metodos de medição de resistencia

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1 INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIENCIA E TECNOLOGIA DE PERNAMBUCO JÉSSIKA LIZANDRA GONÇALVES FEITOSA MEDIÇÃO DE PEQUENAS, MÉDIAS E GRANDES RESISTÊNCIAS Recife - PE 2012

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Page 1: Metodos de Medição de Resistencia

1

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIENCIA E TECNOLOGIA DE

PERNAMBUCO

JÉSSIKA LIZANDRA GONÇALVES FEITOSA

MEDIÇÃO DE PEQUENAS, MÉDIAS E GRANDES RESISTÊNCIAS

Recife - PE

2012

Page 2: Metodos de Medição de Resistencia

2

JÉSSIKA LIZANDRA GONÇALVES FEITOSA

MEDIÇÃO DE PEQUENAS, MÉDIAS E GRANDES RESISTÊNCIAS

Pesquisa desenvolvida no curso de

Eletrotécnica do Instituto Federal de

Educação, Ciencias e Tecnologia de

Pernambuco – IFPE, como pré-

requisito para obtenção de uma parte

da nota da II unidade, sob orientação

do(s) Prof.(s). Pedro Paulo.

Recife - PE

2012

Page 3: Metodos de Medição de Resistencia

3

RESUMO

Com o objetivo de complementar as aulas de Medidas Elétricas, este

trabalho apresenta os aspectos referentes a diversos tipos de medições de

resistências.

Inicialmente são abordados os métodos para medição de resistências

elétricas segundo suas características e magnitude. Nesta etapa são

apresentados os métodos teóricos com suas respectivas aplicações

comercialmente na área de engenharia elétrica.

Palavras-chave: Métodos. Medição. Resistência.

Page 4: Metodos de Medição de Resistencia

4

SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO.................................................................................................5

2.DESENVOLVIMENTO..................................................................................6

2.1. MEDIÇÃO DE RESISTÊNCIAS............................................................6

2.1.1. MEDIÇÃO DE RESISTÊNCIAS FRACAS.....................................6

2.1.1.1. MÉTODO DO GALVANÔMETRO DIFERENCIAL..................7

2.1.1.2. MÉTODO DO POTENCIÔMETRO.........................................8

2.1.1.3. MÉTODO DE KELVIN............................................................9

2.1.1.4. OHMÍMETRO DUCTER........................................................12

2.1.2. MEDIÇÃO DE RESISTÊNCIAS MÉDIAS...................................14

2.1.2.1. MÉTODO DO VOLTÍMETRO E AMPERÍMETRO...............14

2.1.2.2. MÉTODO DO OHMÍMETRO A PILHA................................16

2.1.2.3. MÉTODO DA SUBSTITUIÇÃO............................................17

2.1.2.4. PONTE DE WHEATSTONE................................................18

2.1.3. MEDIÇÃO DE RESISTÊNCIAS ELEVADAS...............................19

2.1.3.1. MÉTODO DO VOLTÍMETRO..............................................19

2.1.3.2. MÉTODO DA CARGA DO CAPACITOR.............................20

2.1.3.3. MÉTODO DO MEGGER......................................................21

3. CONCLUSÃO................................................................................................24

4. BIBLIOGRAFIA..............................................................................................25

Page 5: Metodos de Medição de Resistencia

5

1. INTRODUÇÃO

Este trabalho aborda a questão das resistências elétricas. Trata,

especificamente, dos tipos de medições e dos métodos utilizados para sua

aplicação.

A escolha do método depende do valor da resistência e da exatidão

desejada. Para efeito de medição de resistências, são consideradas quatro

categorias de resistências.

Baixas ou fracas: 10μΩ até 1Ω

Médias: 1Ω até 1MΩ

Altas ou elevadas: acima de 1MΩ

Para cada tipo de resistência, emprega-se diferentes métodos de

medida. Para as resistências:

Baixas: Galvanômetro diferencial, Potenciômetro, Kelvin, Ohmímetro Ducter.

Médias: Voltímetro e Amperímetro, Ohmímetro a pilha, Substituição, Ponte de

Wheastone.

Altas: Voltímetro, Carga no Capacitor e Megger.

Page 6: Metodos de Medição de Resistencia

6

2. DESENVOLVIMENTO

2.1. Medição de resistências.

A medição de resistências é uma das operações mais usuais em

medidas elétricas. Basicamente, essa medição caracteriza-se por se

determinar a diferença de potencial nos terminais de uma resistência que é

percorrida por uma corrente.

R = V / I

Isto sugere que a resistência pode ser determinada a partir da medição da

tensão (V) criada quando uma corrente conhecida circula no circuito. Os

instrumentos de medição baseados neste método são os ohmímetro

analógicos e digitais, podendo ser do tipo série ou derivação. Outro método de

medição da resistência baseia-se na utilização da Ponte de Wheatstone. Tem

também o método chamado de Volt-ampere, que se divide em método Volt-

ampere à montante e método Volt-ampere à jusante.

Para se empregar esse princípio geral existem vários tipos de métodos

que devem ser utilizados dependendo do valor da resistência a medir e da

precisão desejada.

Como uma forma de facilitar a classificação dos métodos, as

resistências são divididas em três categorias: Resistências fracas, médias e

elevadas.

A seguir serão apresentados os métodos de medições para cada uma

dessas categorias.

2.1.1 Medição de baixas resistências.

A categoria das baixas resistências abrange a faixa aproximada de 10μΩ

a 1Ω. Na medição destas resistências não se pode desprezar, como na

Page 7: Metodos de Medição de Resistencia

7

medição de resistências médias, duas grandezas principais causadoras de

erros:

1. A resistência dos fios condutores que interligam o corpo sob medição e o

instrumento de medida;

2. A resistência de contato dos destes fios condutores com os elementos

envolvidos.

Características gerais dos instrumentos:

• Fios condutores curtos e de grande seção transversal, para diminuir a

influência sobre os resultados;

• Contatos mais apurados e muito bem limpos. Por ex. banhados com prata

que é um excelente condutor e diminui a resistência de contato com a

resistência a ser medida;

• Compostos por dois circuitos: um de corrente e um de potencial, praticamente

independentes entre si (estrutura conforme fig 1);

• Alimentação com corrente contínua (com pilha ou bateria interna).

Métodos mais empregados:

1. Método do Galvanômetro Diferencial;

2. Método do Potenciômetro;

3. Ponte de Kelvin;

4. Ohmímetro “Ducter”.

2.1.1.1 Método do galvanômetro diferencial.

Neste método o instrumento empregado é o tipo quocientímetro de

bobina móvel e imã fixo (Q1) de escala com zero central. A figura 1 e o texto

seguinte apresentam seu princípio de funcionamento:

Page 8: Metodos de Medição de Resistencia

8

Figura 1

O quocientímetro apresentado

consta de duas bobinas retangulares,

dispostas ortogonalmente entre si,

inseridas com grau de liberdade rotacional

em um meio magnético permanente e fixo

tal que a intensidade das correntes que

percorrem as bobinas determinam a

deflexão do ponteiro associado ao eixo do

sistema. Usualmente o sentido das

correntes é posto de maneira que se criem

conjugados motores opostos entre as

bobinas.

A configuração do sistema e o método de medição consiste num divisor

de tensão entre uma resistência variável conhecida e a resistência que está

sob teste e dois divisores de corrente que alimentarão as bobinas através de

uma resistência muito alta.

Para a determinação de uma resistência X qualquer pode-se analisar o

seguinte: quando a chave K é fechada, estando o cursor P numa posição

qualquer por ex. R′, as correntes i1

e i2 têm os seguintes valores:

i1 = R’. I / R1 + r + R’ ; i

2 = X.I / R2 + r + X

Deslocando-se vagarosamente o cursor P, atinge-se um valor de R que faz

com que o ponteiro indique zero no mostrador. Esta posição do cursor indica

que i1=i

2 e portanto, segundo as equações, que X=R.

2.1.1.2 Método do potenciômetro.

O potenciômetro é aplicado na prática essencialmente para medir tensão

por meio de comparação, sendo para isto indispensável o uso de uma pilha

padrão.

Page 9: Metodos de Medição de Resistencia

9

A operação é iniciada ajustando-se o potenciômetro, isto é, fazendo com

que a queda de potencial ao longo de AB corresponda realmente aos valores

nele marcados. Para isto, coloca-se o cursor C na marca corresponde ao valor

de EP. Pondo-se a chave K no ponto 1 atua-se no reostato RH até que G

indique zero. Nesta situação a tensão de A a C está equilibrando a f.e.m. EP,

estando agora o potenciômetro ajustado para o uso. Passando a chave K para

o ponto 2, desloca-se o cursor C até que G indique zero. O valor indicado por C

sobre o resistor AB é o valor da f.e.m.

Exemplo:

Para medir uma resistência X pode-se adotar o seguinte método:

Coloca-se X em série com um resistor padrão RP

e alimenta-se o conjunto por

meio de uma pilha qualquer E1, conforme figura 2 abaixo:

Com o potenciômetro fazem-

se duas leituras:

ER

nos terminais de RP

e EX

nos terminais de X.

Pode-se então escrever:

I1 = ER / Rp = Ex / X

X = (Ex / ER) . Rp

Figura 2

2.1.1.3 Ponte Kelvin

A ponte dupla de Kelvin, ou, abreviadamente Ponte Kelvin, pode ser

considerada como uma modificação da ponte de Wheatstone, com a finalidade

de assegurar um aumento de exatidão nas medidas de resistências baixas,

Page 10: Metodos de Medição de Resistencia

10

dessa maneira evitando os erros consideráveis em medidas de resistências

com a ponte de Wheatstone. A ponte de Kelvin é também conhecida como

ponte dupla de Thompson.

Esta ponte usa um segundo par de ramos de forma a compensar o valor

das resistências de contato e dos cabos.

O seu esquema básico está mostrado na figura 3 e o princípio de

funcionamento fica definido como segue:

Figura 3

Legenda:

G - Galvanômetro de zero central;

E - Bateria de serviço de resistência interna ρ;

AB - Resistor, graduado em termos de submúltiplos do ohm (Potenciômetro);

r - Fio condutor de grande seção que liga a resistência X a medir ao resistor

AB;

M, N, P, Q : Resistores fixos, próprios da ponte, devendo seus valores

satisfazerem as duas condições seguintes, intrínsecas à construção da ponte:

1. M+N e P+Q são valores relativamente elevados, sendo cada um

destes totais muito maior do que X + r + R.

2. Será sempre conservada a relação M/N = P/Q

Page 11: Metodos de Medição de Resistencia

11

As correntes i1 e i2 são muito pequenas, o que contribui para um bom

desempenho do contato F’ evitando aí o aparecimento de f.e.m. de origem

termoelétrica.

Na operação, após o fechamento da chave K desloca-se vagarosamente

o cursor F’ até se conseguir o equilíbrio, isto é até se conseguir ig

= 0, sendo

esta verificação feita através da indicação zero de G.

A figura 4 mostra uma ponte Kelvin com maiores detalhes construtivos,

estando esta mais próxima das realmente fornecidas pelos fabricantes:

Figura 4

Os principais detalhes ficam descritos a seguir:

1. Os contatos F1 e F2 são mudados de posição

simultaneamente, possibilitando vários valores para a “relação

de entrada” M/N, mas conservando sempre a igualdade M/N =

P/Q;

Page 12: Metodos de Medição de Resistencia

12

2. A resistência R que é ajustável para equilibrar a ponte é

composta de duas partes em série: uma de ajuste por pontos

ou saltos através do contato F” e outra de ajuste contínuo

através do cursor F’ o qual permite encontrar um equilíbrio

perfeito da ponte;

3. O galvanômetro é provido de um derivador (shunt) que limita a

corrente que o percorre. Antes de começar a operação deve-

se ter o cuidado de colocar o cursor F na posição de

sensibilidade mínima, para que somente uma pequeníssima

corrente passe através de G.

Em geral, para a ponte Kelvin pode-se fazer as seguintes observações:

a) A expressão XN=MR para determinar o valor de X é similar ao da

ponte de Wheatstone;

b) Possui dois resistores fixos M + N e P + Q, diferente da ponte

Wheatstone que possui um apenas;

c) A ligação de X à ponte deve ser feita sempre através dos quatro fios

condutores fornecidos pelo fabricante, são eles que caracterizam a eficácia da

ponte;

2.1.1.4 Ohmímetro Ducter.

O ohmímetro Ducter é destinado especificamente para medir

resistências fracas do tipo industrial, tais como: resistência de condutores, de

conexões, de contato, etc. É de grande aceitação em empresas de energia

elétrica sendo utilizada sobretudo para verificação e acompanhamento da

evolução da resistência dos contatos de equipamentos utilizados em manobra

de circuitos em carga: disjuntores, religadores, contatores, etc, normalmente

imersos em óleo isolante.

Page 13: Metodos de Medição de Resistencia

13

Microhmímetro são também conhecidos como ponte Ducter, o que é, no

entanto, a marca de um fabricante.

O esquema básico está representado na figura 5 abaixo:

Figura 5

O conjunto móvel é do tipo quocientímetro, bobina móvel e imã fixo.

A bobina de corrente A, chamada bobina de controle, de resistência g

em série com o resistor estabilizador de resistência r, posto em paralelo com o

Shunt de resistência RS

, é percorrida pela corrente i’.

A bobina de tensão B, chamada bobina defletora de resistência g’ em

série com R , é submetida a ddp V nos terminais de X, sendo então percorrida

pela corrente i.

E pela própria construção do Ducter, a corrente i é muito pequena.

Page 14: Metodos de Medição de Resistencia

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2.1.2 Medição de Resistências Médias.

Para a medição de resistências médias compreendidas entre 1 Ohm e 1

Mega Ohms existem 4 métodos básicos. São eles:

2.1.2.1 Método do Voltímetro e Amperímetro.

Este método consiste em se aplicar diretamente a lei de Ohm (R=V/I).

Ou seja, faz-se percorrer uma corrente I através da resistência a ser medida e

mede-se a diferença de potencial entre os terminais dessa resistência.

Para a realização desse tipo de medição, existem duas possibilidades de

montagem, que diferem entre si na posição em que é ligado o voltímetro:

Montagem a montante:

Esta configuração recebe esse nome porque, em relação à fonte, o

voltímetro fica antes do amperímetro.

Figura 6

Sejam: V1 = indicação do voltímetro V; I

1 = indicação do amperímetro A;

O valor medido R1 de R será: R1= V1 / I1

No entanto, o valor medido R1=R+R

a onde R

a é a resistência do

amperímetro.

Page 15: Metodos de Medição de Resistencia

15

Logo, o erro absoluto é dado por: ΔR = R1 – R = Ra

E o erro relativo é: ∈1 = ΔR / R = Ra / R

Montagem a Jusante

Já esta configuração recebe esse nome porque, em relação à fonte, o

voltímetro fica depois do amperímetro.

Figura 7

Sejam: V2 = indicação do voltímetro V;

I2

= indicação do amperímetro A;

O valor medido R2 de R será: R

2 = V2 / I 2

O erro absoluto será dado por: ΔR = R2 – R = - R2 / R + Rv

E o erro relativo é: ∈ 2 = para R<<Rv, tem-se: ∈ 2 = R / Rv

A conclusão que se tira dos dois tipos de montagem é que a montagem

a montante dá um erro “por excesso”, devendo ser empregada para medir

resistências R>>Ra. Ao passo que a montagem a jusante dá um erro “por

defeito”, devendo ser utilizada para medir resistências R<<Rv.

Com isso, verifica-se que existe uma resistência limite que é ao mesmo

tempo muito maior que Ra

e muito menor que Rv.

Para que se determine essa resistência limite, basta que se igualem os erros

relativos.

Page 16: Metodos de Medição de Resistencia

16

Conclui-se que valores maiores que Rl são considerados muito maiores

que Ra

e, portanto é aconselhável que se utilize a montagem a montante.

Já os valores menores que Rl são considerados muito menores que R

v e,

portanto é aconselhável que se utilize a montagem a jusante.

O que se pode concluir do método é que, independentemente da montagem a

ser utilizada, pelo menos a ordem de grandeza da resistência pode ser

determinada. O que se faz na prática é descobrir a ordem de grandeza da

resistência e, em seguida, utilizar a montagem que oferece uma precisão

melhor, ou seja, um erro relativo menor.

2.1.2.2 Método do Ohmímetro a Pilha.

O princípio de funcionamento deste método consiste em se utilizar um

amperímetro com escala graduada em Ohms. Afinal, sabendo-se a resistência

interna da pilha e do amperímetro, basta que a corrente seja medida para que

se saiba diretamente o valor da resistência a ser medida.

Seu esquema básico está representado abaixo:

Figura 8

Legenda

ρ é a resistência interna da pilha;

g é a resistência interna do instrumento G;

r é uma resistência ajustável utilizada para calibrar o instrumento;

X é a resistência a ser medida.

Page 17: Metodos de Medição de Resistencia

17

O instrumento G não difere em nada de um amperímetro comum.

Apenas sua escala é modificada para Ohms. O amperímetro pode ser

analógico ou digital.

2.1.2.3 Método de Substituição.

Este é um método relativamente simples e muito prático, pois elimina

erros sistemáticos de leitura não sofre influência da inexatidão do amperímetro.

Seu funcionamento consiste em se medir a corrente que passa pela

resistência desconhecida, anota-la, e em seguida fazer passar a mesma

corrente por uma resistência R ajustável conhecida.

Um circuito esquemático está representado abaixo:

Figura 9

Conforme a figura acima, vê-se que o objetivo é que o amperímetro dê a

mesma indicação nas duas posições do interruptor K.

Por intuição, verifica-se que o único erro é função da precisão da

resistência conhecida R.

Em muitos casos R varia de modo descontínuo, por pontos (ohm por

ohm). Assim, é quase impossível obter a igualdade I1=I

2 para as duas posições

de K. O que se faz na prática é aplicar a maior corrente possível (suportada

pelas resistências), pois, em uma análise mais detalhada, seria verificada uma

diminuição no erro.

Page 18: Metodos de Medição de Resistencia

18

2.1.2.4 Método da Ponte de Wheatstone.

Este é o método mais utilizado para a medição de resistências médias, e

foi criado pelo físico inglês Christie em 1830 e estudado por Wheatstone (1802-

1875).

Sua configuração básica está representada abaixo:

Figura 10

O princípio da medição consiste em

ajustar os valores das resistências

dos resistores M, N e P de tal modo

que os pontos C e D fiquem ao

mesmo potencial, sendo a

verificação desta igualdade

fornecida pela indicação “zero” do

galvanômetro G.

Assim, no equilíbrio temos: Vc=V

d, ou seja: i

g=0, acarretando:

N.i1 = M.i2 e P.i1 = X.i2 => NX = PM =>

X =(M / N) . P

Na prática não se ajustam independentemente as resistências M, N e P.

O que se faz é ajustar a relação M/N conforme a figura abaixo:

Já a resistência P é ajustada

em várias décadas de resistores,

facilitando a praticidade da medição.

Figura 11

Page 19: Metodos de Medição de Resistencia

19

2.1.3 Medição de Resistências Elevadas.

Para a medição de resistências elevadas correspondentes a valores

maiores do que 1 Mega Ohm, utiliza-se métodos já conhecidos (intuitivamente)

que fazem uso de corrente contínua.

Este tipo de medição é empregado geralmente para a determinação da

resistência de isolamento de cabos elétricos, máquinas elétricas,

transformadores, etc.

Basicamente existem três métodos para a medição de resistências

elevadas. A seguir serão apresentados os três métodos.

2.1.3.1 Método do Voltímetro.

Considere a figura abaixo, onde X é uma resistência elevada

(desconhecida) que está ligada em série com um voltímetro de resistência

interna RV

sendo percorridos por uma corrente I fornecida pela fonte de tensão

contínua U.

A partir da figura ao lado,

tem-se que:

U = ( X + Rv ).I onde I = V / Rv,

sendo V a indicação do voltímetro

em Volts.

Figura 12

Logo, X = R V . ( U- V / V)

O método é relativamente simples, já que aplica diretamente a lei de

Ohm.

Page 20: Metodos de Medição de Resistencia

20

2.1.3.2 Método da Carga do Capacitor.

Este método consiste em se medir a tensão em um capacitor carregado

com o auxilio de um galvanômetro balístico.

A figura abaixo mostra como isso pode ser feito:

Figura 13

Na figura acima, quando a chave K está na posição 1, o capacitor C

começa a carregar devido a uma corrente (fornecida pela fonte E) que flui por X

(resistência de isolamento desconhecida). Como essa resistência é muito alta,

o tempo de carregamento do capacitor é de certo modo elevado, sendo assim

um valor mensurável.

Com a chave K na posição 2, o capacitor descarrega através do

galvanômetro balístico e produz uma deflexão θ. Dessa forma, q=k. θ, onde k é

a constante balística do galvanômetro.

Portanto, quando se deseja medir a resistência X, primeiro precisa-se

definir a carga máxima que o capacitor consegue armazenar, ou seja, qual o

valor de “q” para um tempo de carregamento muito longo.

A equação para a carga do capacitor com a chave na posição 1 é:

q = Q . [ 1 – e ( -t /XC )]

Da equação acima, deduz-se que, para um tempo t muito longo, a carga

do capacitor é Q.

Page 21: Metodos de Medição de Resistencia

21

Para a medição, deve-se primeiro medir a deflexão causada no

galvanômetro balístico quando o capacitor está com a carga Q, que será

definida como: Q= k.θo, onde θ

o é a deflexão no galvanômetro balístico nesta

situação.

Não é necessário chegar a muitas conclusões sobre os dois métodos

acima, uma vez que são pouco utilizados.

2.1.3.3 Método do Megger (Megaohmímetro)

O Megger é o instrumento mais utilizado para a medição de grandes

resistências como as de isolamento. Seu grande emprego na prática se deve

ao fato de ser um instrumento portátil, robusto e de fácil manuseio.

O princípio de funcionamento de um Megger é basicamente o mesmo de

um ohmímetro à pilha. A diferença está no fato de se substituir a pilha por uma

fonte de maior tensão terminal (normalmente na ordem de kV – kiloVolts). Essa

fonte de tensão pode ser um gerador de corrente contínua acionada por meio

de uma manivela (ohmímetro a magneto) ou uma fonte constituída por uma

bateria de 12 volts acoplada a um circuito conversor de corrente contínua, que

nada mais faz do que transformar a tensão da bateria de 12 Volts para alguns

kiloVolts, conforme desejado. Existem ainda megaohmímetros digitais para

medições rápidas de isolamento, com tensão de saída de 0 a 1000 Volts cc ou

ca, como os da figura abaixo:

Figura 14

Page 22: Metodos de Medição de Resistencia

22

A vantagem dos megaohmímetro digitais é óbvia, já que os dados

podem ser armazenados, tratados e classificados para futuras análises.

Geralmente um megaohmímetro possui três terminais. São eles:

T – Terra (ou E de “earth”);

L – Linha

G – Guarda

A resistência X a ser medida deve ser conectada aos terminais T e L.

O terminal “guarda” é previsto para desviar do medidor (amperímetro) as

correntes “estranhas”, isto é, forçar a circularem pela fonte, e não pelo medidor,

as correntes que durante a mesma operação percorrem outras resistências que

estão intrinsecamente ligadas à resistência a medir, evitando assim que o

instrumento indique um valor que não corresponda àquele que se está

realmente medindo.

A seguir serão apresentadas 3 configurações que mostram bem a utilidade

do terminal “guarda” na medição das resistências de isolamento entre as

bobinas de um transformador. (entre si entre a carcaça). Para isso, considere

os seguintes índices: A para bobina de alta tensão, B para bobina de baixa

tensão e C para carcaça.

1. Medição de R

ab excluindo R

ac e R

bc:

Figura 15

2. Medição de Rac

excluindo Rab

e Rbc

:

Figura 16

Page 23: Metodos de Medição de Resistencia

23

3. Medição de Rbc

excluindo Rab

e Rac

:

Figura 17

Na prática, a medida das resistências de isolamento é feita ao logo do

tempo, ou seja, não é feita uma única medida instantânea. O que se faz é

registrar as variações da medida no tempo, que costuma ocorrer num intervalo

de tempo inicial e finalmente estabilizar depois de um certo tempo.

Por fim, deve-se salientar a necessidade de um cuidado que todo

operador de megaohmímetro deve ter ao terminar uma medição: Como o

megaohmímetro mede resistências elevadas, o espécime a ser medido pode ser

considerado um capacitor. Logo, quando o megaohmímetro aplica tensões

elevadas ao espécime, este pode armazenar uma certa carga, devendo o

operador tomar o cuidado de por em curto os terminais que estão sendo

medidos depois de desligado o megger.

Page 24: Metodos de Medição de Resistencia

24

3. CONCLUSÃO

O principal objetivo deste trabalho era acrescentar informações aos

conhecimentos adquiridos na disciplina de Medidas Elétricas. Podemos dizer

que este objetivo foi cumprido, já que foi possível abordar quase todos os

métodos de medições de resistências.

O trabalho se apresentou de certa forma didático e ao mesmo tempo

possuindo curiosidades que não são encontradas nos livros tradicionais de

Medidas Elétricas. Aqui é importante ressaltar que grande parte dos métodos

apresentados neste trabalho utilizam medições analógicas que algumas vezes

são consideradas obsoletas se comparadas à tecnologia existente para as

mesmas funções atualmente.

Page 25: Metodos de Medição de Resistencia

25

4. BIBLIOGRAFIA

[1] STOUT, Melville B.

Curso Básico de Medidas Elétricas, vol 1 e vol 2. Editora S.A. São

Paulo - SP, 1974.

[2] MEDEIROS, Sólon F.

Fundamentos deedidas Elétricas, volume único. Editora Guanabara

S.A. Rio de Janeiro – RJ, 1981. 2ª Edição.

[3] LAWS, Frank A.

Electrical Measurements, volume único. Editora MxGraw-Hill Book

Company. Nova Iorque – EUA, 1938. 2ª Edição.

[4] Endereço eletrônico do fabricante de medidores J. Roma LTDA -

http://www.jroma.pt, Portugal.

[5] Arquivos em PDF.

Medidas Elétricas e Instrumentação EEL010

Instrumentação e Medidas Elétricas

Manual de Normalização: Normas da ABNT.

Medição de Grandezas Elétricas.

Medição de Resistencias Elétricas – Parte II

Page 26: Metodos de Medição de Resistencia

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