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Metodologia de avaliação do funcionamento de estações de tratamento de águas para abastecimento público
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MINISTÉRIO DO AMBIENTE UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOAInstituto da Água Faculdade de Ciências e TecnologiaDirecção de Serviços dos Recursos Hídricos Departamento de Ciências e Engenharia do Ambiente
METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO DO FUNCIONAMENTO DE ESTAÇÕESDE TRATAMENTO DE ÁGUAS PARA ABASTECIMENTO PÚBLICO
Fevereiro 1998
Metodologia de avaliação do funcionamento de estações de tratamento de águas para abastecimento público
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Ficha Técnica
Projecto: Metodologia de Avaliação do Funcionamento de Estações de Tratamento de
Águas para Abastecimento Público
Resumo:
O projecto teve por objectivo o desenvolvimento de uma metodologia de avaliação de
Estações de Tratamento de Água, adoptando como suporte o cálculo de índices de qualidade
da água e de funcionamento dos sistemas de tratamento.
Para permitir a optimização de meios, a metodologia propõe dois níveis de avaliação, expedita
e técnica, sendo esta mais exigente, a utilizar, quando a primeira indicar a necessidade de
diagnósticos mais aprofundados. Por outro lado, procurou-se que os resultados das avaliações
possam ser obtidos através de esquemas simples, de fácil utilização.
Equipa Técnica:
Coordenação — Prof. Doutor Fernando Santana
Execução — Prof. Doutor Fernando Santana
Engª Gabriela Almeida
Engª Simone Martins
Tratamento de Texto — Maria de Fátima Correia
Metodologia de avaliação do funcionamento de estações de tratamento de águas para abastecimento público
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ÍNDICE GERAL
1- Objectivo ............................................................................................................ 1
2- Origens da água para abastecimento público ........................................................... 1
3- Qualidade da água destinada à produção de água para consumo humano ..................... 1
4- Esquemas de tratamento tipo ................................................................................ 2
4.1- Águas Superficiais ........................................................................................ 2
4.2- Águas Subterrâneas....................................................................................... 4
5 - Aspectos gerais sobre operações unitárias utilizadas em tratamento de águas ............... 5
5.1 - Pré-Oxidação ............................................................................................. 5
5.2 - Arejamento ................................................................................................ 6
5.3 - Estabilização química - Equilíbrio Calco-Carbónico ................................................. 6
5.4 - Coagulação-floculação ................................................................................... 8
5.5 - Decantação ............................................................................................... 10
5.6- Filtração .................................................................................................... 10
5.7 - Desinfecção............................................................................................... 11
6 - Metodologia ..................................................................................................... 12
6.1- Avaliação expedita ....................................................................................... 12
6.1.1 - Descrição ........................................................................................ 12
6.1.2 - Exemplo de aplicação .......................................................................... 27
6.2- Avaliação técnica ......................................................................................... 28
6.2.1 - Descrição ........................................................................................ 28
6.2.2 - Exemplo de aplicação .......................................................................... 49
Metodologia de avaliação do funcionamento de estações de tratamento de águas para abastecimento público
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Referências Bibliográficas ....................................................................................... 53
Anexos
A.1 - Parâmetros de qualidade
• Águas superficiais
• Águas subterrâneas
A.2 - Métodos analíticos de referência
A.3 - Valores guia para classificação da água
• Águas superficiais
• Águas subterrâneas
A.4 - Diagramas de Caldwell-Lawrence
A.5 - Ficha informativa da estação de tratamento de águas para abastecimento público
ÍNDICE DE QUADROS
Quadro 1 - Tendência da água de acordo com o valor do índice de estabilidade ou deRyznar ......................................................................................... 7
Quadro 2 - Avaliação expedita da qualidade da água tratada - exemplo de aplicação . 27
Quadro 3 - Avaliação expedita das eficiências de remoção - exemplo de aplicação ....... 28
Quadro 4 - Avaliação técnica da qualidade da água tratada - exemplo de aplicação ..... 50
Quadro 5 - Avaliação técnica do funcionamento dos orgãos de tratamento - exemplo deaplicação ....................................................................................... 51
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 - Esquema de tratamento tipo para águas superficiais de classe A1 ............... 2
Figura 2 - Esquema de tratamento tipo para águas superficiais de classe A2 .............. 3
Figura 3 - Esquema de tratamento tipo para águas superficiais de classe A3 ............... 3
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Figura 4 - Esquema de tratamento tipo para águas superficiais contendo ferro e matériaorgânica .......................................................................................... 4
Figura 5 - Esquema de tratamento tipo para águas subterrâneas não agressivas ......... 4
Figura 6 - Esquema de tratamento tipo para águas subterrâneas agressivas ............... 5
Figura 7 - Esquema de tratamento tipo para águas subterrâneas agressivas com ferro emanganês ........................................................................................ 5
Figura 8- Esquema do processo de avaliação expedita do funcionamento de umaestação de tratamento de águas para abastecimento público ................… . 13
Figura 9 - Índice global - Avaliação expedita ....................................… ................. 14
Figura 10- Cálculo do índice global - Exemplo de aplicação ..................................... 28
Figura 11- Esquema do processo de avaliação técnica do funcionamento de umaestação de tratamento de águas para abastecimento público ..................... 29
Figura 12 - Índice global - Avaliação técnica .......................................................... 30
Figura 13- Cálculo do índice global - Exemplo de aplicação ..................................... 52
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1- Objectivo
O presente Relatório tem por objectivo apresentar a metodologia de Avaliação do
Funcionamento de Estações de Tratamento de Águas para Abastecimento Público (ETA' s), que foi
desenvolvida no âmbito do Protocolo INAG/DCEA para a realização daquele estudo. A metodologia
desenvolvida procura não apenas satisfazer a detecção de deficiências de funcionamento, como
também o diagnóstico de causas.
De acordo com as origens de água mais frequentes e os esquemas de tratamento que
normalmente lhe estão associados, serão identificadas observações e determinações analíticas a
efectuar para cada tipo de sistema de tratamento, com o objectivo de permitir avaliações expeditas
ou de rotina, bem como avaliações mais amplas, para utilização menos frequente, ou sempre que
se justifique um esclarecimento técnico profundo.
2- Origens da água para abastecimento público
De um modo geral, as águas de origem subterrânea apresentam melhor qualidade (desde que
não existam contaminações graves) do que as de origem superficial, uma vez que se encontram
mais protegidas, para além do eventual efeito purificador das formações geológicas que
atravessam.
As águas subterrâneas constituem a principal origem para satisfação das necessidades de
abastecimento público do nosso país.
3- Qualidade da água destinada à produção de água para consumo humano
A qualidade da água destinada à produção de água para consumo humano é definida com
base em critérios de saúde pública, tendo em conta implicações técnicas e económicas.
Assim, para reduzir o risco de utilização indiscriminada de origens de água, a legislação fixa
os principais parâmetros de qualidade a observar, aos quais correspondem esquemas de tratamento
capazes de garantir a produção de água com qualidade para consumo humano.
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De acordo com a origem da água, o Decreto-Lei 74/90, de 7 de Março [3], estabelece
parâmetros de qualidade para as águas destinadas à produção de água para consumo humano, bem
como as exigências de amostragem e de caracterização analítica.
Em anexo, apresenta-se um resumo das disposições daquele Dec.Lei mais pertinentes para o
presente estudo.
A título ilustrativo, indicam-se, também em anexo, as características das principais formações
hidrogeológicas do país.
4- Esquemas de tratamento tipo
Seguidamente, reproduzem-se esquemas de tratamento tipo normalmente utilizados para
águas destinadas ao consumo humano preconizados no Dec.Lei 74/90 [3].
4.1- Águas Superficiais
As águas superficiais, sendo principalmente provenientes de rios ou albufeiras,
caracterizam-se por apresentarem variações qualitativas, consoante a época do ano e o estado de
poluição da respectiva bacia hidrográfica.
Para águas de classe A1, ou seja para águas de boa qualidade, apenas é proposto, por
questões de segurança, um tratamento físico, por filtração rápida ou lenta, seguido de desinfecção,
de acordo com o esquema da Figura 1.
Captação
Filtração Rápida
Filtração Lenta
Desinfecção
Distribuição
Figura 1- Esquema de tratamento tipo para águas superficiais de classe A1
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As águas de classe A2, apresentam já um nível de poluição significativo, necessitando de
tratamento físico-químico, de acordo com o esquema da Figura 2.
Desinfecção
Distribuição
Captação
Pré-oxidação
Coagulação/Floculação
CoagulanteAlcalinizanteAdjuvante de coagulação
Filtração RápidaDecantação
Figura 2 - Esquema de tratamento tipo para águas superficiais de classe A2
As águas de classe A3 são consideradas muito poluídas, obrigando, para além do tratamento
físico-químico, a um tratamento de afinação, como se apresenta no esquema da Figura 3.
Desinfecção
Distribuição
Captação
Pré-oxidação
Coagulação/Floculação
CoagulanteAlcalinizanteAdjuvante de coagulaçãoCarvão activado
Filtração RápidaDecantação
Carvão activado
Figura 3 - Esquema de tratamento tipo para águas superficiais de classe A3
Assim, neste caso, adicionalmente às operações unitárias consideradas para o tratamento das
águas da classe A2, é recomendada a utilização de carvão activado para remoção de compostos
responsáveis por sabor e cheiro.
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Para águas superficiais que, para além de teores elevados de matéria orgânica contêm
também ferro e manganês, pode optar-se por um esquema de tratamento idêntico ao que se
apresenta na Figura 4.
Captação
Pré-oxidação Desinfecção
Distribuição
Coagulação/Floculação
CoagulanteAlcalinizanteAdjuvante de coagulaçãoCarvão activado
Filtração RápidaDecantação
Carvão activado
Arejamento
Figura 4- Esquema de tratamento tipo para águas superficiais contendo ferro e matéria orgânica
4.2- Águas Subterrâneas
As águas de origem subterrânea, uma vez que se encontram protegidas pelas formações
geológicas que atravessam, apresentam geralmente uma qualidade superior relativamente às águas
superficiais, sendo em muitos casos, apenas necessária uma desinfecção (Fig. 5).
Captação
Desinfecção
Distribuição
Figura 5 - Esquema de tratamento tipo para águas subterrâneas não agressivas
Para águas agressivas, com teores de CO2 livre elevados, é normalmente efectuada a
estabilização da água seguida de desinfecção, de acordo com o esquema tipo da Figura 6.
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Captação
Desinfecção
Distribuição
Arejamento Leito de contacto
Filtração Rápida
Filtração Lenta
Figura 6 - Esquemas de tratamento tipo para águas subterrâneas agressivas
A Figura 7 apresenta um esquema tipo de tratamento para águas subterrâneas agressivas que
apresentam teores de ferro e manganês elevados.
Captação
Desinfecção
Distribuição
Arejamento Leito de contacto
Filtração Rápida
Filtração Lenta
Pré-oxidação
Figura 7 - Esquema de tratamento tipo para águas subterrâneas agressivas com ferro e manganês
5- Aspectos gerais sobre operações unitárias utilizadas em tratamento de águas
5.1 - Pré - Oxidação
A pré-oxidação da água bruta aplica-se normalmente para remoção de ferro e manganês, ou
quando a água a tratar apresenta teores elevados de matéria orgânica.
O cloro é o oxidante mais utilizado e, embora apresente algumas vantagens quando se
pretende a remoção de matéria orgânica, impedindo a decomposição das lamas decantadas e o
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desenvolvimento de algas e outros microrganismos nos filtros, tem como desvantagem, a formação
de compostos organoclorados (resultantes da reacção da matéria orgânica com o cloro), nocivos
para a saúde pública, devido às suas características cancerígenas.
Seguidamente destacam-se alguns aspectos a observar relativamente à pré-cloragem:
• verificação dos níveis de azoto amoniacal, ferro, manganês e CQO da água bruta, para
confirmação da necessidade de pré-cloragem;
• garantir um residual de cloro livre superior a 90%, quando se verificam teores de azoto
amoniacal elevados e se usa cloragem ao breakpoint;
• nos casos em que os teores em azoto amoniacal da água bruta são baixos, considerar a
hipótese de transferir a cloragem para outro ponto, situado por exemplo, entre o decantador
e os filtros, de modo a reduzir-se a formação de compostos organoclorados (experiências
deste tipo mostraram reduções em cerca de 15 a 20%) [1].
5.2 - Arejamento
No tratamento de águas subterrâneas ou de águas que não estiveram em contacto com o ar, o
arejamento tem como objectivo remover gases dissolvidos em excesso (nomeadamente CO2 e
H2S) e substâncias voláteis, ou introduzir oxigénio para oxidação de compostos ferrosos ou
manganosos e aumentar o teor de oxigénio dissolvido.
5.3 - Estabilização Química - Equilíbrio Calco-Carbónico
Entende-se por estabilização química, o processo de ajuste do pH, da concentração de cálcio
e da alcalinidade da água, por forma a atingir-se o equilíbrio de saturação do carbonato de cálcio
(CaCO3). Uma vez que uma água estabilizada não dissolve nem precipita CaCO3, não removerá a
camada de carbonato que protege as tubagens contra a corrosão, nem provocará a deposição
daquele composto.
O bicarbonato de cálcio é instável e, mantém-se dissolvido pelo anidrido carbónico (CO2)
equilibrante. Assim, é importante assegurar uma certa quantidade de CO2 para que a água se
apresente estabilizada. Se, por qualquer razão, o CO2 equilibrante se tornar insuficiente, uma parte
do bicarbonato de cálcio decompõe-se segundo a reacção (1), libertando o CO2 que restabelece o
equilíbrio carbónico, mas precipitando o carbonato que origina incrustação.
Ca(HCO3)2 → CaCO3 + CO2 + H2O (1)
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Uma vez que as constantes de equilíbrio desta reacção são função da temperatura, por
variação deste parâmetro, a água pode tornar-se incrustante se a temperatura aumenta (por
libertação de CO2) ou agressiva, no caso contrário.
Os diagramas de Caldwell-Lawrence (C-L) [7], são um dos meios utilizados para a resolução
de problemas de corrosão ou de dureza das águas, na medida em que permitem determinar
rapidamente, e com uma precisão razoável, as condições da água e o tipo e quantidade de produtos
químicos necessários para o seu tratamento, assim como as quantidades de produtos precipitados.
Os diagramas são constituídos por uma série de isolinhas de cálcio, pH e alcalinidade, em que
cada ponto de intersecção descreve uma situação de equilíbrio. As concentrações referem-se a
componentes solúveis, sendo todas expressas em mg/l CaCO3, à excepção da concentração em
sólidos dissolvidos totais que é expressa em mg/l. Cada diagrama é específico para uma
determinada temperatura e concentração de sólidos dissolvidos, ver Anexo.
Os diagramas de Caldwell-Lawrence permitem ainda o cálculo de índices de saturação, ou
seja, índices que permitem determinar se a água é agressiva ou incrustante. O índice proposto por
Ryznar [2], dado pela equação (2), considera que uma água é estável se o índice de estabilidade (ou
de Ryznar) estiver compreendido entre 6.5 - 7.1. Para valores inferiores a 6.5 a água terá tendência
para ser incrustante e para valores superiores a 7.1, para ser agressiva (ver Quadro 1).
Índice de estabilidade = 2 pHs - pH (2)
Sendo:
pHs - pH de saturação, ou seja, o pH da água em equilíbrio
Quadro 1 - Tendência da água de acordo com o valor do índice de estabilidade ou de Ryznar
Índice de estabilidade oude Ryznar
Tendência da água
3.0 a 5.0 Muito incrustante
5.0 a 6.0 Fracamente incrustante
6.0 a 7.0 Fraca incrustação ou corrosão
7.0 a 7.5 Corrosiva
7.5 a 9.0 Fortemente corrosiva
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O excesso de CO2 , que confere à água características de agressividade, pode ser eliminado
através de adição de um alcalinizante (normalmente cal ou carbonato de sódio) ou por percolação
da água através de leitos de material alcalino.
Os leitos de contacto, normalmente de brita calcária, são utilizados para o controlo da
agressividade da água. Fazendo percolar uma água agressiva através de um leito alcalino, desde
que o tempo de contacto seja suficiente, dá-se o ataque do CO2 agressivo ao material do leito
filtrante, que se vai dissolvendo sob a forma de bicarbonato de cálcio, do que resulta um aumento
do pH da água até um valor próximo do pH de equilíbrio ou de saturação.
Normalmente o leito de contacto é precedido por um arejamento da água a tratar que, permite
para além da libertação do CO2 agressivo, a absorção de oxigénio que tem como consequência a
aceleração da velocidade de ataque da água, com uma redução acentuada do tempo de contacto
necessário.
As medidas a ter em conta para o controlo e manutenção deste processo de tratamento,
passam pela observação dos seguintes aspectos:
• análises periódicas do pH e do pHs da água tratada, para avaliação da eficiência do
processo;
• se o pH da água se mantiver inferior ao pHs, podem ter ocorrido duas situações:
- o tempo de contacto não foi suficiente para que se dê a solubilização do material do
leito na água;
- o material do leito necessita de substituição em consequência de ter reduzido a
capacidade de solubilização.
5.4 - Coagulação-floculação
Uma água de origem superficial, apresenta normalmente valores elevados de turvação,
consequência da presença de partículas de natureza coloidal. Dada a dimensão deste tipo de
partículas (<1µ), e o facto de serem portadoras de carga eléctrica superficial, torna-se difícil a sua
remoção. Assim, é necessário recorrer a um agente coagulante, por forma a provocar a agregação
em flocos facilmente separáveis por decantação.
Este processo denominado por coagulação/floculação é assegurado através de uma operação
unitária denominada mistura e desenrola-se em duas etapas. A primeira consiste numa dispersão
rápida do agente coagulante na água, com o objectivo de destabilizar os coloides (mistura rápida
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/coagulação) e a segunda numa mistura lenta por forma a assegurar uma boa formação de flocos
(floculação).
A eficácia do coagulante, normalmente sulfato de alumínio, depende de vários factores, entre
eles destacam-se os seguintes:
• ajustamento conveniente do pH. Para cada coagulante, existe uma zona óptima de pH à
qual ocorre o máximo de precipitação;
• adição de um alcalinizante, normalmente Ca(OH)2, quando a alcalinidade da água for
inferior ou igual a 0,5 da dose de sulfato de alumínio a utilizar.
Por vezes, para além da adição do coagulante, seleccionado de acordo com as características
da água a tratar e com o custo e facilidade de obtenção, recorre-se ainda à utilização de adjuvantes
que se destinam a melhorar as operações de coagulação-floculação, ao nível da velocidade das
reacções ou da qualidade do floco produzido (floco mais pesado, mais volumoso, mais coeso).
Para controlar as doses de produtos químicos utilizados na coagulação-floculação, recorre-se
a um teste laboratorial, o "Jar-Test" [6] .
O "Jar-Test", deve efectuar-se sempre que se verifiquem alterações da qualidade da água
afluente à estação de tratamento, devido a variações das condições climáticas (uma vez que,
normalmente a água sujeita a coagulação-floculação é de origem superficial), ou a descargas
eventualmente poluentes, na origem.
O teste é realizado num aparelho equipado com vários copos de vidro, seis em regra, com
uma capacidade de 1 litro, possuindo cada, um agitador mecânico susceptível de ser controlado
(entre 30 a 120 rpm). As condições de agitação e de tempo de agitação devem ser próximos dos
utilizados na estação de tratamento, de modo a reproduzirem-se as condições reais de operação.
Embora não esteja ainda normalizado o procedimento experimental para a realização do
"Jar-Test", pode recorrer-se ao seguinte método:
• regista-se o pH, a turvação e a alcalinidade da água;
• enche-se cada um dos copos com cerca de um litro de água bruta proveniente da mesma
amostra, recolhida num ponto representativo da estação, antes da mistura rápida;
• de seguida, colocam-se doses diferentes de coagulante em todos os copos, e inicia-se o
processo de mistura rápida com uma agitação de cerca de 120 rpm, durante 2 minutos,
para assegurar uma boa dispersão do coagulante na água e para facilitar as reacções
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químicas envolvidas. De seguida, para se dar início à floculação, deve reduzir-se a
agitação para cerca de 40 rpm, durante 20 a 30 minutos;
• após um período de decantação de 10 a 30 minutos, determina-se a turvação residual e a
dose óptima de coagulante correspondente à do copo que apresentar menor valor de
turvação;
• repete-se o "Jar-Test" fazendo variar o pH nos diferentes copos e utilizando a dose óptima
de coagulante em todos eles.
O pH óptimo será o correspondente ao copo que apresentar menores valores de turvação.
5.5- Decantação
A decantação é uma operação a incluir na sequência de tratamento de uma água bruta
sempre que a qualidade desta, no que respeita a turvação, cor, teor em ferro ou dureza, o justifique.
Embora a eficiência desta operação esteja associada à carga hidráulica, que traduz o caudal
de água a decantar por m2 da superfície do decantador, existem outros factores que podem
interferir negativamente no processo, tais como:
• taxa de descarga, por metro linear de caleira > 10 m3/m.h;
• má formação do floco, no caso de esta operação surgir a jusante de um processo de
coagulação/floculação;
• influência de ventos.
5.6- Filtração
A filtração rápida surge normalmente na sequência da decantação ou simplesmente após
coagulação ( filtração directa).
A qualidade da água filtrada, depende principalmente de factores inerentes ao próprio filtro e
que devem ser periodicamente observados. Os aspectos mais importantes e a ter em conta são os
seguintes:
• controlo da velocidade de filtração, da turvação e da cor da água filtrada;
• determinação do tempo de lavagem óptimo, para evitar o desperdício de água tratada. O
tempo de lavagem mínimo corresponde ao momento em que a turvação da água de
lavagem é inferior 10 NTU.
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A filtração lenta aplica-se de um modo geral, no tratamento de águas com baixa turvação
(cerca de 10 mg/l), podendo funcionar em períodos longos com valores de turvação da ordem dos
50 mg/l e em períodos curtos, de apenas alguns dias, com valores de cerca de 100 a 200 mg/l.
Os aspectos a ter em conta para o controlo da filtração lenta são os seguintes:
• controlo da velocidade de filtração, da turvação e da cor da água filtrada.
5.7 - Desinfecção
A desinfecção da água destinada ao abastecimento público, tem por objectivo a destruição de
microrganismos patogénicos, nocivos para a saúde pública, ou de outros organismos indesejáveis.
A eficiência do processo de desinfecção depende de vários factores destacando-se os
seguintes:
• espécie e concentração do organismo a ser destruído;
• espécie e concentração do desinfectante utilizado;
• tempo de contacto;
• características químicas, em especial o pH, e físicas da água a tratar;
• grau de dispersão do desinfectante na água.
Existem vários processos de desinfecção, desde os tratamentos físicos por aplicação de
radiações (UV), até aos químicos que utilizam agentes alcalinos, tensioactivos ou oxidantes,
destacando-se o cloro como o desinfectante mais utilizado.
Assim, quando se efectua a desinfecção, por cloragem, destacam-se alguns aspectos
importantes:
• verificação periódica do pH e da temperatura da água, uma vez que o efeito germicida,
tanto do cloro residual livre como do cloro combinado (sob a forma de cloraminas), diminui
com o aumento destes dois parâmetros. Com efeito, verifica-se que, para valores de pH de
8 a 10, são necessárias doses de Cl2 bastante mais elevadas, para se obter a mesma
eficiência;
• determinação da carência de cloro da água, por forma a evitar residuais de cloro superiores
aos recomendados pelo Dec.Lei 74/90 [3], sob pena de causar danos a nível da saúde
pública.
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Apesar do cloro ser o desinfectante mais utilizado, o ozono assume actualmente uma grande
importância, na medida em que, para além de ser um desinfectante muito poderoso, não origina a
formação de trihalometanos, principal inconveniente da utilização do cloro, aquando de uma água
com elevados teores em matéria orgânica.
As principais desvantagens do ozono em relação aos produtos clorados, são por um lado o de
natureza económica, quer em custos de 1º investimento quer em custos de exploração, e por outro
o ozono, sendo muito instável, não permanece com acção residual na água tratada [4] .
6- Metodologia
A metodologia de avaliação do funcionamento de estações de tratamento de águas para
abastecimento público, aplica-se aos esquemas de tratamento tipo associados às diferentes
qualidades de água.
Considerando que prevalece uma carência de informação sobre o funcionamento geral das
ETA' s, esta metodologia permite fazer-se uma avaliação expedita, com base na qualidade da água
tratada e na eficiência de tratamento, ou uma avaliação técnica, incluindo também as
características dos órgãos de tratamento e a qualidade da água tratada de uma forma mais
detalhada.
6.1- Avaliação expedita
6.1.1- Descrição
Propõe-se a construção de um índice global de avaliação que será resultante de um somatório
ponderado de dois subíndices (Fig.8): subíndice de qualidade da água tratada (I QA), e subíndice de
eficiência de tratamento (I ET); sendo estes avaliados através da definição de classes de qualidade,
às quais corresponde um valor numérico:
• classes de qualidade para I QA : Mau-0 , Insuficiente- 1, Razoável-2 e Bom-3;
• classes de qualidade para I ET : Mau-0, Razoável-1 e Bom-2.
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AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA TRATADA
AVALIAÇÃO EXPEDITA
AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DO PROCESSO DE TRATAMENTO
Sub índice de avaliação
Sub índice de avaliação
ÍNDICE GLOBALDE AVALIAÇÃO
Figura 8 - Esquema do processo de avaliação expedita do funcionamento de uma estação detratamento de águas para abastecimento público
# Construção dos subíndices
• subíndice de qualidade da água tratada (I QA)
Para cada tipo de água, seleccionou-se um conjunto de parâmetros, considerados
relevantes em termos de saúde pública, aos quais se fez corresponder um valor
recomendado e um valor limite, com base no Decreto-Lei 74/90.
À gama de valores associaram-se padrões, aos quais se atribuiu classificações numéricas
de 0 a 5, correspondendo o valor 0 à situação mais desfavorável e o 5 à melhor.
A cada parâmetro atribuiu-se um peso, por forma a valorizar a sua importância em termos
de saúde pública.
Ao somatório do produto do valor numérico de cada padrão pelo peso do respectivo
parâmetro, corresponde um valor numérico ao qual é atribuída uma classe de qualidade.
• subíndice de eficiência de tratamento (I ET )
Para cada tipo de água, seleccionaram-se os parâmetros mais significativos na avaliação
do processo de tratamento, e atribuiram-se valores máximos e mínimos de eficiência em
função do esquema de tratamento instalado [5] [8].
Metodologia de avaliação do funcionamento de estações de tratamento de águas para abastecimento público
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Tal como para o cálculo do subíndice I QA, associaram-se padrões à gama de valores de
eficiências, aos quais se atribuíram classificações numéricas de 0 a 5, correspondendo o
valor 0 à situação mais desfavorável e o 5 à melhor.
O valor do subíndice é calculado da mesma forma que o anterior.
Apresentam-se seguidamente várias tabelas para o cálculo do I QA e do I ET , em função da
origem e do tipo de água.
• Calculo do índice global de qualidade
O índice global de qualidade é obtido através do somatório ponderado dos dois subíndices,
atribuindo um peso 2 ao I QA .
A Figura 9 mostra um esquema de fácil utilização, para o cálculo do índice global.
MAU RAZOÁVEL BOM
0 2 4 6 8
0 1 2 3IQA
IQA + I ET
Índice Global
Figura 9 - Índice global — Avaliação expedita
Modo de utilização:
1- Marca-se na escala do I QA , o valor correspondente a este subíndice
2- Projecta-se esse valor na escala do I QA + I ET e adiciona-se o valor do I ET
3- O valor encontrado é o índice global, a que corresponde uma indicação de qualidade.
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AVALIAÇÃO EXPEDITA— TABELAS —
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ÁGUAS SUPERFICIAIS DE CLASSE A1, A2 e A3 - AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA TRATADA
Parâmetros Peso doParâmetro
Organoléticos
Turvação 4(mg/l escala SiO2)
Cor 3(mg/l escala Pt/Co)
Cheiro (12°C) 2(Taxa de diluição) (25°C)
Sabor (12°C) 3(Taxa de diluição) (25°C)Físico-Químicos
Temperatura 1(°C)
pH 3(Escala sorensen)Relativos a substâncias indesejáveis
Nitratos 4(mg/l NO3)
Azoto amoniacal 3(mg/l NH4)
Oxidabilidade 5(mg/l O2)Cloro residual livre (mg/l HOCl) 5
Classificação a atribuir a cada padrão
0 1 2 3 4 5
Legenda:
VA - Valor aconselhável Subíndice para avaliação da qualidade da água tratadaVL - Valor limiteVmR - Valor mínimo recomendado
0 1 2 3
<
<
VA
VmR
0,2
0,6
VL
1 > 1
> 0,0,5
RazoávMau
0
Bom
33 60 164
Insuficient
140
0,3
0,7
pH - 6,0 a 8,0
pH = 8,0
2.5 5.0 7.5 > 1
> 25 10 15
> 2
> 3
<
<
< > 531,25 37,5 43,7
0,16 0,28 0,40 > 0,<
2,75 3,5 4,25
1
0
0
25
0,05
2
10
20
> 2
> 3
50
0,5
5> 5<
0,5 1,0 1,5
0,5 1,0 1,5
0,75 1,5 2,25
0,75 1,5 2,25
1
22
< 8.0
< > 2
> 9.
2512
VL
2
3
3
2
6,5 9,5
Metodologia de avaliação do funcionamento de estações de tratamento de águas para abastecimento público
— 22 —
ÁGUAS SUPERFICIAIS DE CLASSE A3 CONTENDO FERRO - AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA TRATADA
Parâmetros Peso do
ParâmetroOrganoléticos
Turvação 4(mg/l escala SiO2)
Cor 3 (mg/l escala Pt/Co)
Cheiro (12°C) 2(Taxa de diluição) (25°C)
Sabor (12°C) 3(Taxa de diluição) (25°C)Físico-Químicos
Temperatura 1(°C)
pH 3(Escala sorensen)Relativos a substâncias indesejáveis
Ferro 3(mg/l Fe)
Manganês 3(mg/l Mn)
Nitratos 4(mg/l NO3)
Azoto amoniacal 3(mg/l NH4)
Oxidabilidade 5(mg/l O2)Cloro residual livre (mg/l HOCl)
5
Classificação a atribuir a cada padrão
0 1 2 3 4 5
Subíndice para avaliação da qualidade da água tratadaLegenda:VA - Valor aconselhávelVL - Valor limiteVmR - Valor mínimo recomendado
0 1 2 3
<
<
VA
VmR
0,2
0,6
VL
1 > 1
> 0,0,5
RazoávMau
0
Bom
39 72 194
Insuficient
164
0,3
0,7
pH - 6,0 a 8,0
pH = 8,0
2.5 5.0 7.5 > 1
> 25 10 15
> 2
> 3
<
<
< > 531,25 37,5 43,7
0,16 0,28 0,40 > 0,<
2,75 3,5 4,25
1
0
0
25
0,05
2
10
20
> 2
> 3
50
0,5
5> 5<
0,5 1,0 1,5
0,5 1,0 1,5
0,75 1,5 2,25
0,75 1,5 2,25
1
0,05 0,2
0,02 0,05
< > 0,
> 0,<
0,09 0,13 0,16
0,027 0,035 0,043
22
< 8.0
< > 2
> 9.
2512
VL
2
3
3
2
6,5 9,5
Metodologia de avaliação do funcionamento de estações de tratamento de águas para abastecimento público
— 23 —
ÁGUAS SUBTERRÂNEAS NÃO AGRESSIVAS - AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA TRATADA
Parâmetros Peso doParâmetro
Organoléticos
Turvação 4(mg/l escala SiO2)
Cor 3(mg/l escala Pt/Co)
Cheiro (12°C) 2(Taxa de diluição) (25°C)
Sabor (12°C) 3(Taxa de diluição) (25°C)Físico-Químicos
Temperatura 1(°C)
pH 3(Escala sorensen)Relativos a substâncias indesejáveis
Nitratos 4(mg/l NO3)
Azoto amoniacal 3(mg/l NH4)
Oxidabilidade 5(mg/l O2)Cloro residual livre (mg/l HOCl)
5
Classificação a atribuir a cada padrão
0 1 2 3 4 5
Legenda:
VA - Valor aconselhável Subíndice para avaliação da qualidade da água tratadaVL - Valor limiteVmR - Valor mínimo recomendado
0 1 2 3
<
<
VA
VmR
0,2
0,6
VL
1 > 1
> 0,0,5
RazoávMau
0
Bom
33 60 164
Insuficient
140
0,3
0,7
pH - 6,0 a 8,0
pH = 8,0
2.5 5.0 7.5 > 1
> 25 10 15
> 2
> 3
<
<
< > 531,25 37,5 43,7
0,16 0,28 0,40 > 0,<
2,75 3,5 4,25
1
0
0
25
0,05
2
10
20
> 2
> 3
50
0,5
5> 5<
0,5 1,0 1,5
0,5 1,0 1,5
0,75 1,5 2,25
0,75 1,5 2,25
1
22
< 8.0
< > 2
> 9.
2512
VL
2
3
3
2
6,5 9,5
Metodologia de avaliação do funcionamento de estações de tratamento de águas para abastecimento público
— 24 —
Metodologia de avaliação do funcionamento de estações de tratamento de águas para abastecimento público
— 25 —
Metodologia de avaliação do funcionamento de estações de tratamento de águas para abastecimento público
— 26 —
ÁGUAS SUBTERRÂNEAS AGRESSIVAS - AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA TRATADA
Parâmetro Peso doParâmetro
Organoléticos
Turvação 4(mg/l escala SiO2)
Cor 3(mg/l escala Pt/Co)
Cheiro (12°C) 2(Taxa de diluição) (25°C)
Sabor (12°C) 3
(Taxa de diluição) (25°C)Físico-Químicos
Temperatura 1(°C)
pH 3(Escala sorensen)
Cálcio 3(mg/l Ca)Relativos a substâncias indesejáveis
Nitratos 4(mg/l NO3)
Azoto amoniacal 3(mg/l NH4)
Oxidabilidade 5(mg/l O2)Cloro residual livre ( mg/l HOCl)
5
Classificação a atribuir a cada padrão
0 1 2 3 4 5
Legenda:
VA - Valor aconselhável Subíndice para avaliação da qualidade da água tratadaVL - Valor limiteVmR - Valor mínimo recomendado
0 1 2 3
<
<
VA
VmR
0,2
0,6
VL
1 > 1
> 0,0,5
RazoávMau
0
Bom
36 66 179
Insuficient
152
0,3
0,7
pH - 6,0 a 8,0
pH = 8,0
VL
2.5 5.0 7.5 > 1
> 25 10 15
> 2
> 3
<
<
< > 531,25 37,5 43,7
0,16 0,28 0,40 > 0,<
2,75 3,5 4,25
1
0
0
25
0,05
2
10
20
> 2
> 3
50
0,5
5> 5<
0,5 1,0 1,5
0,5 1,0 1,5
0,75 1,5 2,25
0,75 1,5 2,25
1
21,7
< 8.0
< > 2
> 9.
2512
100 200125 150 175< > 2
2
3
3
2
6,5 9,5
Metodologia de avaliação do funcionamento de estações de tratamento de águas para abastecimento público
— 27 —
Metodologia de avaliação do funcionamento de estações de tratamento de águas para abastecimento público
— 28 —
ÁGUAS SUBTERRÂNEAS AGRESSIVAS CONTENDO FERRO - AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA TRATADA
Parâmetros Peso do
ParâmetroOrganoléticos
Turvação 4(mg/l escala SiO2)
Cor 3(mg/l escala Pt/Co)
Cheiro (12°C) 2(Taxa de diluição) (25°C)
Sabor (12°C) 3
(Taxa de diluição) (25°C)Físico-Químicos
Temperatura 1(°C)
pH 3(Escala sorensen)
Cálcio 3(mg/l Ca)Relativos a substâncias indesejáveis
Ferro 3(mg/l Fe)
Manganês 3(mg/l Mn)
Nitratos 4(mg/l NO3)
Azoto amoniacal 3(mg/l NH4)
Oxidabilidade 5(mg/l O2)Cloro residual livre (mg/l HOCl)
5
Classificação a atribuir a cada padrão
0 1 2 3 4 5
Legenda: Subíndice para avaliação da qualidade da água tratada
VA - Valor aconselhávelVL - Valor limiteVmR - Valor mínimo recomendado
0 1 2 3
2.5 5.0 7.5 > 1
> 25 10 15
> 2
> 3
<
<
< > 531,25 37,5 43,7
0,16 0,28 0,40 > 0,<
2,75 3,5 4,25
<
<
VA
1
0
0
25
0,05
2
VmR
0,2
0,6
VL
10
20
2
> 2
> 3
50
0,5
5> 5
1 > 1
> 0,0,5
<
0,5 1,0 1,5
0,5 1,0 1,5
0,75 1,5 2,25
0,75 1,5 2,25
RazoávMau
0
Bom
42 78 209
Insuficient
176
1
0,3
0,7
pH - 6,0 a 8,0
pH = 8,0
0,05 0,2
0,02 0,05
< > 0,
> 0,<
0,09 0,13 0,16
0,027 0,035 0,043
VL
22
< 8.0
< > 2
> 9.
6,5
25
9,5
12
100 200125 150 175< > 2
3
3
2
Metodologia de avaliação do funcionamento de estações de tratamento de águas para abastecimento público
— 29 —
ÁGUAS SUPERFICIAIS DE CLASSE A1 - AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE TRATAMENTO
Água Água EFICIÊNCIAS DE REMOÇÃO (%) PesoParâmetro Bruta Tratada do
Parâmetro
Turvação 1
Oxidabilidade 1
Classificação a atribuir a cada padrão
0 1 2 3 4 5
Subíndice para avaliação do processo de tratamento
0 1 2
2 10
4 6 8= 2 > 1
RazoávelMau
0
Bom
4 8 10
2 10> 1
Ef. mínimaadmissível
Ef. máximaesperada
Ef. mínimaadmissível
4 6 8= 2
Metodologia de avaliação do funcionamento de estações de tratamento de águas para abastecimento público
— 30 —
ÁGUAS SUPERFICIAIS DE CLASSE A2 - AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE TRATAMENTO
Água Água EFICIÊNCIAS DE REMOÇÃO (%) PesoParâmetro Bruta Tratada do
Parâmetro
Turvação 2
Cor 1
Oxidabilidade 3
Classificação a atribuir a cada padrão
0 1 2 3 4 5
Subíndice para avaliação do processo de tratamento
0 1 2
50
RazoávelMa
0
50 8057,5< > 65 72,5
80 90
90
<
< > 960 70 80
12 24 30
Ef. mínimaadmissível
Ef. máximaesperada
Ef. mínimaadmissível
85 > 982,5 87,5
Bom
Metodologia de avaliação do funcionamento de estações de tratamento de águas para abastecimento público
— 31 —
ÁGUAS SUPERFICIAIS DE CLASSE A3 - AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE TRATAMENTO
Água Água EFICIÊNCIAS DE REMOÇÃO (%) PesoParâmetro Bruta Tratada do
Parâmetro
Turvação 2
Cor 1
Oxidabilidade 3
Classificação a atribuir a cada padrão
0 1 2 3 4 5
Subíndice para avaliação do processo de tratamento
0 1 2
60 90< 6 > 967,5 75 82,5
RazoávelMau
0
Bom
12 24 30
50
80
<
<
Ef. mínimaadmissível
Ef. máximaesperada
Ef. mínimaadmissível
Ef. máximaesperada
90
90> 960 70 80
85 > 982,5 87,5
Metodologia de avaliação do funcionamento de estações de tratamento de águas para abastecimento público
— 32 —
ÁGUAS SUPERFICIAIS DE CLASSE A3 CONTENDO FERRO-AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE TRATAMENTO
Água Água EFICIÊNCIAS DE REMOÇÃO (%) PesoParâmetro Bruta Tratada do
Parâmetro
Turvação 2
Cor 1
Oxidabilidade 3
Ferro 2
Manganês 2
Classificação a atribuir a cada padrão
0 1 2 3 4 5
Sub-índice para avaliação do processo de tratamento
0 1 2
50
80
60 90
<
< 8
< 6 > 967,5 75 82,5
95
95
50
< 75 85
50
< 62,5 75 85
RazoávelMau
0
Bom
20 40 50
Ef. mínimaadmissível
Ef. máximaesperada
Ef. mínimaadmissível
Ef. máximaesperada
90
90
> 960 70 80
85 > 9
> 9
> 9
82,5 87,5
62,5
Metodologia de avaliação do funcionamento de estações de tratamento de águas para abastecimento público
— 33 —
ÁGUAS SUBTERRÂNEAS AGRESSIVAS - AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE TRATAMENTO
Água Água EFICIÊNCIAS DE REMOÇÃO (%) PesoParâmetro Bruta Tratada do
Parâmetro
pH - - - - - - -
Turvação 1
Alcalinidade - - - - - - -
CO2 2
Classificação a atribuir a cada padrão
0 1 2 3 4 5
Subíndice para avaliação do processo de tratamento
0 1 2
10> 1
< 2 33,8 42,5 51,3 > 6
RazoávelMau
0
Bom
6 12 15
25 60
Ef. mínimaadmissível
Ef. máximaesperada
Ef. mínimaadmissível
Ef. máximaesperada
24 6 8= 2
Metodologia de avaliação do funcionamento de estações de tratamento de águas para abastecimento público
— 34 —
ÁGUAS SUBTERRÂNEAS AGRESSIVAS COM FERRO E MANGANÊS - AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE TRATAMENTO
Água Água EFICIÊNCIAS DE REMOÇÃO (%) PesoParâmetro Bruta Tratada do
Parâmetro
pH - - - - - -
Turvação 1
Alcalinidade - - - - - - -
CO2 3
Ferro 2
Manganês 2
Classificação a atribuir a cada padrão
0 1 2 3 4 5
Subíndice para avaliação do processo de tratamento
0 1 2
Ef. mínimaadmissível
Ef. máximaesperada
10
> 1
< 2 33,8 42,5 51,3 > 6
25 60
50
<
50
RazoávelMau
0
Bom
16 32 40
<
2
4 6 8= 2
95
95
75 85
62,5 75 85
> 9
> 9
62,5
Metodologia de avaliação do funcionamento de estações de tratamento de águas para abastecimento público
— 35 —
6.1. 2 - Exemplo de aplicação
Estação de tratamento com um esquema tipo de águas superficiais de classe A2 , com uma
qualidade de água tratada apresentada no Quadro 2:
Quadro 2 - Avaliação expedita da qualidade da água tratada - Exemplo de aplicação
Parâmetros Valor Padrão Peso Produto
obtido
Turvação(mg/l escala SiO2)
3 3 4 12
Cor(mg/l escala Pt/Co)
5 3 3 9
Cheiro(Taxa de diluição)
0.8 3 2 6
Sabor(Taxa de diluição)
0.8 3 3 9
Temperatura(°C)
17 4 1 4
pH(Escala sorensen)
7.9 5 3 15
Nitratos(mg/l)
29 4 4 16
Azoto amoniacal(mg/l)
0.2 3 3 9
Oxidabilidade(mg/lO2)
2 4 5 20
Cloro residual livre(mg/l)
0.2 5 5 25
TOTAL - - - 125
Ao valor 125 corresponde uma qualidade da água tratada Razoável que por sua vez
corresponde a um peso 2 para o índice global de avaliação.
Relativamente às eficiências de remoção, tendo em conta que num esquema de tratamento
tipo de águas superficiais de classe A2, remove-se essencialmente turvação, cor e oxidabilidade,
pode considerar-se a seguinte situação (Quadro 3):
Metodologia de avaliação do funcionamento de estações de tratamento de águas para abastecimento público
— 36 —
Quadro 3 - Avaliação expedita das eficiências de remoção- Exemplo de aplicação
Eficiências de Valor Padrão Peso Produtoremoção (%) obtido
Turvação 87 3 2 6
Cor 93 3 1 3
Oxidabilidade 82 5 3 15
TOTAL - - - 24
Ao valor 24 corresponde uma eficiência de remoção Razoável que por sua vez corresponde a
um peso 1 para o índice global de avaliação. O cálculo do índice global é apresentado na Fig.10.
MAU RAZOÁVEL BOM
0 2 4 6 8
0 1 2 3IQA
IQA + I ET
Índice Global
IQA
I ET
Figura 10 - Cálculo do índice global - Exemplo de aplicação
6.2- Avaliação Técnica
6.2.1- Descrição
O índice global correspondente à avaliação técnica, será obtido através do somatório
ponderado de três subíndices (Fig.11): subíndice de qualidade da água tratada (I QA), subíndice de
eficiência de tratamento (I ET) e subíndice de funcionamento de orgãos de tratamento (I OT); sendo
estes avaliados através da definição de classes de qualidade, às quais corresponde um valor
numérico:
- classes de qualidade para I QA : Mau-0 , Insuficiente- 1, Razoável-2 e Bom-3 ;
- classes de qualidade para I ET : Mau-0, Razoável-1 e Bom-2;
- classes de qualidade para I OT : Mau-0 , Insuficiente- 1, Razoável-2 e Bom-3.
Metodologia de avaliação do funcionamento de estações de tratamento de águas para abastecimento público
— 37 —
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA TRATADA
AVALIAÇÃO TÉCNICA
AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DO PROCESSO DE TRATAMENTO
Sub índice de avaliação
Sub índice de avaliação
ÍNDICE GLOBAL DE AVALIAÇÃO
AVALIAÇÃO DO FUNCIONAMENTO DE CADA OPERAÇÃO UNITÁRIA
Sub índice de avaliação
Figura 11 - Esquema do processo de avaliação técnica do funcionamento de uma estação detratamento de águas para abastecimento público
# Construção dos subíndices
• subíndice de qualidade da água tratada (I QA)
Igual ao referênciado na avaliação expedita.
• subíndice de eficiência de tratamento (I ET)
Igual ao referênciado na avaliação expedita.
• subíndice de funcionamento de orgãos de tratamento (I OT)
Para cada operação unitária incluida nos esquemas de tratamento tipo, seleccionaram-se
diferentes parâmetros de controlo, atribuindo a cada um deles limites máximos e mínimos
adequados a um funcionamento aceitável.
Tal como nos outros subíndices atribuiram-se classificações numéricas de 0 a 5 aos
diferentes padrões.
Metodologia de avaliação do funcionamento de estações de tratamento de águas para abastecimento público
— 38 —
A cada parâmetro atribuiu-se um peso de acordo com a sua importância no processo.
O valor do subíndice é calculado da mesma forma dos anteriores.
Seguidamente apresentam-se várias tabelas, referentes à avaliação técnica, para o cálculo do
I QA , I ET e do I OT , de acordo com a origem e tipo de água.
• Cálculo do índice global de qualidade
O índice global de qualidade é obtido através do somatório ponderado dos três subíndices,
atribuindo um peso 2 ao I QA .
Tal como para o cálculo do índice global referente à avaliação expedita, pode-se recorrer
ao esquema apresentado na Figura12.
MAU RAZOÁVEL
0 2 4 6 8
0 1 2 3IQA
IQA + I ET
Índice Global
0 2 4 6 8 10
IQA + I ET + I OT
INSUFICIENTE BOM Mto BOM
Figura 12 - Índice global — Avaliação Técnica
Metodologia de avaliação do funcionamento de estações de tratamento de águas para abastecimento público
— 39 —
AVALIAÇÃO TÉCNICA
— TABELAS —
—
Metodologia de avaliação do funcionamento de estações de tratamento de águas para abastecimento público
— 40 —
ÁGUAS SUBTERRÂNEAS - AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA TRATADA
Parâmetros Peso doParâmetro
OrganoléticosTurvação 4(mg/l escala SiO2)Cor 3(mg/l escala Pt/Co) Cheiro (12°C) 2(Taxa de diluição) (25°C)
Sabor (12°C) 3(Taxa de diluição) (25°C)Fisico-QuímicosTemperatura 1(°C)pH 3(Escala sorensen)Condutividade 2(µS/cm)Cloretos 3(mg/l Cl)Sulfatos 4(mg/l SO4)Cálcio 4(mg/l Ca)Magnésio 3(mg/l Mg)Sódio 3(mg/l Na)Potássio 3(mg/l K)Alumínio 4(mg/l Al)Dureza total 4(mg/l CaCO3)Sólidos dissolvidos 3totais (mg/l)Relativos a substâncias tóxicasArsénio 6(mg/l As)Cádmio 6(mg/l Cd)Crómio 6(mg/l Cr)Mercúrio 6(mg/l Hg)Chumbo 6(mg/l Pb)Antimónio 6(mg/l Sb)MicrobiológicosColiformes totais 5(NMP / 100 ml)Coliformes fecais 5(NMP / 100 ml)Estreptococos fecais 5(NMP / 100 ml)Clostrídios sulfito-redutores 5(NMP / 20 ml)Germes mesófilos aeróbios 5a 37° C, nº org/mlGermes mesófilos aeróbios 5a 22° C, nº org/ml
2.5 5.0 7.5 > 1
> 25 10 15
> 2
> 3
<
<
VA
1
0
0
VL
10
20
> 2
> 3
0,5 1,0 1,5
0,5 1,0 1,5
0,75 1,5 2,25
0,75 1,5 2,25
1
22
< 8.0
< > 2
> 9.
2512
40
25
25 250
100
30 50
20 150
10 12
0,05 0,2
500
1500
200
150
1000
0,05
0,005
0,05
0,001
0,05
0,01
0,005
0,0005
0,005
0,0001
0,005
0,001
81.25 137,5 193,7
125
35 40 45
10, 11 11,
52,5 85 117,
< 4
<
< >
>
>
>
>
>
>
>
< 1
< 3
< 2
< 1
< 0,
< 1
< 10
< 0,0
< 0,0
< 0,0
< 0,0
< 0,00
< 0,00
0,12 0,160,08
237, 325, 412,
1125 1250 1375
0,01 0,02 0,03
0,01 0,02 0,03
0,01 0,02 0,03
>
>
>
>
>
> 0,001 0,002 0,003
0,00 0,00 0,00
0,000 0,000 0,000
10
0 1
10
0 1
10
100
>
>
>
>
< 1
< 1
0,25 0,5 0,75
0,25 0,5 0,75
0,5 0,75
0,25 0,5 0,75
0,25
150 175
2
3
3
2
6,5 9,5
100020
> 10
>
Metodologia de avaliação do funcionamento de estações de tratamento de águas para abastecimento público
— 41 —
ÁGUAS SUBTERRÂNEAS - AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA TRATADA
Parâmetros Peso doParâmetro
Relativos a substâncias indesejáveisNitratos 4(mg/l NO3)Nitritos 4(mg/l NO2)Azoto amoniacal 3(mg/l NH4)Azoto kjeldhal 4(mg/l N)Oxidabilidade 5(mg/l O2)Fenóis 5(µg/l C6H5OH)Ferro 3(mg/l Fe)Manganês 3(mg/l Mn)Cobre 5(mg/l Cu)Zinco 5(mg/l Zn)Fósforo 3(mg/l P2O5)Fluoretos 3(mg/l F)Sólidos suspensos totais 4(mg/l)Cloro residual livre (mg/l HOCl)
5
Parâmetros adicionaisAlcalinidade(mg/l CaCO3)Equlibrio calco- Muito Fracamente Fraca incrustação ou CorrosivaFortemente -carbónico incrustante incrustante corrosão corrosivaÍndice de estabilidade 52 pHs-pH
Classificação a atribuir a cada padrão
0 1 2 3 4 5
Legenda:VA - Valor aconselhável Subíndice para avaliação da qualidade da água tratadaVL - Valor limiteVmR - Valor mínimo recomendado
0 1 2 3
VA VL
25 50
0,1
0,05 0,5
1
2 5
0,5
0,05 0,2
0,02 0,5
0,4 5,0
0
0,05
0,01
0,01
1,7
0,1
0,1
>
>
>
>
>
>
>
>
>
VmR VL
< 2
< 2
0
< 0,
< 0,
< 0,
< 0,
< 0,
< 0,
= 0,
= 0,
< 0,
0,125 0,1630,088
31,25 37,5 43,75
0,16 0,28 0,40
2,75 3,5 4,25
0,033 0,055 0,078
0,29 0,53 0,76
0,13 0,25 0,37
0,14 0,26 0,38
1,55 2,7 3,85
<
<
0,2
0,6 1> 1
> 00,5
0,3
0,7
pH - 6,0 a 8,0
pH = 8,0
3 5 6 7 7,5 9
Mau Insuficiente Razoável Bom
0,7< 0, > 0,95 1,2 1,45
48 200 331 602 879
Metodologia de avaliação do funcionamento de estações de tratamento de águas para abastecimento público
— 42 —
ÁGUAS SUPERFICIAIS - AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA TRATADA
Parâmetros Peso doParâmetro
OrganoléticosTurvação 4(mg/l escala SiO2)Cor 3(mg/l escala Pt/Co) Cheiro (12°C) 2(Taxa de diluição) (25°C)
Sabor (12°C) 3(Taxa de diluição) (25°C)Fisico-QuímicosTemperatura 1(°C)pH 3(Escala sorensen)Condutividade 2(µS/cm)Cloretos 3(mg/l Cl)Sulfatos 4(mg/l SO4)Cálcio 4(mg/l Ca)Magnésio 3(mg/l Mg)Sódio 3(mg/l Na)Potássio 3(mg/l K)Alumínio 4(mg/l Al)Dureza total 4(mg/l CaCO3)Sólidos dissolvidos 3totais (mg/l)Relativos a substâncias tóxicasArsénio 6(mg/l As)Cádmio 6(mg/l Cd)Crómio 6(mg/l Cr)Mercúrio 6(mg/l Hg)Chumbo 6(mg/l Pb)Antimónio 6(mg/l Sb)MicrobiológicosColiformes totais 5(NMP / 100 ml)Coliformes fecais 5(NMP / 100 ml)Estreptococos fecais 5(NMP / 100 ml)Clostrídios sulfito-redutores 5(NMP / 20 ml)Germes mesófilos aeróbios 5a 37° C, nº org/mlGermes mesófilos aeróbios 5a 22° C, nº org/ml
2.5 5.0 7.5 > 1
> 25 10 15
> 2
> 3
<
<
VA
1
0
VL
10
20
> 2
> 3
0,5 1,0 1,5
0,5 1,0 1,5
0,75 1,5 2,25
0,75 1,5 2,25
1
22
< 8.0
< > 2
> 9.
2512
25 25
100
30 5
20 15
10 12
0,05 0,2
50
150
20
150
1000
0,05
0,005
0,05
0,001
0,05
0,01
0,005
0,0005
0,005
0,0001
0,005
0,001
81.25 137,5 193,7
125
35 40 45
10, 11 11,
52,5 85 117,
< 4
<
< >
>
>
>
>
>
>
>
< 1
< 3
< 2
< 1
< 0,
< 1
< 10
< 0,0
< 0,0
< 0,0
< 0,0
< 0,00
< 0,00
0,12 0,160,08
237, 325, 412,
1125 1250 1375
0,01 0,02 0,03
0,01 0,02 0,03
0,01 0,02 0,03
>
>
>
>
>
> 0,001 0,002 0,003
0,00 0,00 0,00
0,000 0,000 0,000
0
0
0
0
10
100
>
>
>
>
< 1
< 1
0,25 0,5 0,75
0,25 0,5 0,75
0,5 0,75
0,25 0,5 0,75
0,25
150 175
02
3
3
2
6,5 9,5
40
25
1000
20
> 10
>
1
1
1
1
Metodologia de avaliação do funcionamento de estações de tratamento de águas para abastecimento público
— 43 —
ÁGUAS SUPERFICIAIS - AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA TRATADA
Parâmetros Peso doParâmetro
FitoplanctónicosCianobactérias 5(nº de células / ml)Relativos a substâncias indesejáveisNitratos 4(mg/l NO3)Nitritos 4(mg/l NO2)Azoto amoniacal 3(mg/l NH4)Azoto kjeldhal 4(mg/l N)Oxidabilidade 5(mg/l O2)Fenóis 5(µg/l C6H5OH)Ferro 3(mg/l Fe)Manganês 3(mg/l Mn)Cobre 5(mg/l Cu)Zinco 5(mg/l Zn)Fósforo 3(mg/l P2O5)Fluoretos 3(mg/l F)Sólidos suspensos totais 4(mg/l)Cloro residual livre (mg/l HOCl)
5
Parâmetros adicionaisAlcalinidade (mg/l CaCO3)Equlibrio calco- Muito Fracamente Fraca incrustação ou CorrosivaFortemente -carbónico incrustanteincrustante corrosão corrosivaÍndice de estabilidade 52 pHs-pH
Classificação a atribuir a cada padrão
0 1 2 3 4 5
Legenda:VA - Valor aconselhável Subíndice para avaliação da qualidade da água tratadaVL - Valor limiteVmR - Valor mínimo recomendado
0 1 2 3
VA VL
25 50
0,1
0,05 0,5
1
2 5
0,5
0,05 0,2
0,02 0,5
0,4 5,0
0
0,05
0,01
0,01
1,7
>
>
>
>
>
>
>
>
>
Vm VL
< 2
< 2
0
< 0,
< 0,
< 0,
< 0,
< 0,
< 0,
= 0,
= 0,
< 0,
0,125 0,1630,08
31,25 37,5 43,75
0,16 0,28 0,40
2,75 3,5 4,25
0,033 0,055 0,078
0,29 0,53 0,76
0,13 0,25 0,37
0,14 0,26 0,38
1,55 2,7 3,85
<
<
0,2
0,6 1> 1
> 00,5
0,2
0,7
pH - 6,0 a 8,0
pH = 8,0
3 5 6 7 7,5 9
Mau Insuficiente Razoável Bom
0,7< 0, > 0,95 1,2 1,45
48 205 350 617 904
< 115000
> 2000 500100
0,1
0,1
Metodologia de avaliação do funcionamento de estações de tratamento de águas para abastecimento público
— 44 —
ÁGUAS SUPERFICIAIS DE CLASSE A1 - AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE TRATAMENTO
Água Água EFICIÊNCIAS DE REMOÇÃO (%) PesoParâmetro Bruta Tratada do
Parâmetro
Turvação 1
Oxidabilidade 1
Classificação a atribuir a cada padrão
0 1 2 3 4 5
Subíndice para avaliação do processo de tratamento
0 1 2
2 10
4 6 8= 2 > 1
RazoávelMau
0
Bom
4 8 10
2 10> 1
Ef. mínimaadmissível
Ef. máximaesperada
Ef. mínimaadmissível
4 6 8= 2
Metodologia de avaliação do funcionamento de estações de tratamento de águas para abastecimento público
— 45 —
ÁGUAS SUPERFICIAIS DE CLASSE A2 - AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE TRATAMENTO
Água Água EFICIÊNCIAS DE REMOÇÃO (%) PesoParâmetro Bruta Tratada do
Parâmetro
Turvação 2
Cor 1
Oxidabilidade 3
Classificação a atribuir a cada padrão
0 1 2 3 4 5
Subíndice para avaliação do processo de tratamento
0 1 2
50
RazoávelMau
0
50 8057,5< > 65 72,5
80 90
90
<
< > 960 70 80
Bom
12 24 30
Ef. mínimaadmissível
Ef. máximaesperada
Ef. mínimaadmissível
85 > 982,5 87,5
Metodologia de avaliação do funcionamento de estações de tratamento de águas para abastecimento público
— 46 —
ÁGUAS SUPERFICIAIS DE CLASSE A3 - AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE TRATAMENTO
Água Água EFICIÊNCIAS DE REMOÇÃO (%) PesoParâmetro Bruta Tratada do
Parâmetro
Turvação 2
Cor 1
Oxidabilidade 3
Classificação a atribuir a cada padrão
0 1 2 3 4 5
Subíndice para avaliação do processo de tratamento
0 1 2
60 90< 6 > 967,5 75 82,5
RazoávelMau
0
Bom
12 24 30
50
80
<
<
Ef. mínimaadmissível
Ef. máximaesperada
Ef. mínimaadmissível
Ef. máximaesperada
90
90
> 960 70 80
85 > 982,5 87,5
Metodologia de avaliação do funcionamento de estações de tratamento de águas para abastecimento público
— 47 —
ÁGUAS SUPERFICIAIS DE CLASSE A3 CONTENDO FERRO-AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE TRATAMENTO
Água Água EFICIÊNCIAS DE REMOÇÃO (%) PesoParâmetro Bruta Tratada do
Parâmetro
Turvação 2
Cor 1
Oxidabilidade 3
Ferro 2
Manganês 2
Classificação a atribuir a cada padrão
0 1 2 3 4 5
Sub-índice para avaliação do processo de tratamento
0 1 2
50
80
60 90
<
< 8
< 6 > 967, 75 82,5
95
95
50
< 75 85
50
< 62,5 75 85
RazoávelMau
0
Bom
20 40 50
Ef. mínimaadmissível
Ef. máximaesperada
Ef. mínimaadmissível
Ef. máximaesperada
90
90
> 960 70 80
85 > 9
> 9
> 9
82,5 87,5
62,5
Metodologia de avaliação do funcionamento de estações de tratamento de águas para abastecimento público
— 48 —
ÁGUAS SUBTERRÂNEAS AGRESSIVAS - AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE TRATAMENTO
Água Água EFICIÊNCIAS DE REMOÇÃO (%) PesoParâmetro Bruta Tratada do
Parâmetro
pH - - - - - - -
Turvação 1
Alcalinidade - - - - - - -
CO2 2
Classificação a atribuir a cada padrão
0 1 2 3 4 5
Subíndice para avaliação do processo de tratamento
0 1 2
10> 1
< 2 33, 42,5 51, > 6
RazoávelMau
0
Bom
6 12 15
25 60
Ef. mínimaadmissível
Ef. máximaesperada
Ef. mínimaadmissível
Ef. máximaesperada
2
4 6 8= 2
Metodologia de avaliação do funcionamento de estações de tratamento de águas para abastecimento público
— 49 —
ÁGUAS SUBTERRÂNEAS AGRESSIVAS COM FERRO E MANGANÊS - AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE TRATAMENTO
Água Água EFICIÊNCIAS DE REMOÇÃO (%) PesoParâmetro Bruta Tratada do
Parâmetro
pH - - - - - -
Turvação 1
Alcalinidade - - - - - - -
CO2 3
Ferro 2
Manganês 2
Classificação a atribuir a cada padrão
0 1 2 3 4 5
Subíndice para avaliação do processo de tratamento
0 1 2
Ef. mínimaadmissível
Ef. máximaesperada
10
> 1
< 2 33, 42, 51,3 > 6
25 60
50
<
50
RazoávelMau
0
Bom
16 32 40
<
2
4 6 8= 2
95
95
75 85
62,5 75 85
> 9
> 9
62,5
Metodologia de avaliação do funcionamento de estações de tratamento de águas para abastecimento público
— 50 —
ÁGUAS SUPERFICIAIS DE CLASSE A1- AVALIAÇÃO DO FUNCIONAMENTO DOSORGÃOS DE TRATAMENTO
Parâmetros de Peso doControlo Parâmetro
Filtração Filtros lentos
Filtros rápidos de uma camada 3 Filtros rápidos de dupla camada Filtros lentos
(dias) 2 Filtros rápidos
(horas)DesinfecçãoTempo de contacto 5(min.)
Classificação a atribuir a cada padrão
0 1 2 3 4 5
Subíndice para avaliação do funcionamento dos orgãos
0 1 2 3
5 15< >7,5 12,5
Limite Limite
Taxa de
filtração
(m/h) 10 2012,5 17,5 ><
24 60>< 48
10< 20
BomMau Insuficiente Razoável
50
Período
entrelavage
ns
7 90>< 49
0,40,10,15 0,30 > 0
0 35 4020
< 0
28
Metodologia de avaliação do funcionamento de estações de tratamento de águas para abastecimento público
— 51 —
ÁGUAS SUPERFICIAIS DE CLASSE A2 - AVALIAÇÃO DO FUNCIONAMENTO DOS ORGÃOS DE TRATAMENTO
Parâmetros de Peso doControlo Parâmetro
Pré- Oxidação
Ozono ou ClO2 5
CloroCoagulação - FloculaçãoDose de coagulante - Desvio 4em relação ao Jar-Test (%)pH (na mistura rápida) 4(escala sorensen)DecantaçãoCarga hidráulica 3(m3/m2.dia)Tempo de retenção 2(h)Filtração Rápida
Filtros de uma camada 3 Filtros de
dupla camadaPeríodo entre lavagens 2(h)DesinfecçãoTempo de contacto 5(min.)
Classificação a atribuir a cada padrão
0 1 2 3 4 5
Subíndice para avaliação do funcionamento dos orgãos
0 1 2 3
-40
33
2 4
6 7
Limite Limite
3 5>< 3,5 4 4,5
3 5><Oxidabilid
ade da água bruta (mg O2/l)
Taxa defiltração
(m/h)
10< 20
3 3,5
< >
><
5,5 7,5
23 29
< 5, > 7
BomMau Insuficiente Razoável
4 14052 10065
5 15< >7,5 12,5
10 2012, 17,5 ><
24 60>< 48
20
+40-20 + 20
Oxidante
Metodologia de avaliação do funcionamento de estações de tratamento de águas para abastecimento público
— 52 —
ÁGUAS SUPERFICIAIS DE CLASSE A3- AVALIAÇÃO DO FUNCIONAMENTO DOSORGÃOS DE TRATAMENTO
Parâmetros de Peso doControlo Parâmetro
Pré- Oxidação
Ozono ou ClO2 5
CloroCoagulação - FloculaçãoDose de coagulante - Desvio 4em relação ao Jar-Test (%)Dose de carvão act. - Desvio 4em relação ao Jar-Test (%)pH 4(escala sorensen)DecantaçãoCarga hidráulica 3(m3/m2.dia)Tempo de retenção 2(h)Filtração Rápida Filtros de uma camada 3 Filtros de dupla camadaPeríodo entre lavagens 2(h)DesinfecçãoTempo de contacto 5(min.)
Classificação a atribuir a cada padrão
0 1 2 3 4 5
Subíndice para avaliação do funcionamento dos orgãos
0 1 2 3
20 33
2 4
6 7
Limite Limite
Taxa defiltração
(m/h)
10< 2015
3 3,5
< >
><
5,5 7,5
23 29
< 5, > 7
BomMau Insuficiente Razoável
16016 6740 143
3 5>< 3,5 4 4,5
3 5><Oxidabilid
ade da água após oxidação
Oxidante 43,5 4,5
-40 +40-20 + 20
-40 +40-20 + 20
5 15< >7,5 12,
10 2012, 17, ><
24 60>< 48
Metodologia de avaliação do funcionamento de estações de tratamento de águas para abastecimento público
— 53 —
ÁGUAS SUPERFICIAIS DE CLASSE A3 CONTENDO FERRO - AVALIAÇÃO DO FUNCIONAMENTO DOS ORGÃOS DE TRATAMENTO
Parâmetros de Peso doControlo Parâmetro
Pré- Oxidação
Ozono ou ClO2 5
CloroArejamento
3
Coagulação - FloculaçãoDose de coagulante - Desvio 4em relação ao Jar-Test (%)Dose de carvão act. - Desvio 4em relação ao Jar-Test (%)pH 4(escala sorensen)DecantaçãoCarga hidráulica 3(m3/m2.dia)Tempo de retenção 2(h)Filtração Rápida Filtros de uma camada 3 Filtros de dupla camadaPeríodo entre lavagens 2(h)DesinfecçãoTempo de contacto 5(min.)
(1) com base no tabuleiro maior
Classificação a atribuir a cada padrão
0 1 2 3 4 5
Subíndice para avaliação do funcionamento dos orgãos
0 1 2 3
20 33
2 4
6 7
Limite Limite
Taxa defiltração
(m/h) 20
10< 20
3 3,5
< >
><
5,5 7,5
23 29
< 5, > 7
BomMau Insuficiente Razoável
16
Cargahidráulica(m3/m2.d
ia)
Tempo decontacto
300 1000
200 500
200 700
300 900
1 2
5 30
475 825
275 425
325 575
450 750
< 3
< 2
< 2
< 3
<
<
> 10
> 50
> 70
> 90
>
>
175
Cascatas (1)
Planos inclinados
Degraus
Pilhas de tabuleiros
Bocais distri-buição (seg.)
Ar difuso(min.)
15933 48
3 5>< 3,5 4 4,5
3 5><Oxidabilid
ade da água após oxidação
Oxidante 43,5 4,5
-40 +40-20 + 20
-40 +40-20 + 20
5 15< >7,5 12,
10 2012, 17, ><
24 60>< 48
Metodologia de avaliação do funcionamento de estações de tratamento de águas para abastecimento público
— 54 —
ÁGUAS SUBTERRÂNEAS NÃO AGRESSIVAS - AVALIAÇÃO DO FUNCIONAMENTODOS ORGÃOS DE TRATAMENTO
Parâmetros de Peso doControlo Parâmetro
Desinfecção
Tempo de contacto 5(min.)
Classificação a atribuir a cada padrão
0 1 2 3 4 5
Subíndice para avaliação do funcionamento dos orgãos
0 1 2
Limite Limite
1< 20
BomMau Razoável
0 2520
Metodologia de avaliação do funcionamento de estações de tratamento de águas para abastecimento público
— 55 —
ÁGUAS SUBTERRÂNEAS AGRESSIVAS - AVALIACÃO DO FUNCIONAMENTO DOSORGÃOS DE TRATAMENTO
Parâmetros de Peso doControlo Parâmetro
Arejamento
3 Leito de ContactoTempo de contacto 4(min.)Filtração Filtros lentos
Filtros rápidos de uma camada 3
Filtros rápidos de dupla camada Filtros lentos (dias) 2 Filtros rápidos (horas)DesinfecçãoTempo de contacto 5(min.)
(1) Com base no tabuleiro maior
Classificação a atribuir a cada padrão
0 1 2 3 4 5
Subíndice para avaliação do funcionamento dos orgãos
0 1 2 3
Limite inferior Limite
10< 20
BomMau Insuficiente Razoável
85
Cargahidráulica(m3/m2.d
ia)
Tempo decontacto
300 1000
200 500
200 700
300 900
1 2
5 30
Taxa de
filtração
(m/h)
Período
entrelavage
ns
>
475 825
275 425
325 575
450 750
< 3
< 2
< 2
< 3
<
<
> 10
> 50
> 70
> 90
>
>
10 2015
0
Cascatas (1)
Planos inclinados
Degraus
Pilhas de tabuleirosBocais distri-buição (seg.)
Ar difuso(min.)
772112
5 15< >7,5 12,
10 2012, 17, ><
24 60>< 48
7 90>< 49
0,40,10,1 0,3 > 0< 0
28
< 1 > 2
Metodologia de avaliação do funcionamento de estações de tratamento de águas para abastecimento público
— 56 —
ÁGUAS SUBTERRÂNEAS AGRESSIVAS CONTENDO FERRO - AVALIAÇÃO DO FUNCIONAMENTODOS ORGÃOS DE TRATAMENTO
Parâmetros de Peso doControlo Parâmetro
Pré- Oxidação
Ozono ou ClO2 5
CloroArejamento
3
Leito de ContactoTempo de contacto 4(min.)Filtração Filtros lentos
Filtros rápidos de 3 uma camada Filtros rápidos de dupla camada Filtros lentos (dias) 2 Filtros rápidos (horas)DesinfecçãoTempo de contacto 5(min.)
(1) Com base no tabuleiro maior
Classificação a atribuir a cada padrão
0 1 2 3 4 5
Subíndice para avaliação do funcionamento dos orgãos
0 1 2 3
Limite Limite
10< 20
BomMau Insuficiente Razoável
110
Cargahidráulica(m3/m2.d
ia)
Tempo decontacto
300 1000
200 500
200 700
300 900
1 2
5 30
Taxa de
filtração
(m/h)
Período
entrelavage
ns
475 825
275 425
325 575
450 750
< 3
< 2
< 2
< 3
<
<
> 10
> 50
> 70
> 90
>
>
10 2015
0
Cascatas (1)
Degraus
Pilhas de tabuleiros
Bocais distri-buição (seg.)
Ar difuso(min.)
Planos inclinados
8 9341
3 5>< 3,5 4 4,5
3 5><Oxidabilid
ade da água após oxidação
Oxidante 43,5 4,5
< 1 > 2
>
5 15< >7,5 12,
10 2012, 17, ><
24 60>< 48
7 90>< 49
0,40,10,1 0,3 > 0< 0
28
Metodologia de avaliação do funcionamento de estações de tratamento de águas para abastecimento público
— 57 —
6.2.2 - Exemplo de Aplicação
Tendo em conta o exemplo apresentado no item 6.1.2 para a avaliação expedita, pode
supor-se que, para a mesma ETA pretende-se um estudo mais completo que inclua por um lado
uma maior gama de parâmetros de controlo em termos da qualidade de água tratada, e por outro
uma avaliação pormenorizada do funcionamento de cada operação unitária.
O Quadro 4 apresenta a avaliação técnica da qualidade da água tratada para a mesma ETA.
Para o cálculo do pH de saturação, recorreu-se ao diagrama de Caldwell-Lawrence (ver em
Anexo) que mais se aproxima das condições reais da ETA (temperatura de 25°C e concentração
em SDT de 400 mg/l). Sabendo a concentração em cálcio (que corresponde a 360 mg/l como
CaCO3) e supondo uma alcalinidade da água tratada de 300 mg/l como CaCO3, tem-se um pH de
saturação de 6.9.
De acordo com o Quadro 4, tem-se uma qualidade da água tratada Razoável que corresponde
a um peso 2 para o índice global de avaliação.
Relativamente às eficiências de remoção, e de acordo com a avaliação expedita, tem-se
uma eficiência de remoção também Razoável que corresponde a um peso 1 para o índice global
de avaliação (ver Quadro 3).
O Quadro 5 apresenta a avaliação de cada operação unitária, considerando-se que se utiliza
cloro como pré-oxidante e que os filtros rápidos são de uma só camada de areia.
Metodologia de avaliação do funcionamento de estações de tratamento de águas para abastecimento público
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Quadro 4 - Avaliação técnica da qualidade da água tratada - Exemplo de aplicação
Parâmetros Valorobtido
Padrão Peso Produto Parâmetros Valorobtido
Padrão Peso Produto
Turvação Coliformes totais
(mg/l escala SiO2) 3 3 4 12 (NMP / 100 ml) 0.1 4 5 20
Cor Coliformes fecais
(mg/l escala Pt/Co) 5 3 3 9 (NMP / 100 ml) 0.1 4 5 20
Cheiro Estreptococos fecais
(Taxa de diluição) 0.8 3 2 6 (NMP / 100 ml) 0.1 4 5 20
Sabor Clostrídios sulfito-
(Taxa de diluição) 0.8 3 3 9 redut.(NMP/20 ml) 0.1 4 5 20
Temperatura Germes mesó. aerób.
(°C) 22 4 1 4 a 37° C, nº org/ml 10 5 5 25
pH Germes mesó.aerób.
(Escala sorensen) 7.9 5 3 15 a 22° C, nº org/ml 100 5 5 25
Condutividade Cianobactérias
(µS/cm) 350 5 2 10 (nº de células / ml) 200 3 5 15
Cloretos Nitratos
(mg/l Cl) 30 2 3 6 (mg/l NO3) 29 4 4 16
Sulfatos Nitritos
(mg/l SO4) 90 3 4 12 (mg/l NO2) 0.02 4 4 16
Cálcio Azoto amoniacal
(mg/l Ca) 145 3 4 12 (mg/l NH4) 0.2 3 3 9
Magnésio Azoto kjeldhal
(mg/l Mg) 35 3 3 9 (mg/l N) 0.3 3 4 12
Sódio Oxidabilidade
(mg/l Na) 70 3 3 9 (mg/l O2) 2.0 4 5 20
Potássio Fenóis
(mg/l K) 10.5 3 3 9 (µg/l C6H5OH) 0.2 3 5 15
Alumínio Ferro
(mg/l Al) 0.13 2 4 8 (mg/l Fe) 0.1 3 3 9
Dureza total Manganês
(mg/l CaCO3) 250 3 4 12 (mg/l Mn) 0.2 3 3 9
Sólidos dissolvidos Cobre
totais (mg/l) 400 5 3 15 (mg/l Cu) 0,15 1 5 5
Arsénio Zinco
(mg/l As) 0.02 3 6 18 (mg/l Zn) 0,15 1 5 5
Cádmio Fósforo
(mg/l Cd) 0.002 3 6 18 (mg/l P2O5) 2.0 3 3 9
Crómio Fluoretos
(mg/l Cr) 0.02 3 6 18 (mg/l F) 1.0 3 3 9
Mercúrio Sólidos suspensos
(mg/l Hg) 0.0004 3 6 18 totais (mg/l) 0 5 4 20
Chumbo Cloro residual livre
(mg/l Pb) 0.02 3 6 18 (mg/l HOCl) 0.2 5 5 25
Antimónio Índice de estabilidade
(mg/l Sb) 0.05 3 6 18 2 pHs-pH 5.9 5 5 25
TOTAL - - - 594
Metodologia de avaliação do funcionamento de estações de tratamento de águas para abastecimento público
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Quadro 5- Avaliação técnica do funcionamento dos orgãos de tratamento - Exemplo de
aplicação
Parâmetros de Valor Padrão Peso Produto
Controlo obtido
Pré- Oxidação
Oxidabilidade da água bruta 2.43 5 5 25
Coagulação-Floculação
Dose de coagulante - Desvio
em relação ao Jar-Test (%) 15 5 4 20
pH (escala sorensen) 6.2 5 4 20
Decantação
Carga hidráulica
(m3/m2.dia)
22 4 3 12
Tempo de retenção (h) 2.5 5 2 10
Filtração Rápida
Taxa de filtração (m/h) 9 5 3 15
Período entre lavagens (h) 48 3 2 6
Desinfecção
Tempo de contacto (min.) 15 5 5 25
TOTAL - - - 133
Desta fase resulta uma avaliação do funcionamento dos orgãos de tratamento Boa que, de
acordo com o subíndice apresentado na tabela respectiva, corresponde a um peso 3 para o índice
global de avaliação.
Resumindo tem-se para a avaliação técnica:
• Avaliação da qualidade da água tratada - Razoável - peso 2
• Avaliação das eficiências de remoção - Razoável - peso 1
• Avaliação do funcionamento dos orgãos de tratamento - Boa - peso 3
O cálculo do índice global é feito através do esquema apresentado na Figura 13.
Metodologia de avaliação do funcionamento de estações de tratamento de águas para abastecimento público
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IQA
I ET
MAU RAZOÁVEL
0 2 4 6 8
0 1 2 3IQA
IQA + I ET
Índice Global
0 2 4 6 8 10
IQA + I ET + I OT
INSUFICIENTE BOM Mto BOM
I OT
Figura 13 - Cálculo do índice global — Exemplo de aplicação
Metodologia de avaliação do funcionamento de estações de tratamento de águas para abastecimento público
— 61 —
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1 ] - CHEN, T.H. - "The Operation of Water Treatment Plant Under the Laboratory Control".
Water Supply, Vol. 4, Seoul, pp. 413-421, 1986. Pergamon Journals Ltd. Printed in Great
Britain.
[2] - "Curso de Actualização em Engenharia Sanitária" - Tratamento de Águas de Abastecimento
(1979). Centro Tecnológico - Direcção Geral do Saneamento Básico.
[3] - Decreto-Lei 74/90 de 7 de Março - Normas de Qualidade da Água. Diário da República,
I Série, Nº 55.
[4]- MASSCHELEIN, W.J. (1980) - "L'ozonation des eaux" - Manuel pratique - Association
Internationale de l'Ozone Technique et Documentation.
[5] - "Memento Technique de L´eau" (1989) - Neuvième Édition- Tome 1 et 2. Degrémont - Traiter
l`Eau, Protéger l`Environnement;
[6] - NETTO, M. A. et al (1979) - " Técnica de Abastecimento e Tratamento de Água" Volume 2 -
2ª Edição Revisada. CETESB, São Paulo;
[7] - SANKS,R.L.(1978)- "Water Treatment Plant Design" -For the Practicing Engineer. Ann Arbor
Science. Publishers INC;
[8] - "Vade-Mecum du Chef d`Usine"- de traitment d`eau destinée à la consommation (1987).Le
Groupe de Travail "Traitment des Eaux" de la Commission d'Hydrologie Appliquée de
l'A.G.H.T.M.- Association Générale des Hygiénistes et Techniciens Municipaux. Technique et
Documentation-Lavoisier.
Metodologia de avaliação do funcionamento de estações de tratamento de águas para abastecimento público
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ANEXOS
Metodologia de avaliação do funcionamento de estações de tratamento de águas para abastecimento público
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A.1- Parâmetros de qualidade
• Águas Superficiais
O Quadro A.1, apresenta a classificação em grupos (G1, G2 e G3) dos parâmetros de
qualidade para águas superficiais consoante a frequência de amostragem e análise, de acordo
com as classes da água. A classificação da água nas respectivas classes pode fazer-se de acordo
com o Quadro A.4, que se apresenta no item 3.3.1.
Deve ter-se em conta que a determinação dos parâmetros correspondentes ao grupo G2
implica, em simultâneo, a determinação dos parâmetros contidos em G1 e analogamente, a
determinação dos parâmetros correspondentes a G3 implica a determinação dos parâmetros
contidos em G2 e G1.
Quadro A.1- Parâmetros de qualidade de águas superficiais destinadas à produção de água paraconsumo humano, consoante a frequência de amostragem e análise de acordo comas classes da água
Grupos de Parâmetros Frequência mínima
A1 A2 A3
G1
CorCheiroTemperaturaSólidos suspensos totaispHCondutividadeCloretosFosfatosNitratosAzoto amoniacalOxigénio dissolvidoCarência bioquímica de oxigénio CBO5 20° CCarência química de oxigénio CQOColiformes totaisColiformes fecais
4/ano 8/ano 12/ano
G2
CobreFerro totalManganêsZincoDetergentesFenóisSulfatosAzoto KjeldahlEstreptococos fecais
2/ano 4/ano 6/ano
Metodologia de avaliação do funcionamento de estações de tratamento de águas para abastecimento público
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G3
ArsénioBárioBoroCádmioChumboCrómio totalMercúrioSelénioCianetosFluoretosPesticidasHidrocarbonetos dissolvidos ou emulsionadosHidrocarbonetos aromáticos polinuclearesÓleos e gordurasCarbono orgânico totalSalmonelas
1/ano 2/ano 3/ano
• Águas Subterrâneas
Os parâmetros de qualidade a analisar para águas subterrâneas de acordo com a frequência
mínima de amostragem e de análise são apresentados no Quadro A.2.
Quadro A.2- Parâmetros de qualidade de águas subterrâneas destinadas à produção de águapara consumo humano, consoante a frequência de amostragem e de análise
Grupos de Parâmetros Frequência mínima
G1
CorTurvaçãoTemperaturapHAlcalinidade TotalAnídrido carbónico livre totalFerro TotalNitritosManganêsOxidabilidade ao permanganatoOxigénio dissolvidoColiformes totaisColiformes fecais
4 / ano
G2
CloretosSulfatosDureza totalFosfatosNitratosAzoto amoniacalAzoto kjeldhalSulfureto de hidrogénioCarência bioquímica de oxigénio
2 / ano
Metodologia de avaliação do funcionamento de estações de tratamento de águas para abastecimento público
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G3
Compostos orgânicos - halogenados - fosforados - estanhadosArsénioMercúrioNíquelCádmioCrómio totalCianetoHidrocarbonetos dissolvidos ou emulsionadosÓleos mineraisFluoretos
1 /ano
De acordo com a frequência, os parâmetros são divididos nos grupos G1, G2 e G3. Tal
como na caso das águas superficiais, deve ter-se em conta que a determinação dos parâmetros
correspondentes ao grupo G2 implica, em simultâneo, a determinação dos parâmetros contidos
em G1 e analogamente para G3, implica G2 e G1.
A.2- Métodos Analíticos de Referência
Os métodos analíticos para determinação dos parâmetros de qualidade quer para águas
superficiais quer para águas subterrâneas, são apresentados no Quadro A.3, de acordo com o
estabelecido no Decreto-Lei 74/90.
Quadro A.3- Métodos analíticos de referência para águas superficiais e subterrâneas
Parâmetro Expressão dos Resultados
Métodos Analíticos deReferência
pH Escala sorensen - ElectrometriaCor mg/l
(escala Pt-Co)- Método fotométrico, após filtração simples,com padrões da escala platina-cobalto
Sólidos suspensos totais mg/l
- Centrifugação (tempo mínimo de 5 min.aceleração média 2800 a 3200g), secagem a105° C e pesagem- Filtração através de membrana filtrante de0,45µm, secagem a 105 ° C e pesagem
Temperatura ° C - TermometriaCondutividade us/cm a 20° C - ElectrometriaCheiro Factor diluição a 25°C - Diluição sucessiva
Turvação mg/l escala SiC2-Método da silica-Método da formazina-Método de Secchi
Alcalinidade total mg/l CaCO3 - Método potenciométrico- Método volumétrico
Metodologia de avaliação do funcionamento de estações de tratamento de águas para abastecimento público
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Anidrido carbónico livre mg/l CO2 -AcidimetriaDureza total mg/l CaCO3 -ComplexometriaNitratos mg/l NO3 -Espectrofotometria de absorção molecularFluoretos mg/l F -Espectrofotometria de absorção molecular
-Eléctrodos específicos
Ferro dissolvido mg/l Fe
-Espectrofotometria de absorção atómica depoisde filtração sobre membrana filtrante (0.45 µm)-Espectrofotometria de absorção moleculardepois de filtração sobre membrana filtrante(0.45µm)
ManganésioCobreZincoBoroArsénioCrómio total
mg/l Mnmg/l Cumg/l Znmg/l Bmg/l Asmg/l Cr
-Espectrofotometria de absorção atómica-Espectrofotometria de absorção molecular
NíquelCádmioChumboSelénioBário
mg/l Nimg/l Cdmg/l Pbmg/l Semg/l Ba
-Espectrofotometria de absorção atómica
Mercúrio mg/l Hg -Espectrofotometria de absorção atómica semchama
Cianeto mg/l CN -Espectrofotometria de absorção molecular
Sulfatos mg/l SO4-Análise gravimétrica-Complexometria com EDTA- Espectrofotometria de absorção molecular
Cloretos mg/l Cl -Titulação (método Mohr)- Espectrofotometria de absorção molecular
Sulfureto de hidrogénio mg/l H2 S -Espectrofotometria de absorçãoAgentes tensioactivos mg/l de lauril-sulfato -Espectrofotometria de absorção molecularFosfatos mg/l P2 O5 -Espectrofotometria de absorção molecular
Quadro A.3- Métodos analíticos de referência para águas superficiais e subterrâneas (Continuação)
Parâmetro Expressão dos Resultados
Métodos Analíticos deReferência
Fenóis mg/l C6 H5 OH-Espectrofotometria de absorção molecular-Método da 4-aminoantipirina-Método da paranitranilina
Hidrocarbonetos dissolvidosou emulsionados
mg/l-Espectrofotometria no infravermelho apósextracção pelo tetracloreto de carbono-Gravimetria após extracção por meio do éter depetróleo
Hidrocarbonetos aromáticospolinucleares
µg/l-Cromatografia em fase gasosa com detecçãopor ionização de chama e/ou espectrofotometriade massa-Cromatografia líquida com detecção porfluorescência/ultravioleta
Pesticidas totais ousubstância individualizada
µg/l-Cromatografia em fase gasosa ou líquida apósextracção por solventes adequados epurificação.Identificação dos constituintes da mistura.Determinação quantitativa.
Oxidabilidade ou valor aopermanganato
mg/l O2 -KMnO4 à ebulição durante 10 min. em meioácido
Metodologia de avaliação do funcionamento de estações de tratamento de águas para abastecimento público
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Carência química deoxigénio CQO
mg/l O2 -Método do dicromato de potássio
Oxigénio dissolvido % saturação -Método de winkler-Método electroquímico
Carência bioquímica deoxigénio CBO5 20° C mg/l O2
-Determinação de O2 dissolvido antes e depoisda incubação de 5 dias a 20° C e no escuro.Adicionar um incubador da nitrificação.
Azoto kjeldahl mg/l N- Método de kjeldahl de determinação do amóniopor espectrofotometria de absorção molecular outitulação
Azoto amoniacal mg/l NH4 -Espectrofotometria de absorção molecularÓleos e gorduras mg/l -Espectrofotometria de infravermelho, após
extracção pelo tetracloreto de carbonoCarbono orgânico residual mg/l C -Determinação após coagulação e filtração por
membrana de 5 µ
Coliformes totais
Coliformes fecais
Estreptococos fecais
/100 ml
-Fermentação em tubos múltiplos-Subcultura dos tubos positivos em meios deconfirmação-Determinação do NMP (número mais provável)
ou-Filtração através de membrana e cultura emmeio apropriado, subcultura e identificação dascolónias suspeitas
Salmonelas/5000 ml (1)
/1000 ml (2)
-Concentração por filtração (através demembrana ou filtro apropriado). Sementeira emmeio de pré-enriquecimento. Enriquecimento,subcultura em glucose de isolamento-identificação
(1) - Para águas superficiais da classe A1(2) - Para águas superficiais da classe A2
A.3- Valores Guia para Classificação da Água
• Águas Superficiais
Tendo em conta as suas características físicas, químicas e microbiológicas, as águas
superficiais são classificadas nas classes A1, A2 e A3 de acordo com o Quadro A.4. As águas de
classe A1, apenas necessitam de tratamento físico e desinfecção, as de classe A2 de tratamento
físico-químico e desinfecção e por fim as águas de classe A3 necessitam de um tratamento físico-
químico de afinação e desinfecção.
Quadro A.4- Qualidade das águas superficiais destinadas à produção de água para consumo
humano
Metodologia de avaliação do funcionamento de estações de tratamento de águas para abastecimento público
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Parâmetro Expressão de A1 A2 A3Resultados VMR VMA VMR VMA VMR VMA
pH Escala Sôrensen 6,5-8,5 - 5,5 - 9,0 - 5,5 - 9,0 -Cor mg/l (Escala Pt-Co) 10 20 (0) 50 100 (0) 50 200 (0)Sólidos suspensos totais mg/ 25 - - - - -Temperatura ° C 22 25 (0) 22 25 (0) 22 25 (0)Condutividade µs/cm a 20 ° 1000 - 1000 - 1000 -Cheiro Factor de diluição
a 25°C3 - 10 - 20 -
Nitratos mg/l NO3 25 50 (0) - 50 (0) - 50 (0)Fluoretos (1) mg/l F 0,7/1,0 1,5 0,7/1,7 - 0,7/1,7 -Cloro orgânico totalextraível
mg/l Cl - - - - - -
Ferro dissolvido mg/l Fe 0,1 0,3 1,0 2,0 1,0 -Manganês mg/l Mn 0,05 - 0,1 - 1 -Cobre mg/l Cu 0,02 0,05 (0) 0,05 - 1 -Zinco mg/l Zn 0,5 3,0 1 5,0 1,0 5,0Boro mg/l B 1 - 1 - 1 -Berílio mg/l Be - - - - - -Cobalto mg/l Co - - - - - -Níquel mg/l Ni - - - - - -Vanádio mg/l V - - - - - -Arsénio mg/l As 0,01 0,05 - 0,05 0,05 0,10Cádmio mg/l Cd 0,001 0,0005 0,001 0,005 0,001 0,005Crómio total mg/l Cr - 0,05 - 0,05 - 0,05Chumbo mg/l Pb - 0,05 - 0,05 - 0,05Selénio mg/l Se - 0,01 - 0,01 - 0,01Mercúrio mg/l Hg 0,0005 0,0010 0,0005 0,0010 0,0005 0,0010Bário mg/l Ba - 0,1 - 1,0 - 1,0Cianetos mg/l CN - 0,05 - 0,05 - 0,05Sulfatos mg/l SO4 150 250 (0) 150 250 (0) 150 250 (0)Cloretos mg/l Cl 200 - 200 - 200 -Agentes tensioativos mg/l lauril-sulfato 0,2 - 0,2 - 0,5 -Fosfatos (2) mg/l P2 O5 0,4 - 0,7 - 0,7 -Fenóis mg/l C6 H5 OH - 0,001 0,001 0,005 0,010 0,100Hidrocarbonetos dissolvidosou emulsionados
mg/l - 0,05 - 0,20 0,50 1,00
Hidrocarbonetos aromáticospolinucleares
µg/l - 0,2 - 0,2 - 1,0
Pesticidas totais ousubstância individualizada
µg/l - 1,0 - 2,5 - 5,0
Carência química deoxigénio (CQO)
mg/l O2 - - - - 30 -
Oxigénio dissolvido (3) % saturação 70 - 50 - 30 -
Quadro A. 4 - Qualidade das águas superficiais destinadas à produção de água para consumohumano (continuação)
Parâmetro Expressão de A1 A2 A3Resultados VMR VMA VMR VMA VMR VMA
Carência bioquímica deoxigénio [CBO5 (20°)]
mg/l O2 3 - 5 - 7 -
Azoto kjeldahl mg/l N 1 - 2 - 3 -
Metodologia de avaliação do funcionamento de estações de tratamento de águas para abastecimento público
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Azoto amoniacal mg/l NO4 0,05 - 1 1,5 2,00 4,00 (0)Óleos e gorduras mg/l 0,1 - 0,2 - 0,5 -Carbono orgânico total(COT)
mg/l C - - - - - -
Carbono orgânico residual mg/l C - - - - - -Coliformes totais /100 ml 50 - 5000 - 50000 -Coliformes fecais /100 ml 20 - 2000 - 20000 -Estreptococos fecais /100 ml 20 - 1000 - 10000 -
Salmonelasausência
em - ausência
em - - -
5000 ml 1000 ml
VMR - Valor Máximo RecomendávelVMA - Valor Máximo Admissível(0) - Condições climáticas ou geográficas excepcionais(1) - Os valores indicados constituem os limites inferior e superior das concentrações, determinadas em
função da média anual das temperaturas máximas diárias(2) - Este parâmetro é incluído para satisfazer as exigências ecológicas de certos meios(3) - Refere-se a um valor mínimo recomendável (VmR)
• Águas Subterrâneas
Relativamente às águas subterrâneas destinadas à produção de água para consumo
humano, não existem valores guia normalizados para a sua classificação. No entanto, como
referência, apresentam-se no Quadro A.5 alguns valores característicos para o nosso país, de
acordo com as formações geológicas que atravessam.
Quadro A.5 - Principais características das águas subterrâneas. Valores mais comuns.
Formação Local Dureza (mg/l CaCO3) Cloretos SulfatosGeológica Total Temporária mg/l Cl mg/l SO4
Maciço Antigonão calcário
CONTINENTE
Norte e centro do país
Dist. de Portalegre, Évorae Beja
De Vidigueira para Sul
10
200 - 300
200 - 400
-
100 - 200
100 - 300
10 - 20
20 - 50
20 - 300
Insignificante
15 - 40
15 - 60
Maciço Antigocalcário
Elvas, Vila Boim, Sousel,Alandroal, Portel Alvito
300 - 400 150 - 300 20 - 40 5 - 10
JurássicoDist. Aveiro, Coimbra,Leiria, Lisboa e Faro 200 - 500 120 - 350 20 - 100 20 - 60
Quadro A.5- Principais características das águas subterrâneas. Valores mais comuns. (continuação)
Metodologia de avaliação do funcionamento de estações de tratamento de águas para abastecimento público
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Formação Local Dureza (mg/l CaCO3) Cloretos SulfatosGeológica Total Temporária mg/l Cl mg/l SO4
Cretácico
Aveiro, Leiria, Pombal,Vila Nova de Ourém,Torres Vedras , Sintra
Mafra, V. F. de Xira,Cascais, Loures, Lisboa,Sintra, Lagoa, Olhão
10 - 20
200 - 400
-
100 - 200
20
40 - 100
8 - 40
15 - 60
Paleogénico
Basaltos de Lisboa
Depósitos das Beiras
Depósitos do Alentejo
200
100 - 200
200 - 500
100
-
50 - 240
60 - 80
10 - 15
20 - 240
10 - 20
5
10 -20
Miocénico
Dist. Aveiro, Coimbra,Leiria e Santarém (parte)
Dist. Santarém (parte),Lisboa e Setúbal
Algarve
10 - 40
100 - 300
250 - 450
-
30 -200
180 - 300
20 -100
30 -80
50 - 250
30 - 50
5 - 20
20 -50
Pliocénico Dist. de Aveiro, Coimbra,Leiria, Santarém, Lisboa
20 -30 - 15 - 60 0 - 50
TerraçosFluviais
Dist. Santarém 10 - 60 - 10 - 50 1 - 6
Aluviões
Rio Tejo
Rio Douro
Restantes, do norte ecentro do Maciço Antigo
Sul do Maciço Antigo
Orlas Meso-Cenozoicas
200 - 440
50 - 150
10 - 80
200 - 500
100 - 300
100 - 200
-
-
20 - 260
150 - 200
10 - 30
10 - 30
10 - 30
20 - 200
20 - 100
50 - 90
0 - 10
0 - 10
25 - 50
20 - 40
DunasDist. de Aveiro, Coimbra,Leiria, Setúbal, Beja, Faro 10 - 300 0 - 200 25 - 50 0 - 30
ILHAS ADJACENTES
Terraçosvulcânicos
Nascentes a cotasuperior à do mar
Captações ao nível domar
10 - 50
20 - 200
-
0 - 150
10 - 50
100 - 400
0 - 10
0 - 30
Miocénico Ilha do Porto Santo 150 - 200 50 - 120 400 -1200 -
Embora as características das águas subterrâneas possam ser alteradas devido à intrusão
de água do oceano, de rios, de jazigos minerais, de águas minerais próximas ou de produtos de
Metodologia de avaliação do funcionamento de estações de tratamento de águas para abastecimento público
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origem orgânica ou química, tais como, compostos nitrogenados ou fosfatados provenientes de
matéria orgânica ou de adubos, na generalidade dos casos o seu conteúdo corresponde aos
produtos solúveis provenientes das rochas constituintes das formações geológicas que
atravessam.
As águas subterrâneas do continente são bastante duras nos distritos de Portalegre e Évora
assim como nas regiões de Aveiro, Coimbra, Leiria, Faro e Lisboa. Apresentam teores em cloretos
bastante elevados na região do Algarve, principalmente devido à intrusão de água do mar nas
zonas próximas do oceano. Nos aluviões do rio Tejo os teores em sulfatos são bastante elevados
e os teores em ferro podem mesmo atingir os 12 mg/l, sendo o valor limite de cerca de 1 mg/l.
Nas formações aluvionares da região central e norte do Maciço Antigo assim como em algumas
zonas dos distritos de Aveiro, Coimbra, Leiria e Santarém a água é geralmente agressiva.
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A.4. Diagrama de Caldwell-Lawrence