modelos contemporâneos de explicação sociológica

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Colégio Ideal Prof. Edson Paulo (Sociologia) Modelos contemporâneos de explicação sociológica A sociologia é fruto das condições históricas que se criaram como consequência da expansão do capitalismo no Ocidente, do desenvolvimento da urbanização e da produção em massa. A necessidade de planejamento, a revolução tecnológica e o desenvolvimento das ciências físicas e naturais foram elementos decisivos para que uma nova concepção da sociedade se formulasse entre cientistas, filosóficos e intelectuais, dando origem a teorias que procuraram explicar a realidade social e o comportamento coletivo. Marxismo – Princípio teórico de explicação da vida social de grande influência nos séculos XIX e XX e que se desenvolveu na perspectiva de responder aos graves conflitos da vida social. A teoria desenvolvida por Karl Marx propunha princípios de práxis social e sua difusão se deu à medida que se multiplicaram pelo mundo os partidos socialistas e comunistas e os movimentos sociais revolucionários. O marxismo foi responsável pelo estímulo à ação política transformadora, pelo olhar da sociologia voltado para as diferenças e desigualdades sociais e pelo desenvolvimento de explicações científicas de alcance mais abrangente no tempo e no espaço.

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Page 1: Modelos contemporâneos de explicação sociológica

Colégio IdealProf. Edson Paulo (Sociologia)

Modelos contemporâneos de explicação sociológica

A sociologia é fruto das condições históricas que se criaram como consequência da expansão do capitalismo no Ocidente, do desenvolvimento da urbanização e da produção em massa. A necessidade de planejamento, a revolução tecnológica e o desenvolvimento das ciências físicas e naturais foram elementos decisivos para que uma nova concepção da sociedade se formulasse entre cientistas, filosóficos e intelectuais, dando origem a teorias que procuraram explicar a realidade social e o comportamento coletivo.

Marxismo – Princípio teórico de explicação da vida social de grande influência nos séculos XIX e XX e que se desenvolveu na perspectiva de responder aos graves conflitos da vida social.

A teoria desenvolvida por Karl Marx propunha princípios de práxis social e sua difusão se deu à medida que se multiplicaram pelo mundo os partidos socialistas e comunistas e os movimentos sociais revolucionários.

O marxismo foi responsável pelo estímulo à ação política transformadora, pelo olhar da sociologia voltado para as diferenças e desigualdades sociais e pelo desenvolvimento de explicações científicas de alcance mais abrangente no tempo e no espaço.

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O marxismo foi responsável pelo estímulo à ação política transformadora, pelo olhar da sociologia voltado para as diferenças e desigualdades sociais e pelo desenvolvimento de explicações científicas de alcance mais abrangente no tempo e no espaço.

Os novos acontecimentos do século XX

A sociologia contemporânea desenvolvida a partida da segunda metade do século XX, quando transformações sociais modificaram a maneira de pensar a vida coletiva.A revolução tecnológica modificaram a geopolítica, abalaram as instituições e reorganizaram as formas de poder e o equilíbrio internacional.

A chamada Terceira Revolução Tecnológica – aquela que se baseou no desenvolvimento da informática e da eletrônica – exigiram que novos conceitos fossem propostos. Esse processo estimulou a sociologia contemporânea.

Sociologia Contemporânea

A sociologia contemporânea apresenta modelos teóricos importantes que têm renovado esse campo do conhecimento e oferecido explicações valiosas para a compreensão da realidade social na atualidade.

As propostas surgiram na Europa e nos Estados Unidos.

Escola de Chicago

Constituída de professores e pesquisadores que procuravam estudar a cidade numa atitude pragmática e interverncionista.

John Dewey – Diante da hegemonia da razão instrumental e do poder do Estado, tornava-se necessário reativar a “esfera pública”, base permanente da democracia.

Escola de Frankfurt

A escola de Frankfurt sucedeu a cem anos de tradição do pensamento social na Alemanha, revendo seus principais autores, como Karl Marx, Engels, Freud, Weber e Nietzche. A atuação de seus membros foi mais acadêmica e teórica do que político-partidária, mas repercute até os dias de hoje.

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Em 1968, nos movimentos sociais revolucionários, autores como Herbert Marcuse foram celebrados, e a Teoria Crítica alcançou enorme acolhida, inspirando ideologicamente tais manifestações.

De maneira geral, as teorias desenvolvidas pela Escola de Frankfurt procuraram rever os princípios marxistas, incorporando conceitos importantes da sociologia do conhecimento e da psicanálise. Tinham por objeto de pesquisa a ação revolucionária e a análise da mercantilização das relações sociais e da produção cultural. Realizaram a análise e a denúncia dos meios de comunicação, aos quais atribuíram o sucesso da doutrina nazista na Alemanha.

Nome de relevo da Teoria Crítica é o de Jurgen Habermas.

Jurgen Habermas:

A grande crítica que tece em relação à sociedade contemporânea é a prevalência da razão instrumental sobre a razão comunicativa.

A ação comunicativa estabelecida pela rede de relacionamentos humanos e pela reflexão perde seu poder de estabelecer o consenso entre os indivíduos.

A escola francesa: Pierre Bourdieu

O nome que mais se distinguiu na sociologia francesa contemporânea foi o Pierra Bourdieu, titular da cátedra de sociologia no Collège de France, iniciou sua pesquisa pela análise da educação e do patrimônio cultural das famílias. Procurando rever as heranças clássicas e buscando conciliar a análise da realidade objetiva com a da subjetividade, Bourdieu se dedicou ao que chamou de “construtivismo estruturalista”.

Construtivismo dizia respeito aos esquemas mentais de percepção, pensamento e ação que caracterizavam o comportamento dos indivíduos e que ele chamou de habitus.

Habitus – É responsável pela forma como as instituições sociais, os valores e as relações são introjetados pelos indivíduos. Fazem parte do habitus a forma de perceber, sentir, fazer, pensar e representar incorporada, de maneira geralmente inconsciente, pelos agentes

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sociais. O habitus tem o poder de definir a individualidade e de garantir certa persistência de nossa maneira de ser no decorrer da vida, sendo o elemento primordial de nossa individualidade. O autor concebia o habitus como a forma particular pela qual certas tendências se organizam, compondo o indivíduo.

O habitus primário consiste em disposições internas do sujeito – que internalizam padrões de vida social – herdadas da família e estruturadas pela experiência individual e pela educação. Transformaram-se ao longo da vida, a partir da experiência da vida adulta, em habitus secundário. Essas formações constituem, entretanto, unidades singulares que, como programas de computador, fornecem múltiplas possibilidades de ação aos sujeitos.

Uma das mais importantes contribuições de Bourdieu para a sociologia, porém, foi a noção de campo, pela qual ele designava esferas autônomas da vida social, historicamente constituídas, envolvendo relações sociais e de produção próprias, sistemas hierárquicos e de dominação, além das instituições particulares.

Propôs um conceito de sociedade formada por diferentes instâncias, ao mesmo tempo autônomas e interdependentes, que mantêm relações de concorrência e poder.

Referência:

COSTA, Cristina. Sociologia: Uma Introdução à ciência da sociedade. 4° edição. Editora Moderna, São Paulo, 2010.