metodologia científica -pÓs graduaÇÃo
DESCRIPTION
Apostila de Metodologia CientificaTRANSCRIPT
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Sumário
Apresentação ......................................................................................................................... 3
Cronograma ........................................................................................................................... 5
Metodologia científica ............................................................................................................. 6
A ciência ............................................................................................................................... 7
Métodos e técnicas ................................................................................................................ 8
Projetos científicos ................................................................................................................ 13
Tema................................................................................................................................... 13
Embasamento teórico .......................................................................................................... 14
Formulação do problema ..................................................................................................... 15
Geração de hipóteses ........................................................................................................... 15
Organização elementar de projetos científicos.......................................................................16
1. Capa e folha de rosto...........................................................................................................17
2. Resumo................................................................................................................................18
3. Introdução...........................................................................................................................20
4.Objetivos ......................................................................................................................... 20
5.Justificativa ...................................................................................................................... 21
6.Métodos e técnicas/metodologias ..................................................................................... 21
7.Cronograma ..................................................................................................................... 22
8.Metas....................................................................................................................................22
9.Orçamento ....................................................................................................................... 23
10.Referências .................................................................................................................... 25
Estrutura de trabalhos científicos – Parte I ......................................................................... 31
Estrutura de trabalhos científicos – Parte II ........................................................................ 52
Atividades Finais.....................................................................................................................63
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Apresentação
Este material aborda a metodologia científica como importante mecanismo
de padronização e normatização técnico-científica. São apresentados
exercícios de fixação e verificação da aprendizagem ao final de cada tema.
Trata-se de um importante suporte na produção de trabalhos científicos e
acadêmicos, além de projetos científicos e
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Ficha técnica
Ementa
Ciência e sua epistemologia; metodologia científica: estudo de métodos e técnicas;
desenvolvimento de projetos científicos; estruturas de trabalhos científicos.
Objetivo
Sintetizar os principais aspectos relacionados à metodologia científica e o emprego de
métodos e técnicas que permitam a produção de trabalhos científicos bem estruturados.
Estruturação da apostila
Esta apostila é composta por quatro Unidades sendo que a Unidade I trata sobre a
epistemologia da ciência. A Unidade II discute aspectos relacionados a projetos
científicos. Na Unidade III podem ser encontradas discussões a respeito da composição
e estruturação de trabalhos científicos (exceto artigos científicos). E, por fim, na
Unidade IV são descritos as estrutura de artigos científicos. No final de cada unidade é
fornecida uma série de exercícios e materiais complementares para estudo e reflexão.
No final deste trabalho encontra-se uma nova série de exercícios de revisão.
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Cronograma Acompanhe o desenvolvimento do seu aprendizado através de um cronograma preciso.
Tema Início Término
Unidade I / / / /
Unidade II / / / /
Unidade III / / / /
Unidade IV / / / /
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Unidade I
Metodologia científica
A compreensão da ciência deve ser analisada mediante um caráter evolutivo. A
capacidade de observação, um dos alicerces da ciência, só ocorreu mediante o
desenvolvimento dos sentidos. Este processo de percepção do ambiente gera uma
determinada impressão. Esta impressão, associada aos instintos, foram fundamentais
para a preservação e perpetuação de várias espécies animais. No homem, entretanto,
surgiu também a razão e a consciência as quais instigaram os seres dessa espécie a
perguntarem o porquê das coisas, gerando o que chamamos hoje de conhecimento. A
partir daí, surgiam muitas suposições para dar explicações aos fatos, as quais geraram
diferentes tipos de conhecimentos.
Muitas dessas suposições se baseavam em observações da natureza. Nascia
assim, mesmo que de forma rústica, a filosofia. Entretanto, diante da limitação para
explicar alguns fatos, muitas suposições possuíam teores sobrenaturais, o que deu
origem ao pensamento teológico. A necessidade de responder às perguntas de forma
clara e comprovar as respostas até então subjetivas, fez com que o homem começasse a
estabelecer métodos. A severidade dos métodos permitia ainda reproduzir tais
aplicações de forma que se obtivessem resultados similares. Nascia assim a ciência.
Os conhecimentos produzidos por esses diferentes campos são atualmente
classificados em quatro tipos: conhecimento popular, conhecimento filosófico,
conhecimento teológico ou religioso, e conhecimento científico (TRUJILLO-
FERRARI, 1974). Lakatos e Marconi (2003) sintetizam as características de cada um
deles, conforme adaptado na Tabela 1.
Tabela 1 Comparações entre diferentes tipos de conhecimento (Lakatos & Marconi, 2003)
Popular Científico Filosófico Religioso (Teológico)
Valorativo Real Valorativo Valorativo
Reflexivo Contingente Racional Inspiracional
Assistemático Sistemático Sistemático Sistemático
Verificável Verificável Não verificável Não verificável
Falível Falível Infalível Infalível
Inexato Aproximadamente exato Exato Exato
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Conhecimentos valorativos são aqueles que podem ser influenciáveis e ganham
peso por qualquer que seja a variável, seja emocional, mística, ou racional. No caso
desse caráter, a ciência é a que mais se aproxima do real. As ideias podem ser
reflexivas, ou seja, de natureza observacional, contingente, ou seja, limitadas, racionais
ou inspiracionais, produzidas de forma ordenada ou desordenada. Os conhecimentos
populares e científicos admitem falibilidade enquanto os filosóficos e religiosos não, ou
seja, estes últimos são se autodenominam como verdades absolutas. Além disso, o
conhecimento popular admite a inexatidão, enquanto o conhecimento filosófico e
religioso, não. O conhecimento científico, por sua vez, estabelece métodos que geram
conhecimentos os mais próximos da exatidão possível reconhecendo probabilidades de
desvios e assumindo esse desvio como real.
A partir daqui nos deteremos principalmente na descrição do conhecimento
científico, fazendo alguns aportes e associações com diferentes tipos de conhecimento.
A ciência
Todo trabalho científico é motivado por uma dúvida inicial. A partir dessa
dúvida uma série de perguntas é elaborada, conjunto comumente denominado como
science questions. Essas dúvidas podem ser amenizadas, como dito anteriormente, por
suposições. Quando tais suposições são baseadas em observações sérias e dados
confiáveis, elas são chamadas de hipóteses. Hipóteses podem ser geradas não só a partir
de dados próprios, mas através de dados registrados por outros observadores. Para isso,
um levantamento bibliográfico e a verificação do estado da arte de determinado assunto,
os quais serão discutidos posteriormente, são fundamentais nas pesquisas científicas.
Tendo em vista que hipóteses são baseadas em observações, nota-se que até
nesta fase os trabalhos científicos são meramente filosóficos.
Ciência é a busca sistematizada das causas de determinados efeitos a partir do emprego de métodos e técnicas.
"Não existe ciência sem filosofia, existe ciência que conseguiu embarcar sem ter a bagagem revistada". Daniel Dennett
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A ciência, entretanto, difere da filosofia quando emprega testes para verificar a
confiabilidade de determinadas observações e conjuntos de dados na explicação dos
fatos a partir das causas questionadas. Enquanto a filosofia se baseia nos sentidos para
explicar os fatos, a ciência procura ainda aprimorar e potencializar tais sentidos a fim de
fornecer explicações sobre os fatos. Ambas tem um compromisso com a verdade, mas
uma se limita à certeza impositiva enquanto a outra busca as possibilidades detalhadas.
Além disso, um papel muito importante da ciência é o de transformar as causas.
Isso implica que além de buscar o porquê das coisas, a ciência tenta aplicar os motivos
descobertos em prol de outra utilidade, ou seja, efetuar transformação. Assim, dados
observados na natureza são muitas vezes utilizados em diferentes campos
biotecnológicos.
Existem dois campos fundamentais na ciência: a ciência básica, a qual se atém à
explicação dos porquês, e a ciência aplicada que utiliza esses porquês para a aplicação e
utilização das descobertas.
Métodos e técnicas
A palavra método, do grego methodos, significa o caminho para se chegar a um
fim. Segundo Lakatos e Marconi (2003), “... o método é um conjunto das atividades
sistemáticas eracionais que, com maior segurança e economia, permitealcançar o
objetivo...”.É importante ressaltar aqui a diferença entre os termos método e
metodologia. Metodologia, do grego methodos, o caminho para se chegar a um fim, e
logos, estudo, significa o estudo dos caminhos utilizados se chegar a um fim.Essa
ordenação a qual denominamos métodos pode ser feita principalmente por indução ou
dedução (BASTOS & KELLER, 2002).
Ciência: perguntar, hipotetizar, testar e verificar.
Metodologia é o estudo dos métodos.
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O método indutivo assume que se todas as premissas obtidas a partir de
observações são verdadeiras, a conclusão pode ser verdadeira (SALMON, 1987). Nesse
caso, a conclusão não está implícita nas premissas e é mais abrangente que as
observações feitas. Lakatos e Marconi (2003) descrevem três fases do método indutivo:
observação dos efeitos, descoberta da relação entre eles, e generalização do efeito sobre
a relação deles.
A indução pode ser completa ou incompleta. Na indução completa, todos os
elementos são utilizados, ou seja, se n é o número total de efeitos, n será analisado para
geração da conclusão (e.g., se Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul são maiores
que Pernambuco; e Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul são os estados que
compões o Centro-Oeste; então, todos os estados do Centro-Oeste são maiores que
Pernambuco). Esse método aristotélico, entretanto, pode ser muito difícil ou mesmo
impossível em determinados eventos. Por outro lado, o método de indução incompleto,
também chamado científico, desenvolvido por Galileu e difundido por Francis Bacon e
Fisher, consiste na seleção aleatória de um número significativo de elementos,
denominado na estatística de amostra (e.g., se as fêmeas de cangurus, gambás e coalas
possuem bolsa abdominal; e se cangurus, gambás e coalas são marsupiais, então todos
os marsupiais tem bolsa abdominal).
Entretanto, o método indutivo incompleto pode apresentar riscos, já que depende
sempre do número amostral. Um exemplo é citado abaixo:
Premissa 1: maçã, melancia, mamão, laranja, amora, morango e uva têm sementes;
verdadeira.
Premissa 2: maçã, melancia, mamão, laranja, amora, morango e uva são frutas;
verdadeira.
Conclusão: toda fruta tem sementes; falsa.
O método dedutivo descobre uma verdade a partir de uma outra verdade
preexistente. Nesse caso, se todas as premissas são verdadeiras, a conclusão
necessariamente será verdadeira, já que as premissas são mais abrangentes e contém,
implicitamente, a conclusão (e.g., todas Rubiaceae apresentam estípulas interpeciolares
soldadas; o café é uma Rubiaceae; logo, o café possui estípulas interpeciolares
soldadas).
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Dentro do método dedutivo existem dois tipos de argumentos condicionais
válidos, a afirmação antecedente e a negação do consequente (LAKATOS E
MARCONI, 2003).
Exemplo 1: Afirmação antecedente
Tigres acuados atacam;
Ora, esse tigre está acuado;
Então, esse tigre atacará.
Exemplo 2: Negação do consequente
Tigres acuados atacam;
Ora, esse tigre não está acuado;
Então, esse tigre não atacará.
Outro método existente é o hipotético-dedutivo. Caracterizada por Popper
(1977), a abordagem assume que perguntas geram hipóteses, que depois de testadas
geram novas perguntas. Isso leva o próprio autor a fazer uma afirmação bem coerente
de que “a ciência começa e termina com problemas” (POPPER, 1977). Tal método
implica no conhecimento de determinado assunto, no levantamento e formulação de
perguntas não respondidas, na geração de hipóteses, na aplicação de testes, na análise e
discussão dos resultados, resultando então na refutação ou corroboração das hipóteses
inicias, neste caso gerando novas teorias.
Quando falamos de técnicas, descrevemos a forma como desenvolvemos o
método. As técnicas incluem as ferramentas utilizadas para testar nossas hipóteses.
Enquanto o método é o caminho que trilhamos pra chegar a um resultado, a técnica
exprime como caminharemos. Assim, as técnicas podem mudar, podem ser inventadas,
mas o método sempre dependerá do objetivo da pesquisa (FACHIN, 2003). Embora
não sejam diretamente especificados nos trabalhos, esses conceitos devem estar claros
durante a realização de qualquer trabalho científico.
Teoria é um conjunto de hipóteses testadas e corroboradas aceitas por um determinado grupo ou segmento científico.
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Referências
BASTOS, C.L. & KELLER, V. Aprendendo a aprender: introdução à metodologia
científica. 16. ed. Petrópolis: Vozes, 2002. 104 p.
FACHIN, O.Fundamentos de metodologia. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2003. 195 p.
LAKATOS, E.M. & MARCONI, M.A.Fundamentos de metodologia científica. 5. ed. São
Paulo: Atlas, 2003. 311 p.
POPPER, K.R. Autobiografia intelectual. São Paulo: Cultrix, 1977. 263 p.
SALMON, W. C. Lógica. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 1987. 142 p.
TRUJILLO-FERRARI, A. Metodologia da ciência. 2. ed. Rio de Janeiro: Kennedy, 1974.
242 p.
Atividades
1) O que é conhecimento?
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2) Qual a diferença entre conhecimento científico e os demais tipos de
conhecimento?
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3) Considerando-se as diferenças entre o conhecimento científico e os demais tipos
de conhecimento, qual a importância da ciência na construção do conhecimento?
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4) Qual o papel da geração de hipóteses na construção de conhecimento?
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5) O que são métodos e qual a importância da metodologia no processo de
construção de conhecimento?
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6) Define-se o método científico como um conjunto:
a) de regras metafísicas e religiosas.
b) de princípios não sistematizados.
c) autoritário de preceitos e normas.
d) de regras físicas e sociais.
e) de procedimentos sistematizados e técnicos.
Atividades complementares
Assista ao vídeochamado Conhecimento:
http://www.youtube.com/watch?v=AXzfjQeEjYg
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Unidade II Projetos científicos
O termo pesquisa se refere a uma busca sistematizada ou investigação. Pesquisa
pode ainda ser definida como o conjunto de ações, propostaspara encontrar a solução
para um problema, que têm por base procedimentoscientíficosCervo e Bervian (1983).
Uma pesquisa científica deve descrever passos os quais levarão à solução ou não
de determinados problemas, às respostas para determinadas perguntas. Portanto, uma
pesquisa de caráter científico se utilizará de métodos e técnicas apropriados para a busca
dessas soluções. Para tanto, antes de qualquer pesquisa é indispensável o
estabelecimento de um roteiro que compile as formas para se chegar aos resultados,
assim, às soluções. O projeto de pesquisa é a “caixa”onde constarão todas essas ideias,
sendo ela abstrata ou concreta. É importante ressaltar essa diferença. De um lado existe
o projeto concreto, ou seja, o documento onde tais roteiros são descritos. De outro lado,
existe a entidade abstrata a qual se refere à realização da pesquisa.
A realização de um projeto de pesquisa constitui o início de qualquer trabalho
científico. Nele devem constar os fundamentos teóricos que levaram às perguntas, os
métodos e técnicas utilizados para responder às perguntas, as perspectivas quanto a
possíveis resultados e o prazo para realização da pesquisa. Como norteador, o projeto
delimitará o tempo e espaço da pesquisa.
Tema
A primeira fase para a construção de um projeto é o estabelecimento de um
tema. O tema definirá o campo científico no qual se aterá o projeto. Nenhuma das
Pesquisa é a busca sistematizada por respostas para um determinado problema.
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etapas subsequentes do projeto deverá fugir desse item cerceador. A definição de tema
pode ser expressa através da pergunta “O que minha pesquisa abordará?”.
Embasamento teórico
Após o estabelecimento do tema, uma profunda busca sobre ele deverá ser feita,
baseado em dados contidos em literatura. Nesse ponto, deverão ser explorados os
conhecimentos de que a ciência já dispõe sobre o tema e serão verificadas ainda quais as
lacunas a serem preenchidas.Serão também fornecidas informações relevantes ao tema.
Alguns modelos de trabalhos incluem a revisão bibliográfica, ou “estado da
arte”, dentro da introdução. Outros modelos, por sua vez, tratam o estado da arte como
um item à parte a ser incluído depois das justificativas do projeto. Nesse caso, devem
ser observadas as normas particulares. O que é essencialmente importante nessa
discussão é que a revisão não seja negligenciada.
Um bom levantamento bibliográfico dependerá de muita leitura. Um projeto, ou
mesmo um trabalho científico, com um bom embasamento teórico dependerá de como
essas informações lidas serão associadas ao tema proposto. Diante do volume de leitura,
é interessante que haja desde o início um trabalho de documentação. Muitos autores
sugerem o fichamento. Embora acreditemos que essa parte do trabalho dependerá da
sistematização em que o pesquisador mais se sinta à vontade, a ABNT (2002a)
normatiza sistemas de fichamento.
Existem três tipos essenciais de fichamento: a ficha de referência, a ficha de
citação e a ficha de resumo. Todas contém um título geral, um título específico e a
referência bibliográfica de interesse, no caso da ficha de referência somente isto. Na
ficha de citação, após as informações de referência serão ainda destacadas as citações
mais importantes do texto.
Segundo a ABNT (2002a) existem dois tipos de citação, a citação direta e a
citação indireta. A citação direta é a “transcrição textual de parte da obra do autor
consultado” e a citação indireta é “texto baseado na obra do autor consultado”. No caso
das fichas de citação, são utilizadas citações diretas. Assim, citações diretas de até três
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linhas devem ser contidas em aspas duplas; trechos maiores que três linhas devem ser
apresentados destacados do texto através de fonte menor que utilizada no texto e recuo
de 4 cm da margem esquerda. A chamada de autores se feita fora de parênteses deve ser
feita com a inical maiúscula, com ano e número da página citada entre parênteses. Já
quando nomes de autores forem citados entre parênteses, todo o nome do autor deverá
estar em maiúsculo, seguido por ano e página, todos separados por vírgulas. A
indicação de página deverá ser feita pela abreviatura “p.”.
Já na ficha de resumo, as citações serão substituídas por um resumo
essencialmente informativo (veja logo abaixo os tipos de resumo).
Formulação do problema
A partir da verificação das lacunas, caberá ao pesquisador formular os
problemas. Isso implica em fazer perguntas, as quais deverão ser respondidas pela
pesquisa a ser realizada.
Geração de hipóteses
Tendo-se as perguntas em mãos, o pesquisador deverá gerar hipóteses que
podem explicar ou responder tais problemas. Essa fase, juntamente com o
estabelecimento do tema, é uma das mais importantes.
As hipóteses restringirão ainda mais a pesquisa. A partir delas, métodos e
técnicas explícitos serão empregados para a realização. Assim, as hipóteses serão
possíveis respostas para solucionar o problema, mas somente testes bem fundamentados
poderão corroborar ou refutar tais hipóteses e, dessa forma, definir uma resposta mais
objetiva ou a negar uma possível resposta.
As hipóteses podem ser afirmativas positivas (e.g., as águas de algumas represas
são verdes em razão da presença de algas), afirmativas negativas (e.g., células motoras
não executam sua função sem receber os estímulos necessários) e condicionais (e.g.,
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caso haja novo estímulo luminoso leucoplastos podem se transformar em clorosplastos e
assumirem papel na fotossíntese).
Organização elementar de projetos científicos
Modelos de estruturação de projetos podem variar de instituição para instituição.
Contudo, os elementos que os compõem são sempre os mesmos. Tais elementos podem
ser classificados quanto à posição que ocupam em relação ao objeto concreto, isto é, o
projeto escrito, ou a posição em relação ao corpo textual (Quadro II.1).
Quadro II.1 Organização textual de projetos científicos
ESTRUTURA TIPO DE ELEMENTO ELEMENTO
PARTE EXTERNA PRÉ- TEXTUAIS Capa
PARTE INTERNA
PRÉ- TEXTUAIS Folha de rosto
Resumo na língua vernácula
TEXTUAIS
Introdução
Objetivos gerais
Objetivos específicos
Justificativa
Material e métodos
Cronograma
Metas/resultados esperados
Orçamento
PÓS- TEXTUAIS Referências
Anexo(s)
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1) Capa e folha de rosto
Geralmente, os projetos científicos contam com uma parte externa e a parte
interna. A parte externa de um projeto é composta por um único elemento pré-textual, a
capa. Na capa devem constar dados como instituição, título do projeto, nome do
coordenador, e o local e a data de composição do projeto (Fig. II.1).
a b
Fig. II.1 Modelos de a) capa e b) folha de rosto de projetos científicos.
Dentre os elementos internos, existem os pré-textuais, os textuais e os pós-
textuais. A folha de rosto e o resumo são os elementos pré-textuais mais comuns, mas
não necessariamente obrigatórios. Na folha de rosto deverão constar a instituição
principal, o título do trabalho, a equipe de trabalho, os laboratórios e institutos
envolvidos, e o local e a data de composição do projeto (Fig. II.1). Caso não haja
necessidade de folha de rosto, tais dados deverão ser fornecidos na capa.
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2) Resumo
O resumo é compactação da ideia central do trabalho sem prejuízo de seu
conteúdo. Portanto, apesar de ser posicionado anteriormente ao trabalho, o resumo deve
ser um dos últimos elementos a serem redigidos. Nele deverá constar um texto enxuto
que expresse o trabalho sucintamente, ou seja, suas ideias principais.
A redação do resumo de projetos deverá seguir a mesma linha dos elementos
textuais, excetuando a descrição do cronograma. No caso de outros trabalhos científicos,
os resumos deverão ainda contar com a apresentação de resultados e conclusão. Poder
de síntese, evitar frases longas, organização, clareza de ideias, texto autoexplicativo,
evitar as citações bibliográficas, são sempre recomendações, senão exigências, para a
construção de um bom resumo (SALOMON, 2001; MEDEIROS, 2004). Outro fator
importante é que o resumo deve ser chamativo, mostrar as ideias essenciais para atrair
os interessados pelo assunto para a leitura do seu trabalho.
Existem três tipos principais de resumos (ANDRADE, 2001):
· Resumo informativo é aquele no qual as ideias principais de um texto
são extraídas, mas sempre respeitando as ideias do autor; nesse tipo de
resumo é aceitável a cópia de trechos desde que colocados entre aspas e
com as fontes devidamente citadas.
· Resumo crítico ou resenha é aquele onde, além das ideias do autor, são
manifestadas também as opiniões de quem está resumindo.
· Resumo acadêmico científico é aquele onde constam informações de um
trabalho científico. Neste caso, vem agregado ao trabalho científico em
sim e é realizado pelo próprio autor do texto.
Este último tipo é o de maior interesse nesse momento, já que se refere a
projetos e demais trabalhos científicos. Deve ser apresentado exclusivamente em uma
folha. Segundo a ABNT (2003), monografias e artigos, 250 palavras; relatórios, teses e
dissertações não devem ultrapassar 500 palavras; os resumos para publicações podem
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variar de 150 a 300 palavras. Contudo, as normas para número de palavras e caracteres
em periódicos científicos podem variar.
No final dos resumos devem ser apresentadas um conjunto de palavras chave.
Palavras chave são expressões as quais podem ser compostas por mais de uma palavra.
Entretanto, nunca devem ser expressões longas. O número de palavras chave pode
variar de acordo com as normas da instituição ou periódico, mas nunca é menor que
três.
Os sistemas de busca sempre se baseiam em palavras do título e nas palavras
chave. Portanto, o objetivo das palavras chave é aumentar o poder de busca do trabalho
em questão. As palavras chave devem, portanto, se referir a temas essenciais abordados
no trabalho, mas que não devem ser expressões contidas no título do trabalho (Fig. II.2).
Fig. II.2 Relação entre título e palavras chave
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3) Introdução
A introdução é a primeira parte textual do projeto. Ela deverá ser clara e objetiva
de forma que o leitor compreenda qual é o tema e o que se sabe sobre ele, e quais são as
lacunas encontradas. Assim, a construção da introdução exigirá a exposição concisa de
um complexo levantamento bibliográfico, da formulação dos problemas e da geração de
hipóteses.
No caso de projetos científicos, as hipóteses, o objetivo geral, os objetivos
específicos e a justificativa devem ser apresentados em itens específicos. Em alguns
tipos de trabalhos científicos, como nos artigos científicos, esses pontos deverão ser
incluídos no final da introdução como um texto contínuo.
4) Objetivos
Os objetivos são algumas vezes confundidos com hipóteses em alguns trabalhos.
Entretanto, há uma grande diferença entre esses dois pontos. Enquanto a hipótese é a
possível solução para uma determinada problemática, o objetivo visa verificar se essa
hipótese responde ou não a essas perguntas. Os objetivos também são algumas vezes
confundidos com as metas do projeto. Entretanto, no item meta discutiremos as
diferenças entre esses dois pontos.
Os objetivos são geralmente expressos
através de dois itens: objetivo geral e objetivos
específicos. O objetivo geral, como o próprio
nome diz, se refere à generalidade do projeto, ou
seja, ele é um objetivo panorâmico e se refere ao
tema central. Já os objetivos específicos
remetem a subtemas dentro do tema geral,
clivando-o de forma que as partes juntas corroborarem ou não as hipóteses do trabalho.
Embora não seja sempre a regra, objetivos começam com verbos no infinitivo.
Lembre-se: os objetivos se referem à pesquisa e não ao projeto. O projeto é uma
proposta de pesquisa. Evite termos como: “o objetivo deste projeto”. O objetivo de um
projeto é sempre sistematizar a intenção de pesquisa; já o objetivo da pesquisa,
sistematizada em um projeto, é que pode variar. Logo, o que deve ser exposto são os
objetivos da pesquisa.
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5) Justificativa
Neste ponto, serão fornecidas informações sobre a relevância do projeto
especificamente, enquanto no embasamento teórico, apresentado na introdução dos
projetos, serão fornecidas informações sobre a relevância do tema. Na justificativa
deverão ser explicitados o “porque” de se preencher as lacunas encontradas.
6) Métodos e técnicas/metodologias
Como discutido anteriormente, há uma diferença entre métodos e técnicas, e
metodologia (vide Unidade I). Entretanto, diferentes tipos de discussão têm gerado
confusões na adoção deste termo.
No caso de trabalhos das ciências exatas e biológicas, observa-se um maior uso
do termo “material e métodos” ou somente “métodos”. Nesse ponto, então, são descritos
os métodos e técnicas utilizados para se realizar determinada pesquisa. Assim, qualquer
discussão sobre os métodos e técnicas utilizados, ou seja, a eficiência, uma maior
adequação para a proposta de trabalho, é feita muitas vezes na introdução do projeto.
Isso implica que, neste caso, a parte metodológica é descrita na introdução.
No caso da maioria dos trabalhos da área de humanas, métodos e técnicas a
serem utilizados nos trabalhos, bem como, as discussões sobre tais métodos e técnicas
são feitos num ponto determinado metodologia.Novamente, as normas específicas para
a área do trabalho deverão ser analisadas. O importante é que não se confunda as
denominações dos pontos como sinônimos.
Nesse ponto, serão descritas a escala espacial (i.e., caracterização da área de
estudo) e a escala temporal (i.e., o período do estudo), além dos métodos e técnicas
utilizadas no trabalho.
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7) Cronograma
No cronograma será definido o tempo para a realização das diferentes etapas do
projeto. Essas etapas incluirão levantamento bibliográfico, os métodos e técnicas
principais, e a produção do documento conclusivo.
Atividades a serem desenvolvidas
2011
Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Levantamento Bibliográfico
Coleta de material biológico
Purificação de limpeza
Cultivo e repiques
Desenvolvimento e teste de meios
Apresentações em Congressos
Testes estatísticos e análises
Redação do trabalho
8) Metas
Nas metas, deverão constar os resultados esperados. As metas descrevem uma
importante parte do projeto na qual o pesquisador, depois de demonstrar o caminho a
seguir, descreverá o possível lugar ondese que chegar e como organizará os resultados
que possivelmente obterá. Essas metas estarão sustentadas pelos objetivos e pelos
métodos que serão adotados.
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9) Orçamento
Um detalhado orçamento sobre os custos do projeto também é fundamental já
que este pode ser um fator limitante para as condições de realização do projeto. Nesse
ponto devem ser descritos uma lista de equipamentos, materiais de consumo, serviços
de terceiros, os quais serão indispensáveis para a realização do projeto. Deverão ser
descritos mesmo os materiais e equipamentos necessários para a realização do projeto,
mas já disponibilizados pelos laboratórios ou locais onde será realizada a pesquisa. É
importante ressaltar que o montante correspondente a esses produtos deverão também
ser informados em um campo que indique a contrapartida de cada laboratório membro
da pesquisa.
Exemplo II.1:
Descrição do equipamento requerido Uso*
Tempo
para uso
(meses)
Qtd Und. Valor Unit.
(R$)
Valor Tot.
(R$)
ABI Prism310 Genetic Analyzer Perkin-
Elmer FL 20 1 und 90.000,00 90.000,00
Agitador de tubos tipo vortex FL 20 1 und 869,00 869,00
Agitador magnético com aquecimento,
controle de rotação de 80 – 1500 rpm,
temperatura controlada de 50 – 320 ºC,
placa de 14 cm de diâmetro no mínimo,
com barra magnética de 9x25 mm
CD 36 1 und 1.100,00 1.100,00
Autoclave 300 L CD 36 1 und 12.100,00 12.100,00
Balança analítica digital, legibilidade 0,1
mg (0,0001g), linearidade 0,3 mg,
calibração automática.
CD 36 1 und 4.201,00 4.201,00
Balança eletrônica de precisão, milésimo
de grama, Legibilidade 0,001 g,
linearidade 0,002 g, campo de pesagem de
0 a 500 g, campo de taragem de 0 a 500 g,
tempo de estabilização 2 segundos;
CD 36 1 und 1.999,00 1.999,00
Banho-maria, com termostato de 50 a 180
ºC, cuba em inox, cuba de 30x20cm. TX 30 1 und 1.110,00 1.110,00
Barriletes 100 L, PVC CD, TX e
FL 36 2 und 612,00 1.224,00
Bico de Bunsen, altura 140 mm, latão e
base inox CD 36 1 und 70,00 70,00
Espectrofotômetro, Digital FL 20 1 und 8.858,00 8.858,00
24
Descrição do equipamento requerido Uso*
Tempo
para uso
(meses)
Qtd Und. Valor Unit.
(R$)
Valor Tot.
(R$)
microprocessado; Faixa de trabalho: 200 a
1000 nm; Largura da banda: 5nm;
Exatidão fotométrica: +- 2nm;
Reprodutibilidade: +- 1nm; Perda de
radiação: menor que 0,5% à 220nm e 340
nm; Lâmpada: Tungstênio - halogênio /
Deutério; Transmitância: 0 - 12.0%;
Absorbância: 0 - 2,5A; Concentração: 0 -
1999C ( 0 - 1999F); Precisão fotométrica:
+- 1% de T; Alimentação: 85 - 264 VAC /
50 -60 Hz; Dimensões 465 x 175 x 365
mm.
Fluxo laminar horizontal Veco com Ultra
violeta CD 36 1 und 15.000,00 15.000,00
Fonte para cuba de eletroforese FL 20 1 und 1.200,00 1.200,00
Freezer CD 36 1 und 1.000,00 1.000,00
Micromputador ou Laptop Macintosh FL 20 1 und 5.000,00 5.000,00
Microscópio binocular, Olympus BX 51 CD e TX 20 2 und 119.200,00 119.200,00
Microscópio Eletrônico de varredura Jeol,
modelo JSM-6390 TX 36 1 und 388.000,00 388.000,00
Microscópio Eletrônico de Transmissão
Jeol 1200 EX TX 36 1 und 659.600,00 659.600,00
Metalizador Balzers/Union FL-9496 TX 36 1 und 75.660,00 75.660,00
Secador em ponto crítico, Marca Balzers,
modelo CPD 020 TX 26 1 und 40.740,00 40.740,00
Microscópio invertido Axiovert Carl Zeiss CD 20 1 und 14.000,00 14.000,00
Refrigerador vertical CD 36 1 und 1.500,00 1.500,00
Termociclador Perkin-Elmer 480 FL 20 1 und 20.000,00 20.000,00
Transiluminador UV FL 20 1 und 3.000,00 3.000,00
Ultracentrífuga, Velocidade fixa em 6.200
rpm (2.000 x); Capacidade para 6
microtubos de 1,5-2,0 ml; Rotor ângulo
fixo.
FL 20 1 und 875,00 875,00
Total Equipamentos 1.466.306,00
Descrição do material requerido Uso* Qtd Und. Valor Unit.
(R$)
Valor
Tot. (R$)
Pipeta de Pasteur vidro (caixa c/ 100 unidades) CD 1 cx 49,44 49,44
Placas de Petri de vidro CD 100 und 4,23 423.00
Erlemeyer 500 mL CD 5 und 7,84 39,20
Kitassato 500 mL CD 5 und 32,28 161,40
Tubos de ensaio de vidro, 20 mL fundo abaulado, com
tampa CD 300 und 1,66 498.00
Erlrmeyer 50 mL CD 20 und 5,54 110,8
Micropipetas 0,02 mL (p20) CD e FL 2 und 1.237,03 2.474,06
25
Descrição do material requerido Uso* Qtd Und. Valor Unit.
(R$)
Valor
Tot. (R$)
Micropipetas 0,2 mL (p200) CD e FL 2 und 1.237,13 2.474,26
Micropipetas 1 mL (p1000) CD e FL 2 und 1.237,13 2.474,26
Ponteiras 0,02 mL (pacotes com 1000 unidades) CD e FL 1 pct 232,31 232,31
Ponteiras 0,2 mL (pacotes com 1000 unidades) CD e FL 1 pct 16,90 16,90
Ponteiras 1 mL (pacotes com 1000 unidades) CD e FL 1 pct 31,65 31,65
Frascos de vidro com tampa rosqueável e batoque 100 mL
âmbar CD 50 und 1,38 69,00
Frascos snapcap 100 mL âmbar CD 20 und 6,17 123,40
Frascos snapcap 100 mL translúcido CD 50 und 6,17 308,50
Micropipetas 0,01 mL (p10) CD e FL 2 und 1.558,66 3.117,32
Lâmina de microscopia lisa CD e TX 20 cx 7,98 79,80
Lamínula de microscopia TX 40 cx 49,44 49,44
Pinças CD, TX e
FL 10 und 4,23 423,00
Total materiais 13.125,74
Despesas gerais de coleta Uso* Qtd Und. Valor Unit.
(R$)
Valor Tot.
(R$)
Diárias FL 20 und 130,00 2.600,00
Diárias motorista FL 20 und 130,00 2.600,00
Passagens 10 und 500,00 5.000,00
Total Despesas gerais de coleta 10.200,00
Especificação de custos Valor (R$)
Custos com equipamentos 1.466.306,00
Custos com materiais 13.125,74
Custos com coleta 10.200,00
Contrapartidas UFRJ 900.334,32
Contrapartidas UnB 587.324,31
Total Projeto 1.489.631,74
Total contrapartidas 1.487.658,63
Captação em agências de financiamento 1.973,11
Saldo 0,00
10) Referências
Cada obra citada deve ser devidamente referenciada. Neste caso, as normas
podem também variar de instituição para instituição. No Brasil é comum, e
26
recomendando por alguns grupos, a adoção de normas estabelecidas pela ABNT
(2002b), segundo a qual a referência pode se localizar no rodapé, no fim de texto ou de
capítulo, ou em uma lista de referências. A ABNT (2002b) define ainda que:
As referências são alinhadas somente à margem esquerda do texto e
de forma a se identificar individualmente cada documento, em espaço
simples e separadas entre si por espaço duplo. Quando aparecerem em
notas de rodapé, serão alinhadas, a partir da segunda linha da mesma
referência, abaixo da primeira letra da primeira palavra, de forma a
destacar o expoente e sem espaço entre elas.
Cada referência possui elementos essenciais e elementos complementares.
· Elementos essenciais: São as informações indispensáveis à identificação do
documento. Os elementos essenciais estão estritamente vinculados ao suporte
documental e variam, portanto, conforme o tipo. Ex.: autor, título e subtítulo,
edição, cidade, editora, ano, número de páginas, etc.
· Elementos complementares: São as informações que, acrescentadas aos
elementos essenciais, permitem melhor caracterizar os documentos. Ex.: data de
acesso, etc.
Os elementos essenciais e complementares são sempre retirados da obra a ser
referenciada. Caso haja um dado faltando e esse mesmo dado for retirado de outro
documento, tal dado pode ser fornecido entre colchetes.
A ordem dos elementos essências e complementares deve ser padronizada. , são
autor, título e subtítulo, edição, local, editora e ano. Elementos complementares são
páginas, ISBN, DOI, etc.
Regras gerais (ABNT, 2002):
· Autores: Indica-se o nome dos autores, de modo geral, pelo
último sobrenome, em maiúsculas, seguido dos prenomes e outros
sobrenomes, abreviados ou não. Separam-se os nomes por ponto-
e-vírgula, seguido de espaço. Quando existirem mais de três
27
autores, indica-se apenas o primeiro, acrescentando-se a
expressão “et al.”. Quando houver indicação explícita de
responsabilidade pelo conjunto da obra, em coletâneas de vários
autores, a entrada deve ser feita pelo nome do responsável,
seguida da abreviação, no singular, do tipo de participação
(organizador, compilador, editor, coordenador etc.), entre
parênteses. As obras de responsabilidade de entidade (órgãos
governamentais, empresas, associações, congressos, seminários
etc.) têm entrada, de modo geral, pelo seu próprio nome, por
extenso.Em caso de autoria desconhecida, a entrada é feita pelo
título. O termo anônimo não deve ser usado em substituição ao
nome do autor desconhecido.
· Título e subtítulo: O título e o subtítulo (se for usado) devem ser
reproduzidos tal como figuram no documento, separados por
dois-pontos. Títulos devem sempre ser destacado do restante do
texto. Em títulos e subtítulos demasiadamente longos, podem-se
suprimir as últimas palavras, desde que não seja alterado o
sentido. A supressão deve ser indicada por reticências.
· Edição:Quando houver uma indicação de edição, esta deve ser
transcrita, utilizando-se abreviaturas dos numerais ordinais e da
palavra edição, ambas na forma adotada na língua do documento.
Ex.: 5. ed. ou 5th ed.
· Local: o nome da cidade de publicação deve ser indicado tal
como no documento. No caso de homônimos de cidades,
acrescenta-se o nome do estado, do país, etc. Quando houver mais
de um local para uma só editora, indica-se o primeiro ou o mais
destacado. Quando a cidade não aparece no documento, mas pode
ser identificada, indica-se entre colchetes. Não sendo possível
determinar o local, utiliza-se a expressão sine loco, abreviada,
entre colchetes [S.l.].
· Editora: nome da editora deve ser indicado tal como figura no
documento, abreviando-se os prenomes e suprimindo-se palavras
que designam a natureza jurídica ou comercial, desde que sejam
28
dispensáveis para identificação. Quando houver duas editoras,
indicam-se ambas, com seus respectivos locais (cidades). Se as
editoras forem três ou mais, indica-se a primeira ou a que estiver
em destaque.
· Data: deve ser indicada em algarismos arábicos. Se nenhuma data
de publicação, distribuição, copirraite, impressão etc. puder ser
determinada, registra-se uma data aproximada entre colchetes.
Nas referências de vários volumes de um documento, produzidos
em um período, indicam-se as datas mais antiga e mais recente da
publicação, separadas por hífen.
· Páginas: pode-se registrar
o número da última
página, folha ou coluna de
cada seqüência. Quando o
documento for constituído
de apenas um volume, indica-se o número total de páginas ou
folhas, seguido da abreviatura p. ou f. Quando se referenciarem
partes de publicações, indica-se as páginas inicial e final,
precedidos da abreviatura f. ou p., ou indica-se o número do
volume, precedido da abreviatura v.
· Volume: quando o documento for publicado em mais de um
volume, indica-se a quantidade de volumes, seguida da
abreviatura v.
Os elementos essenciais podem variar de documento para documento.
Exemplos:
Livro:
FORACCHI, M. M.&MARTINS, J. S. Sociologia e Sociedade. Leituras de Introdução à
Sociologia. São Paulo: LTC. 1978. 366p.
Artigo científico:
EWERS, F. W.; FISHER, J. B.; CHIU, S. T. Water transport in the liana Bauhinia
fassoglensis (Fabaceae). Plant Physiology, [S.l.], v. 91, p. 1625-1631. 1989.
A folha é composta de duas páginas: anversoe verso. Alguns trabalhos, como teses
edissertações, são impressos apenas no anverso e, neste caso, indica-se f.
29
Referências
ANDRADE, M.M. Introdução à metodologia do trabalho científico: elaboração de
trabalhos de graduação. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2001.174 p.
SALOMON, D.V. Como fazer uma monografia. 10. ed. rev. São Paulo: M. Fontes, 2001.
412 p.
MEDEIROS, J.B. Redação científica: a prática de fichamentos, resumos, resenhas. 6. ed.
São Paulo: Atlas, 2004. 323 p.
CERVO, A.L. & BERVIAN, P.A. Metodologia Científica: para uso dos estudantes
universitários. 3. ed. São Paulo: MCCRAW-HILL do Brasil,1983.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10520: informação e
documentação: citações em documentos: apresentação. Rio de Janeiro, 2002 a.
_______.NBR 6023: informação e documentação: referências: elaboração. Rio de
Janeiro, 2002b.
_______. NBR 6028: informação e documentação: resumos: apresentação. Rio de
Janeiro, 2003.
Atividades:
1) Em que se baseia a pesquisa científica?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
2) O que é um projeto científico?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
3) Qual o objetivo de uma revisão bibliográfica?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
30
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
4) O que são hipóteses?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
5) Quais são os principais elementos de um projeto?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
Atividades complementares:
Assista aos filme A máquina do tempo, 2002, dirigido porSimon Wells e Gore
Verbinski, e Uma mente brilhante, 2001, dirigido por Ron Howard.
Sites recomendados:
http://comunicare2009.blogspot.com.br/2009/05/como-fazer-um-resumo.html
http://www.filologia.org.br/ixcnlf/12/15.htm
http://www.lendo.org/como-fazer-um-resumo/
31
Unidade III
Estrutura de trabalhos científicos – Parte I
Como vimos anteriormente, um projeto científico trata de uma proposta a ser
desenvolvida. Partes textuais como o material e os métodos, os objetivos e as metas são
aquelas que indicam ações futuras. Tais ações, depois de realizadas, gerarão resultados
os quais deverão ser apresentados sob a forma do que chamamos trabalho científico.
Diferentemente do projeto, os trabalhos científicos tratarão de resultados já
obtidos para determinados objetivos, e material e métodos definidos no passado. Dessa
forma, o objetivo de um trabalho científico é apresentar um projeto executado e os
resultados obtidos a partir deste.
Os principais tipos de trabalhos científicos são relatórios, monografias,
dissertações, teses e artigos científicos. Nesta unidade, serão tratados exclusivamente os
três primeiros. Os artigos científicos, por sua vez, serão discutidos na Unidade III.
Relatório
Um relatório é a descrição das ações tomadas para a realização de um
determinado evento e os resultados obtidos a partir dele. Tais eventos podem ser
projetos técnico-científicos ou administrativos, viagens e visitas, etc. Assim, de forma
geral, boa parte dos trabalhos científicos conta com uma parte de relatoria.
Um relatório, strictu sensu, contudo, se presta principalmente a relatar e
descrever. Os objetivos de um relatório são, geralmente, amplos e visam dar um
panorama de determinado evento, ou seja, o tema não é aprofundado.
Relatórios não visam explicar os resultados de eventos, mas sim, relatá-los.
Dessa forma, se dois tratamentos forem diferentes, um relatório informará sobre a
ocorrência da diferença e não sobre os detalhes que explicam essa diferença.
O objetivo de um trabalho científico é apresentar um projeto executado e seus resultados.
32
Monografia
Uma monografia é um trabalho científico dissertativo no qual um tema em
estudo é aprofundado. Os objetivos são mais restritos e geralmente é composto por
apenas um único e os resultados são discutidos.
Monografias são compostas, geralmente, por aplicações de técnicas já
desenvolvidas ou revisões. Isso demonstra que, apesar de ter objetivos bem claros, esse
tipo de trabalho raramente é elaborado com base em uma pesquisa original.
Este é o conceito mais comum no Brasil o qual tem sido aplicado principalmente
para trabalhos de conclusão de cursos de graduação. Em outros países, entretanto, esse é
um termo mais generalista utilizado como sinônimo de dissertação. Além disso, o termo
pode se aplicar diferentemente também dependendo das áreas de estudos. Na
Sistemática e Taxonomia biológica, por exemplo, o termo monografia se refere a um
estudo detalhado de uma determinada espécie, o que em outras áreas como Fisiologia ou
Anatomia podem ser definidas pelo termo Tratado (e.g., Tratado de Fisiologia; Tratado
de Parasitologia, etc.).
Dissertação
Dissertação (do latim, dissertare: discutir, argumentar, mais ação) se remetem
ao ato de discutir determinado tema. Mais especificamente, se referem a trabalhos de
natureza teórica e reflexiva.
A ABNT (2011) define dissertação como:
documento que apresenta o resultado de um trabalho experimental ou
exposição de um estudo científico retrospectivo, de tema único e bem
delimitado em sua extensão, com o objetivo de reunir, analisar e
interpretar informações. Deve evidenciar o conhecimento de
literatura existente sobre o assunto e a capacidade de
sistematização do candidato. [grifo nosso ressaltando diferenças em
relação à definição de tese]
33
Existem três tipos básicos de dissertação:
· Dissertação científica é baseada em um trabalho científico com discussões,
debates, exposições e defesa de ponto de vista.
· Dissertação expositiva é aquela em que o autor apresenta uma ideia, uma
doutrina e expõe o que ele ou outros pensam sobre o tema ou assunto.
Geralmente faz a amplificação da ideia central, demonstrando sua natureza,
antecedentes, causas próximas ou remotas, consequências ou exemplos.
· Dissertação argumentativaé aquela em que o autor quer provar a corroborar ou
refutar determinadas ideias; pretende convencer o leitor ou ouvinte, dirigindo-se
a ele através de argumentos, de provas evidentes, de testemunhas.
A dissertação científica é o objeto de nossos estudos aqui. O caráter
metodológico-científico faz com que este tipo seja considerado a parte, mesmo
possuindo claramente características dos
outros tipos de dissertação.
Assim como nos outros tipos de
trabalho científicos, o texto da dissertação é
impessoal. Nela, parte-se de elementos gerais
para elementos mais específicos.
A dissertação exerce um papel didático na preparação do autor para a construção
de uma tese.
No Brasil, o termo dissertação tem sido utilizado para especificar o trabalho de
conclusão do curso de mestrado. Em outros países, entretanto, a tradução literal desse
termo se aplica a trabalhos de conclusão de curso doutorado filosófico (PhD).
Tese
Tese (do grego, thésis: proposição) se refere a uma proposta, ou seja, algo novo,
inédito. Mais especificamente, é um tipo de trabalho científico onde um tema mais
Dica: Ao produzir qualquer trabalho científico em Português, abra mão de pronomes e de
verbos conjugados na primeira pessoa do singular e evite consideravelmente a utilização de pronomes e verbos que
indiquem primeira pessoa do plural. Por outro lado, no Inglês, o uso de pronomes e
verbos na primeira pessoa pode ser mais
34
específico é abordado e proposições novas são levadas em consideração para explicação
de determinados eventos.
A ABNT (2011) define tese como:
documento que apresenta o resultado de um trabalho experimental
ou exposição de um estudo científico de tema único e bem
delimitado. Deve ser elaborado com base em investigação original,
constituindo-se em real contribuição para a especialidade em
questão.
A tese, geralmente, é mais complexa que as dissertações, pois na argumentação e
defesa de ideias novas. Enquanto a dissertação argumenta principalmente baseando-se
nas explicações vigentes.
No Brasil, o termo tese se aplica aos trabalhos de conclusão de curso dos
programas de doutorado. Em outros países, entretanto, esse termo se refere ao trabalho
de conclusão de cursos de bacharelado e mestrado.
Estruturação de trabalhos científicos
Assim como os projetos, os trabalhos científicos possuem partes externas e
internas, as quais podem ser classificadas em pré-textuais, textuais e pós-textuais
(Quadro III.1). A opcionalidade de determinados elementos podem variar do tipo de
trabalho científico, das normas estabelecidas pela instituição ou da preferência do autor
do trabalho. Por conta disso, não será discutida aqui a obrigatoriedade ou opcionalidade
de alguns elementos, mas somente a descrição de cada um dos elementos. No Quadro
III.1 a obrigatoriedade ou opcionalidade é definida pela ABNT (2011).
35
Quadro III.2 Organização textual de trabalhos científicos tipo relatórios, monografias, dissertações e teses
(ABNT, 2011)
ESTRUTURA TIPO DE ELEMENTO ELEMENTO OPÇAO
PARTE EXTERNA PRÉ- TEXTUAIS Capa Obrigatório
Lombada Opcional
PARTE INTERNA
PRÉ- TEXTUAIS
Folha de rosto Obrigatório
Errata Opcional
Folha de aprovação Obrigatório
Dedicatória(s) Opcional
Agradecimentos Opcional
Epígrafe Opcional
Resumo na língua vernácula Obrigatório
Resumo em língua estrangeira Obrigatório
Lista de ilustrações Opcional
Lista de tabelas Opcional
Lista de abreviaturas e siglas Opcional
Lista de símbolos Opcional
Sumário Obrigatório
TEXTUAIS
Introdução Obrigatório
Desenvolvimento Obrigatório
Conclusão Obrigatório
PÓS- TEXTUAIS
Referências Obrigatório
Glossário Opcional
Apêndice(s) Opcional
Anexo(s) Opcional
Índice(s) Opcional
Capa
Em relatórios, monografias, dissertações e teses a capa é obrigatória. Esta,
juntamente com a lombada é uma das partes pré-textuais externas. Na capa devem
constar, nessa ordem: nome da instituição, seguido das respectivas repartições (e.g.,
universidade, instituto, departamento, curso de graduação ou nome do programa de pós-
36
graduação); nome do autor; título, seguido de subtítulo, se houver;número do volume;
cidade onde será apresentado o trabalho; ano do de apresentação do trabalho (Fig. III.1).
a
Fig. III.1 Modelo de capa
Lombada
A lombada é a parte da capa que reúne as margens internas ou dobras das folhas,
sejam elas costuradas,grampeadas, coladas ou mantidas juntas de outra maneira;também
chamada de dorso (ABNT, 2004). É um elemento opcional e apresenta, segundo a
ABNT (2004), os seguintes elementos: nome(s) do(s) autor(es); título;elementos
alfanuméricos de identificação de volume, fascículo e data, se houver (Fig III.2).
O nome dos autores deve ser escrito no sentido da lombada. Já o título da
lombada pode ser escrito no sentido horizontal ou descendente, ou seja, do alto para o
pé da lombada. Caso haja elementos alfanuméricos, estes deverão ser escritos no sentido
da lombada.
37
Fig. III.2Modelo de lombada
Folha de rosto
Dentre os elementos internos, a folha de rosto é o primeiro deles e, para
trabalhos científicos em geral, este é um elemento obrigatório. Ela é composta pela
parte do anverso e pela parte do verso.
Segundo a ABNT (2011), o anverso da folha de rosto deve ser composto pelos
seguintes elementos: nome do autor;título, seguido de subtítulo, se houver;número do
volume; natureza (i.e., tipo do trabalho: tese, dissertação, trabalho de conclusão de curso
e outros; e objetivo: aprovação em disciplina, grau pretendido e outros; nome da
instituição, seguido das respectivas repartições; área de concentração); nome do
orientador e, caso haja, do coorientador; cidade onde deve ser apresentado o
trabalho;ano de apresentação do trabalho (Fig III.3).
38
Fig. III.3Modelo de folha de rosto
No verso da folha de rosto devem constar os dados de catalogação do trabalho,
também conhecidos como ficha catalográfica. A ficha catalográfica comumente é feita
por um bibliotecário.
Errata
A errata é uma parte opcional e se refere à indicação de possíveis erros ao longo
do documento já impresso, bem como sua correção. Ela pode ser apresentada sob a
forma de um papel avulso ou encartado, mas sempre exclusiva em uma folha.
A ABNT (2011) não estabelece normas senão para a posição da errata ao longo
do texto, caso tal elemento seja necessário. Entretanto, esta norma provê um exemplo o
qual recomendamos ser seguido. Em tal exemplo, a página recebe o título de
“ERRATA”, seguida pela referência da obra. Posteriormente são listados os erros de
escrita indicados pelo número da folha e a respectiva linha onde podem ser encontrados,
e a forma correta.
39
Folha de aprovação
A folha de aprovação é outro dos elementos pré-textuais obrigatórios. Deve ser
inserida imediatamente após a folha de rosto ou depois da errata, caso esta exista. Na
folha de aprovação devem constar dados como:
- pelo nome do autor do trabalho;
- título do trabalho e subtítulo (se houver)
- natureza (tipo do trabalho, objetivo, nome da instituição a que é submetido, área de
concentração)
- data de aprovação
- nome, titulação e assinatura dos componentes da banca examinadora e instituições a
que pertencem.
A data de aprovação e as assinaturas dos membros componentes da banca
examinadora devem ser colocadas após a aprovação do trabalho.
40
Fig. III.4 Modelos de folha de aprovação
Dedicatória
Este elemento é opcional. Não existem normas para a dedicatória, a não ser a
posição, a qual deve ser logo após a folha de aprovação. Há, contudo, recomendações
que se referem à aparência da dedicatória, a fim de se evitar o clichesismo.
Nesse elemento, não deve constar título. O autor
pode então dedicar o trabalho às pessoas a que achar
necessário. Deve-se evitar dedicar a um grande número de
pessoas e fazer dedicatórias demasiadamente longas. O
autor não deve confundir dedicatória com
agradecimentos.
Dica: Quer um trabalho científico apresentável? Evite exageros nos elementos
opcionais. Trabalhos científicos não são lidos por qualquer um e, a bem da verdade, as
pessoas interessadas sempre saltam para as partes que os interessa: o trabalho em si. Deixe os elementos opcionais agradáveis
para leitura. Textos longos são cansativos. Dedicatórias e agradecimentos mais curtos
incentivam à leitura.
41
Agradecimentos
Os agradecimentos constituem outro elemento pré-textual opcional. Evite
parágrafos longos. Resuma o máximo possível e evite ultrapassar mais do que duas
páginas.
Epígrafe
Trata-se de um elemento opcional que deverá vir logo após os agradecimentos, e
sem título na página. A epígrafe pode ser uma frase ou um trecho em verso ou prosa
relacionado ou não ao texto
Apesar de ser opcional, a epígrafe deve obedecer a normas de citação adotadas
ao longo do texto. Segundo a ABNT (2002a), as citações diretas (i.e., trechos transcritos
literalmente) com até três linhas devem ser estar contidas entre aspas duplas (aspas
simples são utilizadas para indicar uma citação na citação) e obedecer formatação geral
do documento. Para citações com mais de três linhas, o trecho deve ser destacado
através de recuo de 4 cm da margem esquerda, com a letra um pouco menor do que a do
texto normal e sem aspas. Em ambos os casos, o nome do autor, se citado entre
parênteses, deverá ser escrito todo em letras maiúsculas, e ano, sendo estes dois itens
separados por vírgula e espaço. Caso o nome do autor seja indicado fora de parênteses,
somente as iniciais do nome deverão estar em maiúscula e o ano, obrigatoriamente,
deverá constar entre parênteses.
Resumo na língua vernácula e resumo em língua estrangeira
As recomendações para resumo já foram discutidas na unidade anterior
(Unidade II). Ressalta-se novamente que, segundo ABNT (2003a) o número de palavras
Dica: Indique sua relação com as pessoas. É interessante para os leitores conhecer a sua relação com aqueles aos quais você agradece. Ex. Aos meus
pais, Ana e Carlos, ....; Ao Philip, ao Junior e à Christina, meus irmãos, ...: etc.
42
para trabalhos científicos, excetuando-se os artigos, devem conter de 150 a 500
palavras. Além disso, no final do resumo devem ser fornecidas também as palavras
chave.
Em alguns casos, o resumo em língua estrangeira deve ser precedido pela versão
do título também em língua estrangeira. Estas normas, contudo, não são definidas pela
ABNT, mas sim por normas de algumas instituições.
Lista de ilustrações
Este é mais um elemento pré-textual
opcional. Nele deverão constar as ilustrações
apresentadas ordenadamente ao longo do texto
de acordo com o rótulo, travessão, título da
ilustração e página onde se encontra (ABNT,
2011).
Exemplo III.
Figura 1 – Mapa da região Centro-Oeste brasileira 5
Figura 2 – Imagem de satélite do Rio Araguaia junto ao Estado de Goiás 22
Lista de tabelas
A lista de tabelas é opcional. Deverão ser
especificadas as tabelas, apresentadas
ordenadamente ao longo do texto, de acordo
com o rótulo, travessão, títuloda tabelae página
onde se encontra (ABNT, 2011).
Dica: Lembre-se: título não tem ponto. Sinais como “:” ou “,” podem ser utilizados no decorrer
do título. O sinal “?” pode ser utilizado para títulos em forma de pergunta. Contudo, recomenda-se que títulos em forma de
perguntas devem ser eveitados.
Dica: Em títulos de ilustrações e tabelas feitas pelo autor não devem constar os termos que
esteja no rótulo (e.g., Figura 1 – Figura mostrando mapa...). Reserve esses termos, em último caso,
para ilustrações ou tabelas de outros autores (e.g., Figura 1 – Ilustração original de Encyonema
prostratum Kütz. fornecida por Kützing (1833).
43
Exemplo III.
Tabela 1 – Caracterização de pontos amostrais peixes cartilaginosos e respectivas
coordenadas geográficas ao longo da zona costeira do Estado do Rio Grande do Norte 4
Lista de abreviaturas e siglas
Este elemento pré-textual opcional consiste da apresentação das siglas e abreviaturas em
ordem alfabética e seus respectivos nomes por extenso. Neste caso, não é necessário
relacionar as páginas em que foram citadas.
Exemplo III.
INCT Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia
CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
BGBM Botanischer Garten und Botanisches Museum
INPA Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia
Fique ligado: Qual a diferença entre abreviação, abreviatura e sigla?
· A abreviação do vocábulo é conhecida também como forma reduzida da palavra e compreende na redução da palavra até um limite, de modo que não haja prejuízo ao entendimento (e.g., moto - motoclicleta, pneu - pneumático, foto - fotografia, etc).
· Abreviatura é a representação de uma palavra através de suas sílabas (geralmente iniciais) ou de letras (e.g., m – metro; kg – quilograma; a.C. – antes de Cristo, etc).
· A sigla é muito comum, principalmente em textos científicos e os jornalísticos em geral (e.g., CEP - Código de Endereçamento Postal; TCU – Tribunal de Contas da União; CINB – Código Internacional de Nomenclatura Botânica, etc).
44
Lista de símbolos
Este é o último elemento pré-texto opcional. Segundo a ABNT (2011) a lista de
símbolos deve ser organizada de acordo com a ordem apresentada no texto,e os
respectivos significados.
Sumário
O sumário é o último elemento pré-textual e é obrigatório em relatórios,
monografias dissertações e teses.Deve estar posicionado imediatamente antes da
introdução do trabalho. Segundo a ABNT (2003b), o sumário é a “enumeração das
principais divisões, seções e outras partes de um documento, na mesma ordem em que a
matéria nele se sucede”. Nele constarão os principais itens de forma em que o texto foi
organizado e sua localização ao longo do texto.
O sumário deverá ser organizado da seguinte forma:
- a palavra “sumário” deverá ser o título da página e deverá estar centralizada,
utilizando a mesma fonte e tamanho de fonte utilizados no texto; a palavra pode ser
escrita toda maiúscula ou somente a primeira letra maiúscula, entretanto, deve
concordar com a forma de escrita das seções primárias, ou seja, as principais
subdivisões do texto.
- a subordinação dos itens no sumário deve estar tipograficamente de acordo com aquela
apresentada no texto;
- os elementos pré-textuais não devem constar no sumário;
- os indicativos devem ser alinhados à esquerda (Quadro III.2);
- os títulos e subtítulos (caso haja) devem suceder os indicativos de seção e ser
alinhados pela margem do título mais extenso;
- nomes de autores, se houver, devem suceder os títulos e subtítulos (se houver);
45
- a paginação deve ser indicada: pelo número da primeira página, pelo número da
página inicial e final separadas por hífen, ou pelo número das páginas em que o texto se
distribui.
Quadro III.2. Indicativos se seções (ABNT, 2003c)
Seção primária Seção secundária Seção terciaria Seção quaternária
1 1.1 1.1.1 1.1.1.1
2 2.1 2.1.1 2.1.1.1
3 3.1 3.1.1 3.1.1.1
4 4.1 4.1.1 4.1.1.1
5 5.1 5.1.1 5.1.1.1
6 6.1 6.1.1 6.1.1.1
7 7.1 7.1.1 7.1.1.1
8 8.1 8.1.1 8.1.1.1
9 9.1 9.1.1 9.1.1.1
Seção: Parte em que se divide o texto de um documento, que contém as matérias consideradas afins na exposição ordenada do assunto.
Seção primária: Principal divisão do texto de um documento.
Seção secundária, terciária, quaternária, quinária: Divisão do texto de uma seção primária, secundária, terciária,quaternária, respectivamente.
(ABNT, 2003c)
46
Introdução
Assim como no projeto, a introdução é o primeiro elemento textual do trabalho
científico.Ela é a formulação clara e simples do tema dainvestigação; é a apresentação
sintética daquestão, importância dos métodos (metodologia) e rápidareferência a
trabalhos anteriores realizados sobreo mesmo
assunto.
No caso de projetos científicos, as
hipóteses, o objetivo geral, os objetivos
específicos e a justificativa devem ser
apresentados em itens específicos. Em alguns
tipos de trabalhos científicos, entretanto, como
nos artigos científicos, esses pontos deverão ser
incluídos no final da introdução como um texto contínuo.
Objetivos
Os comentários feitos sobre esse mesmo item na Unidade II são válidos aqui
também. A única ressalva é que, em projetos científicos o pesquisador descreve quais
serão os objetivos da pesquisa, enquanto que na descrição dos objetivos do trabalho
científico em si, o objetivo já foi proposto. Note que a orientação de refere ao tempo.
Assim, enquanto em um projeto os objetivos “serão”, no trabalho, os objetivos
“foram”.
Dica: Uma boa introdução deve abordar as expressões chave dos objetivos. Ex. Se o objetivo for “descrever as
relações tróficas entre comunidades planctônicas em ambientes riverinos”, a introdução deverá abordar temas
como relações tróficas, comunidades planctônicas, comunidades planctônicas em ambientes riverinos,
relações tróficas em comunidades planctônicas; a paritir daí o pesquisador deverá demonstrar algum tema que falte ser estudado (o qual ele pesquisará) e a importância de se
compreender essa lacuna.
47
Desenvolvimento
No desenvolvimento do trabalho deverão ser fornecidas informações sobre o
material e os métodos, os quais incluem a delimitação da área amostras e
caracterização de técnicas adotadas, os resultados e a discussão.
Quando o trabalho utiliza-se de técnicas novas é importante que haja uma
discussão metodológica, ou seja, a importância ou o porquê de se utilizar tais técnicas.
Em algumas áreas da ciência, essas últimas justificativas são descritas na introdução.
Nos resultados devem ser descritos somente os resultados obtidos. Explicações
para o porquê de tais resultados devem ser direcionadas à discussão. Nos resultados é
comum a utilização de gráficos, tabelas, quadros e ilustrações. Entretanto, o pesquisador
deve se lembrar sempre de que esse tipo de material deve ser fornecido para ajudar na
compreensão dos resultados e não só para embelezar o trabalho. Esses materiais devem
ser autoexplicativos, mas os seus conteúdos deverão ser discursados ao longo dos
resultados. Todo e qualquer material de acréscimo (i.e., figuras, tabelas) deverão ser
ligados ao texto.
Na discussão serão dadas explicações dos resultados. Essas explicações devem
ser fornecidas baseadas no conjunto de dados obtidos e em dados de literatura. No meio
científico, não há lugar para especulações ou achismos sem qualquer fundamento.
Quando uma suposta explicação não pode ser comprovada por próprios resultados, mas
existem resultados em literatura que poderiam se assemelhar aos resultados obtidos,
então, o pesquisador passa a gerar uma nova dúvida e, portanto, uma nova hipótese.
Conclusão
A conclusão deve utilizar os resultados do trabalho para tentar responder às
hipóteses inicias e atender aos objetivos. Assim, a conclusão corroborará ou refutará a
hipótese inicial. A conclusão deverá destacar sinteticamente o que levou a corroborar ou
refutar a hipótese inicial. No final de uma conclusão, deverão ser apresentadas as novas
hipóteses geradas a partir do trabalho e destacar o que chamamos de perspectivas
futuras, ou seja, sugestões de trabalhos que deverão ser feitos no futuro para se
compreender melhor sobre o tema.
48
Referências
As referências constituem o primeiro elemento pós-textual e o último elemento
obrigatório de trabalhos científicos, assim como de projetos científicos. Suas normas
variam de instituição para instituição. Algumas instituições brasileiras adotam a NBR
6023 (ABNT, 2002b) e as principais exigências podem ser revistas na Unidade II.
Glossário
O glossário é uma lista de palavras ou expressões técnicas utilizadas no texto
acompanhadas das respectivas definições.É um elemento pós-textual opcional. A única
recomendação, segundo a ABNT (2011) é que seja tais palavras sejam dispostas em
ordem alfabética.
Apêndice
Apêndice é texto ou documento elaborado pelo autor, a fim de complementar
sua argumentação, sem prejuízo da unidade nuclear do
trabalho. É um elemento pós-textual opcional.
Anexo
Anexo é um texto ou documento não elaborado pelo autor, que serve de
fundamentação, comprovação e ilustração. É um elemento pós-textual opcional.
Índice
O índice é uma lista de palavras ou frases,
ordenadas segundo determinado critério, que localiza e
remete para as informações contidas no texto. É um
elemento pós-textual opcional.
Atente-se para a diferença entre apêndice e anexo. Apêndice é de
autoria do pesquisador, enquanto anexos não.
Note que existe diferença entre índice e sumário. O sumário está relacionado a indicações da localização das seções
adotadas na organização do texto. O índice se refere à palavras. Muitos
livros misturam esses conceitos. Fique atento!
49
Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10520: informação e
documentação: citações em documentos: apresentação. Rio de Janeiro, 2002 a.
_______. NBR 6023: informação e documentação: referências: elaboração. Rio de
Janeiro, 2002b.
_______. NBR 6028: informação e documentação: resumos: apresentação. Rio de
Janeiro, 2003a.
_______. NBR 6027: informação e documentação: sumário: apresentação. Rio de
Janeiro, 2003b.
_______. NBR 6024: informação e documentação: numeração progressiva das seções de
um documento escrito: apresentação. Rio de Janeiro, 2003c.
_______. NBR 12225: informação e documentação: lombada: apresentação. Rio de
Janeiro, 2004.
_______. NBR 14724: informação e documentação: trabalhos acadêmicos:
apresentação. Rio de Janeiro, 2011.
Atividades:
1) Dentre as opções abaixo, marque aquelas que são considerados trabalhos
científicos:
a) ( ) artigos científicos
b) ( ) projeto
c) ( ) coletas de campo
d) ( ) teses e dissertações
e) ( ) testes estatísticos
f) ( ) análises de dados
g) ( ) relatórios
h) ( ) livros
2) O objetivo de um trabalho científico é:
a) ( ) divulgar os resultados de uma pesquisa para o meio científico
b) ( ) demonstrar a importância de um dado grupo de cientistas em um
determinado campo científico
c) ( ) finalizar um projeto de pesquisa
d) ( ) descrever os caminhos a se seguir para uma pesquisa a ser realizada
50
3) Quais são os elementos obrigatórios e os elementos opcionais de um trabalho
científico?
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
4) Elabore a capa e a folha de rosto para uma dissertação de mestrado. Para isso
você poderá criar os nomes do autor, o título do trabalho, o nome do orientador,
o local e a data a serem apresentado.
5) Sobre as dissertações, é verdadeiro afirmar que:
a) ( ) dissertações científicas são trabalhos científicos que relatam os resultados
de uma pesquisa científica sem se preocupar em discuti-las.
b) ( ) em dissertações expositivas o autor expõe ideias, mesmo que essas não
sejam exatamente científicas.
c) ( ) a dissertação argumentativa não tem a intenção de convencer o leitor,
mas simplesmente expor ideias do próprio autor e de outros autores.
d) ( ) dissertações são trabalhos apresentados na conclusão de curso de
mestrado como um dos requisitos para a obtenção do título de mestre.
6) Relacione os tipos de elemento a seguir com os itens abaixo: ( 1 ) Elementos
pré-textuais, ( 2 ) Elementos textuais, ( 3 ) Elementos pós-textuais.
( ) Capa
( ) Referências
( ) Índice(s)
( ) Glossário
( ) Lombada
( ) Conclusão
( ) Folha de aprovação
( ) Anexo(s)
( ) Agradecimentos
( ) Introdução
( ) Resumo na língua vernácula
( ) Folha de rosto
( ) Sumário
( ) Lista de abreviaturas e siglas
( ) Lista de símbolos
( ) Lista de tabelas
( ) Dedicatória(s)
( ) Resumo em língua estrangeira
( ) Lista de ilustrações
( ) Errata
( ) Apêndice(s)
( ) Desenvolvimento
( ) Epígrafe
51
7) Marque as alternativas corretas:
a) ( ) A introdução é o primeiro elemento textual. Deve abordar o tema de
forma com supedâneo teórico e identificar as lacunas que originaram a
pesquisa científica.
b) ( ) Independente do tipo de trabalho científico, as hipóteses, os objetivos e
as justificativas do trabalho devem estar contidas dentro deste elemento.
c) ( ) O desenvolvimento dos trabalhos científicos é composto por material e
métodos, resultados e discussão.
d) ( ) O material e métodos deve descrever a metodologia do trabalho. As
técnicas, utilizadas, por sua vez, devem ser caracterizadas na introdução do
trabalho.
e) ( ) Métodos e metodologia tem o mesmo significado quanto aos trabalhos
científicos.
f) ( ) Os resultados devem ser pormenorizados. A repetição de dados com o
intuito de enfatizar os achados pode ser permitida. Tais dados devem ser
discutidos nesse item a fim de facilitar as interpretações posteriores a serem
feitas na discussão.
g) ( ) A discussão deve ser clara e explicar os resultados obtidos no trabalho
segundo dados já publicados por outros trabalhos. Dados não devem ser
repetidos, e a importância dos resultados para a corroboração ou refutação
das hipóteses deve ser destaca.
h) ( ) A conclusão não deve ser tratada como um resumo do trabalho. A
conclusão deve conter a resposta obtida para as perguntas científicas
expostas na introdução bem como o resultado quanto a corroboração ou
refutação das hipóteses. Perspectivas para futuros trabalhos são bem aceitos
nesse item.
52
Unidade IV
Estrutura de trabalhos científicos – Parte II
Um artigo científico é um trabalho conciso que relata uma pesquisa e os
resultados desta. A publicação de um artigo é feita por periódicos (i.e., jornais, revistas
e boletins científicos).
Nesse momento, entretanto, você deve estar se perguntando: “Qual a diferença
de artigos para os demais tipos de trabalhos científicos?”. Nós podemos destacar dois
principais: a concisão e a penetrabilidade.
Artigos científicos contam, na maioria das vezes, com um número limitado de
páginas (i.e., no máximo 40). O tamanho do trabalho, entretanto, não limita a
importância do tema. É comum que os temas abordados monografias, dissertações e
teses, juntamente com os resultados obtidos, sejam divididos em uma série de artigos
científicos.
Existem quatro tipos principais de artigos científicos:
· Manuscrito ou paper indicam documentos escritos a partir de resultados
originais e enviados para apreciação de um periódico (SPECTOR, 2002,
grifo do autor).
· Letters são descrições breves de importantes descobertas em pesquisas
atuais as quais são rapidamente despachadas para publicação imediata
porque são consideradas urgentes. São também chamadas de
comunicações. Não devem, entretanto, ser confundidas com as cartas ao
editor.
· Notas científicas são descrições curtas de descobertas em pesquisas
atuais e que são consideradas menos urgentes ou importantes do que as
Letters.
· Revisões cobrem resultados acumulados de muitos artigos diferentes
sobre um determinado tema. Revisões de literatura fornecem
informações sobre o tópico, bem como referências quanto a pesquisa
original.
53
Essencialmente, os artigos obedecem a normas de formatação de cada periódico.
Todos, contudo, possuem partes pré-textuais, textuais e pós-textuais (Quadro IV.1).
Quadro VI.1 Organização textual de artigos científicos
TIPO DE ELEMENTO ELEMENTO OPÇAO
Resumo Obrigatório
TEXTUAIS
Introdução Obrigatório
Desenvolvimento Obrigatório
Conclusão Obrigatório
PÓS- TEXTUAIS Agradecimentos Opcional
Referências Obrigatório
A seguir, discutiremos não só os elementos estruturais, mas também algumas
partes de composição fundamentais aos artigos.
1) Título
O título é o que sintetizará o conteúdo científico do seu artigo científico. Não
necessariamente o título do artigo será o mesmo do projeto científico. Os resultados
obtidos poderão definir melhor o título do artigo do que a o projeto de pesquisa.
Juntamente com as palavras chave, o título permitirá que seu artigo seja encontrado
mais facilmente quando buscas relacionadas à temática principal sejam efetuadas.
Escolha expressões que possam definir bem o conteúdo do trabalho. Além disso, o título
do artigo científico é a comissão de frente de seu trabalho. Portanto, escolha um título
claro, mas também atraente. Um bom título determinará ou não se um artigo encontrado
é interessante de ser lido ou não.
Para que ambas as recomendações sejam atendidas, o título deve ser uma das
últimas coisas a serem feitas (MCCLATCHEY, 006).
54
Autoria
O autor é a “pessoa(s) física(s)
responsável(eis) pela criação do conteúdo
intelectual ou artístico de um documento”
(ABNT, 2002).
No Brasil, é comum definir a ordem de
autoria segundo ao grau de participação no
artigo. Em outros países, contudo, o nome do
último autor é reservado para orientadores e
líderes de projetos. O que interessa, no final das
contas, é que cada um dos autores deve
contribuir para a produção do artigo. Essa
afirmação pode parecer efêmera, mas esse tema tem sido alvo de discussões no meio
acadêmico diante de questões éticas (ANTONIO, 1998; GRIEGER, 2005; CARNEIRO
ET AL., 2007).O Comitê Internacional de Editores de Jornais de Medicina (ICMJE,
2010) define que:
Authorship credit should be based on 1) substantial
contributions to conception and design, acquisition of data, or
analysis and interpretation of data; 2) drafting the article or
revising it critically for important intellectual content; and 3)
final approval of the version to be published. Authors should
meet conditions 1, 2, and 3.(O crédito de autoria deveria ser
baseado em 1) contribuições substanciais para a concepção e
design, aquisição de dados, ou análise e interpretação dos dados;
2) redação do artigo ou revisão de seu conteúdo intelectual; e 3)
Dicas para o título: Indicar local?Indicar nome de espécie? Somente se necessário. - “Todo estudo é feito em algum lugar, mas nem todo lugar deve constar no título”. Materiais devem ser indicados no título só quando extremamente relevantes (Volpato, 2010). Evite siglas e títulos muito longos ou que contenham expressões como "Considerações acerca de...“ - "Um estudo exploratório sobre...".
55
aprovação final da versão a ser publicada. Autores deveriam
satisfazer as condições 1, 2 e 3. – tradução nossa).
Algumas revistas ainda tem adotado um sistema de transparência de colaboração
na qual o papel de cada participante é designado (e.g., Biomedical Digital Libriries).
2) Resumo
Recomendações para a construção de resumos são as
mesmas apresentadas na Unidade II. As regras, entretanto, como
por exemplo, a organização e número de palavras ou caracteres
são dados por cada periódico. Em algumas revistas científicas,
exige-se a segmentação do resumo segundo as seções dos artigos
científicos.
O resumo é a segunda parte mais lida do seu trabalho. O título indica a
importância do seu tema para a pesquisa relacionada de outrem, o resumo indica a
importância do seu trabalho.
3) Introdução
A introdução de artigos científicos é composta por uma única seção na quais
tópicos como embasamento teórico, problemas científicos, hipótese e objetivos são
abordados. As introduções do projeto científico e do artigo científico não são iguais. O
desenvolvimento da pesquisa pode gerar a inclusão de novas técnicas, mediante
necessidade, ou adaptação. Além disso, os resultados poderão gerar questionamentos
importantes a serem destacados na introdução do trabalho.
A escrita da introdução deve ser uma das últimas coisas a se fazer no artigo,
assim como a definição do título e a redação do resumo. Entretanto, quando da escrita
das outras seções, o autor deve ter em mente a problemática levantada, a hipótese
gerada e os objetivos.
56
Para relembrarmos, a problemática é averiguada através de um bom
levantamento bibliográfico. A partir de um bom embasamento teórico as lacunas de um
tema podem ser identificadas. A hipótese também deverá ser sustentada por um bom
embasamento teórico, mas esta será a explicação de uma lacuna adotada pelo autor da
pesquisa. A partir daí, um objetivo pode ser definido. Apesar de que esses tópicos
deverão ser descritos por último, durante a redação do trabalho científico, o pesquisador
deve tê-los em mente durante toda a escrita.
4) Material e métodos
No material e métodos será identificado o quê foi feito, com o quê e como foi
feito. Nessa seção, áreas de estudo são também descritas. É primordial que o material e
os métodos demonstrem os caminhos utilizados a partir de um objetivo para se atingir
Dicas para a introdução:
A introdução deve ser específica sem deixar de abordar os temas que nortearam a
pesquisa.
A introdução deve abordar o conhecimento sobre a temática e indicar trabalhos
anteriores. Não são indicadas as referências muito generalistas (e.g., como livros de
ensino médio) e é importante, sempre que possível, indicar o histórico do assunto.
Assim, um bom levantamento bibliográfico deverá ser demonstrado a partir da
indicação de trabalhos antigos e recentes (i.e., bibliografia recente).
As hipóteses devem ser claras e concisas, compostas por afirmativas positivas,
negativas, ou condições.
Os objetivos devem ser claros e notoriamente conectados com resultados e conclusão
do trabalho.
57
determinadas metas, metas essas, atingidas por resultados obtidos. O material e métodos
garantirá a reprodutibilidade do seu trabalho.
Os métodos devem ser claros e conectados aos objetivos do artigo, bem como
aos resultados e conclusão. Somente demonstrando essa conexão os métodos
demonstrarão ser adequados à sua pesquisa.
5) Resultados
Os resultados da pesquisa são a essência do trabalho científico. São as respostas
dos testes aplicados. Os resultados devem ser descritos no tempo pretérito e organizados
com base nos métodos usados.
Os resultados devem ser apresentados de forma clara,objetiva, lógica e precisa,
podendo-se recorrer ao uso de figuras ou tabelas para melhor ilustração das
informações. Ou então, simplesmente descrever em texto os dados encontrados.
6) Discussão
Essa é a última parte do desenvolvimento. Na discussão todos os principais
resultados deverão ser discutidos, sem a repetição dos fatos declarados nos resultados.
Os resultados encontrados devem ser ainda contextualizados, ou seja, relacionados ao
que se conhece de similar ou que contradiga resultados de outros autores a partir das
Dicas para os resultados:
Tenha em mente que essa seção existe pra descrever os resultados. A discussão desses
mesmos resultados e possíveis explicações pra eles serão fornecidas na seção
Discussão.
Comece dos resultados mais generalistas para os mais específicos.
Cada periódico apresentará normas específicas para formatação de figuras, tabelas e
respectivas legendas. Portanto, fique de olho!!!
58
referências consultadas. A primeira discussão deve estar na ordem de sua apresentação
dos resultados.
A discussão deverá conectar os resultados a hipótese ou às perguntas científicas
geradas, evitando repetir valores.
7) Conclusão ou considerações finais
Como dito nas unidades anteriores, a conclusão deve ser fundamentada ser
fundamentadas no objetivo do trabalho. Sabadini (2011) recomenda que “nessa etapa do
artigo o autor pode utilizar sua criatividade para evidenciar os dados obtidos e sugerir a
aplicação dos resultados de forma prática, recapitulando alguns resultados relevantes”.
8) Agradecimentos
Os agradecimentos devem ser extremamente curtos e destinados a colaboradores
e/ou agências financiadoras. Diferentemente das recomendações dos agradecimentos de
outros tipos de trabalhos científicos, a relação entre autores e agradecidos não deve ser
explicitada.
A conclusão não é a recapitulação do artigo, ou seja, ela não é o resumo.
Perguntas que devem ser feitas ao final da discussão:
• O que meu estudo mostra? (apontar novidade)
• Foram enfatizados os principais resultados? (sem repetir números)
• A revisão da literatura dialoga com os resultados encontrados?
• Quais as limitações de meu estudo?
• Qual a relevância do trabalho para o tema?
• O trabalho tem alguma utilidade (aplicações)?
• Posso propor novos modelos? Quais?
Sabadini (2011)
59
9) Referências
O referenciamento do artigo deve seguir as normas estabelecidas pelos
periódicos. Apesar de bem mecânico, alguns editores afirmam que esta é uma das
maiores razões da devolução de artigos para correções.
Considerações gerais
Não só o caráter das pesquisas dificulta sua publicação, mas também como a
pesquisa e seus resultados são expostos. Tome cuidado com a ortografia e gramática.
Peça pessoas de sua confiança e que não estejam trabalhando com você na escrita para
que leiam e forneçam seus pareceres sobre a clareza do trabalho escrito. Muitas vezes,
por estarmos trabalhando há muito tempo no assunto, determinadas frases e expressões
se encontram muito claras em nossas ideias, mas na verdade não estão realmente claras
na escrita.
Quando for enviar um artigo, verifique atentamente o escopo da revista e se o
artigo científico a ser enviado se encaixa neste escopo. Além disso, faça uma boa carta
de apresentação do seu trabalho (Cover Letter), contando com as devidas saudações e
destacando de forma geral o conteúdo do seu trabalho e a relevância dele. Destaque
ainda o porque seria bom para a revista aceitar o seu artigo.
Novamente, fique de olho nas normas da revista. Editores gostam de receber
artigos que seguem as normas. Evite que seu trabalho seja visto de uma forma
preconceituosa desde o início.
Não veja as correções e sugestões dadas pelos referees como críticas pessoais.
Bons referees não são, na maioria das vezes, carrascos. Boas revistas são exigentes, mas
também permitem que seu artigo seja bem visto.
Fique também de olho nas na formatação dos autores de citações ao longo do texto.
60
Referências
ALBUQUERQUE, U.P. & HANAZAKI, N. As pesquisas etno dirigidas na descoberta de
novos fármacos de interesse médico e farmacêutico: fragilidades e perspectivas. Revista
Brasileira de Farmacognosia, [S.l.], v. 16, p. 678-689.2006.
ALBUQUERQUE, U.P.A qualidade das publicações científicas – considerações de um
editor de área ao final do mandato. Acta Botanica Brasilica, [S.l.], v. 23, n. 1, p. 292-
296. 2009.
ANTONIO, I.Autoria e cultura na pós-modernidade. Ci.Inf., Brasília,v. 27, n. 2, p. 189-
192.1998.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: informação e
documentação: referências: elaboração. Rio de Janeiro, 2002b.
CARNEIRO, M.A.A.; CANGUSSÚ, S.D. & FERNANDES, G.W.Ethical abuses in the
authorship of scientific papers. Revista Brasileira de Entomologia, [S.l.], v. 51, n. 1, p.
1-5. 2007.
GRIEGER, M.C.A.Authorship: an ethical dilemma of science. Sao Paulo Med J., São
Paulo, v. 123, n. 5, p. 242-246. 2005.
INTERNATIONAL COMMITTEE OF MEDICAL JOURNAL EDITORS. Uniform requirements for
manuscripts submitted to biomedical journals: writing and editing for biomedical
publication.p. 1-17. 2010. Acessado em : http://www.icmje.org/urm_full.pdf.
MCCLATCHEY, W. Improving quality of international ethnobotany research and
publications. Ethnobotany Research & Applications, v. 4, p. 1-9.2006.
61
SABADINI, A.A.Z.P.Artigo científico: estrutura e conteúdo. Parte 2. In: Sampaio et al.
Artigo científico: dos fundamentos à submissão. 2011. Acessado em:
http://www.ip.usp.br/portal/images/stories/biblioteca/CursoArtigo_jun2011_parte_2.pdf.
SPECTOR, N.Manual para a redação de teses, projetos de pesquisa e artigos científicos.
2.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. 172p.
VOLPATO, G.Pérolas da redação científica. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2010. 189p.
Atividades
1) Marque V para as alternativas verdadeiras e F para as falsas.
( ) Utilize títulos bem rebuscados para impressionar. Palavras complicadas e pouco
utilizadas sempre chama atenção para a leitura do texto.
( ) Evite começar escrevendo o título, resumo, introdução ou a revisão de literatura.
Deixe tudo isso para o final da redação do artigo.
( ) Comece escrevendo as hipóteses e/ou os objetivos da pesquisa. Seja o mais claro
possível.
( ) Não se preocupe com a hipótese e objetivos até escrever a introdução.
( ) A área de estudo deve ser detalhadamente descrita na introdução.
( ) Métodos desenvolvidos por outros autores não precisam ser descritos, desde que
devidamente citados.
( ) Seja claro sobre os métodos usados. Dessa forma você nunca precisará argumentar
sobre a sua escolha dos métodos, seu potencial e suas limitações.
( ) Organize os resultados da forma que achar mais atraente. Os referees deixam a cargo
do autor o tipo de estruturação desejada.
( ) Escreva os resultados de uma forma simples usando as sentenças para descrever as
relações entre os métodos usados, tabelas e figuras dos resultados. Em muitos casos,
isso consiste de uma frase simples e pequena.
( ) Interprete os resultados a luz das hipóteses e objetivos.
( ) Escreva discussões claras nos resultados.
62
( ) Não repita dados dos resultados na discussão.
( ) Avalie claramente e especificamente as suas hipóteses, indicando como os seus
resultados suportam-nas ou rejeitam-nas.
( ) Crie um Título que seja descritivo da pesquisa que foi feita. Alguns autores têm
adotado títulos na forma de perguntas que indicam para o leitor o teor da publicação.
( ) Prepare uma lista de palavras-chaves. Palavras to título podem ser repetidas.
() Solicite a um colega, não envolvido diretamente com a pesquisa, que faça uma leitura
crítica de seu material.
63
EXERCÍCIOS AVALIATIVOS
METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA
Não se esqueça de colocar Nome, Curso e Cidade.
Boa atividade!
01) Assinale V (verdadeiro) ou F (falso), conforme as afirmativas abaixo.
a. ( ) O conhecimento é a forma teórico-prática de compreender a realidade.
b. ( ) O conhecimento científico baseia-se no senso comum.
c. ( ) O conhecimento empírico da descrença.
d. ( ) A ciência pode ser definida como uma forma de investigação metódica e
sistematizada.
e. ( ) A ciência refere-se a investigação racional ou estudo da natureza, direcionada
para descoberta da verdade.
02) Considerando ainda os diferentes tipos de conhecimento, identifique as
características de cada um a partir dos seguintes critérios: conhecimento empírico,
letra E; conhecimento científico, letra C; conhecimento filosófico, letra F;
conhecimento teológico, letra T; ou ainda, não corresponde, letras NC.
a) ( ) É racional, objetivo,sistemático, investiga fatos e fenômenos.
b) ( ) É constituído de realidades mediatas, não perceptíveis pelos sentidos,
raciocínio lógico.
c) ( ) É superficial, sensitivo, subjetivo, místico.
d) ( ) É desprovido de método; por sua origem, não pode ser confirmado ou negado.
e) ( ) É superficial, sensitivo, subjetivo, acrítico.
03) Sobre a construção do conhecimento a partir de pesquisas científicas é correto
afirmar que:
a) a pesquisa sempre procura construir resultados aplicáveis.
b) a pesquisa só pode ser considerada científica quando procura conhecimento que
se refere às observações empíricas.
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c) a ciência procura construir um modelo inteligível, simples, preciso, verificável e
eficaz da realidade.
d) a ciência procura construir um modelo inteligível, complexo, preciso, definitivo
e aplicável à realidade.
e) a pesquisa só pode ser considerada científica quando busca conhecimento que se
refere a teorias preexistentes.
04) Os fundamentos básicos das chamadas revoluções cientificas mostram que a
ciência avança:
a) pelo acúmulo de conhecimento.
b) pela mudança de conceitos.
c) pela quantidade de cientistas.
d) pela quantidade de equipamentos.
e) pela quantidade de publicações.
05) É correto afirmar em relação à essência do método científico, exceto:
a) A ciência busca respostas e interpretações para o que ocorre na natureza
b) A palavra ciência deriva do latim e significa conhecer
c) Na ciência é fundamental ser observador
d) A ciência é considerada um método, uma vez que utiliza a metodologia científica
como ferramenta para construir o conhecimento
e) O método científico não é considerado um modo sistemático de explicar um
grande número de ocorrências semelhantes
06) Quanto ao método científico, podemos afirmar que:
a) o método científico é a forma mais avançada de domínio da natureza pelo homem.
b) qualquer pessoa do povo pode produzir conhecimento científico por meio do
método científico.
c) o conhecimento já surgiu por meio do procedimento sistemático da observação
com método.
d) o senso comum e o método científico são os mesmos procedimentos.
e) o conhecimento místico também é científico.
07) Sobre o método científico pode-se dizer que:
65
a) o método científico na sua forma moderna foi desenvolvido pelos jesuítas e
religiosos.
b) o conhecimento autoritário advindo das autoridades civis e religiosas é também
um método científico.
c) o conhecimento científico evolui somente pela indução.
d) o método científico é produzido pelos cientistas, por meio da observação com
método e exige evidência empírica na sua operacionalização.
e) entende-se como o método dedutivo o chamado teste de hipóteses.
08) Sobre o raciocínio indutivo, é incorreto afirmar que:
a) É antecedido por dados e fatos particulares.
b) Parte de princípios universais e se chega a uma afirmação mais específica.
c) Parte de fatos particulares conhecidos e se chega a conclusões gerais.
d) Leva a conclusões cujo conteúdo é muito mais amplo do que as premissas nas
quais foram baseadas.
e) Se todas as premissas são verdadeiras, a conclusão é provável, mas não é
necessariamente verdadeira.
09) Para se elaborar um projeto de pesquisa torna-se necessário o preenchimento dos
requisitos da redação científica, a qual exige clareza,
a) concisão e cordialidade
b) coerência e concisão
c) consistência e informalidade
d) informalidade e coerência
e) cordialidade e informalidade
10) A pesquisa aplicada difere da pesquisa básica
a) porque o seu objetivo é mais voltado para a intervenção na realidade do que
para a satisfação de uma curiosidade intelectual.
b) porque é financiada por companhias privadas, e não pelo setor público.
c) porque é menos exigente na exatidão dos resulta.
d) porque não atende à demanda ou à necessidade potencial de possíveis
consumidores.
e) porque não atinge o estágio de produção de tecnologia ou protótipo.
66
11) No processo de elaboração de um projeto de pesquisa tem-se como principal
pressuposto a realização de uma revisão bibliográfica a qual busca:
a) ao levantamento dos possíveis leitores.
b) informações recentes e de pesquisadores do tema.
c) o levantamento de projetos de pesquisa.
d) informações históricas e de autores renomados.
e) o levantamento do estado-da-arte sobre o tema.
12) As afirmações abaixo se referem às etapas de planejamento e execução de uma
pesquisa científica. Marque a alternativa INCORRETA .
a) Na escolha do tema é preciso levar em consideração sua atualidade e relevância,
bem como o conhecimento e a aptidão pessoal do pesquisador.
b) A revisão de literatura favorece a definição de contornos mais precisos do
problema a ser estudado, além de evitar a duplicação de pesquisas sobre o mesmo
enfoque do tema.
c) A justificativa é a parte do trabalho científico em que o pesquisador deverá
convencer a quem for ler o projeto, sobre a importância e relevância da pesquisa
proposta.
d) Os objetivos sintetizam o que se pretende alcançar com pesquisa proposta.
e) A metodologia informa sobre os resultados que se pretende alcançar ou sobre a
contribuição que a pesquisa irá efetivamente proporcionar.
13) A hipótese é a essência do método científico porque:
a) ela é uma resposta provisória e testável ao problema de pesquisa.
b) pode ser formulada como sentenças interrogativas.
c) a estratégia essencial do método científico é observar fatos.
d) problema e hipóteses de pesquisa são a mesma coisa.
e) é teórica e não testável.
14) Problema e hipóteses de pesquisa são formados por variáveis, logo:
a) problemas e hipóteses são constituídos somente por variáveis dependentes.
b) variáveis dependentes são aquelas que não possuem influência de casualidade de
outras variáveis.
67
c) variáveis independentes são aquelas que não são explicáveis no contexto da
pesquisa.
d) variáveis intervenientes são aquelas que exercem função de variáveis independentes
em relação a uma ou mais variáveis dependentes e de variáveis dependentes em
relação a uma ou mais variáveis independentes.
e) variáveis variam e não são importantes para problemas e hipóteses.
15) O marco teórico de um projeto de pesquisa é formado entre outros fundamentos
pelos seus objetivos, assim:
a) por objetivos da pesquisa entende-se "para quem se dirige a investigação".
b) os objetivos da pesquisa são independentes no contexto da pesquisa.
c) os objetivos da pesquisa são parte do marco empírico da pesquisa.
d) os objetivos substituem a metodologia.
e) os objetivos não se relacionam nem com o problema nem com as hipóteses.
68
NORMASPARAAELABORAÇÃODOTRABALHODECONCLUSÃODECURSO
Importante: O trabalho de conclusão de curso será entregue na forma de artigo e deverá seguir a seguinte extensão:
· O trabalho deve ser feito individualmente ;
· 10 a 15 páginas
· não terá capas e contracapas
· O trabalho se inicia com o Título e nome dos Autores ( primeira página e ficha de entrega de tcc devidamente datada e assinada pelo aluno) na ultima página.
· Após ser elaborado, formatado e passar por correção ortográfica(obrigatório) o trabalho será enviado para o e-mail [email protected], o arquivo enviado deverá ser renomeado com o nome do aluno e cidade em qual reside. Após passar por correção (professores do Instituto Coimbra) o trabalho deverá ser impresso em 3 cópias e gravado em cd room e enviado através de carta registrada com AR para Instituto Coimbra.
1. FORMATAÇÃO
O artigo deverá ser editado em MS Office 2000 (Word) ou versões posteriores, em espaço 1,5 fonte Times New Roman, tamanho 12, sem notas de cabeçalho e rodapé. A configuração da página deve ser A4 (210 x 297 mm) com margens de 3,0 cm (superior, inferior, direita e esquerda). A paginação deverá ser feita no alto, à direita. O título do trabalho (em português e um correspondente em língua estrangeira: inglês, francês, italiano ou espanhol) deve aparecer centralizado com fonte Times New Roman, tamanho 14, em negrito, letras maiúsculas e espaçamento 1,5. Se houver subtítulo, usar letrasminúsculas.
69
Após o título (e subtítulo), recuado à direita, deve estar o nome dos autores (fonte tamanho 12, negrito e espaçamento simples), titulação e a identificação da instituição a que pertencem, bem como o(s) correio(s) eletrônico(s) (fonte tamanho 10 e espaçamentosimples). O trabalho científico em forma de artigo deve conter um resumo em português e o resumo correspondente em língua estrangeira: inglês, francês, italiano ou espanhol com um máximo de 15 linhas (250 palavras) em espaço simples e uma relação de seis palavras-chave descritoras do conteúdo do trabalho apresentadas em português e em língua estrangeira: inglês, francês ou espanhol. Não usar tradutor automático. Recomenda-se passar por revisão de profissional especializado. A estrutura do texto deve ser dividida em partes não numeradas e com subtítulos (fonte tamanho 12, negrito e sem tabulação). É necessário conter introdução e conclusão ou considerações finais e referencias bibliográficos. Tabelas e ilustrações (ABNT NBR 14724/dezembro/2005) devem ser referidas no texto e numeradas de acordo com a seqüência. As tabelas devem ter título/legenda na parte superior (fonte tamanho 12 e espaçamento simples) e as ilustrações título/legenda na parte inferior (fonte tamanha 12 e espaçamento simples). As ilustrações (gráficos, mapas, fotografias, desenhos, esquemas, fluxogramas, organogramas, plantas, quadros e outros) deverão ser enviadas em formato GIF ou JPG, já inseridas no corpo do texto. As notas devem ser marcadas com números no alto à direita da palavra e colocadas no final do texto, antes da referência com fonte tamanho 10. As citações diretas e indiretas deverão ser organizadas de acordo com a NBR-10520 da ABNT (agosto de 2002). As citações diretas, no texto, de até três linhas, devem estar contidas entre aspas duplas. As citações diretas, no texto, com mais de três linhas, devem ser destacadas com recuo de 4cm da margem esquerda, sem as aspas e com letra Time New Roman fonte tamanho 10. Citações ao longo do texto devem respeitar o seguinte padrão: - sobrenome do autor, data, página em letras maiúsculas e minúsculas: Silva (1997, p.54) e, quando estiverem entre parênteses, devem ser em letras maiúsculas: (SILVA, 1997,p.54). As referências deverão ser organizadas de acordo com a NBR-6023 da ABNT (agosto de 2002) e devem seguir os modelos e exemplos abaixo: -Livros: AUTOR (ES).Título: subtítulo. Indicação de responsabilidade (organização,revisão crítica, tradução etc).Edição. Local de publicação (cidade): Editor, data (ano). Número de páginasouvolumes. KAUSTKY, Karl. A questão agrária.Tradução de C. Iperoig. 3. ed. São Paulo: Proposta, 1980.329p. -Dissertações e teses: AUTOR. Título: subtítulo. Data. Número de folhas ou volumes. Tipo de trabalho (grau)-vinculação acadêmica, local e data de apresentação ou defesa, mencionada na folha de apresentação (se houver).
70
CLEPS JÚNIOR, João. Dinâmica e estratégias do setor agroindustrial no cerrado: o caso do Triângulo Mineiro. 1998. 291 f. Tese (Doutorado em Organização do Espaço) - Instituto de Geociências e Ciências Exatas, UNESP /Rio Claro, 1998. - Capítulos de livro: AUTOR (ES) Título do capítulo. In: AUTOR (ES) DO LIVRO. Título do livro. Edição. Local de publicação (cidade): Editora, data (ano). Número de páginas. Páginas inicial e final do capítulo. SAQUET, Marcos A. O território: diferentes interpretações na literatura italiana. In: RIBAS, Alexandre D.; SPOSITO, Eliseu S.; SAQUET, Marcos A (Org.). Território e desenvolvimento: diferentes abordagens. Francisco Beltrão: UNIOESTE, 2004. 171 p. p.121-147. - Trabalhos apresentados em congressos: AUTOR (ES) DO TRABALHO. Título do trabalho. In: NOME DO CONGRESSO, número do evento, data da realização, local de realização (cidade). Título... Local de publicação (cidade): Editora, data de publicação (ano). Páginas inicial e final do trabalho. MARIA, Luciene X. de; CLEPS JÚNIOR, João. As novas definições do arrendamento e da parceria de terras no Triângulo Mineiro. In: ENCONTRO NACIONAL DE GEOGRAFIA AGRÁRIA, XVII, 2004, Gramado. Anais... Gramado: UFRGS/PPGG/Instituto de Geociências/Departamento de Geografia, 2004. 1 CD-ROM. - Artigos de revistas AUTOR (ES) DO ARTIGO. Título do artigo. Título da revista, local de publicação (cidade), número do volume, número do fascículo, página inicial e final do artigo. Mês e ano do fascículo. RUA, João. Globalização, desenvolvimento e espaço rural: algumas reflexões sobre o estado do Rio de Janeiro. Geo UERJ Revista do Departamento de Geografia, Rio de Janeiro, n. 14, p. 19-30, 2º sem. 2003. - Informação obtida via CD-ROM: AUTOR. Título. Local de publicação (cidade): editora, data (ano). Tipo de suporte. Notas. CIDE. Anuário Estatístico do estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Nigraph, 1997. CD-ROM. - www: AUTOR (ES). Título. Disponível na Internet. Endereço. Data de acesso. MOARES, Antonio Carlos R. de. O território brasileiro no limiar do século XXI. Disponível em: . Acesso em: 30 maio 2000.
2. DIRETRIZES PARA MONTAGEM DO ARTIGO
2.1. CONCEITUAÇÃO E CARACTERÍSTICAS
71
O artigo é a apresentação sintética, em forma de relatório escrito, dos resultados
de investigações ou estudos realizados a respeito de uma questão. O objetivo
fundamental de um artigo é o de ser um meio rápido e sucinto de divulgar e tornar
conhecidos, através de sua publicação em periódicos especializados, a dúvida
investigada, o referencial teórico utilizado (as teorias que serviam de base para orientar
a pesquisa), a metodologia empregada, os resultados alcançados e as principais
dificuldades encontradas no processo de investigação ou na análise de uma questão.
Assim, os problemas abordados nos artigos podem ser os mais diversos: podem fazer
parte quer de questões que historicamente são polemizadas, quer de problemas teóricos
ou práticos novos.
2.2. ESTRUTURA DO ARTIGO
O artigo possui a seguinte estrutura:
1.Título
2. Autor
3. Resumo e Abstract
4. Palavras-chave;
5. Conteúdo (Introdução, desenvolvimento textual e conclusão),
6. Referências.
1. TÍTULO
Deve se compreender os conceitos-chave que o tema encerra, e ser numerado para indicar, em nota de rodapé, a finalidade do mesmo.
2. AUTOR:
O autor do artigo deve vir indicado do centro para a margem direita.
3. RESUMO e ABSTRACT
Texto, com uma quantidade predeterminada de palavras, onde se expõe o objetivo do artigo, a metodologia utilizada para solucionar o problema e os resultados alcançados. O
72
Abstract é o resumo traduzido para o inglês, sendo que alguns periódicos aceitam a tradução em outra língua.
4. PALAVRAS-CHAVE:
São palavras características do tema que servem para indexar o artigo, até 6
palavras.
3. DESENVOLVIMENTO E DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS:
Nesta parte do artigo, o autor deve fazer uma exposição e uma discussão das teorias que foram utilizadas para entender e esclarecer o problema, apresentando-as e relacionando-as com a dúvida investigada;
apresentar as demonstrações dos argumentos teóricos e/ ou de resultados que as sustentam com base dos dados coletados;
Neste aspecto, ao constar uma Revisão de Literatura, o objetivo é de desenvolver a respeito das contribuições teóricas a respeito do assunto abordado.
O corpo do artigo pode ser dividido em itens necessários que possam desenvolver a pesquisa. É importante expor os argumentos de forma explicativa ou demonstrativa, através de proposições desenvolvidas na pesquisa, onde o autor demonstra, assim, ter conhecimento da literatura básica, do assunto, onde é necessário analisar as informações publicadas sobre o tema até o momento da redação final do trabalho, demonstrando teoricamente o objeto de seu estudo e a necessidade ou oportunidade da pesquisa que realizou.
QUANDO O ARTIGO INCLUI A PESQUISA DESCRITIVA APRESENTAM-SE OS RESULTADOS DESENVOLVIDOS NA COLETA DOS DADOS ATRAVÉS DAS
ENTREVISTAS, OBSERVAÇÕES, QUESTIONÁRIOS, ENTRE OUTRAS TÉCNICAS.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após a análise e discussões dos resultados, são apresentadas as conclusões e as descobertas do texto, evidenciando com clareza e objetividade as deduções extraídas dos resultados obtidos ou apontadas ao longo da discussão do assunto. Neste momento são relacionadas às diversas idéias desenvolvidas ao longo do trabalho, num processo de síntese dos principais resultados, com os comentários do autor e as contribuições trazidas pela pesquisa.
Cabe, ainda, lembrar que a conclusão é um fechamento do trabalho estudado,
respondendo às hipóteses enunciadas e aos objetivos do estudo, apresentados na
73
Introdução, onde não se permite que nesta seção sejam incluídos dados novos, que já
não tenham sido apresentados anteriormente.
5- REFERÊNCIAS:
Referências são um conjunto de elementos que permitem a identificação, no
todo ou em parte, de documentos impressos ou registrados em diferentes tipos de
materiais. As publicações devem ter sido mencionadas no texto do trabalho e devem
obedecer as Normas da ABNT 6023/2000. Trata-se de uma listagem dos livros, artigos
e outros elementos de autores efetivamente utilizados e referenciados ao longo do
artigo.
3 cm
[
O PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM E A RELAÇÃO PROFESSOR – ALUNO SOB A Ó TICA DA PSICOPEDAGOGIA
Maria de Fátima Matos Caixeta1
RESUMO
As relações humanas, embora complexas, são peças fundamentais na realização comportamental e profissional de um indivíduo. A relação social de convivência cotidiana ajuda a construir o quebra-cabeça que é a formação pessoal tanto intelectual, quanto emocional, afetiva e social. Este trabalho visa identificar a relação professor-aluno no processo de ensino-aprendizagem, bem como caracterizar a relação do professor dentro de sala de aula e fora dela. Além disso, enumerar as contribuições do professor para a formação intelectual do aluno levando em consideração a afetividade e a boa relação. Ainda, ressaltar a importância da psicopedagogia para a compreensão das atitudes docentes e discentes. Para a realização deste trabalho foi feita uma coleta de referenciais bibliográficos para que houvesse um melhor embasamento desta literatura. Após criteriosa seleção, leitura e análise montou-se o corpo literário, o qual faz parte este trabalho. O comportamento do professor, em sala de aula, expressa suas intenções, crenças, seus valores, sentimentos, desejos que afetam cada aluno individualmente. O ideal é que o professor trabalhe o processo de ensino aprendizagem passando por todo o ciclo de aprendizagem, podendo assim atingir de uma maneira mais profunda todos os seus alunos.
Palavras-Chave: Afetividade, professor, aluno, ensino-aprendizagem, psicopedagogia
.
74
DIFICULDADES ORTOGRÁFICAS NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO
FUNDAMENTAL
Núbia Inês Moreira Amorim1
RESUMO
Este artigo pretende apresentar algumas análises e reflexões sobre as dificuldades
ortográficas mais comuns aos anos iniciais do Ensino Fundamental. Trata-se de tema
bastante amplo e não pretendemos esgotar o conjunto de questões relacionadas ao tema,
o objetivo é abordar alguns aspectos que podem, expressar as razões pelas quais são
cometidos determinados erros. Optamos por fazer um breve histórico sobre a ortografia,
em seguida, apresentar alguns dos principais erros cometidos pelos alunos investigados.
A metodologia utilizada foi a de análises bibliográficas diversas referentes à temática e
ainda pesquisa de campo realizada nos anos iniciais do Ensino Fundamental, através de
produções escritas, feitas por alunos de uma escola da rede pública do município de
Lagoa Formosa/MG.
Palavras chaves: erros - ortografia – ensino fundamental – anos iniciais
ABSTRACT
ORTHOGRAPHIC DIFFICULTIES IN THE EARLY YEARS OF BASIC
EDUCATION
1 Graduada em Pedagogia pelo centro Universitário do Triângulo –UNITRI. Professora da rede unicipal de Ensino em Lagoa Formosa-MG
75
This article aims at presenting some analyses and reflections on the more common
orthografhic dificultties to the initial years of Basic school . This is a sufficiently ample
subject and we do not intend to deplete the set of questions related to the subject, the
objective is to approach some aspects that can, express the reasons why some errors are
cammitted. We chose to make a histiorical briefing on orthography and then to present
some of the main errors committed by the investigated students. The used methodology
was the diversified bibliographical analyses about the theme a field carned throug in
the initial years of Basic school, though written productions made by pupils of a public
school in the city of Lagoa Formosa/ MG.
Key- Words: erros- orthography- basic scoll- initial year
INTRODUÇÃO (NOVA PÁGINA)
O objetivo geral deste trabalho é o de identificar as causas e ou motivos, assim como os
tipos de erros ortográficos cometidos pelos alunos nos anos iniciais do Ensino
Fundamental. Tem como objetivos específicos: conhecer os erros mais comuns
cometidos; analisar as metodologias utilizadas pelos docentes no ensino das práticas
ortográficas e ainda observar se os erros ocorrem em momentos específicos.
Antes de abordarmos a questão propriamente dita, faremos uma breve incursão sobre a
história da ortografia, bem como de questões relacionadas a ela.
1 Aspectos históricos ( AQUI, CORPO DO ARTIGO)
CONSIDERAÇÕES FINAIS (NOVA PAGINA)
Os resultados obtidos na pesquisa podem servir como auxiliares para
educadores que lidam diretamente com os problemas de ortografia, sobretudo os
relacionados às crianças dos anos iniciais do Ensino Fundamental.
Verificou-se que muitas das abordagens escolares derivam de concepções de ensino e
aprendizagem da palavra escrita, que reduzem o processo de alfabetização e de leitura a
76
simples decodificação dos símbolos lingüísticos, ou seja, a escola transmite uma
concepção de que a escrita é a transcrição da oralidade, partindo do princípio de que o
aprendiz deve unicamente conhecer a estrutura da escrita, sua organização em unidades
e seus princípios fundamentais, que incluiriam basicamente algumas das noções sobre a
relação entre escrita e oralidade, para que possua os pré-requisitos, aprenda e
desenvolva as atividades de leitura e de produção da escrita.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS (NOVA PÁGINA)
BRASIL, Parâmetros Curriculares Nacionais. 2. Língua Português: Ensino de primeira
a quarta série. Brasília; Secretaria de Ensino Fundamental, 1997, 144 p.
CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização e Lingüística. São Paulo: Scipione, 1989.
CARVALHO, Marlene. Guia prático do alfabetizador. 4ª ed. São Paulo: Ática, 1999.
COUTINHO, Ismael de Lima. Pontos de gramática histórica. 6. ed. Ver. Rio de Janeiro:
Livraria Acadêmica, 1971, 357 p.
CUNHA, Celso Ferreira. CINTRA, Luis Filipe Lindley. Nova Gramática do Português
Contemporâneo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.