,0 7,28 31,8
out-10 9,04 17,0 6,83 x
nov-10 9,34 18,8 7,22 13,5
dez-10 11,40 x 6,97 x
jan-11 x x x x
fev-11 11,70 x 7,06 19,7
mar-11 9,42 19,7 6,81 2419,3
abr-11 7,10 15,3 7,11 x
mai-11 5,79 8,2 6,98 x
![Page 71: Monitoramento da qualidade da água e do uso e cobertura da ...€¦ · Figura 16 - Represa de São Pedro em outubro de 2014 destacando o assoreamento e o período ... sociedade (SAAD](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042312/5edb4951ad6a402d66656ca0/html5/thumbnails/71.jpg)
60
jun-11 5,39 36,5 6,83 125,4
jul-11 9,93 7,1 7,27 23,8
ago-11 10,90 20,8 7,65 2,0
set-11 15,80 15,3 7,36 9,8
out-11 10,20 10,4 7,00 2,0
nov-11 11,00 7,6 7,28 24,6
dez-11 15,00 19,1 7,50 199,0
jan-12 20,00 x 6,75 134,3
fev-12 12,20 23,0 7,02 9,6
mar-12 7,70 19,1 6,24 2,0
abr-12 5,87 12,0 6,62 x
mai-12 6,12 x 6,56 109,0
jun-12 4,43 3,8 6,85 3,1
jul-12 3,80 6,0 x 5,2
ago-12 7,01 15,3 6,89 1,0
set-12 10,00 10,4 7,21 3,0
out-12 6,93 23,0 7,26 x
nov-12 19,50 16,4 7,72 7,3
dez-12 5,40 29,0 6,95 4,1
jan-13 7,33 3,8 7,37 9,8
fev-13 5,07 x 6,71 28,5
mar-13 x x 7,01 24,3
abr-13 8,25 16,4 7,47 8,6
mai-13 4,76 15,7 6,92 86,0
jun-13 5,53 6,5 6,85 35,4
jul-13 5,04 16,4 6,66 x
ago-13 8,63 9,3 8,24 5,2
set-13 22,60 9,8 7,25 x
out-13 11,40 13,1 6,93 52
nov-13 40,90 11,5 6,69 290
dez-13 16,50 0,0 7,21 70
jan-14 12,30 0,0 7,00 x
fev-14 12,80 17,5 6,73 x
mar-14 7,81 11,5 6,73 100
abr-14 8,62 12,0 6,86 100
mai-14 4,62 9,3 6,86 100
jun-14 0,75 4,3 6,81 91
jul-14 11,30 2,1 7,31 12
ago-14 15,80 9,3 7,36 1
set-14 34,20 8,2 6,69 10
out-14 120,00 6,0 6,85 89
nov-14 18,80 11,5 7,25 x
![Page 72: Monitoramento da qualidade da água e do uso e cobertura da ...€¦ · Figura 16 - Represa de São Pedro em outubro de 2014 destacando o assoreamento e o período ... sociedade (SAAD](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042312/5edb4951ad6a402d66656ca0/html5/thumbnails/72.jpg)
61
dez-14 7,73 90,0 6,90 6,3
jan-15 7,15 x 6,91 110
fev-15 4,68 7,6 6,56 51
mar-15 5,96 10,4 6,99 6,3
abr-15 4,27 x 7,11 4,1
mai-15 6,34 1,6 7,24 x
jun-15 10,11 4,9 7,68 x
jul-15 12,30 3,8 7,24 x
ago-15 12,19 x 7,20 x
set-15 7,92 x 7,26 x
out-15 10,50 12,4 7,18 x
nov-15 6,16 12,0 7,23 11
dez-15 7,10 x 7,49 52