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Monitoramento Ambiental
PCH Santa Gabriela
Relatório Técnico 16
Sonora-MS / Itiquira-MT
Março/2014
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Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
ÍNDICE
1. IDENTIFICAÇÃO .......................................................................................................................... 13
2. APRESENTAÇÃO ........................................................................................................................ 14
3. PCH SANTA GABRIELA .............................................................................................................. 14
3.1. CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS RESERVATÓRIO ................................................................ 15
3.2. DELIMITAÇÃO DA ÁREA DE INFLUÊNCIA .................................................................................. 16
3.3. ASPECTOS FÍSICOS ............................................................................................................... 16
3.3.1. Climatologia ................................................................................................................... 16
3.3.2. Recursos Hídricos ......................................................................................................... 17
3.3.3. Características de Geologia e Geomorfologia .............................................................. 18
3.3.4. Recursos Minerais ......................................................................................................... 19
3.3.5. Ocorrência, Distribuição dos Solos nas Área de Influência Direta (AID) ...................... 19
4. PROGRAMA DE CONTROLE DE PROCESSOS EROSIVOS E PROTEÇÃO ÀS MARGENS DO
RESERVATÓRIO .................................................................................................................................. 21
4.1. ÁREA DE ESTUDO .................................................................................................................. 21
4.2. MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................................................... 23
4.3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................................... 24
4.4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................ 39
4.5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................. 41
4.6. RESPONSÁVEL TÉCNICO: ....................................................................................................... 42
4.7. ANEXOS ................................................................................................................................ 42
5. PROGRAMA DE MONITORAMENTO HIDROSSEDIMENTOLÓGICO ...................................... 45
5.1. ÁREA DE ESTUDO .................................................................................................................. 45
5.2. MATERIAL E MÉTODOS .......................................................................................................... 47
5.2.1. Hidrometria – Medição de Vazão e Batimetria .............................................................. 47
5.2.2. Hidrossedimentologia - Método de Descarga do Sedimento em Suspensão por
Integração Vertical......................................................................................................................... 49
5.2.3. Análise em Laboratório.................................................................................................. 50
5.3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................................... 51
5.3.1. Descarga Líquida .......................................................................................................... 52
5.3.2. Sedimentos em Suspensão .......................................................................................... 54
5.3.3. Sedimentos de Leito ...................................................................................................... 59
5.3.4. Descarga sólida ............................................................................................................. 62
5.3.4.1. Descarga sólida em suspensão ................................................................................ 62
5.3.4.2. Descarga Sólida de Leito .......................................................................................... 63
5.3.4.3. Descarga Sólida Total ............................................................................................... 65
5.4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................ 67
5.5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................. 70
5.6. ANEXOS ................................................................................................................................ 71
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Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
5.7. RESPONSÁVEIS TÉCNICOS ..................................................................................................... 72
6. PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA ......................................... 100
6.1. ÁREA DE ESTUDO ................................................................................................................ 100
6.2. MATERIAL E MÉTODOS ......................................................................................................... 103
6.2.1. Parâmetros Físico-Químicos e Microbiológicos .......................................................... 103
6.2.2. Parâmetros Biológicos................................................................................................. 104
6.2.2.1. Comunidade Fitoplanctônica ................................................................................... 104
6.2.2.2. Comunidade Zooplanctônica ................................................................................... 105
6.2.2.3. Comunidade Bentônica ........................................................................................... 106
6.2.2.4. Macrófitas Aquáticas ............................................................................................... 107
6.3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................................. 107
6.3.1. Análises Físico-Químicas ............................................................................................ 108
6.3.1.1. Alcalinidade ............................................................................................................. 111
6.3.1.2. Alumínio ................................................................................................................... 111
6.3.1.3. Amônia .................................................................................................................... 111
6.3.1.4. Cádmio .................................................................................................................... 112
6.3.1.5. Chumbo ................................................................................................................... 113
6.3.1.6. Cloretos Totais ........................................................................................................ 114
6.3.1.7. Cobre Dissolvido e Total ......................................................................................... 114
6.3.1.8. Condutividade Elétrica............................................................................................. 115
6.3.1.9. Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO)............................................................... 116
6.3.1.10. Demanda Química de Oxigênio (DQO) ................................................................... 116
6.3.1.11. Ferro Dissolvido e Total........................................................................................... 116
6.3.1.12. Fósforo Reativo Solúvel e Total .............................................................................. 116
6.3.1.13. Índice de Fenóis ...................................................................................................... 117
6.3.1.14. Nitrato ...................................................................................................................... 118
6.3.1.15. Nitrito ....................................................................................................................... 118
6.3.1.16. Níquel ...................................................................................................................... 118
6.3.1.17. Nitrogênio Total ....................................................................................................... 119
6.3.1.18. Oxigênio Dissolvido ................................................................................................. 119
6.3.1.19. pH ............................................................................................................................ 120
6.3.1.20. Potássio ................................................................................................................... 121
6.3.1.21. Salinidade ................................................................................................................ 121
6.3.1.22. Sódio........................................................................................................................ 121
6.3.1.23. Sólidos Suspensos Totais ....................................................................................... 122
6.3.1.24. Sulfato Total ............................................................................................................ 123
6.3.1.25. Turbidez ................................................................................................................... 123
6.3.1.26. Zinco Total ............................................................................................................... 123
6.3.2. Análise dos Parâmetros Microbiológicos e Biológicos ................................................ 124
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Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
6.3.2.1. Coliformes Totais e Termotolerantes ...................................................................... 124
6.3.2.2. Clorofila-a e Feofitina-a ........................................................................................... 124
6.3.2.3. Comunidade Fitoplantônica ..................................................................................... 125
6.3.2.4. Comunidade Zooplanctônica ................................................................................... 138
6.3.2.5. Comunidade de Invertebrados Bentônicos ............................................................. 148
6.3.2.6. Macrófitas Aquáticas ............................................................................................... 156
6.4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................................... 163
6.5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................... 166
6.6. RESPONSÁVEL TÉCNICO ...................................................................................................... 174
6.7. ANEXOS .............................................................................................................................. 174
7. PROGRAMA DE CONSERVAÇÃO DA FLORA E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS
DEGRADADAS (PRAD) ..................................................................................................................... 180
7.1. MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................................................ 181
7.2. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................................. 183
7.2.1. Atividades de manutenção do PRAD .......................................................................... 183
7.2.2. Monitoramento do PRAD............................................................................................. 189
7.3. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................................... 212
7.4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................... 214
7.5. RESPONSÁVEL TÉCNICO: ..................................................................................................... 215
7.6. ANEXOS .............................................................................................................................. 215
8. PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL E EDUCAÇÃO AMBIENTAL .............................. 218
8.1. APRESENTAÇÃO E JUSTIFICATIVAS ...................................................................................... 218
8.2. OBJETIVOS.......................................................................................................................... 219
8.3. METAS ................................................................................................................................ 219
8.4. ATIVIDADES DO PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL ........................................................ 220
8.4.1. Levantamento de dados e Diagnósticos. .................................................................... 220
8.4.2. Visitas à Gerência Municipal de Educação da cidade de Sonora – MS e Secretaria
Municipal de Educação de Itiquira-MT. ....................................................................................... 220
8.4.3. Palestra “PCH Santa Gabriela e Sustentabilidade” .................................................... 222
8.4.3.1. Município de Itiquira-MT – Data 19/12/2013. .......................................................... 222
8.4.3.2. Município de Sonora-MS – Data 20/12/2013. ......................................................... 224
8.5. ATIVIDADES DO PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL ........................................................ 227
8.6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................................... 231
8.7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................... 232
8.8. RESPONSÁVEL TÉCNICO ...................................................................................................... 233
8.9. ANEXOS .............................................................................................................................. 233
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Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
LISTA DE FOTOS Foto 1. Cercamento na margem direita do rio Correntes em boas condições estruturais. A) março de
2013; B) julho de 2013; C) outubro de 2013 e D) janeiro de 2014. Fotos: Acervo ANAMBI, 2013/2014.
............................................................................................................................................................... 24
Foto 2. Cercamento do canal de adução em boas condições estruturais impedindo o acesso de
animais silvestres. A) março de 2013; B) julho de 2013; C) outubro de 2013 e D) janeiro de 2014.
Fotos: Acervo ANAMBI, 2013/2014. ..................................................................................................... 25
Foto 3. Área A1 região inicialmente considerada crítica, com vegetação nativa em estágio de
regeneração. A) março de 2013; B) julho de 2013; C) outubro de 2013 e D) janeiro de 2014. Fotos:
Acervo ANAMBI, 2013/2014. ................................................................................................................ 26
Foto 4. Ponto na área A2 na campanha de março de 2013. Foto: Acervo ANAMBI, 2013. ................ 27
Foto 5. Ponto na área A2 na campanha de julho de 2013. Foto: Acervo ANAMBI, 2013. .................. 27
Foto 6. Ponto na área A2 na campanha de outubro de 2013. Foto: Acervo ANAMBI, 2013. .............. 28
Foto 7. Ponto na área A2 na campanha de janeiro de 2014. Foto: Acervo ANAMBI, 2014. ............... 28
Foto 8. Erosão em sulco presente na Área 03 com evidente crescimento da vegetação detalhe para
os sacos com solo natural observados na campanha de março de 2013. Fotos: Acervo ANAMBI,
2013. ...................................................................................................................................................... 29
Foto 9. Erosão em sulco presente na Área 03 com evidente crescimento da vegetação detalhe para
os sacos com solo natural observados na campanha de julho de 2013. Fotos: Acervo ANAMBI, 2013.
............................................................................................................................................................... 29
Foto 10. Erosão em sulco presente na Área 03 com evidente crescimento da vegetação detalhe para
os sacos com solo natural observado na campanha de outubro de 2013. Fotos: Acervo ANAMBI,
2013. ...................................................................................................................................................... 30
Foto 11. Erosão em sulco presente na Área 03 com evidente crescimento da vegetação observado
na campanha de janeiro de 2014. Fotos: Acervo ANAMBI, 2014. ....................................................... 30
Foto 12. Vista geral da voçoroca presente na área A4 com presença de vegetação no seu interior nas
campanhas de 2012. Foto: Acervo ANAMBI, 2012. ............................................................................. 31
Foto 13. Vista geral da voçoroca presente na área A4 com presença de vegetação no seu interior nas
campanhas realizadas entre A e B 13ª campanha e C e D 16ª campanha. Foto: Acervo ANAMBI,
2013/2014. ............................................................................................................................................. 32
Foto 14. Desenvolvimento da vegetação no processo erosivo da Margem esquerda do reservatório,
A) 2010, B) 2012 e C) março 2013, D) Julho 2013 E) Outubro 2013 e F janeiro 2014. Foto: Acervo
ANAMBI, 2013/2014. ............................................................................................................................. 33
Foto 15. Canaletas de drenagem d’água no processo erosivo da margem esquerda do reservatório,
com presença de areia. A) julho de 2013; B) outubro de 2013 e C) janeiro de 2013. Foto: Acervo
ANAMBI, 2013/2014. ............................................................................................................................. 34
Foto 16. Talude no processo erosivo da margem esquerda do reservatório, com infiltração no
cimento. A) outubro de 2013 e B) janeiro de 2014. Foto: Acervo ANAMBI, 2013/2014. ...................... 34
Foto 17. Área localisada no bota fora 2-3 com presença de processos erosivo no sistema de
escoamento em decorrencia das fortes chuvas. Foto: Acervo BRENNAND ENERGIA 2013. ............ 35
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Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Foto 18.. Ações de recuperação do sistema de contenção e escoamento de água no bota fora 2-3. A)
enchimento da sacaria B) Detalhe dos novos tubos C) e D) Bag´s abertos para cobrir os barrancos.
Foto: Acervo BRENNAND ENERGIA 2013. ......................................................................................... 36
Foto 19. Sistema de contenção e escoamento de água no bota fora 2-3 Bag´s abertos para cobrir os
barrancos na campanha de julho de 2013. Foto: Acervo ANAMBI, 2013. ........................................... 37
Foto 20. Sistema de contenção e escoamento de água no bota fora 2-3 Bag´s abertos para cobrir os
barrancos na campanha de outubro de 2013. Foto: Acervo ANAMBI, 2013. ....................................... 37
Foto 21. Sistema de contenção e escoamento de água no bota fora 2-3 Bag´s abertos para cobrir os
barrancos na campanha de janeiro de 2014. Foto: Acervo ANAMBI, 2013. ........................................ 38
Foto 22. Bota fora 2-3 com presença de gramineas e ausencia de processos erosivos na campanha
de julho de 2013. Foto: Acervo ANAMBI, 2013. ................................................................................... 38
Foto 23. Bota fora 2-3 com presença de gramineas e ausencia de processos erosivos na campanha
de outubro de 2013. Foto: Acervo ANAMBI, 2013. ............................................................................... 39
Foto 24. Bota fora 2-3 com presença de gramineas e ausencia de processos erosivos na campanha
de janeiro de 2014. Foto: Acervo ANAMBI, 2014. ................................................................................ 39
Foto 25. Pontos de coleta na área de influência direta e indireta da PCH Santa Gabriela. (A):
Montante do Barramento; (B): Jusante do Barramento. Fotos: Acervo ANAMBI, 2013. ..................... 46
Foto 26. Medição de descarga líquida com Molinete Hidrométrico MNL-7 e contador CPD-10. Foto:
Acervo ANAMBI, 2013. ......................................................................................................................... 49
Foto 27. Amostragem de Sedimentos em Suspensão com amostrador DH - 48. Fotos: Acervo
ANAMBI, 2013. ...................................................................................................................................... 50
Foto 28. Estações de coleta do monitoramento da PCH Santa Gabriela. A=Montante;
B=Reservatório; C=Tributário; D=Trecho de Vazão Reduzida e E= Jusante. Fotos: Acervo ANAMBI,
2014. .................................................................................................................................................... 102
Foto 29. Procedimentos de coleta de amostra físico-química. Foto: Acervo ANAMBI, 2014. ........... 103
Foto 30. Procedimento de amostragem qualitativa para análises fitoplânctonica na área de
monitoramento da PCH Santa Gabriela. Foto: Acervo ANAMBI, 2014. ............................................. 104
Foto 31. Procedimento de amostragem para análises de zooplâncton na área de monitoramento da
PCH Santa Gabriela. Foto: Acervo ANAMBI, 2013. ........................................................................... 106
Foto 32. Acisanthera limnobios registrada no Rio Correntes, PCH Santa Gabriela. ......................... 161
Foto 33. Xyris laxifolia registrada no Rio Correntes, PCH Santa Gabriela. ....................................... 161
Foto 34. Pontederia parviflora registrada no Rio Comprido, PCH Santa Gabriela. ........................... 162
Foto 35. Proliferação de Pontederia parviflora registrada no encontro do Rio Comprido com Rio
correntes, PCH Santa Gabriela. .......................................................................................................... 162
Foto 36. Tomada de altura da muda durante a 16ª campanha de monitoramento da PCH Santa
Gabriela. Foto: Acervo ANAMBI, 2014. .............................................................................................. 183
Foto 37. Replantio de mudas substituindo as mudas mortas e acrescentando novas mudas nas áreas
em recuperação. A e B: Transporte das mudas, C e D: Preparação das covas e E e F: Replantio das
mudas. Foto: Acervo BRENNAND ENERGIA, 2013. .......................................................................... 184
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Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Foto 38. Adubação realizada nas mudas das áreas em recuperação. Fotos A e B, Acervo ANAMBI,
2013. Fotos C e D, Acervo BRENNAND ENERGIA, 2013. ................................................................ 187
Foto 39. Mudas evidenciando o coroamento realizado nas áreas em recuperação. Fotos: A, B e C
Acervo BRENNAND ENERGIA, 2013. Foto D, Acervo ANAMBI, 2013.............................................. 188
Foto 40. Área adjacente a PCH Santa Gabriela onde foi constatado ações de desmatamento. Foto:
Acervo ANAMBI, 2013. ....................................................................................................................... 189
Foto 41. Muda com inicio de rebrota durante período de maior pluviosidade. Foto: Acervo ANAMBI,
2014. .................................................................................................................................................... 191
Foto 42. A) Aspecto geral da Área B1, evidenciando o desenvolvimento da Brachiaria. B) Mudas de
baixo porte evidenciando o coroamento e a presença de gramíneas no seu entorno na campanha de
Março/2013 Foto: Acervo ANAMBI, 2013. .......................................................................................... 193
Foto 43. Aspecto geral da Área B1, evidenciando o desenvolvimento das gramíneas na campanha de
Julho/2013 Foto: Acervo ANAMBI, 2013. ........................................................................................... 193
Foto 44. Fotos, A) Aspecto geral da Área B1, B) competição das mudas com as gramíneas, C) coroa
com invasão de gramíneas e D) coroa ainda sem invasão de gramíneas na campanha de
outubro/2013. Foto: Acervo ANAMBI, 2013. ....................................................................................... 194
Foto 45. Fotos, A) Aspecto geral da Área B1 evidenciando a presença de gramíneas, B) resquício do
coroamento realizado no inicio de 2013, C) muda com coroa totalmente invadida por gramíneas na
campanha realizada em janeiro de 2014. Foto: Acervo ANAMBI, 2014............................................. 195
Foto 46. Mudas de baixo porte na área B2 evidenciando o coroamento e a presença de gramíneas no
seu entorno na campanha de Março de 2013. Foto: Acervo ANAMBI, 2013. .................................... 196
Foto 47. Gramíneas competindo com as mudas na área B2 na campanha de Julho de2013 Foto:
Acervo ANAMBI, 2013. ....................................................................................................................... 196
Foto 48. Gramíneas competindo com as mudas na área B2 na campanha de outubro de 2013. Foto:
Acervo ANAMBI, 2013. ....................................................................................................................... 197
Foto 49. Gramíneas competindo com as mudas na área B2 na campanha de janeiro de 2014. Foto:
Acervo ANAMBI, 2013. ....................................................................................................................... 197
Foto 50. Indivíduo bem desenvolvido frutificando na área B3. Outubro/2013 Foto: Acervo ANAMBI,
2013. .................................................................................................................................................... 198
Foto 51. Mudas que foram coroadas no primeiro trimestre de 2013 na área B3. A) e B) Julho/2013 C)
e D) agosto de 2013. Foto: Acervo ANAMBI, 2013. ........................................................................... 198
Foto 52. Aspecto geral da área B3 na campanha de Janeiro de 2014. Foto: Acervo ANAMBI, 2014.
............................................................................................................................................................. 199
Foto 53. Indivíduos de grande porte na campanha de março de 2013. A) área B4; B) área B5 e C)
área B6. Foto: Acervo ANAMBI, 2013. ............................................................................................... 200
Foto 54. Indivíduos de grande porte na campanha de Julho de 2013. A) área B4; B) área B5 e C)
área B6. Foto: Acervo ANAMBI, 2013. ............................................................................................... 201
Foto 55. Indivíduos de grande porte na campanha de Outubro de 2013. A) área B4; B) área B5 e C)
área B6. Foto: Acervo ANAMBI, 2013. ............................................................................................... 202
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Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Foto 56. Indivíduos de grande porte na campanha de Janeiro de 2014. A) área B4; B) área B5 e C)
área B6. Foto: Acervo ANAMBI, 2014. ............................................................................................... 203
Foto 57. A) Solo arenoso exposto na área B7. A) Março/2013; B) Julho/2013; C) Outubro/2013 e D)
Janeiro/2014 Foto: Acervo ANAMBI, 2013/2014. ............................................................................... 204
Foto 58. Indivíduos bem desenvolvidos na área B7. A) Março/2013; B) Julho/2013; C) Outubro/2013
e D) Janeiro/2014 Foto: Acervo ANAMBI, 2013/2014. ....................................................................... 205
Foto 59. A) Solo coberto por gramíneas na área B7. A) Julho/2013; B); Outubro/2013 e C)
Janeiro/2014 Foto: Acervo ANAMBI, 2013/2014. ............................................................................... 206
Foto 60. Indivíduos de baixo porte na área B7. A) com coroamento, Julho/2013; B) sem coroamento,
Julho de 2013; C) com coroamento, Outubro/2013; D) sem coroamento, Outubro/2013; E) com
coroamento, Janeiro/2014 e F) sem coroamento, janeiro/2014. ........................................................ 207
Foto 61. Foto aérea da área B7 evidenciando o estado de desenvolvimento das mudas nativas
plantadas no local. Foto: Acervo Brennand Energia, 2013. ................................................................ 208
Foto 62. Exemplo de indivíduos com a presença de galhas observados nas áreas de plantio. A)
Março/2013; B) Julho/2013; C) Outubro/2013 e D) Janeiro/2014 Foto: Acervo ANAMBI, 2013/2014.
............................................................................................................................................................. 209
Foto 63. Exemplo de poleiro naturais e artificiais observado nas áreas de plantio. Foto: Acervo
ANAMBI, 2013/2014. ........................................................................................................................... 210
Foto 64. Espécies em estado reprodutivo nas áreas monitoradas do PRAD. A) Bauhinia longifolia, B)
Anadenanthera falcatra, C) Bixa orelana D) Anadenanthera macrocarpa. E) Xylopia aromatica e F)
Schinus terebinthifolia Foto: Acervo ANAMBI, 2013/2014. ................................................................. 211
Foto 65 – Visita a Gerencia Municipal de Educação, Cultura e Lazer de Sonora-MS Com
Coordenadoras de Educação - Foto: Acervo: ANAMBI 2013. ............................................................ 221
Foto 66 – Visita a Secretaria Municipal de Educação de itiquira-MT, com a Secretária de Educação
Sra. Jane Gobbi - Foto: Acervo: ANAMBI 2013. ................................................................................. 221
Foto 67. Sr. Geraldo A. Silva da Anambi fazendo a Abertura da Palestra com apresentação da PCH
Santa Gabriela. Foto: Acervo: ANAMBI 2013. ................................................................................... 222
Foto 68. Engenheiro Thiago Duarte apresentando os Programas Ambientais Realizados na PCH
Santa Gabriela. Foto: Acervo: ANAMBI 2013. .................................................................................... 223
Foto 69. Durante apresentação foram distribuídos Folder informativo com conteúdo de Educação
Ambiental e Conscientização Social. Foto: Acervo: ANAMBI 2013. ................................................... 223
Foto 70. Pedagoga Jaqueline C. Gama apresentando o Programa de Educação Ambiental e Ações
realizadas no Municipio. Foto: Acervo: ANAMBI 2013 ....................................................................... 224
Foto 71. Abertura da Palestra com apresentação da PCH Santa Gabriela. Foto: Acervo: ANAMBI
2013. .................................................................................................................................................... 225
Foto 72. Engenheiro Thiago Duarte apresentando os Programas Ambientais Realizados na PCH
Santa Gabriela. Foto: Acervo: ANAMBI 2013. .................................................................................... 225
Foto 73. Pedagoga Jaqueline C. Gama apresentando o Programa de Educação Ambiental e Ações
realizadas no Municipio. Foto: Acervo: ANAMBI 2013 ....................................................................... 226
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Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Foto 74. Durante apresentação foram distribuídos Folder informativo com conteúdo de Educação
Ambiental e Conscientização Social. Foto: Acervo: ANAMBI 2013 .................................................... 226
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Localização espacial das áreas de controle de processos erosivos, PCH Santa Gabriela.
(A1, A2, A3, A4 = áreas da margem direita do rio Correntes; M.E. = área na margem esquerda do
reservatório). Imagem: Google Earth, 2013. ......................................................................................... 23
Figura 2. Mapa de localização dos pontos de monitoramento hidrossedimentológico da PCH Santa
Gabriela. Fonte: Google Earth, 2012. ................................................................................................... 47
Figura 3. Gráficos das batimetrias registradas nas campanhas de março/2013, julho/2013,
outubro/2013 e janeiro/2014 no ponto de monitoramento à montante da PCH Santa Gabriela. ......... 53
Figura 4. Gráficos das batimetrias registradas nas campanhas de março/2013, julho/2013,
outubro/2013 e janeiro/2014 no ponto de monitoramento à jusante da PCH Santa Gabriela. ............ 54
Figura 5. Gráfico da granulometria média dos sedimentos em suspensão presentes nos pontos
amostrados na PCH Santa Gabriela. .................................................................................................... 57
Figura 6. Curvas granulométricas dos sedimentos em suspensão do ponto P01 à montante do
reservatório. (A) Março/2013; (B) Julho/2013; (C) Outubro/2013 e (D) Janeiro/2014. ........................ 58
Figura 7. Curvas granulométricas dos sedimentos em suspensão do ponto P02 à jusante da casa de
força. (A) Março/2013; (B) Julho/2013; (C) Outubro/2013 e (D) Janeiro/2014. ................................... 59
Figura 8. Gráfico da granulometria média do material de leito presente em P01. ............................... 61
Figura 9. Curvas granulométricas dos sedimentos de leito do ponto P01 à montante do reservatório.
(A) Março/2013; (B) Julho/2013; (C) Outubro/2013 e (D) Janeiro/2014............................................... 61
Figura 10. Descargas sólidas em suspensão registradas ao longo do programa de monitoramento
hidrossedimentológico do rio Correntes - PCH Santa Gabriela. ........................................................... 63
Figura 11. Descargas sólidas totais registradas ao longo do programa de monitoramento
hidrossedimentológico do rio Correntes - PCH Santa Gabriela. ........................................................... 67
Figura 12. Abundância, riqueza taxonômica e biovolume relativos das amostras coletadas nos pontos
de monitoramento das campanhas de março, julho, outubro de 2013 e janeiro de 2014. ................. 126
Figura 13. Riqueza das classes encontradas nos pontos de coleta nas campanhas de monitoramento
de março, julho, outubro de 2013 e janeiro de 2014. ......................................................................... 127
Figura 14. Abundância relativa das classes encontradas nos pontos de coleta nas campanhas de
monitoramento, março, julho, outubro de 2013 e janeiro de 2014. .................................................... 129
Figura 15. Espécie fitoplanctônicas registradas na PCH Santa Gabriela, A- Navicula sp; B- Pinnularia
sp. C- Tabellaria sp. D- Closterium sp. Foto: Acervo ANAMBI 2013. Aumento 2000x ...................... 129
Figura 16. Biovolume das classes encontradas nos pontos de coleta nas campanhas de
monitoramento, março, julho, outubro de 2013 e janeiro de 2014. .................................................... 131
Figura 17. Dendograma de similaridade considerando-se abundância e composição dos pontos de
coleta nas campanhas de monitoramento de A-março, B-julho, C-outubro de 2013 e D-janeito de
2014. .................................................................................................................................................... 133
10
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Figura 18. Composição da comunidade zooplanctônica com valores em porcentagem dos principais
grupos registrados na área de influência da PCH Santa Gabriela, nas quatro campanhas de
monitoramento. A: 1ª campanha; B: 2ª campanha; C: 3ª campanha; D: 4ª campanha. .................... 138
Figura 19. Gráfico representando a densidade (ind/m³) da comunidade zooplânctonica na área de
influência da PCH Santa Gabriela, nas campanhas de monitoramento (1ª, 2ª, 3ª e 4ª). ................... 145
Figura 20. Gráfico representando a riqueza de espécies (taxa/amostra) da comunidade
zooplânctonica na área de influência da PCH Santa Gabriela, nas campanhas de monitoramento (1ª,
2ª, 3ª e 4ª). .......................................................................................................................................... 145
Figura 21. Dendrograma de similaridade entre os pontos amostrais na 1ª, 2ª, 3ª e 4ª campanhas de
monitoramento na área de influência da PCH Santa Gabriela. .......................................................... 147
Figura 22. Composição da comunidade de macroinvertebrados bentônicos com valores em
porcentagem dos principais grupos registrados na área de influência da PCH Santa Gabriela, nas
quatro campanhas de monitoramento. A: 1ª campanha; B: 2ª campanha; C: 3ª campanha; D: 4ª
campanha. ........................................................................................................................................... 148
Figura 23. Gráfico representando a densidade total (ind/m²) da comunidade de macroinvertebrados
bentônicos na área de influência da PCH Santa Gabriela, nas campanhas de monitoramento (1ª, 2ª,
3ª e 4ª). ................................................................................................................................................ 154
Figura 24. Gráfico representando a riqueza (taxa/amostra) da comunidade de macroinvertebrados
bentônicos na área de influência da PCH Santa Gabriela, nas campanhas de monitoramento (1ª, 2ª,
3ª e 4ª). ................................................................................................................................................ 154
Figura 25. Dendrograma de similaridade entre os pontos amostrais na 9ª, 10ª, 11ª e 12ª campanhas
de monitoramento na área de influência da PCH Santa Gabriela. ..................................................... 155
Figura 26. Famílias de macrófitas aquáticas registradas no monitoramento da PCH Santa Gabriela.
............................................................................................................................................................. 156
Figura 27. Hábitos vegetacionais das espécies de macrófitas aquáticas registradas no monitoramento
da PCH Santa Gabriela. ...................................................................................................................... 160
Figura 28. Riqueza de espécies encontradas nas estações de coleta amostradas no rio Correntes e
rio Comprido, em janeiro de 2014. ...................................................................................................... 163
Figura 29. Mapa de localização das áreas que estão sendo recuperadas pelo PRAD da PCH Santa
Gabriela. .............................................................................................................................................. 181
Figura 30. Média (barras) e desvio padrão (linhas) da altura das mudas amostradas em cada área de
recomposição vegetal, nas campanhas de A) março, B) julho, C) outubro de 2013 e D) Janeiro de
2014. .................................................................................................................................................... 192
Figura 31. Folder Informativo e Educativo frente. .............................................................................. 228
Figura 32. Folder Informativo e Educativo - Verso ............................................................................. 229
Figura 33. Convites Palestras Itiquira/MT e Sonora/MS .................................................................... 230
Figura 34.. Camisetas distribuídas durante o evento ......................................................................... 231
11
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Principais Características do Reservatório ........................................................................... 15
Tabela 2. Solos utilizados na AID ......................................................................................................... 20
Tabela 3. Resumo das medições convencionais de Descarga Líquida no rio Correntes, P01 –
Montante. ............................................................................................................................................... 52
Tabela 4. Resumo das medições convencionais de Descarga Líquida no rio Correntes, P02 –
Jusante. ................................................................................................................................................. 52
Tabela 5. Valores de concentração de sólidos em suspensão. ........................................................... 54
Tabela 6. Resultados de granulometria dos sedimentos em suspensão. ............................................ 56
Tabela 7. Resultados médios da granulometria dos sedimentos em suspensão. ............................... 56
Tabela 8. Resultados da granulometria dos sedimentos de leito. ........................................................ 60
Tabela 9. Granulometria média do material de leito referente ao ponto P01 ....................................... 60
Tabela 10. Valores de Descarga sólida em suspensão do rio Correntes. ........................................... 63
Tabela 11. Guia para correção da descarga de leito e orientação para obtenção desta (ICOLD, 1989).
............................................................................................................................................................... 64
Tabela 12. Resultados das Descargas Sólidas de Leito. ..................................................................... 65
Tabela 13. Resultados das descargas sólidas totais do rio Correntes na área de influência direta da
PCH Santa Gabriela. ............................................................................................................................. 66
Tabela 14. Dados Elencados em Campo: Área de Influência Direta e Indireta da PCH Santa Gabriela.
............................................................................................................................................................. 107
Tabela 15. Resultados das Análises: Parâmetros Físico-Químicos. .................................................. 109
Tabela 16. Resultados das Análises: Parâmetros Microbiológicos e Biológicos. .............................. 110
Tabela 17. Valores dos atributos da comunidade fitoplanctônica nos pontos de coleta nas campanhas
de monitoramento de março, julho, outubro de 2013 e janeiro de 2014. ........................................... 132
Tabela 18. Abundância (valor numérico – ind/ml), biovolume (mm3/l) e presença (x) dos taxa e das
classes fitoplanctônicas nos pontos de coleta de março e julho, outubro de 2013 e janeiro 2014. NI =
não identificado; ? = identificação necessita confirmação. ................................................................. 134
Tabela 19. Taxa inventariados da comunidade zooplanctônica nos diferentes pontos amostrados nas
1ª e 2ª campanhas de monitoramento na área de influência direta e indireta da PCH Santa Gabriela,
onde o valor numérico representa a abundância (ind/m³). ................................................................. 141
Tabela 20. Taxa inventariados da comunidade zooplanctônica nos diferentes pontos amostrados nas
3ª e 4ª campanhas de monitoramento na área de influência direta e indireta da PCH Santa Gabriela,
onde o valor numérico representa a abundância (ind/m³). ................................................................. 143
Tabela 21. Taxa inventariados da comunidade de macroinvertebrados bentônicos nos diferentes
pontos amostrados na 1ª e 2ª campanha de monitoramento na área de influência direta e indireta da
PCH Santa Gabriela, onde o valor numérico representa a abundância (ind/m²). .............................. 149
Tabela 22. Taxa inventariados da comunidade de macroinvertebrados bentônicos nos diferentes
pontos amostrados na 3ª e 4ª campanha de monitoramento na área de influência direta e indireta da
PCH Santa Gabriela, onde o valor numérico representa a abundância (ind/m²). .............................. 150
12
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Tabela 23. Espécies registradas para a comunidade de macrófitas aquáticas nos pontos avaliados
dentro da área de influência do empreendimento. Hábito vegetacional (submersas fixas (SF),
submersas livres (SL), flutuantes fixas (FF), emergentes (E) e anfíbias (A) da comunidade de
macrófitas aquáticas presentes na área de influência. ....................................................................... 157
Tabela 24. Quantificação de mudas plantadas por área e implantação de poleiros durante o
monitoramento de 2010. ..................................................................................................................... 182
Tabela 25. Quantidade de mudas coroadas adubadas e replantadas no primeiro trimestre de 2013
nas áreas em recuperação na PCH Santa Gabriela. Áreas determinadas conforme a Figura 1 (Dados
fornecidos pela Brennand Energia). .................................................................................................... 185
Tabela 26. Informações sobre o plantio realizado nas áreas de recuperação, junto com os dados
coletados nas campanhas de março, julho, outubro de 2013 e janeiro de 2014. .............................. 190
LISTA DE QUADROS
Quadro 1. Localização geográfica e tomada de decisões iniciais para o controle de processos
erosivos, PCH Santa Gabriela. ............................................................................................................. 22
Quadro 2. Identificação dos pontos de coleta e coordenadas. ............................................................ 46
Quadro 3. Número e posição de pontos de medição na vertical recomendados de acordo com a
profundidade do rio (SANTOS et al. 2001). .......................................................................................... 48
Quadro 4. Distância recomendada entre as verticais, de acordo com a largura do rio (SANTOS et al.
2001). .................................................................................................................................................... 48
Quadro 5. Dados de campo das campanhas de monitoramento realizadas na PCH Santa Gabriela. 51
Quadro 6. Identificação dos Pontos de Coleta de Água, Coordenadas e Localização ..................... 101
Quadro 7. Identificação das Estações de Coleta de Amostras Hidrobiológicas, Coordenadas e
Localização .......................................................................................................................................... 101
13
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
1. IDENTIFICAÇÃO
CONTRATANTE
Santa Gabriela Energética S. A.
Endereço: Av. Historiador Rubens de Mendonça, 1731, Ed. Centro Empresarial
Paiaguás, 12º andar – Sala 1206. Bairro Bosque da Saúde, Cuiabá –
MT.
CEP: 78050-000
CNPJ: 07.835.806/0001-49
CONTRATADA
ANAMBI – Análise Ambiental Ltda.
Endereço: Rua Rui Barbosa, 1175, Vila Liberdade, Campo Grande – MS.
CEP: 79004 – 430
CNPJ: 05.343.002/0001 – 05
Site: www.anambi.com.br
e – mail: [email protected]
Tel.: (67) 3384 – 9429
UNIDADE GERADORA
Pequena Central Hidroelétrica Santa Gabriela – PCH Santa Gabriela
Endereço: Rodovia MS 213, km 41, Estrada de Itiquira, Fazenda Santa
Gabriela s/n, CEP 79.415-000, Zona Rural, Sonora-MS
Coordenadas: W 54° 26’ 31’’ e S 17° 32’ 02’’
Curso d’água: Rio Correntes
Licença de Operação: 865/2009
14
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
2. APRESENTAÇÃO
O presente Relatório consolida as informações para o atendimento às
Condicionantes da Licença de Operação n° 865/2009, emitida pelo Instituto
Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), em 14 de
Agosto de 2009, com validade de 06 (seis) anos.
A PCH Santa Gabriela está implantada no rio Correntes, na divisa entre os
Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, caracterizando-se por um
barramento de 5,0 m de altura e um reservatório de 15,06 ha, com sistema de
geração por desvio, realizado através de um canal com 1.170 m de extensão e
ocasionando um trecho de vazão reduzida de rio de 1.400 m com vazão reduzida
em que a mínima residual é de 2.75 m3/s. O diferencial de altura da casa de força é
de 41 m e o potencial instalado é de 24 MW. O eixo do barramento localiza-se nas
coordenadas W 54° 26’ 31’’ e S 17° 32’ 02’’. A Bacia do rio Correntes até o eixo do
barramento possui uma área de drenagem de 3.132 km2.
Este Relatório Técnico se divide em três partes: Apresentação, Atendimento às
Condicionantes da Licença de Operação e o desenvolvimento dos Planos e
Programas Ambientais.
3. PCH SANTA GABRIELA
A PCH Santa Gabriela localiza-se no Rio Correntes, Sub-bacia do Rio Paraguai,
Micro-bacia Hidrográfica do Rio Paraná, abrangendo terras dos municípios de
Itiquira, no Estado do Mato Grosso, e Sonora, no Estado do Mato Grosso do Sul,
tendo uma potência total instalada de 24MW.
O empreendimento caracteriza-se pela construção de uma barragem 5m de altura
e a montante da série de corredeiras do Rio Correntes, que forma um reservatório
com cerca de 15,06 hectares de área para o nível d’água normal com a cota
459,00m. As águas foram derivadas para um canal, escavado parte em solo, parte
em rocha, posicionado na margem esquerda, com cerca de 1.170m de extensão.
15
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Três condutos metálicos conduziram o fluxo para as turbinas instaladas na casa de
força.
O projeto definido para a PCH aproveita toda a queda natural (41m) existente
nesse trecho do Rio Correntes, gerando no mesmo, um trecho de vazão
reduzida.com cerca de 1.400m de extensão.
3.1. Características Principais Reservatório
O volume do reservatório da PCH Santa Gabriela é pequeno e não propicia
regularização de vazões. Por formar um reservatório de pequeno porte, em relação
às vazões afluentes, e ter sido projetado para operar a fio d’água sem modulação de
ponta, não houve mudanças no regime fluvial do rio Correntes a jusante da casa de
força durante a operação da usina.
As características principais do reservatório da PCH Santa Gabriela são
apresentadas nos itens relacionados a seguir na Tabela 1.
Tabela 1. Principais Características do Reservatório
CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS DO RESERVATÓRIO
Depleção máxima do reservatório 0,0 m
Nível máximo operativo El. 459,00 m
Nível mínimo operativo El. 459,00 m
Superfície alagada na cota batida 459,00m 15,06ha
Altura máxima do vertedor sobre as fundações 5 m
Comprimento do vertedor 70 m
Área do Reservatório 15,0661 ha
Vazão ecológica 2,75 m³/s
16
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
3.2. Delimitação da Área de Influência
A Área de Influência Direta do Reservatório se caracteriza por uma faixa de 100
metros de largura no entorno da área do reservatório em seu nível de água (NA)
máximo (cota 459,00m); com uma área aproximada de 71,4778 hectares.
Em termos de dimensões, as áreas atingidas pelo alagamento serão reduzidas.
Cabe destacar também que as áreas de desmatamento para o enchimento do
reservatório da PCH Santa Gabriela foram mínimas, tal fato favorece a preservação
das matas ciliares e sua flora e, conseqüentemente, a manutenção dos hábitats de
várias espécies da fauna local.
3.3. Aspectos Físicos
Os dados referentes aos aspectos físicos da área do entorno do reservatório,
foram extraídos do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) da PCH Santa Gabriela e
apresentam-se descritos a seguir.
3.3.1. Climatologia
Para o estudo climatológico foram consideradas as estações meteorológicas mais
próximas, que dispunham de um histórico mínimo de dados confiáveis para
utilização nas análises.
Sob esse enfoque, destacaram-se as estações de Coxim e Campo Grande, no
Estado de Mato Grosso do Sul, e Cuiabá e Cáceres, no Estado de Mato Grosso.
O clima da região, segundo a classificação climática de Köppen, é Clima
Temperado Tropical (CWW). O período chuvoso se estende de outubro a maio,
sendo dezembro/janeiro/fevereiro o trimestre de maior precipitação, e
junho/julho/agosto, o de menor precipitação. O índice pluviométrico é caracterizado
por diferenças, pois, geralmente, o inverno é bastante seco e o verão, muito
chuvoso. A média na região pode ultrapassar os 1.500mm/ano. A precipitação
mensal máxima total registrada foi de 263,2mm, em Cáceres, e a mínima, de 9,6mm,
em Cuiabá.
17
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Quanto às temperaturas médias as oscilações anuais variam nas quatro estações
meteorológicas da região utilizadas neste estudo, vão de 19,1ºC, observada em
Campo Grande; a 27,4°C, observada em Cuiabá. Junho e julho aparecem como os
meses mais frios, e o período de outubro a fevereiro, o mais quente. O bimestre
mais frio coincide com o menos chuvoso e o mais quente, com o mais chuvoso,
sendo Cuiabá o mais seco e Cáceres, o mais chuvoso.
A umidade relativa na região se encontra na faixa de 75%. As maiores umidades
relativas ocorrem no período de janeiro a fevereiro, sendo mais representadas por
Cáceres, e as menores, entre agosto e setembro, representadas por Campo
Grande.
3.3.2. Recursos Hídricos
A Bacia do Rio Correntes, até o local do eixo da PCH Santa Gabriela, drena uma
área de cerca de 3.132km² e serve de linha divisória entre os Estados de Mato
Grosso e Mato Grosso do Sul, sendo que a maior parte de sua bacia hidrográfica
pertence a este último.
O Rio Correntes tem como bacias vizinhas, ao norte, a do Rio Itiquira e, ao sul, a
do Rio Piquiri, onde deságua, já em planície pantaneira. Suas nascentes localizam-
se na serra do Torto, a cerca de 35km a oeste das cidades gêmeas de Alto Araguaia
(MT) e Santa Rita do Araguaia (GO). É a região das extensas chapadas do Planalto
Central Brasileiro, onde os cursos d’água encontram-se em terrenos arenosos, de
alta permeabilidade, com vertentes em forma de amplas colinas côncavas com
declividade suave em direção ao leito dos rios. É uma região de excelentes
aqüíferos, onde a acumulação no subsolo garante alta regularização natural,
conduzindo a descargas elevadas no período de estiagem.
O regime hidrológico do Rio Correntes é bem característico dessa região, onde a
acumulação no subsolo garante alta regularização natural das águas superficiais,
conduzindo a vazões elevadas, mesmo no período de estiagem. O período mais
seco se inicia em maio e finda em outubro, e o período mais chuvoso vai de
novembro a abril.
18
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
3.3.3. Características de Geologia e Geomorfologia
A área de influência do empreendimento tem altitude média em torno de 500m,
está inserido, segundo estudos do RADAMBRASIL (Folhas SE 21), na unidade
Geomorfológica Planalto Taquari-Itiquira.
Em relação à área de estudo, a quase totalidade da área de influência do
empreendimento se desenvolve sobre terrenos da Formação Bauru, localizada na
Bacia Sedimentar do Paraná, cuja cronologia é considerada do Cretáceo. Trata-se
de uma formação constituída por sedimentos areno-argilosos que ocorrem na forma
de tabuleiros, com relevo plano ou suave ondulado.
Essa formação apresenta uma composição litológica diversificada que inclui
conglomerados, arenitos quartzosos, arenitos calcíferos, siltitos e níveis de sílex. Os
conglomerados ocorrem em diferentes níveis estratigráficos, com mais freqüência na
base. São constituídos, principalmente, por seixos de quartzo e de arenito
silicificado, às vezes de basalto alterado, geralmente arredondados, dispersos em
matriz arenosa ou areno-argilosa de coloração vermelha, apresentando-se, quase
sempre, silicificados.
Os arenitos quartzosos são os tipos litológicos mais comuns. Eles apresentam
coloração vermelha ou vermelho-amarela, granulação fina a média, com grãos
subangulosos a subarredondados e estratificação plano paralela, laminar ou em
bancos, estes com aspecto maciço.
Na geomorfologia regional, a área se insere na Unidade Planalto Taquari-Itiquira,
caracterizada por uma vasta superfície plana, uniforme, talhada em rochas
cretácicas da Formação Bauru e sedimentos do Terciário/Quaternário, localizados
em posição de topo e/ou quebra do relevo. Nessa área, posicionada
altimetricamente entre 500 e 700m, a rede de drenagem apresenta características
de padrão paralelo, rarefeito e pequeno aprofundamento, e encontra-se em fase
inicial de instalação.
19
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
3.3.4. Recursos Minerais
Os principais recursos minerais encontrados nos municípios de Itiquira (MT) e
Sonora (MS) são: calcário, diamante, chumbo, arenito industrial e substâncias
minerais para construção civil (areia, cascalho e conglomerado). Há um total de 28
áreas de interesse mineral requeridas nesses municípios, não sendo identificado
nenhum tipo de interferência (sobreposição) entre essas áreas e a Área de
Influência Direta, ou seja, não existe ocorrência de atividades de extração mineral,
licenciadas.
3.3.5. Ocorrência, Distribuição dos Solos nas Área de Influência Direta (AID)
Nas áreas de baixadas, que constituem uma proporção pequena das terras da
área diretamente afetada pelo empreendimento, são encontrados Neossolos
Quartzarêncos Hidromórficos, próprios de ambientes com excesso de umidade
durante parte do ano.
Nas quebras de topografia da bacia do rio Correntes, principalmente nos locais
próximos ao barramento da PCH Santa Gabriela e a jusante, encontram-se os
Neossolos Litólicos, representados por bancadas lateríticas e arenitos, aflorando em
forma de blocos, matacões e lajedos. Também são encontrados na AID, nas regiões
mais planas do remanso do reservatório, solos do tipo Gleissolo Háplico de textura
média associados a Neossolo Flúvico, ambos álicos. Esses solos na AID somam
cerca de 127 hectares (0,03% dos solos da bacia), que foram utilizados para os
canteiros, estruturas associadas e áreas que foram cobertas pelas águas do
reservatório.
A Tabela 2 apresenta as áreas e percentuais de solos a serem utilizados pelo
empreendimento.
20
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Tabela 2. Solos utilizados na AID
UNIDADE DO MAPEAMENTO ÁREA (HA)
MARGEM ESQUERDA MARGEM DIREITA
RQGa 72,6 21,5
GXa 17,4 11,0
RQa2 4,5 0,00
Total 127,00
* Não se levou em consideração a área compreendida pelo leito do rio
21
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
4. PROGRAMA DE CONTROLE DE PROCESSOS EROSIVOS E
PROTEÇÃO ÀS MARGENS DO RESERVATÓRIO
A erosão acelerada, ou erosão antrópica, é um problema mundial. Vastas áreas
estão sujeitas à degradação do solo, às vezes de forma irreversível, por uma série
de processos como erosão e desertificação acelerada, compactação e selamento,
salinização, acidificação, diminuição da matéria orgânica e da fertilidade do solo e
redução da biodiversidade (LAL, 1994).
O poder erosivo da água depende do volume e velocidade do escoamento, da
espessura da lâmina d’água, da declividade e comprimento da vertente e da
presença de vegetação (MAGALHÃES, 1995). Conforme o tipo da vegetação e a
extensão da área vegetada este processo pode ser mais ou menos intenso.
Os solos arenosos são naturalmente frágeis, em especial os Neossolos
Quartzarênicos, permitindo que os processos erosivos lineares instalem-se neles
com maior rapidez do que nas áreas que comportam Latossolos ou Argissolos, mais
estáveis fisicamente (SÃO PAULO, 1989).
O objetivo deste Programa de Controle de Processos Erosivos e Proteção às
Margens do Reservatório é identificar e monitorar as áreas selecionadas no entorno
do reservatório e a montante do mesmo, nas margens do curso d’água, que estão
sofrendo ou possam sofrer processos erosivos, agindo de forma preventiva ou
corretiva conforme a necessidade.
4.1. Área de estudo
A PCH Santa Gabriela encontra-se em uma região de domínio do Cerrado
brasileiro. O clima da região é caracterizado como Aw, de acordo com a
classificação de Köppen, com invernos secos e verões chuvosos, e a precipitação
pluvial média anual em torno de 1.500 mm, sendo os meses de menor precipitação
de junho a agosto (MATO GROSSO DO SUL, 1990).
Tendo como base os indícios de erosão preexistentes antes da fase de
enchimento do reservatório foram selecionadas, no ano de 2010, cinco áreas para o
22
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
monitoramento dos processos erosivos existentes nas margens do rio Correntes, a
montante do reservatório. Quatro áreas estão localizadas ao longo da margem
direita do rio Correntes, e uma, na margem esquerda do reservatório.
Naquele período em questão, cada área apresentava diferentes condições dos
aspectos de cobertura vegetal e do solo, e por isto, ações específicas a cada uma
foram definidas para o controle dos processos erosivos já existentes e para impedir
o surgimento/intensificação de novas erosões. As medidas tomadas para cada uma
das cinco áreas e suas localizações geográficas estão apresentadas no Quadro 1. A
Figura 1 apresenta a disposição destes sítios ao longo das margens do rio
Correntes.
Quadro 1. Localização geográfica e tomada de decisões iniciais para o controle de processos erosivos, PCH Santa Gabriela.
SÍTIOS COORDENADAS GEOGRÁFICAS UTM
(21K) AÇÃO INICIAL
Área 01 772919.00 m E / 8059055.00 m S Cercamento.
Área 02 773596.00 m E / 8059362.00 m S Cercamento.
Área 03 774200.00 m E / 8058759.00 m S Cercamento e plantio de
vetiver
Área 04 774500.00 m E / 8058300.00 m S Cercamento, plantio de vetiver
e de mudas nativas.
Margem Esquerda
772723.00 m E / 8059090.00 m S Plantio (vetiver, gramíneas e
mudas nativas), curva de nível e canaleta.
23
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Figura 1. Localização espacial das áreas de controle de processos erosivos, PCH Santa Gabriela. (A1, A2, A3, A4 = áreas da margem direita do rio Correntes; M.E. = área na margem esquerda do reservatório). Imagem: Google Earth, 2013.
4.2. Material e métodos
Neste relatório são apresentadas informações referentes à 16ª campanha de
monitoramento realizada entre os dias 21 e 22 de janeiro de 2014, consolidado com
os dados das 13ª, 14ª e 15ª campanhas realizadas entre os dias 25 a 27 de março
de 2013, 09 a 10 de julho de 2013 e 29 a 30 de outubro de 2013, respectivamente.
Em campo, foram realizadas vistorias em cada uma das áreas para avaliação da
atual condição da cobertura do solo e das erosões. Para aqueles processos erosivos
existentes, sua caracterização está baseada pelas descrições que seguem:
Erosão laminar – Caracterizada por pequenas vias superficiais de escoamento da
água, onde há a remoção da camada superficial do solo com perda progressiva de
fertilidade, podendo ocorrer em terrenos com alguma cobertura vegetal.
24
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Erosão em sulcos – Representadas por “cortes” mais profundos, concentrando o
fluxo de água principalmente pelas chuvas de maior intensidade. Sua característica
é a formação de "canaletas" de escoamento de água.
Voçorocas – Representa uma evolução da erosão em sulcos, não controlada por
anos seguidos, caracterizada por longas e altas paredes verticais ou em forma de
“u” ou “v”. Comumente a voçoroca atinge o lençol freático.
4.3. Resultados e Discussão
O cercamento utilizado para impedir o acesso do gado (Foto 1) ao longo das
quatro áreas na margem direita do rio Correntes apresenta-se em ótimas condições,
não tendo sido evidenciados interceptação ou rompimentos na sua estrutura.
Também não foram registradas evidências de gado acessando o local.
Foto 1. Cercamento na margem direita do rio Correntes em boas condições estruturais. A) março de
2013; B) julho de 2013; C) outubro de 2013 e D) janeiro de 2014. Fotos: Acervo ANAMBI, 2013/2014.
A B
C D
25
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Adicionalmente, o cercamento do canal de adução também se encontra em boas
condições e cumpre com sua função de evitar o acesso de animais ao canal (Foto
2).
Foto 2. Cercamento do canal de adução em boas condições estruturais impedindo o acesso de animais silvestres. A) março de 2013; B) julho de 2013; C) outubro de 2013 e D) janeiro de 2014. Fotos: Acervo ANAMBI, 2013/2014.
As áreas consideradas críticas, de modo geral, se apresentam em processo de
estabilização com vegetação nativa em regeneração, formadas por touceiras
espaçadas de gramíneas nativas e indivíduos arbusto-arbóreo jovens de espécies
nativas do Cerrado. Cabe destaque, principalmente, para o ponto A1 e A2, locais
anteriormente com baixas proporções de cobertura vegetal. Para o ponto A1 em
alguns trechos a paisagem se assemelha a um cerrado sentido restrito (stricto
sensu) (Foto 3), já na área A2 alguns pontos ainda apresentam solo exposto (Foto 4
a 7) (RIBEIRO & WALTER 2008). O Cerrado sentido restrito é caracterizado por
A B
C D
26
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
árvores baixas, tortuosas, inclinadas, com ramificações irregulares e retorcidas
(RIBEIRO & WALTER 2008). A revegetação da área auxilia na retenção e
recuperação daqueles processos erosivos existentes, bem como minimizam as
possibilidades de surgimento de novas imperfeições no solo.
Foto 3. Área A1 região inicialmente considerada crítica, com vegetação nativa em estágio de regeneração. A) março de 2013; B) julho de 2013; C) outubro de 2013 e D) janeiro de 2014. Fotos: Acervo ANAMBI, 2013/2014.
A B
C D
27
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Foto 4. Ponto na área A2 na campanha de março de 2013. Foto: Acervo ANAMBI, 2013.
Foto 5. Ponto na área A2 na campanha de julho de 2013. Foto: Acervo ANAMBI, 2013.
28
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Foto 6. Ponto na área A2 na campanha de outubro de 2013. Foto: Acervo ANAMBI, 2013.
Foto 7. Ponto na área A2 na campanha de janeiro de 2014. Foto: Acervo ANAMBI, 2014.
Vale destacar que o sol não chega a ser um causador de erosão, mas quando o
solo está sem cobertura vegetal, a sua atividade biológica pode ser afetada pelos
raios solares, causando elevação da temperatura superficial, eliminando boa parte
da microfauna e flora, e assim deixando-o mais susceptível aos processos erosivos
(CAPECHE, 2005). Por isto, o sombreamento inicial promovido por estes arbustos
espaçados, além de contribuir para a diminuição da força das chuvas e enxurradas,
favorece a penetração da água no solo e promove a ocorrência de menores
temperaturas. Isto proporciona melhores condições para a germinação de sementes
e estabelecimento de novas plântulas.
29
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
As erosões presentes na área A3 (Foto 8 a 11) apresentam-se estáveis com
evidente desenvolvimento da vegetação no interior e nas bordas destas estruturas.
As mudas de Vetiver, anteriormente plantadas, apresentaram-se em
desenvolvimento. Os sacos com solo natural implantados no interior do sulco da
Área 03, com a finalidade de servir como uma barreira física contra a evolução dos
processos erosivos encontra-se em boa situação e cumprindo com sua função
(Fotos 8, 9 e 11).
Foto 8. Erosão em sulco presente na Área 03 com evidente crescimento da vegetação detalhe para os sacos com solo natural observados na campanha de março de 2013. Fotos: Acervo ANAMBI, 2013.
Foto 9. Erosão em sulco presente na Área 03 com evidente crescimento da vegetação detalhe para os sacos com solo natural observados na campanha de julho de 2013. Fotos: Acervo ANAMBI, 2013.
Saco com solo
Saco com solo
30
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Foto 10. Erosão em sulco presente na Área 03 com evidente crescimento da vegetação detalhe para os sacos com solo natural observado na campanha de outubro de 2013. Fotos: Acervo ANAMBI, 2013.
Foto 11. Erosão em sulco presente na Área 03 com evidente crescimento da vegetação observado na campanha de janeiro de 2014. Fotos: Acervo ANAMBI, 2014.
Saco com solo
31
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
A voçoroca presente na área A4 (Foto 6) está em estado de estabilização, com
evidente desenvolvimento da vegetação no interior e nas bordas destas estruturas e
as mudas de Vetiver, anteriormente plantadas, apresentaram-se com vigor em
decorrência das chuvas ocorridas. Entretanto, na campanha de janeiro de 2014
(Fotos 13 C e D) é possível notar pequeno deslizamento que cobriu a vegetação em
crescimento na base da voçoroca que tinha sido observado nas campanhas
anteriores (Foto 13 A e B).
Foto 12. Vista geral da voçoroca presente na área A4 com presença de vegetação no seu interior nas campanhas de 2012. Foto: Acervo ANAMBI, 2012.
32
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Foto 13. Vista geral da voçoroca presente na área A4 com presença de vegetação no seu interior nas campanhas realizadas entre A e B 13ª campanha e C e D 16ª campanha. Foto: Acervo ANAMBI, 2013/2014.
O processo erosivo da margem esquerda do reservatório encontra-se em bom
estado de recuperação em relação ao seu estado inicial. Conforme evidenciado na
Foto 14-A, esta área encontrava-se com solo exposto sem a presença de vegetação
em 2010, em 2012 já era observada a presença de algumas mudas bem
desenvolvidas (Foto 14-B) e da 13ª a 16ª campanha já é observado mudas de
espécies nativas e de vetiver em bom desenvolvimento (Foto 14-C a F). O poder
erosivo da água depende do volume e velocidade do escoamento, da espessura da
Lâmina d’água, da declividade e comprimento da vertente e da presença de
vegetação (MAGALHÃES, 1995). Assim, conforme as plantas se desenvolvam os
processos erosivos tende a se estabilizar. Entretanto, essa área ainda merece
especial atenção, pois indícios de carreamento de areia ainda são observados na
A B
C D
33
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
área, como a deposição de areia nas canaletas de drenagem (Foto 15) e infiltração
no cimento do talude (Foto 16).
Foto 14. Desenvolvimento da vegetação no processo erosivo da Margem esquerda do reservatório, A) 2010, B) 2012 e C) março 2013, D) Julho 2013 E) Outubro 2013 e F janeiro 2014. Foto: Acervo ANAMBI, 2013/2014.
A B
C D
E F
34
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Foto 15. Canaletas de drenagem d’água no processo erosivo da margem esquerda do reservatório, com presença de areia. A) julho de 2013; B) outubro de 2013 e C) janeiro de 2013. Foto: Acervo ANAMBI, 2013/2014.
Foto 16. Talude no processo erosivo da margem esquerda do reservatório, com infiltração no cimento. A) outubro de 2013 e B) janeiro de 2014. Foto: Acervo ANAMBI, 2013/2014.
A B
C
A A
35
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Adicionalmente, no primeiro trimestre de 2013 no Bota Fora 2-3 foram realizadas
ações visando recuperar e mitigar os processos erosivos em decorrência das fortes
chuvas. No dia 21 e 22 de março de 2013 foi realizada a restauração do sistema de
cotenção e escoamento da água, conforme ilustrado nas fotos 17 e 18 retiradas do
relatório fotográfico enviado pela Brennand Energia. Nessa área foram colocados
sacos contendo solo para conter a erosão, mais três tubos para escoamento da
água e bag´s abertos para cobrir os barrancos para evitar futuros deslizamentos de
terra.
Foto 17. Área localisada no bota fora 2-3 com presença de processos erosivo no sistema de escoamento em decorrencia das fortes chuvas. Foto: Acervo BRENNAND ENERGIA 2013.
36
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Foto 18.. Ações de recuperação do sistema de contenção e escoamento de água no bota fora 2-3. A) enchimento da sacaria B) Detalhe dos novos tubos C) e D) Bag´s abertos para cobrir os barrancos. Foto: Acervo BRENNAND ENERGIA 2013.
Entre a 14ª e a 16ª campanha foi observado que os sistemas de contenção e
escoamento da água no bota fora 2-3 está em boas condições e a sua manutenção
vem sendo recorrente (Foto 19 a 21). Além disso, nas áreas onde ocorreu o bom
desenvolvimento das mudas de espécies nativas e presença de gramíneas não
apresentam processos erosivos (Foto 23 a 24). As plantas rasteiras são
especialmente importantes, pois diminuem o impacto das gotas de chuva e evitar o
escoamento concentrado (FILIZOLA et al. 2011). Entretanto, alguns pontos do Bota
Fora 2-3 ainda apresentam solo exposto e são suscetíveis a formação de processos
erosivos.
A B
C D
37
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Foto 19. Sistema de contenção e escoamento de água no bota fora 2-3 Bag´s abertos para cobrir os barrancos na campanha de julho de 2013. Foto: Acervo ANAMBI, 2013.
Foto 20. Sistema de contenção e escoamento de água no bota fora 2-3 Bag´s abertos para cobrir os barrancos na campanha de outubro de 2013. Foto: Acervo ANAMBI, 2013.
38
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Foto 21. Sistema de contenção e escoamento de água no bota fora 2-3 Bag´s abertos para cobrir os barrancos na campanha de janeiro de 2014. Foto: Acervo ANAMBI, 2013.
Foto 22. Bota fora 2-3 com presença de gramineas e ausencia de processos erosivos na campanha de julho de 2013. Foto: Acervo ANAMBI, 2013.
39
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Foto 23. Bota fora 2-3 com presença de gramineas e ausencia de processos erosivos na campanha de outubro de 2013. Foto: Acervo ANAMBI, 2013.
Foto 24. Bota fora 2-3 com presença de gramineas e ausencia de processos erosivos na campanha de janeiro de 2014. Foto: Acervo ANAMBI, 2014.
4.4. Considerações Finais
As ações tomadas nas áreas consideradas críticas vêm se mostrando eficientes
contra o avanço ou surgimento dos processos erosivos. Os períodos de maior
pluviosidade favoreceram o desenvolvimento das espécies nativas e do plantio para
a recuperação das áreas degradadas, e mesmo com o período de estiagem as
plantas se mantêm em desenvolvimento.
40
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Na margem esquerda do reservatório, um conjunto de medidas foi implantado
com sucesso. A construção de curvas de nível, canaletas de drenagem e a
colocação de sacos contendo solo, tiveram como função direcionar as águas pluviais
no sentido da drenagem natural do terreno. Todavia, é recomendada a frequente
limpeza das canaletas de drenagem evitando, assim, que a areia ali depositada seja
carreada para o rio.
No Bota Fora 2-3 o aumento na quantidade de gramíneas e o bom
desenvolvimento do plantio auxiliou na retenção dos processos erosivos. Entretanto,
áreas que ainda não estão cobertas pela vegetação plantada ou por gramíneas
introduzidas e/ou invasoras ainda podem sofrer com os processos erosivos e
conforme a vegetação se estabeleça nessa área os processos erosivos tendem a se
estabilizar.
É importante, também, salientar que em todas as áreas deve-se continuar o
monitoramento da situação do cercamento, com intuito de continuar impedindo o
acesso do gado, uma vez que o rebanho bovino é um dos principais agentes
intensificadores de processos erosivos em áreas rurais.
41
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
4.5. Referências Bibliográficas
BERTONI, J.; LOMBARDI, N. F. Conservação do solo. 4. ed. São Paulo: Ícone,
1999.__________. Conservação do solo. 5. ed. São Paulo: Ícone, 2005.
CAPECHE, C. L. Processos Erosivos em Áreas da Usina Hidroelétrica Franca Amaral, Bom
Jesus do Itabapoana, RJ, p.9-11-12, dez. 2005.
GALDINO, S.; VIEIRA, L. M.; SORIANO, M. A. B. 2003. Erosão na Bacia do Alto Taquari.
Emprapa pantanal: Documentos, 52. Corumbá. 47 p.
GRIEBELER, N. P.; PRUSKI, F. F.; MARTINS JÚNIOR, D. & SILVA, D. D. Avaliação de um
modelo para a estimativa da lâmina máxima de escoamento superficial. R. Bras.
Ci.Solo, 25:411-417, 2001.
MAGALHÃES, R. A. Processos erosivos e métodos de contenção. Ouro Preto: CEEB,
1995.MATO GROSSO DO SUL. 1990. Secretaria de Planejamento e Coordenação
Geral. Atlas multirreferencial. Mapas. 28p.
PEREIRA, A. R. Uso do vetiver na estabilização de taludes e encostas. Boletim Técnico,
Belo Horizonte – MG, Ano 01 – N.° 003 – Setembro 2006
SÃO PAULO. Secretaria de Energia e Saneamento.Departamento de Águas e Energia
Elétrica. Controlede erosão: bases conceituais e técnicas; diretrizespara o
planejamento urbano e regional, orientaçõespara o controle do boçorocas urbanas.
São Paulo:DAEE/IPT, 1989. 92 p.
LAL, R. Methods and guidelines for assessingsustainable use of soil and water resources in
thetropics. Columbus: Ohio State University, Departmentof Agronomy, 1994. 78 p.
(SMSS TechnicalMonograph, 21).
42
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
4.6. Responsável técnico:
Eder Afonso Doná
Biólogo, M.Sc. Ecologia e Conservação.
CRBio-1:082214/01-D
CTF: 2517698
4.7. Anexos
Anexo I. Anotação de Responsabilidade Técnica
Anexo II. Cadastro Técnico Federal Certificado de Regularidade
43
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
ANEXO 01
Anotação de Responsabilidade Técnica
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Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
ANEXO 02
Cadastro Técnico Federal Certificado de Regularidade
45
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
5. PROGRAMA DE MONITORAMENTO
HIDROSSEDIMENTOLÓGICO
Este relatório consolida os resultados obtidos durante as quatro Campanhas do
Programa de Monitoramento Hidrossedimentológico e de Níveis d'água do rio
Correntes, presente na área de influência direta e indireta do empreendimento
denominado PCH Santa Gabriela, localizada na divisa entre os municípios de
Sonora/MS e Itiquira/MT. Os valores apresentados são referentes aos meses de
março 2013, julho 2013, outubro 2013 e janeiro 2014.
Para um gerenciamento adequado dos recursos hídricos é fundamental conhecer
o comportamento dos rios, suas sazonalidades e vazões, assim como os regimes
pluviométricos das diversas bacias hidrográficas, considerando as suas distribuições
espaciais e temporais (BORDAS & SEMMELMANN, 2001).
Portanto, os monitoramentos realizados são fundamentados em coletas e
análises sistemáticas dos sedimentos em suspensão e do leito nas seções pré-
estabelecidas para a determinação dos seguintes parâmetros: concentração dos
sólidos suspensos, granulometria dos sólidos suspensos, granulometria dos
materiais de leito, descarga líquida, batimetria, descarga sólida em suspensão,
descarga sólida do material de leito e descarga sólida total.
Todas as metodologias utilizadas são fundamentadas nos princípios da
hidrossedimentologia, de acordo com as bibliografias conceituadas neste segmento.
Para as análises foram utilizados os métodos de filtração, o peneiramento e a
pipetagem, conforme as recomendações da CESP (2009) e CARVALHO (2008).
5.1. Área de Estudo
As amostras de sedimentos para análises de concentração e granulometria, foram
coletadas em dois pontos pré-estabelecidos pelo Projeto Básico Ambiental (PBA) da
PCH Santa Gabriela. O Quadro 2 apresenta a identificação dos pontos, local de
46
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
coleta, o tipo de leito e as coordenadas de localização. A Foto 25 ilustra os pontos
de monitoramento.
Quadro 2. Identificação dos pontos de coleta e coordenadas.
Identificação do ponto
Local de coleta Leito Coordenadas geográficas
P01 Arenoso Montante do Barramento 21K 0777222 8055353 UTM
P02 Rochoso Jusante Casa de Força 21K 0771271 8059700 UTM
Foto 25. Pontos de coleta na área de influência direta e indireta da PCH Santa Gabriela. (A): Montante do Barramento; (B): Jusante do Barramento. Fotos: Acervo ANAMBI, 2013.
A Figura 2 a seguir apresenta o croqui dos pontos de monitoramento
hidrossedimentológicos localizados na PCH Santa Gabriela.
A B
47
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Figura 2. Mapa de localização dos pontos de monitoramento hidrossedimentológico da PCH Santa
Gabriela. Fonte: Google Earth, 2012.
5.2. Material e Métodos
5.2.1. Hidrometria – Medição de Vazão e Batimetria
A medição de vazão em cursos d’água é realizada de modo indireto, a partir da
medida de velocidade. O primeiro passo, para uma adequada medição é a escolha
da seção do rio, que é determinada pela sua linearidade e regularidade, buscando
estabelecê-la no último terço do trecho reto do rio, garantindo, desta forma, que a
mudança de direção das linhas de fluxo, provocada pela curva, não interfira na
medição.
Após determinar a seção em que serão realizadas as medições de vazão com
molinete é necessário calcular a área da seção, a qual é obtida medindo-se a largura
do rio e a profundidade em um número significativo de pontos ao longo da seção,
chamados de verticais. Portanto, a medição de vazão é feita conjuntamente com a
48
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
batimetria, pois para saber a quantidade de medições de vazão em cada vertical é
necessário saber sua profundidade.
A velocidade da água é, normalmente, maior no centro de um rio do que junto às
margens. Da mesma forma, a velocidade é mais baixa junto ao fundo do rio do que
junto à superfície. Em função desta variação da velocidade é necessário realizar
medições em várias verticais e em vários pontos ao longo das verticais.
O Quadro 3 apresenta o número de pontos de medição em uma vertical de
acordo com a profundidade do rio e o Quadro 4 apresenta o número de verticais
recomendadas para medições de vazão de acordo com a largura do rio.
Quadro 3. Número e posição de pontos de medição na vertical recomendados de acordo com a profundidade do rio (SANTOS et al. 2001).
Profundidade (m) Número de pontos Posição dos pontos
0,15 a 0,60 1 0,6p
0,60 a 1,20 2 0,2 e 0,8p
1,20 a 2,00 3 0,2; 0,6 e 0,8p
2,00 a 4,00 4 0,2; 0,4; 0,6 e 0,8p
> 4,00 6 S, 0,2; 0,4; 0,6; 0,8p e F
S: Superfície, F: Fundo.
Quadro 4. Distância recomendada entre as verticais, de acordo com a largura do rio (SANTOS et al. 2001).
Largura do rio (m) Distância entre as verticais (m)
< 3 0,30
3 – 6 0,50
6 – 15 1,00
15 – 30 2,00
30 – 50 3,00
50 – 80 4,00
80 – 150 6,00
150 – 250 8,00
≥ 250 12,00
A medição de descarga líquida segue recomendações estabelecidas pelas
normas técnicas do DNAEE (BRASIL, 1977), atual ANEEL, utilizando o método da
seção média.
Os dados coletados foram anotados em uma planilha de campo e posteriormente
levados para digitalização e inserção em um banco de dados. O equipamento
49
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
utilizado para a medição da descarga líquida foi o molinete fluviométrico MLN–7
(Foto 26), que foi utilizado com guincho hidrométrico, para grandes profundidades. O
pulso gerado pelo molinete foi computado no contador CPD-10, por meio de um
cabo padrão.
Foto 26. Medição de descarga líquida com Molinete Hidrométrico MNL-7 e contador CPD-10. Foto: Acervo ANAMBI, 2013.
5.2.2. Hidrossedimentologia - Método de Descarga do Sedimento em Suspensão
por Integração Vertical.
Os procedimentos utilizados na coleta de amostras de sedimentos em suspensão
são estabelecidos pelo Guia de Práticas Sedimentométricas da ANEEL (Agência
Nacional de Energia Elétrica) elaborado por Carvalho et. al, 2000, sendo o método
adotado o de Igual Incremento de Largura (IIL).
A metodologia de campo empregada na escolha dos perfis transversais, seções
de medições de descargas líquidas e sólidas é a recomendada pelo DNAEE, ANEEL
e CPRM, que estabelece um programa de amostragem de campo, conjugada com a
caracterização e avaliação dos parâmetros geométricos, hidráulicos, hidrológicos,
sedimentológicos, morfométricos e fluviomorfológicos.
A amostragem de sedimentos foi realizada em 02 (duas) seções, uma à montante
do barramento e outra à jusante. As amostragens de sedimentos em suspensão total
50
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
foram realizadas com amostrador de sedimentos DH-48 (Foto 27), utilizado para
trechos de coleta à vau (CARVALHO, 2008).
As amostragens de sedimentos do leito foram realizadas com a draga de
Petersen, que é um amostrador do tipo caçamba de raspagem, de penetração
vertical, que consiste em duas caçambas que se fecham juntas ao tocar o leito,
devido a um dispositivo de barra ou de mola, para coletar uma camada superior do
material.
Foto 27. Amostragem de Sedimentos em Suspensão com amostrador DH - 48. Fotos: Acervo ANAMBI, 2013.
5.2.3. Análise em Laboratório
As análises laboratoriais das amostras de sedimentos em suspensão e de
sedimentos de leito foram realizadas no Laboratório ANAMBI - Análise Ambiental
Ltda., consistindo na determinação da concentração e da granulometria do
sedimento em suspensão e da granulometria do sedimento de leito, a granulometria
é classificada de acordo com a tabela da American Geophysical Union (DNAEE,
1970).
Os procedimentos de análise foram realizados por meio dos métodos de
peneiramento e filtração para os sedimentos em suspensão, e peneiramento para
sedimentos de leito. Essas metodologias são indicadas pela ANEEL para análises
sedimentométricas.
51
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
5.3. Resultados e Discussão
Os dados elencados em campo, bem como as identificações dos certificados de análises são apresentados no Quadro 5.
Quadro 5. Dados de campo das campanhas de monitoramento realizadas na PCH Santa Gabriela.
Dados de campo
Pontos de coleta
Março Julho Outubro Janeiro
P01 P02 P01 P02 P01 P02 P01 P02
Data da coleta 25.03.2013 25.03.2013 11.07.2013 11.07.2013 30.10.2013 30.10.2013 22.01.2014 22.01.2014
Hora da coleta 16h30min 13h30min 07h20min 10h10min 14h00 08h30 09h15min 13h30min
Temperatura do ar (ºC) 27,6 27,6 18,5 25 27 25 28 26
Temperatura da amostra (ºC)
26 26 20 20 25,5 26 25,5 24
Condições Climáticas Chuvoso Chuvoso Aberto Aberto Nublado/Chuva
ult. 48hr Nublado/Chuva
ult. 48hr Nublado/Chuva
ult. 48hr Nublado/Chuva
ult. 48hr
Nº Certificados de Análise – Sedimentos em Suspensão
12149/2013 12150/2013 12863/2013 12865/2013 13525/2013 13526/2013 14034/2014 14036/2014
Nº Certificados de Análise – Sedimentos em Suspensão
12151/2013 --- 12864/2013 --- 13527/2013 - 14035/2014 ---
Obs.: Por não haver sedimentos de fundo não há Certificados de Análise de leito para o ponto P02.
52
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
5.3.1. Descarga Líquida
O resumo dos resultados das medições convencionais de descarga líquida,
realizadas nos pontos de monitoramento, pode ser visualizado nas Tabelas 1 e 2,
cujas planilhas de cálculo adotadas (anexo 03) seguem a metodologia da Seção
Média. Nesta, as áreas delimitadas pelas verticais são calculadas pelo produto da
média das profundidades das verticais que limitam esta subseção, pela distância
entre estas duas verticais. A velocidade utilizada no cálculo da vazão é
determinada, também, pela média das velocidades medidas nas verticais que
limitam cada subseção. Desta forma, o produto da velocidade pela área de cada
subseção resulta na vazão que passa nesta. O somatório das vazões das
subseções é igual à vazão total do rio.
Tabela 3. Resumo das medições convencionais de Descarga Líquida no rio Correntes, P01 – Montante.
P01 – Rio Correntes
Campanha Data Largura
(m) Área da
seção (m2)
Prof. Média (m)
Vel. Média (m/s)
Descarga líquida (m
3/s)
Março 25.03.2013 30,00 92,28 3,39 0,82 77,40
Julho 11.07.2013 25,00 63,70 2,65 0,71 48,30
Outubro 30.10.2013 28,00 65,74 2,46 0,73 50,08
Janeiro 22.01.2014 28,00 62,21 2,59 0,78 50,55
Tabela 4. Resumo das medições convencionais de Descarga Líquida no rio Correntes, P02 – Jusante.
P02 – Rio Correntes
Campanha Data Largura
(m) Área da
seção (m2)
Prof. Média (m)
Vel. Média (m/s)
Descarga líquida (m
3/s)
Março 25.03.2013 36,60 88,04 2,71 0,84 91,15
Julho 11.07.2013 28,50 62,20 2,37 0,87 58,17
Outubro 30.10.2013 30,00 71,50 2,50 0,91 63,84
Janeiro 22.01.2014 30,00 65,90 2,55 0,91 64,11
53
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
As batimetrias das seções monitoradas nas quatro campanhas
hidrossedimentológicas da PCH Santa Gabriela podem ser visualizadas nas
Figuras 3 e 4.
Figura 3. Gráficos das batimetrias registradas nas campanhas de março/2013, julho/2013, outubro/2013 e janeiro/2014 no ponto de monitoramento à montante da PCH Santa Gabriela.
54
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Figura 4. Gráficos das batimetrias registradas nas campanhas de março/2013, julho/2013, outubro/2013 e janeiro/2014 no ponto de monitoramento à jusante da PCH Santa Gabriela.
5.3.2. Sedimentos em Suspensão
Os resultados obtidos para concentrações de sólidos em suspensão no ciclo de
monitoramento realizado na PCH Santa Gabriela são expressos na Tabela 5 a
seguir.
Tabela 5. Valores de concentração de sólidos em suspensão.
Ponto Unidade Concentração
Março Julho Outubro Janeiro
P01- Montante do Reservatório
mg/L 25,03 8,68 21,20 19,20
P02 - Jusante Casa de Força
mg/L 25,53 10,22 13,40 12,87
55
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
A Tabela 6 contém os valores obtidos por meio de análises granulométricas
dos sedimentos em suspensão transportados nas seções monitoradas á montante
e á jusante da PCH Santa Gabriela. A partir destes determinou-se o valor médio
da granulometria dos sedimentos em suspensão para consolidação e
apresentação dos dados (Tabela 7).
De acordo com a granulometria média, os pontos amostrados caracterizam-se
como arenosos, com porcentagens predominantes de sedimentos em suspensão
de areia muito fina à montante e à jusante, respectivamente, 75,97% e 47,95%. A
Figura 5 esboça os resultados graficamente.
As análises foram realizadas pelo método filtração, uma vez que, ambos os
pontos não atingiram as concentrações mínimas necessárias para a análise pelo
método do Tubo de Remoção pela Base (TBR), no qual se obteria resultados
individuais para silte e argila.
56
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Tabela 6. Resultados de granulometria dos sedimentos em suspensão.
Parâmetro Unidade
Resultados
Março Julho Outubro Janeiro
P01 P02 P01 P02 P01 P02 P01 P02
Areia Muito Grossa (2 a 1 mm) % ND ND ND ND ND ND ND ND
Areia Grossa (1 a 0,5 mm) % ND ND ND 0,30 ND ND ND ND
Areia Média (0,5 a 0,25 mm) % ND 4,10 3,20 0,60 ND ND ND ND
Areia Fina (0,25 a 0,125 mm) % ND 47,7 24,5 26,4 ND ND 0,80 35,1
Areia Muito Fina (0,125 a 0,0625 mm) % 91,9 32,3 27,3 34,7 95,5 72,4 93,50 52,4
Silte + Argila (0,0625 a 0,00024 mm) % 8,10 15,9 45,0 38,0 4,50 27,60 5,70 12,5
Tabela 7. Resultados médios da granulometria dos sedimentos em suspensão.
Parâmetro Unidade Resultados
P01 P02
Areia Muito Grossa (2 a 1 mm) % ND ND
Areia Grossa (1 a 0,5 mm) % ND 0,01
Areia Média (0,5 a 0,25 mm) % 0,80 1,17
Areia Fina (0,25 a 0,125 mm) % 6,32 27,3
Areia Muito Fina (0,125 a 0,0625 mm) % 77,05 47,95
Silte + Argila (0,0625 a 0,00024 mm) % 15,82 23,50
Obs.: ND – Não Detectado.
57
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Figura 5. Gráfico da granulometria média dos sedimentos em suspensão presentes nos pontos amostrados na PCH Santa Gabriela.
As curvas granulométricas dos pontos P01 e P02, referentes às campanhas de
março/2013, julho/2013, outubro/2013 e janeiro/2014, são expressas nas Figuras
6 e 7, respectivamente.
58
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Figura 6. Curvas granulométricas dos sedimentos em suspensão do ponto P01 à montante do reservatório. (A) Março/2013; (B) Julho/2013; (C) Outubro/2013 e (D) Janeiro/2014.
A B
C D
59
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Figura 7. Curvas granulométricas dos sedimentos em suspensão do ponto P02 à jusante da casa de força. (A) Março/2013; (B) Julho/2013; (C) Outubro/2013 e (D) Janeiro/2014.
5.3.3. Sedimentos de Leito
Os resultados obtidos para granulometria dos sedimentos de leito à montante
da PCH no ciclo de campanhas monitoradas estão disponíveis na Tabela 8. A
média granulométrica para o referido ponto é expressa na Tabela 9 e ilustrado por
meio da Figura 8.
No que se refere ao ponto P02 não há resultado para granulometria dos
sedimentos de leito, haja vista que este é composto por pedregulhos e matações,
não possibilitando a coleta e fora da faixa de análise laboratorial. Na Figura 9 são
apresentados os gráficos das curvas granulométricas para o ponto P01 ao longo
dos monitoramentos.
A B
C D
60
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Tabela 8. Resultados da granulometria dos sedimentos de leito.
Parâmetro Unidade
Resultados
Março Julho Outubro Janeiro
P01 P01 P01 P01
Cascalho Grosso (32 a 16 mm) % ND ND ND ND
Cascalho Médio (16 a 8 mm) % ND ND ND ND
Cascalho Fino (8 a 4 mm) % ND ND ND ND
Cascalho Muito Fino (4 a 2 mm) % ND ND ND ND
Areia Muito Grossa (2 a 1 mm) % ND ND ND ND
Areia Grossa (1 a 0,5 mm) % 0,1 ND 0,5 ND
Areia Média (0,5 a 0,25 mm) % 3,0 2,1 0,9 4,7
Areia Fina (0,25 a 0,125 mm) % 80,8 87,5 49,5 58,9
Areia Muito Fina (0,125 a 0,0625 mm) % 15,7 10,2 40,3 35,7
Silte + Argila (0,0625 a 0,00024 mm) % 0,4 0,2 8,8 0,7
Obs.: Não há resultados referentes à granulometria dos sedimentos de leito do ponto P02 - jusante, uma vez que o mesmo apresenta constituição rochosa. ND – Não Detectado.
Tabela 9. Granulometria média do material de leito referente ao ponto P01
Parâmetro Unidade
Resultados
Médias
P01 P02
Cascalho Grosso (32 a 16 mm) % ND ND
Cascalho Médio (16 a 8 mm) % ND ND
Cascalho Fino (8 a 4 mm) % ND ND
Cascalho Muito Fino (4 a 2 mm) % ND ND
Areia Muito Grossa (2 a 1 mm) % ND ND
Areia Grossa (1 a 0,5 mm) % 0,15 ND
Areia Média (0,5 a 0,25 mm) % 2,67 ND
Areia Fina (0,25 a 0,125 mm) % 69,17 ND
Areia Muito Fina (0,125 a 0,0625 mm) % 25,47 ND
Silte + Argila (0,0625 a 0,00024 mm) % 2,52 ND
Obs.: ND – Não Detectado.
61
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Figura 8. Gráfico da granulometria média do material de leito presente em P01.
Figura 9. Curvas granulométricas dos sedimentos de leito do ponto P01 à montante do reservatório. (A) Março/2013; (B) Julho/2013; (C) Outubro/2013 e (D) Janeiro/2014.
A B
C D
62
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
5.3.4. Descarga sólida
Após a obtenção dos resultados, foram realizados os cálculos para
determinação de descarga sólida de sedimentos em suspensão, descarga sólida
de arrasto e descarga sólida total.
5.3.4.1. Descarga sólida em suspensão
A descarga em suspensão corresponde à fase mais importante na
hidrossedimentológia, pois pode representar até 95% da descarga sólida total.
Para calcular a descarga sólida em suspensão mede-se a concentração dos
sedimentos em suspensão e a descarga líquida. Os sedimentos em suspensão
não são distribuídos uniformemente em cada seção, portanto é necessário
realizar a amostragem em várias verticais ao longo da seção, para detectar as
variações da concentração.
As medições da descarga sólida em suspensão, com amostragens pelo
método de Igual Incremento de Largura (IIL) ou por Igual Incremento de Descarga
(IID), têm uma única análise a partir de amostra composta. A concentração
corresponde ao valor médio na seção, sendo a descarga sólida em suspensão
calculada pela equação:
Qss= 0,0864.Q.C
Sendo Q a descarga líquida em m3/s e C a concentração em mg/l, resultando
Qss em t/d.
A Tabela 10 apresenta os valores das descargas sólidas em suspensão obtidas
para os pontos amostrados, conforme a mesma houve variação quanto à
superioridade nos resultados durante o ciclo de amostragem. Tal divergência
relaciona-se diretamente aos valores de descarga líquida e concentração de
63
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
sedimentos em suspensão, variáveis consideradas no cálculo. Por meio da Figura
10 esboça-se a comparação gráfica dos resultados apresentados.
Tabela 10. Valores de Descarga sólida em suspensão do rio Correntes.
Ponto Descarga Sólida em Suspensão qss (t/d)
Março Julho Outubro Janeiro
P01 167,38 36,22 91,70 83,85
P02 201,06 51,36 73,90 71,29
Figura 10. Descargas sólidas em suspensão registradas ao longo do programa de monitoramento hidrossedimentológico do rio Correntes - PCH Santa Gabriela.
5.3.4.2. Descarga Sólida de Leito
A descarga sólida de arrasto representa a menor parte da descarga sólida total,
correspondendo de 5% a 10% normalmente, no entanto, pode se igualar ou
superar o valor da descarga em suspensão, em caso de rios largos e rasos com
sedimento aluvionar. Essa descarga é constituída por materiais mais grossos e
pesados.
64
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
O método modificado de Einstein para o cálculo de descarga sólida total,
fornece também os valores de descarga sólida de leito, para a utilização desta
metodologia é necessário que haja uma faixa granulométrica em comum entre os
sedimentos em suspensão e os sedimentos de leito. O método modificado de
Einstein é o mais recomendado pela ANEEL devido a precisão dos resultados.
Entretanto, onde a coleta de material de leito é impossibilitada pela
característica rochosa do mesmo, possuindo apenas os dados de descarga sólida
em suspensão para obtenção da descarga sólida total, o calculista arbitra o valor
de descarga sólida de leito de acordo com ICOLD (1989), que sugere algumas
alternativas para obtenção desta, em função das características do material de
leito e das concentrações de sedimentos em suspensão existentes nas amostras
(Tabela 11). Essa Tabela mostra a complexidade de somente arbitrar a
porcentagem (%).
Tabela 11. Guia para correção da descarga de leito e orientação para obtenção desta (ICOLD, 1989).
Desta forma para determinar a descarga sólida de leito do ponto P02 – jusante,
utilizou-se o método da arbitragem de acordo com a condição 4 expressa na
Tabela 9, isto pelo leito do local monitorado ser formado por rochas, fato que
restringe o uso do método modificado de Einstein e de Colby. No Brasil é comum
arbitrar esse valor como sendo 10% do valor da descagra sólida suspensa. O
65
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
resultado para descarga sólida de leito pelo método da arbitragem é expresso a
seguir.
Já para o ponto à montante foi possível utilizar-se o método modificado de
Einstein, haja vista que este apresenta faixa granulométrica em comum entre os
sedimentos em suspensão e de leito. A Tabela 12 a seguir, apresenta os
resultados obtidos para descarga sólida de leito para ambos os pontos
monitorados.
Tabela 12. Resultados das Descargas Sólidas de Leito.
Ponto Descarga Sólida de Leito (t/d)
Março Julho Outubro Janeiro
P01 42,10 7,10 38,10 45,20 Método
Modificado de Einstein
P02 20,11 5,14 7,39 7,13 Método da Arbitragem
5.3.4.3. Descarga Sólida Total
Devido às características de ambos os pontos monitorados os resultados foram
obtidos a partir do Método modificado de Einstein para P01 – montante, uma vez
que este apresenta faixa granulométrica em comum para os sedimentos de leito e
em suspensão. Em relação ao P02 – jusante em decorrência da falta de
sedimentos de leito, os resultados se deram por meio do Método da Arbitragem.
Portando, os resultados das descargas sólidas totais são apresentados em
conjunto com o resumo das descargas sólidas e líquidas obtidas nas quatro
campanhas monitoradas (Tabela 13). A Figura 11 exibe graficamente tais valores.
66
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Tabela 13. Resultados das descargas sólidas totais do rio Correntes na área de influência direta da PCH Santa Gabriela.
P01 - Montante
Campanha Data Área da
seção (m²) Descarga
Líquida (m³/s)
Descarga Sólida em Suspensão
(t/dia)
Descarga Sólida de Leito (t/dia)
Descarga Sólida Total (t/dia)
Observação
Março 25.03.2013 92,28 77,40 167,38 42,10 128,06 A descarga sólida de leito e total foram calculadas pelo método de Einstein Modificado
Julho 11.07.2013 63,70 48,30 36,22 7,10 80,37
Outubro 30.10.2013 65,74 50,08 91,70 38,10 176,61
Janeiro 22.01.2014 59,97 50,55 83,25 45,20 247,79
P02 - Jusante
Campanha Data Área da
seção (m²) Descarga
Líquida (m³/s)
Descarga Sólida em Suspensão
(t/dia)
Descarga Sólida de Leito (t/dia)
Descarga Sólida Total (t/dia)
Observação
Março 25.03.2013 88,04 91,15 201,06 20,11 221,17
A descarga sólida de leito foi calculada pelo método de Arbitragem
Julho 11.07.2013 62,20 58,17 51,36 5,14 56,50
Outubro 30.10.2013 71,50 63,84 73,90 7,39 81,30
Janeiro 22.01.2014 65,90 64,11 71,29 7,13 78,42
67
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Figura 11. Descargas sólidas totais registradas ao longo do programa de monitoramento hidrossedimentológico do rio Correntes - PCH Santa Gabriela.
5.4. Considerações Finais
O monitoramento hidrossedimentológico é de suma importância, pois fornece uma
série de dados que são fundamentais para o aprofundamento do conhecimento
sobre o comportamento sedimentológico do rio Correntes, nos trechos presentes na
área de influência direta e indireta da Pequena Central Hidrelétrica Santa Gabriela,
Sendo uma poderosa ferramenta para a elaboração de outros estudos mais
complexos referentes aos processos de assoreamento, erosão, transporte e
aproveitamento hídrico.
Os resultados aqui apresentados referem-se aos monitoramentos realizados nos
meses de Março/2013, Julho/2013, Outubro/2013 e Janeiro/2014. Os valores obtidos
das análises realizadas nas amostras coletadas são pertinentes à concentração de
sedimentos, granulometria do material em suspensão e de leito, descarga líquida e
descarga sólida total.
Quanto aos sólidos em suspensão, as maiores concentrações foram registradas
na campanha de Março de 2013 para ambos os pontos amostrados. Tal resultado
relaciona-se diretamente a precipitações ocorridas na região, inclusive durante os
68
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
trabalhos em campo, que tem por conseqüência aumento da produção de
sedimentos carreados para os corpos hídricos pelo escoamento superficial da
chuva. Dentre os maiores e menores resultados constataram-se variações nas
concentrações de, aproximadamente, 65 % à montante e 60% à jusante.
No que concerne a granulometria dos sedimentos em suspensão ambos os
pontos monitorados apresentaram composição, sobretudo, de areia muito fina, com
percentuais médios de 77,05% e 47,95% à montante e à jusante, respectivamente.
Com relação aos sedimentos de leito, o canal fluvial é constituído por areia fina, com
média percentual dentre as campanhas realizadas de 69,17% à montante do
empreendimento. Quanto ao trecho de amostragem à jusante, o leito do rio
Correntes é formado por matacões e rochas de grandes diâmetros, impossibilitando
coleta a e análise granulométrica do mesmo.
Os resultados de descargas líquidas aferidos permitiram concluir que à jusante do
barramento apresentou superioridade de vazão em todas as campanhas do ciclo
monitorado. Contudo, tais resultados são conseqüência do aumento do volume de
água que adentra ao reservatório, devido à presença do rio Comprido, um tributário
que deságua no mesmo, e influi diretamente nas descargas líquidas à jusante da
PCH. Ressalta-se que os valores obtidos durante as campanhas monitoradas
asseguram a preservação do meio ambiente e os usos múltiplos da água a jusante
do empreendimento.
Em relação à descarga sólida total, constatou-se que o ponto à montante
apresenta maiores resultados no decorrer do monitoramento, exceto na campanha
de Março/2013, onde precipitações na região da bacia elevaram o valor de descarga
à jusante do barramento, devido ao aumento das taxas de concentração de sólidos
suspensos carreados pela chuva. A superioridade nos valores de descarga sólida
total no ponto à montante deve-se ao fato de que grande parcela dos sedimentos
transportados pela seção decantam no reservatório por seu fluxo hídrico lêntico,
sendo que apenas os sedimentos mais finos e leves possuem a capacidade de
transpor o barramento.
69
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Portanto, este relatório consolida os resultados obtidos nas quatro campanhas de
monitoramento da fase de operação da PCH Santa Gabriela, cuja principal finalidade
é monitorar a evolução do comportamento hidrossedimentológico dos trechos
monitorados ao longo dos anos de operação do empreendimento, fornecendo uma
série de dados confiáveis.
70
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
5.5. Referências Bibliográficas
BAPTISTA, G.M.M. Diagnóstico ambiental de erosão laminar: modelo geotecnológico e
aplicação – Brasília: Universa, 2003
CARVALHO, N. O.; FILIZOLA JR, N. P.; SANTOS, P. M. C.; LIMA, J. E. F. W. Guia de
práticas sedimentométricas, Brasília: Aneel, 2000.
CARVALHO, N.O. Hidrossedimentologia prática, 2ªed., versão atual e ampliada. – Rio de
Janeiro: Ineterciência, 2008.
CESP, Companhia Energética de São Paulo - Laboratório Cesp de Engenharia Civil.
Ensaios Sedimentométricos: Roteiro Preliminar, 2009.
ECOLOGY BRASIL – Ecology and Environment do Brasil; PBA – PCH Santa Gabriela,
2007.
MERTEN e POLETO. Qualidade dos Sedimentos. Porto Alegre: ABRH, 2006. 397p.
SILVA, Rui Carlos Vieira. Hidráulica Fluvial / Rui Carlos Vieira da Silva, Geraldo Wilson
Júnior – Rio de Janeiro: COPPE / UFRJ, 2005.
SANTOS et al. Hidrometria Aplicada – Curitiba: Instituto de Tecnologia e Desenvolvimento,
2001. 372p.
71
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
5.6. Anexos
ANEXO 01 – ANOTAÇÃO DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA
ANEXO 02 – PLANILHAS DE DADOS DE MEDIÇÃO DE VAZÃO
ANEXO 03 - PLANILHA DE CÁLCULO DE DESCARGA SÓLIDA TOTAL
ANEXO 04 – CERTIFICADOS DE ANÁLISES
ANEXO 05 – CADASTRO TÉCNICO FEDERAL
72
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
5.7. Responsáveis Técnicos
Roney Aparecido Gomes Coordenador Químico – Bacharelado com Atribuições Tecnológicas, Pós – Graduando em Gestão e Manejo Ambiental na Agroindústria – UFLA/MG. CRQ: 02020002 – XX Região
73
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
ANEXO 01
ANOTAÇÃO DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA
74
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
ANEXO 02
PLANILHAS DE DADOS DE MEDIÇÃO DE VAZÃO
75
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
76
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
25,00
12 1,00 2,00
2,00 2,00 2,50
h 2,00 2,30 2,30 2,40 2,45 2,90 3,00 3,10 3,20 2,90 2,80 2,50 0,00
h0,2 0,40 0,46 0,46 0,48 0,49 0,58 0,60 0,62 0,64 0,58 0,56 0,50 0,00
h0,4 0,80 0,92 0,92 0,96 0,98 1,16 1,20 1,24 1,28 1,16 1,12 1,00 0,00
h0,6 1,20 1,38 1,38 1,44 1,47 1,74 1,80 1,86 1,92 1,74 1,68 1,50 0,00
h0,8 1,60 1,84 1,84 1,92 1,96 2,32 2,40 2,48 2,56 2,32 2,24 2,00 0,00
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
2,00 4,30 4,60 4,70 4,85 5,35 5,90 6,10 6,30 6,10 5,70 5,30 2,50
Leitura inicial 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Leitura Final 97,5 158 162,5 187 192 206,0 204,5 169,0 155,0 151,5 149,5 116,5 0,0
Variação 97,5 158 162,5 187 192 206,0 204,5 169,0 155,0 151,5 149,5 116,5 0,0
Correlação 1,63 2,63 2,71 3,11 3,20 3,43 3,41 2,82 2,58 2,53 2,49 1,94 0,00
Velocidade (m/s) 0,462 0,748 0,769 0,883 0,909 0,975 0,968 0,800 0,734 0,717 0,708 0,552 0,000
Vazão (m³/s) 0,462 2,601 3,490 3,883 4,346 5,041 5,734 5,394 4,833 4,426 4,062 3,338 0,690
Vazão Total (m³/s)
Verticais
Cálculo das Áreas dos Trechos
Cálculo das velocidades médias
3
Velocidade média
da seção (m/s)0,231
12 13
0,630 0,276
N° de Verticais:
0,767 0,713
4 5Profundidade (m) 2
Sentido da Medição: MD-ME Régua: Não Possui
10 11
0,759 0,826 0,896
8
0,884 0,726
9
DETERMINAÇÃO DA VAZÃO DO RIO CORRENTES - MONTANTE PCH SANTA GABRIELA
Data. 11/07/2013
Distância Final (m):
Profundidade Final (m):
Eq. 1: V (m/s) = 0,00014965 + 0,28404413 x N (rps)
Distância entre as verticais (m):
Largura da seção (m):
Distância Inicial (m):
Profundidade Inicial (m):
Equação do Molinete
0,942 0,9720,605
Determinação das profundidades
48,30
Área (m²)
1 6 7
77
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
28,50
13 2,50 2,00
2 2,00 2,1
h 2,00 2,50 2,70 2,50 2,40 2,30 2,40 2,45 2,30 2,40 2,70 2,10 2,10 0,00
h0,2 0,40 0,50 0,54 0,50 0,48 0,46 0,48 0,49 0,46 0,48 0,54 0,42 0,42 0,00
h0,4 0,80 1,00 1,08 1,00 0,96 0,92 0,96 0,98 0,92 0,96 1,08 0,84 0,84 0,00
h0,6 1,20 1,50 1,62 1,50 1,44 1,38 1,44 1,47 1,38 1,44 1,62 1,26 1,26 0,00
h0,8 1,60 2,00 2,16 2,00 1,92 1,84 1,92 1,96 1,84 1,92 2,16 1,68 1,68 0,00
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
2,50 4,50 5,20 5,20 4,90 4,70 4,70 4,85 4,75 4,70 5,10 4,80 4,20 2,10
Leitura inicial 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Leitura Final 31,0 73,0 139,5 215,5 300,0 272,5 314,0 330,5 302,5 250,5 214,0 79,5 41,0 0,0
Variação 31,0 73,0 139,5 215,5 300,0 272,5 314,0 330,5 302,5 250,5 214,0 79,5 41,0 0,0
Correlação 0,52 1,22 2,33 3,59 5,00 4,54 5,23 5,51 5,04 4,18 3,57 1,33 0,68 0,00
Velocidade (m/s) 0,147 0,346 0,661 1,020 1,420 1,290 1,487 1,565 1,432 1,186 1,013 0,377 0,194 0,000
Vazão (m³/s) 0,184 1,108 2,616 4,370 5,980 6,370 6,526 7,400 7,118 6,153 5,608 3,335 1,199 0,204
Vazão Total (m³/s)
Sentido da Medição: ME-MD
12 13
Verticais
58,17
0,285
14
0,097
10 11
Cálculo das Áreas dos Trechos
Cálculo das velocidades médias
7 8 94 6
0,6951,498 1,309 1,1001,2200,073 1,355 1,3880,246 0,503
DETERMINAÇÃO DA VAZÃO DO RIO CORRENTES - JUSANTE PCH SANTA GABRIELA
Data: 11/07/2013
Distância Final (m):
Profundidade Final (m):
Eq. 1: V (m/s) = 0,00014965 + 0,28404413 x N (rps)
Distância entre as verticais (m):
Equação do Molinete
Distância Inicial (m):
Profundidade Inicial (m):
N° de Verticais:
Largura da seção (m):
1 2 3
Determinação das profundidades
Profundidade (m) 5
1,5260,840
Área (m²)
Velocidade média da
seção (m/s)
78
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
28,00
13 2,00 2,00
2,00 1,90 1,71
h 2,50 2,44 2,40 2,46 2,57 2,65 2,68 2,78 2,83 2,95 2,02 1,93 1,71 0,00
h0,2 0,00 0,49 0,48 0,49 0,51 0,53 0,54 0,56 0,57 0,40 0,39 0,34 0,00
h0,4 1,00 0,98 0,96 0,98 1,03 1,06 1,07 1,11 1,13 1,18 0,81 0,77 0,68 0,00
h0,6 1,50 1,46 1,44 1,48 1,54 1,59 1,61 1,67 1,70 1,77 1,21 1,16 1,03 0,00
h0,8 2,00 1,95 1,92 1,97 2,06 2,12 2,14 2,22 2,26 2,36 1,62 1,54 1,37 0,00
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
4,40 4,94 4,84 4,86 5,03 5,22 5,33 5,46 5,61 5,78 4,97 3,95 3,64 1,71
Leitura inicial 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Leitura Final 30,5 143 163,5 188 196 198,0 198,5 197,0 187,0 175,0 170,5 167,5 150,5 0,0
Variação 30,5 143 163,5 188 196 198,0 198,5 197,0 187,0 175,0 170,5 167,5 150,5 0,0
Correlação 0,51 2,38 2,73 3,13 3,27 3,30 3,31 3,28 3,12 2,92 2,84 2,79 2,51 0,00
Velocidade (m/s) 0,145 0,677 0,774 0,888 0,928 0,937 0,940 0,933 0,885 0,829 0,807 0,793 0,713 0,000
Vazão (m³/s) 0,318 2,030 3,512 4,039 4,567 4,869 5,003 5,112 5,100 4,954 4,065 3,161 2,740 0,609
Vazão Total (m³/s)
Vazão Total (m³/h)
Verticais
Cálculo das Áreas dos Trechos
Cálculo das velocidades médias
1
Área (m²)
0,933 0,9390,411
Determinação das profundidades
50,08
0,936
DETERMINAÇÃO DA VAZÃO DO RIO CORRENTES - MONTANTE PCH SANTA GABRIELA
Data. 30/10/13
Distância Final (m):
Profundidade Final (m):
Eq. 1: V (m/s) = 0,00014965 + 0,28404413 x N (rps)
Distância entre as verticais (m):
Largura da seção (m):
Distância Inicial (m):
Profundidade Inicial (m):
Equação do Molinete
122
0,909 0,818
4 5
0,726
7
Velocidade média
da seção (m/s)0,072
Profundidade (m)
0,857
96
Sentido da Medição: ME-MD Régua: Não Possui
180.283,92
10 11
0,831 0,908
8
N° de Verticais:
3 13 14
0,753 0,3560,800
79
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
80
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
81
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
82
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
ANEXO 03
CÁLCULO DE DESCARGA SÓLIDA TOTAL
83
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Rio: Local:
Data:
Entidade:
Código:
Q: L: Vk: (RS)1/2
: 0,00743 P: 13,117 Z'ref.: 1,170
v: A: D35: u'x: 0,02328 A': 0,057 p': 2,650
p: T: D65: delta: 0,00052 A'': 0,000134 86.400 w: 2160000
ps: pn: Concentr.: Ks/delta: 0,36791 96,9 %
Qsm: x: 1,178 35,087 t/d
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22
0.000-0.0156 0,0056 0,0706 0,006 0,007 0,004 0,941 -0,786 1,000 -1,012 1,047 4,7E+04 -4,7E+04 5,7E+05
0.0156-0.0625 0,0312 0,9289 0,108 0,126 0,024 0,933 -0,889 1,026 -1,260 1,076 2,5E+03 -3,0E+03 2,9E+04
0.002-0.0625 0,0110 6,990 0,271 0,1945 0,20 0,00 0,0 45,00 15,8 0,022 0,025 0,008 0,937 -0,800 1,001 -1,044 1,052 1,9E+04 -2,0E+04 2,3E+05 16,603
0.0625-0.125 0,0884 6,990 0,271 4,4300 10,20 0,12 0,3 27,30 9,6 0,440 0,514 0,067 1,112 -1,478 1,599 -3,763 1,313 3,7E+01 -8,7E+01 4,0E+02 12,581
0.125-0.250 0,1770 6,990 0,271 12,551 87,50 2,98 6,4 24,50 8,6 1,000 1,170 0,134 2,5E+00 -4,6E+00 2,0E+01 -1,2E+02 5,1E+00 0,940 -5,533 7,794 50,190
0.250-0.500 0,3540 6,990 0,271 35,500 2,10 0,20 0,4 3,20 1,1 1,705 1,994 0,267 1,2E+01 -2,6E+01 3,6E+03 -2,6E+04 1,7E+02 0,220 -1,599 2,288 1,000
0.500-1.000 0,7070 100,20 2,554 2,988 0,534 1,1E+02 -2,7E+02 1,6E+06 -1,1E+07 8,4E+03 0,109 -0,770 1,664
1.000-2.000 1,4100 282,20 3,328 3,893 1,064 1,0E+03 -2,6E+03 1,4E+08 -8,9E+08 8,6E+04 0,075 -0,485 1,494
2.000-4.000 2,8300 802,43 4,276 5,001 2,136 1,7E+04 -4,4E+04 1,2E+10 -7,0E+10 4,9E+05 0,054 -0,317 1,388
4.000-8.000 5,6600 2269,6 5,547 6,489 4,272 8,1E+05 -2,2E+06 1,8E+12 -9,4E+12 1,7E+06 0,039 -0,206 1,307
8.000-16.000 11,320 6419,4 7,003 8,191 8,543 7,6E+07 -2,1E+08 9,6E+13 -4,4E+14 1,0E+06 0,030 -0,137 1,252
TOTAL - - - - 100,00 3,31 7,1 100,00 35,1 - - - - - - - - - - - 80,373
Tamanho
dos grãos
(mm)
D (mm) psiifQf
(t/d)fi
5.33xD3/2
x 10-6
if (%)ifqf x 10
-6
(kg/s.m)J'1 J'2 J''1is (%) Q's
Multipli-
cadoresZ' PI''1+I''2+1
Descarga
sólida total
(t/d)
12.07.2013
Resultados das equações:
J''2(PJ''1+J''2)/
(PJ'1+J'2)I''1 I''2A'' x 10
-3
Data:
Karina Goulart
14
Thiago Duarte
Calculado por:
Conferido por:AMS-8 e Caçamba
MLN-7
Amostradores:
Sonora
14
0,234 mm
Medição sólida no:
PCH Santa Gabriela
63,700 m²
20,00 °C2,650 m
CÁLCULO DE IfQf CÁLCULO DA DESCARGA SÓLIDA TOTAL
36,223 t/d
0,000001036 m/s²
2,650 m
48,300 m³/s
Porcentagem de escoamento na zona amostreada:
Descarga em suspensão total na zona amostreada:
0,190 mm
8,680 ppm
CÁLCULO DA DESCARGA TOTAL DE SEDIMENTOS - MÉTODO MODIFICADO DE EINSTEIN
0,150 m
0,710 m/s
25,000 m
Medição líquida no: Molinete n
o:
Dados:
Correntes
11.07.2013
P1 - Montante
84
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Rio: Local:
Data:
Entidade:
Código:
Q: L: Vk: (RS)1/2
: 0,00758 P: 13,223 Z'ref.: 2,265
v: A: D35: u'x: 0,02373 A': 0,061 p': 2,460
p: T: D65: delta: 0,00044 A'': 0,000144 86.400 w: 2419200
ps: pn: Concentr.: Ks/delta: 0,34154 96,5 %
Qsm: x: 1,121 88,548 t/d
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22
0.000-0.0156 0,0056 0,0706 0,006 0,014 0,005 0,935 -0,779 1,000 -1,024 1,053 4,0E+04 -4,1E+04 4,9E+05
0.0156-0.0625 0,0312 0,9289 0,113 0,256 0,025 0,949 -1,011 1,116 -1,696 1,131 6,3E+02 -9,6E+02 7,4E+03
0.002-0.0625 0,0110 2,904 1,915 0,1945 8,80 0,03 0,1 4,50 4,0 0,022 0,051 0,009 0,929 -0,807 1,004 -1,092 1,062 1,3E+04 -1,5E+04 1,6E+05 4,233
0.0625-0.125 0,0884 2,904 1,915 4,4300 40,30 3,42 8,3 95,50 84,6 0,454 1,029 0,072 1,934 -3,311 10,165 -56,167 3,514 1,7E+00 -9,2E+00 1,4E+01 114,438
0.125-0.250 0,1770 2,904 1,915 12,551 49,50 11,90 28,8 1,000 2,265 0,144 1,9E+01 -4,2E+01 6,5E+04 -5,3E+05 1,6E+03 0,192 -1,579 1,963 56,516
0.250-0.500 0,3540 4,071 1,014 35,500 0,90 0,32 0,8 1,653 3,746 0,288 5,5E+02 -1,4E+03 2,1E+09 -1,7E+10 1,9E+06 0,087 -0,683 1,466 1,149
0.500-1.000 0,7070 8,131 0,173 100,20 0,50 0,09 0,2 2,458 5,569 0,575 5,0E+04 -1,3E+05 1,5E+14 -1,1E+15 1,6E+09 0,050 -0,361 1,295 0,271
1.000-2.000 1,4100 282,20 3,179 7,201 1,146 3,2E+06 -8,6E+06 2,8E+17 -1,8E+18 5,4E+10 0,035 -0,233 1,233
2.000-4.000 2,8300 802,43 4,063 9,204 2,301 6,0E+08 -1,6E+09 5,2E+20 -3,1E+21 6,1E+11 0,026 -0,157 1,191
4.000-8.000 5,6600 2269,6 5,278 11,956 4,602 8,6E+11 -2,3E+12 3,5E+24 -1,8E+25 3,0E+12 0,020 -0,104 1,156
8.000-16.000 11,320 6419,4 6,699 15,176 9,203 4,7E+15 -1,3E+16 4,4E+27 -2,0E+28 7,8E+11 0,015 -0,070 1,130
TOTAL - - - - 100,00 15,76 38,1 100,00 88,5 - - - - - - - - - - - 176,607
Tamanho
dos grãos
(mm)
D (mm) psiifQf
(t/d)fi
5.33xD3/2
x 10-6
if (%)ifqf x 10
-6
(kg/s.m)J'1 J'2 J''1is (%) Q's
Multipli-
cadoresZ' PI''1+I''2+1
Descarga
sólida total
(t/d)
29.11.2013
Resultados das equações:
J''2(PJ''1+J''2)/
(PJ'1+J'2)I''1 I''2A'' x 10
-3
Data:
Ana Sanches
15
Karina Goulart
Calculado por:
Conferido por:AMS-8 e Caçamba
MLN-7
Amostradores:
Sonora
15
0,101 mm
Medição sólida no:
PCH Santa Gabriela
65,740 m²
25,50 °C2,460 m
CÁLCULO DE IfQf CÁLCULO DA DESCARGA SÓLIDA TOTAL
91,731 t/d
0,000000904 m/s²
2,460 m
50,080 m³/s
Porcentagem de escoamento na zona amostreada:
Descarga em suspensão total na zona amostreada:
0,151 mm
21,200 ppm
CÁLCULO DA DESCARGA TOTAL DE SEDIMENTOS - MÉTODO MODIFICADO DE EINSTEIN
0,150 m
0,730 m/s
28,000 m
Medição líquida no: Molinete n
o:
Dados:
Correntes
30.10.2013
P1 - Montante
85
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
86
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
ANEXO 04
CERTIFICADOS DE ANÁLISES
87
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
88
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
89
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
90
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
91
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
92
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
93
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
94
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
95
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
96
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
97
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
98
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
ANEXO 05
CADASTRO TÉCNICO FEDERAL
Análise Ambiental - LTDA
99
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
CADASTRO TÉCNICO FEDERAL
Roney Aparecido Gomes
100
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
6. PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA
ÁGUA
Este relatório apresenta os resultados da décima sexta campanha de
monitoramento de qualidade da água nos rios Correntes e Comprido, realizado no
dia 22 de janeiro, na área de influência direta e indireta do empreendimento
denominado PCH Santa Gabriela, localizado na divisa dos Estados de Mato Grosso
do Sul e Mato Grosso.
O monitoramento da qualidade da água foi realizado por meio de análises dos
parâmetros físico-químicos, microbiológicos e hidrobiológicos de amostras de água.
Para as análises dos parâmetros físico-químicos e microbiológicos, o padrão de
qualidade teve como referência o Conselho Nacional do Meio Ambiente, resoluções
CONAMA 357/2005 e CONAMA 274/2000. Caso haja a detecção de situações de
risco para a saúde humana, fauna e/ou flora, este monitoramento viabilizará ações
corretivas. Os dados levantados têm caráter técnico-científico para o corpo hídrico
estudado.
6.1. Área de Estudo
A coleta das amostras de água do rio Correntes foi realizada em quatro pontos
para os parâmetros físico-químicos e microbiológicos, determinados no PBA e cinco
pontos para os parâmetros hidrobiológicos, conforme a Licença de Operação (LO)
n°865/2009. Nos Quadros 6 e 7 são descritas as coordenadas e localização destes
pontos de coleta e a Foto 28 ilustra as estações de coleta dos parâmetros
hidrobiológicos.
101
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Quadro 6. Identificação dos Pontos de Coleta de Água, Coordenadas e Localização
PONTOS DE COLETA COORDENADAS UTM* LOCALIZAÇÃO
SGA 01 776852 / 8055675 Montante do reservatório
SGA 02 774886 / 8057720 Trecho central do reservatório
SGA 03 771443 / 8059671 Trecho vazão reduzida
SGA 04 768710 / 8060047 Jusante da Casa de Força
* Todas as coordenadas encontram-se no fuso 21K, SAD 69.
Quadro 7. Identificação das Estações de Coleta de Amostras Hidrobiológicas, Coordenadas e Localização
ESTAÇÕES DE COLETA
COORDENADAS UTM* LOCALIZAÇÃO
SGA 01 776852 / 8055675 Montante do reservatório
SGA 02 774886 / 8057720 Trecho central do reservatório
SGA 03 771443 / 8059671 Trecho vazão reduzida
SGA 04 768710 / 8060047 Jusante da Casa de Força
SGA 05 773248 / 8060333 Rio Comprido
* Todas as coordenadas encontram-se no fuso 21K, SAD 69.
102
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Foto 28. Estações de coleta do monitoramento da PCH Santa Gabriela. A=Montante; B=Reservatório; C=Tributário; D=Trecho de Vazão Reduzida e E= Jusante. Fotos: Acervo ANAMBI, 2014.
D
A B
C D
E
103
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
6.2. Material e métodos
6.2.1. Parâmetros Físico-Químicos e Microbiológicos
Os procedimentos de amostragem e coleta dos parâmetros físico-químicos e
microbiológicos foram preconizados pelo Guia Nacional de Coleta e Preservação de
Amostras CETESB-ANA/2011. A temperatura das amostras e do ambiente foi
aferida com a utilização de termômetro de bulbo de mercúrio (Standard Methods
2550 – A, 2012).
Seguem descritos os materiais utilizados para as coletas de amostra de água
conforme o tipo de análise a ser realizada:
i. Análises físico-químicas: frascos de polietileno, 1.000, 500 e 100 mL;
ii. Análises microbiológicas: frascos de vidro borossilicato autoclaváveis;
iii. Análises de clorofila-a e feofitina-a: frasco de vidro âmbar com tampa
rosqueável, preservado com carbonato de magnésio 1% v/v;
iv. Análise das substâncias inorgânicas: frascos de 500 mL preservados com ácido
sulfúrico 50% ou com ácido nítrico 50%.
Os procedimentos de coleta adotados podem ser visualizadas na Foto 29. Após a
amostragem todas as amostras foram acondicionadas em caixas térmicas,
preenchidas com gelo em cubo para preservação, e em seguida enviadas ao
laboratório de análise.
Foto 29. Procedimentos de coleta de amostra físico-química. Foto: Acervo ANAMBI, 2014.
A B
104
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
As análises das amostras foram realizadas no laboratório ANAMBI - Análise
Ambiental Ltda. e no laboratório A3Q, de acordo com normas da Associação
Brasileira de Normas Técnicas – ABNT e Standard Methods for the Examination of
Water and Wastewater, 22th Edition.
6.2.2. Parâmetros Biológicos
6.2.2.1. Comunidade Fitoplanctônica
Para a obtenção de amostras quantitativas foi realizada coleta direta, a cerca de
30 cm de profundidade, onde foram utilizados frascos de polietileno com volume de
300 mL, e posteriormente preservadas com solução de Lugol Acético (1mL). Para as
amostras qualitativas foi utilizada rede de plâncton de 30µ de porosidade, onde se
filtrou 150L de água para cada amostra. O material filtrado foi acondicionado em
frascos de polietileno de 300 mL e preservado com Solução de Formol (4%), de
acordo com a Norma Técnica CESTESB L5.313 (Foto 30).
Foto 30. Procedimento de amostragem qualitativa para análises fitoplânctonica na área de monitoramento da PCH Santa Gabriela. Foto: Acervo ANAMBI, 2014.
As análises qualitativas foram feitas com uso de lâmina e lamínula em
microscópio para levantamento da composição florística. Para riqueza de espécies
foi considerada o número de espécies presentes nas análises qualitativa e
quantitativa.
105
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
A densidade fitoplanctônica (análise quantitativa) foi estimada em microscópio
invertido, após prévia sedimentação em câmaras de Utermöhl. A contagem foi feita
em 100 a 150 campos (dependendo da densidade da amostra) aleatórios da câmara
e a densidade foi calculada segundo APHA,1995. Para as identificações foram
utilizadas literaturas especializadas, tais como: Tell & Conforti (1986), Bicudo &
Menezes (2006), Bourrelly (1981, 1985, 1988), Komárek & Fott (1983), Gonzalez
(1995), Komárek & Anagnostidis (1999, 2005), John et al.,(2003), Sant’anna et al.
(2006), Castro & Bicudo (2007).
Os índices de Shannon e de equidade foram calculados com uso do software
Biodiversity Pro com logaritmo natural. A análise de cluster com índice de Bray-Curts
foi usada para relacionar os pontos semelhantes em composição da flora
fitoplanctônica considerando-se abundância e presença/ausência.
O volume celular (biovolume) foi calculado pela comparação da forma celular das
espécies fitoplanctônicas com figuras geométricas, de acordo com os trabalhos de
Sun & Liu (2003) e Olenina et al. (2006). Para estimativa de biomassa específica, o
biovolume dos indivíduos foi multiplicado pela densidade fitoplanctônica.
6.2.2.2. Comunidade Zooplanctônica
As amostras de zooplâncton foram coletadas utilizando-se rede de plâncton com
abertura 30 µm de malha, com auxílio de um balde, onde foram filtrados 120L de
água em cada ponto de amostragem (Foto 31). As amostras foram fixadas com
formaldeído 4% e acondicionadas em frascos de plásticos devidamente etiquetados.
106
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Foto 31. Procedimento de amostragem para análises de zooplâncton na área de monitoramento da
PCH Santa Gabriela. Foto: Acervo ANAMBI, 2013.
Os organismos foram identificados até o nível de espécie, quando possível, por
meio de chaves taxonômicas específicas e bibliografia de caráter taxonômico como:
Penak (1953), Joko (2001), Koste (1978), Elmoor-Loureiro (1997), Rocha & Tundisi
(1976) e Santos – Silva (2000). A densidade dos organismos zooplanctônicos foi
obtida pela contagem de toda a amostra com auxílio da câmara de Sedgewick-
Rafter. A riqueza de espécies foi avaliada considerando-se o número total de
espécies em cada amostra. A diversidade de espécies foi calculada pelo índice de
Shannon-Wiener, por meio do programa BioDiversity Pro version 2.0, com sua
respectiva equitabilidade. A similaridade entre os pontos foi calculada utilizando-se o
índice de similaridade de Bray-Curtis (graficamente representado em um
dendrograma) também por meio do programa BioDiversity Pro version 2.0.
6.2.2.3. Comunidade Bentônica
Para amostragem da comunidade de macroinvertebrados bentônicos foi utilizado
um amostrador Surber com malha de 0, 25 μm e área de 30x30 cm, em triplicata. O
material retido foi acondicionado em sacos plásticos e fixado em álcool 70% para
posterior triagem dos organismos, de acordo com as normas técnicas da CETESB
L5.312.
107
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
A triagem do material foi realizada no laboratório de comunidades aquáticas da
ANAMBI Análise Ambiental LTDA, com o auxílio de uma bandeja transluminada. Os
organismos foram identificados, até o nível de família, com o auxílio de um
estereomicroscópio e por meio de chaves taxonômicas especializadas (SILVEIRA et
al., 2004; BENETTI et al., 2006; PEREIRA et al., 2007; SILVA, 2008; SOUZA et al.,
2008; LECCI & FROEHLICH, 2008; CALOR, 2008; PINHO, 2008, pois segundo
Corbi & Trivinho – Strixino (2006) o mesmo é adequado para este tipo de
investigação.
6.2.2.4. Macrófitas Aquáticas
Foram realizados percursos de barco percorrendo 4 estações de coleta no rio
Correntes e 1 no rio Comprido, buscando a observação e identificação da
diversidade florística do local.
Os exemplares não identificados em campo foram coletados para posterior
identificação. A identificação das espécies foi realizada através de consulta a
bibliografia especializada (KISSMANN, 1977; SCREMIN-DIAS et al., 1999;
LORENZI, 2000; POTT & POTT, 2000; AMARAL et al., 2008 ).
6.3. Resultados e Discussão
A Tabela 14 contém as informações obtidas em campo para cada ponto, bem
como a identificação das amostras. Os certificados de análise gerados encontram-se
no Anexo 2 deste relatório.
Tabela 14. Dados Elencados em Campo: Área de Influência Direta e Indireta da PCH Santa Gabriela.
DADOS DE CAMPO PONTOS DE COLETA
SGA 01 SGA 02 SGA 03 SGA 04
Data da coleta 22.01.2014 22.01.2014 22.01.2014 22.01.2014
Hora da coleta 09h15min 10h30min 14h50min 10h00min
Temperatura do ar (ºC) 28 28 28 29
Temperatura da amostra (ºC) 25,5 25,5 25,5 26
Condição Climática Nublado/Chuva na últimas 48h
Nublado/Chuva na últimas 48h
Nublado/Chuva na últimas 48h
Nublado/Chuva na últimas 48h
Transparência 1,3 1,2 1,6 1,8
108
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
6.3.1. Análises Físico-Químicas
Os resultados das análises físico-químicas e microbiológicas do monitoramento
da área de influência direta e indireta da PCH Santa Gabriela estão descritas nas
Tabelas 15 e 16, bem como o padrão de qualidade da Resolução CONAMA nº357
de março de 2005, Classe II. Os resultados destacados em vermelho apresentaram
desconformidade com o valor de referência.
109
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Tabela 15. Resultados das Análises: Parâmetros Físico-Químicos.
PARÂMETROS FÍSICO – QUIMICOS
UNID 16º CAMPANHA VALOR DE REFERÊNCIA
CONAMA 357/2005 CLASSE II SGA 01 SGA 02 SGA 03 SGA 04
Alcalinidade mg/L 6,27 6,20 8,36 8,36 --- Alumínio Total mg/L Al 0,11 0,19 0,19 0,21 --- Amônia mg/L NH3 0,16 0,15 0,17 0,17 3,7 ou 2,0 Cádmio** mg/L Cd <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 0,001 Cálcio mg/L Ca 0,91 0,4 <0,4 <0,4 --- Chumbo** mg/L Pb <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 0,01 Cloretos Totais mg/L Cl
- 1 1 1 1 250
Cobre Dissolvido mg/L Cu 0,012* 0,074* 0,045* 0,049* 0,009 Cobre Total mg/L Cu 0,127 0,115 0,115 0,123 --- Condutividade Elétrica µ s/ cm 4,0 3,5 3,5 3,5 --- DBO5,20°C mg/L O2 <3,0 <3,0 <3,0 <3,0 ≤ 5,0 DQO mg/L O2 14,0 14,0 14,0 <10,0 --- Ferro Dissolvido mg/L Fe <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 0,3 Ferro Total mg/L Fe <0,1 0,5 <0,1 <0,1 --- Fósforo Reativo Solúvel mg/L P 0,01 <0,01 <0,01 <0,01 --- Fósforo Total mg/L P <0,01 <0,01 <0,01 <0,01 0,1 Índice de fenóis mg/L 0,185* 0,103* 0,164* 0,180* 0,003 Magnésio Total mg/L Mg 5,1 2,0 <0,4 <0,4 --- Níquel** mg/L Ni <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 0,025 Nitrato mg/L N 0,27 0,19 0,28 0,24 10,0 Nitrito mg/L N <0,02 <0,02 <0,02 <0,02 1,0 Nitrogênio Total mg/L N 3,27 2,41 <0,10 2,19 --- Oxigênio Dissolvido mg/L O2 5,5 5,4 6,0 5,3 ≥ 5,0 pH --- 6,7 6,9 7,0 7,0 6,0 a 9,0 Potássio mg/L K <2,5 <2,5 <2,5 <2,5 --- Salinidade % 4,01 3,54 3,4 3,5 --- Sílica mg/L Si 0,23 0,22 0,22 2,24 --- Sódio** mg/L Na <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 --- Sólidos Suspensos Totais mg/L <10 <10 <10 <10 --- Sulfato Total mg/L SO4 <5,0 <5,0 <5,0 <5,0 250 Turbidez UNT 0,7 0,7 0,7 0,7 ≤ 100 Zinco Total mg/L Zn 0,01 0,01 0,02 0,03 0,18
*Valor acima do limite estabelecido pela legislação. ** Fonte: A3Q.
110
Monitoramento Ambiental-PCH Santa Gabriela Março/2014
Tabela 16. Resultados das Análises: Parâmetros Microbiológicos e Biológicos.
PARÂMETROS MICROBIOLÓGICOS
UNID 16ª CAMPANHA VALOR DE REFERÊNCIA
CONAMA 357/2005 CLASSE II SGA 01 SGA 02 SGA 03 SGA 04
Coliformes Termotolerantes UFC/100 mL 7,6 x 10 4,8 x 10 5,8 x 10 7,9 x 10 1000 Coliformes Totais UFC/100 mL 3,0 x 10
2 5,0 x 10 4,8 x 10 6,6 x 10 ---
BIOLÓGICOS
Clorofila-a µg/L <0,001 2,673 <0,001 <0,001 ≤ 30 Feofitina-a µg/L 10,335 40,095 15,147 34,570 ---
1
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
6.3.1.1. Alcalinidade
A alcalinidade está relacionada à capacidade da água neutralizar ácidos, devido
principalmente à concentração de carbonatos, bicarbonatos e hidróxidos, podendo
incluir contribuições de boratos, fosfatos, silicatos e outros componentes básicos.
Águas com baixa alcalinidade (<24mg/L de CaCO3) têm pouca capacidade
tamponante e, por isso são mais susceptíveis a alterações de pH.
Além de servir como um sistema tampão, a alcalinidade serve como um
reservatório de carbono inorgânico (necessário para o processo de fotossíntese),
determinando a habilidade que a água tem de suportar o crescimento fitoplanctônico
e de macrófitas submersas (ESTEVES, 1998).
A Resolução CONAMA 357/2005 não estabelece limite máximo permitido deste
parâmetro para corpos d’água classe II. Contudo, os resultados obtidos nos pontos
monitorados demonstram que a alcalinidade apresentou valores baixos (Tabela 2).
Isto indica que alterações de pH podem ocorrer naturalmente no corpo hídrico
devido a sua reduzida capacidade tamponante.
6.3.1.2. Alumínio
Na água, o alumínio é complexado e influenciado pelo pH, temperatura e
presença de fluoretos, sulfatos, matéria orgânica e outros ligantes. Sua solubilidade
é baixa em pH entre 5,5 e 6,0. O alumínio deve apresentar maiores concentrações
em profundidade, onde o pH é baixo (ácido) e pode ocorrer anaerobiose. Se a
estratificação, e consequente anaerobiose, não forem fortes, o teor de alumínio
diminui no corpo de água como um todo à medida que se distancia a estação das
chuvas. O aumento da concentração de alumínio está associado com o período de
chuvas e, portanto, com a alta turbidez (CETESB, 2008).
A Resolução CONAMA 357/2005 não estabelece limite máximo permitido deste
parâmetro para corpos d’água classe II. Na atual campanha de monitoramento as
concentrações de alumínio foram ínfimas nos pontos monitorados (Tabela 15).
6.3.1.3. Amônia
112
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Nitrogênio amoniacal pode estar presente na água natural em baixos teores, tanto
na forma ionizada (NH4+) como na forma tóxica não ionizada (NH3), devido ao
processo de degradação biológica de matéria orgânica animal e vegetal. Por
exemplo, em um aquário são geradas pela decomposição de restos de alimentos
não digeridos, fezes e urina dos peixes.
De acordo com as condições existentes na água, a amônia pode acumular-se ou
transformar-se em nitrito e/ou nitrato pela ação de bactérias aeróbias. Este processo
é conhecido como nitrificação. O processo inverso também é possível quando ocorre
a redução dos nitratos a amônia ou até o nitrogênio, via ações microbianas e sob
condições anaeróbias. Este processo é chamado de desnitrificação.
Em águas alcalinas, a amônia aumenta sua toxicidade, já em águas ácidas seu
efeito é bastante reduzido. Concentrações mais altas podem ser encontradas em
esgotos brutos e efluentes industriais, particularmente de refinarias de petróleo onde
a amônia é um subproduto do processo de refino.
A amônia é um importante componente de fertilizantes. Concentrações acima de
0,1 mg/L (como N) de amônia em águas superficiais pode ser indicação de
contaminação por esgoto bruto, efluentes industriais, particularmente de refinarias
de petróleo, ou do carreamento de fertilizantes pela chuva.
O valor máximo permitido (VMP) determinado pela legislação vigente para o
parâmetro nitrogênio amoniacal depende do pH da água, para pH ≤ 7,5 o VMP é 3,7
mg/L, para 7,5 ≤ pH ≤ 8,0 o VMP é 2,0 mg/L, para 8,0 < pH ≤ 8,5 o VMP é 1,0 mg/L
e para pH > 8,5 o VMP é 0,5 mg/L. Os pontos monitorados nesta campanha
apresentaram concentrações ínfimas em comparação ao valor permitido pela
legislação vigente.
6.3.1.4. Cádmio
O cádmio se apresenta nas águas naturais devido às descargas de efluentes
industriais, principalmente as galvanoplastias, produção de pigmentos, soldas,
equipamentos eletrônicos, lubrificantes e acessórios fotográficos. É também usado
113
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
como inseticida. A queima de combustíveis fósseis consiste também uma fonte de
cádmio para o ambiente (CETESB, 2008).
É um metal de elevado potencial tóxico, que se acumula em organismos
aquáticos, possibilitando sua entrada na cadeia alimentar. O cádmio pode
desencadear vários processos patológicos no homem, como: disfunção renal,
hipertensão, arteriosclerose, inibição no crescimento celular, doenças crônicas em
idosos e câncer (PHILIPPI, 2004). Apresenta efeito crônico e agudo, pois se
concentra nos rins, no fígado, no pâncreas e na tireoide, sendo que uma única dose
de 9,0 gramas pode levar à morte. O cádmio não apresenta nenhuma qualidade
conhecida, pelo menos até o presente, que o torne benéfico ou essencial para os
seres vivos (CETESB, 2008).
Não foi detectada a presença de Cádmio nesta campanha nos pontos
monitorados. Portanto, este parâmetro está em conformidade com a legislação
vigente.
6.3.1.5. Chumbo
O chumbo dissolvido em águas superficiais apresenta teores geralmente baixos.
A queima de combustíveis fósseis é uma das principais fontes, além da sua
utilização como aditivos antidetonantes na gasolina. O chumbo e seus compostos
também são utilizados em eletrodeposição, metalurgia, materiais de construção,
plásticos, etc. (CETESB, 2009).
O chumbo é uma substância tóxica cumulativa. Uma intoxicação crônica pode
levar a uma doença denominada saturnismo, que ocorre na maioria das vezes em
trabalhadores expostos a esta substância. Outros sintomas de uma exposição
crônica ao chumbo, quando o efeito ocorre no sistema nervoso central, são: tontura,
irritabilidade, dor de cabeça, perda de memória entre outros. Quando o efeito ocorre
no sistema periférico, o sintoma é a deficiência dos músculos extensores. A
toxicidade do chumbo, quando aguda, é caracterizada pela sede intensa, sabor
metálico, inflamação gastrointestinal, vômitos e diarreias.
114
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
O valor máximo estabelecido pela resolução CONAMA é 0,01mg/L, sendo que,
nesta campanha todos os pontos monitorados apresentaram resultados em
conformidade com a resolução, uma vez que os não detectou-se a presença deste
metal no corpo hídrico monitorado.
6.3.1.6. Cloretos Totais
O teor de cloreto na água é indicador de uma possível poluição por esgotos (por
meio da excreção de cloreto pela urina) ou por despejos industriais, e acelera os
processos de corrosão em tubulações de aço e de alumínio, além de alterar o sabor
da água.
A resolução CONAMA 357/2005 estabelece limite máximo deste parâmetro para
corpos d’água classe II de 250 mg/L. Os valores obtidos para cloretos totais nos
pontos monitorados foram baixos, portanto, estão em conformidade com a
legislação.
6.3.1.7. Cobre Dissolvido e Total
As concentrações de cobre em águas superficiais são, normalmente, bem
menores que 0,02 mg/L. As fontes de cobre para o meio ambiente incluem corrosão
de tubulações de latão por águas ácidas, efluentes de estações de tratamento de
esgotos, uso de compostos de cobre como algicidas aquáticos, escoamento
superficial e contaminação da água subterrânea a partir de usos agrícolas do cobre
como fungicida e pesticida no tratamento de solos, efluentes e precipitação
atmosférica de fontes industriais. As principais fontes industriais incluem indústrias
de mineração, fundição e refinação.
No homem, a ingestão de doses excessivamente altas pode acarretar irritação e
corrosão da mucosa, danos capilares generalizados, problemas hepáticos e renais e
irritação do sistema nervoso central seguido de depressão. Entretanto, a intoxicação
por cobre é muito rara.
115
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
De acordo com Esteves (1998), o cobre é considerado um elemento-traço, ou
seja, elemento que ocorre na natureza em pequenas concentrações, essenciais aos
seres vivos devido ao importante papel no metabolismo dos organismos aquáticos.
A quantidade deste elemento também depende das características geológicas e
ecológicas da bacia de drenagem e o tipo de atividade humana nela presente.
A Resolução CONAMA 357/2005 estabelece como padrão de qualidade o valor
de 0,009 mg/L para cobre dissolvido, e não estabelece valor de referência para
cobre total para corpos d’água classe II.
Nesta campanha, todos os pontos apresentaram concentração de cobre
dissolvido acima do limite estipulado pela legislação vigente, demonstrando que esta
alteração é oriunda de outros locais e não devido à atividade da usina. Estes
resultados podem ser provenientes da própria composição geológica destes locais,
de residuais de minérios ricos em cobre, e/ou pode ser decorrente da agricultura
intensiva que utilizam fertilizantes agrícolas.
6.3.1.8. Condutividade Elétrica
A condutividade elétrica é a expressão numérica da capacidade da água em
conduzir corrente elétrica, o que depende das concentrações iônicas e temperatura.
A determinação da condutividade elétrica fornece uma boa indicação das
modificações na composição física da água, especialmente na sua concentração
mineral, mas não fornece nenhuma indicação das quantidades relativas dos vários
componentes. À medida que mais sólidos dissolvidos são adicionados, a
condutividade tende a aumentar e valores altos indicam características corrosivas da
água. Níveis superiores a 100 µS/cm indicam ambientes impactados, valores altos
podem proporcionar características corrosivas a água (CETESB, 2009).
A resolução CONAMA 357/2005 não estabelece limite máximo deste parâmetro
para corpos d’água classe II, e os resultados obtidos em todos os pontos de coleta
durante esta campanha foram pouco significativos, indicando corpo d’água não
impactado (Tabela 15).
116
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
6.3.1.9. Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO)
Demanda bioquímica de Oxigênio (DBO) é a quantidade de oxigênio necessário
para realizar a oxidação biológica da matéria orgânica. Representa, portanto, a
quantidade de oxigênio que seria necessária fornecer às bactérias para consumirem
a matéria orgânica presente no meio líquido via respiração aeróbia.
Nesta campanha todos os pontos apresentaram concentração abaixo do limite de
quantificação do método (<3,0 mg/L), estando, portanto, conforme à concentração
de ≤5,0mg/L, estabelecido pela Resolução CONAMA 357/2005.
6.3.1.10. Demanda Química de Oxigênio (DQO)
Demanda Química de Oxigênio (DQO) é a quantidade de oxigênio necessária
para a oxidação da matéria orgânica por um agente químico. O aumento da
concentração da DQO em um curso d’água deve-se, principalmente, a despejos
industriais.
Para o parâmetro DQO a legislação em vigência não determina valor máximo
para classe II. Todos os pontos nesta campanha apresentaram resultados abaixo de
10,0 mg/L, corroborando com os demais resultados que indicam que os pontos
monitorados não apresentam alterações na qualidade da água.
6.3.1.11. Ferro Dissolvido e Total
O ferro, em quantidade adequada, é essencial ao sistema bioquímico da água,
podendo, em grandes quantidades, tornar-se nocivo, dando sabor e cor
desagradáveis e tornando-a inadequada ao uso doméstico e industrial. O ferro
aparece, normalmente, associado ao manganês (PHILIPPI, 2004).
A resolução CONAMA 357/2005 não estabelece limite para ferro total, já para o
ferro dissolvido a legislação determina valores inferiores a 0,3 mg/L, sendo que os
resultados obtidos neste monitoramento atenderam ao valor de referência.
6.3.1.12. Fósforo Reativo Solúvel e Total
117
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
O fósforo aparece em águas naturais devido, principalmente, às descargas de
esgotos sanitários. Nestes, os detergentes superfosfatados empregados em larga
escala doméstica constituem outra principal fonte, além da própria matéria fecal, que
é rica em proteínas. Alguns efluentes industriais, como os de indústrias de
fertilizantes, pesticidas, químicas em geral, conservas alimentícias, abatedouros,
frigoríficos e laticínios, apresentam fósforo em quantidades excessivas. As águas
drenadas em áreas agrícolas e urbanas também podem provocar a presença
excessiva de fósforo em águas naturais (CETESB, 2008).
Altas concentrações de fósforo na água podem estar associadas à eutrofização,
provocando o desenvolvimento de algas ou outras plantas aquáticas indesejáveis
em reservatórios ou águas paradas (PHILIPPI, 2004).
A resolução CONAMA 357/2005 estabelece limite máximo apenas para o
parâmetro fósforo total (0,1 mg/L). Para as amostras analisadas, os resultados
obtidos atendem a legislação pertinente e juntamente com os resultados obtidos
para toda a série nitrogenada (nitrogênio total, nitrato, nitrito e amônia) demonstram
que a quantidade de nutrientes está satisfatória, indicando boa qualidade do corpo
hídrico no que se refere a estes parâmetros.
6.3.1.13. Índice de Fenóis
Os fenóis são compostos orgânicos que geralmente não ocorrem naturalmente
nos corpos d’água. A presença de fenóis deve-se principalmente aos despejos de
origem industrial (processamento de borracha, cola e adesivos, resinas
impregnantes, plásticos, siderurgia, entre outros). São compostos tóxicos ao
homem, aos organismos e microorganismos aquáticos, mesmo em baixas
concentrações, e afetam o sabor dos peixes e aceitabilidade das águas por conferir
sabor e odor extremamente pronunciados, especialmente os derivados de cloro
(CESTESB, 2008).
Nesta campanha todos os valores obtidos nos pontos monitorados apresentaram
concentração acima do valor máximo determinado pela resolução CONAMA
357/2005 (0,003 mg/L). Nota-se que estes resultados ocorreram em todos os
118
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
pontos, indicando que o mesmo está relacionado com fontes difusas, e não devido à
operação da usina. Estes valores podem estar diretamente relacionados a excesso
de matéria orgânica nos pontos amostrados, corroborando dados obtidos por
Rodrigues et al. (2005), que verificou que compostos fenólicos são liberados pela
degradação e material vegetal (madeira e folhas).
6.3.1.14. Nitrato
Nitrato é a principal forma de nitrogênio encontrado na água. Concentrações de
nitrato superiores a 5,0 mg/L demonstram condições sanitárias inadequadas, pois a
principal fonte de nitrogênio nitrato são dejetos humanos e animais. Os nitratos
estimulam o desenvolvimento de plantas e organismos aquáticos, como algas que
florescem na presença deles (PHILIPPI, 2004).
Os valores das amostras na atual campanha de monitoramento foram ínfimas em
relação ao limite estabelecido pela resolução CONAMA 357/2005 (10,0 mg/L).
6.3.1.15. Nitrito
Segundo Philippi (2004), o nitrito é uma forma química do nitrogênio normalmente
encontrada em quantidades diminutas nas águas superficiais, pois o nitrito é instável
na presença de oxigênio, ocorrendo como uma forma intermediária. O íon nitrito
pode ser utilizado pelas plantas como uma fonte de nitrogênio. A presença de nitritos
na água indica processos biológicos ativos influenciados por poluição orgânica.
Os valores encontrados nas amostras analisadas foram pouco expressivos.
Portanto estão em conformidade com o permitido para rios classe II, segundo a
Resolução CONAMA 357/2005.
6.3.1.16. Níquel
Concentrações de níquel em águas superficiais naturais podem chegar a
aproximadamente 0,1 µg/L, embora concentrações de mais de 11,0 mg/L possam
ser encontradas, principalmente em áreas de mineração. A maior contribuição para
o meio ambiente, pela atividade humana, é a queima de combustíveis fósseis.
119
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Como contribuintes principais podem ser: os processos de mineração e fundição
do metal, fusão e modelagem de ligas, indústrias de eletrodeposição e, como fontes
secundárias, a fabricação de alimentos, artigos de panificadoras, refrigerantes e
sorvetes aromatizados. Doses elevadas de níquel podem causar dermatites nos
indivíduos mais sensíveis e afetar nervos cardíacos e respiratórios.
O valor máximo estabelecido pela resolução CONAMA é de 0,025mg/L, e na
campanha todos os valores expressos foram inferiores ao limite de quantificação do
método(<0,001mg/L), estando, portanto, conformes à legislação.
6.3.1.17. Nitrogênio Total
O nitrogênio total é o constituinte essencial da proteína de todos os organismos
vivos e está presente em muitos depósitos minerais na forma de nitrato. O nitrogênio
na matéria orgânica sofre trocas do complexo protéico de aminoácidos para amônia,
nitrito e nitrato. A concentração total de nitrogênio é altamente importante
considerando-se os aspectos típicos do corpo d’água.
Não há limites estabelecidos para este parâmetro segundo a legislação CONAMA
357/2005. Os resultados nos pontos amostrados nesta campanha apresentaram
variações entre <0,10 e 3,27 mg/L. Estes resultados, juntamente com o fósforo e
clorofila, indicam que o corpo hídrico apresenta equilíbrio no nível trófico.
6.3.1.18. Oxigênio Dissolvido
A taxa de reintrodução de oxigênio dissolvido em águas naturais através da
superfície depende das características hidráulicas e, é proporcional à velocidade.
Sendo que a taxa de reaeração superficial em uma cascata é maior do que a de um
rio de média velocidade, que por sua vez apresenta taxa superior à de uma represa
onde a velocidade normalmente é bastante baixa (CETESB, 2008).
Ainda, segundo a CETESB (2008), águas poluídas são aquelas que apresentam
baixa concentração de oxigênio dissolvido (devido ao seu consumo na
decomposição de compostos orgânicos), enquanto que as águas limpas apresentam
120
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
concentrações de oxigênio dissolvido elevadas, chegando até a um pouco abaixo da
concentração de saturação.
Uma adequada provisão de oxigênio dissolvido é essencial para a manutenção de
processos de autodepuração em sistemas aquáticos naturais e estações de
tratamento de esgotos. A medição do teor de oxigênio dissolvido permite avaliar os
efeitos dos resíduos oxidáveis sobre águas receptoras e a eficiência do tratamento
dos esgotos, durante a oxidação bioquímica. Os níveis de oxigênio dissolvido
também indicam a capacidade de um corpo d’água natural manter a vida aquática
(PHILIPPI, 2004).
Os resultados indicam que a quantidade de oxigênio dissolvido (OD) na água está
acima de ≥ 5,0 mg/L para todos os pontos monitorados nesta campanha, o que
demonstra boa qualidade da água, em conformidade com a legislação vigente e,
juntamente com os valores de DBO5,20 e DQO apontam a boa auto-depuração do
sistema (corpo hídrico) em questão.
6.3.1.19. pH
O potencial hidrogeniônico (pH) apresenta-se numa faixa entre 0 a 14 e indica a
condição de acidez (pH menor que 7,0), neutralidade (pH igual a 7,0) ou alcalinidade
(pH maior que 7,0) da água amostrada.
Segundo Von Sperling (2007), a influência do pH em corpos d’água varia
conforme seus valores, podendo ser interpretados da seguinte forma:
Valores elevados ou baixos de pH podem ser indicativos da presença de
efluentes industriais;
Valores elevados de pH podem estar associados à proliferação de algas;
Valores de pH afastados da neutralidade podem causar danos aos
ecossistemas aquáticos;
A variação do pH influencia no equilíbrio de compostos químicos, contribuindo
para a precipitação de elementos químicos tóxicos como metais pesados, e
podem exercer efeitos sobre as solubilidades de nutrientes CETESB (2008).
121
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Todos os pontos monitorados apresentaram valores de pH em conformidade com
a resolução CONAMA 357/2005.
6.3.1.20. Potássio
O potássio é encontrado em baixas concentrações nas águas naturais, já que as
rochas que são compostas por estes são relativamente resistentes às ações do
tempo. Entretanto, sais de potássio são largamente usados na indústria e em
fertilizantes para agricultura, entrando nas águas doces através das descargas
industriais e lixiviação das terras agrícolas.
O potássio é usualmente encontrado na forma iônica e os sais são altamente
solúveis. Ele é pronto para ser incorporado em estruturas minerais e acumulado pela
biota aquática, pois é um elemento nutricional essencial. As concentrações em
águas naturais são usualmente menores que 10mg/L. Valores da ordem de
grandeza de 100 e 25.000mg/L, podem indicar a ocorrência de fontes quentes e
salmouras, respectivamente (CETESB, 2009).
Não há limites para potássio segundo a legislação, sendo que os pontos
amostrados apresentaram concentrações baixas para este parâmetro.
6.3.1.21. Salinidade
A salinidade é um parâmetro importante na classificação dos corpos hídricos, pois
influencia diretamente na condutividade elétrica da água, dando informações
importantes sobre os sólidos dissolvidos e a concentração de sais na água.
Para o parâmetro salinidade a legislação CONAMA não estabelece limites e os
pontos amostrados apresentaram valores com variações em torno de 3,5% (Tabela
15), resultados satisfatórios, pois indicam baixas concentrações de sais na água,
logo, a mesma não apresenta características corrosivas, o que poderia prejudicar a
vida útil das turbinas.
6.3.1.22. Sódio
122
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
As águas naturais contêm alguma concentração de sódio, já que é um dos
elementos mais abundantes na Terra e seus sais são altamente solúveis em água,
encontrando-o na forma iônica (Na+), e nas plantas e animais, já que é um elemento
ativo para os organismos vivos. O aumento dos níveis na superfície da água pode
provir de esgotos ou efluentes industriais, influenciando a variação das
concentrações de sódio na superfície natural das águas, ainda dependendo das
condições geológicas do local. Os valores podem estender-se de 1mg/L até 10mg/L,
ou mais, em salmoura natural.
Muitas águas superficiais, incluindo aquelas que recebem efluentes, têm níveis
bem abaixo de 50mg/L. O sódio é comumente medido onde a água é utilizada para
dessedentação de animais ou para agricultura, particularmente na irrigação. Quando
o teor de sódio em certos tipos de solo é elevado, sua estrutura pode degradar-se
pelo restrito movimento da água, afetando o crescimento das plantas.
Segundo a legislação não há limites para sódio e nesta campanha as
concentrações para este parâmetro ficaram abaixo de 0,1 mg/L, resultado normais
para corpo hídricos não impactados por efluente industriais.
6.3.1.23. Sólidos Suspensos Totais
Todas as impurezas presentes na água, à exceção dos gases dissolvidos,
contribuem para a carga de sólidos. Os sólidos podem ser classificados de acordo
com o seu tamanho e características químicas. Quanto ao tamanho, podem ser
classificados em sedimentáveis, suspensos, colóides e dissolvidos. Quanto à
caracterização química, os sólidos podem ser classificados em voláteis e fixos.
Sólidos voláteis são aqueles que volatizam a 550 °C, no entanto, é impreciso
caracterizar estes sólidos como orgânicos, pois existem alguns sais minerais que
volatizam a esta temperatura.
A resolução CONAMA 357/2005 não estabelece valor máximo para esta variável,
contudo os valores obtidos foram abaixo do limite de detecção do método (LQ
<10mg/L). Estes valores podem ser considerados satisfatórios, uma vez que indicam
baixo carreamento de sólidos nos pontos monitorados.
123
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
6.3.1.24. Sulfato Total
O sulfato apresenta-se na água como sais dissolvidos de Na2SO4, ou Na2CO3
suas origens nos corpos d’água são de fontes geológicas, dejetos humanos,
resíduos de fertilizantes, etc. Teores elevados de sulfato causam efeitos laxativos
mais acentuados que outros sais. O íon sulfato também pode ser um indicador de
poluição de uma das fases de decomposição da matéria orgânica no ciclo do
enxofre (DI BERNARDO, 2000a).
De acordo com os resultados expressos na Tabela 15, as amostras apresentam
valor inferior ao limite estabelecido, portanto, em conformidade com a Resolução
CONAMA 357/2005.
6.3.1.25. Turbidez
A turbidez reduz a fotossíntese de vegetação enraizada submersa e algas. Esse
desenvolvimento reduzido de plantas pode, por sua vez, suprimir a produtividade de
peixes. Logo, a turbidez pode influenciar nas comunidades biológicas aquáticas.
Nesta campanha, os pontos de monitoramento apresentaram valores de turbidez
em conformidade com o padrão estabelecido pelo CONAMA 357/2005.
6.3.1.26. Zinco Total
Em águas superficiais as concentrações de zinco estão normalmente na faixa de
0,001 a 0,10mg/L. A água com alta concentração de zinco tem uma aparência
leitosa e apresenta um sabor metálico ou adstringente quando aquecida. O zinco por
ser um elemento essencial para o ser humano só se torna prejudicial à saúde
quando ingerido em concentrações muito altas, o que é extremamente raro. Nesse
caso, pode acumular-se em outros tecidos do organismo humano; isso só ocorre
quando as taxas de ingestão diária são elevadas (PHILIPPI, 2004).
Para esse parâmetro, as amostras analisadas indicam conformidade com o
padrão estabelecido pela CONAMA 357/2005, uma vez que apresentaram
resultados inferiores a 0,18 mg/L (Tabela 15).
124
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
6.3.2. Análise dos Parâmetros Microbiológicos e Biológicos
6.3.2.1. Coliformes Totais e Termotolerantes
As bactérias do grupo coliforme são consideradas os principais indicadores de
contaminação fecal. O grupo coliforme é formado por um número de bactérias que
inclui os gêneros Klebsiella, Escherichia, Serratia, Erwenia e Enterobacter. Todas as
bactérias coliformes são gram-negativas manchadas, de hastes não esporuladas
que estão associadas com as fezes de animais homeotérmicos e com o solo. O uso
de bactérias coliforme fecal (coliformes termotolerantes) para indicar poluição
sanitária mostra-se mais significativo que o uso de da bactéria coliforme “total”
(coliformes totais), pois as bactérias fecais estão restritas ao trato intestinal de
animais homeotérmicos.
A legislação não estabelece limites para coliformes totais. Porém, por meio dos
resultados obtidos, nota-se ausência destas bactérias nos pontos monitorados. Para
coliformes termotolerantes a legislação define limite de 1.000 UFC/100ml, sendo
que, na atual campanha, os pontos monitorados apresentaram-se conforme à
legislação (Tabela 16).
6.3.2.2. Clorofila-a e Feofitina-a
A clorofila-a está presente em todas as plantas e algas. Em ambiente aquático em
geral este processo ocorre somente no interior na zona eufótica, sendo efetuado
pelas algas microscópicas que integram as comunidades fitoplanctônicas e pelas
macrófitas submersas.
Cada grupo vegetal apresenta pigmentos típicos, sendo as moléculas de clorofila-
a comuns a todos eles, com exceção das bactérias. Porém, as moléculas de
clorofilas não são estáveis, podendo ser fatores para sua degradação as condições
do meio, mudanças de pH, temperatura ou luminosidade excessiva, e pra essa
125
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
degradação, dá-se o nome de feo-pigmentos. A feofitina-a é um produto da
degradação da clorofila-a que pode interferir grandemente nas medidas deste
pigmento. A relação entre clorofila-a e feofitina-a serve também como um bom
indicador do estado fisiológico do fitoplâncton.
Os resultados obtidos na presente campanha, em todos os pontos monitorados,
encontram-se em conformidade com os padrões exigidos pela legislação vigente
(Tabela 16).
6.3.2.3. Comunidade Fitoplantônica
Nesta campanha de monitoramento, as classes Bacillariophycea e
Zygnemaphyceae mantiveram-se com os maiores valores de abundância e riqueza,
resultado semelhante à campanha anterior, assim como nas campanhas de março e
julho de 2013 (Figura 12). O número de espécies registradas nesta campanha teve
um aumento significativo (20 taxa), o que também se registrou nos valores de
abundância e biovolume, já que um está diretamente ligado ao resultado do outro
(Figura 12). Essa composição corresponde ao encontrado comumente em
ambientes lóticos onde espécies perifíticas ou metafíticas compõem a maior parte da
comunidade nestes ambientes por serem mais resistentes ao carreamento pela
corrente (Rojo et al, 1994).
126
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Figura 12. Abundância, riqueza taxonômica e biovolume relativos das amostras coletadas nos pontos de monitoramento das campanhas de março, julho, outubro de 2013 e janeiro de 2014.
Foram registradas 112 espécies fitoplanctônicas, 20 taxa a mais que a campanha
anterior. Porém não maior que o registrado na campanha de março (134 taxa), onde
a classe Zygnemaphyceae se destacou como a mais rica em todos os pontos de
coleta (Figura 13, Tabela 17 e 18). Nesta campanha as classes Zygnemaphyceae e
Bacillariophyceae continuaram as mais especiosas em todos os pontos, com 66 e 26
taxa respectivamente (Figura 13, Tabela 18). A variação taxonômica apresentada
entre os pontos nesta campanha foi de 43 a 60 taxa fitoplanctônicos (Tabela 17).
Dentre os pontos monitorados, o ponto SGA 03 superou o ponto SGA 02 na
campanha de outubro e foi o mais rico com 60 taxa fitoplantônicos, seguido pelos
pontos SGA 01 e SGA 04 com 55 taxa cada, enquanto que o ponto SGA 05
apresentou o menor valor com 43 taxa fitoplanctônicos (Tabela 17). As demais
127
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
classes registradas nesta campanha, as classes Chlorophyceae, Chrysophyceae,
Cyanophyceae Dinophyceae e Euglenophyceae obtiveram resultados abaixo de
cinco espécies registradas (Figura 13, Tabela 18).
De acordo com Round (1983), ambientes lóticos fornecem hábitats que estão
sujeitos a constantes mudanças, nestes ambientes, a manutenção e o
desenvolvimento da comunidade fitoplanctônica pode ocorrer, porém raramente são
mantidos por um longo período, pois são transportados continuamente à jusante.
Figura 13. Riqueza das classes encontradas nos pontos de coleta nas campanhas de monitoramento de março, julho, outubro de 2013 e janeiro de 2014.
Nesta campanha o valor de abundância registrou aumento, em relação a
campanha anterior, com total de 74 indivíduos distribuídos nos pontos de coleta,
(Tabela 17). As classes Bacillariophycea e Zygnemaphyceae continuaram
128
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
predominantes em todos os pontos, com 54 e 12 indivíduos registrados
respectivamente (Figura 14, Tabela 18).
A abundância entre os pontos de coleta variou de 3 a 26 indivíduos (Tabela 4).
SGA 01 continuou sendo o ponto mais abundante e registrou 26 indivíduos, seguido
pelos pontos SGA 02 e 03 com 20 e 18 indivíduos registrados respectivamente
(Figura 14, Tabela 17). Assim como nas outras campanhas do ciclo de
monitoramento, os pontos SGA 04 e 05 obtiveram os menores valores quanto à
abundância (Figura 14, Tabela 17). Comparando as quatro campanhas o ponto SGA
01 apresentou-se a mais abundante, o que sugere que as condições físico-químicas
do ponto possam influenciar na composição da comunidade fitoplanctônicas. Das
espécies apresentadas destacaram-se os gêneros Tabellaria sp; e Pinnularia sp
(Figura 15). Segundo a escala de Vollenweider (1968 apud TUDINSI &
MATSUMURA-TUDINSI, 2008), os baixos valores registrados nesta campanha
indicam condições de oligotrofia em todos os pontos amostrados.
A alta produtividade em geral, é dependente das características dos ambientes.
Ambientes lóticos tem grande dependência de matéria orgânica alóctone, porém
estes nutrientes são carreados e mineralizados a jusante, de onde são introduzidas,
não estando imediatamente disponibilizadas para a produção primária (teoria do
espiralamento de nutrientes de Elwood et al., 1983 e Newbold et al., 1985 apud.
PEREIRA & PEREIRA, 2005). Portanto, as densidades encontradas nesta
amostragem condizem ao mais comumente encontrado em corpos de água lóticos
(ROJO et al., 1994).
129
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Figura 14. Abundância relativa das classes encontradas nos pontos de coleta nas campanhas de monitoramento, março, julho, outubro de 2013 e janeiro de 2014.
Figura 15. Espécie fitoplanctônicas registradas na PCH Santa Gabriela, A- Navicula sp; B- Pinnularia sp. C- Tabellaria sp. D- Closterium sp. Foto: Acervo ANAMBI 2013. Aumento 2000x
A B
130
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Assim como na abundância, os valores registrados para o biovolume foram baixos
com total de 7,30x10-3mm³/L. Nesta análise o ponto SGA 01 também apresentou os
maiores valores para biovolume com 3,80x10-3mm³/L, assim nas campanha
anteriores, seguido pelo ponto SGA 023 com 1,89x10-4mm³/L, representados
principalmente pela classe Bacillariophycea (Figura 15, Tabela 17).Já o ponto SGA
05 foi o que apresentou o menor biovolume com 1,14x10-5mm³/L (Figura 15, Tabela
18). Os resultados de biovolume em todos os pontos nesta campanha indicam
estado de oligotrofia do trecho monitorado do Rio Correntes e Rio Comprido,
segundo escala de Vollenweider (1968 apud Tudinsi & Tudinsi, 2008). Durante as
análises não foi registrado biovolume para a classe de Cyanobacterias.
Dentre as espécies de cianobactérias que ocorreram nesta campanha de
monitoramento, destacam-se Chroococcus sp; Lyngbya sp e Oscillatoria; pelo
potencial tóxico que apresentam, (CHORUS & BARTRAM, 1999; FUNASA, 2003;
SCHULZE et al., 2003; PROSAB, 2006; SANT’ANNA et al. 2006). Porém, para estas
espécies foram registrados apenas um indivíduo no ponto de coleta SGA 04, mas
que representou biovolume insignificante (9,05x10-6mm³/L). Nas outras campanhas
foram apresentados 2 indivíduos apenas na campanha de março de 2013 (Tabela
18). Contudo, a presença destes gêneros demonstra que pode haver formas latentes
destes organismos com potencial de formar florações ou grandes populações caso
as condições do ambiente tornem-se favoráveis por impactos na qualidade da água.
Ações de manejo devem ser adotadas para manter a condição de oligotrofia no rio.
131
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Figura 16. Biovolume das classes encontradas nos pontos de coleta nas campanhas de monitoramento, março, julho, outubro de 2013 e janeiro de 2014.
Os valores do índice de diversidade de Shannon nesta campanha não
apresentaram variância significante em comparação à campanha anterior, os valores
variaram de 1,569 a 1,721bits/ind entre os pontos (Tabela 17). O ponto de coleta
SGA 04 obteve o maior índice de diversidade, já os pontos da SGA 01 e 02
obtiveram os menores valores (Tabela 17). O índice de equidade registrados nesta
campanha foi alto (valor máximo 1) e variou de 0,95 a 0,993 para os pontos
amostrados, o que indica uma boa distribuição das populações no ambientes e que
não há dominância de espécies (Tabela 17).
1
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Tabela 17. Valores dos atributos da comunidade fitoplanctônica nos pontos de coleta nas campanhas de monitoramento de março, julho, outubro de 2013 e janeiro de 2014.
SGA 01 SGA 02 SGA 03 SGA 04 SGA 05 Total SGA 01 SGA 02 SGA 03 SGA 04 SGA 05 Total
Abundânica total (ind/mL) 18 52 24 14 4 112 7 17 16 6 5 51
Riqueza Total (taxa /amostra) 73 64 70 68 43 134 46 52 45 38 39 92
Biovolume Total (mm³/L) 2,07x10-3
1,98x10-3
1,56x10-3
1,78x10-4
6,86x10-5
5,86x10-3
2,73x10-4
4,02x10-3
1,57x10-4
7,31x10-4
5,43x10-5
5,23x10-3
Shannon (bits/ind) 0,298 0,296 0,125 0,436 0,301 - 1,64 1,63 1,58 1,54 1,56 -
Equidade (J') 0,991 0,993 0,414 0,914 1 - 0,987 0,951 0,961 0,976 0,983 -
1° Campanha 2° Campanha Atributos
SGA 01 SGA 02 SGA 03 SGA 04 SGA 05 Total SGA 01 SGA 02 SGA 03 SGA 04 SGA 05 Total SGA 01 SGA 02 SGA 03 SGA 04 SGA 05 Total
Abundância total (ind/ml) 18 52 24 14 4 112 7 17 16 6 5 51 23 13 18 5 3 62
Riqueza total (taxa /amostra) 73 64 70 68 43 134 46 52 45 38 39 92 38 57 38 37 49 92
Biovolume total (mm3/l) 2,07x10
-31,98x10
-31,56x10
-31,78x10
-46,86x10
-55,86x10
-32,73x10
-44,02x10
-31,57x10
-47,31x10
-45,43x10
-55,23x10
-31,10x10
-32,99x10
-44,76x10
-46,77x10
-59,57x10
-52,04x10
-3
Shannon (bits/ind) 0,298 0,296 0,125 0,436 0,301 - 1,64 1,63 1,58 1,54 1,56 - 1,538 1,741 1,538 1,57 1,69 -
Equidade (J') 0,991 0,983 0,414 0,914 1 - 0,987 0,951 0,961 0,976 0,983 - 0,947 0,979 0,947 0,987 0,995 -
Atributos
1° Campanha 3° Campanha2° Campanha
SGA 01 SGA 02 SGA 03 SGA 04 SGA 05 Total SGA 01 SGA 02 SGA 03 SGA 04 SGA 05 Total
Abundânica total (ind/mL) 23 13 18 5 3 62 26 20 18 7 3 74
Riqueza Total (taxa /amostra) 38 57 38 37 49 92 55 53 60 55 43 112
Biovolume Total (mm³/L) 1,10x10-3
2,99x10-4
4,76x10-4
6,77x10-5
9,57x10-5
2,04x10-3 3,80x10
-31,17x10
-31,89x10
-33,14x10
-41,14x10
-47,30x10
-3
Shannon (bits/ind) 1,538 1,741 1,538 1,57 1,69 - 1,631 1,661 1,683 1,721 1,569 -
Equidade (J') 0,947 0,979 0,947 0,987 0,995 - 0,937 0,963 0,95 0,989 0,993 -
3° Campanha 4° Campanha Atributos
SGA 01 SGA 02 SGA 03 SGA 04 SGA 05 Total SGA 01 SGA 02 SGA 03 SGA 04 SGA 05 Total SGA 01 SGA 02 SGA 03 SGA 04 SGA 05 Total
Abundância total (ind/ml) 18 52 24 14 4 112 7 17 16 6 5 51 23 13 18 5 3 62
Riqueza total (taxa /amostra) 73 64 70 68 43 134 46 52 45 38 39 92 38 57 38 37 49 92
Biovolume total (mm3/l) 2,07x10
-31,98x10
-31,56x10
-31,78x10
-46,86x10
-55,86x10
-32,73x10
-44,02x10
-31,57x10
-47,31x10
-45,43x10
-55,23x10
-31,10x10
-32,99x10
-44,76x10
-46,77x10
-59,57x10
-52,04x10
-3
Shannon (bits/ind) 0,298 0,296 0,125 0,436 0,301 - 1,64 1,63 1,58 1,54 1,56 - 1,538 1,741 1,538 1,57 1,69 -
Equidade (J') 0,991 0,983 0,414 0,914 1 - 0,987 0,951 0,961 0,976 0,983 - 0,947 0,979 0,947 0,987 0,995 -
Atributos
1° Campanha 3° Campanha2° Campanha
1
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Nas análises de similaridade entre os pontos de monitoramento, foi registrada
diminuição na variação entre os pontos de monitoramento, e aumento na
similaridade máxima, os pontos monitorados mostraram similaridade entre 40,9% a
60%. Nesta campanha os pontos SGA 03 trecho de vazão reduzira e SGA 04
Jusante a casa de força, foram os mais semelhantes (60%), já a menor similaridade
foi registrada entre os pontos SGA 01 e SGA 04 com 40,9% (Figura 17).
Figura 17. Dendograma de similaridade considerando-se abundância e composição dos pontos de coleta nas campanhas de monitoramento de A-março, B-julho, C-outubro de 2013 e D-janeito de 2014.
A B
C D
134
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Tabela 18. Abundância (valor numérico – ind/ml), biovolume (mm3/l) e presença (x) dos taxa e das classes fitoplanctônicas nos pontos de coleta de março e julho,
outubro de 2013 e janeiro 2014. NI = não identificado; ? = identificação necessita confirmação.
TAXA
BACILLARIOPHYCEAE EC 01 EC 02 EC 03 EC 04 EC 05 TOTAL EC 01 EC 02 EC 03 EC 04 EC 05 TOTAL EC 01 EC 02 EC 03 EC 04 EC 05 TOTAL EC 01 EC 02 EC 03 EC 04 EC 05 TOTAL
Achnanthes sp. x x x x 1 1 x x
Actinella guianensis x
Actinella sp. x 1 x 1 1 x x x x 1 x 1 x x x 1
Amphypleura sp. x
Aulacoseira sp. x x 1 x x 1 x x x x x x x x x
Asterionella formosa x x x x x x x x x x
Asterionella sp x x 1 x 1 x 2 x 1 x x 1 x x x x x
Eunotia camelus x x x x 2 1 3
Eunotia diadema x x x 2 x x x x x x x x
Eunotia sp. x x x 1 x 2 x 3 1 2 1 4 2 1 1 1 5
Cymbella sp. 1 x 1
Fragilaria sp. x x 6 6 x x x
Gyrosigma acuminata x x
Gomphoema gracile x 2 2 4 1 1 x x x 2
Gomphoema spp x x x x x 1 x x x 1
Luticola nivalis x
Meridion sp. x x
Navicula radiosa x x x 1 x x x 1
Navicula sp. x 2 x x 2 2 1 x 1 4 x 1 x 1
Netrium sp. x
Nitzschia spp x x x 1 5 x x 6 2 x 2 1 2 1 x 1 5
Pinnularia major x x x x x x x x x x x 1 1
Pinnularia spp x x x 2 x 2 3 2 3 2 12 4 1 2 x x 7 5 5 8 2 1 21
Surirella genus x x x x x x
Surirella robusta x x x x
Surirella tenera x x x x x x x x x
Surirella genus x x x x x x x x x
Surirella sp. 2 2 x x x x x x x x 1 x x x 1
Synedra ulna x x x x 4 x x x 4 x x x x
Synedra sp. x x 2 x x x x x x x x
Synura sp. x x
Stauroneis sp. x x x x x 1 x 1 3 1 2 6 1 1
Stenopterobia sp. x x x
Tabellaria fenestrada x x x 2 x 2 x x 2 x 2
Tabellaria spp. 6 28 x x 1 6 x x 2 8 5 x x 2 1 8 8 x x x 8
Abundância 8 30 0 6 0 44 6 16 15 5 4 46 16 9 14 3 2 44 17 12 14 5 3 51
Riqueza 13 11 15 12 8 22 16 19 16 17 19 26 15 14 15 12 10 26 15 17 19 14 11 26
Biovolume 0,00023 0,00076 0,00013 0,00111 0,00025 0,00152 0,00001 0,00068 0,00003 0,00261 0,00093 0,00029 0,00042 0,00005 0,00006 0,00176 0,00093 0,00055 0,00094 0,00029 0,00011 0,00282
CHLOROPHYCEAE
Actinastrum sp. x x 2 2 x 1 5 1 1 3 x x 5
Ankistrodesmus sp. x x 2 2 x x x
Bulbochaete sp. x x
Cladophora sp. x x x x
Chlorella sp x x
Chlorococcum sp x x x x x x
Choemocloris sp
Coelastrum sp. x x
Golenkiniopsis solitaria x
Gyrosigma sp. x x
Monoraphydium sp. x x x x x 1 1
Phytelios viridis x x x x x x
Pediastrum sp. x x
Oedogonium sp. x x
Schroederia antillarum x
Stigeglonium sp. x x
Ulotthrix x x x x x x x x
Tetraedrom lobulatum x
Abundância 0 0 0 0 2 2 0 0 0 0 0 0 2 2 0 1 0 5 1 2 3 6
Riqueza 12 2 11 6 2 15 3 1 3 1 1 6 4 5 1 1 3 4 3 1 1 1 4
Biovolume 0,000001 0,000001 0,000001 0,000001 0,000001 0,000001 0,000002
CHRYSOPHYCEAE
Mallomonas spp. x x x x x 2 x x x 2 1 x x 1
Peridinium sp. 1 x 1 2
Synura sp. x x x
Abundância 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 3 0 1 0 0 4 1 1
Riqueza 0 0 1 1 1 1 1 1 1 0 0 2 1 2 1 1 1 3 1 0 1 2 0 2
Biovolume 0,00009 0,00002 0,00011 0,00002 0,00002
Campanha março/2013 Campanha julho/2013 Campanha outubro/2013 Campanha dezembro/2013
135
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
CYANOBACTERIA
Anabaena sp. x
Cylindrospermum sp. x x x x x
Chroococcus sp. x x x x x x x
Gloecapsa sp. x x
Gomphosphaeria sp. x x x
Lyngbya sp. x x x x
Jaaginema sp.
Hapalosiphon aureus x
Merismopedia sp. x
Microchaete tenera x
Oscillatoria sp. x x x x x x x x x x x x x x 1 x 1
Pseudanabaena sp. x 2 x x 2 x x x x x x
Sphaerocystis sp. x x x x x
Spyrulina sp. x x x
Stigonema sp. x x x x
Abundância 0 0 2 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
Riqueza 5 4 3 3 5 8 2 4 3 6 2 7 1 2 1 4 1 6 4 3 4 4 2 8
Biovolume 0,0000004 0,0000004 0,0000091 0,0000091
DINOPHYCEAE
Dynobrium sertularia x x x x
Peridinum sp. x x x 2 x 2 x
Abundância 0 0 0 2 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Riqueza 1 2 1 2 1 2 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 1 0 1 0 0 2
Biovolume 0,00004 0,00004
EUGLENOPHYCEAE
Euglena sp. x
Phacus sp. x
Trachellomonas sp. x x x
Stromombonas sp x x x x x x x x x
Abundância 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Riqueza 1 1 1 0 0 1 0 1 0 0 2 2 0 1 0 0 1 1 1 1 2 2 0 4
Biovolume
ZYGNEMAPHYCEAE
Actinotaenium wollei x x x x x x x 1 1
Actinotaenium sp. x 1 1 x
Bambusina brebissonii x x 2 x x x x x x x x x 1 1 x x x x x
Desmidium aptogonium x
Closterium dianae x
Closterium setaceum x x x x x x x x x
Closterium parvulum x 1 x 1 1 3 x x
Closterium sp. x 2 2 x 2 3 1 6 x x
Cosmarium anisochodrum x
Cosmarium amoenum var. constrictum x
Cosmarium baileyi 1 x x x 1
Cosmarium contractum x x x x x
Cosmarium globosum 1 x 1 x x x x x x x x 1 x 1
Cosmarium denticulatum x x
Cosmarium margaritatum x x x 1 x x x 1
Cosmarium quadrifarium x x x
Cosmarium quadrum x
Cosmarium laeve var. laeve x x
Cosmarium obsoletum x x x x x x x
Cosmarium pseudobroonei x
Cosmarium pseudopyramidatum x
Cosmarium pseudoconnatum x x
Cosmarium punctulatum x x x x
Cosmarium pyramidatum var, stephani x
Cosmarium trilobulatum x
Cosmarium sp.1 x x x x x
Cosmarium sp. x 2 x x x x x x x x x x 1 2 x x x 3
Croasdalea marthae x x x x
Cylindrospermum sp. x
Desmidium aptogonium x x x x x 3 x x 3
Euastrum abruptum x x
Euastrum brasiliense x
Euastrum didelta var. quadriceps x x
Euastrum cf. insulare
Euastrum germanicum x
136
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Euastrum oblongum x
Euastrum verrucosum x x
Euastrum sp. x x x x x x x x x x x x
Genicularia spirotaenia x x x x x x
Gonatozygon monotaenium x x 6 x x 6 x 3 3
Gonatozygon pilosum x x x x x x
Gonatozygon sp. x x x x x X x x x x x x
Haplotaenium minutum x x x x x
Haplozyga armata x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x
Hyaloteca dissiliens x x x x x x x x x x x x
Isthyocercus manauensis x
Micrasterias arcuata x x x x x x x x x
Micrasterias borgei var. multidentada x
Micrasterias foliacea x
Micrasterias furcata x x x x
Micrasteria rotata x x x
Micrasteria radiata x x x
Micrasteria truncata x x x x x x
Micrasteria laticeps x x x
Micrasteria pinnatifida x
Micrasteria sp. x x x x
Mougeotia microspora x
Mougeotia spp. x x x x x
Netrium sp. x x x x x x
Octacanthium sp. x x
Onychonema filiformis 2 x x 2
Onychonema laeve x x x x x x x x x
Phytelios viridis x x x x
Roya obtusa x 8 4 12 x x x
Scenedesmus sp. x
Spondylosium desmidiiforme x x
Spondylosium planum x x x x x x x x x x x
Spyrogira sp. 2 2 x x x x x x x
Staurastrum ambibuum 2 2
Staurastrum columbetoides x x
Staurastrum convergens x
Staurastrum cuspidatus x x
Staurastrum brachiatum x x x x x x x x x x x
Staurastrum brasiliense var. porrectum x
Staurastrum boergensenii var. scotil x x x x x
Staurastrum dilatatum x
Staurastrum eleganthissimum x x x x x x x x x x x x x
Staurastrum furcigerum x
Staurastrum grallatorium 2 x 2 x
Staurastrum leptocladum var. cornatum x x x
Staurastrum leptacanthum x x x x x x x x x x x x x
Staurastrum mamillatus x
Staurastrum margaritaceum x
Staurastrum muticum x x x
Staurastrum paradoxum x x
Staurastrum quadrangulare x x x x x x
Staurastrum sebaldii var. ornatum x x x x x x x x x x
Staurastrum setigerum x
Staurastrum stelliferum var. stelliferum x 2 2 x 4 x
Staurastrum tectum var. ayayense x 2 2
Staurastrum tentaculiferum x x x x x x
Staurastrun tetracerum x
Staurastrum trifidum x 2 x x 2 x x x x x x
Staurastrum triundulatum var. floridense x x x x x x x
Staurastrum validus var. validius x x x x
Staurastrum vestitum x x
Staurastrum rotula 2 x x x x 2 x x x x x
Staurastrum sp1 x x x
Staurastrum sp 2 2 6 x x 10 x x x 1 x x 1 x x x x x
Staurodesmus connatus var. connatus x x x
Staurodesmus cuspidatus x 2 x x 2 x x x x x x
Staurodesmus dejectus x
Staurodesmus glaber x
Staurodesmus lobatum x
Staurodesmus validus x 1 1
Staurodesmus spp x x x x x x x
Sphaerozosma filiformis x
137
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Tetmemorus brebissonii x
Tetraedron lobullatum 2 2 x x x x x
Xanthidium canadense x x
Xanthidium eckertii x
Xanthidium faciculatum x x
Xanthidium fragile x x x x x x x x x x x x x x
Xanthidium mamillosum var. longispinus x x x x x x x x x
Xanthidium mamillosum var. borgei 2 x x x x 2 x x x x
Xanthidium regulare var. asteptum x x
Xanthidium antilopalum x
Xanthidium sp. 2 x x x 2 x x x x x x
Zygnema sp. x x x
Abundância 10 22 22 6 2 62 1 1 1 1 1 5 2 2 3 1 1 9 4 6 1 1 12
Riqueza 41 44 38 44 26 85 24 26 22 14 15 49 16 33 20 19 33 51 29 29 32 32 29 66
Biovolume 0,001840 0,001230 0,001520 0,000048 0,000068 0,009330 0,000020 0,002500 0,000036 0,000047 0,000024 0,002630 0,000078 0,000009 0,000026 0,000018 0,000040 0,000171 0,000082 0,000083 0,000007 0,000018 0,000189
138
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
6.3.2.4. Comunidade Zooplanctônica
Os rotíferos apresentaram maior representatividade na 1ª, 2ª, 3ª e 4ª campanha de
monitoramento de 2013. Os demais grupos apresentaram baixa abundância (Figura
18).
Figura 18. Composição da comunidade zooplanctônica com valores em porcentagem dos principais grupos registrados na área de influência da PCH Santa Gabriela, nas quatro campanhas de monitoramento. A: 1ª campanha; B: 2ª campanha; C: 3ª campanha; D: 4ª campanha.
Vinte e sete espécies de rotíferos estiveram presentes na 1ª campanha e dezenove
representaram a 2ª campanha de monitoramento. Na 1ª campanha, a maior
abundância foi registrada por Lepadella sp. e Lecane bulla, na EC1 e EC3, com 333,33
e 266,66 ind/m³. Para 2ª campanha, na EC1 e EC4 houve a maior densidade,
representada por Lepadella sp. e Trichocerca sp., com 208,3 e 625 ind/m³. Lepadella
A B
C D
139
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
sp. esteve presente em todas as estações de coleta, nas duas campanhas de
monitoramento (Tabela 19). Para 3ª campanha, vinte e uma espécies de rotíferos
foram registradas na área de influência da PCH Santa Gabriela. A maior abundância foi
representada por L. inermis, com 358,3 ind/m³, na EC2. L. bulla e L. inermis foram
registradas em todas as estações de coleta, na 3ª campanha (Tabela 20). Na 4ª
campanha, a maior abundância foi registrada na EC5, com 932,9 ind./m³ por
Cephalodella sp., Lecane inermis e Trichocerca sp. amostradas em todas as estações
de coleta (Tabela 20). O filo dos rotíferos abrange animais microscópicos, onde seu
tamanho varia de 50 a 2000 μm. Sua grande capacidade de adaptação as alterações
ambientais proporciona que colonizem diversos habitats (ESTEVES et al., 2011).
Copépodos apresentaram baixa representatividade entre as campanhas de
monitoramento (1ª, 2ª, 3ª e 4ª). A maior densidade registrada na 1ª campanha foi
obtida por Atheyella sp. e Notodiaptomus sp., com 8,3 ind/m³ (Tabela 19). Na 2ª, 3ª e
4ª campanha, os naúplios calanoida e cyclopoida apresentaram maior densidade, com
58,3 ind/m³. 50 ind/m³ e 50 ind/m³, respectivamente (Tabela 20). Os naúplios são as
larvas dos copépodos, possuem três pares de apêndices articulados e após passarem
por cinco ou seis mudas, transformam-se em copepoditos, que apresenta quase todos
os caracteres do adulto (ESTEVES et al., 2011).
Para protozoários, oito espécies foram registradas na 1ª campanha, sendo a maior
abundância registrada por Arcella vulgaris e Euglypha sp., com 150 ind/m³ e 41,6
ind/m³, respectivamente, na EC2 e EC5 (Tabela 19). Na 2ª campanha, somente quatro
espécies estiveram presentes. A maior densidade foi representada por A. vulgaris, na
EC2 (Tabela 19). Nas 3ª e 4ª campanhas houve baixíssima representatividade deste
grupo (Tabela 20). Os protozoários são encontrados nos ambientes lóticos com maior
velocidade da água e são associados ao sedimento onde o fluxo promove a
ressuspensão dos mesmos (LANSAC-TÔHA et al., 2000).
Com relação ao grupo dos cládoceras, na 1ª campanha de monitoramento,
Chydorus eurynotus apresentou 41,6 ind/m³ na EC1. Na 2ª campanha, C. eurinotus
140
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
esteve presente na EC1, com 91,6 ind/m³ (Tabela 19). Na 4ª campanha de
monitoramento, Diaphanosoma sp. esteve presente em na EC4 com 50 ind/m³ (Tabela
20). Os cládoceros apresentam bastante sensibilidade às alterações ambientais. Vivem
associados a bancos de macrófitas, que funcionam como área de refugio e reprodução
(ELMOOR-LOUREIRO, 2007).
141
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Tabela 19. Taxa inventariados da comunidade zooplanctônica nos diferentes pontos amostrados nas 1ª e 2ª campanhas de monitoramento na área de influência direta e indireta da PCH Santa Gabriela, onde o valor numérico representa a abundância (ind/m³).
Taxa 1ª Campanha 2ª Campanha
EC1 EC2 EC3 EC4 EC5 EC1 EC2 EC3 EC4 EC5
ROTIFERA
Asplanchna sp.
8,3
Cephalodella sp. 16,6 33,33 75 33,33 8,3 8,3 33,33 25 33,33 8,3
Collotheca sp. 8,3
8,3
Corulella sp.
8,3 16,6 75 8,3 16,6 25
Keratella sp.
8,3 41,67 8,3 41,67
Lecane bulla 175 91,6 333,33 125 208,33 158,3 41,6 250 125 208,33
Lecane closterocerca 8,3
8,3
Lecane elegans
8,3
Lecane haliclysta
16,6 33,33 8,3 33,33
Lecane hornemanni
25 8,3
Lecane inermis 175 25 183,33 175 25 191,66
Lecane lunaris 41,6 16,6 41,6 8,3
Lecane monostyla 16,6
58,3
Lecane pyriformes 8,3
Lecane rhytida
8,3
Lecane signifera
16,6
Lepadella sp. 266,66 125 91,6 208,33 158,3 208,3 125 91,6 208,33 158,3
Macrochaetus sp. 8,3 16,6 25 8,3 8,3 16,6 16,6 75 8,3 8,3
Monommata sp. 33,3
41,6
Notolca sp. 8,3
16,6 8,3 8,3 16,6 8,3
Paracorulella sp. 158,3 25 33,3 16,6 158,3 25 33,3 16,6
Platiyas sp. 8,3 8,3 8,3 16,6
Ploesoma sp.
25 25
Polyarthra sp. 8,3
142
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Proales sp. 25 158,3 8,3 191,66 150 25 158,3 8,3 191,66 150
Testudinella sp. 25 66,66 183,3 16,6 8,3 25 66,66 183,3 16,6 8,3
Trichocerca sp. 200 150 166,6 625 41,6 250 200 166,6 625 41,6
COPEPODA
Atheyella sp.
8,3 16,6 16,6 8,3 16,6 8,3
Naúplio (cyclopoida)
Naúplio (calanoida)
41,6 33,3 50 58,3 16,6
Notodiaptomus sp.
8,3
PROTOZOÁRIO
Arcella vulgaris 91,6 150 133,3 75 33,3 91,6 200 133,3 75 33,3
Arcella megastoma
8,3
Centropyxis aculeata 16,6 16,6 8,3 16,6 16,6 16,6 16,6 16,6
Difflugia sp.
25 75
Euglypha sp.
41,6 41,6
CLADOCERA
Bosmina longirostris 16,6
8,3 8,3 8,3
Chydorus eurynotus 41,6 25 25 25 16,6 91,6 25 25 25 16,6
Chydorus parvireticulatu
25
Diaphanosoma sp. 8,3
8,3 16,6 8,3
Densidade (ind/m³) 1407,46 1024,49 1382,88 1372,43 849,36 1457,5 991,29 1291,16 1574,55 774,49
Riqueza (taxa/amostra) 24 21 19 21 17 21 16 17 18 15
Diversidade (H') 1,099 1,117 1,02 0,917 0,982 1,111 0,989 1,021 0,905 0,926
Diversidade máx (Hmáx) 1,38 1,322 1,279 1,322 1,23 1,322 1,204 1,23 1,255 1,176
Equidade (J') 0,796 0,845 0,797 0,693 0,798 0,84 0,822 0,829 0,721 0,788
143
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Tabela 20. Taxa inventariados da comunidade zooplanctônica nos diferentes pontos amostrados nas 3ª e 4ª campanhas de monitoramento na área de influência direta e indireta da PCH Santa Gabriela, onde o valor numérico representa a abundância (ind/m³).
Taxa 3ª Campanha 4ª Campanha
EC1 EC2 EC3 EC4 EC5 EC1 EC2 EC3 EC4 EC5
ROTIFERA
Asplanchna spp.
16,6 50
Brachionus sp. 8,3
Cephalodella spp. 16,6 25 41,66 33,3 50 16,6 16,6 50 116,6
Conochilus sp.
25
Corulella spp. 16,6 16,6
Filinia spp.
16,6
Gastropus spp.
16,6 33,3 33,3 50 83,3 33,3
Harringia spp.
16,6
Keratella sp.
8,3
Lecane bulla 58,3 191,66 133,3 100 141,6 16,6 83,3 66,6
Lecane inermis 158,3 358,3 341,6 158,3 283,3 66,6 16,6 166,6 400
Lecane lunaris
16,6 8,3
Lecane rotunda
25 41,6 25 8,3 83,3
Lepadella spp. 66,6 100 41,6 50 75
Lophocaris sp. 8,3
Macrochaetus spp. 25 16,6 33,3 16,6 8,3
Notholca spp. 16,6 41,6 33,3 25 16,6
Paracorulella spp. 8,3 33,3 8,3 16,6 16,6 16,6
Platiyas spp. 8,3 8,3 50 16,6
Ploesoma sp.
8,3
144
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Polyarthra spp. 8,3 16,6
Testudinella spp. 8,3 33,3 25 8,3 33,3
Trichocerca spp. 33,3 58,3 66,6 50 8,3 133,3 116,6
COPEPODA
Atheyella spp. 16,6 8,3 8,3
Naúplio calanoida
50 33,3
Naúplio cyclopoida 25 8,3 25 50 16,6 33,3 16,6 50
Thermocyclops minutus
8,3 8,3 16,6
PROTOZOÁRIO
Arcella catinus
50
Arcella vulgaris 25 33,3 100 25 33,3 33,3 16,6
Bosminopsis deitersi
16,6
Centropyxis aculeata
25 16,6
Chydorus eurynotus 41,6 25 16,6
Euglypha laevis
50 16,6
Densidade (ind/m³) 549,3 1024,36 991,16 583 724,4 66,5 282,9 199,7 749,6 932,9
Riqueza (taxa/amostra) 18 19 16 15 15 3 9 7 12 10
Diversidade (H') 1,061 0,969 0,979 1 0,869 0,451 0,898 0,79 0,974 0,793
Diversidade máx (Hmáx) 0,477 0,954 0,845 1,079 1
Equidade (J') 0,845 0,758 0,813 0,85 0,739 0,946 0,941 0,935 0,903 0,793
145
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Nas quatro campanhas de monitoramento representadas no gráfico abaixo, os
rotíferos apresentaram maior densidade numérica e riqueza do que os outros
grupos, sendo na 12ª campanha o maior registro (Figura 19 e 20). Os rotíferos são
considerados organismos oportunistas e algumas espécies possuem grande
capacidade de adaptação às mudanças ambientais (ESTEVES et al., 2011).
Figura 19. Gráfico representando a densidade (ind/m³) da comunidade zooplânctonica na área de influência da PCH Santa Gabriela, nas campanhas de monitoramento (1ª, 2ª, 3ª e 4ª).
Figura 20. Gráfico representando a riqueza de espécies (taxa/amostra) da comunidade zooplânctonica na área de influência da PCH Santa Gabriela, nas campanhas de monitoramento (1ª, 2ª, 3ª e 4ª).
146
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Segundo o índice de diversidade de Shannon, na 1ª campanha de
monitoramento, a maior diversidade foi registrada pela EC2, com H’: 1,117
decits/ind. Para a 2ª campanha, a EC1 apresentou valor de H’: 1,322 decits/ind
(Tabela 19). Na Tabela 7 verifica-se que a EC1 e EC2 apresentou maior diversidade
na 3ª e 4ª, com H’: 1,061 decits/ind e H’: 0,954 decits/ind, respectivamente. Segundo
Uramoto et al. (2005), a diversidade das espécies tende a ser mais alta, quanto
maior o valor do índice de Shannon. Com relação à equitabilidade (J`), na 1ª
campanha, a EC2 apresentou melhor distribuição. Já na 2ª campanha, a EC1
registrou J’: 0,822 (Tabela 19). Na 3ª e 4ª campanhas, a EC1 apresentou melhor
distribuição entre as espécies (Tabela 20). Quanto mais próximo de 1 mais bem
distribuída a abundância está entre as espécies presentes na amostra (URAMOTO
et al., 2005).
Os valores de similaridade entre os pontos na 1ª campanha mostram que a maior
distância ocorreu entre as EC2 e EC4, com 61,03% de similaridade (Figura 21-A).
Na 2ª campanha de monitoramento, as EC2 e EC4 apresentaram 60,38% (Figura
21-B). Para a 3ª campanha, a EC2 e EC3 obtiveram semelhança de 76,85% (Figura
21- C). Já na 4ª campanha, os dados demonstram que a maior similaridade ocorreu
entre as estações de coleta 4 e 5 (EC4 e EC5), com 59,38% (Figura 21-D).
147
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Figura 21. Dendrograma de similaridade entre os pontos amostrais na 1ª, 2ª, 3ª e 4ª campanhas de monitoramento na área de influência da PCH Santa Gabriela.
A B
C D
148
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
6.3.2.5. Comunidade de Invertebrados Bentônicos
Em todas as quatro campanhas de monitoramento do ano de 2013, na área de
influência da PCH Santa Gabriela, a ordem Diptera apresentou a maior abundância,
com 44% na 1ª campanha, 96% na 2ª campanha, 83% na 3ª campanha e 78% na
4ª campanha (Figura 22).
Figura 22. Composição da comunidade de macroinvertebrados bentônicos com valores em porcentagem dos principais grupos registrados na área de influência da PCH Santa Gabriela, nas quatro campanhas de monitoramento. A: 1ª campanha; B: 2ª campanha; C: 3ª campanha; D: 4ª campanha.
A B
C D
149
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Tabela 21. Taxa inventariados da comunidade de macroinvertebrados bentônicos nos diferentes pontos amostrados na 1ª e 2ª campanha de monitoramento na área de influência direta e indireta da PCH Santa Gabriela, onde o valor numérico representa a abundância (ind/m²).
Taxa 1ª Campanha 2ª Campanha
EC1 EC2 EC3 EC4 EC5 EC1 EC2 EC3 EC4 EC5
INSECTA
Coleoptera
Elmidae 11,11
22,22
Diptera
Ceratopogonidae
11,11 44,44
Chironomidae 44,44
111,11 33,33 22,22 277,77 33,3 55,55 11,11 44,44
Psychodidae
11,11
Ephemeroptera
Baetidae 11,11
11,11
Hemiptera-Heteroptera
Velidae 11,11
ARACNIDAE 33,33
OLIGOCHAETA
200
Abundância (ind/m²) 122,21 0 111,11 233,33 33,33 277,77 33,33 66,66 11,11 111,11
Riqueza (taxa/amostra) 6 0 1 2 2 1 1 2 1 4
Shannon H' Log Base 10,
Shannon Hmax Log Base 10
Shannon J'
150
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Tabela 22. Taxa inventariados da comunidade de macroinvertebrados bentônicos nos diferentes pontos amostrados na 3ª e 4ª campanha de monitoramento na área de influência direta e indireta da PCH Santa Gabriela, onde o valor numérico representa a abundância (ind/m²).
Taxa 3ª Campanha 4ª Campanha
EC1 EC2 EC3 EC4 EC5 EC1 EC2 EC3 EC4 EC5
INSECTA
Coleoptera
Curculionidae
11,11
Elmidae
33,33 33,33 11,11
Diptera
Ceratopogonidae 44,44
66,66 11,11 11,11
Chironomidae 344,44 44,44 233,33 11,11 200 88,88 77,77 11,11 166,66 88,88
Ephemeroptera
Baetidae
11,11 11,11
Hemiptera-Heteroptera
Corixidae
22,22
Vellidae
11,11 11,11
Odonata
Coenagrionidae
11,11
Gomphidae
11,11
Libellulidae
11,11
Trichoptera
Hidropsychidae
11,11
Leptoceridae 11,11
Pytilidae
11,11 11,11
HIRUDINAE
11,11 11,11 22,22 11,11
Abundância (ind/m²) 399,99 55,55 344,43 33,33 333,32 99,99 77,77 33,33 166,66 144,43
Riqueza (taxa/amostra) 3 2 4 3 9 2 1 3 1 6
Shannon H' Log Base 10, 0,205 0,217 0,399 0,477 0,636
Shannon Hmax Log Base 10
Shannon J' 0,43 0,722 0,663 1 0,667
151
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Classe Insecta – Ordem Coleoptera
A ordem Coleoptera foi representada por apenas duas famílias nas quatro
campanhas de monitoramento do ano de 2013 (Tabela 21 e 22). Esta ordem
abrange os besouros, como são conhecidos popularmente. Possui grande
abundância e diversidade dentre os macroinvertebrados bentônicos, ocorrendo em
uma ampla variedade de habitats, como rios, riachos e lagos. São encontrados
próximo das margens e junto de macrófitas, e possuem várias adapatações
respiratórias como reserva de ar localizada embaixo dos élitros, respiração
transcuticular com ou sem brânquias, plastrão respiratório e penetração nos tecidos
aerênquimos das plantas para retirar o ar (SEGURA et al., 2011).
Família Elmidae
A família Elmidae apresentou maior abundância na 3ª campanha, estando
presente em dois, dos cinco pontos de coleta (Tabela 21). Essa família apresenta
indivíduos que vivem em córregos e rios. Possuem tamanho pequeno e após a larva
completar seu desenvolvimento, rasteja para fora da água e empupa perto da
margem, ou empupa in situ, quando o nível das águas diminuem. Esporadicamente
suas formas adultas deixam a água para dispersar em voôs rápidos (PASSOS et al.,
2007). Esses organismos apresentam baixa tolerância a poluentes, como
detergentes, que quebram a tensão superficial da água, que é responsável pela
formação do plastrão, necessário para respiração desse inseto submerso
(FERNANDES, 2010).
Classe Insecta – Ordem Diptera
A ordem Diptera é a ordem que compreende moscas e mosquitos, distribuídos em
todos os continentes e podem ocupar zonas marinhas, lagos de todas as
profundidades, rios, riachos, entre outros (PINHO, 2008). Três famílias dessa ordem
foram registradas nas quatro campanhas de monitoramento do ano de 2013 (Tabela
21).
Família Chironomidae
152
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Foi a família mais abundante, em todas as campanhas. Sua maior densidade foi
registrada na 3ª campanha de monitoramento. A estação de coleta com maior
número de indivíduos dessa família foi a EC1, com 344,44 ind/m² (Tabela 21). As
larvas dessa família habitam em quase todos os ecossitemas aquáticos (menos em
mar aberto) e pode atingir elevadas densidades populacionais. São predadas por
peixes e insetos predadores, fazendo parte portanto da cadeia alimentar nos
ambientes aquáticos. São indicadoras de qualidade ambiental devido a algumas
espécies apresentarem características muito específicas e outras espécies que
apresentam certa tolerância aos poluentes (BOURCHARD, 2004).
Classe Insecta – Ordem Ephemeroptera
A ordem Ephemeroptera constitui um dos grupos mais antigos da classe Insecta.
Representa um grande elo na cadeia alimentar, por ser alimento de diversos
predadores, além de ocupar diversos habitats. Os imaturos de Ephemeroptera são
muito utilizados em biomonitoramento de qualidade de água, pois são muito comuns
em águas correntes limpas. As ninfas podem ser encontradas em riachos com
oxigênio, ocasionalmente sob rochas e são muito abundantes e diversas (SALLES et
al., 2004).
Família Baetidae
Nas quatro campanhas realizadas, essa família esteve presente em apenas duas
campanhas (Tabela 21). A familia Baetidae compreende um dos maiores e mais
bem sucedidos grupos da ordem Ephemeroptera, e encontra-se amplamente
distribuída em todos os continentes, estando ausente apenas em algumas ilhas
oceânicas (EDMUNDS et al., 1976). As ninfas de Baetidae ocupam com frequência
grande variedade de habitats de água doce, atingindo maior diversidade em
ambientes lóticos. Nesse tipo de ambiente, onde colonizam os mais distintos meso-
habitats, desde áreas de forte correnteza até aquelas de remanso, o número de
gêneros e espécies, assim como de indivíduos numa determinada área, pode ser
extremamente elevado (EDMUNDS et al., 1976, MCCAFFERTY, 1981).
Classe Insecta – Ordem Hemiptera – Heteroptera
153
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Os hemípteros são adaptados aos ambientes aquáticos, exploram o filme d’água e
utilizam as macrófitas para alimentação, proteção e oviposição de ovos (OLIVEIRA,
et al., 2006). Duas famílias dessa ordem foram registradas durante o monitoramento
de 2013 (Tabela 21 e 22).
Classe Insecta – Ordem Odonata
A ordem Odonata conhecida popularmente como libélula, lava-bunda, cavalo de
judeu, entre outros são insetos que apresentam larvas aquáticas e adultos terrestres
(SOUZA et al., 2007). Duas famílias representaram essa ordem durante a 3ª e 4ª
campanha de monitoramento do ano de 2013 (Tabela 21 e 22).
Classe Insecta – Ordem Trichoptera
A ordem Trichoptera vive em ambientes com bastante oxigênio, dependendo do
oxigênio dissolvido para respiração. São importantes na cadeia trófica, participando
da transferência de energia e nutrientes. Possuem baixa mobilidade, vivendo
intimamente associado ao substrato ou abrigo, o que prejudica a sua recolonização
após algum distúrbio natural ou antrópico no ambiente (CALOR, 2008; BISPO et al.,
2001). Os imaturos de Ephemeroptera e Trichoptera são muito utilizados em
biomonitoramento de qualidade de água, pois são muito comuns em águas
correntes limpas. As ninfas podem ser encontradas em riachos com oxigênio,
ocasionalmente sob rochas. Três famílias dessa ordem estiveram presentes na 3ª e
4ª campanha de monitoramento (Tabela 21 e 22).
Oligochaetas, Aracnidas e Hirudinaes estiveram presentes durante o
monitoramento de 2013 (Tabela 21 e 22).
Abundância, Riqueza e Similaridade
Com relação á abundância total da comunidade de macroinvertebrados
bentônicos, a 10ª campanha apresentou maior número de indivíduos e também
maior diversidade de espécies (Figura 23 e 24).
154
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Figura 23. Gráfico representando a densidade total (ind/m²) da comunidade de macroinvertebrados bentônicos na área de influência da PCH Santa Gabriela, nas campanhas de monitoramento (1ª, 2ª, 3ª e 4ª).
Figura 24. Gráfico representando a riqueza (taxa/amostra) da comunidade de macroinvertebrados bentônicos na área de influência da PCH Santa Gabriela, nas campanhas de monitoramento (1ª, 2ª, 3ª e 4ª).
Com relação ao índice de diversidade, a EC2 apresentou maior diversidade na 3ª
campanha, com H’: 0,722 décits/ind (Tabela 21). De acordo com Uramoto et al.
(2005), a diversidade tende a ser mais alta quanto maior o valor do índice. Já a
155
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
equitabilidade atinge valor máximo de 1, e quanto mais próximo de 1 mais bem
distribuída a abundância está entre as espécies presentes na amostra (URAMOTO
et al., 2005).
A similaridade entre as estações de coleta podem ser visualizadas na Figura 25.
Na 9ª campanha de monitoramento, a EC2 e EC3 apresentaram semelhança de
77,09% (Figura 25-A). Na 10ª campanha, também as mesmas estações de coleta
(EC2 e EC3) apresentaram maior similaridade, com 72,79% (Figura 25-B). na 11ª
campanha de monitoramento, a EC1 e EC2 registraram similaridade de 80% (Figura
25-C) e na 12ª campanha, EC3 e EC1, 88% (Figura 25-D).
Figura 25. Dendrograma de similaridade entre os pontos amostrais na 9ª, 10ª, 11ª e 12ª campanhas de monitoramento na área de influência da PCH Santa Gabriela.
A B
C D
156
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
6.3.2.6. Macrófitas Aquáticas
A comunidade de macrófitas aquáticas apresentou um total de 44 táxons,
distribuídas em 23 famílias botânicas e 33 gêneros (Tabela 23). Dentre as famílias a
que apresentou maior representatividade foi Cyperaceae com maior número de
táxons (6 espécies) e enquanto as menores riquezas foram representadas por 13
famílias com apenas uma espécie cada (Figura 26).
Figura 26. Famílias de macrófitas aquáticas registradas no monitoramento da PCH Santa Gabriela.
157
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Tabela 23. Espécies registradas para a comunidade de macrófitas aquáticas nos pontos avaliados dentro da área de influência do empreendimento. Hábito vegetacional (submersas fixas (SF), submersas livres (SL), flutuantes fixas (FF), emergentes (E) e anfíbias (A) da comunidade de macrófitas aquáticas presentes na área de influência.
Espécie/Família Nome popular Hábito
Vegetacional
Estações de Coleta
P01 P02 P03 P04 P05
Alismatacea
Sagittaria rhombifolia Cham. Largatixa E x Echinodorus tenellus (Mart.) Buch. Erva-do pântano SF/E
x
Araceae
Urospatha sagittifolia (Rudge) Schott Não encontrado E
x
x
Calombaceae
Cabomba furcata Schult. & Schult.f. Lodo SF x x Characeae
Chara sp*. Lodo SF
x
x
Cyperaceae
Cyperus haspan L. Cebolinha A x x
x Cyperus gardmeri Nees Baceiro E x x
Eleocharis sp Cebolinha F
x
Eleocharis geniculata Cebolinha A
x
Eleocharis geniculata Cebolinha E x
x x
Oxycarium cubense (Poepp. & Kunth) Lye Baceiro FF
x
x
Rhynchospora velutina (Kunth) Boeck Capim-navalha A
x
x
Droseraceae
Drosera spatulata Labill. Planta insetívora A
x
Eriocaulaceae
Syngonanthus gracilis Mart. Não encontrado E
x
Euphorbiaceae
Caperonia castaneifolia (L.) A. St.-Hil. Erva-de-bicho E
x Phyllanthus cf. stipulatus Não encontrado E
x
158
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Gleicheniaceae
Dicranopteris flexuosa (Schrad.) Não encontrado FF x
x Hydrocharitaceae
Apalanthe granatensis (Humb. & Bonpl. Lodinho-branco SF x
x
Egeria najas Planch Lodinho-branco SF x
x
Isoetaceae
Isoetes pedersenii J. Hickey cebolinha A
x
Lamiaceae
Hyptis lappacea Benth. Hortelã-do-campo A/E
x Hyptis lorentziana O. Hoffm Hortelã-do-brejo A/E
x
Lentibulariaceae
Utricularia sp. Lodo A
x
x
Utricularia pulsilla Vahl Lodo A
x
x
Lycopodiaceae
Lycopodium sp. Não encontrado A
x
x x
Lythraceae
Cuphea melvilla Cham. & Schltdl Erva-de-bicho E
x Rotala ramosior (L.) Koehne Erva-de-bicho A/E
x
Mayacaceae
Mayaca fluviatilis Aubl. Lodo SF/A x x Melastomataceae
Acisanthera divaricata Cogn. Não encontrado A/E
x Acisanthera cf limnobios* Não encontrado A/E x x x x x
Rhynchanthera novemnervia DC Não encontrado A/E
x Nymphaeaceae
Nymphaeae sp1* Não encontrado FF x Onagraceae
Ludwigia erecta (L.) Hara Cruz-de-malta A/E x Ludwigia grandiflora (Michx.) Zardini Florzeiro E
x
159
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Ludwigia nervosa (Poir.) Hara Lombrigueira A/E
x
x
Poaceae
Andropogon bicornis L. Alcanfo E x x
x x
Andropogon Leucostachyus Capim-colchão E
x
x
Paspalum sp. Mimoso-de-talo E
x Polygalaceae
Polygala leptocaulis Torr. & A. Gray Alcanfo E
x
Pontederiacea
Pontederia parviflora Alexander Aguapé FF x x
x
Scrophulariaceae
Bacopa cf. verticillata Não encontrado SF/E x x
x
Thelypteridaceae
Thelypteris interrupta Wild Samambaia-do-brejo A/E
x
x x
Xyridaceae
Xyris cf. jupicai* Cadeçudinho A/E
x
x
Xyris mínima Steud. Não encontrado A
x
Xyris laxifolia Botão-de-couro A
x
x
160
Monitoramento Ambiental Consolidado– PCH Santa Gabriela Março/2013
Todas as formas biológicas foram registradas na área da PCH Santa Gabriela,
sendo a forma emergente (Foto 32 e 33) a mais representativa com 14 espécies, em
seguida ocorreram as anfibias com 9 espécies. Ainda assim, foram registradas 10
espécies que os dois tipos de hábitos de vida (anfíbio e emergente). Este fato é
compreendido já que a área de estudo apresenta características de sistemas lóticos
(Tabela 23 e Figura 27). Algumas espécies podem apresentar diversos hábitos de
vida, isto ocorre devido à capacidade de adaptação destas espécies.
Figura 27. Hábitos vegetacionais das espécies de macrófitas aquáticas registradas no monitoramento da PCH Santa Gabriela.
Ao longo de toda área de influência da PCH Santa Gabriela, no Rio Correntes e
Rio Comprido, o táxon a espécie Pontederia parviflora (Foto 34) foi a de hábito
flutuante fixa registradas. Há preocupação quanto a Pontederia parviflora, pois
houve um pequeno aumento desta população no encontro do Rio Comprido com o
Rio Correntes (Foto 35), o fator da profileração pode ser natural, por conta do
período de chuva, época de germinação e maior entrada de nutrientes de origem
alótone, contudo é necessário avaliação deste local nas próximas etapas do
monitoramento.
B
161
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Segundo POTT & POTT (2000), espécies com este tipo de hábito podem ser
problemáticos em reservatórios, mas com menor intensidade, podendo ser invasora
de açudes e canais, cobrindo completamente água rasa ou campo úmido.
Foto 32. Acisanthera limnobios registrada no Rio Correntes, PCH Santa Gabriela.
Foto 33. Xyris laxifolia registrada no Rio Correntes, PCH Santa Gabriela.
162
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Foto 34. Pontederia parviflora registrada no Rio Comprido, PCH Santa Gabriela.
Foto 35. Proliferação de Pontederia parviflora registrada no encontro do Rio Comprido com Rio correntes, PCH Santa Gabriela.
Durante todo o período de monitoramento da PCH Santa Gabriela, não houve
grande variação nos valores de riqueza e famila, contudo a reavaliação do ambiente
in loco deverá continuar, pois em cada campanha a riqueza é novamente avaliada,
tornando fácil o reconhecimento das espécies que antes não foram observados,
podendo ser amostrados nas próximas campanhas.
163
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
A maior riqueza encontrada neste monitoramento (Figura 28), foi no ponto 5, com
27 espécies de macrófitas registradas, seguida pelos pontos 2 e 1, com 25 e 15
espécies respectivamente.
Figura 28. Riqueza de espécies encontradas nas estações de coleta amostradas no rio Correntes e rio Comprido, em janeiro de 2014.
6.4. Considerações Finais
Este relatório apresenta os resultados obtidos na décima sexta campanha de
Monitoramento de Qualidade da Água nos rios Correntes e Comprido, na área de
influência direta e indireta do empreendimento denominado PCH Santa Gabriela,
localizado na divisa dos Estados de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso.
Como apresentado e discutido, pode-se concluir que a qualidade dos corpos
hídricos monitorados, no tocante aos parâmetros analisados, está em grande parte
em conformidade com o estabelecido pela legislação vigente. Contudo, houve
alteração para os parâmetros fenóis e cobre dissolvido em todos os pontos
monitorados. Ressalta-se que este resultados é proveniente desde a montante da
usina, indicando que as mesmas estão relacionadas com fontes difusas e não
devido à operação da usina.
164
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Evidencia-se que os parâmetros analisados demonstram a pouca influência do
empreendimento no corpo hídrico, pois os valores obtidos a montante foram quase
sempre similares aos obtidos a jusante, e quando diferentes, a faixa foi sempre
aproximada de um ponto a outro.
Na campanha de janeiro/14 foram levantadas 112 taxa fitoplânctonicos, as
classes fitoplântonicas registradas nos pontos de coleta contunuaram as mesmas,
Bacillariophyceae, Chlorophyceae, Chrysophyceae, Cyanophyceae, Dynophyceae,
Euglenophyceae e Zygnemaphyceae. Como nas campanhas anteriores as classes
Zygnemaphyceae e Bacillariophyceae apresentaram maior riqueza de espécies.
A abundância e biovolume registrados foram baixo, porém com pequeno
aumento, com total de 74indivíduos registrados e biovolume total de 7,30x10-³mm³/L
respectivamente, assim como nas campanha anteriores, evidenciando a baixa
produtividade primária fitoplanctônica, classificando o corpo hídrico como
oligotrófico, segundo escala de Vollenweider (1968 apud Tudinsi & Tudinsi, 2008).
A presença de espécies de cianobactérias potencialmente tóxicas nos pontos
monitorados não é preocupante, pois durante as análises foi registrado somente um
indivíduo em um dos pontos monitorados. Contudo o freqüente monitoramento se
faz necessário para que alterações, mesmo que pequenas, na disponibilidade de
nutrientes favoreça a formação de floração com decorrente liberação de
cianotoxinas, tanto no reservatório quanto no rio.
Nas quatro campanhas de monitoramento do ano de 2013, da área de influência
direta e indireta da PCH Santa Gabriela, com relação à comunidade zooplânctonica,
concluí-se que os rotíferos predominaram em abundância e riqueza em todas as
campanhas. Os demais grupos foram pouco representativos durante o
monitoramento. De acordo com os dados referente a campanha de monitoramento
da área de influência da PCH Santa Gabriela, sugere-se que o empreendimento não
influenciou negativamente nas características hidrodinâmicas do corpo hidríco
monitorado com relação a comunidade zooplânctonica.
Nas quatro campanhas de monitoramento da área de influência da PCH Santa
Gabriela, do ano de 2013, as famílias Ceratopogonidae e Chironomidae foram as
165
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
mais representativas da ordem Diptera. As maiores densidades desses grupos são
registradas em locais com maior disponibilidade de matéria orgânica, uma vez que
muitos representantes desses grupos apresentam relativa tolerância a uma ampla
variedade de estresses ambientais (MERRITT & CUMMINS, 1996).
As ordens Ephemeroptera, Trichoptera e Odonata registradas durante todo o
monitoramento do ano de 2013, são consideradas de suma importância, devido a
essas espécies serem indicadores de boa qualidade ambiental, sendo que a maioria
das famílias pertencentes a essas ordens são intolerantes a ações antrópicas. Essas
famílias são importantes na cadeia trófica por servirem de alimento para animais
vertebrados e invertebrados aquáticos e ocorrem tanto em ambientes lóticos como
lênticos (BOURCHARD, 2004). Os imaturos de Ephemeroptera e Trichoptera são
muito utilizados em biomonitoramento de qualidade de água, pois são muito comuns
em águas correntes limpas. As ninfas podem ser encontradas em riachos com
oxigênio, ocasionalmente sob rochas.
A comunidade de macrófitas aquáticas apresentou baixa riqueza, na área de
influência da PCH Santa Gabriela, durante o monitoramento de janeiro de 2014. O
hábito de vida das macrófitas aquáticas predominante na área de estudo foi das
plantas emergentes. Houve um pequeno aumento da população de Pontederia
parviflora, que deverá ser avaliado nos próximos monitoramentos.
Com o monitoramento é possível acompanhar possíveis mudanças nesta riqueza,
bem como o registro de novas espécies tendo em vista que a alteração das
características do rio após a construção da barragem, criando uma zona lacustre é
considerado ainda recente.
Programas de monitoramento e manejo, desta comunidade, devem se manter na
área de influência da PCH Santa Gabriela, visando minimizar os possíveis
problemas gerados para o empreendimento, identificando e solucionando possíveis
alterações na comunidade de macrófitas aquáticas.
166
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
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174
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
6.6. Responsável Técnico
Roney Aparecido Gomes Coletor de Amostras de Água Químico – Bacharelado com Atribuições Tecnológicas Pós – Graduado em Gestão e Manejo Ambiental na Agroindústria – UFLA/MG. CRQ: 20200002 – XX Região 6.7. Anexos
ANEXO 01 – Certificados de Análises
ANEXO 02 – Anotação de Responsabilidade Técnica
175
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
ANEXO 01
CERTIFICADOS DE ANÁLISES
176
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
177
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178
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179
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ANEXO 02
ANOTAÇÃO DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA
180
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
7. PROGRAMA DE CONSERVAÇÃO DA FLORA E
RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS (PRAD)
Área degradada é uma denominação recente para as praticas utilizadas em
recursos naturais. São consideradas áreas degradadas, extensões naturais que
perderam a capacidade de recuperação natural após sofrerem distúrbios. A
degradação é um processo induzido pelo homem ou por acidente natural que
diminui a atual e futura capacidade produtiva do ecossistema (MOREIRA, 2004).
Recuperação pode ser definida como retorno do sítio degradado a uma forma de
utilização produtiva e autossustentável, de acordo com um plano pré-estabelecido
para o uso o solo (IBAMA, 1990), podendo chegar ao nível de uma recuperação de
processos biológicos – sendo assim chamada "reabilitação" –, ou mesmo aproximar-
se muito da estrutura ecológica original – "restauração".
Os plantios de enriquecimento e o manejo da regeneração natural têm sido as
práticas mais recomendadas para a recuperação de fragmentos degradados e
podem ainda ser utilizadas em áreas muito degradadas (RODRIGUES &
GANDOLFI, 1996).
O objetivo central deste Programa de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD)
é acompanhar a reabilitação das áreas anteriormente impactadas, implantando as
metodologias necessárias para reestabelecer o ecossistema local.
Os objetivos específicos deste Programa de Recuperação de Áreas Degradadas
(PRAD) são:
Acompanhar o desenvolvimento das mudas de espécies nativas plantadas;
Criar uma área reflorestada com espécies nativas;
Controlar possíveis processos erosivos;
Recompor o solo em áreas que se fizerem necessário; e,
Implantar medidas de restauração para avaliar a reintegração das áreas
degradadas.
181
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
7.1. Material e Métodos
A PCH Santa Gabriela encontra-se em uma região de domínio do Cerrado brasileiro.
O clima da região é caracterizado como Aw, de acordo com a classificação de
Köppen, com invernos secos e verões chuvosos, e a precipitação pluvial média
anual em torno de 1.500 mm, sendo os meses de menor precipitação de junho a
agosto (MATO GROSSO DO SUL, 1990).
Este relatório refere-se à décima sexta campanha de monitoramento realizada
nos dia 20 e 21 de janeiro de 2014, consolidado com os dados das campanhas
realizadas nos dias 25 a 27 de março, 8 a 10 de julho e 29 e 30 de outubro de 2013.
Em campo, nas áreas onde já foram executadas ações corretivas, foram realizadas
vistorias aos locais onde ainda ocorre o monitoramento (áreas B) a fim de obter uma
reabilitação da vegetação local (Figura 29).
Figura 29. Mapa de localização das áreas que estão sendo recuperadas pelo PRAD da PCH Santa Gabriela.
Nos meses de novembro e dezembro de 2010 houve o plantio com a distribuição
de 22.926 mudas nativas nas áreas destinadas à recuperação (Tabela 24). Para
182
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
avaliar a situação atual das plantas foi realizada medição aleatória, com trena e fita
métrica (Foto 36), das mudas distribuídas nas linhas de plantio, abrangendo setes
áreas monitoradas e verificado a presença de formigas, fungos, doenças e outros
indícios de pragas que possam prejudica o desenvolvimento. Adicionalmente foi
averiguada a situação dos poleiros artificiais implantados nas áreas B2, B3 e B7.
Tabela 24. Quantificação de mudas plantadas por área e implantação de poleiros durante o monitoramento de 2010.
ÁREA ANTIGA UTILIZAÇÃO
MUDAS IMPLANTAÇÃO DE
POLEIROS
ARTIFICIAIS
ÁREA
(HA) ESPAÇAMENTO TOTAL
B1 Alojamentos operários 21,911 3m x 3m 2.435 NÃO
B2 Borracharia/ Pátios
caminhões 28,357 3m x 3m 315 SIM
B3 Central de concreto /
Escritórios / Refeitórios 38,665 3m x 3m 429 SIM
B4 Alojamentos engenharia 0,5472 3m x 3m 608 NÃO
B5 Pátio eletromecânico 0,3432 3m x 3m 382 NÃO
B6 Pátio carpintaria 0,2698 3m x 3m 300 NÃO
B7 Bota-fora 2-3 90,937 3m x 2m 15.16 SIM
E Erosões --- --- 3.297 NÃO
TOTAL
191,472 --- 22.926
183
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Foto 36. Tomada de altura da muda durante a 16ª campanha de monitoramento da PCH Santa
Gabriela. Foto: Acervo ANAMBI, 2014.
7.2. Resultados e Discussão
7.2.1. Atividades de manutenção do PRAD
Durante as campanhas do ano de 2012 foi constatada uma maior proporção de
mortalidade na área B2 que chegou a ser de 20%. Para não haver prejuízos ao
programa de recuperação ambiental, foi realizado um enriquecimento de mudas
nesta área.
No primeiro trimestre de 2013 foi realizado, pelos funcionários da PCH Santa
Gabriela, o replantio de cerca de 2400 mudas (Tabela 25, Foto 37). Estas mudas
foram plantadas nas áreas do PRAD para substituir as mudas falhadas na área B2.
Nas áreas A4, B1 e B7 também foram constatados indivíduos falhados, porém em
uma proporção menor que não compromete o desenvolvimento do PRAD (inferior a
10%). Porém as mudas falhadas nessas áreas também foram substituídas e,
adicionalmente, foi realizado um enriquecimento e adensamento com a introdução
de novos indivíduos. O plantio foi realizado manualmente conforme demonstrado na
Foto 37, onde as fotos A e B demonstram o transporte das mudas, C e D a abertura
das covas e E e F a introdução das mudas nas covas.
184
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Foto 37. Replantio de mudas substituindo as mudas mortas e acrescentando novas mudas nas áreas em recuperação. A e B: Transporte das mudas, C e D: Preparação das covas e E e F: Replantio das mudas. Foto: Acervo BRENNAND ENERGIA, 2013.
A B
C D
E F
185
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Tabela 25. Quantidade de mudas coroadas adubadas e replantadas no primeiro trimestre de 2013 nas áreas em recuperação na PCH Santa Gabriela. Áreas determinadas conforme a Figura 1 (Dados fornecidos pela Brennand Energia).
ÁREA ATIVIDADE REALIZADA
Coroamento Adubação Replantio
A1 0 0 -
A2 830 620 -
A3 1950 1030 -
A4 2700 2200 50
A5 550 320 -
A6 1400 850 -
B1 2095 1620 100
B2 2550 1950 600
B3 2750 2130 -
B4 380 312 -
B5 120 120 -
B6 150 95 -
B7 6000 5800 1650
Total 21475 17047 2400
Conforme citado nas etapas de 2012 do monitoramento, foi verificado também a
necessidade de coroamento e adubação nas áreas B1, B2, B3, B4, B5 e B6. Essa
manutenção serve para induzir um melhor desenvolvimento das mudas que ainda se
encontram suscetíveis ao abafamento e a competição com as gramíneas existentes
na área.
O trabalho de coroamento e a adubação química foram realizados nas áreas A2,
A3, A4, A5, A6, B1, B2, B3, B4, B5, B6 e B7 (Tabela 25). No total foram adubadas
17.047 (Foto 38, Tabela 25) mudas e coroadas 21.475 (Foto 39, Tabela 25),
abrangendo grande parte das mudas plantadas. Estas medidas são de suma
importância, principalmente, nas áreas mais críticas (B1, B2 e B7), bem como nas
demais áreas para manter o bom estado de recuperação e o pleno desenvolvimento
das mudas.
O coroamento e a adubação foram realizados manualmente, conforme
evidenciado nas Fotos 38 e 39, e os resultados destes procedimentos foram
considerados satisfatórios.
186
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Entretanto, o efeito de inibição do crescimento de gramíneas pelo coroamento
realizado em torno das mudas termina após algum tempo, especialmente nas
épocas das chuvas, com a lixiviação do solo. O capim que cresce nos locais
coroados acaba por competir com a muda pela água do solo. Consequentemente, o
desenvolvimento da planta é afetado. Ainda, Souza-Filho et al. (2005), colocam que
gramíneas forrageiras do gênero Brachiaria possuem atividade alelopática nas
sementes e partes aéreas e que muitas vezes inibem o desenvolvimento inicial de
espécies nativas.
Por isto que uma vez realizado o coroamento, caso necessário, deve ser
reforçado. Assim, durante as etapas do monitoramento, foi avaliada a efetividade do
coroamento e a necessidade do reforço deste nas áreas afetadas conforme descrito
abaixo nas atividades de monitoramento do PRAD.
O efeito da adubação poderá ser observado com o bom desenvolvimento dos
indivíduos nas próximas campanhas, conforme já observado pelas etapas
anteriores.
187
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Foto 38. Adubação realizada nas mudas das áreas em recuperação. Fotos A e B, Acervo ANAMBI, 2013. Fotos C e D, Acervo BRENNAND ENERGIA, 2013.
A B
C D
188
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Foto 39. Mudas evidenciando o coroamento realizado nas áreas em recuperação. Fotos: A, B e C Acervo BRENNAND ENERGIA, 2013. Foto D, Acervo ANAMBI, 2013.
A B
C D
189
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Adicionalmente, foi observada a ocorrência de desmatamento em uma área
vizinha a PCH, próxima à entrada da usina (Foto 40). Esta área é adjacente a um
dos pontos onde foram marcados alguns dos indivíduos para compor o banco de
germoplasma.
O desmatamento nas áreas de entorno da uma área em recuperação é prejudicial
ao completo reestabelecimento da vegetação nativa por formar ilhas de vegetação
ou diminuir o tamanho das já existentes. Segundo MacArthur e Wilson (1963) o
número de espécies em uma ilha deve se tornar mais ou menos constante com o
passar do tempo. Esta constância será o resultado de uma continua substituição de
espécies (turnover), em um ponto de equilíbrio entre taxas de extinção e imigração.
Grandes ilhas devem suportar mais espécies do que ilhas menores e o número de
espécies deve diminuir com o grau de isolamento de uma ilha. Com a diminuição da
vegetação adjacente e o distanciamento destas com as áreas em recuperação,
diminuirá a troca de sementes entre as áreas, principalmente pelo impacto aos
mamíferos e aves da região, que são importantes dispersores de sementes (REIS
2003).
Foto 40. Área adjacente a PCH Santa Gabriela onde foi constatado ações de desmatamento. Foto: Acervo ANAMBI, 2013.
7.2.2. Monitoramento do PRAD
Da 13ª a 16ª campanha foram avaliados em torno de 1000 mudas (Tabela 26),
por campanha. O que representam cerca de 5% do total plantado em 2010, nas
áreas B1, B2, B3, B4, B5, B6 e B7 (Tabela 26). Destas, a menor mortalidade foi
190
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
observada na campanha de março, com 30 indivíduos e a maior em julho, com 51
indivíduos constatados como mortos. Na campanha de janeiro de 2014 foi
observada uma diminuição na proporção de indivíduos constatados como mortos,
em relação às campanhas anteriores, realizadas na época de estiagem (julho e
outubro), pois, alguns indivíduos foram observados em rebrota após o período de
maior pluviosidade (Foto 41).
Tabela 26. Informações sobre o plantio realizado nas áreas de recuperação, junto com os dados coletados nas campanhas de março, julho, outubro de 2013 e janeiro de 2014.
Área Plantadas Amostradas % Plantio Mortas % Amostra Media Desv
mar/13
B1 2435 180 7,39 2 1,11 1,07 0,60
B2 315 33 10,48 2 6,06 0,86 0,58
B3 429 47 10,96 3 6,38 1,97 1,39
B4 608 60 9,87 2 3,33 1,70 0,60
B5 382 39 10,21 1 2,56 2,26 0,84
B6 300 30 10,33 1 3,23 1,52 0,92
B7 15160 515 3,40 19 3,69 1,65 0,86
TOTAL 19629 904 4,61 30 3,32 1,55 0,89
jul/13
B1 2435 179 7,35 21 11,73 1,19 0,74
B2 315 52 16,51 5 9,62 0,57 0,42
B3 429 43 10,02 1 2,33 2,63 1,21
B4 608 52 8,55 0 0,00 1,77 1,29
B5 382 52 13,61 1 1,92 2,08 0,93
B6 300 78 26,00 0 0,00 1,76 0,73
B7 15160 520 3,43 31 5,96 1,88 1,05
TOTAL 19629 976 4,97 59 6,05 1,71 1,06
out/13
B1 2435 233 9,57 18 7,73 1,48 0,72
B2 315 38 12,06 4 10,53 1,19 0,59
B3 429 43 10,02 0 0,00 2,52 1,31
B4 608 67 11,02 2 2,99 2,19 1,32
B5 382 40 10,47 1 2,50 2,73 1,40
B6 300 34 11,33 0 0,00 2,38 1,38
B7 15160 617 4,07 26 4,21 1,53 0,69
TOTAL 19629 1072 5,46 51 4,76 1,66 0,91
jan/14
B1 2435 250 10,27 11 4,40 1,75 0,77
B2 315 35 11,11 3 8,57 1,05 0,56
B3 429 43 10,02 0 0,00 1,81 0,68
B4 608 62 10,20 2 3,23 2,16 0,94
B5 382 40 10,47 1 2,50 2,47 1,49
191
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
B6 300 30 10,00 0 0,00 2,37 1,57
B7 15160 700 4,62 18 2,57 1,96 0,96
TOTAL 19629 1160 5,91 35 3,02 1,92 0,97
Foto 41. Muda com inicio de rebrota durante período de maior pluviosidade. Foto: Acervo ANAMBI, 2014.
Durante estas etapas de monitoramento a altura media total manteve se estável
com ligeira tendência de crescimento (Figura 30 Tabela 26). Destaque para as áreas
B1 e B2 que, apesar de serem as áreas mais criticas do monitoramento, nas duas
ultimas campanha apresentaram um aumento na altura media.
As áreas de plantio estão situadas na mesma região e estão sujeitas a condições
hídricas equivalentes. Uma vez que as condições de plantio foram aplicadas de
forma padrão, com adubação inicial e coroamento, esta diferença nas proporções de
crescimento entre as áreas pode estar relacionada às características das diferentes
espécies, de diferentes estágios sucessionais e as pequenas diferenças de
fertilidade e composição do solo das áreas em questão.
192
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Figura 30. Média (barras) e desvio padrão (linhas) da altura das mudas amostradas em cada área de recomposição vegetal, nas campanhas de A) março, B) julho, C) outubro de 2013 e D) Janeiro de 2014.
A área B1 compreende o antigo alojamento dos operários e após o término das
obras, iniciaram-se ações de recuperação com o plantio de 2.435 mudas nativas no
período da quinta campanha. No primeiro trimestre de 2013 foi realizado o
enriquecimento e a substituição de mudas falhadas, adicionando mais 100 mudas
nesta área (Tabela 26) e também adubação e coroamento (Foto 42).
Esta área vem apresentando a segunda menor altura media e as maiores
quantidades de indivíduos mortos, entretanto houve um amento na estatura dos
indivíduos entre a décima terceira campanha (1,06 ± 0,59 m) e a décima sexta (1,74
± 0,76 m) (Figura 30 Tabela 26). A mortalidade ao longo das etapas de
monitoramento desta área tem sido considerado alto e ocasionado pela competição
com as gramíneas exóticas (Foto 43 a 45).
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
B1 B2 B3 B4 B5 B6 B7 TOTAL
Altura
m
13 Campanha
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
B1 B2 B3 B4 B5 B6 B7 TOTAL
Alt
ura
m
14 Campanha
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
B1 B2 B3 B4 B5 B6 B7 TOTAL
Alt
ura m
16 Campanha
A B
C D
193
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Foto 42. A) Aspecto geral da Área B1, evidenciando o desenvolvimento da Brachiaria. B) Mudas de baixo porte evidenciando o coroamento e a presença de gramíneas no seu entorno na campanha de Março/2013 Foto: Acervo ANAMBI, 2013.
Foto 43. Aspecto geral da Área B1, evidenciando o desenvolvimento das gramíneas na campanha de Julho/2013 Foto: Acervo ANAMBI, 2013.
A B
194
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Foto 44. Fotos, A) Aspecto geral da Área B1, B) competição das mudas com as gramíneas, C) coroa com invasão de gramíneas e D) coroa ainda sem invasão de gramíneas na campanha de outubro/2013. Foto: Acervo ANAMBI, 2013.
A B
C D
195
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Foto 45. Fotos, A) Aspecto geral da Área B1 evidenciando a presença de gramíneas, B) resquício do coroamento realizado no inicio de 2013, C) muda com coroa totalmente invadida por gramíneas na campanha realizada em janeiro de 2014. Foto: Acervo ANAMBI, 2014.
A área B2 compreende o antigo pátio de caminhões, onde todo material de
execução da obra foi retirado, ocorrendo o fechamento dos acessos e isolamento da
área evitando maiores impactos. Esta área recebeu inicialmente cerca de 300
mudas nativas e no primeiro trimestre de 2013 houve o enriquecimento e a
substituição de mudas falhadas, adicionando mais 600 mudas nesta área (Tabela
25), bem como a adubação e o coroamento das mudas (Foto 46).
Na área B2 o baixo desenvolvimento dos indivíduos vem sendo recorrente ao
longo do monitoramento, entretanto, assim como a área B1 a área B2 também
apresentou aumento na estatura medias dos indivíduos nas duas ultimas
campanhas (Figura 30 Tabela 26).
A B
C
196
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Assim como na área B1 a área B2 têm apresentando recorrência de gramíneas
exóticas ao longo do monitoramento (Foto 47 a 49). As gramíneas exóticas
competem com as mudas de espécies nativas por recursos e podem ocasionar
efeitos alelopáticos e inibirem o crescimento de plantas de diferentes espécies
nativas (SOUZA-FILHO et al. 2005). A manutenção das áreas em restauração deve
prever o coroamento das mudas plantadas até que elas sejam capazes de
sobreviver à competição com as gramíneas (DURIGAM et. al. 2011). As áreas B1 e
B2 ainda possuem indivíduos de baixo porte e, estes, necessitam de manutenção
constante com coroamento das mudas antes (outubro a novembro) e depois (março
a abril) dos períodos de maior pluviosidade ou sempre que for observado o
crescimento excessivo de gramíneas.
Foto 46. Mudas de baixo porte na área B2 evidenciando o coroamento e a presença de gramíneas no seu entorno na campanha de Março de 2013. Foto: Acervo ANAMBI, 2013.
Foto 47. Gramíneas competindo com as mudas na área B2 na campanha de Julho de2013 Foto: Acervo ANAMBI, 2013.
197
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Foto 48. Gramíneas competindo com as mudas na área B2 na campanha de outubro de 2013. Foto: Acervo ANAMBI, 2013.
Foto 49. Gramíneas competindo com as mudas na área B2 na campanha de janeiro de 2014. Foto: Acervo ANAMBI, 2013.
A área B3 tem apresentado indivíduos com bom desenvolvimento (Foto 50)
ocorrendo indivíduos com altura media que ultrapassam os 2 m (Figura 30, Tabela
26). Também foi constatada baixa mortalidade, não sendo observados indivíduos
mortos nas ultimas duas campanhas. Foi observado que o coroamento realizado no
inicio de 2013 (Foto 51) foi bem sucedido e a coroa de alguns indivíduos ainda não
foi totalmente invadida pelas gramíneas.
198
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Foto 50. Indivíduo bem desenvolvido frutificando na área B3. Outubro/2013 Foto: Acervo ANAMBI, 2013.
Foto 51. Mudas que foram coroadas no primeiro trimestre de 2013 na área B3. A) e B) Julho/2013 C) e D) agosto de 2013. Foto: Acervo ANAMBI, 2013.
199
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Foto 52. Aspecto geral da área B3 na campanha de Janeiro de 2014. Foto: Acervo ANAMBI, 2014.
Nas áreas B4, B5 e B6 foi observado bom desenvolvimento do plantio (Foto 53 a
56) com pouca variação entre as alturas medias com tendência ao aumento nas
ultimas duas campanhas (Figura 30, Tabela 26) e poucos indivíduos falhados. O
bom desenvolvimento das mudas aumenta a resiliência da área, pois diminui o
estresse hídrico, proporciona sobreamento para o estabelecimento de espécies
secundarias e climácicas e enriquece o banco de sementes (REIS et al., 2003). O
aumento na resiliência torna a área capaz de se recuperar de flutuações internas
provocadas por distúrbios naturais ou antrópicos e assim proporciona às áreas em
recuperação a capacidade de desenvolverem-se e voltarem a um estado próximo do
natural.
200
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Foto 53. Indivíduos de grande porte na campanha de março de 2013. A) área B4; B) área B5 e C) área B6. Foto: Acervo ANAMBI, 2013.
A B
C
201
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Foto 54. Indivíduos de grande porte na campanha de Julho de 2013. A) área B4; B) área B5 e C) área B6. Foto: Acervo ANAMBI, 2013.
A B
C
202
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Foto 55. Indivíduos de grande porte na campanha de Outubro de 2013. A) área B4; B) área B5 e C) área B6. Foto: Acervo ANAMBI, 2013.
A B
C
203
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Foto 56. Indivíduos de grande porte na campanha de Janeiro de 2014. A) área B4; B) área B5 e C) área B6. Foto: Acervo ANAMBI, 2014.
A área B7 merece especial atenção por ser considerada uma área crítica, pela
dificuldade em realizar a recuperação ambiental, uma vez que é caracterizada como
uma área que foi utilizada para depósito de materiais escavados não utilizáveis.
Considerado como um local de solo exposto (Foto 57) e extremamente pobre em
nutrientes. Apesar das peculiaridades da área, os indivíduos estão em bom estado
de desenvolvimento, (Foto 58) com altura media dos indivíduos chegando a de 1,95
± 0,95 m na campanha de janeiro de 2014 (Figura 30) e taxas de mortalidades
inferiores a 6% (Tabela 26). No primeiro trimestre de 2013 foi realizado um replantio
para o enriquecimento e a substituição de mudas falhadas adicionando mais 1650
novas mudas.
Durante as ultimas campanha tem sido observado uma menor proporção de solo
exposto com o crescimento de gramíneas na área (Foto 59). O crescimento destas
A B
C
204
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
gramíneas auxilia na retenção dos processos erosivos que carreiam nutrientes do
solo. Entretanto, o aumento excessivo pode ocasionar competição entre as
gramíneas e as mudas de baixo porte. Alguns indivíduos ainda possuem efeito do
coroamento realizado no primeiro trimestre de 2013 (Foto 60). Porém, para alguns,
este coroamento já perdeu efeito e as gramíneas competem com as mudas (Foto
60).
Foto 57. A) Solo arenoso exposto na área B7. A) Março/2013; B) Julho/2013; C) Outubro/2013 e D) Janeiro/2014 Foto: Acervo ANAMBI, 2013/2014.
A B
C D
205
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Foto 58. Indivíduos bem desenvolvidos na área B7. A) Março/2013; B) Julho/2013; C) Outubro/2013 e D) Janeiro/2014 Foto: Acervo ANAMBI, 2013/2014.
A B
C D
206
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Foto 59. A) Solo coberto por gramíneas na área B7. A) Julho/2013; B); Outubro/2013 e C) Janeiro/2014 Foto: Acervo ANAMBI, 2013/2014.
A B
D
207
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Foto 60. Indivíduos de baixo porte na área B7. A) com coroamento, Julho/2013; B) sem coroamento, Julho de 2013; C) com coroamento, Outubro/2013; D) sem coroamento, Outubro/2013; E) com coroamento, Janeiro/2014 e F) sem coroamento, janeiro/2014.
Na Foto 61 é possível observar as peculiaridades da área B7, que compreende o
bota fora 2-3. Na ilustração é possível observar regiões que ainda possuem solo
exposto e outros onde as mudas estão bem desenvolvidas.
B A
C D
E F
208
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Foto 61. Foto aérea da área B7 evidenciando o estado de desenvolvimento das mudas nativas plantadas no local. Foto: Acervo Brennand Energia, 2013.
De modo geral, as espécies apresentam bom aspecto fitossanitário e vigor nas
áreas monitoradas. Apenas alguns indivíduos foram observados com presença de
galhas ou predação por insetos (Foto 62), mas em baixa quantidade em relação ao
total observado, não prejudicando o plantio como um todo.
209
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Foto 62. Exemplo de indivíduos com a presença de galhas observados nas áreas de plantio. A) Março/2013; B) Julho/2013; C) Outubro/2013 e D) Janeiro/2014 Foto: Acervo ANAMBI, 2013/2014.
Nas três áreas em que foram implantados os poleiros artificiais, foram
encontrados poleiros em pé e em boas condições. Também foram observadas
árvores de grande porte seca nas áreas de plantio funcionando como poleiro (Foto
63). Pelo menos 50% das espécies vegetais arbóreas do cerrado são dispersas por
zoocoria (SILVA-JÚNIOR 1984). Um dos possíveis primeiros passos para a
sucessão vegetal, com o objetivo de revegetar áreas degradadas ou alteradas por
ações antrópicas, é utilizar poleiros artificiais como foco de recrutamento de
sementes. A dispersão das sementes inicia o processo de sucessão vegetal
(WOLFE 1993). A deposição de sementes por aves influencia a vegetação e
reciprocamente, a presença de focos de recrutamento na vegetação pode influenciar
os padrões de distribuição das aves que dispersam sementes.
A B
C D
210
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Foto 63. Exemplo de poleiro naturais e artificiais observado nas áreas de plantio. Foto: Acervo ANAMBI, 2013/2014.
Nas áreas B3, B4, B5 e B7 foram observados indivíduos em estagio reprodutivo
(Foto 64). Isto evidencia o bom estado das espécies do plantio e contribui com a
formação e enriquecimento, direta ou indiretamente, do banco de sementes (REIS et
al., 2003). Diretamente pelas próprias sementes produzidas e indiretamente por
oferecer abrigo e alimento para a fauna local que pode transportar sementes de
espécies nativas adjacentes (REIS et al., 2003). O banco de sementes é um
componente de extrema importância na conservação de populações de plantas
(GARWOOD, 1989), participando dos processos ecológicos, como o
restabelecimento de comunidades após distúrbios e a manutenção da diversidade
de espécies, entre outros (GARWOOD, 1989).
211
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Foto 64. Espécies em estado reprodutivo nas áreas monitoradas do PRAD. A) Bauhinia longifolia, B) Anadenanthera falcatra, C) Bixa orelana D) Anadenanthera macrocarpa. E) Xylopia aromatica e F) Schinus terebinthifolia Foto: Acervo ANAMBI, 2013/2014.
A B
C D
E F
212
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
7.3. Considerações Finais
A ocorrência de desmatamentos próximos à área da PCH pode afetar
negativamente o PRAD, pois diminuirá a complexidade ambiental e,
consequentemente, a riqueza e abundância, tanto de espécies vegetais como de
animais, responsáveis pela dispersão de sementes. Entretanto, por se tratar de
áreas não monitoradas por este programa não é possível avaliar esse impacto.
As taxas de mortalidade em torno de 10% ocorridas para as áreas de
amostragens podem ser consideradas baixas e normais (SANO & FONSECA, 2003).
A alta taxa de sobrevivência em áreas onde ocorre competição com gramíneas são
associadas aos tratos culturais como coroamento, controle de formigas e adubação
(FONSECA et al., 2001). Assim, as mudas observadas mortas durante as campanha
se devem a indivíduos mais suscetíveis a competição com as gramíneas e a falta de
água ocorrida com período de estiagem.
As ações de replantio na área B2, coroamento e adubação nas áreas B1, B2, B3,
B4, B5 e B6 atenderam de maneira satisfatória o recomendado durante os
monitoramentos anteriores (Dezembro de 2012), chegando a extrapolar o
recomendado anteriormente com o replantio de mudas nas áreas B1, B7 e A4 e o
coroamento e adubação nas áreas A2, A3, A4, A5, A6 e B7.
Este replantio refletiu positivamente nos resultados das campanhas de
monitoramento, onde foram observados poucos indivíduos mortos. Sendo assim, é
esperado que o Programa de Monitoramento de Áreas Degradadas da PCH Santa
Gabriela continue obtendo bons resultados com relação à baixa mortandade de
espécies, visto que, o replantio foi além do que o recomendado.
A realização da adubação e do coroamento no primeiro trimestre de 2013
favoreceu o desenvolvimento das novas mudas, tanto das com baixo porte como as
já bem estabelecidas. Entretanto, em algumas áreas o coroamento perdeu efeito ao
longo do ano e necessita ser realizado novamente, para as mudas de baixo porte,
213
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
como no caso da área B7. Nessa área apesar das gramíneas dificultarem a
formação dos processos erosivos, estas, competem com as mudas do plantio.
As áreas B1 e B2 continuam com as menores alturas médias e as maiores taxas
de mortalidade. Assim, faz-se necessário um maior esforço de manutenção nestas
áreas. O coroamento deve ser frequente e antes do período de maior pluviosidade
(outubro a novembro), evitando, assim, o rápido avanço das gramíneas no período
de chuva e a competição com as gramíneas no período de estiagem. A manutenção
das áreas em restauração deve prever, no mínimo, o coroamento das mudas do
plantio até que elas sejam capazes de sobreviver à competição com as gramíneas,
quando tiverem ultrapassado a altura do capim.
Em nenhuma etapa do monitoramento foram registradas pragas ou doenças
sobre os plantios na PCH Santa Gabriela, em quantidade que possa comprometer o
plantio.
De modo geral, as áreas monitoradas vêm apresentando mudas em
desenvolvimento com bom aspecto fitossanitário e vigor. A altura media tem
apresentado tendências de aumento e em algumas áreas a media de altura
ultrapassam os dois metros.
214
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
7.4. Referências Bibliográficas
CLARK, J. S., B. BECKAGE, P. CAMILL, B. CLEVELAND, J. HILLERISLAMBERS, J.
LICHTER, J. MCLACHLAN, J. MOHAN; P. WYCOFF. 1999. Interpreting recruitment
limitation in forests. American Journal of Botany 86: 1-16.
IBAMA, 1990. Manual de Recuperação de áreas degradadas pela mineração. Brasília,
IBAMA, 96p.
FENNER, M 1985. Seed Ecology. New York, Chapman e Hall. 151p.
FONSECA, F., 1989. Os efeitos da mineração sobre o meio ambiente. In: Brasil Mineral –
Especial: Meio Ambiente. p 74-80.
GUEDES, M. C; V. A MELO; J. J GRIFFITH. 1997. Uso de poleiros artificiais e ilhas de
vegetação por aves dispersoras de sementes. Ararajuba, v. 5, n. 2, p. 229-232.
HARPER, J. L. The population biology of plants. London: Academic Press, 1977. 892p.
HARPER, J. L., 1987. The heuristic value of ecological restoration. In: Jordan III, W.R.;
Gilpin, M.E.; Aber, J.D. (Ed) Restoration ecology – A synthetic approach to ecological
research. Cambridge: University Press, p. 35-45.
KAGEYAMA, P. GANDARA, F. B., 2004. Recuperação de áreas ciliares. In: Matas ciliares:
conservação e recuperação. Ricardo Ribeiro Rodrigues, Hemógenes de Freitas Leitão
Filho (Eds.). São Paulo: Edusp, FAPESP, p. 249-269.
JORDANO, P.; GODOY, J. A. Frugivore-generated Seed Shadows: a landscape view of
demographic and genetic effects. In: LEVEY, D. J. Seed dispersal and frugivory. New
York: CABI Publishing, 2002. Cap. 20, p. 305-322.
JORDANO, P.; GALETTI, M.; PIZO, M. A; SILVA, W. R., 2006. Ligando a dispersão de
sementes à biologia da conservação, Pp. 411-436. in: Duarte, C (ed.) Biologia da
Conservação: Essências. Editorial Rima, São Paulo.
REIS, A; BECCHARA, F. C.; ESPINDOLA, M. B.; VIEIRA, N. K.; SOUZA, L. L., 2003.
Restauração de áreas degradadas: a nucleação como base para incrementar os
processos sucessionais. Natureza & Conservação, 1(1): 28-36.
SILVA, W. R., 2003. A importância das interações planta-animal nos processos de
restauração. in: KAGEYAMA, PY; OLIVEIRA, R. E.; MORAES, L. F. D.; ENGEL, V. L.;
GANDARA, F. B. (orgs.). Pp. 77-90. Restauração ecológica de ecossistemas naturais.
Fundação de Estudos e Pesquisas Agrícolas e Florestais – FEPAF, Botucatu. 340 pp.
MACHADO, E. L. M.; GONZAGA, A. P. D.; MACEDO, R. L. G.; VENTURIN, N.; GOMES, J.
E. 2006. Importância da avifauna em programas de recuperação de áreas degradadas.
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MATO GROSSO DO SUL, 1990. Secretaria de Planejamento e Coordenação Geral. Atlas
multirreferencial. Mapas. 28p.
MIRITI,M. N. 1998. Regeneração florestal em pastagens abandonadas na Amazônia central:
competição, predação e dispersão de sementes. In: (Ed.) GASCON, C., MOUTINHO,
P. Floresta Amazônica: dinâmica, regeneração e manejo. Manaus, pp.179-190.
215
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
SOUZA FILHO, A. P. S.; PEREIRA, A. A. G.; BAYMA, J. C., 2005. Aleloquímico produzido
pela gramínea forrageira Brachiaria humidicola. Planta Daninha, 23(1): 25-32.
TRÊS, D. R., 2006. Tendências da restauração ecológica baseada na nucleação. In:
MARIATH, J. E. A.; SANTOS, R. P. (Eds). Os avanços da botânica no início do século
XXI: morfologia, fisiologia, taxonomia, ecologia, e genética: conferências plenárias e
Simpósios do 57º Congresso Nacional de Botânica. Sociedade Botânica do Brasil,
Porto Alegre, Brasil, p. 404-408.
TURNBULL, L. A.; M. J. CRAWLEY; M. REES. 2000. Are plant populations seed-limited? A
review of seed sowing experiments. Oikos 88: 225-238.
7.5. Responsável técnico:
Eder Afonso Doná
Biólogo, M.Sc. Ecologia e Conservação.
CRBio-1:082214/01-D
CTF: 2517698
7.6. Anexos
Anexo I - Anotação de Responsabilidade Técnica
Anexo II - Cadastro Técnico Federal Certificado de Regularidade
216
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
ANEXO I
Anotação de Responsabilidade Técnica
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Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
ANEXO II
Cadastro Técnico Federal Certificado de Regularidade
218
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
8. PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL E EDUCAÇÃO
AMBIENTAL
8.1. Apresentação e Justificativas
“Entende-se por Educação Ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade”
(Art.1°Lei 9.795,1999).
Cabe à educação ambiental, como processo político e pedagógico, formar para o
exercício da cidadania, desenvolvendo conhecimento interdisciplinar baseado em
uma visão integrada de mundo. Tal formação permite que cada indivíduo investigue,
reflita e aja sobre efeitos e causas dos problemas ambientais que afetam a
qualidade de vida e a saúde da população. Nesse sentido os vínculos entre as
organizações da sociedade civil e os órgãos públicos devem ser fortalecidos. Para
alcançar esses objetivos a educação ambiental proposta neste programa tem como
estratégia atuar com as gerações futuras (crianças e adolescentes), como agentes
multiplicadores de conhecimentos e valores sociais, incutindo hábitos de
preservação, alterando a relação de convivência com o meio ambiente, de seus
familiares, vizinhos e amigos. A escola é o espaço privilegiado para a iniciativa da
Educação ambiental, partindo dela para toda a comunidade através de trabalhos em
parceria com educadores e alunos.
A Comunicação Social desempenha papel fundamental, sendo um instrumento
integrado ao programa de educação ambiental, criando um canal de comunicação
entre o empreendedor, o poder público, população e grupos de interesse, garantindo
assim a compreensão do empreendimento em todas as suas fases, identificando
demandas e expectativas locais.
Buscar a sensibilização e participação da comunidade que vive nas proximidades
de áreas recuperadas ou de preservação faz parte da comunicação social, através
de material informativo e educativo, orientando atitudes de preservação e
estimulando denuncias às práticas ilegais.
219
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Orientar e informar os profissionais que atuam na operação do empreendimento
para que desempenhem as suas funções causando o mínimo de dano ambiental
possível, estimulando práticas de recuperação e preservação e também sua
participação nos programas de educação ambiental e comunicação social perante a
população local, sendo mais um agente multiplicador da importância da preservação
do meio ambiente.
8.2. Objetivos
Este programa tem como objetivo promover a educação ambiental e comunicação
social nos municípios atingidos pela PCH Santa Gabriela, na fase de operação,
contribuindo para a melhoria das condições do meio ambiente na área de influência
direta e na indireta. Para tanto está sendo desenvolvida parceria com a Secretaria
de Educação e a Direção das Escolas Municipais e Estaduais, buscando atingir uma
parcela da população que será multiplicadora de condutas de preservação e
fiscalização do ambiente. Conscientizar a população através de informativos da
necessidade de se preservar o meio ambiente, alterando a relação entre a
população e a natureza nos municípios atingidos pelo empreendimento.
8.3. Metas
Colaborar e enriquecer os trabalhos realizados pela Secretaria Municipal de
Educação dos Municípios próximos ao empreendimento com relação à educação
ambiental preservação e valorização do ambiente local, estabelecendo parcerias,
participando das atividades previstas e propondo novas atividades para a
comunidade escolar;
Informar toda população próxima ao empreendimento sobre as ações realizadas
para conservação, preservação e recuperação das áreas impactadas, prestando
conta dos trabalhos e orientando sobre o uso do entorno do empreendimento
através de informativos.
220
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
8.4. Atividades do Programa de Educação Ambiental
8.4.1. Levantamento de dados e Diagnósticos.
O município de Sonora-MS possui uma população de 15.239 habitantes (Censo
2011), conta com 6 unidades de pré-escola, 5 escolas de ensino fundamental
municipal e 1 escola estadual de ensino médio, são mais de 3400 alunos da rede
pública.
O município de Itiquira-MT possui uma população de 12.109 habitantes (Censo,
2010), conta com 5 escolas municipais, sendo 02 em áreas rurais com 2.100 alunos
do ensino básico e 2 escolas estaduais com 1.200 alunos do ensino médio. O
município possui um distrito que fica aproximadamente 130 km da cidade chamado
Ouro Branco, praticamente 50% dos alunos da rede estão nessa região.
8.4.2. Visitas à Gerência Municipal de Educação da cidade de Sonora – MS e
Secretaria Municipal de Educação de Itiquira-MT.
Com o objetivo de dar continuidade as atividades do Programa de Educação
Ambiental e Comunicação Social da PCH Santa Gabriela nos municípios do entorno
do empreendimento foram realizadas no dia 03/12/2013 visitas a Gerência Municipal
de Educação de Sonora-MS (Foto 65) e a Secretaria Municipal de Educação de
Itiquira-MT(Foto 66) para levantamento de sugestões de atividades e agendamento
de Palestra com professores, coordenadores de educação e toda comunidade local.
Durante a visita a Pedagoga Jaqueline Corrêa Gama - Anambi - Análise
Ambiental convidou a todos para participar das Palestras realizadas nos dias 19 e 20
de dezembro nos dois municípios, com o tema “PCH Santa Gabriela e
Sustentabilidade” com o objetivo de apresentar atividades realizadas com relação
ao empreendimento e estabelecer um cronograma de parcerias e atividades para o
Programa de Educação Ambiental com toda comunidade local, especialmente com
educadores e alunos das redes de ensino dos municipios.
221
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Foto 65 – Visita a Gerencia Municipal de Educação, Cultura e Lazer de Sonora-MS Com
Coordenadoras de Educação - Foto: Acervo: ANAMBI 2013.
Foto 66 – Visita a Secretaria Municipal de Educação de itiquira-MT, com a Secretária de Educação
Sra. Jane Gobbi - Foto: Acervo: ANAMBI 2013.
Foram realizadas visitas em escolas, Câmaras de Vereadores, entidades e empresas
locais e distribuído convites para toda comunidade dos municípios de Itiquira/MT e
Sonora/MS para participarem das palestras realizadas nos dias 19 e 20/12/2013.
222
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
8.4.3. Palestra “PCH Santa Gabriela e Sustentabilidade”
8.4.3.1. Município de Itiquira-MT – Data 19/12/2013.
O evento teve inicio às 17h com a participação de diversos segmentos da
sociedade, etavam presentes a secretária de Educação do Municipio, Sra. Jane
Gobbi, vereadores Afonso Rodrigues Aragão, Ademir Dal Berti, Alcides A. Campos
Ferreira (Cido do Roberto), representantes da Associação dos Artesões de Itiquira,
estudantes e comunidade em geral (Fotos 67, a 7).
Durantes a Palestra foram tratados os seguintes temas (Anexo III):
Pequenas Centrais Elétricas, Energia no Brasil, Energias renováveis,
Energia Limpa, Sustentabilidade;
Monitoramento Ambiental e Programas Realizados na PCH Santa
Gabriela;
Programa de Educação Ambiental e ações realizadas com as
comunidades.
Foto 67. Sr. Geraldo A. Silva da Anambi fazendo a Abertura da Palestra com apresentação da PCH Santa Gabriela. Foto: Acervo: ANAMBI 2013.
223
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Foto 68. Engenheiro Thiago Duarte apresentando os Programas Ambientais Realizados na PCH Santa Gabriela. Foto: Acervo: ANAMBI 2013.
Foto 69. Durante apresentação foram distribuídos Folder informativo com conteúdo de Educação Ambiental e Conscientização Social. Foto: Acervo: ANAMBI 2013.
224
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Foto 70. Pedagoga Jaqueline C. Gama apresentando o Programa de Educação Ambiental e Ações realizadas no Municipio. Foto: Acervo: ANAMBI 2013
Ao final das apresentações os presentes tiveram a oportunidade de esclarecer
dúvidas sobre os programas apresentados, questões ambientais e operação do
empreendimento, bem como discutir e avaliar os impactos ambientais negativos e
positivos da instalação de pequenas centrais hidrelétricas comparadas com outras
fontes de geração de energia.
Foram distribuídos folders e camisetas a todos os participantes e um coffee Break
de encerramento.
8.4.3.2. Município de Sonora-MS – Data 20/12/2013.
O evento teve inicio às 17h com a participação de diversos segmentos da
sociedade, etavam presentes professores do Colégio Lorenzo Giobbi,
coordenadores de educação das escolas municipais, empresários, estudantes e
comunidade em geral (Fotos 71 a 74).
Durantes a Palestra foram tratados os seguintes temas (Anexo III):
Pequenas Centrais Elétricas, Energia no Brasil, Energias renováveis,
Energia Limpa, Sustentabilidade;
225
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Monitoramento Ambiental e Programas Realizados na PCH Santa
Gabriela;
Programa de Educação Ambiental e ações realizadas com as
comunidades.
Foto 71. Abertura da Palestra com apresentação da PCH Santa Gabriela. Foto: Acervo: ANAMBI 2013.
Foto 72. Engenheiro Thiago Duarte apresentando os Programas Ambientais Realizados na PCH Santa Gabriela. Foto: Acervo: ANAMBI 2013.
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Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Foto 73. Pedagoga Jaqueline C. Gama apresentando o Programa de Educação Ambiental e Ações realizadas no Municipio. Foto: Acervo: ANAMBI 2013
Foto 74. Durante apresentação foram distribuídos Folder informativo com conteúdo de Educação Ambiental e Conscientização Social. Foto: Acervo: ANAMBI 2013
Ao final das apresentações os presentes tiveram a oportunidade de esclarecer
dúvidas sobre os programas apresentados, questões ambientais e operação do
empreendimento, bem como discutir e avaliar os impactos ambientais negativos e
positivos da instalação de pequenas centrais hidrelétricas comparadas com outras
fontes de geração de energia.
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Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Foram distribuídos Folders e camisetas a todos os participantes e um coffee
Break de encerramento.
8.5. Atividades do Programa de Comunicação Social
Para a realização das atividades foram criados e confeccionados os seguintes
materiais:
Folder informativo de conscientização ambiental, tratando dos programas de
monitoramento ambiental realizados na operação da PCH Santa Gabriela
(Figura 1 e 2).
Convites que foram distribuídos em toda comunidade local (Figura 3).
Camisetas com temas abordados e distribuídos durante o evento (Figura 4).
228
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Figura 31. Folder Informativo e Educativo frente.
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Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Figura 32. Folder Informativo e Educativo - Verso
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Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Figura 33. Convites Palestras Itiquira/MT e Sonora/MS
.
231
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Figura 34.. Camisetas distribuídas durante o evento
8.6. Considerações finais
O evento propiciou a oportunidade de comunicação entre os responsáveis pelo
Programa de Educação Ambiental e Preservação da PCH Santa Gabriela com as
comunidades dos municípios do entorno do empreendimento, no sentido de informar
as ações realizadas pela PCH Santa Gabriela e de juntos desenvolverem parcerias
para atividades e programas de Educação Ambiental e Conscientização Social, bem
como fomentar o desenvolvimento sustentável das comunidades formando novos
agentes multiplicadores de conhecimento e valores sociais, incutindo hábitos de
preservação, consumo consciente e responsabilidade social.
O número de participantes nos dois municipios chegou a 42 participantes (Anexo I
e II), sendo representantes públicos, estudantes e comunidade em geral,
demonstrando o grande potencial multiplicador que ações educativas voltadas às
atividades de proteção e melhoria sócioambiental encontram em toda sociedade.
232
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
8.7. Referências Bibliográficas
ALMEIDA, L.F.R de, BICUDO, R. H., BORGES, L. A. Educação pedagógica
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Ciência e Educação, v. 10, n.1, p.121-131, 2004.
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Gabriela, 2004.
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - http://www.ibge.gov.br,
acessado em 10 de dezembro de 2013.
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LICENÇA DE OPERAÇÃO N° 865/2009
PEDRINI, A.G. (org.) Metodologias em Educação Ambiental. Elmo Rodrigues
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PELICIONI, M. C. F. Fundamentos da Educação Ambiental. In: Curso de Gestão
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editores – Barueri, SP. Coleção Ambiental. Manole, 2004.
SATO, M. Educação Ambiental. São Carlos, Rima, 2002.
BRANCO,S.M. Energia e Meio Ambiente. São Paulo: Moderna, 1990.
Processo Formador em Educação Ambiental a Distância, mód. 2, 3 Ministério
Da Educação, Sec. de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, 2009.
233
Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
8.8. Responsável Técnico
Jaqueline Corrêa Gama Pedagoga / UFMS CTF: 4972552 - IBAMA
8.9. Anexos
Anexo I – Lista de Presença dos Participantes Cidade de Itiquira/MT
Anexo II – Lista de Presença dos Participantes Cidade de Sonora/MS
Anexo III – Slide Apresentação Palestra “PCH Santa Gabriela e Sustentabilidade”
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Monitoramento Ambiental – PCH Santa Gabriela Março/2014
Anexo I – Lista de Presença dos Participantes Cidade de Itiquira/MT
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Anexo II – Lista de Presença dos Participantes Cidade de Sonora/MS
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Anexo III – Slide Apresentação Palestra “PCH Santa Gabriela e
Sustentabilidade”
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