ministÉrio diaconal ibma · 2020. 5. 15. · o espírito santo é da mesma essência do pai e do...
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MINISTÉRIO DIACONAL
IBMA
CURSO DE ATUALIZAÇÃO 2020.1
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HISTÓRICO IBMA
IBMA E A RENOVAÇÃO ESPIRITUAL
A Renovação Espiritual nasceu no coração de Deus e alcançou igrejas históricas na
década de 1960, em especial batistas, presbiterianas e metodistas. Era o vento do Espírito Santo
movendo com liberdade no meio de dezenas de igrejas consideradas “tradicionais”,
demonstrando que os dons espirituais eram e são para nossos dias. Destacaram-se pregadores
avivalistas internacionais como: Raymond Boatright, Edwin Orr, Roy Hession. Entre os nacionais
não podem ser esquecidos os precursores do movimento, considerados “Colunas da
Renovação”: Rosalee Appleby, José Rego do Nascimento, Enéas Tognini, Achilles Barbosa,
Rosivaldo de Araújo, Ilton Quadros, Renê Feitosa. Também se destacaram: Elias Brito Sobrinho,
Darci Guilherme Reis e os irmãos Sinval e Gidalfo Figueira, entre tantos outros.
Alguns são muito importantes para a história da IBMA. O Pr. José Rego do Nascimento
foi pastor em Vitória da Conquista (Bahia) e depois assumiu a maior igreja batista renovada do
Brasil, a Igreja Batista da Lagoinha. Nossos vínculos com àquele Ministério, há décadas presidido
pelo Pr. Marcio Valadão, permanecem até hoje. Foi também de Vitória da Conquista que vieram
os irmãos Gidalfo e Sinval Figueira para iniciar o trabalho da Renovação Espiritual, no Norte, e
fundar igrejas batistas renovadas. Na época os dois não eram pastores, mas missionários e
empresários. Foram responsáveis pela organização de diversas igrejas na Amazônia.
Os pastores Elias Brito Sobrinho e Rosivaldo de Araújo, ambos baianos. foram fundamentais
para os primeiros anos da IBMA. Elias Brito Sobrinho foi o primeiro pastor da Primeira Igreja
Batista de Brasília, que na década de 1960 aderiu à Renovação Espiritual e se transformou em
referência para todo o Brasil. Foi o primeiro presidente da Convenção Batista Nacional – CBN.
Faleceu aos 52 anos em 1974. A IBMA foi uma congregação da Primeira Igreja Batista de
Brasília, no início de sua história. Rosivaldo de Araújo, veio de Recife para assumir a IBMA, lá
era Secretário Executivo da Convenção Batista Missionária do Nordeste, Reitor do STEN e
pastor da Igreja Batista Largo da Paz. Pastoreou diversas igrejas batistas renovadas pelo Brasil
e assumiu funções importantes na Convenção Batista Nacional – CBN. Profundo conhecedor da
Bíblia, sempre foi referência no tema Escatologia. Escritor e conferencista, é autor do Hino da
Renovação Espiritual: “Obra Santa”.
O INÍCIO DE TUDO
Foi no mover de Deus que mudaram para o Pará os irmãos Gidalfo e Sinval Figueira,
juntamente com sua numerosa família. No Nordeste, tinham organizado a Sociedade Missionária
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Sertão Baiano, que utilizando jipes equipados com som e gerador de luz, levavam a mensagem
do Evangelho para pequenas e pobres cidades do interior nordestino. As praças eram pontos
tradicionais de evangelismo. Quando chegaram ao Pará estabeleceram base tanto no interior do
Estado (em fazendas) como na capital. A mesma disposição missionária foi mantida, pelo que,
começaram a realizar evangelismo na Praça do Operário que circunda o Terminal Rodoviário de
Belém, lugar de grande fluxo de pessoas, na década de 1960 e até hoje.
As conversões foram acontecendo e crescendo. Como não havia nenhuma igreja batista
renovada na capital do Pará os novos crentes eram encaminhados para as igrejas existentes,
nem sempre encontrando receptividade, pois não eram batistas tradicionais e também não eram
pentecostais. Daí nasceu o desejo de organizar uma igreja batista renovada formalizada.
Os irmãos Figueira encontraram uma área próxima ao Terminal Rodoviário, um espaço chamado
“ferro de engomar”, por sua forma geométrica mais ou menos triangular. Nesse início de trabalho
também precisa ser lembrado o Pr. Edilson Braga, um dos responsáveis pela escolha do local,
onde a novel igreja começava a se reunir. Ali seria construído o primeiro templo da Igreja Batista
Missionária da Amazônia, hoje seu Anexo 01.
NASCE A IBMA
No ano de 1972, o Pastor Elias Brito Sobrinho, pastor titular da PIB de Brasília, veio a
Belém organizar aquele grupo de irmãos como Igreja autônoma. Foi constituída a “Congregação
Batista de São Brás”, como congregação da Primeira Igreja Batista de Brasília, ligada à
Convenção Batista Nacional.
No final daquele ano, em 25 de novembro de 1972, foi convocado um concílio de
pastores para dar cobertura legal ao ato constitutivo. Compuseram o concílio os seguintes
pastores: Elias Brito Sobrinho, Darciso de Souza Medeiros, Pedro Monteiro de Lima, Nestor de
Jesus Melo e João Rodrigues de Oliveira.
A congregação, por sua vez, era composta de 18 membros: Sinval Figueira, Gidalfo
Figueira, Siloni Sales, Diva Figueira, Rubem Sales Figueira, Elusa Sales Figueira, Nélia Figueira
Sales, Dilma Gusmão Figueira, Délcio Gusmão Figueira, Letícia Correa Figueira, Robério Dias
de Santana Castro, Ailsa Castro, Etelvino Ferreira dos Santos, Lindaura Alves Silva Santos,
Maria Ferreira da Silva, Antonio Ferreira da Silva, Zenaide Ferreira da Silva e Edivaldo Ferreira
Alves. São estes os membros fundadores. E por decisão da Igreja, todos os que pedissem filiação
até trinta dias após a fundação, também seriam considerados desta forma. Sendo assim, também
são considerados membros fundadores: Eliakim Pimenta Diniz e Isaura Maria Santos Oliveira.
Pr. Elias Sobrinho, que foi o ministrante daquela noite, desenvolveu o tema: “Os responsáveis
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pela Arca de Deus”. A Arca seria a Igreja e os responsáveis são o povo de Deus, que devem
conduzi-la através da evangelização e de um esforço missionário ininterruptos. A congregação
indicou como seu primeiro moderador Gidalfo Sales Figueira, a quem foi entregue de forma
simbólica o púlpito da IBMA.
A partir daquele dia foi iniciada a história da Igreja Batista Missionária da Amazônia, a
IBMA.
O PRIMEIRO PASTOR E OS PRIMEIROS DIÁCONOS
Em fevereiro de 1973, a Igreja deliberou convidar o Pr. Rosivaldo de Araújo, que estava
à frente de uma Igreja Batista Largo da Paz em Recife – Pernambuco. Era uma necessidade,
pois como não possuíam um pastor titular tinham que convidar pastores de outras igrejas para a
celebração da ceia e do batismo. O convite foi aceito, e em 19 de agosto daquele ano, o Pr.
Rosivaldo assumiu o pastorado da IBMA. Foi um período de grande crescimento na membresia
da Igreja, passando de 40 para 200 membros. Com muitas lutas e trabalho, como dizia o Pr.
Rosivaldo, pois o entorno na IBMA era bastante complicado, com grande “peso espiritual”. Mas
a obra é Santa, ninguém pode detê-la
**Em março de 1974 foram separados os primeiros diáconos: Gidalfo Sales Figueira e
Sinval Gusmão Figueira.
OS PASTORES DA IBMA
São esses os pastores titulares da Igreja Batista Missionária da Amazônia, com o
respectivo período do pastorado.
• Pr. Rosivaldo de Araújo – 1973 – 1977
• Pr. Carlos Pezzotti – 1977-1978
• Pr. Jeconias Dantas – 1978 – 1979
• Pr. Aluisio Laurindo da Silva – 1979-1984
• Pr. Daniel Eleodoro de Santana Neto – 1985- 1988
• Pr. José Raimundo Monteiro – 1989 – Atual
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DECLARAÇÃO DE FÉ DA IBMA
1. SAGRADAS ESCRITURAS: BÍBLIA SAGRADA
A Bíblia Sagrada foi escrita por homens divinamente inspirados que registraram a
revelação que Deus fez de si mesmo à humanidade, objetivando a salvação do ser humano. Ela
é aceita como única regra de fé, suficiente e infalível da revelação que advém de Deus em seu
propósito redentor e como norma para conduta no mundo. A regra infalível e inerrante de
interpretação da Escritura é a própria Escritura.
Às Escrituras nada se acrescentará em tempo algum, nem por novas revelações, nem
por tradições humanas. Sl 119.89; Hb 1.1; Is 40.8; Mt 24.35; Lc 24.44,45; Jo 10.35; Rm 3.2; 1Pe
1.25; 2Pe 1.21; Is 40.8; Mt 22.29; Hb 1.1,2; Mt 24.35; Lc 16.29; 24.44,45; Rm 16.25,26; 1Pe 1.25;
Ex 24.4; 2Sm 23.2; At 3.21; 2Pe 1.21; Lc 16.29; Rm 1.16; 2Tm 3.16,17; 1Pe 2.2; Hb 4.12; Ef
6.17; Rm 15.4; Sl 19.7-9; 119.105; Pv 30.5; Jo 10.35; 17.17; Rm 3.4; 15.4; 2Tm 3.15-17; Jo
12.47,48; Rm 2.12,13; 2Cr 24.19; Sl 19.7-9; Is 8.20; 34.16; Mt 5.17,18; At 17.11; Gl 6.16; Fp 3.16;
2Tm 1.13; Lc 24.44,45; Mt 5.22,28,32,34,39; 11.29,30; 17.5; Jo 5.39,40; Hb 1.1,2; Jo 1.1,2,14
2. DEUS TRIUNO
Há um só Deus vivo e verdadeiro, o qual é infinito em seu ser e perfeição. Na unidade
divina há três pessoas de uma mesma substância, poder e eternidade: Deus o Pai, Deus o Filho
e Deus o Espírito Santo, tendo os mesmos atributos e perfeições, contudo, distintos em seus
papéis, mas sempre objetivando o mesmo propósito redentor.
A trindade é doutrina que se mostra incompreensível em sua plenitude para a mente
humana corrompida, mas será plenamente compreendida na eternidade. Mt 3:16,17; 28:18,19;
Jo 14:16,17;16:12-15; 2 Co 13:13; Gl 4:6,7; Hb 9:14; I Jo 2:22,23; 5:6-12.
2.1 DEUS PAI
Deus Pai é pessoal, espírito, eterno, infinito, imutável e insondável em seu ser, criador,
preservador e consumador de todas as coisas, justo e amoroso, o qual se revelou ao mundo pelo
Filho (encarnação) e por suas obras. Dt 33:24; Sl 9:2; 139:7-12; Is 40:28; Jr 10:10; 23:24; Mt
5:45-48; Mc 12:19-30; Lc 12:32; 24:39; Jo 1:18; 4:24; 5:37-39; 14:28; At 17:24-29; Rm 1:20; I Co
8:4-6; I Tm 1:17; Hb 1:1-4; 7.3; Tg 1:1-18.
2.2 DEUS FILHO
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Jesus Cristo, o unigênito do Pai, concebido por nascimento virginal de Maria, por obra
e graça do Espírito Santo, sendo em sua pessoa, verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Viveu
sem pecado, honrou e cumpriu plenamente a lei divina, revelou e obedeceu toda a vontade de
Deus. Morreu para expiação das culpas humanas, ressuscitou para justificação da humanidade,
ascendeu aos céus estando à destra do Pai para mediação, de onde voltará para julgar os vivos
e os mortos. Sl 2:1-8; Is 7:14; Mt 1:18-21; Jo 1:1-3; 8:56-58; 10:30; Rm 4:24,25; I Ts 2:5,6; Hb
4:14-16; I Pe: 4.5; I Jo 4:8,9
2.3 DEUS ESPÍRITO SANTO
O Espírito Santo é da mesma essência do Pai e do Filho. Regenerador, Consolador e
Espírito da Verdade. Atuou na criação e inspirou homens a escreverem as Sagradas Escrituras.
Ilumina o ser humano para compreender a Palavra de Deus. Dá testemunho de Jesus Cristo e o
glorifica. Convence a humanidade do pecado, da justiça e do juízo. Atrai o ser humano ao
Salvador e opera a regeneração do pecador perdido. Batiza o salvo no momento de
sua conversão a Jesus Cristo, introduzindo-o no Corpo de Cristo (a Igreja) e selando-o para o
dia da redenção, passando a habitá-lo guiando-o em toda a verdade, capacitando-o a obedecer
a vontade de Deus e distribuindo dons para adoração, evangelismo, serviço e edificação do
Corpo de Cristo. Sl 4:6; Jo 14:16,17; 16:7-14; 2 Co 3:16-18; Ef 2:17,18; 2 Ts 2:13; Tt 3:4,5; I Pe
1:3-12; Jo 1:33,34; 14:16,17; I Co 12:1-13; Gl 3:27; Ef 1:13; Rm 12:6-8; I Co 12:4-11; Ef 4:7-12;
I Pe 4:10,11.
3. A QUEDA DO HOMEM
O ser humano foi criado por Deus à sua imagem e semelhança, conforme o relato bíblico
de Gênesis. Mas não guardou seu estado original por sua livre escolha, caiu em pecado, perdeu
a comunhão com Deus. Adão é o tronco de toda a humanidade, o delito de seus pecados foi
imputado aos seus filhos e a mesma morte em pecado, bem como sua natureza corrompida
foram transmitidos a todas as gerações posteriores. Devido à corrupção original o ser humano
ficou totalmente indisposto, incapaz de fazer o bem e inteiramente inclinado a todo o mal. Gn
2.15-17; 3.8-10; Ec 7.29; Gn 3; Rm 5.12-19; Ef 2.12; Rm 3.23; Gn 3.12; Rm 5.12; Sl 51.5; Is 53.6;
Jr 17.5; Rm 1.18-27; 3.10-19; 7.14-25; Gl 3.22; Ef 2.1-3; Sl 51.4; Mt 6.14; Rm 8.7-22; Mt 6.14,15;
18.21-35; 1Co 8.12; Tg 5.16; Jo 3.36; 16.9; 1Jo 5.10-12; Rm 5.12-19; 6.23; Ef 2.5; Gn 3.18; Rm
8.22; Rm 3.20; Gl 3.10,11; Ef 2.8,9
4. A REDENÇÃO: SALVAÇÃO
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A salvação é disponibilizada pela graça de Deus mediante a fé no sacrifício expiatório
de Jesus Cristo, consumado na cruz, operado pela ação regeneradora do Espírito Santo, através
do novo nascimento. É um dom gratuito de Deus que compreende regeneração, justificação,
santificação e glorificação. Sl 37.39; Is 55.5; Sf 3.17; Tt 2.9-11; Ef 2.8,9; At 15.11; 4.12; Is 53.4-
6; 1Pe 1.18-25; 1Co 6.20; Ef 1.7; Ap 5.7-10; Mt 16.24; Rm 10.13; 1Ts 5.23,24; Rm 5.10; Rm 6.23;
Hb 2.1-4; Jo 3.14; 1Co 1.30; At 11.18.
4.1 REGENERAÇÃO
É o “nascer de novo” para o pecador perdido, fazendo dele uma nova criatura em Cristo.
As condições para a regeneração são: arrependimento e fé, que são possíveis pela ação do
Espírito Santo que gera na mente humana a disposição de obediência voluntária ao Evangelho.
O novo crente é batizado no Espírito Santo, selado para o dia da redenção final e liberto do
castigo eterno dos seus pecados, evidenciando a regeneração por intermédio do fruto do
Espírito. Dt 30.6; Ez 36.26; Jo 3.3-5; 1Pe 1.3; 2Co 5.17; Ef 4.20-24; Tt 3.5; Rm 8.2; Jo 1.11-13;
Ef 4.32; At 11.17; 2Co 1.21,22; Ef 4.30; Rm 8.1; 6.22.
4.2 JUSTIFICAÇÃO
A justificação, que ocorre simultaneamente à regeneração, não consiste em Deus
infundir no homem a justiça, mas em perdoar o seu pecado e em considerá-lo e aceitá-lo como
justo. Deus o justifica somente em consideração à obra de Cristo. Jesus, por meio de sua
obediência e morte, pagou plenamente a dívida de todos que são assim justificados, e, em favor
deles, fez a justiça de seu Pai uma satisfação própria, real e plena. Is 53.11; Rm 8.33; 3.24; Rm
5.1; At 3.19; Mt 9.6; 2Co 5.21; 1Co 1.30
4.3 SANTIFICAÇÃO
Santificação é o processo que, iniciado na regeneração, leva o ser humano a tornar-se
participante da santidade divina. É progressiva e continuada, habilitando o salvo a seguir em
busca da perfeição moral e espiritual de Jesus Cristo, mediante a presença e o poder do Espírito
Santo. Se consolida por intermédio da Palavra de Deus, da vigilância e da oração. Se manifesta
pelo caráter marcado pela presença e pelo fruto do Espírito. Jo 17.17; 1Ts 4.3; 5.23; 4.7; Pv 4.18;
Rm 12.1,2; Fp 2.12,13; 2Co 7.1; 3.18; Hb 12.14; Rm 6.19; Gl 5.22; Fp.1.9-11.
4.4 GLORIFICAÇÃO
A glorificação é o estado final e permanente dos que são redimidos pelo sangue de
Cristo. Só se poderá alcançá-la depois da morte ou da segunda vinda de Jesus. Ninguém é
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totalmente santificado nesta vida, mas quando o cristão morre é glorificado em parte, estando
em gozo, mas sem o corpo. Na ocasião da segunda vinda de Cristo ele será transformado e
revestido com um corpo incorruptível, e os salvos que estiverem vivos terão seus corpos
glorificados. Rm 8.30; 2Pe 1.10,11; 1Jo 3.2; Fp 3.12; Hb 6.11; 1Co 13.12; 1Ts 2.12; Ap 21.3,4
5. PERSEVERANÇA DOS SANTOS
Os que Deus aceitou, aqueles que foram chamados e santificados por seu Espírito e
receberam a fé preciosa não podem decair totalmente e nem definitivamente do estado de graça.
Antes, hão de perseverar até o fim e ser eternamente salvos, tendo em vista que os dons e a
vocação de Deus são irrevogáveis e Ele continuamente gera e nutre a fé, o arrependimento, o
amor, a alegria, a esperança e todas as graças que conduzem à imortalidade.
Não obstante, a visão perceptível da luz e do amor de Deus pode ficar obscurecida, por
algum tempo, por causa da incredulidade e das tentações de Satanás. Mesmo assim, Deus
continua sendo o mesmo e eles serão guardados pelo Seu poder, até a salvação final, quando
entrarão no gozo pleno do Senhor; pois estão gravados nas palmas das Suas mãos e os seus
nomes estão escritos no Livro da Vida. Jo 8.31; 1Jo 2.27, 28; 3.9; 5.18; Mt 13.20, 21; Jo 6.66-69;
Rm 8.28; Mt 6.30-33; Jr 32.40; SI 19.11,12; 121.3; Fl 1.6; 2.12,13; Jd 24; Hb 1.14; 13.5; 1Pe 1.5;
Ef 4.30.
6. O BATISMO E A CEIA DO SENHOR
O Batismo e a Ceia do Senhor são ordenanças, de natureza simbólica, que foram
instituídas de maneira explícita e soberana, pelo próprio Senhor Jesus.
6.1 BATISMO
O batismo é uma ordenança do Novo Testamento, instituída por Jesus Cristo para ser
um símbolo de comunhão, na sua morte e na sua ressurreição. Símbolo de união com Ele, da
remissão dos pecados e da consagração da pessoa a Deus. Somente pode ser submetida a esta
ordenança a pessoa que de fato professa arrependimento para com Deus, fé e obediência ao
Senhor Jesus. O batismo consiste no salvo ser submerso em água, após sua pública confissão
de fé em Jesus Cristo, como único, pessoal e suficiente Salvador. Então, é batizado em nome
do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Mt 3.5,6,13-17; Jo 3.22,23; 4.1,2; 1Co 11.20,23-30; At
2.41,42; 8.12,36-39; 10.47,48; Rm 6.3-5; Gl 3.27; Cl 2.12
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6.2 CEIA DO SENHOR
A ceia do Senhor é uma ordenança bíblica memorial, comemorativa e proclamadora da
morte e ressurreição do Senhor Jesus Cristo, simbolizada por meio dos elementos: pão e vinho.
O pão representa Seu corpo dado pela humanidade no calvário e o vinho simboliza o Seu sangue
derramado pela remissão dos pecados. A ceia do Senhor deve ser celebrada pela Igreja até a
volta de Jesus e a participação é antecedida pelo batismo nas águas e pelo exame íntimo e
pessoal dos participantes. Mt 28.19; At 2.38,41,42; 10.48; Mt 26.26-29; 1Co 10.16,17-21; 11.23-
29; Mt 26.29; 1Co 11.26-28; At 2.42; 20.4-8.
7. DIA DO SENHOR
Por instituição divina é lei universal da natureza que uma proporção de tempo seja
separada para a adoração a Deus. Por isso, em sua Palavra, ficou determinado que um dia em
cada sete lhe seja santificado, como dia de descanso. Desde o começo do mundo, até a
ressurreição de Cristo, esse dia era o último da semana; e, desde a ressurreição de Cristo, a
Igreja passou a separar o primeiro dia da semana, que é chamado “Dia do Senhor”. Nesse dia,
os cristãos devem evitar trabalhos seculares e resguardar-se de recreações que desviem das
atividades espirituais. Gn 2.3; Ex 20.8-11; Is 58.13-14; Jo 20.1,19,26; At 20.7; Ap 1.10; Hb 4.9-
11; Ap 14.12,13; Ex 20.8-11; Jr 17.21,22,27; Ez 22.8.
8. A IGREJA, O ESTADO E A SOCIEDADE
Deus constituiu autoridades para administrar a vida em comunidade e exercer juízos
nas sociedades, pelo bem da coletividade. A Igreja vive em sociedade e respeita o Estado,
colaborando com as autoridades que o representam na preservação da ordem pública e na
formação de cidadãos de caráter íntegro e honesto. Esses mesmos cidadãos são também
conscientes de que a verdadeira pátria de um cristão está nos céus, e de que são, por isso
mesmo, cidadãos do Reino de Deus.
Enquanto organização jurídica a Igreja está submetida ao Estado, tendo como limite de
tal submissão os preceitos bíblicos, de sorte que, em caso de conflito entre as normas emanadas
do Estado e a Bíblia, esta prevalece sobre aquelas.
É dever do Estado garantir o pleno gozo e o exercício da liberdade religiosa, sem
favorecimento ou rejeição a qualquer grupo ou credo. O Estado deve ser laico e a Igreja livre. At
19.34-41; Dn 3.16-18; 6.7-10; Mt 17.27; At 4.18-20; 5.29; Rm 13.1-7; 1Tm 2.1-3; Fp 3.20; Gn
1.27; 2.7; Sl 9.7-8; Mt 10.28; 23.10; Rm 14.4-9,13; Tg 4.12; Js 24.15; 1Pe 2.15,16; Lc 20.25; Dn
3.15-18; Lc 20.25; At 4.9-20; 5.29; Mt 22.21; Rm 13.1-7.
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9. A IGREJA
A Igreja universal, que com respeito à obra interna do Espírito e da verdade da graça,
pode ser chamada invisível, consiste no número total dos salvos que já foram, estão sendo ou
ainda serão chamados em Cristo, o cabeça e noivo. A Igreja é a noiva, o corpo e a plenitude
daquele que é tudo em todos. A Igreja visível é uma congregação local de pessoas regeneradas
e batizadas após profissão de fé, que vivem em comunhão através do Evangelho, observando
as ordenanças de Cristo.
A liderança da igreja local é exercida por pastores cujas qualificações, direitos e deveres
estão definidos no Novo Testamento. Mt 18.17; 1Co 1.1-13; At 5.11; 8.11; At 11.21; 1Co 4.17;
14.23; 3Jo 9; 1Tm 3.5; At 2.41,42; 2Co 8.5; At 2.47; 1Co 5.12,13; 1Co 11.2; 2Ts 3.6; Rm 16.17-
20; 1Co 11.23; Mt 18.15-20; 1Co 5.5; 2Co 2.17; 1Co 4.17; Mt 28.20; Jo 14.15; Jo 15.11; 1Jo 4.21;
1Ts 4.2; 2Jo 6; Gl 6.2; Ef 4.7; 1Co 14.12; Fl 1.27; 1Co 12, 14; Fl 1.1; At 14.23; 1Tm 3; Tt 1.
10. MORDOMIA
A mordomia cristã é o uso, sob a orientação divina, da vida, dos talentos, do tempo e
dos bens materiais, na proclamação do Evangelho e na prática de ações virtuosas. No partilhar
do Evangelho a mordomia encontra seu significado mais elevado: é baseada no reconhecimento
de que tudo o que o ser humano tem e tudo o que é vem de Deus, como uma responsabilidade
sagrada.
Aquilo que é confiado ao indivíduo ou à instituição não deve ser guardado com avareza
e nem gasto irresponsavelmente, mas empregado para a glória de Deus. A Bíblia ensina que
devemos contribuir para a manutenção e crescimento da igreja local, com alegria e regularidade,
tomando como base o dízimo (10%) dos seus rendimentos e cultivando a liberalidade na prática
de uma mordomia integral, que inclui as ofertas, bem como a disponibilidade voluntária de dons
e talentos. Gn 1.1; 14.17-20; Sl 24.1; Ec 11.9; 1Co 10.26; Gn 14.20; Dt 8.18; 1Cr 29.14-16; Tg
1.17; 2Co 8.5; Gn 1.27; Mal. 3:7-10At 17.28; 1Co 6.19,20; Tg 1.21; 1Pe 1.18-21; Mt 25.14-30;
31.46; Rm 1.14; 1Co 9.16; Fp 2.16; Gn 14.20; Lv 27.30; Pv 3.9,10; Ml 3.8-12; Mt 23.23; At 11.27-
30; 1Co 8.1-3; 2Co 8.1-15; Fp 4.10-18.
11. EVANGELIZAÇÃO E MISSÕES
O evangelismo é a proclamação do juízo divino sobre o pecado e das boas-novas da
graça divina em Jesus Cristo. É ordem de Cristo aos seus seguidores a fim de que sejam
testemunhas frente a toda humanidade. O evangelismo declara que o Evangelho é o poder de
Deus para a salvação. É obra básica na missão da Igreja e no compromisso de cada cristão.
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Investir, promover e participar de missões nacionais ou transculturais é tarefa da Igreja,
vinculada ao Ide de Cristo e ao evangelismo. Ganhar almas para o Salvador é dever de todo filho
de Deus, seja por intermédio do testemunho pessoal, seja pelo uso de todos os meios
contemporâneos disponibilizados, de acordo com as Escrituras Sagradas. Mt 28.19,20; Jo 17.20;
At 1.8; 13.2,3; Mt 28.18-20; Lc 24.46-49; Jo 17.20; Mt 28.19; At 1.8; Rm 10.13-15; At.1:8; 4:33;
14:21-27; I Ts. 1:6-9; II Tim. 2:1-13.
12. FAMÍLIA
A família foi criada por Deus e é a primeira instituição da sociedade. Está baseada no
casamento monogâmico e duradouro entre um homem e uma mulher, válido por toda a vida, só
podendo ser desfeito pela morte e pela infidelidade conjugal, sendo neste último caso
recomendado o perdão e a reconciliação.
O propósito imediato da família é glorificar a Deus e prover a satisfação das
necessidades humanas de comunhão, educação, companheirismo, segurança, preservação da
espécie e bem assim o perfeito ajustamento da pessoa em todas as suas dimensões. Gn 1.27;
Gn 2.24; Ml 2.14,15; Mt 19.4-9; Mc. 10.2-9; 1 Co 7.15; 1 Co 7.39; 1 Co 11.11; Ef. 5.22-32; Ef. 6.
1-4; Hb 13.4.
13. O ESTADO DO HOMEM APÓS A MORTE: A RESSURREIÇÃO DOS MORTOS
Após a morte o corpo humano retorna ao pó. A alma, porém, não morre nem dorme,
porque possui subsistência imortal.
As almas dos justos são aperfeiçoadas em santidade e recebidas no paraíso, onde estão
com Cristo e contemplam a face de Deus, em luz e glória, aguardando a plena redenção de seus
corpos. As almas dos ímpios são lançadas em lugar de castigo eterno, onde permanecem em
tormentos e completa escuridão, guardadas para o juízo do grande dia. Além desses dois
lugares, a Escritura não reconhece outro para as almas separadas de seus corpos.
No último dia, os santos que estiverem vivos não morrerão, mas serão transformados.
Todos os mortos serão ressuscitados com os seus mesmos corpos, e não outros; porém, esses
corpos terão propriedades diferentes das que anteriormente tinham; e serão novamente unidos
às respectivas almas, para sempre.
Os corpos dos injustos serão ressuscitados para a desonra e os corpos dos justos serão
ressuscitados para a honra. Rm 5.12; 1Co 15.21-26; Hb 9.27; Tg 4.14; Lc 16.19-31; Hb 9.27; Lc
16.19-31; 23.39-46; Hb 9.27; Rm 5.6-11; 14.7-9; 1Co 15.18-20; 2Co 5.14,15; Fp 1.21-23; 1Ts
12
4.13-17; 2Tm 2.11; Lc 16.19-31; Jo 5.28,29; Ex 22.18; Lv 19.31; 20.6,27; Dt 18.10; 1Cr 10.13; Is
8.19; Jo 3.18.
14. O JUÍZO FINAL
Deus determinou um dia em que há de julgar o mundo com justiça, por meio de Jesus
Cristo. A Ele todo poder e todo julgamento foram conferidos pelo Pai. Nesse dia, não somente
os anjos apóstatas serão julgados, mas também as pessoas que viveram sobre a terra. Todas
comparecerão perante o Tribunal de Cristo a fim de prestar conta de seus pensamentos, palavras
e ações, e para receberem segundo o bem ou o mal que tiverem feito por meio do corpo.
O propósito de Deus, ao estabelecer esse dia, consiste em manifestar a glória de sua
misericórdia, na salvação eterna dos eleitos; e a glória de sua justiça, na punição eterna dos
ímpios, que são perversos e desobedientes. Naquele dia os justos irão para a vida eterna na
presença do Senhor e receberão como galardão eterno uma plenitude de alegria e glória. Mas
os perversos, que não conheceram a Deus e não obedeceram ao Evangelho de Jesus Cristo,
serão lançados aos tormentos eternos e punidos com eterna destruição, banidos da face do
Senhor e da glória do seu poder. 1Pe 4.7; 1Co 7.29,31; Hb 1.10-12; Mt 25.31; 1Jo. 2.17; Mt
28.20; 13.39-40; 2Pe 3.3-13; At 1.11; Ap 1.7; Hb 9.28; At 3.21; 1Ts 4.13-17; 5.1-11; At 24.15;
1Co 15.12,58; Lc 14.14; Dn 12.2; Jo 5.28-29; 6.40; 11.25-26; 2Tm 1.10; At 10.42; Mt13.37-43;
24.30; Ap 22.11; 1Co 6.9,10; Mc 9.43-48; 2Pe 2.9; Fl 3.19; Rm 3.5; 6.22; 2Co 4.18; 5.10,11; Jo
4.36; 2Ts 1.6-12; Hb 6.1-2; 1Co 4.5; At 17.31; Rm 2.2-16; Ap 20.11-12; 1Jo 2.28; 4.17
13
1. MINISTÉRIO DIACONAL1
Definição - A palavra ministro vem do latim minister e significa “o menor dentre os
menores”.
1.1. ORIGEM DO MINISTÉRIO DIACONAL Temos no livro de Atos no capítulo 6.1-7, a
fonte reveladora da origem do “Ministério Diaconal”, vejamos o texto:
Ora, naqueles dias, crescendo o número dos discípulos, houve uma murmuração dos gregos contra os hebreus, porque as suas viúvas eram desprezadas no ministério cotidiano. E os doze, convocando a multidão dos discípulos, disseram: Não é razoável que nós deixemos a palavra de Deus e sirvamos às mesas. Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete varões de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio. Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra. E este parecer contentou a toda a multidão, e elegeram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, e Filipe, e Prócoro, e Nicanor, e Timão, e Pármenas e Nicolau, prosélito de Antioquia; e os apresentaram ante os apóstolos, e estes, orando, lhes impuseram as mãos. E crescia a palavra de Deus, e em Jerusalém se multiplicava muito o número dos discípulos, e grande parte dos sacerdotes obedecia à fé. (At. 6.1-7).
Pela narrativa bíblica transcrita, observa-se que a instituição do ministério diaconal teve
origem na igreja cristã primitiva, com a nítida finalidade de solucionar um problema de grande
vulto administrativo que surgiu pela falta de atendimento diário e regular às viúvas dos gentios,
fato resultante do “... crescimento do número dos discípulos...”. Visava evitar consequências
maiores, tal qual até a possível divisão da igreja entre os Hebreus (judeus criados na Palestina
que falavam o aramaico) e os Helenistas (judeus que falavam o grego). Verifica-se que o
surgimento da DIACONIA fora para atender e fazer frente a uma grande necessidade
material emergente no seio da Igreja Cristã primitiva, uma vez que as viúvas dos Helenistas
“... eram desprezadas no ministério cotidiano”.
No comentário da BÍBLIA DE ESTUDO DE GENEBRA, temos o seguinte registro:
“viúvas... estavam sendo esquecidas”. O Antigo Testamento requeria cuidado pelos pobres e
necessitados (Sl. 9.18, nota). Esta solicitude é vista na ação social que acontece em 2.44-45;
4.34-47. Aqui o velho problema da discriminação tinha emergido: as viúvas dos judeus gregos
(ou de fala grega) eram consideradas forasteiras pelos judeus nativos e assim não estavam
1 IGREJA BATISTA PLENITUDE DE DEUS. Curso de Diáconos e Obreiros. Disponível em:< https://fliphtml5.com/odcz/lpxw/basic>. Todo o capítulo, com exceção dos enxertos.
14
recebendo sua porção na distribuição de alimentos, provavelmente derivada em parte da
generosa doação de 4.34-47.
* UM POUCO MAIS DE HISTÓRIA E DESENVOLVIMENTO DO MINISTÉRIO2 Origem e desenvolvimento do Ministério Diaconal
No Novo Testamento os diáconos apareceram pela primeira vez na igreja de Jerusalém. Conforme vemos em Atos 6:1-6, as viúvas helenistas estavam sendo esquecidas na distribuição diária. Uma murmuração começou a surgir. Fazia-se necessário tomar prontas medidas para restaurar a paz e a harmonia entre os crentes.
Foi então que “o Espírito Santo sugeriu um método pelo qual os apóstolos poderiam ficar isentos da tarefa de repartir com os pobres ou tarefas similares, pois deviam ser deixados livres para pregar a Cristo.”
Desenvolvimento
Procuraremos agora sucintamente analisar o diaconato através da história. Segundo Hermann W. Beyer sua atuação ao longo dos séculos tem sempre sido atender o serviço divino no culto público e o serviço externo na comunidade. Entretanto em cada época algumas características se salientaram. Nos dias apostólicos a principal função dos diáconos era a administração e os serviços práticos. Tinham eles sob seus cuidados a supervisão da distribuição dos fundos para as viúvas, para os órfãos e para os comprovadamente pobres.
O Diácono nos tempos pós-Apostólicos
Algum tempo depois dos tempos apostólicos a função do diácono passou a ser ajudar o presbítero nas partes subordinadas do culto público e na administração dos sacramentos. No período patrístico seu ofício era desempenhado até o fim da vida e suas funções variavam de um lugar para outro. Além de seus deveres originais de cuidar dos pobres e doentes, eles batizavam, distribuíam o copo sacramental, proferiam as orações nas igrejas e não raro pregavam.
Nessa época os diáconos, presbíteros (anciãos) e bispos (pastores) constituíam o ministério, e seu trabalho era de tempo integral. O diaconato era um degrau para o presbitério. Entretanto alguns diáconos tinham mais acesso aos bispos que os próprios presbíteros, e não raro consideravam a ordenação ao presbitério como um rebaixamento.
De uma carta do Bispo Cornélio de Roma escrita em c. 251 d.C. sabemos que naquela época sob a supervisão de um único Bispo havia 46 presbíteros e 7 diáconos na cidade de Roma. Nessa cidade sua influência foi particularmente expressiva devido à sua associação com o papa. O crescimento da influência dos diáconos deu lugar contudo à abusos. Tanto que já no Concílio de Nicéia (325; can. l8) seus poderes foram limitados, e o Concílio de Toledo em 633 e o Sínodo
2 BIBLIA.COM.BR. O diaconato à luz do Novo Testamento. Disponível em: <https://biblia.com.br/perguntas-biblicas/o-diaconato-a-luz-do-novo-testamento/>.
15
de Trullan em 692 tiveram que salientar sua inferioridade hierárquica ao presbitério. Sua influência diminuiu consideravelmente durante a Idade Média.
Nessa época o “serviço de amor” foi substituído pela busca do ganho financeiro e pela preocupação com a hierarquia. Os diáconos passaram a considerar as atividades do culto público como mais importantes do que o atendimento aos pobres e doentes. A influência do diaconato diminuiu consideravelmente durante a Idade Média, e na maioria das igrejas episcopais ocidentais nos tempos modernos tem se tornado simplesmente um estágio na preparação para o sacerdócio.
Os Diáconos em nossos dias
Na Igreja da Inglaterra o clérigo começa seu trabalho ministerial tornando-se um diácono, e geralmente permanece por um ano. Como diácono ele não pode celebrar a Eucaristia. Na Igreja Católica Romana as regras são praticamente as mesmas. Por muitos séculos o diácono dificilmente tinha qualquer outra função além de auxiliar na Santa Ceia e no Batizado (benedition). Somente com permissão especial poderia ele pregar ou administrar o Solene Batismo, embora ainda retivesse o direito de entoar o Evangelho, apresentar as oferendas ao celebrante, convidar a congregação para orar e participar das recitações litúrgicas. Devido ao curto espaço de tempo que se fica no diaconato e consequentemente a escassez de diáconos, as funções litúrgicas próprias a um diácono são frequentemente desempenhadas por um sacerdote. O Concílio Vaticano Segundo visou a possibilidade da restauração de um diaconato permanente, ao permitir Bispos em certos casos ordenar ao diaconato homens casados já de idade, embora homens jovens ordenados ao diaconato deveriam ainda estar sujeitos ao celibato.
Em muitas das igrejas Protestantes o nome Diácono é aplicado àqueles que desempenham alguma função do ministério. Na igreja Luterana a palavra “diácono” é aplicada para ministros paroquiais assistentes, mesmo embora eles constituam uma ordem Luterana separada. Calvino reconhecia duas classes de diáconos, aqueles que administravam as doações e aqueles que cuidavam dos pobres e doentes.
No Presbiterianismo as funções dos diáconos permanecem praticamente as mesmas que no Luteranismo. Há também provisão para uma comissão de diáconos, diretamente responsável ao presbitério e que se ocupa da apropriada distribuição das finanças da igreja. Onde não há essa comissão de Diáconos essas funções são desempenhadas pelos Anciãos.
Na Igreja Batista e nas Igrejas Congregacionais aos diáconos são confiadas funções mais definidamente espirituais. Eles auxiliam ao pastor e também distribuem os elementos na Comunhão.
Vemos assim a importância que era dada aos diáconos no passado. Entretanto observa-se nas últimas décadas nas igrejas cristãs o seguinte quadro: muitos diáconos se sentem inferiorizados nesse ofício e necessitam de uma visão mais clara de seus elevados privilégios.
A importância do cargo
O diaconato é uma importante função dentro da igreja Cristã. Ao lado do ministério da Palavra é o único cargo que recebe a ordenação Bíblica.
16
*DIACONIA DE JESUS3
I. A DIACONIA DE JESUS CRISTO
Significado do termo. O termo grego diaconia significa “ministério” ou “serviço”. A vida inteira de
Jesus aqui na Terra demonstrou o verdadeiro sentido da diaconia em todos os seus aspectos.
Na realidade, seu ministério terreno evidenciou o quanto Ele foi “apóstolo da nossa confissão”
(Hb 3.1), profeta (Lc 24.19), evangelista (Lc 4.18,19), pastor (Jo 10.11), mas principalmente,
diácono por excelência (Mt 20.28). O apóstolo Paulo disse que Jesus, “sendo em forma de Deus,
não teve por usurpação ser igual a Deus. Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de
servo, fazendo-se semelhante aos homens” (Fp 2.6-7). Segundo a Bíblia de Estudo Palavras-
Chave, a expressão “tomando a forma de servo” denota o sentido de uma condição humilde.
Serviço de escravo. Na véspera da sua crucificação, o Senhor Jesus reuniu os seus doze
discípulos para comer a última ceia. Tomando uma toalha e uma bacia com água, ele começou
a lavar os pés dos discípulos, um a um (Jo 13.4,5). Não há atitude mais comovente do nosso
Senhor como o relato do lava-pés, demonstrando serviço, exemplo e humildade. A “diaconia da
toalha e da bacia” é a convocação cristocêntrica para uma vida de serviço humilde (Jo 13.12-
17).
O discípulo é um serviçal. Certa vez, Tiago e João pediram ao Senhor lugares de destaques, “à
direita” e “à esquerda” de Jesus, quando da implantação do seu Reino (Mc 10.35-37). Os
discípulos ainda não haviam compreendido a mensagem de Jesus. A proposta do Nazareno
nunca foi a de estabelecer uma hierarquia de poder temporal para a sua igreja, mas a de serviço
conforme demonstra sua resposta a eles: “entre vós não será assim; antes, qualquer que, entre
vós, quiser ser grande será vosso serviçal [diakonos]. E qualquer que, dentre vós, quiser ser o
primeiro será servo de todos. Porque o Filho do Homem também não veio para ser servido, mas
para servir e dar a sua vida em resgate de muitos” (Mc 10.43-45).
* O TÍTULO DE DIÁCONO - É bom notar que nenhum dos sete varões escolhidos pela
igreja e consagrados pelos Apóstolos, receberam de pronto o título de DIÁCONO, (isto por volta
de 32 d.C), o que somente ocorreu pela primeira vez quando o Apóstolo Paulo escrevera aos
3 ASSEMBLEIA DE DEUS. O Diaconato. Disponível em: < https://escoladominical.assembleia.org.br/licao-12-o-diaconato/>.
17
irmãos em Filipos (1.1), “Paulo e Timóteo, servos de Jesus Cristo, a todos os santos em Cristo
Jesus, que estão em Filipos, com os Bispos e Diáconos.” (cerca de 63 d.C.), fazendo menção da
existência dos DIÁCONOS e PRESBÍTEROS (BISPOS) como obreiros do Senhor, integrantes
da liderança da Igreja local e do seu oficialato. *Irineu chama Estevão como o primeiro diácono.
1.2. DEFINIÇÕES Vejamos algumas definições da palavra DIÁCONO(ISA):
➢ Conforme o dicionário da língua portuguesa Michaellis – “aquele que, tendo recebido
o grau ou ofício do diaconato, desempenha as respectivas atribuições”.
➢ No dicionário da Bíblia de Almeida – “Pessoa que ajudava nos trabalhos de
administração da Igreja e cuidava dos pobres, das viúvas e dos necessitados em geral. O diácono
também pregava o evangelho e ensinava a doutrina cristã” (At. 6.1-8; ITm 3.8-13).
➢ No Novo Testamento vem do grego “DIAKONOS” que é definido como – “garçom,
servo ou serva, administrador, ministro”. Duas são as palavras gregas que são usadas no Novo
Testamento para designar a FUNÇÃO DIACONAL:
✓ DIAKONIA - que é definido como - “distribuição de comida, socorro, serviço,
ministério, administração, ministração”.
✓ DOULOS - que significa - “como escravo, sujeito ao serviço”.
* FUNÇÕES BÁSICAS DOS(AS) DIÁCONOS(ISAS) - Assim podemos sintetizar as
funções básicas do diácono em:
a) Prestar assistência aos necessitados;
b) Manter a boa ordem do culto em todas as áreas materiais;
* DIÁCONO (ISA) E COOPERADOR(A) A palavra do grego “SUNERGOUS” significa:
“cooperador” (Rm. 16.3). No grego koiné “ferramenta”. Vejamos algumas referências de
cooperadores:
➢ “Saúdam-vos Timóteo, meu COOPERADOR, e Lúcio, e Jason, e Sosípatro, meus
parentes.” (Rm. 16.21; Its. 3.2).
➢ “Quanto a Tito, é meu companheiro e COOPERADOR para convosco; quanto a
nossos irmãos, são embaixadores das Igrejas e glória de Cristo.” (II Co. 8.23).
18
➢ “E Jesus, chamado Justo, os quais são da circuncisão; estes unicamente os meus
COOPERADORES no reino de Deus e para mim tem sido consolação.” (Cl 4.11).
➢ “E peço-te também a ti, meu verdadeiro companheiro, que ajudes essas mulheres
que trabalharam comigo no evangelho, e com Clemente, e com outros COOPERADORES, cujos
nomes estão no livro da vida.” (Fl. 4.3).
➢ “Marcos, Aristarco, Demas e Lucas meus COOPERADORES.” (Fm. 24).
** AS MULHERES PODEM SER DIACONISAS? A Bíblia não somente indica que a
função diaconal na Igreja Cristã Primitiva era exercida pelo homem, bem como, também, pelas
mulheres:
➢ “Recomendo-vos, pois Febe, nossa irmã, a qual SERVE (gr. diakonon) na Igreja que
está em Cencreia.” (Rm. 16.1). Da mesma forma havia cooperadoras, conforme a palavra do
apóstolo Paulo aos Filipenses:
➢ “Saudai a Priscila e Áquila, meus COOPERADORES (gr.sunergous) em Cristo
Jesus”. A expressão registrada no texto de I Tm 3.11 A “Da mesma sorte as mulheres...”, usada
logo após a orientação dada aos diáconos (I Tm. 3.8), demonstra fundamento para a tese que
as mulheres serviam a Deus na Igreja primitiva como “diaconisas”, ou seja, no serviço diaconal.
Sobre essa temática, o entendimento de uma grande corrente de comentaristas da Bíblia aceita
que “Diaconisa” era designação da mulher que se ativava e exercia o ofício diaconal na igreja
primitiva. CHAMPLIN faz menção das “Constituições Apostólicas” (que refletem as práticas
cristãs dos primeiros séculos de nossa era), as quais aludem ao ofício das diaconisas e
apresentam as exigências para esse cargo. Em tempos posteriores, naturalmente, esse ofício foi
firmemente estabelecido. Na História da Igreja, observamos quando Crisóstomo era pastor de
Constantinopla, contava com quarenta diaconisas e com oitenta diáconos, como seus
assistentes.
O comentário da BÍBLIA PENTECOSTAL, sobre a referência de Romanos 16.1 diz:
“FEBE”. Provavelmente, foi Febe a portadora desta epístola. Ela era uma servidora (ou que fazia
o trabalho de diaconisa) na igreja em Cencreia, próximo a Corinto. A construção linguística do
versículo em apreço, no original, indica que ela desempenhava a função de diaconisa, talvez
porque no momento havia falta, ali, de elementos masculinos para o diaconato. Febe ministrava
aos pobres, aos enfermos e aos necessitados, além de prestar assistência a missionários tais
como Paulo. As saudações de Paulo a nada menos de oito mulheres neste capítulo, indicam que
19
as mulheres prestavam serviços relevantes às igrejas. Se, para alguns, torna-se difícil aceitar a
existência do ofício diaconal feminino na Igreja hodierna (de hoje), torna-se ainda mais difícil
dobrar-se ao reconhecimento oficial dessa ordem eclesiástica por parte das denominações que
o aceita; tarefa que requer, obviamente, uma análise acurada e despretensiosa desse tema
bíblico, deixando de lado o ponto de vista dogmático e denominacional. É bom ressaltar que o
objetivo desse ofício diaconal feminino é facilitar a tarefa de atendimento às necessidades
materiais da Igreja, principalmente voltadas para o lado feminino, área que, para o homem,
tornar-se-ia, no mínimo, constrangedor. Como faria um homem, ou seja, um diácono, para dar
atendimento adequado a uma irmã enferma, assisti-la em suas necessidades básicas, visitar as
viúvas, lidar com o ensino das crianças? Vejamos alguns exemplos específicos de mulheres
cooperadoras no Novo Testamento:
➢ “...que ajudes essas mulheres que trabalharam comigo no evangelho, e com
Clemente, e com os outros cooperadores...”
➢ “Saudai a Maria que muito trabalhou por vós.” (Rm. 16.6)
➢ “Saudai Trifena e Trifosa, as quais trabalhavam no Senhor. Saudai a estimada
Pérside, que também muito trabalhou no Senhor”. (Rm. 16.12).
2. AS QUALIFICAÇÕES BÍBLICAS DO DIÁCONO AS QUALIFICAÇÕES BÍBLICAS DO
DIÁCONO4
As qualificações Bíblicas inseridas em Atos 6.3, são chamadas de “primeiras
qualificações”, porquanto foram indicadas por ocasião da instituição do ministério diaconal. Na
nossa ótica, são tão importantes que podem ser consideradas como requisitos imprescindíveis
e com poder de eliminar eventuais candidatos ao diaconato que não as possuam. Também
são “primeiras qualificações”, porque, mais adiante, em ITm. 3.7-11, o Apóstolo Paulo designa
outras qualificações para o diaconato, não de menor importância, numa espécie de adição
àquelas “primeiras qualificações”.
Observemos os dois textos: “Escolhei pois, irmãos, dentre vós, sete varões de boa
reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria...” (At. 6.3) “Da mesma sorte os diáconos
sejam honestos, não de língua dobre, não dados a muito vinho, não cobiçosos de torpe ganância,
4 IGREJA BATISTA PLENITUDE DE DEUS. Curso de Diáconos e Obreiros. Disponível em:< https://fliphtml5.com/odcz/lpxw/basic>. Todo o capítulo, com exceção dos enxertos
20
guardando o mistério da fé em uma pura consciência. E também estes sejam primeiro
provados, depois sirvam, se forem irrepreensíveis. Da mesma sorte as mulheres sejam
honestas, não maldizentes, sóbrias e fiéis em tudo.” (ITm. 3.7-11). Analisemos agora estes
atributos diaconais:
a) BOA REPUTAÇÃO
Conforme o dicionário “Michaellis”, reputação é “Ato ou efeito de reputar fama, renome,
conceito em que uma pessoa é tida; ou seja, bom ou mau nome”. Vejamos alguns comentários
sobre a boa reputação: “Isso tanto no aspecto positivo como no negativo. Não deveriam ter-se
envolvido em qualquer escândalo que lançasse qualquer reflexo adverso sobre sua moralidade
ou honestidade. Deveriam ser conhecidos como homens de interesses humanitários, que
promovessem o seu ofício e apresentassem soluções equitativas aos muitíssimos problemas. A
palavra ...reputação...dá-nos a entender que teriam de ser indivíduos testados, ou, segundo o
que o seu sentido original entende, que lhes tivesse sido dado testemunho. Outras pessoas
precisam conhecê-los em seus negócios e em seu caráter passado, testificando favoravelmente
acerca deles.” (Champlin, p. 135-136, volume 2).
b) CHEIO DO ESPÍRITO SANTO: Aqueles diáconos, pois, deveriam ter sido
participantes da experiência pentecostal não menos que os apóstolos (At. 2). Devem ter
experimentado pessoalmente a promessa feita pelo Senhor Jesus de que, aos seus seguidores,
seria dado o divino “paracleto” ou Consolador. É bem provável que os dons espirituais também
estivessem em foco. Os diáconos precisavam ser homens dotados de habilidade, sendo homens
destacados na comunidade Cristã, como homens de Deus, ativos e poderosos no ministério.
Deve-se notar que um dos indivíduos assim selecionado foi Estevão, homem cheio de graça e
poder (At. 6.8), que “fazia prodígios e grandes sinais entre o povo”. Visto que tais dons espirituais
eram tão comuns na igreja primitiva, não somente entre os apóstolos, mas também no caso de
outros líderes da segunda linha, é bem provável que a igreja primitiva tenha encarado esses
sinais visíveis dos dons espirituais como características necessárias para alguém ser nomeado
a qualquer ofício mais elevado, como deve ter sido inicialmente considerado o diaconato. Além
disso, o Espírito Santo, que neles estava, sem dúvida instilava-lhes graças cristãs especiais de
fé, de amor, de mansidão, as quais seriam úteis para o correto exercício de suas funções,
porquanto essas qualidades não são menos operações do Espírito Santo, no íntimo do crente,
do que os sinais dos dons miraculosos. (Champlin, p. 135-136, volume 2).
c) CHEIO DE SABEDORIA: Obviamente, essa qualidade era resultado direto do poder
habitador do Espírito Santo. Trata-se de uma qualidade ao mesmo tempo negativa e positiva,
21
terrena e celestial. Era mister que soubessem como rejeitar as murmurações e como cuidar
delas, sabendo também cuidar dos que eram dados à fraude, à calúnia e à traição por palavras,
pois, em seu trabalho de administração do dinheiro naturalmente se encontravam com muitas
pessoas dessa natureza; especialmente visto que tinham de tratar com pessoas mais idosas,
nas quais, com frequência, talvez por motivos físicos, se encontra um espírito de partidarismo
radical, além de ideias fechadas e preconcebidas. A sabedoria dos diáconos precisava ser
terrena e prática, dando eles exemplos de discrição e poupança, além da aptidão pelas coisas e
soluções práticas. Contudo, essa sabedoria também teria de ter um aspecto espiritual, fazendo
com que olhassem para seus semelhantes com espírito de amor, de ternura e de bondade,
sempre considerando seu destino espiritual e eterno, visando o avanço e o desenvolvimento
espiritual de suas almas. Falando de maneira geral, teriam de ser homens que cuidassem tanto
das necessidades físicas como das necessidades espirituais de muitíssimas pessoas, motivo
pelo qual teriam de ser indivíduos altamente qualificados (Champlin, p. 135-136, volume 2).
d) HONESTO: A palavra para honesto no original grego é “sem nós” que significa: sério,
digno de respeito, dignidade, honradez. O dicionário de “Michaellis” assim descreve o homem
honesto: “Honrado, probo, reto, consciencioso, sério, digno de confiança, justo, escrupuloso,
imparcial, veraz, decente, decoroso, virtuoso, casto, pudico, recatado”. Essa honestidade diz
respeito em todos os aspectos da vida pessoal.
e) NÃO DE LÍNGUA DOBRE: Na Bíblia, versão Vida Nova, temos “... de uma só
palavra...”. No original grego temos o termo “dilogos” que significa: dobre em palavras, dado a
duplicidade. O sentido é: aquele que tem língua dobre ou dupla. Literalmente, o de duas línguas,
o insincero. O diácono deve ser uma pessoa que age com transparência, com sinceridade e
verdade no trato das coisas de Deus e com as pessoas. O diácono é o obreiro cristão que está
em primeiro contato com o povo e deve conduzir-se com inteireza e verdade, aborrecendo a
duplicidade de conduta (Sl. 119.113; Tg. 1.8), focando as questões com uma só palavra.
f) NÃO DADO A MUITO VINHO: O termo grego usado no original para “dado” é
“prosecho” que significa: “voltar a mente para, dar atenção, dedicar-se a”. A bebida alcoólica tem
sido a desgraça de muitas vidas e a destruição de muitos lares. O diácono, bem como o obreiro
cristão em geral, deve se abster de bebidas alcoólicas no afã de fugir da aparência do mal,
justamente pela falta de controle a limites morais estabelecidos por Deus em sua palavra.
g) NÃO COBIÇOSO DE TORPE GANÂNCIA: A palavra “torpe”, no grego original é
“aischrokerdes” que significa: “cobiça pelo ganho desonesto”. O diácono, sendo uma pessoa que
deveria cuidar das viúvas e pobres, inclusive na administração do dinheiro arrecadado para essa
22
finalidade, era advertido a não agir com cobiça ou desonestidade. Nenhum obreiro cristão terá
sucesso na vida ministerial agindo com cobiça e ganância, usando o ministério sagrado como
meio para obter lucro pessoal e enriquecimento ilícito e de satisfação de sua torpeza material. (I
Pe. 5.2). A cobiça leva o homem a se desviar da fé. (I Tm. 6.10).
DIÁCONO - ACRÓSTICO5
D Fala-nos da DEDICAÇÃO ao Senhor. Realmente os Diáconos devem esforçar-se num
devotamento crescente a Jesus, numa devoção ao Mestre numa consagração aos menos
favorecidos na vida.
O "I" fala-nos de IDEAL. E o ideal do Diácono é ajudar aos pobres e tudo fazer para minorar o
sofrimento dos que padecem e choram.
A Lembra-nos o dever da ASSISTÊNCIA, de proteção e socorro que os Diáconos prestam
desinteressadamente aos órfãos, viúvas e necessitados.
C Já a letra "C" faz-nos pensar em COOPERAÇÃO, trabalho em comum, espírito de unidade
para objetivos santos e louváveis
O Através desta letra vem-nos a mente o vocábulo ORAÇÃO. Os Diáconos devem ser crentes
de muita Oração. A piedade deve ser uma característica continua. Suas orações não são apenas
de súplicas e intercessões constantes em favor dos corações sofredores, mas também de
orações de gratidão e louvor ao Pai celeste, na manifestação do seu amor, bondade e benefício.
N Esta letra sugere-nos as NECESSIDADES múltiplas da alma humana, necessidades que só
poderão ser satisfeitas por Jesus. Mas necessidades que devem ser vistas e observadas
ternamente pelos abrigados DIÁCONOS de nossa Igreja.
O Surge novamente a letra "O". A palavra ORDEM flui naturalmente. Os Diáconos cuidam da
boa ordem no culto e em outras atividades eclesiásticas. Mostram-se zelosos, cheio de cuidado
para que tudo se faça com decência e ordem.
3. AS FUNÇÕES DIACONAIS REGISTRADAS NA BÍBLIA6
Fazendo uma análise mais acurada da Bíblia, no intento de identificar as funções
diaconais, parece-nos que elas não ficavam restritas tão somente ao campo material, mas
também ao campo espiritual, ou seja, o Diácono era um homem bivalente (aquele que vale por
dois), isto é, era um homem preparado para o atendimento material e espiritual. Daí porque se
5 MINISTÉRIO VIDA. Treinamento para diáconos. Disponível em:
<https://pt.slideshare.net/carloscirlenoneves/treinamento-para-diconos>. 6 IGREJA BATISTA PLENITUDE DE DEUS. Curso de Diáconos e Obreiros. Disponível em:< https://fliphtml5.com/odcz/lpxw/basic>. Todo o capítulo, com exceção dos enxertos
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exigia grandes qualificações para a consagração do diácono. É claro que o enfoque maior do
ofício diaconal é o aspecto material.
3.1. AS FUNÇÕES MATERIAIS DO DIÁCONO
Era, em suma, a de ajudar os pastores no cuidado dos assuntos temporais e materiais
da igreja, de tal maneira que os pastores pudessem dedicar-se à oração e ao ministério da
palavra (At. 6.4) (Bíblia Pentecostal, pg. 1869). Exigir do Pastor ou do responsável pelo rebanho
do Senhor uma vida de ORAÇÃO e sucesso na MINISTRAÇÃO da Palavra de Deus, sem dar a
necessária condição material ao obreiro, é uma grande incoerência. Note-se que essa função
era desempenhada pelo DIACONATO. Lembre-se, DIÁCONO não é só para ficar em pé na porta
da Igreja ou no interior do Templo, ele deve fazer muito, muito mais que isso. Vejamos os
exemplos da igreja primitiva:
➢ O Diácono cuidava – dos pobres, das viúvas e os enfermos, atendendo-os em suas
necessidades básicas. “...porque as suas viúvas eram desprezadas no ministério cotidiano.” (At.
6.1).
➢ O Diácono administrava – os recursos (alimentos e dinheiro) que eram coletados e
doados pelos discípulos (At. 2.44,45; 4.32-37).
➢ O Diácono servia as mesas – “...Não é razoável que nós deixemos a palavra de Deus
e sirvamos às mesas.” (At. 6.2). Atendia as necessidades, material e espiritual em geral. O
significado da palavra “mesas” aqui deve ser entendido no sentido figurado.
➢ O Diácono era um assessor do Apóstolo – “Mas nós perseveraremos na oração e no
ministério da palavra” (At. 6.4). Isso significa dizer, o diaconato primitivo PROPICIAVA
CONDIÇÃO AO APOSTOLADO PARA DEDICAR-SE MAIS À ORAÇÃO E À PALAVRA.
3.2. AS FUNÇÕES ESPIRITUAIS DO DIÁCONO
Sabe-se que o ministério diaconal não ficou adstrito ao desempenho desse ofício só na
parte “material”, mas também avançou na parte espiritual, como veremos a seguir:
➢ O Diácono trabalhava para o crescimento – Agia de forma a possibilitar o crescimento
da igreja em dois aspectos básicos: qualitativamente e quantitativamente. “E crescia a palavra
de Deus, e em Jerusalém se multiplicava muito o número de discípulos, e grande parte dos
sacerdotes obedecia a fé”. (At. 6.7).
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➢ O Diácono era ativo no ministério – Fazia obras e prodígios entre o povo. “E Estevão,
cheio de fé e de poder, fazia prodígios e grandes sinais entre o povo” (At. 6.8), não só os
apóstolos possuíam os dons espirituais mas os diáconos também.
➢ O Diácono agia como um evangelista – fazendo a obra de um pregador do evangelho
por toda parte. “Mas os que foram dispersos, iam por toda a parte, anunciando a palavra. E
descendo FILIPE à cidade de Samaria, lhes pregava a Cristo”. (At. 8.4-5).
➢ O Diácono era um homem espiritual – (cheio do Espírito Santo, de Sabedoria, de fé,
e poder) qualidade inerente a todo o homem de Deus que almeja ter sucesso no seu ministério
e influenciar o crescimento material e espiritual da igreja do Senhor (At. 6.8; ITm. 3.8).
Nos dias atuais, o corpo diaconal deverá continuar exercendo as responsabilidades
materiais e espirituais da igreja primitiva, bem como uma série de outras atividades, tais como:
recepção, segurança, distribuição da ceia do Senhor, o recolhimento de ofertas, hospitalidade,
arrumação e organização da igreja, abertura e fechamento do templo, limpeza, etc.. “A igreja que
possui uma diaconia organizada, é uma igreja viva, e seus Diáconos, tais como: Estevão, Filipe,
Febe... e outros estarão conscientes e entusiasmados pelo trabalho que o Senhor lhes confiou”
(Cartilha do Conselho Diaconal da IEAD).
4. O PROCESSO DE ELEIÇÃO DOS DIÁCONOS7
Atos 6:3,5-6:
(3) Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio.(5) E este parecer contentou a toda a multidão, e elegeram ... (6) E os apresentaram ante os apóstolos, e estes, orando, lhes impuseram as mãos.
4.1. O PROCESSO DE ELEIÇÃO DOS DIÁCONOS:
a. Quem pode ser “candidato” a diácono? Devem ser observados todos os irmãos
da igreja local, para encontrar os que satisfazem todos os requisitos apresentados na Bíblia.
7IGREJA ALIANÇA DE AMOR. Curso para diaconato. Disponível: <https://www.igrejaaliancadeamor.com.br/home/cursos-e-materiais/cursos/1416-curso-para-di%C3%A1conato.html>.
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b. Quais as palavras chave que devem reinar na indicação e eleição? Espírito de
oração, humildade, responsabilidade, união fraternal, e dependência total e somente do Espírito
Santo.
c. Quantos diáconos devemos ter? 1Tim 3 não especifica a quantidade e Atos 6 foi
só um exemplo para uma situação específica. Geralmente a média das igrejas, é de um diácono
para cada 10 a 15 pessoas. Mas se esta conta apontar que precisamos de 4 diáconos, e só
tivermos 2 com as condições bíblicas, fiquemos só com estes 2. Se tivermos 5 pessoas com
plenas condições, nada impede tê-los todos como diáconos. Deixemos o Espírito guiar nossas
igrejas.
d. Por quanto tempo o diácono permanece ativo no ofício de diácono na sua igreja
local?
Em algumas igrejas, por toda a vida, a não ser que a igreja ou seu Ministério julgue que
ele perdeu as condições necessárias. Isto parece ser a prática encontrada no N.T. Mas apresenta
alguns problemas na prática das nossas igrejas, que preferem mais não reelegerem um diácono
desinteressado pela obra do Senhor.
Obs. Em outras igrejas, por 1 ou 2 anos, podendo ser reeleitos. Algumas igrejas [com
muitos homens qualificados] adotam “pausa” de 1 ano após cada máximo de 4 anos, visando dar
oportunidades a outros irmãos.
e. Qual o significado e importância da imposição de mãos na primeira posse de
um diácono? Impor as mãos não confere poder, apenas os reconhece. Este reconhecimento
deve ser público, solene e festivo, com a imposição de mãos significando plena aceitação pela
igreja do fato que estes crentes satisfazem todas as condições bíblicas, já foram escolhidos
por Deus.
5. O DIÁCONO E A LITURGIA DO CULTO CRISTÃO8
Como boa parte das atividades diaconais hodiernas se desenvolve durante os Cultos
Cristãos, faremos uma abordagem acerca deste tema.
5.1. DEFINIÇÃO DE CULTO
Para alcançarmos uma visão correta sobre o culto cristão, é mister examinarmos alguns
termos usados pelos escritores: “Latreía”, cujo significado principal é “serviço” ou “culto”. Denota
8 IGREJA BATISTA PLENITUDE DE DEUS. Curso de Diáconos e Obreiros. Disponível em:< https://fliphtml5.com/odcz/lpxw/basic>. Todo o capítulo, com exceção dos enxertos.
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o serviço prestado a Deus, pelo povo inteiro ou pelo indivíduo. Em outras palavras, é o serviço
que se oferece à divindade através do culto formal, ritualístico, e através do oferecimento integral
da vida (Ex 3.12; Dt 6.13; Mt 4.10; Lc 1.74; 2.37; Rm 12.1).“Proskyneo”, originalmente, significava
“beijar”. No Antigo Testamento significa “curvar-se”, tanto para homenagear homens importantes
e autoridades, como para “adorar” a Deus. (Gn 24.52; II Cr 7.3; 29.29; Sl 95.6). No Novo
Testamento denota adoração exclusiva a Deus (At 10.25-26; Ap 19.10; 22.8-9, etc). Página 17
5.2. A LITURGIA DO CULTO
“Leitourgia”; composto por duas palavras gregas “povo” (Laós) e “trabalho” (érgon),
significa “serviço do povo”. No Antigo Testamento aplicava-se ao serviço oferecido a Deus pelo
Sacerdote, quando apresentava o holocausto sobre o altar de sacrifícios. (Js 22.27; I Cr
23.24,28), etc. No Novo testamento refere-se aos procedimentos sequenciais em determinado
período para adoração a Deus.
5.3 A FUNÇÃO DIACONAL NO CULTO CRISTÃO
“Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem
doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação”. (I Co.
14.26). “Mas faça-se tudo decentemente e com ordem”. (I Co. 14.40). Nas duas referências
acima, o Apóstolo Paulo orienta a igreja de Corinto a preservar no culto cristão três coisas de
suma importância com relação ao objetivo central e finalidade do ato de adoração cristã, ou seja,
precisa ter: EDIFICAÇÃO, DECÊNCIA E ORDEM.
➢ Edificação – Do grego “oikodomeo” que significa: edifico, re-edifico, promovo
aumento de sabedoria, afeto, graça, virtude, santidade e bem aventurança cristã. Na Bíblia
Pentecostal encontramos a seguinte definição para edificação “fortalecer e promover a vida
espiritual, a maturidade e o caráter santo dos crentes. Essa edificação é uma obra do Espírito
Santo através dos dons espirituais, pelos quais os crentes são espiritualmente transformados,
mais e mais, para que não se conformem com este mundo”. Segundo Champlin: “O apóstolo
como que estava obcecado com a necessidade de “edificação”, como a grande finalidade dos
cultos cristãos. A igreja necessita ser edificada, corrigida, consolada e instruída, a fim de que
todos os seus membros se conformem mais intimamente à imagem de Cristo”.
➢ Decentemente – No grego “eushemonos” que significa: decentemente,
honestamente, dignamente. Tem sentido de decoroso, formoso, elegante, ilustre. É do texto e da
própria palavra “decentemente”, que o sentido do culto cristão primitivo devia ter, na prática, ação
de decoro, honestidade e dignidade por parte de todos os seus participantes. É importante
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registrar que uma reunião de adoração ou um culto cristão que não segue apropriadamente um
roteiro decente, diga-se, decoroso, digno, honesto, por aqueles que o promovem, descaracteriza,
certamente, essa sagrada reunião que deve ser promovida com a máxima reverência e a
decência de todos.
➢ Com ordem – No grego “taziz” que significa: ordem determinada, sucessão fixa,
regulamento, regra, ordem, atitude ordeira. O culto cristão e tudo que se fazia nele, precisava de
disciplina rígida, no que tange a afastar os excessos e abusos, principalmente, no cerimonial do
“ágape” e até mesmo à desordem que existia quanto ao exercício dos dons espirituais. Desse
modo, compete diretamente também ao DIÁCONO, sem dúvida alguma, propiciar, através de
seu serviço e atuação, que o culto cristão seja instrumento de EDIFICAÇÃO, DECÊNCIA e
ORDEM, para o crescimento espiritual da igreja de Cristo. Igualmente, compete ao DIACONATO
posicionar-se com extrema atenção e cada diácono, de per si, no seu posto de atuação
previamente definido no interior do templo, durante o momento de adoração, evitar que haja
surgimento dos fatores de desestabilização do culto cristão, tais como: DESVIO DE ATENÇÃO,
FALTA DE REVERÊNCIA, PERTURBAÇÃO, INTROMISSÃO DE TERCEIRO, ETC.
Vejamos as SUGESTÕES PARA SE CULTUAR BEM.
✓ Não entre durante o momento de oração ou leitura devocional da Bíblia.
✓ Não se assente na extremidade de um banco desocupado, de maneira a impedir a
entrada de outros.
✓ Chegue cedo e espere o culto terminar.
✓ Fale durante o culto somente o necessário para o bom andamento.
✓ Os diáconos devem estar a disposição, sempre que forem chamados ou julgar
necessário atender.
✓ Não se distraia com o celular durante o culto.
✓ Não desvie sua atenção durante uma oração, nem a do seu irmão ao lado. Se estiver
de serviço ou escala ore com olhos abertos para ter controle de eventuais surpresas.
✓ Ajude o visitante ao lado a participar do culto oferecendo-lhe a harpa cristã e a Bíblia
Sagrada.
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✓ Nunca permita que o visitante dirija-se “sozinho” à frente (para receber oração e/ou
aceitar a Jesus).
✓ Não saia do Templo durante o culto para ficar ocioso do lado de fora, nem antes da
“Benção apostólica”.
✓ Terminando o culto, abrace os irmãos e transmita a eles o seu amor cristão,
convidando-o a voltar sempre como um servo que tem cordialidade.
6. A CEIA DO SENHOR9 E O BATISMO
6.1. A SANTA CEIA
A Ceia do Senhor é a cerimônia mais solene da Igreja. Durante a sua celebração,
relembramos as duas principais doutrinas do Novo Testamento: a encarnação e a morte vicária
do Senhor Jesus. Ato contínuo, somos alertados quanto à proximidade da volta do Senhor. A
Ceia do Senhor, pois, é tanto um memorial quanto uma profecia:
✓ Dos sofrimentos e morte de Cristo, um memorial (I Co. 11.26);
✓ De sua segunda vinda, uma vívida profecia (I Co. 11.26).
É uma ordenança que todos devemos observar “até que ele venha”. Consistindo na
distribuição do pão e do vinho, a Ceia do Senhor evidencia já sermos participantes da natureza
divina do Redentor (II Pe. 1.4). É por isso que a Ceia é conhecida ainda como a comunhão; é a
comunhão entre o crente e o Senhor Jesus, e entre o crente e a sua congregação. Símbolos - O
pão simboliza o corpo do Senhor Jesus que foi partido por nós; o cálice, o seu precioso sangue
que foi vertido no Calvário a fim de que sejamos purificados de todo o pecado (I Jo. 1.7).
6.2. MANTENDO A SOLENIDADE NA CEIA DO SENHOR
Do capítulo 11 da Epístola de Paulo aos Coríntios, depreende-se que a igreja localizada
nessa importante cidade grega quase nenhuma importância emprestava à Ceia do Senhor.
Quando os irmãos se reuniam a fim de participarem do pão e do cálice, boa parte da igreja assim
fazia para a própria condenação. Enquanto uns se empanzinavam, e até se embriagavam, outros
passavam fome. O que deveria ser uma festa ordeira e espiritual, degenerara-se; proporcionando
9 IGREJA BATISTA PLENITUDE DE DEUS. Curso de Diáconos e Obreiros. Disponível em:< https://fliphtml5.com/odcz/lpxw/basic>. Todo o capítulo, com exceção dos enxertos.
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um ajuntamento tonificado pela desordem. Diante de tais abusos, vemo-nos constrangidos a
perguntar: Não havia diáconos em Corinto? Se os havia, eram bem orientados pelos pastores?
Isto porque todo diácono bem orientado tem como princípio zelar pelo caráter solene da Ceia a
fim de que esta não perca a sua finalidade: manter a comunhão entre o crente e o Senhor, e
entre o crente e a Igreja.
6.3. CUIDADOS QUE O DIÁCONO DEVE TER DURANTE A CELEBRAÇÃO DA CEIA
Sendo a Ceia do Senhor a mais solene reunião da Igreja, deve o diácono atentar às
seguintes recomendações:
➢ Observe, antes de mais nada, se o templo está limpo, e as cadeiras alinhadas.
Qualquer modificação do arranjo do mobiliário deve ser feita antes do início da Ceia. Se for uma
Ceia com mais participantes que o normal, cadeira devem ficar preparadas para ser colocadas
em espaços no templo.
➢ Verifique se os elementos – o pão e o suco de uva – foram providenciados em
quantidade suficiente. Não os deixe faltar, sempre projeto um público extra, mas sem exageros.
➢ Antes da celebração da Ceia, busque saber, junto ao seu pastor, se há alguma
recomendação especial para aquele domingo. Decidam juntos sobre a forma de realizar a
entrega dos elementos, se os irmãos recebem nas cadeiras ou vêm buscá-los na parte da frente
do templo. Proponha meios de garantir maior fluxo no momento da Ceia, mas sabendo que a
última palavra é do pastor da Igreja e do dirigente do culto.
➢ Se você for o chefe dos diáconos, reúna-se com os seus pares, e transmita-lhes as
últimas instruções. Lembre-se: o diaconato é um trabalho em equipe. Requer-se, pois, de cada
diácono(isa), entrosamento, disciplina e espírito de cooperação.
➢ Assegure-se de que todos os presentes estejam devidamente acomodados. Informe
ao dirigente sobre esse assunto. O pastor dirigente do culto e o diaconato devem atuar em
parceria.
➢ Não permita que as crianças circulem no santuário no momento da Ceia.
➢ Havendo visitantes de outras igrejas e denominações, identifique-os para que
também usufruam da comunhão. No que tange aos incrédulos, que estes sejam alertados quanto
à exclusividade da cerimônia. Se o pastor dirigente esquecer de alguma parte da liturgia, deve
ser avisado.
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➢ Dê toda a assistência ao pastor dirigente/celebrante no transcorrer da Ceia. Esteja
sempre atento; ao menor sinal de seu pastor, ou do celebrante, apresente-se.
➢ Conscientize-se de sua responsabilidade. Você verá que, com a sua ajuda e
prontidão, a Ceia do Senhor alcançará seu principal objetivo: edificar o povo de Deus e guindá-
lo às regiões celestiais.
6.4. O CUIDADO COM A VESTIMENTA DO DIÁCONO
Durante a Ceia do Senhor, o Diaconato deverá utilizar roupas sóbrias e que reflitam a
sua condição de OFICIAL DA IGREJA e auxiliar direto do pastor. Devem-se evitar as cores fortes
e espalhafatosas. Que nada desvie a atenção dos presentes; que todos se concentrem na
importância da celebração. Não é necessário dizer que a roupa do diácono haverá de estar
impecavelmente limpa e passada. Recomenda-se que, estejam atentos para que nenhuma parte
do vestuário toque nos elementos da Ceia. Cuidado com as gravatas. Evitar-se-á também que a
gravata fique roçando as pessoas.
A adoção de um uniforme para toda diaconia é o mais aconselhável, bem como a
utilização de crachás de identificação.
6.5. CUIDADOS PESSOAIS
Que o diácono também esteja atento para o asseio pessoal durante a celebração da
Ceia do Senhor. Embora não estejamos no Antigo Testamento, faríamos bem se atentássemos
para o cuidado que os levitas tinham com o próprio corpo. Observemos, pois, estas
recomendações:
➢ Não somente os diáconos, mas, os crentes de uma forma geral, deveriam sempre,
ao ir à casa de Deus, tomar banho e se arrumar com esmero. Afinal, estaremos dirigindo-nos ao
lugar mais importante desta terra.
➢ Mantenha as unhas sempre cortadas e limpas. Lembre-se: você estará a manusear
os elementos da Ceia. A higiene das mãos, pois, é um requisito indispensável. Não as perfume;
pode impregnar as vasilhas e os elementos a serem distribuídos.
➢ Os homens devem estar preferencialmente barbeados.
➢ Se estiver resfriado, não sirva a Ceia.
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6.6. A PREPARAÇÃO DOS ELEMENTOS
O diácono tem a responsabilidade de preparar com antecedência os elementos da Ceia
do Senhor: o pão e o suco de uva. Nada mais desagradável do que chegar a hora da Ceia e se
verificar que os elementos não foram ainda providenciados. O suco de uva deve ser novo; nada
de utilizar o que restou da ceia passada. Verifique sempre a validade dos produtos a serem
utilizados. Atenção aos copos e bandejas! Estejam, estas, sempre limpas! Cuidado com insetos.
Acondicione-as num lugar apropriado. Tratemos as coisas de Deus com esmero e cuidado.
6.7. A DISTRIBUIÇÃO DO PÃO E DO CÁLICE
Na IBMA os elementos já vêm preparados. O pão cortado e o vinho (suco de uva) nos
cálices. Ainda assim, alguns cuidados que devemos observar na distribuição dos elementos da
Ceia:
➢ Já de posse da bandeja de pão, evite cantar em cima dos elementos, por questão de
higiene.
➢ Os diáconos podem recitar trechos da bíblica enquanto entregam os elementos, com
moderação, por questão de higiene. Para servir o pão podem recitar: “Comei em memória do
corpo do Senhor”, ou ainda “Disse Jesus, este é o meu corpo que foi partido por vós”. Ao distribuir
o vinho pode, recitar: Este é o símbolo da nova aliança, ou ainda, “Este cálice é o Novo
Testamento no meu sangue[...] bebei em memória de mim” (ARC).
➢ Atenção quando os elementos forem faltando nas bandejas ou cestas, deve haver
um fluxo para rápida substituição. Se um pão cair no chão deverá ser separado, mas somente
após o culto deve ser jogado fora. O mesmo com o vinho. Lembremos que esses elementos
foram abençoados, e possuíam um simbolismo muito forte no momento da Ceia.
➢ Qualquer acidente deve ser relevado, a seriedade e solenidade da Ceia não podem
ser perdidas.
6.8. CUIDADOS POSTERIORES
Servidos o pão e o cálice, certifique-se de que as bandejas sejam recolhidas. O ideal é
que não haja sobras, mas havendo podem ser comidas, doadas ou mesmo jogadas fora. Há
também a possibilidade de levar os elementos para irmãos da Igreja que estão impossibilitados
de frequentar o templo por doenças ou outras situações. Atenção, depois da Ceia o pão e o vinho
não são elementos “espirituais”.
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6.9. BATISMO10
Os diáconos devem ajudar nas cerimônias batismais, cuidando para que o tanque
batismal com antecedência seja cheio com água. Podem auxiliar muito a fim de que a cerimônia
inicie a tempo e em ordem.
Convém que os diáconos e diaconisas, respectivamente auxiliem os homens e as
mulheres que irão se batizar a vestirem suas becas/batas e assentarem-se no lugar devidamente
reservado para eles na igreja. Durante o batismo podem orientar os que irão se batizar quanto
ao momento e o modo de entrarem no tanque batismal. Se uma pessoa com deficiência,
problemas de locomoção ou muito pesada exigir o auxílio de alguém mais dentro do tanque, um
diácono poderá auxiliar o pastor que está batizando.
Quando os batizandos saem do batistério os diáconos e diaconisas os encaminham ao
local apropriado para estes trocarem as roupas molhadas e os reconduzem para receberem os
cumprimentos da igreja.
Após o término da cerimônia espera-se que os diáconos e diaconisas sequem o chão
das salas da igreja que foram utilizadas pelos batizandos. O líder do Diaconato deve coordenar
todo o processo, cuidando, inclusive do esvaziamento do tanque batismal e das becas/batas,
que devem ser lavadas e enxutas.
7. O DIÁCONO COMO INTRODUTOR/INTEGRADOR/CONSOLIDADOR/PORTEIRO11
Tais funções, hodiernamente, exigem a difícil arte de tratar as pessoas, de conviver com
pessoas heterogêneas, com diferentes temperamentos, no entanto é uma ótima oportunidade
para o diácono(isa) desenvolver uma dose redobrada de paciência, delicadeza, docilidade,
sorriso e presteza. O Diaconato trabalha sempre em parceria e cooperação com outros
ministérios, departamentos e organizações da Igreja.
7.1. RECOMENDAÇÕES
Os diáconos que atuem nessas funções devem observar as seguintes recomendações:
10 BIBLIA.COM.BR. O diaconato à luz do Novo Testamento. Disponível em: <https://biblia.com.br/perguntas-biblicas/o-diaconato-a-luz-do-novo-testamento/>. SILVA, João Batista da. Manual do diácono. Disponível em: <https://pt.slideshare.net/diaconosdapituba/manual-do-diacono>.
11 IGREJA BATISTA PLENITUDE DE DEUS. Curso de Diáconos e Obreiros. Disponível em:< https://fliphtml5.com/odcz/lpxw/basic>. Todo o capítulo, com exceção dos enxertos
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➢ Tenha sempre em mente que você estará lidando com pessoas de diferentes
temperamentos e índoles. Portanto, esteja preparado para enfrentar as mais diversas situações.
➢ Vista-se com discrição e elegância. Lembre-se: é através de você que a igreja
começa a dar bom testemunho aos visitantes.
➢ Mantenha-se continuamente em oração e vigilância. Não se deixe surpreender pelo
adversário.
➢ Jamais fique de costas para a rua, para não ser pego de surpresa, ou ainda para que
as pessoas não entrem sem que você veja. Não permita que animais entrem no templo.
➢ Sempre cumprimente com discrição e educação quem está chegando na igreja,
crentes, não-crentes, etc., todos merecem o mesmo trato.
➢ Esteja atento a tudo o que ocorre durante o culto; trabalhe em harmonia com quem
está na direção do culto.
➢ Jamais deixe a porta sem um obreiro; se necessitar se ausentar, ainda que por alguns
minutos, solicite a outro diácono ou auxiliar que tome posse do seu posto até você voltar.
➢ Ao recepcionar um visitante, procure saber o nome dele; trate-o com civilidade;
procure um lugar adequado para ele sentar.
➢ Tratando-se de um visitante não-crente, arrume-lhe um lugar perto de alguém que,
durante o culto, preste-lhe a devida assistência. Se ele precisar providencie-lhe uma Bíblia, para
ler durante o culto.
➢ Se o visitante for crente, procure saber qual é a sua igreja para que ele seja
devidamente recepcionado a apesentado. É de bom apresentar também os visitantes não-
crentes, dando-lhes as boas-vindas.
➢ Esteja atento às crianças. Não as deixe sair à rua; não permita que elas fiquem
entrando e saindo do templo, levando a irreverência à casa de Deus. Se vir alguma criança deixar
o templo com pessoas que não sejam seus pais, intervenha imediatamente.
➢ Tenha autocontrole. Essas funções exigem bom senso, iniciativa, coragem e muita
prudência.
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➢ Enquanto a congregação estiver orando, permaneça atento; não feche os olhos.
Vigiar enquanto os outros estão orando é um piedoso exercício.
➢ Durante a coleta, verifique se algum aproveitador se introduziu furtivamente no templo
para roubar os fiéis. Em caso positivo, procure discretamente o auxílio de outros diáconos. Evite
tumultos na casa de Deus.
➢ Esteja sempre preparado para ajudar as pessoas enfermas, pessoas com deficiência
e idosos, principalmente nas escadas ou elevador.
➢ Outras situações há que, aqui, não foram consideradas. Mantenha-se, por isso,
sempre atento. Em caso de dúvida, procure a orientação de seu pastor.
8. RECOLHIMENTO DE DÍZIMOS E OFERTAS12
Esta atividade demanda cuidado, discrição e cortesia. Se assim não for, estas perderão
seu caráter de adoração, tornando-se um ato meramente mecânico.
8.1. O ESPÍRITO DO DIÁCONO NO ATO DA CONTRIBUIÇÃO
No momento de se recolher os dízimos e as ofertas, o diácono deve conscientizar-se de
que está a desempenhar uma função nobilíssima. Ele estará a receber os haveres que os santos
consagraram ao Senhor. Porte-se de maneira reverente e santa. Nada de brincadeiras nem
inconveniências. Esteja também preparado às mais diversas situações. Nesse momento,
deparar-se-á com pessoas que não poderão contribuir; outras que não quererão contribuir; e
ainda outras que ignoram o porquê do contribuir.
Recolha as ofertas em oração, agradecendo sempre a Deus por este grande privilégio.
Você estará arrecadando recursos que serão usados para expandir a obra missionária,
incrementar o evangelismo e para que não falte mantimento na casa de Deus (Ml. 3.10). Encare
o recolhimento de ofertas como um ato de adoração. É um momento de ações de graças, no
qual os santos reafirmam os seus compromissos para com o senhorio de Cristo.
Este é um ato cultual, não um rito mercantilista. Você não está num estabelecimento
comercial nem numa agência bancária. Você encontra-se no santuário do Deus Vivo, onde os
12 IGREJA BATISTA PLENITUDE DE DEUS. Curso de Diáconos e Obreiros. Disponível em:< https://fliphtml5.com/odcz/lpxw/basic>. Todo o capítulo, com exceção dos enxertos.
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santos estarão consagrando ao Senhor o fruto de seu labor. Por isso, aja com redobrado temor
e tremor. Torna-se agradável ouvir do recolhedor no momento da oferenda palavras de bênçãos
como, por exemplo: “Que Deus o abençoe!” “Que Deus lhe multiplique os bens” “Que Deus lhe
prospere” Estes dizeres refletem as palavras proféticas de Malaquias aos contribuintes da casa
de Deus.
8.2. COMO SE DEVE RECOLHER AS OFERTAS
Vejamos alguns conselhos práticos para melhor proceder na coleta das ofertas:
➢ Na IBMA as ofertas são geralmente trazidas à parte da frente do Templo, mas é
possível que os diáconos tenham que recolher os dízimos e ofertas no lugar em que os irmãos
estão sentados. Em ambos os casos não constranja ninguém a contribuir. Na entrega dos
envelopes esteja atento ao pedido dos irmãos. No recebimento não fique observando o quanto
as pessoas estão contribuindo. Se for recolher ao passar por uma pessoa, e verificar que esta
não se acha com a oferta na mão, não insista. Desvie discretamente a salva. Ore para que essa
pessoa tenha condições de contribuir da próxima vez.
➢ Sempre espere o comando do pastor dirigente. E havendo alguma situação
excepcional o líder do Diaconato, ou na ausência deste qualquer diácono ou diaconisa, deve
comunicar ao pastor.
➢ Encerrada a coleta, dirigir-se-ão os diáconos a sala separada para preparar as ofertas
para a tesouraria. Não divulgue a ninguém os procedimentos que são realizados pelos diáconos
depois do recolhimento das ofertas e dízimos.
➢ Caso os diáconos também sejam encarregados da contagem das ofertas, que esta
tarefa seja feita por, pelo menos, dois ou três, a fim de que nenhuma suspeita seja levantada
contra os servidores da igreja.
➢ Em havendo troco a ser entregue, faça-o imediatamente ao recolhimento, e da forma
mais discreta possível, sem chamar a atenção.
8.3. CUIDADOS A SEREM OBSERVADOS Durante o recolhimento das ofertas, os
diáconos deverão estar atentos a fim de que nenhum mal elemento se aproveite da ocasião para
roubar o povo de Deus. Que estas recomendações sejam seriamente consideradas:
➢ Enquanto uma parte do diaconato estiver recolhendo as ofertas, a outra permanecerá
de vigia em cada porta e corredor. Isso evitará surpresas desagradáveis.
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➢ Detectado o intruso, este deverá ser abordado por, pelo menos, dois diáconos.
Contudo, deve-se tomar especial cuidado para que tumulto algum perturbe a boa ordem do culto.
➢ No momento em que a oferta estiver sendo levada à tesouraria, o cortejo dos
diáconos deve ser devidamente reforçado.
➢ Enquanto estiverem encaminhando as ofertas à tesouraria, os diáconos devem
certificar-se de que não estão sendo seguidos. Em caso positivo, retornem ao santuário.
➢ No caso de uma abordagem à mão armada, não reaja. Porte-se com prudência e
vigilância. De sua atitude sábia, depende a vida de muitos inocentes. Além desses lembretes,
haverá o diaconato de estar sempre atento às condições de segurança do templo. E reforçará,
sempre que possível, os pontos tidos como vulneráveis.
9. DA ASSISTÊNCIA SOCIAL13
Os diáconos podem atuar em áreas definidas no campo da assistência social, em
especial: assistência aos carentes de recursos financeiros. É necessário tomar conhecimento
da existência de necessitados principalmente entre os membros da Igreja, visitá-los, instruí-los e
confortá-los espiritualmente, bem como auxiliá-los nas suas necessidades dentro das
possibilidades da Igreja, examinando cautelosamente a fim de verificar a real existência das
necessidades alegadas.
Diante da seriedade das situações e dos limites orçamentários da Igreja deve se fazer
cadastro prévio, aprovação, visitas e emissão de relatórios periódicos, informando se aquele que
recebeu auxílio está participando de Igreja Evangélica; se está recebendo auxílio por parte de
outras pessoas; se a necessidade já está suprida. Os relatórios de auxílio deverão ser
examinados periodicamente, no sentido de avaliar se a ajuda deve ser mantida ou não.
Juntamente com o auxílio material, seja de dinheiro, remédio, cesta básica, ou qualquer
outro, o Diaconato zelará pela vida espiritual do necessitado, evangelizando-o, orando com ele
e incentivando a comunhão na Igreja.
13 IGREJA PRESBITERANA DE CUIABÁ. Regimento interno da junta diaconal da Igreja Presbiteriana
de Cuiabá. Disponível em: <https://www.ipcuiaba.org.br/junta-diaconal/>. Adaptado.
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Para os trabalhos fora do templo como visitas, investigações dos necessitados, etc,
devem os diáconos, de preferência, ser enviados de dois a dois. Sempre que o ambiente o
permitir os diáconos, nas visitas, deverão orar e ler trechos da Palavra de Deus, como também
instruir os crentes sobre o privilégio da contribuição.
A realização da assistência social se dá com recursos disponibilizados pela Tesouraria
da Igreja, com a concordância do Pastor Presidente, ou com doações diversas direcionadas à
ação social.
Os diáconos devem realizar periodicamente campanha para doações de roupas
alimentos, medicamentos e outros materiais destinados à assistência social, devendo os
mesmos ser encaminhados à sala dos diáconos ou local específico para posterior distribuição.
Deve-se manter atualizado o cadastro das pessoas que estão recebendo auxílio, seja por meio
de cesta básica, medicamentos, recurso financeiro, etc.
9. A ÉTICA DIACONAL14
9.1. O QUE É ÉTICA Numa primeira instância, podemos dizer que a ética é uma ciência
moral, ou, o conjunto de comportamentos de um indivíduo. Também podemos dizer que é o:
Estudo sistemático dos deveres e obrigações do indivíduo, da sociedade e do governo. Seu
objetivo: estabelecer o que é certo e o que é errado. Ela tem como fonte a consciência, o direito
natural, a tradição e as legislações escritas; mas, acima de tudo, o que Deus estabeleceu em
Sua Palavra – a Ética das éticas. A essência da ética acha-se registrada nos Dez Mandamentos
– a única legislação capaz de substituir a todas as legislações humanas (Dicionário Teológico,
Edições CPAD).
9.2. O QUE É ÉTICA DIACONAL
Ética diaconal, por conseguinte, é a norma de conduta que o diácono deve observar no
desempenho de seu ministério. Através desse código de procedimentos, ele terá condições de
discernir, diante de várias situações, o procedimento adequado.
a) AS FONTES DA ÉTICA DIACONAL
14 IGREJA BATISTA PLENITUDE DE DEUS. Curso de Diáconos e Obreiros. Disponível em:< https://fliphtml5.com/odcz/lpxw/basic>. Todo o capítulo, com exceção dos enxertos.
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Do que já vimos até o presente instante, não é difícil inferir quais são as fontes da ética
diaconal.
São estas: a Bíblia, os regulamentos da igreja local e a consciência do próprio diácono.
• Bíblia – Os evangélicos têm a Bíblia como a infalível e inspirada Palavra de Deus. É a
nossa inapelável regra de norma e conduta. Quaisquer estatutos ou regulamentos eclesiásticos
têm de emanar da Bíblia, e não pode, sob hipótese alguma, contrariar a esta. O diácono, portanto,
orientar-se-á, espiritual e eticamente, através da Bíblia. Quanto ao seu cargo específico, terá em
conta as seguintes passagens: At. 6.1-6; I Tm. 3.8-13. Leia sempre estes textos; tenha-os em
sua mente; inscreva-os na tábua do seu coração. Agindo assim, jamais tropeçará.
• Regulamento da igreja local – Além das Sagradas Escrituras, o diácono deverá estar
atento aos regulamentos, estatutos e convenções da igreja local, chamados de ética
denominacional. É claro que, conforme já dissemos, estes têm de estar em perfeita consonância
com a Palavra de Deus. Esteja atento, pois, às particularidades culturais e estatutárias de sua
igreja. Aja de conformidade com estas; não as despreze nem as fira. Se não contrariam a Palavra
de Deus, por que não observá-las? Lembre-se: é melhor obedecer do que sacrificar. Tenha a
necessária sabedoria para não ferir as convenções locais. Prevalece a lei do amor.
• Consciência do próprio diácono – A consciência é aquela voz secreta que temos na
alma que, de conformidade com os nossos atos, aprova-nos. O apóstolo Paulo dá como válido
o testemunho da consciência: Pois não são justos diante de Deus os que só ouvem a lei; mas
serão justificados os que praticam a lei (porque quando os gentios, que não têm lei, fazem por
natureza as coisas da lei, eles, embora não tendo lei, para si mesmos são lei, pois mostram a
obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente a sua consciência e os seus
pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os (Rm. 2.13-15).
Por conseguinte, mantenha sempre a sua consciência em absoluta consonância coma
Palavra de Deus. Não a deixe cauterizar-se. Permita que o Espírito Santo domine-a por completo.
E, todas as vezes que, quer em sua vida particular, quer no exercício do ministério, sentir que
ela o acusa, dobre os joelhos e ore como o rei Davi: “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu
coração; prova-me, e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho
perverso, e guia-me pelo caminho eterno” (Sl. 139.23,24). O Senhor, então, mostrar-lhe-á como
agir, e corrigir-se, se for necessário. Lembre-se: a sua consciência, posto que necessária, não é
a autoridade última de sua vida. Ela somente será válida se estiver em conformidade com os
reclamos e demandas da Palavra de Deus. Já que sabemos quais as fontes da ética diaconal,
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vejamos a seguir quais os principais direcionamentos éticos que o diácono deve observar no
exercício de seu ministério.
b) SÍNTESE DA CONDUTA ÉTICA DO DIÁCONO
Por conduta ética do diácono, entendemos o seu irrepreensível proceder de
conformidade com a Palavra de Deus, conforme os regulamentos, estatutos e visão cultural da
igreja em que ele estiver lotado, e segundo o testemunho de sua consciência que, em hipótese
alguma, pode contrariar as Sagradas Escrituras.
• Quanto ao seu ofício – Conscientize-se de que foi separado para servir a mesa de
Cristo; a mesa da igreja de Cristo; e a mesa do anjo da igreja de Cristo. Portanto, exerça o seu
ministério de acordo com a ordenação que lhe confiou o Senhor Jesus. O seu principal mister é
servir. É o chamado que você recebeu e aceitou.
Obs. Caso você tenha outra chamada específica, não se exaspere; no devido tempo ela
acontecerá. Até lá, cumpra rigorosamente o seu diaconato. Se houver oportunidade para pregar,
pregue. Mas não se esqueça: por enquanto, sua obrigação é servir à mesa. Quando você for
ministro da Palavra, outra função mais nobre ser-lhe-á dada: lavar os pés aos que se encontram
nessas mesas. Não se ausente para pregar; esteja presente para servir.
• Quanto a sua lealdade – Lembre-se: é você, como diácono, o melhor amigo de seu
pastor. Ore por ele; sirva-o amorosa e sacrificialmente. Se o seu pastor se equivocar em alguma
coisa, converse com ele, mostrando-lhe, humildemente, porque você acha estar ele equivocado.
Não se esqueça de que ele pode estar certo. Por isso, saiba como falar-lhe.
• Quanto a ministração particular da ceia do Senhor – Se for designado a levar a Ceia
para alguém do sexo oposto, no domicílio deste(a), faça-se acompanhar de seu cônjuge ou de
outras pessoas. Seja prudente e vigilante. Fuja sempre da aparência do mal. Não brinque com o
pecado.
• Quanto ao dinheiro – O ideal é que todos os dízimos e ofertas sejam entregues na
casa do tesouro. Se alguém quiser entregar-lhe o dízimo, ou oferta, peça-lhe gentilmente que o
faça na tesouraria da igreja. Se for imprescindível que receba a oferta e o dízimo, leve-os
imediatamente a igreja. Não os esqueça consigo nem os tome emprestados. O dinheiro não é
seu; pertence a Jesus.
• Quanto à discrição – A discrição é uma das qualidades essenciais para o exercício do
diaconato. É a qualidade de quem é prudente, sensato e que sabe guardar segredo. O homem
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discreto é alguém em quem se pode confiar. No exercício do diaconato você certamente
presenciará muitos casos graves e comprometedores. Se você não for prudente, poderá arruinar
preciosas vidas e reputações que vêm sendo construídas há décadas. Portanto, saiba controlar
a própria língua. Em casos graves, procure diretamente o seu pastor.
➢ Quanto às arbitrariedades – Exerça o seu ministério no poder do Espírito Santo. Deixe
de lado as ameaças e arbitrariedades. Você não precisa lembrar a ninguém que é diácono, mas
todos precisam saber que você é, de fato, um homem/uma mulher de Deus.
➢ Quanto à pontualidade – Chegue antes de o culto iniciar; não se apresse a sair. O
seu pastor e sua comunidade estão sempre a precisar de sua ajuda.
➢ Quanto à obediência – Não discuta as ordens de seu pastor. Se não estiver de acordo
com elas, indague sobre as razões destas em momento oportuno. Se não puder cumpri-las,
justifique-se.
➢ Quanto ao amor – Se você exercer o seu ministério com amor, estará cumprindo a
Lei, os Profetas e todo o Novo Testamento. E será, em todas as coisas, bíblica e eticamente
correto. Portanto, não se esqueça da Palavra de Deus. Tenha-na bem junto de si.
CÓDIGO DE ÉTICA DO DIÁCONO15
COMPROMISSO
I. DIANTE DE DEUS, DE CRISTO E DO ESPÍRITO SANTO. Honrar e adorar juntamente com a
minha família, meus talentos e meus bens, os nomes do Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo, como
Criador, Salvador e Intercessor de minha vida, de tudo que sou e de tudo que tenho.
II. DIANTE DO PASTOR E DA LIDERANÇA DA IGREJA. Ser fiel ao meu pastor zelando por seu
ministério na igreja, ajudando-o à sua liderança na administração do rebanho de Deus que somos,
considerados, com ele, acertos e fracassos do passado e planos e programas em marcha, de forma que
nossa igreja seja encontrada “gloriosa, sem mácula, nem ruga... Mas santa e irrepreensível”.
III. DIANTE DA FAMÍLIA, DO LAR, DO CÔNJUGE E DOS FILHOS. Buscar na construção de
minha família a preservação dos valores bíblicos para ela instituídos, dignificando meu cônjuge e filhos,
pais e demais parentes, por uma vida de amor, solidariedade e comunhão que nos levem todos a construir
assim, uma família de Deus na terra.
IV. DIANTE DA PÁTRIA, DO TRABALHO, DO PATRÃO E DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL
Honrar e respeitar a minha pátria, suas leis e símbolos, a relação estabelecida de emprego e o melhor
15 ASSOCIAÇÃO DOS DIÁCONOS BATISTAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Ética do diácono. Disponível em: <http://www.adiberj.org/portal/wp-content/uploads/etica_do_diacono.pdf>.
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exercício profissional de minha competência, sendo leal a meu patrão ou empregados, aos meus colegas
ou subordinados, zelando para que reconheçam o “meu bom procedimento em Cristo”.
V. DIANTE DOS AMIGOS, DA VIZINHANÇA E DOS COLEGAS Zelar pelo cultivo da boa
amizade, na vizinhança, no trabalho, na escola e no lazer, honrando e dignificando os meus amigos e
vizinhos com uma vida irrepreensível diante deles, de serviço ao bem estar comum e de fraterna
compreensão para cultivo da boa convivência e do melhor testemunho cristão.
VI. DIANTE DO ESPÍRITO DE SOLIDARIEDADE, DO SERVIÇO E NO AUXÍLIO Manter um
espírito solidário e participativo sempre, de forma que ao primeiro indício de carência e necessidade do
meu próximo, seja na igreja, na comunidade, na escola ou no trabalho, eu seja despertado para o melhor
serviço, auxílio e apoio em amor.
VII. DIANTE DA NECESSIDADE DE SANTIDADE E DE CONHECIMENTO BÍBLICO Cultivar
uma vida de santidade e pureza em meio ao mundo, tendo momentos de comunhão a sós com Deus, de
buscar pela santidade em meu viver, de crescimento no conhecimento da Bíblia e de sua aplicação aos
meus dias, buscando ser uma bênção para os que comigo convivem.
VIII. DIANTE DE EXIGÊNCIA DE MORDOMIA E DEDICAÇÃO AO TRABALHO NA IGREJA
Santificar em meu viver o uso dos bens e recursos, materiais e pessoais, recebidos pela Graça de Deus,
aplicando-os com zelo e discernimento na construção de minha vida familiar e com amor e dedicação à
Causa de Deus em minha igreja, minha cidade, meu país.
IX. DIANTE DA RESPONSABILIDADE DIACONAL Honrar e dignificar o exercício de minha
função diaconal, zelando por minha integridade como servo do Senhor, por minha dedicação ao trabalho
eclesiástico, por meu espírito de lealdade ao pastor á igreja e sua liderança, por minha fidelidade a Jesus
Cristo e seus ensinos.
10. OUTRAS QUESTÕES IMPORTANTES16
O Diácono deve ser o primeiro a chegar e o último a sair da igreja. É sua função zelar
pela igreja e pelo culto como um todo, sempre ouvindo e informando, procurando, inclusive,
manter o bom relacionamento com os vizinhos da igreja. Sua atitude deve ser de amor, mas
sempre com firmeza e autoridade, e estar pronto tanto para pedir que uma pessoa se movimente
durante a palavra, como para orar por um enfermo, entendendo que o seu compromisso não é
apenas com o Pastor ou Líder, mas sim com o Senhor.
No decorrer de suas funções/atividades o Diácono se depara com uma série de
situações que exigem um posicionamento, uma tomada de atitude. Estas situações em sua
16 IGREJA APOSTÓLICA CORPO DE CRISTO. Curso para diáconos. Disponível em: <https://igrejaemcelulas.com.br/1477-post-v1/>. Todo o capítulo, com exceção dos enxertos.
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maioria estão descritas abaixo, bem como a visão que o Senhor tem dado a igreja para cada
uma delas.
10.1 PESSOA EMBRIAGADA
Lembre-se que esta pessoa está com sua dominada pelo alcoolismo e por demônios e
precisa da libertação de Cristo. Não deve ser permitido que se desloque para a frente da igreja,
devendo se sentar na última fileira de cadeiras, e, sempre com um Diácono atento a qualquer
reação estranha.
Se no decorrer do culto, ou mesmo ao entrar na igreja, sua atitude for de escândalo ou
escárnio, deve ser conduzido para fora da igreja, de preferência por dois ou mais Diáconos. No
caso de sua atitude ser de calma e tranquilidade, e, quiser entregar sua vida a Cristo (quando do
apelo), ou receber oração, deverá fá-lo acompanhado por um Diácono.
10.2 PESSOA ENDEMONINHADA
A manifestação demoníaca tem entre seus objetivos escandalizar a igreja, tirando a
atenção de Cristo e da Palavra, e também envergonhar a pessoa que está endemoninhada,
ocorrendo tanto na hora da oração, como no transcorrer do culto (em especial durante a palavra).
Apesar de sabermos que “nossa luta não é contra o sangue e a carne mas contra os
principados e potestades nas regiões celestiais” (Ef 6:12 ) no momento inicial poderá ser
necessário conter a pessoa no sentido de impedir que o demônio que se manifesta possa feri-la.
A ação do Diácono deve ser rápida de modo a:
• Conter a pessoa (especial cuidado deve ser tomado quando se tratar de
uma mulher, se possível que diaconisas façam este trabalho);
• Sempre que possível remover a pessoa para um local apropriado
(conforme orientação do Pastor, líder da pessoa ou responsável pela libertação);
• Na ausência de outro oficial superior expulsar o demônio na autoridade e
em nome de Jesus Cristo (nunca no salão de cultos para não atrapalhar o desenvolver do
mesmo);
• Não permitir que reine o espírito de confusão: somente uma pessoa
repreende e expulsa!! Os outros líderes e Diáconos devem estar concordando, orando em
línguas ou orando ao Senhor para que dê autoridade a quem estiver expulsando;
• Evitar aglomeração, pedindo a todos que permaneçam em seus lugares,
afastando os que não sejam oficiais (em especial as crianças). Procure evitar inclusive a
aglomeração de oficiais;
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• Acalmar e explicar a situação (se for o caso) aos parentes e amigos;
• Não permita sob nenhuma hipótese que a pessoa endemoninhada seja
filmada ou fotografada.
10.3 PÚLPITO
É necessário que o púlpito esteja em todos os cultos suprido de água, guardanapos e,
se o pastor solicitar, óleo de unção. Recomenda-se que se mantenha algum estoque destes
itens, sendo que mais de um Diácono deverá ter acesso a eles sendo, muitas vezes necessário
a reposição, mesmo durante os cultos.
10.4 LIMPEZA
É importante identificar quem é a pessoa encarregada da limpeza pois pode ser
necessário, antes ou durante o culto, limpar alguma área da igreja. Se não houver uma pessoa
específica na igreja, procure identificar onde se encontram materiais como vassoura, pano de
chão, balde e outros. Apesar de aparentemente este item não ser de obrigação do Diácono, se
por exemplo alguma pessoa vomitar na igreja, a sujeira deve ser rapidamente limpa de modo a
não atrapalhar o culto ou a circulação das pessoas.
Ainda com relação à limpeza, o corpo de Diácono deve zelar para que antes do início
dos cultos os banheiros estejam em condições de uso e a frente e a entrada da igreja estejam
limpas.
É necessário observar ainda a questão dos bebedouros.
10.5 AVISOS
A IBMA divulga seus avisos no Datashow, ainda assim é preciso ter cautela nos
encaminhamentos feitos para divulgação. Deve-se dar preferência aos avisos de interesse da
coletividade e que sejam realmente urgentes.
Os pedidos de cultos em ação de graça devem ser encaminhados ao pastor dirigente,
logo no início do culto.
Toda e qualquer situação que ocorra durante a palavra deverá ser contornada pelos
Diáconos (inclusive solicitando ajuda de outros oficiais se for o caso). Neste momento, somente
casos extremos podem ser colocados no Datashow, sem interromper a ministração.
É de grande importância que os Diáconos façam a triagem dos avisos, evitando os
desnecessários, sempre tentando resolvê-los.
10.6 CRIANÇAS
Deve-se evitar que crianças fiquem correndo ou gritando na igreja (hall, ou qualquer
outro ambiente). No caso de não de ser possível controlar a situação de forma satisfatória
localizar os pais. Se no decorrer do culto algum bebê estiver chorando, em excesso, solicitar à
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mãe que vá com a criança até o berçário, até que a criança se acalme permitindo que as outras
pessoas assistam o culto.
Se for o caso informe que existem classes para as crianças e que o Ministério de
Crianças tem pessoas especialmente treinadas para este trabalho, tratando sempre com
habilidade e cuidado.
10.7 ORAÇÃO
Nos momentos de oração o Diácono escalado deve orar sempre de olhos abertos,
atento ao que acontece à sua volta. Devemos compreender que a prioridade do diácono na Igreja
é servir e zelar pelo bom andamento do culto (exceto quem não estiver na escala daquele dia).
Se forem chamadas pessoas para serem ungidas, com imposição de mãos, os Diáconos
devem se dirigir rapidamente ao local, encaminhando as pessoas, organizando fila e se
misturando de modo a poder amparar situações que venham a ocorrer (cair na unção).
10.8 LÍDERES / ESCALA
Cabe ao Pastor Presidente da Igreja indicar um diácono para ser o líder do Ministério
Diaconal. O mandato é de um ano, podendo ser prorrogado, quantas vezes forem necessárias,
por direção divina. Podem ser designados co-líderes ou adjuntos.
Cabe ao líder do diaconato acompanhar todos os trabalhos da diaconia, assim como
montar uma escala de presença dos diáconos às reuniões da Igreja que será encaminhada
periodicamente ao Pastor Presidente, ou qualquer outro pastor designado.
O líder também é responsável pela contagem das ofertas juntamente com os tesoureiros
e cuidam do esquema de segurança das mesmas, fazendo os relatórios. Ao chegar ao culto o
diácono deve procurar seu líder que lhe dirá onde deve se posicionar. Ao ser determinada uma
posição esta não deve ser abandonada sem que o líder seja comunicado no ato. Ele deve ser
informado de todo e qualquer problema que estiver ocorrendo durante o culto.
Cabe ao líder do Diaconato a compra dos gêneros alimentícios para compor as cestas
básicas, bem com o cadastro e controle da distribuição. Se houver necessidade visitas in loco
podem ser feitas para avaliar a autorização ou manutenção de entrega de cestas básicas.
* Outras atribuições do líder e dos co-líderes17: a) Convocar e conduzir as reuniões
do Ministério Diaconal; b) Exercer a Direção do Ministério, prestando o suporte aos responsáveis
por seus diversos segmentos, no desempenho de suas atividades; c) Prestar suporte à Ação
Social da igreja na identificação dos carentes e dos necessitados, sob todas as formas, bem
como no recolhimento das ofertas destinadas a atendê-los; d) Elaborar e estruturar, em conjunto
17 PRIMEIRA IGREJA BATISTA DE SANTA TERESA. Ministério Diaconal. Disponível em:
<http://www.pibst.org.br/teste-2/ministerio-diaconal/>.
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e sob a supervisão do Ministério Pastoral, as escalas de diáconos encarregados do apoio à
celebração da Ceia do Senhor, dos Batismos; e) Identificar e preparar os que se apresentarem
ao cumprimento de tão importante tarefa, ou seja, dos demais diáconos e apoiadores do
ministério, por intermédio de cursos e estudos voltados para a preparação e capacitação do
Ministério Diaconal; f) Desenvolver um plano de ação que permita a todos quantos são chamados
a desenvolverem seus dons nesta área compreenderem a importância do serviço em prol do
próximo.
10.9 INFRAESTRUTURA DA IGREJA
Procure identificar e montar mapas de onde estão interruptores elétricos, luzes, água e
inclusive verificar se as tomadas são 110 ou 220V. Estas informações são extremamente úteis e
necessárias no trabalho diaconal. Durante as reuniões o pastor pode solicitar que luzes sejam
acesas ou desligadas.
TEMAS BÍBLICOS/TEOLÓGICOS PARA DIÁCONOS - EM PERGUNTAS E RESPOSTAS18
• Quais são os oficiais de uma Igreja Batista? R: Pastores e Diáconos.
• Cite alguns textos bíblicos que mostram a existência do Ministério Diaconal? R: Atos 6.1-
7 / I Timóteo 3.9-13 / Romanos 16.1,2 / Filipenses 1.1
• Quais os requisitos espirituais exigidos para o diaconato? R: 1) Ser crente fiel ao
Senhor, como: Cooperador do Evangelho; Dizimista; Zeloso e firme doutrinariamente.
2)Ser cheio do Espírito Santo. 3) Ser homem de fé, sabedoria e de boa reputação.
• Quais as características dos diáconos, conforme I Timóteo 3.8-13? R: Honesto; Não de
língua dobre; Não dado ao vinho; Não cobiçoso de torpe ganância; Zeloso da fé em boa
consciência; Não maldizente.
• Por que guardamos o domingo? R: a) Porque foi nesta data que o Senhor Jesus
ressuscitou – Marcos 16.9. / b) Porque se tornou o dia de culto dos cristãos primitivos –
Atos 20.7. / c) Porque era o dia da celebração da ceia – Atos 20.7,11. / d) Porque relembra
o dia da nossa redenção assim como o sábado celebra o dia da criação. / e) Porque foi
neste dia que se deram tatos memoráveis – Aparições de Jesus, num total de 11 vezes.
• Quais os títulos que expressam o Ministério Pastoral? R: Presbítero – Termo de
Dignidade. É o ancião, sempre os anciãos merecem respeito em virtude de suas
experiências de vida. Não só respeito, mas honra. O termo ocorre em Atos 11.30 e Tiago
18 ASSOCIAÇÃO DOS DIÁCONOS BATISTAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Apostila de Estudos para futuros diáconos. Disponível: <http://www.adiberj.org/portal/wp-content/uploads/APOSTILA-DE-ESTUDOS-PARA-FUTUROS-DI%C3%81CONOS.pdf>.
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5.14. / Bispo – Termo de Superintendência: é o Administrador. O termo Bispo no Novo
Testamento é usado no sentido de “Guardião de Almas”. / Pastor – Termo de Ternura. O
nome mais antigo é o de presbítero, mas o que mais se arraigou é o de Pastor. Todas as
referências feitas a Jesus como pastor, mostram que dedica um afeto, um cuidado
especial pelas ovelhas. O obreiro como Presbítero, dá sábios conselhos, orienta e mostra
a dignidade do cargo. Como Bispo, ele preside os trabalhos, as reuniões, organiza e
supervisiona tudo. Como Pastor, ele apascenta o rebanho, preparando-lhe pastagens
verdejantes (sermões espirituais e contatos), e os guia a águas tranquilas, proporcionado-
lhes um ambiente espiritual, agradável e alegre. Sendo assim esses títulos são conferidos
a uma mesma pessoa, o Obreiro de Deus – O Pastor.
• O diácono é ordenado para o ministério da denominação ou da Igreja? R: Da Igreja – saiu
da Igreja perde suas funções diaconais, a não ser que seja reconhecido pela Igreja onde
se tornou membro.
• Por qual razão a Igreja escolhe diáconos? R: a) Para o serviço; b) Para ajudar o ministério
pastoral; c) Para realizar o ministério da beneficência; d) Para permitir que o pastor tenha
mais tempo de preparar alimento mais sólido para o rebanho; e) Para atuar na realização
da visitação e de tantos assuntos que favoreçam ao Pastor no cumprimento da Obra do
Senhor.
• Qual o relacionamento que deve existir entre Pastor e Diácono? R: Um
relacionamento de respeito mútuo, devemos ter um tratamento que demonstre grande
estima e consideração. Devemos lembrar que somos todos crentes, servos de Jesus
Cristo, e por isso nossa convivência deve ser baseada no amor que nos une a Cristo e
em Cristo. Esse bom relacionamento mostra que somos amadurecidos e conhecemos a
Jesus Cristo. Um relacionamento de amizade.
• Quais os tipos de Ceia? R: Livre – para todos os que dizem evangélicos; Restrita – para
os pertencentes a uma mesma fé e ordem; Ultra-restrita – só para a Igreja local.
• Quais os conceitos sobre a Ceia? R: a) Transubstanciação – os elementos da ceia vão
além da substância, se transformam. b) Consubstanciação – sustentam que o corpo e o
sangue se encontram em conexão com o pão e o vinho. c) Presença Mística – Cristo está
presente espiritualmente nos elementos da ceia. Por isso confere graças. d) Memorial –
tudo é feito em lembrança de Cristo. Nada se transforma.
• O que a Ceia significa? R: a) Memória do sacrifício físico de Jesus; b) Memória do novo
pacto de Deu com os homens; c) Memória da morte, ressurreição e volta de Jesus.
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• Qual o propósito da Ceia Memorial? R: a) fazer com que cada salvo saiba e reconheça o
preço da sua salvação; b) Mostrar que no sacrifício de Cristo, Deus está mudando o seu
relacionamento com o homem; c) Anunciar que o Senhor morreu pelos nossos pecados,
mas ressuscitou e está prestes a voltar.
• Quando teve origem o Batismo Cristão? R: Na grande comissão.
• Qual o significado teológico do Batismo? R: 1) Fala de um acontecimento externo, visível,
de uma experiência interna com Jesus – Regeneração (Romanos 6.1-5); 2) União com
Cristo (João 15.1-5); 3) Identificação na morte de Cristo (Filipenses 3.3-11); 4)
Identificação com a realidade da ressurreição visível de Cristo.
• Quais as formas de Batismo? R: Imersão: Mergulhar. / Efusão: entornar água sobre a
cabeça da pessoa. Volume maior. / Aspersão: gotas d’água. Era chamado de Batismo
Clínico, começou no 3º século.
• Qual a forma bíblica de batismo? R: Imersão.
• Qual o significado eclesiológico do Batismo? R: Batismo é união à Igreja;
Comprometimento com o Reino de Deus aqui na terra – a Igreja; Batismo em nome de
Jesus – o senhorio de Jesus Cristo na vida do batizando; Batismo em nome da Trindade
– é o batismo que aceita o Deus dos Cristãos.
• Qual o valor do diácono no Ministério Pastoral? R: Auxiliar na administração da Igreja;
Ser companheiro do Pastor; Gozar da confiança do pastor e demais membros da Igreja;
Favorecer o Pastor para preparar um melhor sustento para o rebanho.
• Quais os deveres do diácono? R: Servir as mesas: 1) Do Senhor – na distribuição da
ceia; 2) Dos Pobres – o problema social e filantrópico de uma Igreja absorve muito tempo
do obreiro, por isso, a Igreja a exemplo do que fizeram os crentes primitivos, elege
homens de sua congregação para servirem às mesas, para que o Pastor não fique
sobrecarregado e possa se dedicar ao Ministério da Palavra, como sabemos esta é a
alma de tudo.
• Cite base bíblica para o dízimo. R: Gênesis 14.18-24 / Gênesis 28.18-22 / Levítico 27.30-
32 / Números 18.20-32 / Deuteronômio 14.22-29 / II Crônicas 31.6 / Neemias 10.35,38 /
Neemias 13.10-13 / Malaquias 3.7-10 / Mateus 23.23 / Lucas 11.42 / Hebreus 7.1-10.
• Para que serve a Igreja como corpo? R: Para destacar: a diversidade de funções dos
membros; a solidariedade entre os membros; a participação vital em Cristo; A soberania
de Cristo; A necessidade de crescimento.
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• Os Batistas creem em sacramento? R: Não. Os Batistas creem apenas em duas
ordenanças deixadas pelo o Senhor Jesus Cristo: Batismo e Ceia. São ordenanças e não
conferem graças.
• Qual a finalidade dessas duas ordenanças? R: Cumprir as palavras deixadas pelo o
Senhor Jesus para a sua igreja. Primeiro acontece o batismo, depois a participação na
Ceia.
*TEXTO COMPLEMENTAR
REFLEXÕES PARA O CORAÇÃO DE UM DIÁCONO19
“Aos diáconos que vivem em Filipos, graça e paz a vós outros, da parte de Deus, nosso
pai, e do Senhor Jesus Cristo.” – Filipenses. 1.2
Ser diácono é nobreza, é dignidade e é divino. É nobreza porque é uma fidalguia serviçal
outorgada pelo Deus soberano; é dignidade porque reconhece o caráter decente de todos os
que são chamados ao diaconato; e é divino porque o Senhor Deus soberano é quem instituiu
essa posição.
Ser diácono é renunciar o desejo de receber elogios humanos para que, através de um
espírito de serviço, amor e sacrifício, se contente em ouvir do seu Senhor: “muito bem, servo
bom e fiel”.
Ser diácono é ser gente que trabalha e não critica; é ser gente que faz e não fala; é ser
gente que apoia e não atrapalha; é ser gente que aponta a direção certa no lugar de ficar
apontando o erro e o desacerto; é ser gente que resolve problemas ao invés ficar sentado, à
beira do caminho, apenas contemplando a miséria e o sofrer. Ser diácono é ser gente que
ascende a luz de Cristo em sua vida no lugar de amaldiçoar a escuridão na vida alheia.
Ser diácono é ser gente amorosa, dedicada, simpática e prestativa, que nota o potencial
de uma igreja e colabora, servindo para seu desenvolvimento e aperfeiçoamento, em Cristo
Jesus.
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